SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  26
Télécharger pour lire hors ligne
Se¸oes Cˆnicas
c˜
o
Reginaldo J. Santos
Departamento de Matem´tica-ICEx
a
Universidade Federal de Minas Gerais
http://www.mat.ufmg.br/~regi
regi@mat.ufmg.br
11 de dezembro de 2001
Estudaremos as (se¸oes) cˆnicas, curvas planas que s˜o obtidas da interse¸ao de um cone
c˜
o
a
c˜
circular com um plano. Vamos estudar a elipse, a hip´rbole e a par´bola, que s˜o chamadas
e
a
a
de cˆnicas n˜o degeneradas. Vamos defini-las em termos de lugares geom´tricos. As outras
o
a
e
cˆnicas, que incluem um unico ponto, um par de retas, s˜o chamadas cˆnicas degeneradas.
o
´
a
o

1
1.1

Cˆnicas N˜o Degeneradas
o
a
Elipse

Defini¸˜o 1.1. Uma elipse ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) do plano tais que a soma das
ca
e
distˆncias de P a dois pontos fixos F1 e F2 (focos) ´ constante, ou seja, se dist(F1 , F2 ) = 2c,
a
e
ent˜o a elipse ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
a
e
dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 2a,

Proposi¸˜o 1.1.
ca

em que b =

em que a > c.

(a) A equa¸ao de uma elipse cujos focos s˜o F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) ´
c˜
a
e

√

x2 y 2
+ 2 = 1,
a2
b

(1)

a2 − c 2 .

(b) A equa¸ao de uma elipse cujos focos s˜o F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) ´
c˜
a
e

em que b =

√

x2 y 2
+ 2 = 1,
b2
a

a2 − c 2 .

1

(2)
y

y
A2
F2

B2

A1

B1

A2
F1

F2

B2

x

x

B1
A1 = (−a, 0)
B1 = (−b, 0)
F1 = (−c, 0)

A2 = (a, 0)
B2 = (b, 0)
F2 = (c, 0)

A1 = (0, −a)
B1 = (−b, 0)
F1 = (0, −c)

Figura 1: Elipse com focos nos pontos F1 =
(−c, 0) e F2 = (c, 0)

F1
A1

A2 = (0, a)
B2 = (b, 0)
F2 = (0, c)

Figura 2: Elipse com focos nos pontos F1 =
(0, −c) e F2 = (0, c)

Demonstra¸ao. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exerc´
c˜
ıcio, a
demonstra¸ao da segunda parte. A elipse ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
c˜
e
dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 2a ,
ou seja,
que neste caso ´
e

−→

−→

|| P F1 || + || P F1 || = 2a,
(x + c)2 + y 2 +

(x − c)2 + y 2 = 2a

ou

(x + c)2 + y 2 = 2a −

Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos

(x − c)2 + y 2 .

a (x − c)2 + y 2 = a2 − cx .
Elevando novamente ao quadrado e simplificando, obtemos
(a2 − c2 )x2 + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )
√
Como a > c, ent˜o a2 − c2 > 0. Assim, podemos definir b = a2 − c2 e dividir e equa¸ao acima
a
c˜
por a2 b2 = a2 (a2 − c2 ), obtendo (1).
Nas Figuras 1 e 2, os pontos A1 e A2 s˜o chamados v´rtices da elipse. Os segmentos A1 A2
a
e
e B1 B2 s˜o chamados eixos da elipse. A reta que passa pelos focos ´ chamada eixo focal.
a
e
c
A excentricidade da elipse ´ o n´mero e = . Como, c < a, a excentricidade de uma elipse ´
e
u
e
a
um n´mero real n˜o negativo menor que 1. Observe que se F1 = F2 , ent˜o a elipse reduz-se a
u
a
a
`
circunferˆncia de raio a. Al´m disso, como c = 0, ent˜o e = 0. Assim, uma circunferˆncia ´
e
e
a
e
e
uma elipse de excentricidade nula.
A elipse ´ a curva que se obt´m seccionando-se um cone com um plano que n˜o passa pelo
e
e
a
v´rtice, n˜o ´ paralelo a uma reta geratriz (reta que gira em torno do eixo do cone de forma
e
a e
a ger´-lo) e que corta apenas uma das folhas da superf´
a
ıcie.
2
Figura 3: Elipse obtida seccionando-se um
cone com um plano

1.2

Figura 4: Hip´rbole obtida seccionando-se
e
um cone com um plano

Hip´rbole
e

Defini¸˜o 1.2. Uma hip´rbole ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) do plano tais que o m´dulo
ca
e
e
o
da diferen¸a entre as distˆncias de P a dois pontos fixos F1 e F2 (focos) ´ constante, ou seja,
c
a
e
se dist(F1 , F2 ) = 2c, ent˜o a hip´rbole ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
a
e
e
|dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 2a,

Proposi¸˜o 1.2.
ca
´
e

em que a < c.

(a) A equa¸ao de uma hip´rbole cujos focos s˜o F 1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0)
c˜
e
a

x2 y 2
− 2 =1
a2
b
e das ass´
ıntotas (retas para onde a curva se aproxima, quando x → ±∞),

em que b =

√

(3)

b
y = ± x,
a

c2 − a2 .

(b) A equa¸ao de uma hip´rbole cujos focos s˜o F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) ´
c˜
e
a
e

y 2 x2
− 2 =1
a2
b
e das ass´
ıntotas (retas para onde a curva se aproxima, quando x → ±∞),
a
x = ± y,
b
√
em que b = c2 − a2 .

3

(4)
y

b
y = −ax

y

b
y = ax

y = −ax
b

y = ax
b
F2
A2

A1
F1

A2
F2

x

x
A1
F1

A1 = (−a, 0)

A2 = (a, 0)

F1 = (−c, 0)

F2 = (c, 0)

A1 = (0, −a)
F1 = (0, −c)

Figura 5: Hip´rbole com focos nos pontos
e
F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0)

A2 = (0, a)
F2 = (0, c)

Figura 6: Hip´rbole com focos nos pontos
e
F1 = (0, −c) e F2 = (0, c)

ıcio, a
Demonstra¸ao. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exerc´
c˜
demonstra¸ao da segunda parte. A hip´rbole ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
c˜
e
e
dist(P, F1 ) − dist(P, F2 ) = ±2a ,
ou seja,
que neste caso ´
e
ou

−→

−→

|| P F1 || − || P F2 || = ±2a,
(x + c)2 + y 2 −

(x − c)2 + y 2 = ±2a

(x + c)2 + y 2 = ±2a +

Elevando ao quadrado e simplificando, temos
±a

(x − c)2 + y 2 .

(x − c)2 + y 2 = a2 − cx .

Elevando novamente ao quadrado e simplificando, temos
(a2 − c2 )x2 + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )
√
Como a < c, ent˜o c2 − a2 > 0. Assim, podemos definir b = c2 − a2 e dividir e equa¸ao acima
a
c˜
por −a2 b2 = a2 (a2 − c2 ), obtendo (3).
√
b
Se a equa¸ao (3) ´ resolvida em y obtemos y = ± a x2 − a2 que, para x > 0, pode ser
c˜
e
escrita como
a2
b
y = ± x 1 − 2.
a
x
Se x tende a +∞, ent˜o o radical no segundo membro se aproxima de 1 e a equa¸ao tende a
a
c˜
b
y = ± x.
a
O mesmo ocorre para x < 0, quando x tende a −∞ (verifique!).
4
Nas Figuras 5 e 6, os pontos A1 e A2 s˜o chamados v´rtices da hip´rbole. A reta que
a
e
e
c
passa pelos focos ´ chamada eixo focal. A excentricidade da hip´rbole ´ o n´mero e = .
e
e
e
u
a
Como, c > a, a excentricidade de uma hip´rbole ´ um n´mero real maior que 1. A hip´rbole ´
e
e
u
e
e
a curva que se obt´m seccionando-se um cone por um plano paralelo ao seu eixo que n˜o passa
e
a
pelo v´rtice.
e

1.3

Par´bola
a

Figura 7: Par´bola obtida seccionando-se um cone com um plano
a

Defini¸˜o 1.3. Uma par´bola ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) do plano eq¨idistantes de
ca
a
e
u
uma reta r (diretriz) e de um ponto F (foco), n˜o pertencente a r, ou seja, a par´bola ´ o
a
a
e
conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
dist(P, F ) = dist(P, r) .

Proposi¸˜o 1.3.
ca
x = −p ´
e

(a) A equa¸ao de uma par´bola com foco F = (p, 0) e reta diretriz r :
c˜
a
y 2 = 4px .

(5)

(b) A equa¸ao de uma par´bola com foco F = (0, p) e reta diretriz r : y = −p ´
c˜
a
e
x2 = 4py .

5

(6)
y

r : x = −p

y

P0

F

x
F = (0, p)

P0 = (0, 0)
F = (p, 0)
P0 = (0, 0)

x

r : y = −p

a
Figura 8: Par´bola com foco no ponto F =
(p, 0) e p > 0

Figura 9: Par´bola com foco no ponto F =
a
(0, p) e p > 0

ıcio, a
Demonstra¸ao. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exerc´
c˜
demonstra¸ao da segunda parte. A par´bola ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
c˜
a
e
dist(P, F ) = dist(P, r) ,
que neste caso ´
e
(x − p)2 + y 2 = |x + p| ,

Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos (5).

y

r : x = −p

y

r : y = −p

P0

x
F
F

P0

x

F = (p, 0)
P0 = (0, 0)

F = (0, p)
P0 = (0, 0)

a
Figura 10: Par´bola com foco no ponto F =
(p, 0) e p < 0

a
Figura 11: Par´bola com foco no ponto F =
(0, p) e p < 0

Nas Figuras 8, 9, 10 e 11, o ponto P0 ´ o ponto da par´bola mais pr´ximo da reta diretriz
e
a
o
e ´ chamado de v´rtice da par´bola. A par´bola ´ a curva que se obt´m seccionando-se um
e
e
a
a
e
e
cone por um plano paralelo a uma reta geratriz do cone conforme a Figura 7 na p´gina 5.
a
6
1.4

Caracteriza¸˜o das Cˆnicas
ca
o

Vamos mostrar a seguir que todas as cˆnicas n˜o degeneradas, com exce¸ao da circunferˆncia,
o
a
c˜
e
podem ser descritas de uma mesma maneira.
y

e

e

s:x= p
2

s:x= p
2

y

F
(p, 0)

F
(p, 0)

x

Figura 12: Elipse, um de seus focos e a reta
diretriz a direita
`

x

Figura 13: Hip´rbole, um de seus focos e a
e
reta diretriz a direita
`

Proposi¸˜o 1.4. Seja s uma reta fixa (diretriz) e F um ponto fixo (foco) n˜o pertencente a
ca
a
s. O conjunto dos pontos do plano P = (x, y) tais que
dist(P, F ) = e dist(P, s),

(7)

em que e > 0 ´ uma constante fixa, ´ uma cˆnica.
e
e
o
(a) Se e = 1, ent˜o a cˆnica ´ uma par´bola.
a
o
e
a
(b) Se 0 < e < 1, ent˜o a cˆnica ´ uma elipse.
a
o
e
(c) Se e > 1, ent˜o a cˆnica ´ uma hip´rbole.
a
o
e
e
Reciprocamente, toda cˆnica que n˜o seja uma circunferˆncia pode ser descrita por uma equa¸ao
o
a
e
c˜
da forma (7).

