SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  10
Télécharger pour lire hors ligne
COMPARAÇÃO DE MEIOS DE CULTIVO AUTOTRÓFICOS,
      MIXOTRÓFICOS E HETEROTRÓFICOS PARA PRODUÇÃO DE
    BIOMASSA DE MICROALGAS COM FOCO EM BIOCOMBUSTÍVEIS
                       E CO-PRODUTOS
Ana Carolina Cunha Arantes1, Maria Judite Dzuman2, Janaina Alana Bosa3, Keli Cristiane Correia Morais4, Wellington
Balmant5, Raevon Pulliam6, José Viriato Coelho Vargas7, Luiz Pereira Ramos8, André Bellin Mariano9
1
    Química, Mestranda, Departamento de Química, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – aninhacunha@gmail.com
2
    Graduanda de Tecnologia de Bioprocessos e Biotecnologia, UTP, Curitiba, PR, Brasil – mdzuman@ufpr.br
3
    Graduanda de Tecnologia de Bioprocessos e Biotecnologia, UTP, Curitiba, PR, Brasil – janaina_alana@hotmail.com
4
    Bióloga, Mestranda do PIPE, NPDEAS, UFPR, Curitiba, PR, Brasil - biokeli2000@gmail.com
5
    Engenheiro de Bioprocessos, MsC., Doutorando em Ciências – Bioquímica, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – wbalmant@gmail.com
6
    Engenheira Mecânica, MsC., Doutoranda PIPE – NPDEAS, UFPR, Curitiba, PR, – raevonpulliam@gmail.com
7
    Engenheiro Mecânico, PhD., Departamento de Engenharia Mecânica, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – jvargas@demec.ufpr.br
8
    Químico, PhD, Departamento de Química, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – lramos@quimica.ufpr.br
9
    Farmacêutico Bioquímico–Industrial, DsC., NPDEAS, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – andrebmariano@gmail.com

                                                            RESUMO

As microalgas são fontes promissoras para produção de biocombustíveis devido ao seu potencial de crescimento
e teor de óleo. No entanto, muitos estudos ainda são necessários, principalmente em relação à tecnologia e
composição do meio de cultivo. O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto-Sustentável
(NPDEAS) da UFPR desenvolveu um Fotobiorreator (FBR) Tubular Compacto que fornece condições ideais
para crescimento de microalgas. Entretanto, a composição do meio de cultivo precisa ser estudada para permitir
maior produtividade. Desta forma, o objetivo deste trabalho consistiu na avaliação da produtividade em
biomassa e óleo de diferentes microalgas cultivadas em meios distintos encontrados na literatura. Foram levadas
em consideração as espécies de microalgas utilizadas, o meio de cultivo, regime de crescimento (autotrófico,
mixotrófico e heterotrófico) e a produção de óleo e co-produtos. Um estudo foi realizado no NPDEAS ao
trabalhar com a Phaeodactylum tricornutum em cultivos autotrófico e mixotrófico. Nestes resultados, assim
como na literatura, a adição de carbono orgânico promoveu aumento da produção de biomassa e óleo. A
avaliação da produção de co-produtos para diferentes microalgas indicou o potencial de empreendimentos
biotecnológicos desta natureza.

Palavras chave: biomassa, biocombustíveis, microalgas, co-produtos, meios de cultivo, faturamento anual.

                                                          ABSTRACT

Comparision of autotrophic, heterotrophic, and mixotrophic cultivation for biomass production of microalgae
with focus on biofuels and co-products. Microalgae are promising sources for biofuel production because of their
potential for growth and oil content. Yet many studies are still needed, especially in relation to technology and
composition of the medium. The Center for Research and Development of Self-Sustainable Energy (NPDEAS)
UFPR developed a tubular compact photobioreactor (PBR) which provides ideal conditions for the growth of
microalgae. However, the composition of the culture medium needs to be studied to enable greater productivity.
Therefore, the objective of this study was to evaluate the productivity of biomass and oil from microalgae grown
in different culture media founded in the literature. The species of microalgae used, the culture medium, growth
regime (autotrophic, mixotrophic and heterotrophic) and production of oil and co-products were taken into
consideration. An investigation was conducted at NPDEAS with Phaeodactylum tricornutum cultures in
autotrophic and mixotrophic cultivation processes. As found by these results, and supported by the literature, the
addition of organic carbon promoted increased production of biomass and oil. The evaluation of production of
co-products for different microalgae showed the potential of biotechnological developments of this nature.

Keywords: biomass, biofuels, microalgae, the co-products, culture medium, annual revenues.

INTRODUÇÃO

           As microalgas são uns dos organismos mais antigos existentes e apresentam-se em formas
unicelulares ou em cadeia. A composição diferencial das microalgas em ácidos graxos de cadeias longas,
principalmente insaturadas como Omega-3 e Omega-6, além da alta concentração de proteínas e carboidratos
torna-as fontes ideais para o preparo de alimentos funcionais, aditivos de alimentos ou até mesmo nutracêuticos
(RODRIGUES et al., 2004) . Isso justifica o fato de que o mercado de microalgas está centralizado nas indústrias
de alimentos, farmacêutica, de cosméticos e aqüicultura. Todavia, tanto o seu potencial de crescimento quanto o
teor de óleo estão chamando atenção para o seu uso na área de biocombustíveis (CHISTI, 2007). Existem mais
de 105 tipos de microalgas passíveis de serem utilizadas como matéria prima para produção de biodiesel
(SATYANARAYANA et al., 2010).
           Tradicionalmente, as microalgas são cultivadas em tanques (Figura 1A) que ocupam grandes áreas e
apresentam baixo aproveitamento volumétrico. Recentemente estão sendo desenvolvidos em todo o mundo
sistemas de cultivo aberto conhecidos como fotobiorreatores (FBR) cujos elementos principais podem ser vistos
na (Figura 1B). Estes sistemas apresentam custo de construção mais elevado que os tanques ou lagoas, mas
apresentam a vantagem de possuir maiores taxas de crescimento, melhor aproveitamento de CO 2 e menores
índices de contaminação (SATYANARAYANA et al., 2010). O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de
Energia Auto-Sustentável da UFPR desenvolveu um Fotobiorreator (FBR) Tubular Compacto que fornece
condições ideais para crescimento das microalgas (Figura 1C).




Figura 1 – Sistemas de cultivo de microalgas: (A) Sistema de cultivo aberto – Lagoas, tanques, raceways ponds; (B) Sistema de cultivo
fechado: Fotobiorreatores; (C) Fotobiorreator desenvolvido pelo NDPEAS – UFPR.
Figure 1 – Microalgae cultivation systems: (A) Open cultivation systems – Lakes, ponds, raceways ponds; (B) Closed cultivation systems:
Photo bioreactors; (C) Photo bioreactor develop by NDPEAS – UFPR.

           O principal metabolismo energético das microalgas consiste na obtenção de energia na forma
autotrófica. Assim como as plantas, esses microorganismos utilizam a energia luminosa para fazer a reação entre
o CO2 e a H2O para a produção de açúcar (C6H12O6) conforme representado de forma esquemática na Figura 2A.
Esse carbono, fixado na forma de glucose, é utilizado na célula para a síntese das demais moléculas importantes
por diferentes vias metabólicas (glicólise, ciclo de Krebs, síntese de lipídeos, síntese de aminoácidos, etc).
Entretanto, as microalgas também podem utilizar fontes de carbono orgânico como única fonte de energia em
metabolismo heterotrófico ou, ainda, em combinação com a fotossíntese, em metabolismo denominado
mixotrófico (Figura 2B).
         Muitos trabalhos na literatura avaliam os efeitos da composição do meio de cultivo (autotrófico,
mixotrófico ou heterotrófico) na produtividade de biomassa, óleo ou algum co-produto de interesse comercial.
Não foram encontrados na literatura trabalhos que analisassem o custo do meio de cultivo e as produtividades de
biomassa, que corresponde a um estudo de grande relevância na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias
de produção de biocombustíveis. Com isso, o objetivo deste trabalho foi o da revisão bibliográfica destes artigos,
bem como da análise de experimentos realizados no NPDEAS, com o intuito de avaliar os custos de produção, o
rendimento de co-produtos e assim determinar os melhores meios para otimização do processo.
Figura 2 – Metabolismo das microalgas: (A) Representação da fotossíntese e destinos metabólicos da glucose no metabolismo celular; (B)
Diferenças entre os metabolismos autotróficos, heterotróficos e mixotróficos.
Figure 2 – Microalgae metabolism: (A) Photosynthesis and metabolic destinations of glucose in cellular metabolism; (B) Differences
between autotrophic, heterotrophic and mixotrophic metabolisms.



MATERIAIS E MÉTODOS

Coleta de dados através de revisão da literatura e experimentos realizados no NPDEAS

         Uma revisão bibliográfica foi realizada na base de dados Web of Science, coletando dados sobre a
produtividade de biomassa, de óleo e de co-produtos de diferentes microalgas para avaliar custos de produção
em relação à composição do meio de cultivo e estimar o faturamento em relação à obtenção de co-produtos.
         Em adição aos dados da literatura, também foram analisados os resultados de experimentos realizados
pelo NPDEAS com o crescimento da microalga P. tricornutum em regime autotrófico e mixotrófico, na presença
de glicerol bruto em diferentes concentrações.

Avaliação da composição de meios de cultivo autotróficos, heterotróficos e mixotróficos sobre o
crescimento de biomassa de microalgas e teor de óleo

           Com base nos dados publicados na literatura (representados nas Tabelas 3 a 5), foram selecionados
resultados de maior produtividade e uma análise na composição dos meios de cultivo foi realizada. Para fins de
comparação, foram considerados a quantidade elementar de Nitrogênio, Fosfato, Ferro, EDTA e
Cianocobalamina. A Tabela 1 fornece uma estimativa do custo da produção de biomassa e óleo para cada
situação. Devido à falta de padronização dos meios de cultivo e experimentos descritos na literatura, não foram
analisadas vitaminas e sais minerais presentes em quantidades insignificantes e com baixo impacto no custo total
do meio de cultivo.

Tabela 1 – Estimativa de custo de Nitrogênio, Fosfato, Ferro, EDTA e Cianocobalamina
Table 1 – Cost estimative for Nitrogen, Phosfate, Iron, EDTA and Cyanocobalamin
      Substância              Fórmula          Massa Molar Custo (R$.g-1)*         Elemento      Massa Molar       Custo (R$.g-1)
    Nitrato de Sódio           NaNO3               84,990            0,030         Nitrogênio      14,007              0,006
    Fosfato de Sódio       NaH2PO4.7H2O           246,085            0,038          Fosfato        94,972              0,015
    Cloreto de Ferro         FeCl3.6H2O           270,302            0,088           Ferro          55,85              0,018
         EDTA                C10H16N2O8           292,245            0,090              -             -                0,090
    Cianocobalamina       C63H88CoN14O14P         1355,371           444,0              -             -                444,0
  * Valores médios praticados em junho de 2010 na compra de atacado.
Avaliação da produtividade de co-produtos e faturamento anual

          O faturamento anual para empreendimentos que cultivam microalgas foi calculado utilizando uma
fórmula empírica (Equação 1), considerando um FBR com 10 m3 de capacidade similar ao construído pelo
NPDEAS na UFPR (Figura 1B). Foram desconsiderados os custos envolvidos no processo de produção de
microalgas como, por exemplo, custos com operação de fotobiorreatores ou tanques, separação de biomassa e
co-produtos, funcionários, impostos e transporte.

