1. O movimento Arts and Crafts surgiu no século XIX como reação contra a produção estandardizada resultante da industrialização, tendo sido fundado por John Ruskin e William Morris.
2. William Morris fundou em 1861 e 1875 empresas dedicadas à decoração e produção artesanal de objetos, influenciando o design e a relação entre arte e indústria.
3. A Casa Red House projetada por Philip Webb para William Morris ilustra os princípios do movimento de utilizar materiais tradicionais e decoração profusa.
2. William Morris e o movimento Arts and CraftsWilliam Morris e o movimento Arts and CraftsWilliam Morris e o movimento Arts and CraftsWilliam Morris e o movimento Arts and Crafts
3. Na segunda metade do séc. XIX surge um grupo de teóricos, arquitectos e designers que
reage contra a falta de originalidade, a vulgarização formal e a produção estandardizada
que regia, então, a produção de objectos utilitários como resultado da industrialização.
Os principais fundadores e dinamizadores deste movimento denominado de “Arts and
Crafts” (artes e ofícios) foram o críticos de arte John Ruskin (1819-1900) e o pintor e
designer William Morris (1834-1896), ambos igualmente enquadrados no grupo “Gothic
Revival” – foi no Gótico Medieval que encontraram a excelência de estilo que melhor
reflectia a ordem e estabilidade da fé e da cultura cristã.
Ruskin deixou na obra pioneira “As sete lâmpadas da Arquitectura”, de 1849,os conceitos
fundamentais orientadores do movimento “Arts and Crafts”:
O individualismo na criação artística;
A salvaguarda do regionalismo;
A inspiração na Natureza;
O restabelecimento da ligação da arte à técnica.
Em 1861 William Morris fundou uma pequena empresa, a “Morris, marshall, Faulkner & Co.
– que se dedicou à decoração de interiores e produção de objectos.
Em 1875 fundou o atelier, “Morris & Co.”, que se dedicou a diversas áreas como: mobiliário,
tapeçaria, vitral, papel de parede e ilustração de livros.
Os seus métodos de produção visavam a reabilitação do artesanato e a ligação estreita
entre a arte e a técnica, constituindo assim o cerne da problemática do Design e da relação
entre a arte e a indústria – que estariam na origem das futuras escolas “Deutsche
Werkbund” e “Bauhaus”.
4. Morris and Company Textile Printing at Merton
Abbey
Padrões de William Morris
5. A sala de jantar Verde, William Morris, 1866-1867
Padrão para tapeçaria, William
Morris
Sofá com Design original de William
Morris
Cadeira desenhada por William Morris
Padrão William Morris
7. Árvore da Vida, tapeçaria de William Morris
Estudo para padrão, William Morris
8. Na arquitectura foram rejeitadas as novas tecnologias da construção provenientes da Indústria, optando-
se pela continuação da construção rústica inglesa, inspirada na Idade Média - A moradia familiar foi a
tipologia mais desenvolvida.
A “Red House” do arquitecto Philip Webb( e encomendada por William Morris ) é o exemplo mais
significativo deste tipo de abordagem – utilizando materiais tradicionais (como o tijolo, a madeira e a
pedra) combinados com a profusão decorativa dos espaços interiores ( da autoria do próprio William
Morris).
Red House, Philip Webb, 1859-1860
(casa projectada e construída para
William Morris)
9.
10. Foi na viragem do séc. XIX para o séc. XX, um período de relativa acalmia política e social na Europa –
referida como “Belle Époque” – que surgiu o movimento artístico internacional, vulgarmente conhecido
como Arte Nova.
Este movimento herdou as características formais e conceptuais do movimento Arts and Crafts – em
particular “a unidade das artes”, a renovação das “artes industriais” e a inspiração na Natureza.
Ao contrário do que sucedeu c0om os seguidores de Morris este movimento inseriu-se no processo de
modernização da sociedade, integrando as novas tecnologias e os novos materiais (ferro, vidro, betão),
bem como a estreita relação entre forma e função.
Define-se, essencialmente, como um estilo decorativo com forte influência no Design e nas artes
aplicadas, nas artes gráficas, no mobiliário, nos tecidos e na arquitectura.
Caracterizou-se pela procura de formas orgânicas de inspiração na natureza (flora e fauna), pelas linhas
fluidas, sinuosas e estilizadas e pelas estruturas assimétricas, dinâmicas e fantasiosas.