Demonstra¸ao. Se e = 1, a equa¸ao (7) ´ a pr´pria defini¸ao da par´bola. Vamos considerar
c˜
c˜
e
o
c˜
a
o caso em que e > 0, com e = 1. Seja d = dist(F, s). Sem perda de generalidade podemos
p
tomar o foco como sendo o ponto F = (p, 0) e a diretriz como sendo a reta vertical s : x = 2 ,
e
2
de2
`
em que p = 1−e2 se a reta s estiver a direita do foco F (Figuras 12 e 13) e p = ede se a reta s
2 −1
estiver a esquerda do foco F (Figuras 14 e 15).
`
Assim o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
dist(P, F ) = e dist(P, s) ,
7
y

e

e

s:x= p
2

s:x= p
2

y

F

F

(p, 0)

(p, 0) x

x

Figura 14: Elipse, um de seus focos e a reta
diretriz a esquerda
`

Figura 15: Hip´rbole, um de seus focos e a
e
reta diretriz a esquerda
`

pode ser descrito como sendo o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que
(x − p)2 + y 2 = e x −

p
,
e2

Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos
(1 − e2 )x2 + y 2 = p2
que pode ainda ser escrito como

x2
p2
e2

+

y2
p2 (1−e2 )
e2

1
−1
e2

= 1.

(8)

Se 0 < e < 1, esta ´ a equa¸ao de uma elipse. Se e > 1, ´ a equa¸ao de uma hip´rbole.
e
c˜
e
c˜
e
Para mostrar a rec´
ıproca, considere uma elipse ou hip´rbole com excentricidade e > 0 e
e
´ a
e
c˜
o
um dos focos em F = (p, 0). E f´cil verificar que (8) ´ a equa¸ao desta cˆnica e portanto (7)
p
tamb´m o ´, com a reta diretriz sendo s : x = 2 .
e
e
e

8
Exerc´
ıcios Num´ricos
e
1.1. Reduzir cada uma das equa¸oes de forma a identificar a cˆnica que ela representa e fa¸a
c˜
o
c
um esbo¸o do seu gr´fico:
c
a
(a) 4x2 + 2y 2 = 1
(c) x2 − 9y 2 = 9
2
(b) x + y = 0
1.2. Escreva as equa¸oes das seguintes elipses:
c˜
(a) Os focos s˜o F1 = (−1, 2) e F2 = (3, 2) e satisfaz dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 6;
a
(b) Os focos s˜o F1 = (−1, −1) e F2 = (1, 1) e satisfaz dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 4;
a
1.3. Escreva as equa¸oes das seguintes hip´rboles:
c˜
e
(a) Os focos s˜o F1 = (3, −1) e F2 = (3, 4) e satisfaz |dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 3;
a

(b) Os focos s˜o F1 = (−1, −1) e F2 = (1, 1) e satisfaz |dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 2;
a
1.4. Escreva as equa¸oes das seguintes par´bolas:
c˜
a
(a) O foco ´ F = (0, 2) e diretriz y = −2;
e

(b) O foco ´ F = (0, 0) e diretriz x + y = 2;
e

Exerc´
ıcios Te´ricos
o
1.5. Mostre que a equa¸ao da elipse com focos nos pontos F1 = (x0 − c, y0 ) e F2 = (x0 + c, y0 )
c˜
e satisfaz
dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 2a, em que a > c
´
e

em que b =

√

(x − x0 )2 (y − y0 )2
+
= 1,
a2
b2
a2 − c 2 .

1.6. Mostre que a equa¸ao da hip´rbole com focos nos pontos F1 = (x0 −c, y0 ) e F2 = (x0 +c, y0 )
c˜
e
e satisfaz
|dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 2a, em que a < c
´
e

em que b =

√

(x − x0 )2 (y − y0 )2
−
= 1,
a2
b2
c2 − a2 .

1.7. Mostre que a equa¸ao da par´bola com foco no ponto F = (x0 + p, y0 ) e reta diretriz
c˜
a
r : x = x0 − p ´
e
(y − y0 )2 = 4p(x − x0 ).
p
1.8. Seja uma elipse ou hip´rbole com um dos focos em F = (p, 0). Definindo a reta r : x = 2 ,
e
e
em que e ´ a excentricidade.
e
9
(a) Mostre que
x2
p2
e2

+

y2
p2 (1−e2 )
e2

=1

´ a equa¸ao desta cˆnica.
e
c˜
o
(b) Mostre que esta cˆnica pode ser descrita pelo conjunto de pontos P = (x, y) tais que
o
dist(P, F ) = e dist(P, r).

10
2

Coordenadas Polares e Equa¸oes Param´tricas
c˜
e
y

P

y
r

θ
O

x

x

Figura 16: Ponto P do plano em coordenadas polares (r, θ) e cartesianas (x, y)
At´ agora vimos usando o chamado sistema de coordenadas cartesianas, em que um
e
ponto do plano ´ localizado em rela¸ao a duas retas fixas perpendiculares entre si. Vamos
e
c˜
definir um outro sistema de coordenadas chamado de sistema de coordenadas polares em
que um ponto do plano ´ localizado em rela¸ao a um ponto e a uma reta que passa por esse
e
c˜
ponto.
Escolhemos um ponto O (usualmente a origem do sistema cartesiano), chamado polo e uma
reta orientada passando pelo polo chamada eixo polar (usualmente tomamos o pr´prio eixo
o
x do sistema cartesiano). No sistema de coordenadas polares um ponto no plano ´ localizado
e
−→

dando-se a distˆncia do ponto ao polo, r = dist(P, O) e o angulo, θ, entre os vetores OP e um
a
ˆ
vetor na dire¸ao e sentido do eixo polar, com a mesma conven¸ao da trigonometria, ou seja,
c˜
c˜
ele ´ positivo se medido no sentido anti-hor´rio a partir do eixo polar e negativo se medido no
e
a
sentido hor´rio a partir do eixo polar. As coordenadas polares de um ponto P do plano s˜o
a
a
escritas na forma (r, θ).
Segue facilmente as rela¸oes entre as coordenadas cartesianas e as coordenadas polares.
c˜

Proposi¸˜o 2.1. Suponha que o polo e o eixo polar do sistema de coordenadas polares coincica
dem com a origem e o eixo x do sistema de coordenadas cartesianas, respectivamente. Ent˜o a
a
transforma¸ao entre os sistemas de coordenadas polares e o de coordenadas cartesianas podem
c˜
ser realizadas pelas equa¸oes
c˜
x = r cos θ e y = r sen θ
x2 + y 2 ,
y
e sen θ =
,
x2 + y 2
r=

cos θ =

x
x2

+

y2

11

se x2 + y 2 = 0.
y

(|r|, θ)

θ+π
θ
x

(r, θ) = (|r|, θ + π)

Figura 17: Para r < 0, (r, θ) = (|r|, θ + π)
Estendemos as coordenadas polares para o caso no qual r ´ negativo da seguinte forma:
e
para r < 0, (r, θ) = (|r|, θ + π).
Assim, (r, θ) e (−r, θ) est˜o na mesma reta que passa pelo polo, a distˆncia |r| do polo, mas
a
`
a
em lados opostos em rela¸ao ao polo.
c˜
3

y

2.5

2

1.5

1

0.5

0

x
−0.5

−1
−1

−0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

Figura 18: Circunferˆncia com equa¸ao em coordenadas polares r − 2 cos θ − 2 sen θ = 0
e
c˜
Exemplo 2.1. Vamos determinar a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia cuja
c˜
e
equa¸ao em coordenadas retangulares ´
c˜
e
(x − 1)2 + (y − 1)2 = 2
ou simplificando
x2 + y 2 − 2x − 2y = 0.
12
Substituindo-se x por r cos θ e y por r sen θ obtemos
r2 − 2r cos θ − 2r sen θ = 0.
Dividindo-se por r ficamos com
r − 2 cos θ − 2 sen θ = 0.
y
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0

x
−0.2
−0.4
−0.6
−0.8
−1

−1

−0.5

0

0.5

Figura 19: Par´bola com equa¸ao em coordenadas polares r =
a
c˜

1
1 − cos θ

c˜
e
Exemplo 2.2. Vamos determinar a equa¸ao em coordenadas retangulares do lugar geom´trico
cuja equa¸ao em coordenadas polares ´
c˜
e
r=
Substituindo-se r por

x2 + y 2 e cos θ por

1
.
1 − cos θ
x
x2 + y 2

x2 + y 2 =

1
1− √

obtemos

x
x2 +y 2

ou simplificando
x2 + y 2 − x = 1.

Somando-se x a ambos os membros obtemos

x2 + y 2 = 1 + x.
Elevando-se ao quadrado obtemos
x2 + y 2 = (1 + x)2 .
Simplificando-se obtemos ainda
y 2 = 1 + 2x = 2(x + 1/2),
que ´ uma par´bola com foco na origem F = (0, 0) e reta diretriz x = −1 (verifique!).
e
a
13
2.1

Cˆnicas em Coordenadas Polares
o

A equa¸ao polar de uma cˆnica, que n˜o ´ uma circunferˆncia, assume uma forma simples
c˜
o
a e
e
quando um foco F est´ no polo e a reta diretriz s ´ paralela ou perpendicular ao eixo polar.
a
e
Seja d = dist(F, s). Para deduzir a equa¸ao polar das cˆnicas vamos usar a caracteriza¸ao dada
c˜
o
c˜
na Proposi¸ao 1.4 na p´gina 7, ou seja, que uma cˆnica ´ o lugar geom´trico dos pontos P que
c˜
a
o
e
e
satisfazem
dist(P, F ) = e dist(P, s)
Como o foco F est´ no polo, temos que dist(P, F ) = r, em que (r, θ) s˜o as coordenadas polares
a
a
de P .
(a) Se a reta diretriz, s, ´ perpendicular ao eixo polar.
e
(i) Se a reta s est´ a direita do polo, obtemos que dist(P, r) = d − r cos θ. Assim a
a `
equa¸ao da cˆnica fica sendo
c˜
o
r = e(d − r cos θ).
Isolando r obtemos
r=

de
.
1 + e cos θ

(ii) Se a reta s est´ a esquerda do polo, obtemos que dist(P, s) = d + r cos θ. Assim a
a`
equa¸ao da cˆnica fica sendo
c˜
o
r = e(d + r cos θ).
Isolando r obtemos
r=

de
.
1 − e cos θ

(b) Se a reta diretriz, s, ´ paralela ao eixo polar.
e
(i) Se a reta s est´ acima do polo, obtemos que dist(P, r) = d−r sen θ. Assim a equa¸ao
a
c˜
da cˆnica fica sendo
o
r = e(d − r sen θ).
Isolando r obtemos
r=

de
.
1 + e sen θ

(ii) Se a reta s est´ abaixo do polo, obtemos que dist(P, r) = d+r sen θ. Assim a equa¸ao
a
c˜
da cˆnica fica sendo
o
r = e(d + r sen θ).
Isolando r obtemos
r=
Isto prova o seguinte resultado

