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Einstein foi autista?
Fonte: www.desmistificandoautismo.com.br
O presente artigo trata sobre um mito que atualmente vem sendo bastante
compartilhado: a possibilidade de pessoas importantes, como Einstein, terem
sido autistas. O objetivo deste artigo não é entrar na discussão se essas pessoas
realmente eram autistas ou não, mas sim, refletir e desconstruir mais um debate
que pouco acrescenta na evolução dos estudos referentes ao TEA.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o Transtorno
do Espectro Autista (TEA) é diagnosticado somente por meio clínico, ou seja, não
há exames que detectam a presença do transtorno na pessoa. Alguns exames,
tais como cariótipo com pesquisa de X frágil, EEG, RNM, teste do pezinho,
sorologias para sífilis, rubéola, toxoplasmose, audiometria e testes
neuropsicológicos podem ser necessários para investigar causas e outras doenças
associadas. Mas até o presente momento em que este artigo foi escrito, não há
notícias nos meios científicos que investigam o Autismo algo relacionado à
confirmação ou não de um diagnóstico a partir de exames.
Isso que dizer que o Autismo é detectável no comportamento, a partir dos
sintomas relacionados à falta de interação e alteração na percepção (sentidos).
Esse é o problema: como não há uma forma mais segura para detectar não só o
Autismo, mas o seu grau, causas, etc, o diagnóstico fica no “achismo” de pessoas
na maioria das vezes que não possuem conhecimento científico sobre o assunto.
A invenção (imaginação) tende a substituir a explicação empírica, nesse sentido,
estão realizando releituras de algumas celebridades ou pessoas que marcaram
época de alguma forma, a partir dos sintomas do Autismo. Por exemplo, muito
tem se falado de Einstein e a possibilidade do mesmo pertencer ao grupo dos
Aspergers, já que ele tinha um comportamento introvertido, gostava de rotina e
era um gênio!
Somente pelo fato dessas pessoas apresentarem algumas características nos
seus comportamentos, já levantam uma série de especulações, baseadas em
evidências extremamente superficiais.
O problema é que a tendência de cientistas, como Einstein, é ficarem mais
reclusos em função do próprio perfil da atividade que exercem. Há algum
problema em a pessoa optar por privacidade? Só por causa disso é “taxado” de
autista?
Outra característica de Einstein que faz as pessoas acharem que o mesmo seja
autista: a sua genialidade! Essa é uma questão que já foi abordada em outro
artigo, ou seja, as pessoas relacionarem Autismo com alta capacidade mental
acima da média (superdotados). Os autistas não são superdotados e vice versa.
Esse é mais um mito sobre o Transtorno que merece muita atenção, mas como
já foi tratado em outro artigo, não me deterei sobre esse assunto aqui
novamente.
Além de Einstein, outras personalidades importantes também são objetos de
especulação, como Newton, Da Vinci, Van Gogh, Messi e até Jesus Cristo! Se
essas pessoas foram autistas ou não, ficaremos somente na base da especulação
e em nada será acrescentado ao que realmente importa!
O fato é que não se deve diagnosticar pessoas mortas somente a partir de
algumas breves informações sobre suas personalidades. Alguns sintomas
isolados somente, não caracterizam um diagnóstico autista.
Mas então, por qual motivo tem se especulado sobre a presença do Autismo
nessas celebridades? Isso pode ser explicado muito em função da esperança que
ronda as pessoas que possuem contato direto com portadores do Transtorno.
Relacionar o Autismo com alguma pessoa importante, pode ser uma forma de
encarar os fatos! Mas não é a melhor forma, pois, a auto ilusão só atrapalha o
que realmente deve se fazer: buscar informações amparadas por pesquisas
científicas que possam auxiliar na compreensão e no tratamento (estímulos)
diário aos autistas. Essa sim, é uma atitude que acrescenta e faz toda a diferença!
Referências Bibliográficas:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico
deTranstornos Mentais - DSM 5. Tradução de Maria Inês Correa Nascimento et
al; revisão técnica Aristides Volpato Cordiolo. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
2014.