        F  320000( PRX .PX  PRc .Pc  PRAST .PAST  PRDHA .PDHA  PRCLO.PCLO )                                  Eq. 1
onde:
F = Faturamento anual de um fotobiorreator de 10 mil litros
PR = Preço de venda dos co-produtos do fotobiorreator (R$.g-1) conforme Tabela 5
P = Produtividade diária dos co-produtos do fotobiorreator (kg.L-1.d-1)
X = Biomassa
c = caroteno
AST = Astaxantina
DHA = Ácido docosa-hexaenóico

          A Tabela 2 apresenta os preços de co-produtos de microalgas que foram utilizados para a avaliação do
faturamento anual.

Tabela 2 – Preço dos co-produtos de microalgas
Table 2 – Microalgae co-products prices
         Co-produtos de microalgas           Preço R$.g-1                     Fonte referências
                -Caroteno                      5,10                       SPOLAORE et al., 2006
                Astaxantina                     15,73                   BRENNAN & OWENDE, 2010
                 Biomassa                       0,08                    BRENNAN & OWENDE, 2010
            Óleo Rico em DHA                    94,60                   BRENNAN & OWENDE, 2010
                 Clorofila                      20,89         http://www.mothernature.com/s/Chlorophyll/1184.html


RESULTADOS E DISCUSSÃO

Meios de cultivos autotróficos, mixotróficos e heterotróficos

         As Tabela 3, 4 e 5 centralizam as informações coletadas na literatura a respeito de cultivos autotróficos,
mixotróficos e heterotróficos de várias microalgas, respectivamente. Foram considerados o meio de cultivo,
fonte de carbono orgânico, produtividade da biomassa e porcentagem de óleo.

Avaliação dos efeitos do glicerol sobre o crescimento de microalga

         Em cultivo de microalgas, a fonte de nutrientes é importante, já que corresponde a mais de 60% do
custo de produção. A adição de fonte de carbono adicional a estes cultivos possibilita maior rendimento em
biomassa, já que haverá maior disponibilidade de carbono, além do produzido através do metabolismo
fotossintético. Os experimentos de crescimento de microalgas do NPDEAS foram realizados utilizando glicerol
como fonte de carbono orgânico. O glicerol foi escolhido devido a sua importância no cenário de produção de
biodiesel. Atualmente, muitos trabalhos estão investigando a possibilidade de utilização do glicerol para
produção de energia, aditivos de biodigestão, produção de compósitos ou blendas poliméricas biodegradáveis. O
uso do glicerol como substrato para microalgas se apresenta como uma nova possibilidade para esse co-produto
(SATYANARAYANA et al., 2010). Nestes experimentos, observaram-se aumentos de 22% na quantidade de
biomassa e 27% na quantidade de lipídeo pela adição de glicerol no meio de cultivo.
         O cultivo mixotrófico resultou no maior rendimento de biomassa, que pode ser justificado pelo fato de
que o uso de fonte adicional de carbono minimiza as conseqüências geradas pelo autossombreamento
(ANDRADE & COSTA, 2008). A assimilação do carbono inorgânico fica prejudicada devido à alta densidade
celular, devido à baixa disponibilidade de luz. Quando a microalga assimila mais carbono, tem-se maior
produção de carboidratos, proteínas e lipídeos (DERNER, 2006).
Tabela 3 – Produtividade de biomassa e óleo para microalgas cultivadas em regime autotrófico
Table 3 – Biomass and oil productivity from microalgae cultivated in autotrophic conditions
                                                                         Biomassa seca             Óleo
             Microalga (Espécie)                  Composição                                                              Fonte
                                                                           (g.L-1.d-1)          (g.L-1.d-1)
           Nannochloropsis oculata              F / 2 Guillard               0,120                   -               OHSE, 2009
             Chaetoceros muelleri               F / 2 Guillard               0,140                   -               OHSE, 2009
            Thalassiosira fluviatilis           F / 2 Guillard               0,180                   -               OHSE, 2009
              Isochrysis galbana                F / 2 Guillard               0,150                   -               OHSE, 2009
           Thalassiosira pseudonana             F / 2 Guillard               0,170                   -               OHSE, 2009
                 Isochrysis SP                  F / 2 Guillard               0,110                   -               OHSE, 2009
          Phaeodactylum tricornutum             F / 2 Guillard               0,100                   -               OHSE, 2009
               Tetraselmis Chuí                 F / 2 Guillard               0,110                   -               OHSE, 2009
              Tetraselmis suecica               F / 2 Guillard               0,080                   -               OHSE, 2009
               Chlorella vulgaris                    WC                      0,060                   -               OHSE, 2009
             Botryococcus braunii             Chu 13 + 10% CO2               0,026                0,0055             CHAN, 2010
               Chlorella vulgaris             BG11 + 10% CO2                 0,104                0,0069             CHAN, 2010
                Scenedesmus sp.               BG11 + 10% CO2                 0,217                0,0207             CHAN, 2010
                 Chlorella sp.                 Walne’s + Uréia               0,240                0,1240           CHIH-HUNG,2009
                                                Bold’s Basal +
               Scenedesmus sp.                                                  0,020            0,0002                 KIM, 2007
                                             Fermentado de porco
             Isochrysis galbana                     Ukeles                      0,440            0,2077               SANCHEZ, 2000
             Nannochloropsis sp.                  Guillard’s                    0,060            0,0054                  HU, 2003
              Spirulina platensis                  Zarrouk                      0,040               -                 REICHERT, 2006
             Nannochloropsis sp.                F / 2 Guillard                  0,056            0,0179                 FANG, 2004
          Phaeodactylum tricornutum             F / 2 Guillard                  0,041            0,0170                  NPDEAS

Tabela 4 – Produtividade de biomassa e óleo para microalgas cultivadas em regime mixotrófico
Table 4 – Biomass and oil productivity from microalgae cultivated in mixotrophic conditions
                                                                                    Biomassa seca          Óleo
      Microalga (Espécie)           Composição           Carbono Orgânico                                                      Fonte
                                                                                      (g.L-1.d-1)        (g.L-1.d-1)
     Chlorella zofingiensis                                   Glicose                   1,130                             PO-FUNG I., 2004
       Spirulina platensis             Zarrouk             Melaço em pó                 0,066                             ANDRADE, 2008
       Spirulina platensis             Zarrouk             Melaço líquido               0,098                             ANDRADE, 2008
      Nannochloropsis sp.             Guillard’s          Acetato de sódio              0,060             0,0048              HU, 2003
   Phaeodactylum tricornutum            Ukeles                Glicerol                  0,420             0,0086           CERÓN, 2005
   Phaeodactylum tricornutum            Ukeles                Glicina                   0,264             0,0049           CERÓN, 2005
   Phaeodactylum tricornutum            Ukeles                Glucose                   0,256             0,0065           CERÓN, 2005
   Phaeodactylum tricornutum            Ukeles                Lactato                   0,185             0,0041           CERÓN, 2005
       Chlorella vulgaris                  -                  Glucose                   0,254             0,0540            LIANG, 2009
      Nannochloropsis sp.           F / 2 Guillard            Glucose                   0,079             0,0298            FANG, 2004
      Nannochloropsis sp.           F / 2 Guillard             Etanol                   0,073             0,0248            FANG, 2004
   Phaeodactylum tricornutum        F / 2 Guillard     Glicerol (0,05 mol.L-1)          0,047             0,0210              NPDEAS
   Phaeodactylum tricornutum        F / 2 Guillard     Glicerol (0,10 mol.L-1)          0,048             0,0220              NPDEAS
   Phaeodactylum tricornutum        F / 2 Guillard     Glicerol (0,15 mol.L-1)          0,050             0,0220              NPDEAS

Tabela 5 – Produtividade de biomassa e óleo para microalgas cultivadas em regime heterotrófico
Table 5 – Biomass and oil productivity from microalgae cultivated in heterotrophic conditions
                                                                                  Biomassa seca            Óleo
    Microalga (Espécie)          Composição            Carbono Orgânico                                                           Fonte
                                                                                    (g.L-1.d-1)         (g.L-1.d-1)
  Chlorella protothecoides              -                    Glucose                  0,740               0,3940              GAO, 2009
  Chlorella protothecoides              -            Hidrólise ácida de sorgo         0,660                                   GAO, 2009
                                                     Hidrólise enzimática de
  Chlorella protothecoides              -                                               1,200             0,5870              GAO, 2009
                                                              sorgo
  Chlorella protothecoides              -                    Glucose                    1,430             0,6680             CHENG, 2009
  Chlorella protothecoides              -             Fermentado de cana                1,220             0,5420             CHENG, 2009
  Chlorella protothecoides              -                    Glucose                    2,020             0,9410               LI, 2007
     Chlorella vulgaris                 -                    Glucose                    0,151             0,0350             LIANG, 2009
   Nannochloropsis sp.           F / 2 Guillard              Glucose                    0,047             0,0198              FANG, 2004
   Nannochloropsis sp.           F / 2 Guillard               Etanol                    0,038             0,0140              FANG, 2004

        Os resultados podem ser analisados na Figura 3A e o aspecto do cultivo mixotrófico desta microalga, na
presença do glicerol, pode ser observada na Figura 3C. Fica evidente o aumento da densidade celular pelo
aumento da coloração do meio de cultivo (Figura 3C), em comparação com o início do experimento (Figura 3B).
Figura 3 – (A) Produtividade de biomassa e óleo da microalga Phaeodactylum tricornutum em diferentes concentrações de glicerol (0–0,15
mol.L-1). Imagem do cultivo mixotrófico da microalga P. tricornutum com adição de glicerol: (B) Início do cultivo; (C) Final do cultivo.
Figure 3 – (A) Biomass and oil productivity of microalgae Phaeodactylum tricornutum in different glycerol concentrations (0–0.15 mol.L-1).
Picture of myxotrophic cultivation of microalgae P. tricornutum with addition of glicerol: (B) Initiation of cultivation; (C) End of growing.

Efeitos da composição dos meios de cultivo na produtividade de biomassa e óleo

          Para avaliar o custo de produção de biomassa e óleo, foi levado em consideração apenas a composição
do meio de cultivo e foram selecionados os dados das microalgas com os maiores crescimentos descritos nas
Tabelas 3, 4 e 5. Os dados foram analisados de forma separada conforme o regime de cultivo: autotrófico
(Tabela 6), mixotrófico (Tabela 7) e heterotrófico (Tabela 8).