14

de
.
1 − e sen θ
Proposi¸˜o 2.2. Considere uma cˆnica com excentricidade e > 0 (que n˜o ´ uma circunca
o
a e
ferˆncia), que tem um foco F no polo e a reta diretriz s ´ paralela ou perpendicular ou eixo
e
e
polar, com d = dist(s, F ).
(a) Se a reta diretriz correspondente a F ´ perpendicular ao eixo polar e est´ ` direita do
e
aa
polo, ent˜o a equa¸ao polar da cˆnica ´
a
c˜
o
e
r=

de
1 + e cos θ

e se est´ ` esquerda do polo, ent˜o a equa¸ao polar da cˆnica ´
aa
a
c˜
o
e
r=

de
1 − e cos θ

(b) Se a reta diretriz correspondente a F ´ paralela ao eixo polar e est´ acima do polo, ent˜o
e
a
a
a equa¸ao polar da cˆnica ´
c˜
o
e
de
r=
1 + e sen θ
e se est´ abaixo do polo, ent˜o a equa¸ao polar da cˆnica ´
a
a
c˜
o
e
r=

y

de
1 − e sen θ

s

y

s
P

P

|r|

r

=

−r

θ
θ

x

x

o
Figura 20: Parte de uma cˆnica com foco
no polo e reta diretriz perpendicular ao eixo
polar a direita
`

Figura 21: Hip´rbole com foco no polo e reta
e
diretriz perpendicular ao eixo polar a direita
`

15
y

s

y

s

P
r
θ

θ

x
=
|r|

x

−r

P

Figura 22: Parte de uma cˆnica com foco
o
no polo e reta diretriz perpendicular ao eixo
polar a esquerda
`

Figura 23: Hip´rbole com foco no polo e reta
e
diretriz perpendicular ao eixo polar a esquer`
da

y

y
P

=

−r

s

|r|

P
r

θ

x
s

θ

x

o
Figura 24: Parte de uma cˆnica com foco
no polo e reta diretriz paralela ao eixo polar
acima

Figura 25: Hip´rbole com foco no polo e reta
e
diretriz paralela ao eixo polar acima

16
y

y

θ

x
θ

=

r

−r

s
|r|

x

P

s
P

Figura 26: Parte de uma cˆnica com foco
o
no polo e reta diretriz paralela ao eixo polar
abaixo

Figura 27: Hip´rbole com foco no polo e reta
e
diretriz paralela ao eixo polar abaixo

o
c˜
e
Exemplo 2.3. Vamos identificar a cˆnica cuja equa¸ao em coordenadas polares ´
r=

4
.
2 + cos θ

Dividindo-se o numerador e o denominador do segundo membro da equa¸ao por 2 obtemos
c˜
r=

2
,
1 + cos θ
1
2

que ´ a equa¸ao em coordenadas polares de uma elipse com excentricidade igual a 1/2, um
e
c˜
dos focos no polo, reta diretriz x = 4 (coordenadas cartesianas) ou r cos θ = 4 (coordenadas
polares). Vamos encontrar as coordenadas polares dos v´rtices. Para isso, fazemos θ = 0 e
e
θ = π na equa¸ao polar da elipse obtendo r = 4/3 e r = 4, respectivamente.
c˜

2.2

Circunferˆncia em Coordenadas Polares
e

A forma mais simples da equa¸ao de uma circunferˆncia em coordenadas polares ocorre quando
c˜
e
seu centro est´ no polo. Neste caso a equa¸ao ´ simplesmente r = a, em que a ´ o raio da
a
c˜ e
e
circunferˆncia. Al´m deste caso, a equa¸ao polar de uma circunferˆncia assume uma forma
e
e
c˜
e
simples quando ela passa pelo polo e o seu centro est´ no eixo polar ou na reta perpendicular
a
ao eixo polar que passa pelo polo.
(a) Se o centro est´ no eixo polar.
a
(i) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, 0). Se P ´ um
e
e
e
ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o
e
a
−→

−→

−→

−→

−→

−→

−→

a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC
= r2 + a2 − 2ra cos θ.
17
y

y
P

P

r

r

θ

θ
C

C

x

Figura 28: Circunferˆncia que passa pelo poe
lo com centro no eixo polar a direita
`

x

Figura 29: Circunferˆncia que passa pelo poe
lo com centro no eixo polar a esquerda
`

Assim,
r2 = 2ra cos θ
ou
r(r − 2a cos θ) = 0

Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´
c˜
e
e
r = 2a cos θ.
(ii) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, π). Se P ´ um
e
e
e
ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o
e
a
−→

−→

−→

−→

−→

−→

−→

a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC
= r2 + a2 − 2ra cos(π − θ).
Assim,
r2 = −2ra cos θ

ou

r(r + 2a cos θ) = 0
Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´
c˜
e
e
r = −2a cos θ.
(b) Se o centro est´ na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo.
a
(i) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, π/2). Se P ´ um
e
e
e
ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o
e
a
−→

−→

−→

−→

−→

−→

−→

a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC
= r2 + a2 − 2ra cos(π/2 − θ).
18
y

y
θ

x
P

r
C

C
r

P
θ

x

Figura 31: Circunferˆncia que passa pelo poe
lo com centro abaixo do polo na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo

Figura 30: Circunferˆncia que passa pelo poe
lo com centro acima do polo na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo
Assim,

r2 = 2ra sen θ
ou
r(r − 2a sen θ) = 0
Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´
c˜
e
e
r = 2a sen θ.
(ii) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, −π/2). Se P ´ um
e
e
e
ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o
e
a
−→

−→

−→

−→

−→

−→

−→

a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC
= r2 + a2 − 2ra cos(−π/2 − θ).
Assim,
r2 = −2ra sen θ
ou
r(r + 2a sen θ) = 0
Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´
c˜
e
e
r = −2a sen θ.

19
Proposi¸˜o 2.3. Considere uma circunferˆncia de raio a que passa pelo polo cujo centro est´
ca
e
a
no eixo polar ou na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo.
(a) Se o centro est´ no eixo polar e ` direita do polo, ent˜o a equa¸ao polar da circunferˆncia
a
a
a
c˜
e
´ dada por
e
r = 2a cos θ
e se o centro est´ ` esquerda do polo, ent˜o a equa¸ao polar da circunferˆncia ´ dada
aa
a
c˜
e
e
por
r = −2a cos θ.
(b) Se o centro est´ na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo e acima do polo,
a
ent˜o a equa¸ao polar ´ dada por
a
c˜
e
r = 2a sen θ,
e se est´ abaixo do polo, ent˜o a equa¸ao polar da circunferˆncia ´ dada por
a
a
c˜
e
e
r = −2a sen θ.

Exemplo 2.4. Uma circunferˆncia cuja equa¸ao em coordenadas polares ´
e
c˜
e
r = −3 cos θ
passa pelo polo, tem raio igual a 3/2 e as coordenadas polares do seu centro s˜o (3/2, π).
a

2.3

Equa¸oes Param´tricas
c˜
e

Seja
F (x, y) = 0

(9)

a equa¸ao de uma curva plana C em coordenadas retangulares. Sejam x e y fun¸oes de uma
c˜
c˜
terceira vari´vel t em um subconjunto, I, do conjunto dos n´meros reais, R, ou seja,
a
u
x = f (t) e y = g(t),

para todo t ∈ I.

(10)

Se para qualquer valor da vari´vel t no conjunto I, os valores de x e y determinados pelas
a
equa¸oes (10) satisfazem (9), ent˜o as equa¸oes (10) s˜o chamadas equa¸oes param´tricas da
c˜
a
c˜
a
c˜
e
curva C e a vari´vel independente t ´ chamada parˆmetro. Dizemos tamb´m que as equa¸oes
a
e
a
e
c˜
(10) formam uma representa¸˜o param´trica da curva C. A representa¸ao param´trica de
ca
e
c˜
e
curvas tem um papel importante no tra¸ado de curvas pelo computador.
c
Exemplo 2.5. Seja a um n´mero real positivo fixo. A circunferˆncia de equa¸ao
u
e
c˜
x2 + y 2 = a 2

(11)

pode ser representada parametricamente pelas equa¸oes
c˜
x = a cos t e y = a sen t,
20

para todo t ∈ [0, 2π].

(12)
Pois elevando ao quadrado cada uma das equa¸oes (12) e somando os resultados obtemos
c˜
x2 + y 2 = a2 cos2 t + a2 sen2 t = a2 .
e
A circunferˆncia definida por (11) pode tamb´m ser representada parametricamente por
e
√
x = t e y = a2 − t2 , para todo t ∈ [0, a2 ].
(13)
ou por

√
x = t e y = − a2 − t 2 ,

para todo t ∈ [0, a2 ].

(14)

Apenas que com (13) obtemos somente a parte de cima da circunferˆncia e com (14) obtemos
e
somente a parte de baixo.

y

y

(a cos t, a sen t)

(cos t, sen t)
(b cos t, b sen t)
t

t

x

(a cos t, b sen t)

x

e
Figura 32: Circunferˆncia parametrizada

Figura 33: Elipse parametrizada

Exemplo 2.6. A elipse de equa¸ao
c˜

x2 y 2
+ 2 =1
a2
b
pode ser representada parametricamente pelas equa¸oes
c˜
x = a cos t e y = b sen t,

para todo t ∈ [0, 2π].

(15)

(16)

Pois elevando ao quadrado e dividindo por a2 a primeira equa¸ao em (16), elevando ao quadrado
c˜
2
e dividindo por b a segunda equa¸ao em (16) e somando os resultados obtemos
c˜
x2 y 2
+ 2 = cos2 t + sen2 t = 1.
a2
b

21
Exemplo 2.7. A hip´rbole de equa¸ao
e
c˜
x2 y 2
− 2 =1
a2
b

(17)

pode ser representada parametricamente pelas equa¸oes
c˜
x = a sec t e y = b tan t,

para todo t ∈ [0, 2π], t = π/2, 3π/2.

(18)

Pois elevando ao quadrado e dividindo por a2 a primeira equa¸ao em (18), elevando ao quadrado
c˜
e dividindo por b2 a segunda equa¸ao em (18) e subtraindo os resultados obtemos
c˜
x2 y 2
− 2 = sec2 t − tan2 t = 1.
a2
b
Vamos apresentar uma outra representa¸ao param´trica da hip´rbole. Para isso vamos
c˜
e
e
definir duas fun¸oes
c˜
et + e−t
et − e−t
f1 (t) =
e f2 (t) =
.
(19)
2
2
e
A hip´rbole definida por (17) pode, tamb´m, ser representada parametricamente por
e
x = af1 (t) e y = bf2 (t),

para todo t ∈ R.

(20)

Pois elevando ao quadrado e dividindo por a2 a primeira equa¸ao em (20), elevando ao quadrado
c˜
2
e dividindo por b a segunda equa¸ao em (20) e subtraindo os resultados obtemos
c˜
1 2t
x2 y 2
1 2t
− 2 = (f1 (t))2 − (f2 (t))2 =
e + 2 + e−2t −
e − 2 + e−2t = 1.
2
a
b
4
4

y

(21)

y

(0, 1/2)
(0, 1)

x
(0, 1/2)
(0, −1/2)

x

Figura 34: Cosseno hiperb´lico
o

Figura 35: Seno hiperb´lico
o

As fun¸oes f1 (t) e f2 (t) definidas por (19) recebem o nome de cosseno hiperb´lico e seno
c˜
o
hiperb´lico, respectivamente e s˜o denotadas por cosh t e senh t. De (21) segue a seguinte
o
a
rela¸ao fundamental entre o cosseno e o seno hiperb´licos
c˜
o
cosh2 t − senh2 t = 1.
22

(22)
e a representa¸ao param´trica (20) pode ser escrita como
c˜
e
x = a cosh t e y = b senh t,

para todo t ∈ R.

