Aula da disciplina de Ciência, Tecnologia e Sociedade. Universidade Federal do ABC (UFABC), dezembro de 2021. Gravação de aula disponível em: https://youtu.be/Xp1iRkWV8Zk
5. Princípio da Esperança
Base na teoria freudiana de interpretação
dos sonhos
Aplicação aos “sonhos diurnos” (utopias)
• Imaginação de um mundo melhor
• Explora possibilidades e valores humanos
• Reflexos na arte, música, cinema, literatura, teatro
Instiga as pessoas a lutar por esses mundos melhores
• Paraíso -> ética social cristã
• Marxismo -> militância social
• Meio ambiente -> militância socioambiental
Ernst Bloch
(1885-1977)
Bloch, Ernst. Geist der Utopie. Cassirer, 1923.
Bloch, E. 1959. Das prinzip hoffnung (Vol. 3). Frankfurt am Main: Suhrkamp.
6. Utopias em relação à tecnologia
Karl Marx (1883)
• Tecnologia diminuiria necessidade de trabalho
• Mais tempo para atividades intelectuais, lazer e participação
política
Otto Neurath (1919)
• Utopias como estímulo para pesquisadores em ciência e
tecnologia
• Utopias como discursos para convencimento de investimentos
em ciência e tecnologia
Marx, Karl. Das Kapital. 1883
Neurath, O. 1979 [1919]. Die Utopie als gesellschaftstechnische Konstruktion. In: Wissen-schaftliche
Weltauffassung, Sozialismus und logischer Empirismus, p.235–41. Frankfurt am Main: Suhrkamp
CUNHA, Ivan Ferreira. Utopias and dystopias as models of Social Technology. Principia: an international
journal of epistemology, v. 19, n. 3, p. 363-377, 2015.
7. Críticas ao Princípio da Esperança e Utopias
Crítica de Marx e Engels ao Socialismo Utópico
• Faltavam estudos científicos aprofundados sobre o
funcionamento econômico (socialismo científico)
• Necessidade de um meio prático para chegar ao socialismo
(luta armada)
o Socialismo utópico procurava a sensibilização da burguesia e criação de
cooperativas
Pragmatismo
• Utopia como fuga “psíquica” dos problemas reais
• Fim do socialismo soviético retirou o ânimo pelas utopias
• Impor uma utopia a toda a população leva a regimes totalitários
Engels, Friedrich. Die Entwicklung des Sozialismus von der Utopie zur Wissenschaft. Verlag der expedition des" Vorwärts"
Berliner volksblatt, 1891.
Walzer, M. (1983). Spheres of justice. A defense of pluralism and equality. New York: Basic Books
Francis Fukuyama (1992). The End of History and the Last Man. Free Press
Pepper, David. "Utopianism and environmentalism." Environmental Politics 14, no. 1 (2005): 3-22.
8. Distopias: Riscos de Colapso no Século XXI
Catástrofe:
• Global: matar a maior parte da vida na terra, mas permite
recolonização
• Existencial: extinção da humanidade
Possíveis riscos?
• Pandemias geneticamente modificadas
• Guerras mundiais (nucleares, biológicas, nanotecnológicas)
• Acidentes científicos (física quântica, nanotecnologia)
• Inteligência artificial
• Modificação da espécie humana (genética, cyborgs)
• Mudanças Climáticas
• Geo-engenharia
BOSTROM, Nick; CIRKOVIC, Milan M. Global catastrophic risks. Oxford University Press, 2011
COTTON-BARRAT, Owen, et al. (2016) Global Catastrophic Risks. Global Challenges Foundation. Available at:
http://globalprioritiesproject.org/wp-content/uploads/2016/04/Global-Catastrophic-Risk-Annual-Report-2016-FINAL.pdf
HAWKING, Stephen. Life in the Universe. Public Lecture. 2016. Available at: http://www.hawking.org.uk/life-in-the-universe.html
10. Função social das distopias
Projeta tendências problemáticas para o futuro,
evidenciando melhor as consequências
Crítica permite lutar contra os problemas, para evitar a
distopia
Investir em ciência e tecnologia para fugir do planeta
Terra antes que ele acabe
HAWKING, Stephen. Life in the Universe. Public Lecture. 2016. Available at:
http://www.hawking.org.uk/life-in-the-universe.html
SEYFERTH, Peter. A Glimpse of Hope at the End of the Dystopian Century: The Utopian
Dimension of Critical Dystopias. ILCEA. Revue de l’Institut des langues et cultures d'Europe,
Amérique, Afrique, Asie et Australie, n. 30, 2018.
Crítica às distopias
Sentimento de impotência quanto a um futuro melhor