Custo de produção de biomassa e óleo em cultivos autotróficos

           A microalga I. galbana apresentou o melhor desempenho em cultivo autotrófico com a produtividade
em biomassa de 0,443 g.L-1.dia-1 e em óleo de 0,208 g.L-1.dia-1. A produção total de biomassa em 7 dias de
cultivo foi de 3,1 g.L-1 (SANCHEZ et al., 2000). O somatório dos nutrientes principais deste meio de cultivo
apresenta uma concentração de 0,032 g.L-1. Isso pode indicar que a maior fonte de matéria para conversão em
biomassa nessa microalga consistiu no CO2 atmosférico utilizado no experimento. O custo de produção de
biomassa (R$ 5,32.kg-1) foi o menor dentre todos os analisados (mesmo comparando com cultivos mixotróficos e
heterotróficos).
           A mesma análise, realizada para a microalga Chlorella sp. (CHIH-HUNG & WEN-TENG, 2009)
apresenta um dado importante. A produção de biomassa de Chlorella sp obtida nos cultivos autotróficos
consistiu em 0,237 g.L-1.dia-1 a um custo elevado de R$ 5.749,2.kg-1. Isso se justifica pela composição do meio
de cultivo, cujo somatório das massas apresentou a concentração de 39,84 g.L-1. A produção de biomassa em 6
dias de cultivo foi de 1,422 g.L-1, demonstrando que a maior parte dos nutrientes adicionados não foi convertida
em microalgas.
           O custo de produção da biomassa da microalga Scenedesmus sp. foi de R$ 217,23.kg-1 e a quantidade
de matéria do meio de cultivo, de 1,55 g.L-1, representa a metade da concentração de biomassa obtida (3,1 g.L-1)
depois de 14 dias de cultivo (CHAN YOO et al., 2009).

Tabela 6 – Composição dos principais componentes dos meios de cultivo autotróficos para microalgas
Table 6 – Composition of the main components of autotrophic cultivation medium for microalgae
                       Microalga                  Isochrysis galbana(1)     Chlorella sp.(2)      Scenedesmus sp.(3)
                                -1    -1
                  Biomassa (g.L .dia )                   0,443                  0,237                   0,217
                   Óleo (mg.L-1.dia-1)                   0,208                  0,124                   0,021
            Composição do Meio de Cultivo
                              Nitrogênio (g.L-1)         0,028                   19,8                   1,500
                                    Ferro (g.L-1)        0,001                  0,001                   0,006
                                 Fosfato (g.L-1)         0,003                  20,000                  0,040
                                   EDTA (g.L-1)          0,000                  0,045                   0,001
                       Cianocobalamina (μg/L)            3,000                    10                    0,000
                                    Custo Total        R$ 0,002                R$ 1,36                R$ 0,047
                     Custo por kg de biomassa           R$ 5,32               R$ 5.749,2              R$ 217,23
                           Custo por g de óleo         R$ 11,34              R$ 10.988,42            R$ 2.282,71
          1 – (SÁNCHEZ et al., 2000), 2 – (WEN-TENG WU et al., 2009), 3 – (CHAN YOO et al., 2009)
Custo de produção de biomassa e óleo em cultivos mixotróficos

           As microalgas cultivadas em regime mixotrófico (Tabela 8) apresentaram produtividades maiores que
as de cultivos autotróficos, indicando que a adição de fonte de carbono pode propiciar aumento da produção de
biomassa. Mesmo sem considerar os custos das fontes de carbono (glucose, glicerol ou glicina), os custos de
produção das microalgas C. zofingiensis (PO-FUNG et al., 2003) e P. tricornutum (CERÓN GARCIA et al.,
2005) foram maiores que a microalga I. galband (SANCHEZ et al., 2000) e variaram de R$ 8,87 à 14,11.kg-1.
As relações de quantidade de matéria no meio de cultivo para biomassa produzida para as microalgas:
           a) C. zofingiensis (com glucose): 6,03 g.L-1 matéria no meio / 3,4 g.L-1 biomassa seca
           b) P. tricornutum (com glicerol): 9,55 g.L-1 matéria no meio / 2,99 g.L-1 biomassa seca
           c) P. tricornutum (com glicina): 0,80 g.L-1 matéria no meio / 2,46 g.L-1 biomassa seca

Tabela 7 – Composição dos principais componentes dos meios de cultivo mixotrófico para microalgas
Table 7 – Composition of the main components of mixotrophic cultivation medium for microalgae
                      Microalga                     C. zofingiensis(1)       P. tricornutum(2)         P. tricornutum(2)
                  Biomassa (g.L-1.dia-1)                  1,133                    0,420                     0,264
                   Óleo (mg.L-1.dia-1)                       *                     0,009                     0,005
           Composição do Meio de Cultivo
                                       Carbono      |Glucose 5 g.L-1         Glicerol 9,5 g.L-1       Glicina 0,75 g.L-1
                              Nitrogênio (g.L-1)          0,750                    0,017                     0,017
                                   Ferro (g.L-1)          0,005                    0,005                     0,005
                                 Fosfato (g.L-1)          0,275                    0,016                     0,016
                                  EDTA (g.L-1)            0,000                    0,010                     0,010
                      Cianocobalamina (μg/L)              0,000                    3,000                     3,000
                                    Custo Total         R$ 0,033                 R$ 0,004                  R$ 0,004
                      Custo por g de biomassa           R$ 29,46                  R$ 8,87                  R$ 14,11
                         Custo por mg de óleo               **                  R$ 433,16                 R$ 760,25
         1 – (PO-FUNG et al., 2003), 2 – (GARCIA et al., 2004); * Não informado na fonte; ** Não calculado.

Custo de produção de biomassa e óleo em cultivos heterotróficos

          As microalgas analisadas em regime de crescimento heterotrófico foram todas da espécie C.
protothecoides e apresentaram melhores desempenhos que os cultivos em regimes autotróficos e mixotróficos.
As produtividades variaram de 1,22 – 2,02 g.L-1.dia-1 com custos de produção variando de R$ 1,89 à 3,14.kg-1.

Tabela 8 – Composição dos principais componentes dos meios de cultivo heterotrófico para microalgas
Table 8 – Composition of the main components of heterotrophic cultivation medium for microalgae
                      Microalga                     C. protothecoides(1)     C. protothecoides(2)     C. protothecoides(2)
                Biomassa (g.L-1.dia-1)                     2,020                    1,430                    1,220
                  Óleo (mg.L-1.dia-1)                      0,941                    0,668                    0,542
           Composição do Meio de Cultivo
                                      Carbono        Glucose 12 g.L-1         Glucose 20 g.L-1       Fermentado de cana
                                                                                                          20 g.L-1
                            Nitrogênio (g.L-1)        0,000                        0,000                   0,000
                                   Ferro (g.L-1)      0,003                        0,003                   0,003
                                 Fosfato (g.L-1)      1,000                        1,000                   1,000
                                  EDTA (g.L-1)        0,000                        0,000                   0,000
                     Cianocobalamina (μg/L)           0,000                        0,000                   0,000
                                   Custo Total       R$ 0,038                     R$ 0,038               R$ 0,038
                     Custo por g de biomassa         R$ 1,89                      R$ 2,68                 R$ 3,14
                        Custo por mg de óleo         R$ 4,01                      R$ 5,73                 R$ 7,06
         1 – (XIUFENG LI et al., 2007), 2 – (YUN CHENG et al., 2009)

Avaliação da produtividade de co-produtos e faturamento anual

           A estimativa de produtividade anual, calculada para empreendimentos utilizando dados da literatura
(Eq. 1 e Tabela 2), encontram-se representados na Tabela 9. Ao analisar os dados, percebe-se que a maior
porcentagem de óleo foi obtida por Wen-Teng Wu e colaboradores (2009), com 52%. Entretanto, o maior
faturamento anual poderia ser obtido com os resultados de Kim e colaboradores (2003) devido à quantidade de
co-produtos recuperados. Isso não significa que as outras microalgas não estejam produzindo co-produtos de
interesse comercial, apenas indica que eles não estão sendo considerados. Este fato demonstra a importância de
recuperar os co-produtos gerados na produção de microalgas, já que possuem um valor comercial alto que
contribui para a viabilidade econômica do processo. A Tabela 2 apresenta o preço dos co-produtos obtidos de
microalgas, evidenciando sua grande importância econômica. Outro aspecto importante demonstrado na Tabela
9 é que a maior produção de biomassa foi em regime mixotrófico com adição de glicose no meio de cultura (PO-
FUNG IP et al., 2003). Isso demonstra que a incorporação uma fonte de carbono externa pode colaborar com o
aumento da produtividade, pois cultivos estritamente autotróficos na sua grande maioria têm uma produção
muito baixa de biomassa (KIM et al., 2006; HU HANHUA et al. 2003).
           Uma análise importante é a comparação do faturamento anual estimado para o cultivo da microalga
Phaeodactylum tricornutum na ausência e presença de glicerol, R$ 103.910,40 e R$ 126.720,00,
respectivamente. Desde que a fonte de carbono utilizada seja de baixo custo, o crescimento mixotrófico
apresenta-se lucrativo. Uma análise mais refinada dos dados, levando-se em consideração o custo das matérias
primas e operação dos fotobiorreatores e processos, deverá ainda ser realizada para a melhor compreensão destes
resultados.

Tabela 9 – Estimativa da Produtividade Anual para empreendimentos produtores de microalgas com foco em co-produtos
para reatores de 10 m3
Table 9 –Annual Productivity Estimative for enterprises producing microalgae with focus on co-products
    Microalga         Cultivo      Produtividade     Óleo     caroteno     Astaxantina         DHA           Clorofila   Faturamento
                          *          (g.L-1.d-1)      (%)     mg.L-1.d-1      mg.L-1.d-1       mg.L-1.d-1     mg.L-1.d-1   Anual (R$)
Scenedesmus sp.        T./A(1)         0,016           0,9       0,05            1,12              -              5,9        438.310,4
Nannochlropsis sp.     T./A(2)         0,063           9,0         -               -             1,4               -         439.774,7
B. braunii             T./A(3)         0,200          30,0         -               -               -               -          50.688,0
P. tricornutum         F/A(4A)         0,041          17,0         -               -               -               -         103.910,4
P. tricornutum         F/M(4B)         0,050          22,0         -               -               -               -         126.720,0
Chlorella sp.          F/M(5)          0,237          52,0         -               -               -               -          60.065,3
C. zofingiensis        T./M(6)         0,850          21,0         -             4,00              -               -         306.944,0
C. protothecoides       F/H(7)         0,358          46,7         -               -               -               -          90.604,8
C. protothecoides       F/H(7)         0,305          44,4         -               -               -               -          77.299,2
* T = tanque, F = Fotobiorreator, A = autotrófico, M = Mixotrófico, H = Heterotrófico; (1) – KIM et al. (2006); (2) – HANHUA HU et al.
(2003); (3) – DAYANANDA et al. (2006); (4) Dados retirados da Figura 3A (NPDEAS); (5) – WEN-TENG WU et al. (2009); (6) PO-
FUNG et al.(2003); (7) – YUN CHENG et al. (2009)

CONCLUSÕES

           A pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia de cultivo de microalgas é um ponto estratégico para o
seu uso como matéria prima para produção de biocombustíveis. Parte do trabalho consiste no desenvolvimento
de equipamentos que propiciem aumento da produtividade (fotobiorreatores, aeradores para tanques,
homogeneizadores, entre outros). Os experimentos realizados com a microalga P.tricornutum pelo NPDEAS e
apresentados neste trabalho consistiram na modificação do meio de cultivo, que são similares aos dados
encontrados na literatura e indicam que o uso de fontes de carbono orgânico em crescimento mixotrófico
aumenta a produtividade de biomassa seca e, em alguns casos, de óleo. Mais estudos serão necessários para a
otimização dos parâmetros envolvidos.
           A análise dos dados da literatura, em relação ao custo de produção e regime de cultivo, demonstra o
melhor desempenho dos cultivos heterotróficos, seguidos pelos cultivos mixotróficos e autotróficos. Para que os
cultivos autotróficos e mixotróficos melhorem as produtividades e diminuam os custos, deve-se utilizar matérias
primas de baixo valor agregado como rejeitos agrícolas, urbanos ou industriais, em substituição aos nutrientes
empregados. A simples utilização de fertilizantes agrícolas ainda não é a solução para o problema do custo de
produção. Torna-se necessária a verificação das quantidades de matéria presentes no cultivo e a quantidade de
biomassa produzida.
           Outro ponto importante em empreendimentos com microalgas é o aproveitamento de todos os co-
produtos não utilizados para produção de biocombustíveis. Os alto teores de pigmentos, vitaminas, anti-
oxidantes e ácidos graxos nobres presentes na biomassa de microalgas, e que apresentam altos valores
comerciais, praticamente inviabilizam o uso dos resíduos da biomassa para biodigestão ou como fertilizantes
sem o prévio fracionamento.