Tamb´m
e
x = −a cosh t e y = b senh t,

para todo t ∈ R.

(23)

´ uma representa¸ao param´trica da hip´rbole (17). Apenas que com (20) obtemos somente o
e
c˜
e
e
ramo direito da hip´rbole e com (23), somente o ramo esquerdo.
e

y

y

(a cos t, a sen t)
(b, b tan t)

(a sec t, b tan t)

(−a cosh t, b senh t)

(a cosh t, b senh t)

t

x

x

Figura 36: Hip´rbole parametrizada usando
e
secante e tangente

Figura 37: Hip´rbole parametrizada usando
e
as fun¸oes hiperb´licas
c˜
o

c˜
c˜
Exemplo 2.8. Vamos mostrar que a parametriza¸ao de uma curva em rela¸ao a qual sabemos
sua equa¸ao em coordenadas polares r = f (θ) pode ser feita da seguinte forma
c˜
x = f (t) cos t e y = f (t) sen t.

(24)

A equa¸ao da curva em coordenadas cartesianas ´
c˜
e

ou

x2 + y 2 = f (θ(x, y)),
se f (θ(x, y)) ≥ 0
2 + y 2 = f (θ(x, y)), se f (θ(x, y)) < 0.
− x
x2 + y 2 = |f (θ(x, y))|.

(25)

Para a parametriza¸ao (24) temos que
c˜
x2 + y 2 − |f (θ(x, y))| =

(f (t))2 cos2 t + (f (t))2 sen2 t − |f (t)| = 0.

e
c˜
O que mostra que (24) ´ uma parametriza¸ao para (25) e portanto para r = f (θ). Por exemplo,
x=

e cos t
1 + e cos t

e y=

e sen t
1 + e cos t

´ uma parametriza¸ao de uma cˆnica com excentricidade e > 0, reta diretriz localizada a direita
e
c˜
o
`
a uma distˆncia igual a 1 e um dos focos na origem.
a
23
y

y
e cos t
e sen t
( 1+e cos t , 1+e cos t )

e cos t
e sen t
( 1+e cos t , 1+e cos t )

t

t

x

x

Figura 38: Elipse com foco na origem parametrizada usando a sua f´rmula em coordeo
nadas polares

Figura 39: Hip´rbole com foco na origem pae
rametrizada usando a sua f´rmula em cooro
denadas polares

24
Exerc´
ıcios Num´ricos
e
2.1. Transformar a equa¸ao em coordenadas retangulares em uma equa¸ao em coordenadas
c˜
c˜
polares:
(a) x2 + y 2 = 4
(c) x2 + y 2 − 2y = 0
(b) x2 − y 2 = 4
(d) x2 − 4y − 4 = 0
2.2. Transformar a equa¸ao em coordenadas polares em uma equa¸ao em coordenadas retanc˜
c˜
gulares:
2
(c) r = 9 cos θ
(a) r =
3
1 − 3 cos θ
(d) r =
(b) r = 4 sen θ
2 + sen θ
2.3. Identificar a cˆnica cuja equa¸ao em coordenadas polares ´ dada. Determine a excentricio
c˜
e
dade, a equa¸ao da diretriz, a distˆncia da diretriz ao foco e as coordenadas polares do(s)
c˜
a
v´rtice(s):
e
5
3
(a) r =
(c) r =
2 − 2 cos θ
2 + 4 cos θ
4
6
(d) r =
(b) r =
2 − 3 cos θ
3 + sen θ

2.4. Determine o raio e e as coordenadas polares do centro da circunferˆncia cuja equa¸ao em
e
c˜
coordenadas polares ´ dada:
e
(c) r = 3 cos θ
(a) r = 4 cos θ
2
(d) r = − 4 sen θ
(b) r = −3 sen θ
3
2.5. A equa¸ao da trajet´ria de uma part´
c˜
o
ıcula lan¸ada do ponto P0 = (0, 0), com velocidade
c
v0 , fazendo um angulo α com o eixo x e sujeita apenas a a¸ao da acelera¸ao da gravidade
ˆ
c˜
c˜
g ´ dada por
e
g
x2 .
y = (tan α)x − 2
2v0 cos2 α
Mostre que

g
x = (v0 cos α)t e y = (v0 sen α)t − t2
2
s˜o equa¸oes param´tricas da trajet´ria da part´
a
c˜
e
o
ıcula.

Exerc´
ıcios Te´ricos
o
2.6. Se o centro de uma circunferˆncia que passa pelo polo ´ (a, α), mostre que sua equa¸ao
e
e
c˜
em coordenadas polares ´
e
r = 2a cos(θ − α).
de
representa uma par´bola, determine as coordenadas
a
1 − e cos θ
polares do seu v´rtice e a equa¸ao em coordenadas polares da reta diretriz.
e
c˜

2.7. Se a cˆnica de equa¸ao r =
o
c˜

2.8. Se a cˆnica de equa¸ao r =
o
c˜
do seu eixo menor ´ √
e

de
representa uma elipse, mostre que o comprimento
1 + e cos θ

2de
.
1 − e2

25
2.9. Mostre que a equa¸ao em coordenadas polares de uma elipse com um dos focos no polo,
c˜
que tem eixo maior igual a 2a e excentricidade e ´
e
r=

a(1 − e2 )
.
1 − e cos θ

Referˆncias
e
´
[1] Howard Anton and Chris Rorres. Algebra Linear com Aplica¸oes. Bookman, S˜o Paulo, 8a.
c˜
a
edition, 2000.
[2] Paulo Boulos and Ivan de C. e Oliveira. Geometria Anal´
ıtica - um tratamento vetorial. Mc
Graw-Hill, S˜o Paulo, 2a. edition, 1987.
a
[3] Charles H. Lehmann. Geometria Anal´
ıtica. Editora Globo, Porto Alegre, 1974.
[4] Louis Leithold. C´lculo com geometria anal´
a
ıtica, Vol. 2. Ed. Harbra Ltda., S˜o Paulo, 3a.
a
edition, 1994.
[5] Reginaldo J. Santos. Matrizes Vetores e Geometria Anal´
ıtica. Imprensa Universit´ria da
a
UFMG, Belo Horizonte, 2001.
[6] James Stewart. C´lculo, Vol. 2. Pioneira, S˜o Paulo, 4a. edition, 2001.
a
a
[7] Israel Vainsecher. Notas de Geometria Anal´
ıtica Elementar. Departamento de Matem´ticaa
UFPe, Recife, 2001.

26

Contenu connexe

Tendances

Geometria analítica cônicas
Geometria analítica cônicasGeometria analítica cônicas
Geometria analítica cônicasEverton Moraes
 
Seções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - HipérboleGabriel Resende
 
Mat geometria analitica 002
Mat geometria analitica   002Mat geometria analitica   002
Mat geometria analitica 002trigono_metrico
 
Apost2 exresolvidos retas-planos
Apost2 exresolvidos retas-planosApost2 exresolvidos retas-planos
Apost2 exresolvidos retas-planoscon_seguir
 
Geometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidoscon_seguir
 
Gabgacircunferencias2013
Gabgacircunferencias2013Gabgacircunferencias2013
Gabgacircunferencias2013Clara Rodrigues
 
Mat geometria analitica 001
Mat geometria analitica   001Mat geometria analitica   001
Mat geometria analitica 001trigono_metrico
 
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabaritoJosé Willians
 
Trabalho de geometria analítica - SUPERIOR
Trabalho de geometria analítica - SUPERIORTrabalho de geometria analítica - SUPERIOR
Trabalho de geometria analítica - SUPERIORPamella Rayely
 
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo IluminadosTarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo IluminadosRFBH2910
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09Andrei Bastos
 

Tendances (19)

Geometria analítica cônicas
Geometria analítica cônicasGeometria analítica cônicas
Geometria analítica cônicas
 
Seções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - Hipérbole
 
Parábola
ParábolaParábola
Parábola
 
Mat geometria analitica 002
Mat geometria analitica   002Mat geometria analitica   002
Mat geometria analitica 002
 
Apost2 exresolvidos retas-planos
Apost2 exresolvidos retas-planosApost2 exresolvidos retas-planos
Apost2 exresolvidos retas-planos
 
Geometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidosGeometria analitica exercicios resolvidos
Geometria analitica exercicios resolvidos
 
Geometria analitica
Geometria analiticaGeometria analitica
Geometria analitica
 
1listamata01
1listamata011listamata01
1listamata01
 
Gabgacircunferencias2013
Gabgacircunferencias2013Gabgacircunferencias2013
Gabgacircunferencias2013
 
Mat geometria analitica 001
Mat geometria analitica   001Mat geometria analitica   001
Mat geometria analitica 001
 
Ga retas
Ga retasGa retas
Ga retas
 
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
554 exercicios geometria_analitica_conicas_gabarito
 
Trabalho de geometria analítica - SUPERIOR
Trabalho de geometria analítica - SUPERIORTrabalho de geometria analítica - SUPERIOR
Trabalho de geometria analítica - SUPERIOR
 
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo IluminadosTarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
Tarefa Semana 3 E 4 Grupo Iluminados
 
Sc parabola
Sc parabolaSc parabola
Sc parabola
 
Cursocalc1ead
Cursocalc1eadCursocalc1ead
Cursocalc1ead
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 09
 
Geometria anatica retas exercicios by gledson
Geometria anatica retas exercicios by gledsonGeometria anatica retas exercicios by gledson
Geometria anatica retas exercicios by gledson
 
Ponto reta
Ponto retaPonto reta
Ponto reta
 

En vedette

Trabajo ExpoxicióN
Trabajo ExpoxicióNTrabajo ExpoxicióN
Trabajo ExpoxicióNNoelia
 
ตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศ
ตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศ
ตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศlibrarynkc
 
2011 01-15 明仙-階段養生
2011 01-15 明仙-階段養生2011 01-15 明仙-階段養生
2011 01-15 明仙-階段養生yangmarissa
 
Els racons a l’escola
Els racons a l’escolaEls racons a l’escola
Els racons a l’escolagrantomasin
 
rdfapi.js and js3.js by webr3
rdfapi.js and js3.js by webr3rdfapi.js and js3.js by webr3
rdfapi.js and js3.js by webr3ykskm
 
2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories
2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories
2011.1.19 chunghaw telecom_laboratoriessankaimatsu
 
Folder thermal bassa ok copy
Folder thermal bassa ok   copyFolder thermal bassa ok   copy
Folder thermal bassa ok copyjoselmartinez
 
Be804 baj lecture6
Be804 baj lecture6Be804 baj lecture6
Be804 baj lecture6suuri88
 
