SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  20
Professor André Augusto da Fonseca - 2011
andreaugfonseca@gmail.com
www.lavrado.wordpress.com
   Burke vincula “a ascensão da história cultural
    a uma “virada cultural” mais ampla em
    termos de ciência política, geografia,
    economia, psicologia, antropologia e
    ‘estudos culturais’”.
   Teria ocorrido um deslocamento “da
    suposição de uma racionalidade imutável [...]
    para um interesse crescente nos valores
    defendidos por grupos particulares em locais
    e períodos específicos” (p. 8).
   Karl Lamprecht já perguntava o que é história
    cultural em 1897. Hoje vemos “histórias culturais
    da longevidade, do pênis, do arame farpado e da
    masturbação” .
   Os métodos usados mostram diversidade e
    muita controvérsia:
       Trabalho intuitivo (como Jacob Burkhardt).
       Poucos usam métodos quantitativos.
       Uma procura de significado.
       Outros focalizam as práticas e as representações”.
       Alguns pretendem fazer uma mera descrição.
   “a preocupação com o simbólico e suas
    interpretações. Símbolos, conscientes ou não,
    podem ser encontrados em todos os lugares, da
    arte à vida cotidiana, mas a abordagem do
    passado em termos de simbolismo é apenas
    uma entre outras.”
   “Uma história cultural das calças é diferente de
    uma história econômica sobre o mesmo tema,
    assim como uma história cultural do Parlamento
    seria diversa de uma história política da mesma
    instituição” (p. 10).
   Tradição germânica (séc. XVIII) e holandesa;
   Anglófonos: resistência inglesa (antropologia social)
    x interesse estadunidense (antropologia cultural);
   tradição francesa: civilisation, mentalités collectives
    et imaginaire social:
     História das mentalidades, sensibilidades ou
      ‘representações coletivas’, na época de Marc Bloch e
      Lucien Febvre.
     História da cultura material (civilization matérielle) na
      época de Fernand Braudel.
     História das mentalidades (de novo) e da imaginação
      social, na época de Jacques Le Goff, Emmanuel Le Roy
      Ladurie e Alain Corbin.
   Fase “clássica” – 1800 a 1950.
     A Cultura do Renascimento na Itália (1860), do
      historiador suíço Jacob Burkhardt; Outono da
      Idade Média (1919), do historiador holandês Johan
      Huizinga.
     “o retrato de uma época”. Preocupação com as
      conexões entre as diferentes artes e o espírito da
      época – Zeitgeist.
   Por que a ênfase dos “positivistas” na história
    política?
     Século XVIII – administração real incentiva e
      facilita a pesquisa sobre a história do Estado
     Criação e organização racional dos arquivos
      públicos, por interesse do Estado absolutista
     Filosofia da época desenvolve uma concepção
      idealista e política de sociedade
     O homem só adquire dimensão social na vida
      política
   História política, história do Estado, história
    das instituições
   É a concepção de O Espírito das Leis, de
    Discurso sobre a grandesa e a decadência dos
    romanos, da Enciclopédia, das obras de Mably
    e Condorcet.
   Rousseau preocupa-se com uma história pré-
    social da humanidade, uma história
    antropológica – mas só identificável nos
    povos “sem história”, ou seja, nos “selvagens”.
   O estudo dos povos sem escrita admite que
    eles tenham uma história, mas o sentido de
    sua civilização é dado por suas crenças, pelas
    maneiras de se vestir, de se alimentar, de
    organizar a vida familiar, dos sexos se
    relacionarem.
   Ainda assim, no período das Luzes, alguns
    viajantes, médicos e administradores lançam
    um olhar etnológico sobre as sociedades
    históricas.
   Há uma antiquíssima tradição de se traçar o
    quadro histórico ou história natural de
    determinada região ou nação: definir a
    identidade de uma sociedade é reconstituir a
    história de seus costumes.
   Esse era o empreendimento de HERÓDOTO.
   O estudo das formas da vida cotidiana “tornou-se
    supérfluo quando os ESTADOS-NAÇÕES,
    recentemente constituídos, recrutaram a
    memória coletiva a fim de justificar pelo passado
    sua dominação sobre determinado território e
    sua maneira de organizar a sociedade”.
França: uma corrente mais narrativa, próxima das elites dirigentes e do debate
político, herdeira dos cronistas.