AGRADECIMENTOS

          O NPDEAS agradece ao CNPq, CAPES e Nilko Metalurgia Ltda. pelo financiamento das pesquisas, a
UFPR pela infraestrutura e ao Grupo Integrado de Aquicultura (GIA – UFPR) pelo espaço de trabalho e preparo
do inóculo.
REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. R.; COSTA, J. A. Cultivo da microalga Spirulina plantensis em fontes alternativas de
nutrientes. Ciência Agrotecnológica , p.1551-1556, 2008.
BRENNAN, L; OWENDE, P.M.O. Biofuels from microalgae – A review of technologies for production,
processing and extractions of biofuels and co-products. Renewable & Sustainable Energy Reviews, v. 14, p. 557-
577, 2010.

CERÓN GARCÍA, M.C.; FERNÁNDEZ SEVILLA, J.M.; ACIÉN FERNÁNDEZ, F.G. ; MOLINA GRIMA,
E.; GARCÍA CAMACHO, F.. Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol: growth rate and
fatty acid profile. Journal of Applied Phycology, v.12, p.239–248, 2000.
CERÓN GARCIA, M. C.; GARCÍA CAMACHO, F.; SÁNCHEZ MIRÓN, A.; FERNÁNDEZ SEVILLA, J. M;
MOLINA GRIMA, E.. Mixotrophic growth of the microalga Phaeodactylum tricornutum: Influence of different
nitrogen and organic carbon sources on productivity and biomass composition. Process Biochemistry, v. 40,
p.297-305, 2005.
CERÓN GARCIA, M. C.; GARCÍA CAMACHO, F.; SÁNCHEZ MIRÓN, A.; FERNÁNDEZ SEVILLA, J. M;
CHISTI, Y.; MOLINA GRIMA, E.. Mixotrophic production of marine microalga Phaeodactylum tricornutum on
various carbon sources. J. Microbiol. Biotechnol v. 16, p. 689-694, 2006.
CHAN, Y.; JUN S.Y.; LEE, J.Y.; AHN, C.Y.; OH, H.M.. Selection of microalgae for lipid production under
high levels carbon dioxide. Bioresource Technology, v. 101, p. 71-74, 2010.
CHENG, Y.; LU, Y.; GAO, C.; WU, Q.. Alga-Based Biodiesel Production and Optimization Using Sugar Cane
as the Feedstock. Energy & Fuels, v.23, p. 4166–4173, 2009.
CHIH-HUNG, H.; WEN-TENG, W.. Cultivation of microalgae for oil production with a cultivation strategy of
urea limitation. Bioresource Technology, v.100, p.3921-3926, 2009.
CHISTI, Y. Biodiesel from microalgae. Biotechnology Advances, v. 25, p. 294-306, 2007.
DERNER, R. B. Efeito de fontes de carbono no crescimento e na composição bioquimica das microalgas
Chaetoceros muelleri e Thalassiossira fluviatilis, com ênfase no teor de ácidos graxos poliinsaturados. Tese de
doutorado em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006.
FANG; X.; WEI, C.; ZHAO-LING, C.; FAN, O.. Effects of organic carbon sources on cell growth and
eicosapentaenoic acid content of Nannochloropsis sp. Journal of Applied Phycology, v.16, p. 499–503, 2004.
GAO, C.; ZHAI, Y.; DING, Y.; WU, Q.. Application of sweet sorghum for biodiesel production by
heterotrophic microalga Chlorella protothecoides. Applied Energy, v.87, p.756-761, 2010.
HU, H.; GAO, K. . Optimization of growth and fatty acid composition of a unicellular marine picoplankton,
Nannochloropsis sp., with enriched carbon sources. Biotechnology Letters, v. 25, p.421-425, 2003.
KIM, M.K.; PARK, J.W.; PARK, C.S.; KIM, S.J.; JEUNE, K.H.; CHANG, M.U.; ACREMAN, J.. Enhanced
production of Scenedesmus sp. (green microalgae) using a new medium containing fermented swine wastewater.
Bioresource Technology, v. 98, p. 2220-2228, 2007.
LI, X.; XU, H.; WU, Q.. Large-Scale Biodiesel Production From Microalga Chlorella protothecoides Through
Heterotrophic Cultivation in Bioreactors. Biotechnology and Bioengineering, v. 98, 2007.
LIANG, Y.; SARKANY, N.; CUI, Y.. Biomass and lipid productivities of Chlorella vulgaris under autotrophic,
heterotrophic and mixotrophic growth conditions. Biotechnology Letters, v.31, p.1043–1049, 2009.
OHSE, S.; DERNER, R. B.; OZÓRIO, R.A.; BRAGA, M.V.C.; CUNHA, P.; LAMARCA, C.P.; SANTOS,
M.E.. Produção de biomassa e teores de carbono, hidrogênio, nitrogênio e proteína em Microalgas. Ciência
Rural, v.39, p.1760-1767, 2009.
PO-FUNG, I.; KA-HO, W.; FENG , C.. Enhanced production of astaxanthin by the green microalga Chlorella
zofingiensis in mixotrophic culture. Process Biochemistry, v. 39, p.1761-1766, 2004.
REICHERT, C. C.; REINEHR, C. O.; COSTA, J. A. V.. Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium
Spirulina platensis in a closed photobioreactor. Braz. J. Chem. Eng., v.23, p. 23-28, 2006.
RODRIGUES, J.B.R.; BELLI, F. P.. Eficiência da microalga Chlorella minutissima no tratamento de resíduos de
suinocultura enriquecido com uréia. Biotemas, v.17, p.7-26, 2004.
SANCHEZ, S.; MARTINEZ, E.; ESPINOLA, F.. Biomass production and biochemical variability of the marine
microalga Isochrysis galbana in relation to culture medium. Biochemical Engineering Journal, v.6, p. 13-18,
2000.
SATYANARAYANA, K. G.; MARIANO, A. B.; VARGAS, J.V.C. A review on microalgae, a versatile source
for sustainable energy and materials. International Journal of Energy Research, [s.i], p.1-21, 2010.
SOARES, D.. Avaliação do crescimento celular e da produtividade de lipídeos de microalgas marinhas em
diferentes regimes de cultivo. Dissertação de mestrado em Ciências – Bioquímica pela Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2010.
SPOLAORE, P.; JOANNIS-CASSAN, C.; DURAN, E.; ISAMBERT, A. Commercial Applications of
Microalgase. Journal of Bioscience and Bioenergineering, v. 101, p. 87-96, 2006.

Contenu connexe

Tendances

Aula de espectrometria_de_massas_2010_2
Aula de espectrometria_de_massas_2010_2Aula de espectrometria_de_massas_2010_2
Aula de espectrometria_de_massas_2010_2Emilio Reis
 
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.Dhion Meyg Fernandes
 
1 mia q_alimentar_espectrofotometria_2010
1 mia q_alimentar_espectrofotometria_20101 mia q_alimentar_espectrofotometria_2010
1 mia q_alimentar_espectrofotometria_2010Alexander Krogoll
 
Высокомолекулярные соединения
Высокомолекулярные соединенияВысокомолекулярные соединения
Высокомолекулярные соединенияkassy2003
 
Aula 05 Espectrofotometria Uv Vis
Aula 05   Espectrofotometria Uv VisAula 05   Espectrofotometria Uv Vis
Aula 05 Espectrofotometria Uv VisBruno Cortez
 
Voltametria e amperometria pronto
Voltametria e amperometria prontoVoltametria e amperometria pronto
Voltametria e amperometria prontoRávila Aliv
 
Absorção Atômica
Absorção AtômicaAbsorção Atômica
Absorção Atômicacmdantasba
 
Processos Bioquímicos - corrosão microbiana
Processos Bioquímicos - corrosão microbianaProcessos Bioquímicos - corrosão microbiana
Processos Bioquímicos - corrosão microbianaMi Castro
 
Espectrometriade massa
Espectrometriade massaEspectrometriade massa
Espectrometriade massaGustavo Silva
 
Isolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de Laranja
Isolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de LaranjaIsolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de Laranja
Isolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de LaranjaLuís Rita
 
Producao de Vinagre e Acido Acetico
Producao de Vinagre e Acido AceticoProducao de Vinagre e Acido Acetico
Producao de Vinagre e Acido AceticoRock Dellura
 
MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...
MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...
MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...Julai1991
 
Meios de cultura
Meios de culturaMeios de cultura
Meios de culturaCam J
 
Sedimentação power point
Sedimentação power  pointSedimentação power  point
Sedimentação power pointAna Helena
 

Tendances (20)

Aula gravimetria
Aula gravimetriaAula gravimetria
Aula gravimetria
 
Aula de espectrometria_de_massas_2010_2
Aula de espectrometria_de_massas_2010_2Aula de espectrometria_de_massas_2010_2
Aula de espectrometria_de_massas_2010_2
 
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
 
1 mia q_alimentar_espectrofotometria_2010
1 mia q_alimentar_espectrofotometria_20101 mia q_alimentar_espectrofotometria_2010
1 mia q_alimentar_espectrofotometria_2010
 
Высокомолекулярные соединения
Высокомолекулярные соединенияВысокомолекулярные соединения
Высокомолекулярные соединения
 
Espectrofotometria
EspectrofotometriaEspectrofotometria
Espectrofotometria
 
Aula 05 Espectrofotometria Uv Vis
Aula 05   Espectrofotometria Uv VisAula 05   Espectrofotometria Uv Vis
Aula 05 Espectrofotometria Uv Vis
 
Voltametria e amperometria pronto
Voltametria e amperometria prontoVoltametria e amperometria pronto
Voltametria e amperometria pronto
 
Absorção Atômica
Absorção AtômicaAbsorção Atômica
Absorção Atômica
 
Processos Bioquímicos - corrosão microbiana
Processos Bioquímicos - corrosão microbianaProcessos Bioquímicos - corrosão microbiana
Processos Bioquímicos - corrosão microbiana
 
Espectrometriade massa
Espectrometriade massaEspectrometriade massa
Espectrometriade massa
 
Isolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de Laranja
Isolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de LaranjaIsolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de Laranja
Isolamento do (+) - Limoneno a Partir do Óleo de Laranja
 
Producao de Vinagre e Acido Acetico
Producao de Vinagre e Acido AceticoProducao de Vinagre e Acido Acetico
Producao de Vinagre e Acido Acetico
 
MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...
MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...
MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (Cromatografia de papel, Cromatografia de camada delg...
 