[Company]대우증권 2008 01-03
[Company]대우증권 2008 01-03[Company]대우증권 2008 01-03
[Company]대우증권 2008 01-03Stephene Choi
 
Pemanfaatan barang bekas dalam matematika
Pemanfaatan barang bekas dalam matematikaPemanfaatan barang bekas dalam matematika
Pemanfaatan barang bekas dalam matematikafsnuri
 
Gerencia de proyectos de tecnología educativa
Gerencia de proyectos de tecnología educativaGerencia de proyectos de tecnología educativa
Gerencia de proyectos de tecnología educativaANCIZAR8
 
Oferta reklamowa Finansosfera.pl
Oferta reklamowa Finansosfera.plOferta reklamowa Finansosfera.pl
Oferta reklamowa Finansosfera.plfinansosfera
 
Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011
Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011
Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011Nachman Shelef
 
Nitrat,nitrit todorhoiloh
Nitrat,nitrit todorhoilohNitrat,nitrit todorhoiloh
Nitrat,nitrit todorhoilohBor Baska
 
Ranjau Hukum di Social Media
Ranjau Hukum di Social MediaRanjau Hukum di Social Media
Ranjau Hukum di Social MediaAri Juliano Gema
 

En vedette (20)

ισλανδια
ισλανδιαισλανδια
ισλανδια
 
Trabajo ExpoxicióN
Trabajo ExpoxicióNTrabajo ExpoxicióN
Trabajo ExpoxicióN
 
Van nerd tot runner (Barcamp VRT 2011)
Van nerd tot runner (Barcamp VRT 2011) Van nerd tot runner (Barcamp VRT 2011)
Van nerd tot runner (Barcamp VRT 2011)
 
ตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศ
ตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศ
ตารางวันเวลาเรียนการสืบค้นสารสนเทศ
 
2011 01-15 明仙-階段養生
2011 01-15 明仙-階段養生2011 01-15 明仙-階段養生
2011 01-15 明仙-階段養生
 
Els racons a l’escola
Els racons a l’escolaEls racons a l’escola
Els racons a l’escola
 
rdfapi.js and js3.js by webr3
rdfapi.js and js3.js by webr3rdfapi.js and js3.js by webr3
rdfapi.js and js3.js by webr3
 
Useful expressions5°
Useful expressions5°Useful expressions5°
Useful expressions5°
 
Bab 4
Bab 4Bab 4
Bab 4
 
InterContinental berchtesgaden the view
InterContinental berchtesgaden the viewInterContinental berchtesgaden the view
InterContinental berchtesgaden the view
 
2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories
2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories
2011.1.19 chunghaw telecom_laboratories
 
Folder thermal bassa ok copy
Folder thermal bassa ok   copyFolder thermal bassa ok   copy
Folder thermal bassa ok copy
 
Be804 baj lecture6
Be804 baj lecture6Be804 baj lecture6
Be804 baj lecture6
 
[Company]대우증권 2008 01-03
[Company]대우증권 2008 01-03[Company]대우증권 2008 01-03
[Company]대우증권 2008 01-03
 
Pemanfaatan barang bekas dalam matematika
Pemanfaatan barang bekas dalam matematikaPemanfaatan barang bekas dalam matematika
Pemanfaatan barang bekas dalam matematika
 
Gerencia de proyectos de tecnología educativa
Gerencia de proyectos de tecnología educativaGerencia de proyectos de tecnología educativa
Gerencia de proyectos de tecnología educativa
 
Oferta reklamowa Finansosfera.pl
Oferta reklamowa Finansosfera.plOferta reklamowa Finansosfera.pl
Oferta reklamowa Finansosfera.pl
 
Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011
Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011
Bat-Yam North Vatikim ch3 Mixed Use and Populations 18Jan2011
 
Nitrat,nitrit todorhoiloh
Nitrat,nitrit todorhoilohNitrat,nitrit todorhoiloh
Nitrat,nitrit todorhoiloh
 
Ranjau Hukum di Social Media
Ranjau Hukum di Social MediaRanjau Hukum di Social Media
Ranjau Hukum di Social Media
 

Similaire à Cónicas: Elipses, hipérboles e parábolas

Sessão de cônicas 17122016
Sessão de cônicas 17122016Sessão de cônicas 17122016
Sessão de cônicas 17122016Antonio Carneiro
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  08GEOMETRIA ANALÍTICA cap  08
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08Andrei Bastos
 
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Delerre
 
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Delerre
 
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Delerre
 
Geometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retaGeometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retacon_seguir
 
Matemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da retaMatemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da retaDanielle Siqueira
 
Hiperbole exercicios
Hiperbole exerciciosHiperbole exercicios
Hiperbole exerciciosPeurry Meyson
 
Geometria Analítica I
Geometria Analítica IGeometria Analítica I
Geometria Analítica IEverton Moraes
 

Similaire à Cónicas: Elipses, hipérboles e parábolas (20)

Sessões Cônicas
 Sessões Cônicas Sessões Cônicas
Sessões Cônicas
 
Sessão de cônicas 17122016
Sessão de cônicas 17122016Sessão de cônicas 17122016
Sessão de cônicas 17122016
 
Elipse
ElipseElipse
Elipse
 
Exc trigon
Exc trigonExc trigon
Exc trigon
 
Resumo conicas
Resumo conicasResumo conicas
Resumo conicas
 
Elipse
ElipseElipse
Elipse
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  08GEOMETRIA ANALÍTICA cap  08
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 08
 
Resumex cônicas
Resumex   cônicasResumex   cônicas
Resumex cônicas
 
Superfícies quadricas revisão
Superfícies quadricas   revisãoSuperfícies quadricas   revisão
Superfícies quadricas revisão
 
Aula elipse
Aula elipseAula elipse
Aula elipse
 
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
 
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
 
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
Trabalhando cônicas com a o geogebra (professor edson delerre)
 
Mat conicas elipses
Mat conicas elipsesMat conicas elipses
Mat conicas elipses
 
Geometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da retaGeometria analitica equacao da reta
Geometria analitica equacao da reta
 
Matemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da retaMatemática - Estudo da reta
Matemática - Estudo da reta
 
Hiperbole exercicios
Hiperbole exerciciosHiperbole exercicios
Hiperbole exercicios
 
Apostila de cálculo 3
Apostila de cálculo 3Apostila de cálculo 3
Apostila de cálculo 3
 
Geometria analítica conicas BY GLEDSON
Geometria analítica conicas BY GLEDSONGeometria analítica conicas BY GLEDSON
Geometria analítica conicas BY GLEDSON
 
Geometria Analítica I
Geometria Analítica IGeometria Analítica I
Geometria Analítica I
 

Dernier

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Dernier (20)