Outra mais analítica, atenta à descrição dos costumes.



A primeira teve mais êxito na tentativa de dotar-se de um estatuto científico.


O desenvolvimento das ciências sociais mais jovens, como a SOCIOLOGIA,
obrigou a História a redefinir sua identidade a partir de um território mais
limitado – a esfera estatal e política.
   Ideal cientificista exigia metodologia rigorosa
    nos moldes das ciências experimentais: a
    célula ou o átomo da História seria o FATO
    HISTÓRICO, isto é, o ACONTECIMENTO que
    sobrevém na vida pública.
   Todo fenômeno que não aparece na cena
    pública pode ser ignorado pelo historiador,
    por não ser ação voluntária e consciente.
Cultura, valores

• Importantes para explicar a produção,a acumulação, o consumo da
  riqueza.

John Elliott:

•1961 – estudo econômico sobre o declínio da Espanha
 1978: estudo sobre a percepção do declínio

O uso do termo CULTURA a partir de 1960-70

• Antes, referia-se à alta cultura
• Agora, inclui a cultura cotidiana – costumes, valores, modo de vida
Marcel Mauss: O   E. Evans Pritchard:   Mary Douglas: A
    DOM               BRUXARIA             PUREZA




                   Clifford Geertz:
                         BALI
   “CULTURA é um padrão, historicamente
    transmitido, de significados incorporados em
    símbolos, um sistema de concepções
    herdadas, expressas em formas simbólicas,
    por meio das quais os homens se comunicam,
    perpetuam e desenvolvem seu conhecimento
    e suas atitudes acerca da vida” (apud BURKE,
    p. 52).
Um drama filosófico
• A briga de galo não é um reflexo da cultura, mas uma
  leitura ou interpretação balinesa, uma história que os
  balineses contam sobre eles mesmos.

Robert Darnton
• Pode-se “ler um ritual ou uma cidade, assim como se
  pode ler um conto folclórico ou um texto filosófico”
  (apud BURKE, p. 53).
Preocupação com a hermenêutica
       (interpretação dos significados).


Em oposição à análise das FUNÇÕES SOCIAIS
               dos costumes


A analogia do drama (interesse histórico pelos
   rituais; toda cultura teria um repertório
 dramatúrgico, de performances esperadas)
Emmanuel Le
  Roy Ladurie;
  Daniel Roche;    Marxistas ou      Virada
  Natalie Davis    admiradores
Lynn Hunt, Carlo     de Marx      antropológica
 Ginzburg, Hans
     Medick
O conceito mais
         amplo de cultura




  A história
                        Ideia de
cultural como
                       regras ou
     uma
                      protocolos
 etnografia
                       culturais
retrospectiva

Contenu connexe

Tendances

INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃOINDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃOUEMA
 
História 6º ano
História 6º anoHistória 6º ano
História 6º anoEloy Souza
 
Organizador_Curricular_FBG_Historia ..pdf
Organizador_Curricular_FBG_Historia ..pdfOrganizador_Curricular_FBG_Historia ..pdf
Organizador_Curricular_FBG_Historia ..pdfRenecassio Vasconcelos
 
Introdução ao estudo da história
Introdução ao estudo da históriaIntrodução ao estudo da história
Introdução ao estudo da históriaMurilo Benevides
 
Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1
Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1
Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1Bruno Younes
 
1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à históriaDaniel Alves Bronstrup
 
Antropologia da educação
Antropologia da educaçãoAntropologia da educação
Antropologia da educaçãoJRALBERTY
 
Introdução aos estudos históricos
Introdução aos estudos históricosIntrodução aos estudos históricos
Introdução aos estudos históricosPaulo Alexandre
 
O Trabalho do Historiador - 6o Ano
O Trabalho do Historiador - 6o AnoO Trabalho do Historiador - 6o Ano
O Trabalho do Historiador - 6o AnoLucas Degiovani
 
Para que estudar História
Para que estudar HistóriaPara que estudar História
Para que estudar HistóriaLiz Prates
 
Introdução ao Estudo da História
Introdução ao Estudo da HistóriaIntrodução ao Estudo da História
Introdução ao Estudo da HistóriaHenrique Tobal Jr.
 