Cariótipo, euploidias e aneuploidias
Cariótipo, euploidias e aneuploidiasCariótipo, euploidias e aneuploidias
Cariótipo, euploidias e aneuploidias
 
Meios de cultura
Meios de culturaMeios de cultura
Meios de cultura
 
Dureza da Água
Dureza da ÁguaDureza da Água
Dureza da Água
 
Determinación de cobalto
Determinación de cobaltoDeterminación de cobalto
Determinación de cobalto
 
Sedimentação power point
Sedimentação power  pointSedimentação power  point
Sedimentação power point
 
005.1.1 estudo do eteno
005.1.1 estudo do eteno005.1.1 estudo do eteno
005.1.1 estudo do eteno
 

En vedette

SEE-NERGY Producción industrial de microalgas
SEE-NERGY Producción industrial de microalgasSEE-NERGY Producción industrial de microalgas
SEE-NERGY Producción industrial de microalgasMarivi Diaz
 
18.ago ametista 11.45_259_edp
18.ago ametista 11.45_259_edp18.ago ametista 11.45_259_edp
18.ago ametista 11.45_259_edpitgfiles
 
Seminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticos
Seminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticosSeminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticos
Seminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticosPatrícia Oliver
 
Biocombustivel de algas
Biocombustivel de algasBiocombustivel de algas
Biocombustivel de algasRecupera
 
Potencialidades biotecnológicas de microalgas
Potencialidades biotecnológicas de microalgasPotencialidades biotecnológicas de microalgas
Potencialidades biotecnológicas de microalgasCarlos Kramer
 
Estatística, Medidas de dispersão e medidas de posição
Estatística, Medidas de dispersão e medidas de posiçãoEstatística, Medidas de dispersão e medidas de posição
Estatística, Medidas de dispersão e medidas de posiçãonelsonpoer
 
Cultivo De Algas Y Microalgas
Cultivo De Algas Y MicroalgasCultivo De Algas Y Microalgas
Cultivo De Algas Y Microalgasmaritimo
 

En vedette (11)

SEE-NERGY Producción industrial de microalgas
SEE-NERGY Producción industrial de microalgasSEE-NERGY Producción industrial de microalgas
SEE-NERGY Producción industrial de microalgas
 
Microalgas
MicroalgasMicroalgas
Microalgas
 
Microalgas
MicroalgasMicroalgas
Microalgas
 
PRODUCCIÓN DE BIODIESEL A PATIR DE MICROALGAS
PRODUCCIÓN DE BIODIESEL A PATIR DE MICROALGASPRODUCCIÓN DE BIODIESEL A PATIR DE MICROALGAS
PRODUCCIÓN DE BIODIESEL A PATIR DE MICROALGAS
 
18.ago ametista 11.45_259_edp
18.ago ametista 11.45_259_edp18.ago ametista 11.45_259_edp
18.ago ametista 11.45_259_edp
 
Seminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticos
Seminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticosSeminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticos
Seminário Organismo alimento - Produção de animais aquáticos
 
Biocombustivel de algas
Biocombustivel de algasBiocombustivel de algas
Biocombustivel de algas
 
Potencialidades biotecnológicas de microalgas
Potencialidades biotecnológicas de microalgasPotencialidades biotecnológicas de microalgas
Potencialidades biotecnológicas de microalgas
 
Estatística, Medidas de dispersão e medidas de posição
Estatística, Medidas de dispersão e medidas de posiçãoEstatística, Medidas de dispersão e medidas de posição
Estatística, Medidas de dispersão e medidas de posição
 
Cultivo De Algas Y Microalgas
Cultivo De Algas Y MicroalgasCultivo De Algas Y Microalgas
Cultivo De Algas Y Microalgas
 
Apresentando TCC
Apresentando TCCApresentando TCC
Apresentando TCC
 

Plus de André Bellin Mariano

reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...
reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...
reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...André Bellin Mariano
 
Artigo 9 reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...
Artigo 9   reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...Artigo 9   reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...
Artigo 9 reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...André Bellin Mariano
 
Artigo 8 efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...
Artigo 8   efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...Artigo 8   efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...
Artigo 8 efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...André Bellin Mariano
 
Artigo 6 dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...
Artigo 6   dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...Artigo 6   dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...
Artigo 6 dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...André Bellin Mariano
 
Artigo 5 determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...
Artigo 5   determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...Artigo 5   determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...
Artigo 5 determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...André Bellin Mariano
 
Artigo 4 cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...
Artigo 4   cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...Artigo 4   cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...
Artigo 4 cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...André Bellin Mariano
 
Artigo 2 biodiesel de microalgas composição e propriedades
Artigo 2   biodiesel de microalgas composição e propriedadesArtigo 2   biodiesel de microalgas composição e propriedades
Artigo 2 biodiesel de microalgas composição e propriedadesAndré Bellin Mariano
 
Artigo 1 avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...
Artigo 1   avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...Artigo 1   avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...
Artigo 1 avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...André Bellin Mariano
 

Plus de André Bellin Mariano (8)

reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...
reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...
reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocombustível po...
 
Artigo 9 reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...
Artigo 9   reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...Artigo 9   reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...
Artigo 9 reaproveitamento de calor residual em planta de produção de biocom...
 
Artigo 8 efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...
Artigo 8   efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...Artigo 8   efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...
Artigo 8 efeito econômico da utilização de fertilizantes como substrato no ...
 
Artigo 6 dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...
Artigo 6   dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...Artigo 6   dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...
Artigo 6 dimensionamento de sala de cultivo de microalgas para pesquisa e p...
 
Artigo 5 determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...
Artigo 5   determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...Artigo 5   determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...
Artigo 5 determinação da eficiência energética do processo de obtenção do b...
 
Artigo 4 cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...
Artigo 4   cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...Artigo 4   cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...
Artigo 4 cultivo de microalga com adição de glicerol em cultivos mixotrófic...
 
Artigo 2 biodiesel de microalgas composição e propriedades
Artigo 2   biodiesel de microalgas composição e propriedadesArtigo 2   biodiesel de microalgas composição e propriedades
Artigo 2 biodiesel de microalgas composição e propriedades
 
Artigo 1 avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...
Artigo 1   avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...Artigo 1   avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...
Artigo 1 avaliação invoadora da geometria de tubos de fotobiorreatores para...
 

Dernier

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 

Dernier (20)

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 

Artigo 3 comparação de meios de cultivo autotróficos, mixotróficos e heterotróficos para produção de biomassa de microalgas com foco em biocombustíveis e co-produtos