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 

Cónicas: Elipses, hipérboles e parábolas

  • 1. Se¸oes Cˆnicas c˜ o Reginaldo J. Santos Departamento de Matem´tica-ICEx a Universidade Federal de Minas Gerais http://www.mat.ufmg.br/~regi regi@mat.ufmg.br 11 de dezembro de 2001 Estudaremos as (se¸oes) cˆnicas, curvas planas que s˜o obtidas da interse¸ao de um cone c˜ o a c˜ circular com um plano. Vamos estudar a elipse, a hip´rbole e a par´bola, que s˜o chamadas e a a de cˆnicas n˜o degeneradas. Vamos defini-las em termos de lugares geom´tricos. As outras o a e cˆnicas, que incluem um unico ponto, um par de retas, s˜o chamadas cˆnicas degeneradas. o ´ a o 1 1.1 Cˆnicas N˜o Degeneradas o a Elipse Defini¸˜o 1.1. Uma elipse ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) do plano tais que a soma das ca e distˆncias de P a dois pontos fixos F1 e F2 (focos) ´ constante, ou seja, se dist(F1 , F2 ) = 2c, a e ent˜o a elipse ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que a e dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 2a, Proposi¸˜o 1.1. ca em que b = em que a > c. (a) A equa¸ao de uma elipse cujos focos s˜o F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) ´ c˜ a e √ x2 y 2 + 2 = 1, a2 b (1) a2 − c 2 . (b) A equa¸ao de uma elipse cujos focos s˜o F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) ´ c˜ a e em que b = √ x2 y 2 + 2 = 1, b2 a a2 − c 2 . 1 (2)
  • 2. y y A2 F2 B2 A1 B1 A2 F1 F2 B2 x x B1 A1 = (−a, 0) B1 = (−b, 0) F1 = (−c, 0) A2 = (a, 0) B2 = (b, 0) F2 = (c, 0) A1 = (0, −a) B1 = (−b, 0) F1 = (0, −c) Figura 1: Elipse com focos nos pontos F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) F1 A1 A2 = (0, a) B2 = (b, 0) F2 = (0, c) Figura 2: Elipse com focos nos pontos F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) Demonstra¸ao. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exerc´ c˜ ıcio, a demonstra¸ao da segunda parte. A elipse ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que c˜ e dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 2a , ou seja, que neste caso ´ e −→ −→ || P F1 || + || P F1 || = 2a, (x + c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2 = 2a ou (x + c)2 + y 2 = 2a − Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos (x − c)2 + y 2 . a (x − c)2 + y 2 = a2 − cx . Elevando novamente ao quadrado e simplificando, obtemos (a2 − c2 )x2 + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 ) √ Como a > c, ent˜o a2 − c2 > 0. Assim, podemos definir b = a2 − c2 e dividir e equa¸ao acima a c˜ por a2 b2 = a2 (a2 − c2 ), obtendo (1). Nas Figuras 1 e 2, os pontos A1 e A2 s˜o chamados v´rtices da elipse. Os segmentos A1 A2 a e e B1 B2 s˜o chamados eixos da elipse. A reta que passa pelos focos ´ chamada eixo focal. a e c A excentricidade da elipse ´ o n´mero e = . Como, c < a, a excentricidade de uma elipse ´ e u e a um n´mero real n˜o negativo menor que 1. Observe que se F1 = F2 , ent˜o a elipse reduz-se a u a a ` circunferˆncia de raio a. Al´m disso, como c = 0, ent˜o e = 0. Assim, uma circunferˆncia ´ e e a e e uma elipse de excentricidade nula. A elipse ´ a curva que se obt´m seccionando-se um cone com um plano que n˜o passa pelo e e a v´rtice, n˜o ´ paralelo a uma reta geratriz (reta que gira em torno do eixo do cone de forma e a e a ger´-lo) e que corta apenas uma das folhas da superf´ a ıcie. 2
  • 3. Figura 3: Elipse obtida seccionando-se um cone com um plano 1.2 Figura 4: Hip´rbole obtida seccionando-se e um cone com um plano Hip´rbole e Defini¸˜o 1.2. Uma hip´rbole ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) do plano tais que o m´dulo ca e e o da diferen¸a entre as distˆncias de P a dois pontos fixos F1 e F2 (focos) ´ constante, ou seja, c a e se dist(F1 , F2 ) = 2c, ent˜o a hip´rbole ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que a e e |dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 2a, Proposi¸˜o 1.2. ca ´ e em que a < c. (a) A equa¸ao de uma hip´rbole cujos focos s˜o F 1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) c˜ e a x2 y 2 − 2 =1 a2 b e das ass´ ıntotas (retas para onde a curva se aproxima, quando x → ±∞), em que b = √ (3) b y = ± x, a c2 − a2 . (b) A equa¸ao de uma hip´rbole cujos focos s˜o F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) ´ c˜ e a e y 2 x2 − 2 =1 a2 b e das ass´ ıntotas (retas para onde a curva se aproxima, quando x → ±∞), a x = ± y, b √ em que b = c2 − a2 . 3 (4)
  • 4. y b y = −ax y b y = ax y = −ax b y = ax b F2 A2 A1 F1 A2 F2 x x A1 F1 A1 = (−a, 0) A2 = (a, 0) F1 = (−c, 0) F2 = (c, 0) A1 = (0, −a) F1 = (0, −c) Figura 5: Hip´rbole com focos nos pontos e F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) A2 = (0, a) F2 = (0, c) Figura 6: Hip´rbole com focos nos pontos e F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) ıcio, a Demonstra¸ao. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exerc´ c˜ demonstra¸ao da segunda parte. A hip´rbole ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que c˜ e e dist(P, F1 ) − dist(P, F2 ) = ±2a , ou seja, que neste caso ´ e ou −→ −→ || P F1 || − || P F2 || = ±2a, (x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 = ±2a (x + c)2 + y 2 = ±2a + Elevando ao quadrado e simplificando, temos ±a (x − c)2 + y 2 . (x − c)2 + y 2 = a2 − cx . Elevando novamente ao quadrado e simplificando, temos (a2 − c2 )x2 + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 ) √ Como a < c, ent˜o c2 − a2 > 0. Assim, podemos definir b = c2 − a2 e dividir e equa¸ao acima a c˜ por −a2 b2 = a2 (a2 − c2 ), obtendo (3). √ b Se a equa¸ao (3) ´ resolvida em y obtemos y = ± a x2 − a2 que, para x > 0, pode ser c˜ e escrita como a2 b y = ± x 1 − 2. a x Se x tende a +∞, ent˜o o radical no segundo membro se aproxima de 1 e a equa¸ao tende a a c˜ b y = ± x. a O mesmo ocorre para x < 0, quando x tende a −∞ (verifique!). 4
  • 5. Nas Figuras 5 e 6, os pontos A1 e A2 s˜o chamados v´rtices da hip´rbole. A reta que a e e c passa pelos focos ´ chamada eixo focal. A excentricidade da hip´rbole ´ o n´mero e = . e e e u a Como, c > a, a excentricidade de uma hip´rbole ´ um n´mero real maior que 1. A hip´rbole ´ e e u e e a curva que se obt´m seccionando-se um cone por um plano paralelo ao seu eixo que n˜o passa e a pelo v´rtice. e 1.3 Par´bola a Figura 7: Par´bola obtida seccionando-se um cone com um plano a Defini¸˜o 1.3. Uma par´bola ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) do plano eq¨idistantes de ca a e u uma reta r (diretriz) e de um ponto F (foco), n˜o pertencente a r, ou seja, a par´bola ´ o a a e conjunto dos pontos P = (x, y) tais que dist(P, F ) = dist(P, r) . Proposi¸˜o 1.3. ca x = −p ´ e (a) A equa¸ao de uma par´bola com foco F = (p, 0) e reta diretriz r : c˜ a y 2 = 4px . (5) (b) A equa¸ao de uma par´bola com foco F = (0, p) e reta diretriz r : y = −p ´ c˜ a e x2 = 4py . 5 (6)
  • 6. y r : x = −p y P0 F x F = (0, p) P0 = (0, 0) F = (p, 0) P0 = (0, 0) x r : y = −p a Figura 8: Par´bola com foco no ponto F = (p, 0) e p > 0 Figura 9: Par´bola com foco no ponto F = a (0, p) e p > 0 ıcio, a Demonstra¸ao. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exerc´ c˜ demonstra¸ao da segunda parte. A par´bola ´ o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que c˜ a e dist(P, F ) = dist(P, r) , que neste caso ´ e (x − p)2 + y 2 = |x + p| , Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos (5). y r : x = −p y r : y = −p P0 x F F P0 x F = (p, 0) P0 = (0, 0) F = (0, p) P0 = (0, 0) a Figura 10: Par´bola com foco no ponto F = (p, 0) e p < 0 a Figura 11: Par´bola com foco no ponto F = (0, p) e p < 0 Nas Figuras 8, 9, 10 e 11, o ponto P0 ´ o ponto da par´bola mais pr´ximo da reta diretriz e a o e ´ chamado de v´rtice da par´bola. A par´bola ´ a curva que se obt´m seccionando-se um e e a a e e cone por um plano paralelo a uma reta geratriz do cone conforme a Figura 7 na p´gina 5. a 6
  • 7. 1.4 Caracteriza¸˜o das Cˆnicas ca o Vamos mostrar a seguir que todas as cˆnicas n˜o degeneradas, com exce¸ao da circunferˆncia, o a c˜ e podem ser descritas de uma mesma maneira. y e e s:x= p 2 s:x= p 2 y F (p, 0) F (p, 0) x Figura 12: Elipse, um de seus focos e a reta diretriz a direita ` x Figura 13: Hip´rbole, um de seus focos e a e reta diretriz a direita ` Proposi¸˜o 1.4. Seja s uma reta fixa (diretriz) e F um ponto fixo (foco) n˜o pertencente a ca a s. O conjunto dos pontos do plano P = (x, y) tais que dist(P, F ) = e dist(P, s), (7) em que e > 0 ´ uma constante fixa, ´ uma cˆnica. e e o (a) Se e = 1, ent˜o a cˆnica ´ uma par´bola. a o e a (b) Se 0 < e < 1, ent˜o a cˆnica ´ uma elipse. a o e (c) Se e > 1, ent˜o a cˆnica ´ uma hip´rbole. a o e e Reciprocamente, toda cˆnica que n˜o seja uma circunferˆncia pode ser descrita por uma equa¸ao o a e c˜ da forma (7). Demonstra¸ao. Se e = 1, a equa¸ao (7) ´ a pr´pria defini¸ao da par´bola. Vamos considerar c˜ c˜ e o c˜ a o caso em que e > 0, com e = 1. Seja d = dist(F, s). Sem perda de generalidade podemos p tomar o foco como sendo o ponto F = (p, 0) e a diretriz como sendo a reta vertical s : x = 2 , e 2 de2 ` em que p = 1−e2 se a reta s estiver a direita do foco F (Figuras 12 e 13) e p = ede se a reta s 2 −1 estiver a esquerda do foco F (Figuras 14 e 15). ` Assim o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que dist(P, F ) = e dist(P, s) , 7
  • 8. y e e s:x= p 2 s:x= p 2 y F F (p, 0) (p, 0) x x Figura 14: Elipse, um de seus focos e a reta diretriz a esquerda ` Figura 15: Hip´rbole, um de seus focos e a e reta diretriz a esquerda ` pode ser descrito como sendo o conjunto dos pontos P = (x, y) tais que (x − p)2 + y 2 = e x − p , e2 Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos (1 − e2 )x2 + y 2 = p2 que pode ainda ser escrito como x2 p2 e2 + y2 p2 (1−e2 ) e2 1 −1 e2 = 1. (8) Se 0 < e < 1, esta ´ a equa¸ao de uma elipse. Se e > 1, ´ a equa¸ao de uma hip´rbole. e c˜ e c˜ e Para mostrar a rec´ ıproca, considere uma elipse ou hip´rbole com excentricidade e > 0 e e ´ a e c˜ o um dos focos em F = (p, 0). E f´cil verificar que (8) ´ a equa¸ao desta cˆnica e portanto (7) p tamb´m o ´, com a reta diretriz sendo s : x = 2 . e e e 8