A arquitectura vai também assumir a mesma linguagem formal: a interpretação dinâmica do espaço, de
grande expressividade ao incorporar programas decorativos que acentuavam as possibilidades plásticas
dos novos materiais, numa atitude de forte criatividade e originalidade.
A Arte Nova desenvolveu-se na Europa e nos Estados Unidos, adaptando, conforme os países, diferentes
designações: “Arte Noveau” em França e na Bélgica, “Modern Style” em Inglaterra, “Modernismo” em
Espanha, “Jugenstil” na Alemanha, “Sezession” na Áustria e “Floreale” em Itália.
Com a introdução dos novos valores, o arquitecto passa a controlar integralmente o projecto do edifício –
desde a concepção da sua estrutura e forma globais, até aos interiores, equipamentos, mobiliário e
adereços.
11. Na Bélgica celebrizaram-se os arquitectos Victor Horta (1861-1947) e Henry Van de Velde (1863-1957) –
o primeiro pela concepção livre da organização dos espaços interiores com um profundo sentido
funcional, pela expressividade no tratamento dos materiais (conjugando texturas, cores e formas
inventivas); o segundo distinguiu-se como arquitecto, designer e professor, vindo a ser director da
Deutsche Werkbund.
Casa Tessel, Victor Horta, Bruxelas, Bélgica,
1892-1893
Casa Van Eetveld, Victor HortaCasa Tessel, exterior, Victor Horta
12. Henry Van deVelde, 1901
Secretária, Henry Van deVelde
Cadeira, Henry Van deVelde
13. Em França distinguiu-se o
arquitecto Hector Guimard
(1867-1942) com as célebres
entradas das estações do Metro
Parisiense, numa estilizada e
elegante vertente vegetalista.
Entrada para o metropolitano de Paris,
Hector Guimard
Entrada para o metropolitano de Paris, Hector Guimard
Mesa de Apoio, Hector Guimard
Entrada para o metropolitano de
Paris, Hector Guimard
14. Em Espanha, mais propriamente Barcelona, evidenciou-se a obra do arquitecto Antoní Gaudí (1852-1926),
que marcou a imagem da cidade catalã – com a “catedral da Sagrada Família” (de inspiração Gótica); o
“Parque Güell”; as fachadas modeladas com formas orgânicas da “Casa Milá” e da “casa Bartó” (onde se
conjugam diversos materiais como o betão, tijolos, vidros e azulejos multicolores).
Casa Milá,
Antoní Gaudí,
Barcelona,
Espanha, 1905-
1910
Casa Milá
(pormenor), Antoní
Gaudí, Barcelona,
Espanha, 1905-
1910
Casa Batló, Antoní
Gaudí, Barcelona,
Espanha, 1905-1907
15. Catedral da sagrada Família, Antoní Gaudí,
Barcelona, Espanha, 1884…
O Parque Güell, Antoní Gaudí, Barcelona, Espanha
O Parque Güell, Antoní Gaudí,
Barcelona, Espanha
16. Na Áustria é com o arquitecto Otto Wagner (1841-1918) e Adolf Loos (1070-1933) que o “Modernismo” se
afirma. Para tal foi também essencial a obra do pintor Gustav Klimt (1862-1918) que conjugou figuras
realistas com fundos decorativos.
Casa Majólica, Otto Wagner, Viena, Áustria
17. Casas projectadas por Adolf Loos
O Beijo, Gustav Klimt, 1907-1908 Adele Bloch-Bauer, Gustav Klimt, 1907
18. Na Alemanha é a “Jugendstil” foi dinamizada pela revista Jugend, incidindo na articulação entre a arte e a
indústria – movimento precursor da Deutsch Werkbund e do Design Moderno.
19. O betão armado, material que veio possibilitar uma nova relação da linguagem arquitectónica, foi
desenvolvido em França em 1892, por François Hennebique resultando da conjugação do cimento com o
aço.
O arquitecto que inicialmente melhor compreendeu as possibilidades deste novo material foi Auguste Perret
(1874-1954) ao perceber que a estrutura do edifício era suficientemente sólida para permitir rasgar grandes
vãos na fachada e acentuar a relação do interior com o exterior.
Edifício 25, Rue Franklin, Auguste Perret, Paris, França, 1903
20. Para além destes, muitos artistas abordaram a estética da Arte Nova, entre eles encontrava-se Alphonse
Maria Mucha (1860-1939), um ilustrador e Designer Gráfico checo e um dos principais expoentes do
movimento.
Poesia, Alphonse Mucha