  • 1. COMPARAÇÃO DE MEIOS DE CULTIVO AUTOTRÓFICOS, MIXOTRÓFICOS E HETEROTRÓFICOS PARA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE MICROALGAS COM FOCO EM BIOCOMBUSTÍVEIS E CO-PRODUTOS Ana Carolina Cunha Arantes1, Maria Judite Dzuman2, Janaina Alana Bosa3, Keli Cristiane Correia Morais4, Wellington Balmant5, Raevon Pulliam6, José Viriato Coelho Vargas7, Luiz Pereira Ramos8, André Bellin Mariano9 1 Química, Mestranda, Departamento de Química, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – aninhacunha@gmail.com 2 Graduanda de Tecnologia de Bioprocessos e Biotecnologia, UTP, Curitiba, PR, Brasil – mdzuman@ufpr.br 3 Graduanda de Tecnologia de Bioprocessos e Biotecnologia, UTP, Curitiba, PR, Brasil – janaina_alana@hotmail.com 4 Bióloga, Mestranda do PIPE, NPDEAS, UFPR, Curitiba, PR, Brasil - biokeli2000@gmail.com 5 Engenheiro de Bioprocessos, MsC., Doutorando em Ciências – Bioquímica, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – wbalmant@gmail.com 6 Engenheira Mecânica, MsC., Doutoranda PIPE – NPDEAS, UFPR, Curitiba, PR, – raevonpulliam@gmail.com 7 Engenheiro Mecânico, PhD., Departamento de Engenharia Mecânica, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – jvargas@demec.ufpr.br 8 Químico, PhD, Departamento de Química, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – lramos@quimica.ufpr.br 9 Farmacêutico Bioquímico–Industrial, DsC., NPDEAS, UFPR, Curitiba, PR, Brasil – andrebmariano@gmail.com RESUMO As microalgas são fontes promissoras para produção de biocombustíveis devido ao seu potencial de crescimento e teor de óleo. No entanto, muitos estudos ainda são necessários, principalmente em relação à tecnologia e composição do meio de cultivo. O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto-Sustentável (NPDEAS) da UFPR desenvolveu um Fotobiorreator (FBR) Tubular Compacto que fornece condições ideais para crescimento de microalgas. Entretanto, a composição do meio de cultivo precisa ser estudada para permitir maior produtividade. Desta forma, o objetivo deste trabalho consistiu na avaliação da produtividade em biomassa e óleo de diferentes microalgas cultivadas em meios distintos encontrados na literatura. Foram levadas em consideração as espécies de microalgas utilizadas, o meio de cultivo, regime de crescimento (autotrófico, mixotrófico e heterotrófico) e a produção de óleo e co-produtos. Um estudo foi realizado no NPDEAS ao trabalhar com a Phaeodactylum tricornutum em cultivos autotrófico e mixotrófico. Nestes resultados, assim como na literatura, a adição de carbono orgânico promoveu aumento da produção de biomassa e óleo. A avaliação da produção de co-produtos para diferentes microalgas indicou o potencial de empreendimentos biotecnológicos desta natureza. Palavras chave: biomassa, biocombustíveis, microalgas, co-produtos, meios de cultivo, faturamento anual. ABSTRACT Comparision of autotrophic, heterotrophic, and mixotrophic cultivation for biomass production of microalgae with focus on biofuels and co-products. Microalgae are promising sources for biofuel production because of their potential for growth and oil content. Yet many studies are still needed, especially in relation to technology and composition of the medium. The Center for Research and Development of Self-Sustainable Energy (NPDEAS) UFPR developed a tubular compact photobioreactor (PBR) which provides ideal conditions for the growth of microalgae. However, the composition of the culture medium needs to be studied to enable greater productivity. Therefore, the objective of this study was to evaluate the productivity of biomass and oil from microalgae grown in different culture media founded in the literature. The species of microalgae used, the culture medium, growth regime (autotrophic, mixotrophic and heterotrophic) and production of oil and co-products were taken into consideration. An investigation was conducted at NPDEAS with Phaeodactylum tricornutum cultures in autotrophic and mixotrophic cultivation processes. As found by these results, and supported by the literature, the addition of organic carbon promoted increased production of biomass and oil. The evaluation of production of co-products for different microalgae showed the potential of biotechnological developments of this nature. Keywords: biomass, biofuels, microalgae, the co-products, culture medium, annual revenues. INTRODUÇÃO As microalgas são uns dos organismos mais antigos existentes e apresentam-se em formas unicelulares ou em cadeia. A composição diferencial das microalgas em ácidos graxos de cadeias longas, principalmente insaturadas como Omega-3 e Omega-6, além da alta concentração de proteínas e carboidratos
  • 2. torna-as fontes ideais para o preparo de alimentos funcionais, aditivos de alimentos ou até mesmo nutracêuticos (RODRIGUES et al., 2004) . Isso justifica o fato de que o mercado de microalgas está centralizado nas indústrias de alimentos, farmacêutica, de cosméticos e aqüicultura. Todavia, tanto o seu potencial de crescimento quanto o teor de óleo estão chamando atenção para o seu uso na área de biocombustíveis (CHISTI, 2007). Existem mais de 105 tipos de microalgas passíveis de serem utilizadas como matéria prima para produção de biodiesel (SATYANARAYANA et al., 2010). Tradicionalmente, as microalgas são cultivadas em tanques (Figura 1A) que ocupam grandes áreas e apresentam baixo aproveitamento volumétrico. Recentemente estão sendo desenvolvidos em todo o mundo sistemas de cultivo aberto conhecidos como fotobiorreatores (FBR) cujos elementos principais podem ser vistos na (Figura 1B). Estes sistemas apresentam custo de construção mais elevado que os tanques ou lagoas, mas apresentam a vantagem de possuir maiores taxas de crescimento, melhor aproveitamento de CO 2 e menores índices de contaminação (SATYANARAYANA et al., 2010). O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto-Sustentável da UFPR desenvolveu um Fotobiorreator (FBR) Tubular Compacto que fornece condições ideais para crescimento das microalgas (Figura 1C). Figura 1 – Sistemas de cultivo de microalgas: (A) Sistema de cultivo aberto – Lagoas, tanques, raceways ponds; (B) Sistema de cultivo fechado: Fotobiorreatores; (C) Fotobiorreator desenvolvido pelo NDPEAS – UFPR. Figure 1 – Microalgae cultivation systems: (A) Open cultivation systems – Lakes, ponds, raceways ponds; (B) Closed cultivation systems: Photo bioreactors; (C) Photo bioreactor develop by NDPEAS – UFPR. O principal metabolismo energético das microalgas consiste na obtenção de energia na forma autotrófica. Assim como as plantas, esses microorganismos utilizam a energia luminosa para fazer a reação entre o CO2 e a H2O para a produção de açúcar (C6H12O6) conforme representado de forma esquemática na Figura 2A. Esse carbono, fixado na forma de glucose, é utilizado na célula para a síntese das demais moléculas importantes por diferentes vias metabólicas (glicólise, ciclo de Krebs, síntese de lipídeos, síntese de aminoácidos, etc). Entretanto, as microalgas também podem utilizar fontes de carbono orgânico como única fonte de energia em metabolismo heterotrófico ou, ainda, em combinação com a fotossíntese, em metabolismo denominado mixotrófico (Figura 2B). Muitos trabalhos na literatura avaliam os efeitos da composição do meio de cultivo (autotrófico, mixotrófico ou heterotrófico) na produtividade de biomassa, óleo ou algum co-produto de interesse comercial. Não foram encontrados na literatura trabalhos que analisassem o custo do meio de cultivo e as produtividades de biomassa, que corresponde a um estudo de grande relevância na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias de produção de biocombustíveis. Com isso, o objetivo deste trabalho foi o da revisão bibliográfica destes artigos, bem como da análise de experimentos realizados no NPDEAS, com o intuito de avaliar os custos de produção, o rendimento de co-produtos e assim determinar os melhores meios para otimização do processo.
  • 3. Figura 2 – Metabolismo das microalgas: (A) Representação da fotossíntese e destinos metabólicos da glucose no metabolismo celular; (B) Diferenças entre os metabolismos autotróficos, heterotróficos e mixotróficos. Figure 2 – Microalgae metabolism: (A) Photosynthesis and metabolic destinations of glucose in cellular metabolism; (B) Differences between autotrophic, heterotrophic and mixotrophic metabolisms. MATERIAIS E MÉTODOS Coleta de dados através de revisão da literatura e experimentos realizados no NPDEAS Uma revisão bibliográfica foi realizada na base de dados Web of Science, coletando dados sobre a produtividade de biomassa, de óleo e de co-produtos de diferentes microalgas para avaliar custos de produção em relação à composição do meio de cultivo e estimar o faturamento em relação à obtenção de co-produtos. Em adição aos dados da literatura, também foram analisados os resultados de experimentos realizados pelo NPDEAS com o crescimento da microalga P. tricornutum em regime autotrófico e mixotrófico, na presença de glicerol bruto em diferentes concentrações. Avaliação da composição de meios de cultivo autotróficos, heterotróficos e mixotróficos sobre o crescimento de biomassa de microalgas e teor de óleo Com base nos dados publicados na literatura (representados nas Tabelas 3 a 5), foram selecionados resultados de maior produtividade e uma análise na composição dos meios de cultivo foi realizada. Para fins de comparação, foram considerados a quantidade elementar de Nitrogênio, Fosfato, Ferro, EDTA e Cianocobalamina. A Tabela 1 fornece uma estimativa do custo da produção de biomassa e óleo para cada situação. Devido à falta de padronização dos meios de cultivo e experimentos descritos na literatura, não foram analisadas vitaminas e sais minerais presentes em quantidades insignificantes e com baixo impacto no custo total do meio de cultivo. Tabela 1 – Estimativa de custo de Nitrogênio, Fosfato, Ferro, EDTA e Cianocobalamina Table 1 – Cost estimative for Nitrogen, Phosfate, Iron, EDTA and Cyanocobalamin Substância Fórmula Massa Molar Custo (R$.g-1)* Elemento Massa Molar Custo (R$.g-1) Nitrato de Sódio NaNO3 84,990 0,030 Nitrogênio 14,007 0,006 Fosfato de Sódio NaH2PO4.7H2O 246,085 0,038 Fosfato 94,972 0,015 Cloreto de Ferro FeCl3.6H2O 270,302 0,088 Ferro 55,85 0,018 EDTA C10H16N2O8 292,245 0,090 - - 0,090 Cianocobalamina C63H88CoN14O14P 1355,371 444,0 - - 444,0 * Valores médios praticados em junho de 2010 na compra de atacado.