  • 9. Exerc´ ıcios Num´ricos e 1.1. Reduzir cada uma das equa¸oes de forma a identificar a cˆnica que ela representa e fa¸a c˜ o c um esbo¸o do seu gr´fico: c a (a) 4x2 + 2y 2 = 1 (c) x2 − 9y 2 = 9 2 (b) x + y = 0 1.2. Escreva as equa¸oes das seguintes elipses: c˜ (a) Os focos s˜o F1 = (−1, 2) e F2 = (3, 2) e satisfaz dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 6; a (b) Os focos s˜o F1 = (−1, −1) e F2 = (1, 1) e satisfaz dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 4; a 1.3. Escreva as equa¸oes das seguintes hip´rboles: c˜ e (a) Os focos s˜o F1 = (3, −1) e F2 = (3, 4) e satisfaz |dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 3; a (b) Os focos s˜o F1 = (−1, −1) e F2 = (1, 1) e satisfaz |dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 2; a 1.4. Escreva as equa¸oes das seguintes par´bolas: c˜ a (a) O foco ´ F = (0, 2) e diretriz y = −2; e (b) O foco ´ F = (0, 0) e diretriz x + y = 2; e Exerc´ ıcios Te´ricos o 1.5. Mostre que a equa¸ao da elipse com focos nos pontos F1 = (x0 − c, y0 ) e F2 = (x0 + c, y0 ) c˜ e satisfaz dist(P, F1 ) + dist(P, F2 ) = 2a, em que a > c ´ e em que b = √ (x − x0 )2 (y − y0 )2 + = 1, a2 b2 a2 − c 2 . 1.6. Mostre que a equa¸ao da hip´rbole com focos nos pontos F1 = (x0 −c, y0 ) e F2 = (x0 +c, y0 ) c˜ e e satisfaz |dist(P, F1 ) − dist(P, F2 )| = 2a, em que a < c ´ e em que b = √ (x − x0 )2 (y − y0 )2 − = 1, a2 b2 c2 − a2 . 1.7. Mostre que a equa¸ao da par´bola com foco no ponto F = (x0 + p, y0 ) e reta diretriz c˜ a r : x = x0 − p ´ e (y − y0 )2 = 4p(x − x0 ). p 1.8. Seja uma elipse ou hip´rbole com um dos focos em F = (p, 0). Definindo a reta r : x = 2 , e e em que e ´ a excentricidade. e 9
  • 10. (a) Mostre que x2 p2 e2 + y2 p2 (1−e2 ) e2 =1 ´ a equa¸ao desta cˆnica. e c˜ o (b) Mostre que esta cˆnica pode ser descrita pelo conjunto de pontos P = (x, y) tais que o dist(P, F ) = e dist(P, r). 10
  • 11. 2 Coordenadas Polares e Equa¸oes Param´tricas c˜ e y P y r θ O x x Figura 16: Ponto P do plano em coordenadas polares (r, θ) e cartesianas (x, y) At´ agora vimos usando o chamado sistema de coordenadas cartesianas, em que um e ponto do plano ´ localizado em rela¸ao a duas retas fixas perpendiculares entre si. Vamos e c˜ definir um outro sistema de coordenadas chamado de sistema de coordenadas polares em que um ponto do plano ´ localizado em rela¸ao a um ponto e a uma reta que passa por esse e c˜ ponto. Escolhemos um ponto O (usualmente a origem do sistema cartesiano), chamado polo e uma reta orientada passando pelo polo chamada eixo polar (usualmente tomamos o pr´prio eixo o x do sistema cartesiano). No sistema de coordenadas polares um ponto no plano ´ localizado e −→ dando-se a distˆncia do ponto ao polo, r = dist(P, O) e o angulo, θ, entre os vetores OP e um a ˆ vetor na dire¸ao e sentido do eixo polar, com a mesma conven¸ao da trigonometria, ou seja, c˜ c˜ ele ´ positivo se medido no sentido anti-hor´rio a partir do eixo polar e negativo se medido no e a sentido hor´rio a partir do eixo polar. As coordenadas polares de um ponto P do plano s˜o a a escritas na forma (r, θ). Segue facilmente as rela¸oes entre as coordenadas cartesianas e as coordenadas polares. c˜ Proposi¸˜o 2.1. Suponha que o polo e o eixo polar do sistema de coordenadas polares coincica dem com a origem e o eixo x do sistema de coordenadas cartesianas, respectivamente. Ent˜o a a transforma¸ao entre os sistemas de coordenadas polares e o de coordenadas cartesianas podem c˜ ser realizadas pelas equa¸oes c˜ x = r cos θ e y = r sen θ x2 + y 2 , y e sen θ = , x2 + y 2 r= cos θ = x x2 + y2 11 se x2 + y 2 = 0.
  • 12. y (|r|, θ) θ+π θ x (r, θ) = (|r|, θ + π) Figura 17: Para r < 0, (r, θ) = (|r|, θ + π) Estendemos as coordenadas polares para o caso no qual r ´ negativo da seguinte forma: e para r < 0, (r, θ) = (|r|, θ + π). Assim, (r, θ) e (−r, θ) est˜o na mesma reta que passa pelo polo, a distˆncia |r| do polo, mas a ` a em lados opostos em rela¸ao ao polo. c˜ 3 y 2.5 2 1.5 1 0.5 0 x −0.5 −1 −1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Figura 18: Circunferˆncia com equa¸ao em coordenadas polares r − 2 cos θ − 2 sen θ = 0 e c˜ Exemplo 2.1. Vamos determinar a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia cuja c˜ e equa¸ao em coordenadas retangulares ´ c˜ e (x − 1)2 + (y − 1)2 = 2 ou simplificando x2 + y 2 − 2x − 2y = 0. 12
  • 13. Substituindo-se x por r cos θ e y por r sen θ obtemos r2 − 2r cos θ − 2r sen θ = 0. Dividindo-se por r ficamos com r − 2 cos θ − 2 sen θ = 0. y 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0 x −0.2 −0.4 −0.6 −0.8 −1 −1 −0.5 0 0.5 Figura 19: Par´bola com equa¸ao em coordenadas polares r = a c˜ 1 1 − cos θ c˜ e Exemplo 2.2. Vamos determinar a equa¸ao em coordenadas retangulares do lugar geom´trico cuja equa¸ao em coordenadas polares ´ c˜ e r= Substituindo-se r por x2 + y 2 e cos θ por 1 . 1 − cos θ x x2 + y 2 x2 + y 2 = 1 1− √ obtemos x x2 +y 2 ou simplificando x2 + y 2 − x = 1. Somando-se x a ambos os membros obtemos x2 + y 2 = 1 + x. Elevando-se ao quadrado obtemos x2 + y 2 = (1 + x)2 . Simplificando-se obtemos ainda y 2 = 1 + 2x = 2(x + 1/2), que ´ uma par´bola com foco na origem F = (0, 0) e reta diretriz x = −1 (verifique!). e a 13
  • 14. 2.1 Cˆnicas em Coordenadas Polares o A equa¸ao polar de uma cˆnica, que n˜o ´ uma circunferˆncia, assume uma forma simples c˜ o a e e quando um foco F est´ no polo e a reta diretriz s ´ paralela ou perpendicular ao eixo polar. a e Seja d = dist(F, s). Para deduzir a equa¸ao polar das cˆnicas vamos usar a caracteriza¸ao dada c˜ o c˜ na Proposi¸ao 1.4 na p´gina 7, ou seja, que uma cˆnica ´ o lugar geom´trico dos pontos P que c˜ a o e e satisfazem dist(P, F ) = e dist(P, s) Como o foco F est´ no polo, temos que dist(P, F ) = r, em que (r, θ) s˜o as coordenadas polares a a de P . (a) Se a reta diretriz, s, ´ perpendicular ao eixo polar. e (i) Se a reta s est´ a direita do polo, obtemos que dist(P, r) = d − r cos θ. Assim a a ` equa¸ao da cˆnica fica sendo c˜ o r = e(d − r cos θ). Isolando r obtemos r= de . 1 + e cos θ (ii) Se a reta s est´ a esquerda do polo, obtemos que dist(P, s) = d + r cos θ. Assim a a` equa¸ao da cˆnica fica sendo c˜ o r = e(d + r cos θ). Isolando r obtemos r= de . 1 − e cos θ (b) Se a reta diretriz, s, ´ paralela ao eixo polar. e (i) Se a reta s est´ acima do polo, obtemos que dist(P, r) = d−r sen θ. Assim a equa¸ao a c˜ da cˆnica fica sendo o r = e(d − r sen θ). Isolando r obtemos r= de . 1 + e sen θ (ii) Se a reta s est´ abaixo do polo, obtemos que dist(P, r) = d+r sen θ. Assim a equa¸ao a c˜ da cˆnica fica sendo o r = e(d + r sen θ). Isolando r obtemos r= Isto prova o seguinte resultado 14 de . 1 − e sen θ
  • 15. Proposi¸˜o 2.2. Considere uma cˆnica com excentricidade e > 0 (que n˜o ´ uma circunca o a e ferˆncia), que tem um foco F no polo e a reta diretriz s ´ paralela ou perpendicular ou eixo e e polar, com d = dist(s, F ). (a) Se a reta diretriz correspondente a F ´ perpendicular ao eixo polar e est´ ` direita do e aa polo, ent˜o a equa¸ao polar da cˆnica ´ a c˜ o e r= de 1 + e cos θ e se est´ ` esquerda do polo, ent˜o a equa¸ao polar da cˆnica ´ aa a c˜ o e r= de 1 − e cos θ (b) Se a reta diretriz correspondente a F ´ paralela ao eixo polar e est´ acima do polo, ent˜o e a a a equa¸ao polar da cˆnica ´ c˜ o e de r= 1 + e sen θ e se est´ abaixo do polo, ent˜o a equa¸ao polar da cˆnica ´ a a c˜ o e r= y de 1 − e sen θ s y s P P |r| r = −r θ θ x x o Figura 20: Parte de uma cˆnica com foco no polo e reta diretriz perpendicular ao eixo polar a direita ` Figura 21: Hip´rbole com foco no polo e reta e diretriz perpendicular ao eixo polar a direita ` 15
  • 16. y s y s P r θ θ x = |r| x −r P Figura 22: Parte de uma cˆnica com foco o no polo e reta diretriz perpendicular ao eixo polar a esquerda ` Figura 23: Hip´rbole com foco no polo e reta e diretriz perpendicular ao eixo polar a esquer` da y y P = −r s |r| P r θ x s θ x o Figura 24: Parte de uma cˆnica com foco no polo e reta diretriz paralela ao eixo polar acima Figura 25: Hip´rbole com foco no polo e reta e diretriz paralela ao eixo polar acima 16
  • 17. y y θ x θ = r −r s |r| x P s P Figura 26: Parte de uma cˆnica com foco o no polo e reta diretriz paralela ao eixo polar abaixo Figura 27: Hip´rbole com foco no polo e reta e diretriz paralela ao eixo polar abaixo o c˜ e Exemplo 2.3. Vamos identificar a cˆnica cuja equa¸ao em coordenadas polares ´ r= 4 . 2 + cos θ Dividindo-se o numerador e o denominador do segundo membro da equa¸ao por 2 obtemos c˜ r= 2 , 1 + cos θ 1 2 que ´ a equa¸ao em coordenadas polares de uma elipse com excentricidade igual a 1/2, um e c˜ dos focos no polo, reta diretriz x = 4 (coordenadas cartesianas) ou r cos θ = 4 (coordenadas polares). Vamos encontrar as coordenadas polares dos v´rtices. Para isso, fazemos θ = 0 e e θ = π na equa¸ao polar da elipse obtendo r = 4/3 e r = 4, respectivamente. c˜ 2.2 Circunferˆncia em Coordenadas Polares e A forma mais simples da equa¸ao de uma circunferˆncia em coordenadas polares ocorre quando c˜ e seu centro est´ no polo. Neste caso a equa¸ao ´ simplesmente r = a, em que a ´ o raio da a c˜ e e circunferˆncia. Al´m deste caso, a equa¸ao polar de uma circunferˆncia assume uma forma e e c˜ e simples quando ela passa pelo polo e o seu centro est´ no eixo polar ou na reta perpendicular a ao eixo polar que passa pelo polo. (a) Se o centro est´ no eixo polar. a (i) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, 0). Se P ´ um e e e ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o e a −→ −→ −→ −→ −→ −→ −→ a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC = r2 + a2 − 2ra cos θ. 17