Introduçao a sociologia
Introduçao a sociologiaIntroduçao a sociologia
Introduçao a sociologiaMarcelo Freitas
 

Tendances (20)

Conceito e origem da antropologia
Conceito e origem da antropologiaConceito e origem da antropologia
Conceito e origem da antropologia
 
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃOINDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
 
História 6º ano
História 6º anoHistória 6º ano
História 6º ano
 
Tempo e história
Tempo e históriaTempo e história
Tempo e história
 
Circularidade Cultural
Circularidade CulturalCircularidade Cultural
Circularidade Cultural
 
Organizador_Curricular_FBG_Historia ..pdf
Organizador_Curricular_FBG_Historia ..pdfOrganizador_Curricular_FBG_Historia ..pdf
Organizador_Curricular_FBG_Historia ..pdf
 
Migrações
MigraçõesMigrações
Migrações
 
Introdução ao estudo da história
Introdução ao estudo da históriaIntrodução ao estudo da história
Introdução ao estudo da história
 
Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1
Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1
Introdução aos Estudos Históricos - Módulo 1
 
1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história
 
Antropologia da educação
Antropologia da educaçãoAntropologia da educação
Antropologia da educação
 
História cultural seminário[1]
História cultural seminário[1]História cultural seminário[1]
História cultural seminário[1]
 
Introdução aos estudos históricos
Introdução aos estudos históricosIntrodução aos estudos históricos
Introdução aos estudos históricos
 
Metodologia do Ensino de Historia
Metodologia do Ensino de HistoriaMetodologia do Ensino de Historia
Metodologia do Ensino de Historia
 
Aprender antropologia
Aprender antropologiaAprender antropologia
Aprender antropologia
 
O Trabalho do Historiador - 6o Ano
O Trabalho do Historiador - 6o AnoO Trabalho do Historiador - 6o Ano
O Trabalho do Historiador - 6o Ano
 
Para que estudar História
Para que estudar HistóriaPara que estudar História
Para que estudar História
 
Introdução ao Estudo da História
Introdução ao Estudo da HistóriaIntrodução ao Estudo da História
Introdução ao Estudo da História
 
Introduçao a sociologia
Introduçao a sociologiaIntroduçao a sociologia
Introduçao a sociologia
 
Antropologia introdução
Antropologia introduçãoAntropologia introdução
Antropologia introdução
 

Similaire à História Cultural - Conceitos e Métodos

O espetáculo das raças antropologia brasileira
O espetáculo das raças antropologia brasileiraO espetáculo das raças antropologia brasileira
O espetáculo das raças antropologia brasileiraJéssica de Paula
 
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...
Entre a fé  e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990  ...Entre a fé  e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990  ...
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...UNEB
 
Reflexões sobre a resistência indígena
Reflexões sobre a resistência indígenaReflexões sobre a resistência indígena
Reflexões sobre a resistência indígenaDaniel Silva
 
Antropologia (1).ppt
Antropologia (1).pptAntropologia (1).ppt
Antropologia (1).pptTlioLucena5
 
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências HumanasAntropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanasdanielaleite59
 
Cap 2 antropologia
Cap 2 antropologiaCap 2 antropologia
Cap 2 antropologiaJoao Balbi
 
Antropologia.sintese paradigmas e escolas
Antropologia.sintese paradigmas e escolasAntropologia.sintese paradigmas e escolas
Antropologia.sintese paradigmas e escolasJoão Filho
 
C. Geertz - Etnográfia
C. Geertz - EtnográfiaC. Geertz - Etnográfia
C. Geertz - EtnográfiaZeca B.
 
Introdução reflexões sobre história
Introdução reflexões sobre históriaIntrodução reflexões sobre história
Introdução reflexões sobre históriamkobelinski
 
Jesus cristo um presente de gregos
Jesus cristo um presente de gregosJesus cristo um presente de gregos
Jesus cristo um presente de gregosleoblevi
 