  • 4. Avaliação da produtividade de co-produtos e faturamento anual O faturamento anual para empreendimentos que cultivam microalgas foi calculado utilizando uma fórmula empírica (Equação 1), considerando um FBR com 10 m3 de capacidade similar ao construído pelo NPDEAS na UFPR (Figura 1B). Foram desconsiderados os custos envolvidos no processo de produção de microalgas como, por exemplo, custos com operação de fotobiorreatores ou tanques, separação de biomassa e co-produtos, funcionários, impostos e transporte. F  320000( PRX .PX  PRc .Pc  PRAST .PAST  PRDHA .PDHA  PRCLO.PCLO ) Eq. 1 onde: F = Faturamento anual de um fotobiorreator de 10 mil litros PR = Preço de venda dos co-produtos do fotobiorreator (R$.g-1) conforme Tabela 5 P = Produtividade diária dos co-produtos do fotobiorreator (kg.L-1.d-1) X = Biomassa c = caroteno AST = Astaxantina DHA = Ácido docosa-hexaenóico A Tabela 2 apresenta os preços de co-produtos de microalgas que foram utilizados para a avaliação do faturamento anual. Tabela 2 – Preço dos co-produtos de microalgas Table 2 – Microalgae co-products prices Co-produtos de microalgas Preço R$.g-1 Fonte referências -Caroteno 5,10 SPOLAORE et al., 2006 Astaxantina 15,73 BRENNAN & OWENDE, 2010 Biomassa 0,08 BRENNAN & OWENDE, 2010 Óleo Rico em DHA 94,60 BRENNAN & OWENDE, 2010 Clorofila 20,89 http://www.mothernature.com/s/Chlorophyll/1184.html RESULTADOS E DISCUSSÃO Meios de cultivos autotróficos, mixotróficos e heterotróficos As Tabela 3, 4 e 5 centralizam as informações coletadas na literatura a respeito de cultivos autotróficos, mixotróficos e heterotróficos de várias microalgas, respectivamente. Foram considerados o meio de cultivo, fonte de carbono orgânico, produtividade da biomassa e porcentagem de óleo. Avaliação dos efeitos do glicerol sobre o crescimento de microalga Em cultivo de microalgas, a fonte de nutrientes é importante, já que corresponde a mais de 60% do custo de produção. A adição de fonte de carbono adicional a estes cultivos possibilita maior rendimento em biomassa, já que haverá maior disponibilidade de carbono, além do produzido através do metabolismo fotossintético. Os experimentos de crescimento de microalgas do NPDEAS foram realizados utilizando glicerol como fonte de carbono orgânico. O glicerol foi escolhido devido a sua importância no cenário de produção de biodiesel. Atualmente, muitos trabalhos estão investigando a possibilidade de utilização do glicerol para produção de energia, aditivos de biodigestão, produção de compósitos ou blendas poliméricas biodegradáveis. O uso do glicerol como substrato para microalgas se apresenta como uma nova possibilidade para esse co-produto (SATYANARAYANA et al., 2010). Nestes experimentos, observaram-se aumentos de 22% na quantidade de biomassa e 27% na quantidade de lipídeo pela adição de glicerol no meio de cultivo. O cultivo mixotrófico resultou no maior rendimento de biomassa, que pode ser justificado pelo fato de que o uso de fonte adicional de carbono minimiza as conseqüências geradas pelo autossombreamento (ANDRADE & COSTA, 2008). A assimilação do carbono inorgânico fica prejudicada devido à alta densidade celular, devido à baixa disponibilidade de luz. Quando a microalga assimila mais carbono, tem-se maior produção de carboidratos, proteínas e lipídeos (DERNER, 2006).
  • 5. Tabela 3 – Produtividade de biomassa e óleo para microalgas cultivadas em regime autotrófico Table 3 – Biomass and oil productivity from microalgae cultivated in autotrophic conditions Biomassa seca Óleo Microalga (Espécie) Composição Fonte (g.L-1.d-1) (g.L-1.d-1) Nannochloropsis oculata F / 2 Guillard 0,120 - OHSE, 2009 Chaetoceros muelleri F / 2 Guillard 0,140 - OHSE, 2009 Thalassiosira fluviatilis F / 2 Guillard 0,180 - OHSE, 2009 Isochrysis galbana F / 2 Guillard 0,150 - OHSE, 2009 Thalassiosira pseudonana F / 2 Guillard 0,170 - OHSE, 2009 Isochrysis SP F / 2 Guillard 0,110 - OHSE, 2009 Phaeodactylum tricornutum F / 2 Guillard 0,100 - OHSE, 2009 Tetraselmis Chuí F / 2 Guillard 0,110 - OHSE, 2009 Tetraselmis suecica F / 2 Guillard 0,080 - OHSE, 2009 Chlorella vulgaris WC 0,060 - OHSE, 2009 Botryococcus braunii Chu 13 + 10% CO2 0,026 0,0055 CHAN, 2010 Chlorella vulgaris BG11 + 10% CO2 0,104 0,0069 CHAN, 2010 Scenedesmus sp. BG11 + 10% CO2 0,217 0,0207 CHAN, 2010 Chlorella sp. Walne’s + Uréia 0,240 0,1240 CHIH-HUNG,2009 Bold’s Basal + Scenedesmus sp. 0,020 0,0002 KIM, 2007 Fermentado de porco Isochrysis galbana Ukeles 0,440 0,2077 SANCHEZ, 2000 Nannochloropsis sp. Guillard’s 0,060 0,0054 HU, 2003 Spirulina platensis Zarrouk 0,040 - REICHERT, 2006 Nannochloropsis sp. F / 2 Guillard 0,056 0,0179 FANG, 2004 Phaeodactylum tricornutum F / 2 Guillard 0,041 0,0170 NPDEAS Tabela 4 – Produtividade de biomassa e óleo para microalgas cultivadas em regime mixotrófico Table 4 – Biomass and oil productivity from microalgae cultivated in mixotrophic conditions Biomassa seca Óleo Microalga (Espécie) Composição Carbono Orgânico Fonte (g.L-1.d-1) (g.L-1.d-1) Chlorella zofingiensis Glicose 1,130 PO-FUNG I., 2004 Spirulina platensis Zarrouk Melaço em pó 0,066 ANDRADE, 2008 Spirulina platensis Zarrouk Melaço líquido 0,098 ANDRADE, 2008 Nannochloropsis sp. Guillard’s Acetato de sódio 0,060 0,0048 HU, 2003 Phaeodactylum tricornutum Ukeles Glicerol 0,420 0,0086 CERÓN, 2005 Phaeodactylum tricornutum Ukeles Glicina 0,264 0,0049 CERÓN, 2005 Phaeodactylum tricornutum Ukeles Glucose 0,256 0,0065 CERÓN, 2005 Phaeodactylum tricornutum Ukeles Lactato 0,185 0,0041 CERÓN, 2005 Chlorella vulgaris - Glucose 0,254 0,0540 LIANG, 2009 Nannochloropsis sp. F / 2 Guillard Glucose 0,079 0,0298 FANG, 2004 Nannochloropsis sp. F / 2 Guillard Etanol 0,073 0,0248 FANG, 2004 Phaeodactylum tricornutum F / 2 Guillard Glicerol (0,05 mol.L-1) 0,047 0,0210 NPDEAS Phaeodactylum tricornutum F / 2 Guillard Glicerol (0,10 mol.L-1) 0,048 0,0220 NPDEAS Phaeodactylum tricornutum F / 2 Guillard Glicerol (0,15 mol.L-1) 0,050 0,0220 NPDEAS Tabela 5 – Produtividade de biomassa e óleo para microalgas cultivadas em regime heterotrófico Table 5 – Biomass and oil productivity from microalgae cultivated in heterotrophic conditions Biomassa seca Óleo Microalga (Espécie) Composição Carbono Orgânico Fonte (g.L-1.d-1) (g.L-1.d-1) Chlorella protothecoides - Glucose 0,740 0,3940 GAO, 2009 Chlorella protothecoides - Hidrólise ácida de sorgo 0,660 GAO, 2009 Hidrólise enzimática de Chlorella protothecoides - 1,200 0,5870 GAO, 2009 sorgo Chlorella protothecoides - Glucose 1,430 0,6680 CHENG, 2009 Chlorella protothecoides - Fermentado de cana 1,220 0,5420 CHENG, 2009 Chlorella protothecoides - Glucose 2,020 0,9410 LI, 2007 Chlorella vulgaris - Glucose 0,151 0,0350 LIANG, 2009 Nannochloropsis sp. F / 2 Guillard Glucose 0,047 0,0198 FANG, 2004 Nannochloropsis sp. F / 2 Guillard Etanol 0,038 0,0140 FANG, 2004 Os resultados podem ser analisados na Figura 3A e o aspecto do cultivo mixotrófico desta microalga, na presença do glicerol, pode ser observada na Figura 3C. Fica evidente o aumento da densidade celular pelo aumento da coloração do meio de cultivo (Figura 3C), em comparação com o início do experimento (Figura 3B).
  • 6. Figura 3 – (A) Produtividade de biomassa e óleo da microalga Phaeodactylum tricornutum em diferentes concentrações de glicerol (0–0,15 mol.L-1). Imagem do cultivo mixotrófico da microalga P. tricornutum com adição de glicerol: (B) Início do cultivo; (C) Final do cultivo. Figure 3 – (A) Biomass and oil productivity of microalgae Phaeodactylum tricornutum in different glycerol concentrations (0–0.15 mol.L-1). Picture of myxotrophic cultivation of microalgae P. tricornutum with addition of glicerol: (B) Initiation of cultivation; (C) End of growing. Efeitos da composição dos meios de cultivo na produtividade de biomassa e óleo Para avaliar o custo de produção de biomassa e óleo, foi levado em consideração apenas a composição do meio de cultivo e foram selecionados os dados das microalgas com os maiores crescimentos descritos nas Tabelas 3, 4 e 5. Os dados foram analisados de forma separada conforme o regime de cultivo: autotrófico (Tabela 6), mixotrófico (Tabela 7) e heterotrófico (Tabela 8). Custo de produção de biomassa e óleo em cultivos autotróficos A microalga I. galbana apresentou o melhor desempenho em cultivo autotrófico com a produtividade em biomassa de 0,443 g.L-1.dia-1 e em óleo de 0,208 g.L-1.dia-1. A produção total de biomassa em 7 dias de cultivo foi de 3,1 g.L-1 (SANCHEZ et al., 2000). O somatório dos nutrientes principais deste meio de cultivo apresenta uma concentração de 0,032 g.L-1. Isso pode indicar que a maior fonte de matéria para conversão em biomassa nessa microalga consistiu no CO2 atmosférico utilizado no experimento. O custo de produção de biomassa (R$ 5,32.kg-1) foi o menor dentre todos os analisados (mesmo comparando com cultivos mixotróficos e heterotróficos). A mesma análise, realizada para a microalga Chlorella sp. (CHIH-HUNG & WEN-TENG, 2009) apresenta um dado importante. A produção de biomassa de Chlorella sp obtida nos cultivos autotróficos consistiu em 0,237 g.L-1.dia-1 a um custo elevado de R$ 5.749,2.kg-1. Isso se justifica pela composição do meio de cultivo, cujo somatório das massas apresentou a concentração de 39,84 g.L-1. A produção de biomassa em 6 dias de cultivo foi de 1,422 g.L-1, demonstrando que a maior parte dos nutrientes adicionados não foi convertida em microalgas. O custo de produção da biomassa da microalga Scenedesmus sp. foi de R$ 217,23.kg-1 e a quantidade de matéria do meio de cultivo, de 1,55 g.L-1, representa a metade da concentração de biomassa obtida (3,1 g.L-1) depois de 14 dias de cultivo (CHAN YOO et al., 2009). Tabela 6 – Composição dos principais componentes dos meios de cultivo autotróficos para microalgas Table 6 – Composition of the main components of autotrophic cultivation medium for microalgae Microalga Isochrysis galbana(1) Chlorella sp.(2) Scenedesmus sp.(3) -1 -1 Biomassa (g.L .dia ) 0,443 0,237 0,217 Óleo (mg.L-1.dia-1) 0,208 0,124 0,021 Composição do Meio de Cultivo Nitrogênio (g.L-1) 0,028 19,8 1,500 Ferro (g.L-1) 0,001 0,001 0,006 Fosfato (g.L-1) 0,003 20,000 0,040 EDTA (g.L-1) 0,000 0,045 0,001 Cianocobalamina (μg/L) 3,000 10 0,000 Custo Total R$ 0,002 R$ 1,36 R$ 0,047 Custo por kg de biomassa R$ 5,32 R$ 5.749,2 R$ 217,23 Custo por g de óleo R$ 11,34 R$ 10.988,42 R$ 2.282,71 1 – (SÁNCHEZ et al., 2000), 2 – (WEN-TENG WU et al., 2009), 3 – (CHAN YOO et al., 2009)
  • 7. Custo de produção de biomassa e óleo em cultivos mixotróficos As microalgas cultivadas em regime mixotrófico (Tabela 8) apresentaram produtividades maiores que as de cultivos autotróficos, indicando que a adição de fonte de carbono pode propiciar aumento da produção de biomassa. Mesmo sem considerar os custos das fontes de carbono (glucose, glicerol ou glicina), os custos de produção das microalgas C. zofingiensis (PO-FUNG et al., 2003) e P. tricornutum (CERÓN GARCIA et al., 2005) foram maiores que a microalga I. galband (SANCHEZ et al., 2000) e variaram de R$ 8,87 à 14,11.kg-1. As relações de quantidade de matéria no meio de cultivo para biomassa produzida para as microalgas: a) C. zofingiensis (com glucose): 6,03 g.L-1 matéria no meio / 3,4 g.L-1 biomassa seca b) P. tricornutum (com glicerol): 9,55 g.L-1 matéria no meio / 2,99 g.L-1 biomassa seca c) P. tricornutum (com glicina): 0,80 g.L-1 matéria no meio / 2,46 g.L-1 biomassa seca Tabela 7 – Composição dos principais componentes dos meios de cultivo mixotrófico para microalgas Table 7 – Composition of the main components of mixotrophic cultivation medium for microalgae Microalga C. zofingiensis(1) P. tricornutum(2) P. tricornutum(2) Biomassa (g.L-1.dia-1) 1,133 0,420 0,264 Óleo (mg.L-1.dia-1) * 0,009 0,005 Composição do Meio de Cultivo Carbono |Glucose 5 g.L-1 Glicerol 9,5 g.L-1 Glicina 0,75 g.L-1 Nitrogênio (g.L-1) 0,750 0,017 0,017 Ferro (g.L-1) 0,005 0,005 0,005 Fosfato (g.L-1) 0,275 0,016 0,016 EDTA (g.L-1) 0,000 0,010 0,010 Cianocobalamina (μg/L) 0,000 3,000 3,000 Custo Total R$ 0,033 R$ 0,004 R$ 0,004 Custo por g de biomassa R$ 29,46 R$ 8,87 R$ 14,11 Custo por mg de óleo ** R$ 433,16 R$ 760,25 1 – (PO-FUNG et al., 2003), 2 – (GARCIA et al., 2004); * Não informado na fonte; ** Não calculado. Custo de produção de biomassa e óleo em cultivos