  • 18. y y P P r r θ θ C C x Figura 28: Circunferˆncia que passa pelo poe lo com centro no eixo polar a direita ` x Figura 29: Circunferˆncia que passa pelo poe lo com centro no eixo polar a esquerda ` Assim, r2 = 2ra cos θ ou r(r − 2a cos θ) = 0 Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´ c˜ e e r = 2a cos θ. (ii) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, π). Se P ´ um e e e ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o e a −→ −→ −→ −→ −→ −→ −→ a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC = r2 + a2 − 2ra cos(π − θ). Assim, r2 = −2ra cos θ ou r(r + 2a cos θ) = 0 Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´ c˜ e e r = −2a cos θ. (b) Se o centro est´ na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo. a (i) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, π/2). Se P ´ um e e e ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o e a −→ −→ −→ −→ −→ −→ −→ a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC = r2 + a2 − 2ra cos(π/2 − θ). 18
  • 19. y y θ x P r C C r P θ x Figura 31: Circunferˆncia que passa pelo poe lo com centro abaixo do polo na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo Figura 30: Circunferˆncia que passa pelo poe lo com centro acima do polo na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo Assim, r2 = 2ra sen θ ou r(r − 2a sen θ) = 0 Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´ c˜ e e r = 2a sen θ. (ii) Se o raio ´ igual a a e o centro em coordenadas polares ´ C = (a, −π/2). Se P ´ um e e e ponto qualquer da circunferˆncia, ent˜o e a −→ −→ −→ −→ −→ −→ −→ a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC = r2 + a2 − 2ra cos(−π/2 − θ). Assim, r2 = −2ra sen θ ou r(r + 2a sen θ) = 0 Logo a equa¸ao em coordenadas polares da circunferˆncia ´ c˜ e e r = −2a sen θ. 19
  • 20. Proposi¸˜o 2.3. Considere uma circunferˆncia de raio a que passa pelo polo cujo centro est´ ca e a no eixo polar ou na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo. (a) Se o centro est´ no eixo polar e ` direita do polo, ent˜o a equa¸ao polar da circunferˆncia a a a c˜ e ´ dada por e r = 2a cos θ e se o centro est´ ` esquerda do polo, ent˜o a equa¸ao polar da circunferˆncia ´ dada aa a c˜ e e por r = −2a cos θ. (b) Se o centro est´ na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo e acima do polo, a ent˜o a equa¸ao polar ´ dada por a c˜ e r = 2a sen θ, e se est´ abaixo do polo, ent˜o a equa¸ao polar da circunferˆncia ´ dada por a a c˜ e e r = −2a sen θ. Exemplo 2.4. Uma circunferˆncia cuja equa¸ao em coordenadas polares ´ e c˜ e r = −3 cos θ passa pelo polo, tem raio igual a 3/2 e as coordenadas polares do seu centro s˜o (3/2, π). a 2.3 Equa¸oes Param´tricas c˜ e Seja F (x, y) = 0 (9) a equa¸ao de uma curva plana C em coordenadas retangulares. Sejam x e y fun¸oes de uma c˜ c˜ terceira vari´vel t em um subconjunto, I, do conjunto dos n´meros reais, R, ou seja, a u x = f (t) e y = g(t), para todo t ∈ I. (10) Se para qualquer valor da vari´vel t no conjunto I, os valores de x e y determinados pelas a equa¸oes (10) satisfazem (9), ent˜o as equa¸oes (10) s˜o chamadas equa¸oes param´tricas da c˜ a c˜ a c˜ e curva C e a vari´vel independente t ´ chamada parˆmetro. Dizemos tamb´m que as equa¸oes a e a e c˜ (10) formam uma representa¸˜o param´trica da curva C. A representa¸ao param´trica de ca e c˜ e curvas tem um papel importante no tra¸ado de curvas pelo computador. c Exemplo 2.5. Seja a um n´mero real positivo fixo. A circunferˆncia de equa¸ao u e c˜ x2 + y 2 = a 2 (11) pode ser representada parametricamente pelas equa¸oes c˜ x = a cos t e y = a sen t, 20 para todo t ∈ [0, 2π]. (12)
  • 21. Pois elevando ao quadrado cada uma das equa¸oes (12) e somando os resultados obtemos c˜ x2 + y 2 = a2 cos2 t + a2 sen2 t = a2 . e A circunferˆncia definida por (11) pode tamb´m ser representada parametricamente por e √ x = t e y = a2 − t2 , para todo t ∈ [0, a2 ]. (13) ou por √ x = t e y = − a2 − t 2 , para todo t ∈ [0, a2 ]. (14) Apenas que com (13) obtemos somente a parte de cima da circunferˆncia e com (14) obtemos e somente a parte de baixo. y y (a cos t, a sen t) (cos t, sen t) (b cos t, b sen t) t t x (a cos t, b sen t) x e Figura 32: Circunferˆncia parametrizada Figura 33: Elipse parametrizada Exemplo 2.6. A elipse de equa¸ao c˜ x2 y 2 + 2 =1 a2 b pode ser representada parametricamente pelas equa¸oes c˜ x = a cos t e y = b sen t, para todo t ∈ [0, 2π]. (15) (16) Pois elevando ao quadrado e dividindo por a2 a primeira equa¸ao em (16), elevando ao quadrado c˜ 2 e dividindo por b a segunda equa¸ao em (16) e somando os resultados obtemos c˜ x2 y 2 + 2 = cos2 t + sen2 t = 1. a2 b 21
  • 22. Exemplo 2.7. A hip´rbole de equa¸ao e c˜ x2 y 2 − 2 =1 a2 b (17) pode ser representada parametricamente pelas equa¸oes c˜ x = a sec t e y = b tan t, para todo t ∈ [0, 2π], t = π/2, 3π/2. (18) Pois elevando ao quadrado e dividindo por a2 a primeira equa¸ao em (18), elevando ao quadrado c˜ e dividindo por b2 a segunda equa¸ao em (18) e subtraindo os resultados obtemos c˜ x2 y 2 − 2 = sec2 t − tan2 t = 1. a2 b Vamos apresentar uma outra representa¸ao param´trica da hip´rbole. Para isso vamos c˜ e e definir duas fun¸oes c˜ et + e−t et − e−t f1 (t) = e f2 (t) = . (19) 2 2 e A hip´rbole definida por (17) pode, tamb´m, ser representada parametricamente por e x = af1 (t) e y = bf2 (t), para todo t ∈ R. (20) Pois elevando ao quadrado e dividindo por a2 a primeira equa¸ao em (20), elevando ao quadrado c˜ 2 e dividindo por b a segunda equa¸ao em (20) e subtraindo os resultados obtemos c˜ 1 2t x2 y 2 1 2t − 2 = (f1 (t))2 − (f2 (t))2 = e + 2 + e−2t − e − 2 + e−2t = 1. 2 a b 4 4 y (21) y (0, 1/2) (0, 1) x (0, 1/2) (0, −1/2) x Figura 34: Cosseno hiperb´lico o Figura 35: Seno hiperb´lico o As fun¸oes f1 (t) e f2 (t) definidas por (19) recebem o nome de cosseno hiperb´lico e seno c˜ o hiperb´lico, respectivamente e s˜o denotadas por cosh t e senh t. De (21) segue a seguinte o a rela¸ao fundamental entre o cosseno e o seno hiperb´licos c˜ o cosh2 t − senh2 t = 1. 22 (22)
  • 23. e a representa¸ao param´trica (20) pode ser escrita como c˜ e x = a cosh t e y = b senh t, para todo t ∈ R. Tamb´m e x = −a cosh t e y = b senh t, para todo t ∈ R. (23) ´ uma representa¸ao param´trica da hip´rbole (17). Apenas que com (20) obtemos somente o e c˜ e e ramo direito da hip´rbole e com (23), somente o ramo esquerdo. e y y (a cos t, a sen t) (b, b tan t) (a sec t, b tan t) (−a cosh t, b senh t) (a cosh t, b senh t) t x x Figura 36: Hip´rbole parametrizada usando e secante e tangente Figura 37: Hip´rbole parametrizada usando e as fun¸oes hiperb´licas c˜ o c˜ c˜ Exemplo 2.8. Vamos mostrar que a parametriza¸ao de uma curva em rela¸ao a qual sabemos sua equa¸ao em coordenadas polares r = f (θ) pode ser feita da seguinte forma c˜ x = f (t) cos t e y = f (t) sen t. (24) A equa¸ao da curva em coordenadas cartesianas ´ c˜ e ou x2 + y 2 = f (θ(x, y)), se f (θ(x, y)) ≥ 0 2 + y 2 = f (θ(x, y)), se f (θ(x, y)) < 0. − x x2 + y 2 = |f (θ(x, y))|. (25) Para a parametriza¸ao (24) temos que c˜ x2 + y 2 − |f (θ(x, y))| = (f (t))2 cos2 t + (f (t))2 sen2 t − |f (t)| = 0. e c˜ O que mostra que (24) ´ uma parametriza¸ao para (25) e portanto para r = f (θ). Por exemplo, x= e cos t 1 + e cos t e y= e sen t 1 + e cos t ´ uma parametriza¸ao de uma cˆnica com excentricidade e > 0, reta diretriz localizada a direita e c˜ o ` a uma distˆncia igual a 1 e um dos focos na origem. a 23
  • 24. y y e cos t e sen t ( 1+e cos t , 1+e cos t ) e cos t e sen t ( 1+e cos t , 1+e cos t ) t t x x Figura 38: Elipse com foco na origem parametrizada usando a sua f´rmula em coordeo nadas polares Figura 39: Hip´rbole com foco na origem pae rametrizada usando a sua f´rmula em cooro denadas polares 24
  • 25. Exerc´ ıcios Num´ricos e 2.1. Transformar a equa¸ao em coordenadas retangulares em uma equa¸ao em coordenadas c˜ c˜ polares: (a) x2 + y 2 = 4 (c) x2 + y 2 − 2y = 0 (b) x2 − y 2 = 4 (d) x2 − 4y − 4 = 0 2.2. Transformar a equa¸ao em coordenadas polares em uma equa¸ao em coordenadas retanc˜ c˜ gulares: 2 (c) r = 9 cos θ (a) r = 3 1 − 3 cos θ (d) r = (b) r = 4 sen θ 2 + sen θ 2.3. Identificar a cˆnica cuja equa¸ao em coordenadas polares ´ dada. Determine a excentricio c˜ e dade, a equa¸ao da diretriz, a distˆncia da diretriz ao foco e as coordenadas polares do(s) c˜ a v´rtice(s): e 5 3 (a) r = (c) r = 2 − 2 cos θ 2 + 4 cos θ 4 6 (d) r = (b) r = 2 − 3 cos θ 3 + sen θ 2.4. Determine o raio e e as coordenadas polares do centro da circunferˆncia cuja equa¸ao em e c˜ coordenadas polares ´ dada: e (c) r = 3 cos θ (a) r = 4 cos θ 2 (d) r = − 4 sen θ (b) r = −3 sen θ 3 2.5. A equa¸ao da trajet´ria de uma part´ c˜ o ıcula lan¸ada do ponto P0 = (0, 0), com velocidade c v0 , fazendo um angulo α com o eixo x e sujeita apenas a a¸ao da acelera¸ao da gravidade ˆ c˜ c˜ g ´ dada por e g x2 . y = (tan α)x − 2 2v0 cos2 α Mostre que g x = (v0 cos α)t e y = (v0 sen α)t − t2 2 s˜o equa¸oes param´tricas da trajet´ria da part´ a c˜ e o ıcula. Exerc´ ıcios Te´ricos o 2.6. Se o centro de uma circunferˆncia que passa pelo polo ´ (a, α), mostre que sua equa¸ao e e c˜ em coordenadas polares ´ e r = 2a cos(θ − α). de representa uma par´bola, determine as coordenadas a 1 − e cos θ polares do seu v´rtice e a equa¸ao em coordenadas polares da reta diretriz. e c˜ 2.7. Se a cˆnica de equa¸ao r = o c˜ 2.8. Se a cˆnica de equa¸ao r = o c˜ do seu eixo menor ´ √ e de representa uma elipse, mostre que o comprimento 1 + e cos θ 2de . 1 − e2 25
  • 26. 2.9. Mostre que a equa¸ao em coordenadas polares de uma elipse com um dos focos no polo, c˜ que tem eixo maior igual a 2a e excentricidade e ´ e r= a(1 − e2 ) . 1 − e cos θ Referˆncias e ´ [1] Howard Anton and Chris Rorres. Algebra Linear com Aplica¸oes. Bookman, S˜o Paulo, 8a. c˜ a edition, 2000. [2] Paulo Boulos and Ivan de C. e Oliveira. Geometria Anal´ ıtica - um tratamento vetorial. Mc Graw-Hill, S˜o Paulo, 2a. edition, 1987. a [3] Charles H. Lehmann. Geometria Anal´ ıtica. Editora Globo, Porto Alegre, 1974. [4] Louis Leithold. C´lculo com geometria anal´ a ıtica, Vol. 2. Ed. Harbra Ltda., S˜o Paulo, 3a. a edition, 1994. [5] Reginaldo J. Santos. Matrizes Vetores e Geometria Anal´ ıtica. Imprensa Universit´ria da a UFMG, Belo Horizonte, 2001. [6] James Stewart. C´lculo, Vol. 2. Pioneira, S˜o Paulo, 4a. edition, 2001. a a [7] Israel Vainsecher. Notas de Geometria Anal´ ıtica Elementar. Departamento de Matem´ticaa UFPe, Recife, 2001. 26