Material 7 - Cultura e Antropologia.pptx
Material 7 -  Cultura e Antropologia.pptxMaterial 7 -  Cultura e Antropologia.pptx
Material 7 - Cultura e Antropologia.pptxWillianVieira54
 
SI sobre cultura popular tradicional e música folclórica
SI sobre cultura popular tradicional e música folclóricaSI sobre cultura popular tradicional e música folclórica
SI sobre cultura popular tradicional e música folclóricaritabonadio
 
Si sobre cultura popular tradicional e música folclórica
Si sobre cultura popular tradicional e música folclóricaSi sobre cultura popular tradicional e música folclórica
Si sobre cultura popular tradicional e música folclóricaritabonadio
 

Similaire à História Cultural - Conceitos e Métodos (20)

Nova história cultural
Nova história culturalNova história cultural
Nova história cultural
 
O espetáculo das raças antropologia brasileira
O espetáculo das raças antropologia brasileiraO espetáculo das raças antropologia brasileira
O espetáculo das raças antropologia brasileira
 
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...
Entre a fé  e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990  ...Entre a fé  e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990  ...
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...
 
Reflexões sobre a resistência indígena
Reflexões sobre a resistência indígenaReflexões sobre a resistência indígena
Reflexões sobre a resistência indígena
 
Antropologia (1).ppt
Antropologia (1).pptAntropologia (1).ppt
Antropologia (1).ppt
 
Antropologia
AntropologiaAntropologia
Antropologia
 
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências HumanasAntropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
 
Cap 2 antropologia
Cap 2 antropologiaCap 2 antropologia
Cap 2 antropologia
 
Antropologia.sintese paradigmas e escolas
Antropologia.sintese paradigmas e escolasAntropologia.sintese paradigmas e escolas
Antropologia.sintese paradigmas e escolas
 
2-2020 art Cult pop.pdf
2-2020 art Cult pop.pdf2-2020 art Cult pop.pdf
2-2020 art Cult pop.pdf
 
Cul pop tradicao art.pdf
Cul pop tradicao art.pdfCul pop tradicao art.pdf
Cul pop tradicao art.pdf
 
C. Geertz - Etnográfia
C. Geertz - EtnográfiaC. Geertz - Etnográfia
C. Geertz - Etnográfia
 
Introdução reflexões sobre história
Introdução reflexões sobre históriaIntrodução reflexões sobre história
Introdução reflexões sobre história
 
Jesus cristo um presente de gregos
Jesus cristo um presente de gregosJesus cristo um presente de gregos
Jesus cristo um presente de gregos
 
Material 7 - Cultura e Antropologia.pptx
Material 7 -  Cultura e Antropologia.pptxMaterial 7 -  Cultura e Antropologia.pptx
Material 7 - Cultura e Antropologia.pptx
 
SI sobre cultura popular tradicional e música folclórica
SI sobre cultura popular tradicional e música folclóricaSI sobre cultura popular tradicional e música folclórica
SI sobre cultura popular tradicional e música folclórica
 
Si sobre cultura popular tradicional e música folclórica
Si sobre cultura popular tradicional e música folclóricaSi sobre cultura popular tradicional e música folclórica
Si sobre cultura popular tradicional e música folclórica
 
Antropologia e cultura tylor boas e malinowski
Antropologia e cultura tylor boas e malinowskiAntropologia e cultura tylor boas e malinowski
Antropologia e cultura tylor boas e malinowski
 
Antropologia e cultura tylor boas e malinowski
Antropologia e cultura tylor boas e malinowskiAntropologia e cultura tylor boas e malinowski
Antropologia e cultura tylor boas e malinowski
 
Capítulo 2 - Padrões, Normas e Culturas
Capítulo 2 - Padrões, Normas e CulturasCapítulo 2 - Padrões, Normas e Culturas
Capítulo 2 - Padrões, Normas e Culturas
 

Plus de André Augusto da Fonseca

Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...André Augusto da Fonseca
 
Como estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosóficoComo estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosóficoAndré Augusto da Fonseca
 

Plus de André Augusto da Fonseca (20)

Debate corrupção
Debate   corrupçãoDebate   corrupção
Debate corrupção
 
Qual é a função dos historiadores
Qual é a função dos historiadoresQual é a função dos historiadores
Qual é a função dos historiadores
 