heterotróficos As microalgas analisadas em regime de crescimento heterotrófico foram todas da espécie C. protothecoides e apresentaram melhores desempenhos que os cultivos em regimes autotróficos e mixotróficos. As produtividades variaram de 1,22 – 2,02 g.L-1.dia-1 com custos de produção variando de R$ 1,89 à 3,14.kg-1. Tabela 8 – Composição dos principais componentes dos meios de cultivo heterotrófico para microalgas Table 8 – Composition of the main components of heterotrophic cultivation medium for microalgae Microalga C. protothecoides(1) C. protothecoides(2) C. protothecoides(2) Biomassa (g.L-1.dia-1) 2,020 1,430 1,220 Óleo (mg.L-1.dia-1) 0,941 0,668 0,542 Composição do Meio de Cultivo Carbono Glucose 12 g.L-1 Glucose 20 g.L-1 Fermentado de cana 20 g.L-1 Nitrogênio (g.L-1) 0,000 0,000 0,000 Ferro (g.L-1) 0,003 0,003 0,003 Fosfato (g.L-1) 1,000 1,000 1,000 EDTA (g.L-1) 0,000 0,000 0,000 Cianocobalamina (μg/L) 0,000 0,000 0,000 Custo Total R$ 0,038 R$ 0,038 R$ 0,038 Custo por g de biomassa R$ 1,89 R$ 2,68 R$ 3,14 Custo por mg de óleo R$ 4,01 R$ 5,73 R$ 7,06 1 – (XIUFENG LI et al., 2007), 2 – (YUN CHENG et al., 2009) Avaliação da produtividade de co-produtos e faturamento anual A estimativa de produtividade anual, calculada para empreendimentos utilizando dados da literatura (Eq. 1 e Tabela 2), encontram-se representados na Tabela 9. Ao analisar os dados, percebe-se que a maior porcentagem de óleo foi obtida por Wen-Teng Wu e colaboradores (2009), com 52%. Entretanto, o maior faturamento anual poderia ser obtido com os resultados de Kim e colaboradores (2003) devido à quantidade de co-produtos recuperados. Isso não significa que as outras microalgas não estejam produzindo co-produtos de interesse comercial, apenas indica que eles não estão sendo considerados. Este fato demonstra a importância de recuperar os co-produtos gerados na produção de microalgas, já que possuem um valor comercial alto que
  • 8. contribui para a viabilidade econômica do processo. A Tabela 2 apresenta o preço dos co-produtos obtidos de microalgas, evidenciando sua grande importância econômica. Outro aspecto importante demonstrado na Tabela 9 é que a maior produção de biomassa foi em regime mixotrófico com adição de glicose no meio de cultura (PO- FUNG IP et al., 2003). Isso demonstra que a incorporação uma fonte de carbono externa pode colaborar com o aumento da produtividade, pois cultivos estritamente autotróficos na sua grande maioria têm uma produção muito baixa de biomassa (KIM et al., 2006; HU HANHUA et al. 2003). Uma análise importante é a comparação do faturamento anual estimado para o cultivo da microalga Phaeodactylum tricornutum na ausência e presença de glicerol, R$ 103.910,40 e R$ 126.720,00, respectivamente. Desde que a fonte de carbono utilizada seja de baixo custo, o crescimento mixotrófico apresenta-se lucrativo. Uma análise mais refinada dos dados, levando-se em consideração o custo das matérias primas e operação dos fotobiorreatores e processos, deverá ainda ser realizada para a melhor compreensão destes resultados. Tabela 9 – Estimativa da Produtividade Anual para empreendimentos produtores de microalgas com foco em co-produtos para reatores de 10 m3 Table 9 –Annual Productivity Estimative for enterprises producing microalgae with focus on co-products Microalga Cultivo Produtividade Óleo caroteno Astaxantina DHA Clorofila Faturamento * (g.L-1.d-1) (%) mg.L-1.d-1 mg.L-1.d-1 mg.L-1.d-1 mg.L-1.d-1 Anual (R$) Scenedesmus sp. T./A(1) 0,016 0,9 0,05 1,12 - 5,9 438.310,4 Nannochlropsis sp. T./A(2) 0,063 9,0 - - 1,4 - 439.774,7 B. braunii T./A(3) 0,200 30,0 - - - - 50.688,0 P. tricornutum F/A(4A) 0,041 17,0 - - - - 103.910,4 P. tricornutum F/M(4B) 0,050 22,0 - - - - 126.720,0 Chlorella sp. F/M(5) 0,237 52,0 - - - - 60.065,3 C. zofingiensis T./M(6) 0,850 21,0 - 4,00 - - 306.944,0 C. protothecoides F/H(7) 0,358 46,7 - - - - 90.604,8 C. protothecoides F/H(7) 0,305 44,4 - - - - 77.299,2 * T = tanque, F = Fotobiorreator, A = autotrófico, M = Mixotrófico, H = Heterotrófico; (1) – KIM et al. (2006); (2) – HANHUA HU et al. (2003); (3) – DAYANANDA et al. (2006); (4) Dados retirados da Figura 3A (NPDEAS); (5) – WEN-TENG WU et al. (2009); (6) PO- FUNG et al.(2003); (7) – YUN CHENG et al. (2009) CONCLUSÕES A pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia de cultivo de microalgas é um ponto estratégico para o seu uso como matéria prima para produção de biocombustíveis. Parte do trabalho consiste no desenvolvimento de equipamentos que propiciem aumento da produtividade (fotobiorreatores, aeradores para tanques, homogeneizadores, entre outros). Os experimentos realizados com a microalga P.tricornutum pelo NPDEAS e apresentados neste trabalho consistiram na modificação do meio de cultivo, que são similares aos dados encontrados na literatura e indicam que o uso de fontes de carbono orgânico em crescimento mixotrófico aumenta a produtividade de biomassa seca e, em alguns casos, de óleo. Mais estudos serão necessários para a otimização dos parâmetros envolvidos. A análise dos dados da literatura, em relação ao custo de produção e regime de cultivo, demonstra o melhor desempenho dos cultivos heterotróficos, seguidos pelos cultivos mixotróficos e autotróficos. Para que os cultivos autotróficos e mixotróficos melhorem as produtividades e diminuam os custos, deve-se utilizar matérias primas de baixo valor agregado como rejeitos agrícolas, urbanos ou industriais, em substituição aos nutrientes empregados. A simples utilização de fertilizantes agrícolas ainda não é a solução para o problema do custo de produção. Torna-se necessária a verificação das quantidades de matéria presentes no cultivo e a quantidade de biomassa produzida. Outro ponto importante em empreendimentos com microalgas é o aproveitamento de todos os co- produtos não utilizados para produção de biocombustíveis. Os alto teores de pigmentos, vitaminas, anti- oxidantes e ácidos graxos nobres presentes na biomassa de microalgas, e que apresentam altos valores comerciais, praticamente inviabilizam o uso dos resíduos da biomassa para biodigestão ou como fertilizantes sem o prévio fracionamento. AGRADECIMENTOS O NPDEAS agradece ao CNPq, CAPES e Nilko Metalurgia Ltda. pelo financiamento das pesquisas, a UFPR pela infraestrutura e ao Grupo Integrado de Aquicultura (GIA – UFPR) pelo espaço de trabalho e preparo do inóculo.
  • 9. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. R.; COSTA, J. A. Cultivo da microalga Spirulina plantensis em fontes alternativas de nutrientes. Ciência Agrotecnológica , p.1551-1556, 2008. BRENNAN, L; OWENDE, P.M.O. Biofuels from microalgae – A review of technologies for production, processing and extractions of biofuels and co-products. Renewable & Sustainable Energy Reviews, v. 14, p. 557- 577, 2010. CERÓN GARCÍA, M.C.; FERNÁNDEZ SEVILLA, J.M.; ACIÉN FERNÁNDEZ, F.G. ; MOLINA GRIMA, E.; GARCÍA CAMACHO, F.. Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol: growth rate and fatty acid profile. Journal of Applied Phycology, v.12, p.239–248, 2000. CERÓN GARCIA, M. C.; GARCÍA CAMACHO, F.; SÁNCHEZ MIRÓN, A.; FERNÁNDEZ SEVILLA, J. M; MOLINA GRIMA, E.. Mixotrophic growth of the microalga Phaeodactylum tricornutum: Influence of different nitrogen and organic carbon sources on productivity and biomass composition. Process Biochemistry, v. 40, p.297-305, 2005. CERÓN GARCIA, M. C.; GARCÍA CAMACHO, F.; SÁNCHEZ MIRÓN, A.; FERNÁNDEZ SEVILLA, J. M; CHISTI, Y.; MOLINA GRIMA, E.. Mixotrophic production of marine microalga Phaeodactylum tricornutum on various carbon sources. J. Microbiol. Biotechnol v. 16, p. 689-694, 2006. CHAN, Y.; JUN S.Y.; LEE, J.Y.; AHN, C.Y.; OH, H.M.. Selection of microalgae for lipid production under high levels carbon dioxide. Bioresource Technology, v. 101, p. 71-74, 2010. CHENG, Y.; LU, Y.; GAO, C.; WU, Q.. Alga-Based Biodiesel Production and Optimization Using Sugar Cane as the Feedstock. Energy & Fuels, v.23, p. 4166–4173, 2009. CHIH-HUNG, H.; WEN-TENG, W.. Cultivation of microalgae for oil production with a cultivation strategy of urea limitation. Bioresource Technology, v.100, p.3921-3926, 2009. CHISTI, Y. Biodiesel from microalgae. Biotechnology Advances, v. 25, p. 294-306, 2007. DERNER, R. B. Efeito de fontes de carbono no crescimento e na composição bioquimica das microalgas Chaetoceros muelleri e Thalassiossira fluviatilis, com ênfase no teor de ácidos graxos poliinsaturados. Tese de doutorado em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006. FANG; X.; WEI, C.; ZHAO-LING, C.; FAN, O.. Effects of organic carbon sources on cell growth and eicosapentaenoic acid content of Nannochloropsis sp. Journal of Applied Phycology, v.16, p. 499–503, 2004. GAO, C.; ZHAI, Y.; DING, Y.; WU, Q.. Application of sweet sorghum for biodiesel production by heterotrophic microalga Chlorella protothecoides. Applied Energy, v.87, p.756-761, 2010. HU, H.; GAO, K. . Optimization of growth and fatty acid composition of a unicellular marine picoplankton, Nannochloropsis sp., with enriched carbon sources. Biotechnology Letters, v. 25, p.421-425, 2003. KIM, M.K.; PARK, J.W.; PARK, C.S.; KIM, S.J.; JEUNE, K.H.; CHANG, M.U.; ACREMAN, J.. Enhanced production of Scenedesmus sp. (green microalgae) using a new medium containing fermented swine wastewater. Bioresource Technology, v. 98, p. 2220-2228, 2007. LI, X.; XU, H.; WU, Q.. Large-Scale Biodiesel Production From Microalga Chlorella protothecoides Through Heterotrophic Cultivation in Bioreactors. Biotechnology and Bioengineering, v. 98, 2007. LIANG, Y.; SARKANY, N.; CUI, Y.. Biomass and lipid productivities of Chlorella vulgaris under autotrophic, heterotrophic and mixotrophic growth conditions. Biotechnology Letters, v.31, p.1043–1049, 2009. OHSE, S.; DERNER, R. B.; OZÓRIO, R.A.; BRAGA, M.V.C.; CUNHA, P.; LAMARCA, C.P.; SANTOS, M.E.. Produção de biomassa e teores de carbono, hidrogênio, nitrogênio e proteína em Microalgas. Ciência Rural, v.39, p.1760-1767, 2009. PO-FUNG, I.; KA-HO, W.; FENG , C.. Enhanced production of astaxanthin by the green microalga Chlorella zofingiensis in mixotrophic culture. Process Biochemistry, v. 39, p.1761-1766, 2004.
  • 10. REICHERT, C. C.; REINEHR, C. O.; COSTA, J. A. V.. Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium Spirulina platensis in a closed photobioreactor. Braz. J. Chem. Eng., v.23, p. 23-28, 2006. RODRIGUES, J.B.R.; BELLI, F. P.. Eficiência da microalga Chlorella minutissima no tratamento de resíduos de suinocultura enriquecido com uréia. Biotemas, v.17, p.7-26, 2004. SANCHEZ, S.; MARTINEZ, E.; ESPINOLA, F.. Biomass production and biochemical variability of the marine microalga Isochrysis galbana in relation to culture medium. Biochemical Engineering Journal, v.6, p. 13-18, 2000. SATYANARAYANA, K. G.; MARIANO, A. B.; VARGAS, J.V.C. A review on microalgae, a versatile source for sustainable energy and materials. International Journal of Energy Research, [s.i], p.1-21, 2010. SOARES, D.. Avaliação do crescimento celular e da produtividade de lipídeos de microalgas marinhas em diferentes regimes de cultivo. Dissertação de mestrado em Ciências – Bioquímica pela Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. SPOLAORE, P.; JOANNIS-CASSAN, C.; DURAN, E.; ISAMBERT, A. Commercial Applications of Microalgase. Journal of Bioscience and Bioenergineering, v. 101, p. 87-96, 2006.