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Einstein autista? Mitos sobre diagnóstico póstumo

  • 1. Einstein foi autista? Fonte: www.desmistificandoautismo.com.br O presente artigo trata sobre um mito que atualmente vem sendo bastante compartilhado: a possibilidade de pessoas importantes, como Einstein, terem sido autistas. O objetivo deste artigo não é entrar na discussão se essas pessoas realmente eram autistas ou não, mas sim, refletir e desconstruir mais um debate que pouco acrescenta na evolução dos estudos referentes ao TEA. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é diagnosticado somente por meio clínico, ou seja, não há exames que detectam a presença do transtorno na pessoa. Alguns exames, tais como cariótipo com pesquisa de X frágil, EEG, RNM, teste do pezinho, sorologias para sífilis, rubéola, toxoplasmose, audiometria e testes neuropsicológicos podem ser necessários para investigar causas e outras doenças associadas. Mas até o presente momento em que este artigo foi escrito, não há notícias nos meios científicos que investigam o Autismo algo relacionado à confirmação ou não de um diagnóstico a partir de exames. Isso que dizer que o Autismo é detectável no comportamento, a partir dos sintomas relacionados à falta de interação e alteração na percepção (sentidos). Esse é o problema: como não há uma forma mais segura para detectar não só o Autismo, mas o seu grau, causas, etc, o diagnóstico fica no “achismo” de pessoas na maioria das vezes que não possuem conhecimento científico sobre o assunto. A invenção (imaginação) tende a substituir a explicação empírica, nesse sentido, estão realizando releituras de algumas celebridades ou pessoas que marcaram época de alguma forma, a partir dos sintomas do Autismo. Por exemplo, muito tem se falado de Einstein e a possibilidade do mesmo pertencer ao grupo dos Aspergers, já que ele tinha um comportamento introvertido, gostava de rotina e era um gênio! Somente pelo fato dessas pessoas apresentarem algumas características nos seus comportamentos, já levantam uma série de especulações, baseadas em evidências extremamente superficiais. O problema é que a tendência de cientistas, como Einstein, é ficarem mais reclusos em função do próprio perfil da atividade que exercem. Há algum problema em a pessoa optar por privacidade? Só por causa disso é “taxado” de autista? Outra característica de Einstein que faz as pessoas acharem que o mesmo seja autista: a sua genialidade! Essa é uma questão que já foi abordada em outro artigo, ou seja, as pessoas relacionarem Autismo com alta capacidade mental acima da média (superdotados). Os autistas não são superdotados e vice versa. Esse é mais um mito sobre o Transtorno que merece muita atenção, mas como
  • 2. já foi tratado em outro artigo, não me deterei sobre esse assunto aqui novamente. Além de Einstein, outras personalidades importantes também são objetos de especulação, como Newton, Da Vinci, Van Gogh, Messi e até Jesus Cristo! Se essas pessoas foram autistas ou não, ficaremos somente na base da especulação e em nada será acrescentado ao que realmente importa! O fato é que não se deve diagnosticar pessoas mortas somente a partir de algumas breves informações sobre suas personalidades. Alguns sintomas isolados somente, não caracterizam um diagnóstico autista. Mas então, por qual motivo tem se especulado sobre a presença do Autismo nessas celebridades? Isso pode ser explicado muito em função da esperança que ronda as pessoas que possuem contato direto com portadores do Transtorno. Relacionar o Autismo com alguma pessoa importante, pode ser uma forma de encarar os fatos! Mas não é a melhor forma, pois, a auto ilusão só atrapalha o que realmente deve se fazer: buscar informações amparadas por pesquisas científicas que possam auxiliar na compreensão e no tratamento (estímulos) diário aos autistas. Essa sim, é uma atitude que acrescenta e faz toda a diferença! Referências Bibliográficas: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico deTranstornos Mentais - DSM 5. Tradução de Maria Inês Correa Nascimento et al; revisão técnica Aristides Volpato Cordiolo. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2014.