Etnia
EtniaEtnia
Etnia
 
Conceitos básicos do ensino de história
Conceitos básicos do ensino de históriaConceitos básicos do ensino de história
Conceitos básicos do ensino de história
 
Ensino aprendizagem de história
Ensino aprendizagem de históriaEnsino aprendizagem de história
Ensino aprendizagem de história
 
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
 
Fredrik Barth
Fredrik BarthFredrik Barth
Fredrik Barth
 
Karl polany
Karl polanyKarl polany
Karl polany
 
O estado moderno
O estado modernoO estado moderno
O estado moderno
 
Prosopografia
ProsopografiaProsopografia
Prosopografia
 
Estilos artísticos contextualizados
Estilos artísticos contextualizadosEstilos artísticos contextualizados
Estilos artísticos contextualizados
 
A acumulação primitiva de capital
A acumulação primitiva de capitalA acumulação primitiva de capital
A acumulação primitiva de capital
 
Lógica formal e lógica dialética
Lógica formal e lógica dialéticaLógica formal e lógica dialética
Lógica formal e lógica dialética
 
Como estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosóficoComo estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosófico
 
Vigotski
VigotskiVigotski
Vigotski
 
Métodos e técnicas do ensino de história
Métodos e técnicas do ensino de históriaMétodos e técnicas do ensino de história
Métodos e técnicas do ensino de história
 
História de roraima 2
História de roraima 2História de roraima 2
História de roraima 2
 
Projeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa históriaProjeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa história
 
Projeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa históriaProjeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa história
 
Salas ambiente
Salas ambienteSalas ambiente
Salas ambiente
 

Dernier

Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfLuizaAbaAba
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 

Dernier (20)

Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 

História Cultural - Conceitos e Métodos

  • 1. Professor André Augusto da Fonseca - 2011 andreaugfonseca@gmail.com www.lavrado.wordpress.com
  • 2. Burke vincula “a ascensão da história cultural a uma “virada cultural” mais ampla em termos de ciência política, geografia, economia, psicologia, antropologia e ‘estudos culturais’”.  Teria ocorrido um deslocamento “da suposição de uma racionalidade imutável [...] para um interesse crescente nos valores defendidos por grupos particulares em locais e períodos específicos” (p. 8).
  • 3. Karl Lamprecht já perguntava o que é história cultural em 1897. Hoje vemos “histórias culturais da longevidade, do pênis, do arame farpado e da masturbação” .  Os métodos usados mostram diversidade e muita controvérsia:  Trabalho intuitivo (como Jacob Burkhardt).  Poucos usam métodos quantitativos.  Uma procura de significado.  Outros focalizam as práticas e as representações”.  Alguns pretendem fazer uma mera descrição.
  • 4. “a preocupação com o simbólico e suas interpretações. Símbolos, conscientes ou não, podem ser encontrados em todos os lugares, da arte à vida cotidiana, mas a abordagem do passado em termos de simbolismo é apenas uma entre outras.”  “Uma história cultural das calças é diferente de uma história econômica sobre o mesmo tema, assim como uma história cultural do Parlamento seria diversa de uma história política da mesma instituição” (p. 10).
  • 5. Tradição germânica (séc. XVIII) e holandesa;  Anglófonos: resistência inglesa (antropologia social) x interesse estadunidense (antropologia cultural);  tradição francesa: civilisation, mentalités collectives et imaginaire social:  História das mentalidades, sensibilidades ou ‘representações coletivas’, na época de Marc Bloch e Lucien Febvre.  História da cultura material (civilization matérielle) na época de Fernand Braudel.  História das mentalidades (de novo) e da imaginação social, na época de Jacques Le Goff, Emmanuel Le Roy Ladurie e Alain Corbin.
  • 6. Fase “clássica” – 1800 a 1950.  A Cultura do Renascimento na Itália (1860), do historiador suíço Jacob Burkhardt; Outono da Idade Média (1919), do historiador holandês Johan Huizinga.  “o retrato de uma época”. Preocupação com as conexões entre as diferentes artes e o espírito da época – Zeitgeist.
  • 7. Por que a ênfase dos “positivistas” na história política?  Século XVIII – administração real incentiva e facilita a pesquisa sobre a história do Estado  Criação e organização racional dos arquivos públicos, por interesse do Estado absolutista  Filosofia da época desenvolve uma concepção idealista e política de sociedade  O homem só adquire dimensão social na vida política
  • 8. História política, história do Estado, história das instituições  É a concepção de O Espírito das Leis, de Discurso sobre a grandesa e a decadência dos romanos, da Enciclopédia, das obras de Mably e Condorcet.  Rousseau preocupa-se com uma história pré- social da humanidade, uma história antropológica – mas só identificável nos povos “sem história”, ou seja, nos “selvagens”.
  • 9. O estudo dos povos sem escrita admite que eles tenham uma história, mas o sentido de sua civilização é dado por suas crenças, pelas maneiras de se vestir, de se alimentar, de organizar a vida familiar, dos sexos se relacionarem.  Ainda assim, no período das Luzes, alguns viajantes, médicos e administradores lançam um olhar etnológico sobre as sociedades históricas.
  • 10. Há uma antiquíssima tradição de se traçar o quadro histórico ou história natural de determinada região ou nação: definir a identidade de uma sociedade é reconstituir a história de seus costumes.  Esse era o empreendimento de HERÓDOTO.  O estudo das formas da vida cotidiana “tornou-se supérfluo quando os ESTADOS-NAÇÕES, recentemente constituídos, recrutaram a memória coletiva a fim de justificar pelo passado sua dominação sobre determinado território e sua maneira de organizar a sociedade”.
  • 11. França: uma corrente mais narrativa, próxima das elites dirigentes e do debate político, herdeira dos cronistas. Outra mais analítica, atenta à descrição dos costumes. A primeira teve mais êxito na tentativa de dotar-se de um estatuto científico. O desenvolvimento das ciências sociais mais jovens, como a SOCIOLOGIA, obrigou a História a redefinir sua identidade a partir de um território mais limitado – a esfera estatal e política.
  • 12. Ideal cientificista exigia metodologia rigorosa nos moldes das ciências experimentais: a célula ou o átomo da História seria o FATO HISTÓRICO, isto é, o ACONTECIMENTO que sobrevém na vida pública.  Todo fenômeno que não aparece na cena pública pode ser ignorado pelo historiador, por não ser ação voluntária e consciente.
  • 13. Cultura, valores • Importantes para explicar a produção,a acumulação, o consumo da riqueza. John Elliott: •1961 – estudo econômico sobre o declínio da Espanha 1978: estudo sobre a percepção do declínio O uso do termo CULTURA a partir de 1960-70 • Antes, referia-se à alta cultura • Agora, inclui a cultura cotidiana – costumes, valores, modo de vida
  • 14. Marcel Mauss: O E. Evans Pritchard: Mary Douglas: A DOM BRUXARIA PUREZA Clifford Geertz: BALI
  • 15.
  • 16. “CULTURA é um padrão, historicamente transmitido, de significados incorporados em símbolos, um sistema de concepções herdadas, expressas em formas simbólicas, por meio das quais os homens se comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atitudes acerca da vida” (apud BURKE, p. 52).
  • 17. Um drama filosófico • A briga de galo não é um reflexo da cultura, mas uma leitura ou interpretação balinesa, uma história que os balineses contam sobre eles mesmos. Robert Darnton • Pode-se “ler um ritual ou uma cidade, assim como se pode ler um conto folclórico ou um texto filosófico” (apud BURKE, p. 53).
  • 18. Preocupação com a hermenêutica (interpretação dos significados). Em oposição à análise das FUNÇÕES SOCIAIS dos costumes A analogia do drama (interesse histórico pelos rituais; toda cultura teria um repertório dramatúrgico, de performances esperadas)
  • 19. Emmanuel Le Roy Ladurie; Daniel Roche; Marxistas ou Virada Natalie Davis admiradores Lynn Hunt, Carlo de Marx antropológica Ginzburg, Hans Medick
  • 20. O conceito mais amplo de cultura A história Ideia de cultural como regras ou uma protocolos etnografia culturais retrospectiva