3. O CONHECIMENTO COMO CARACTERÍSTICA DA HUMANIDADE
As várias espécies animais apresentam padrões de comportamento que ordenam sua
vida comunitária a partir da herança genética ou instintiva de cada espécie.
O homem também desenvolveu processos de convivência e estratégias de
sobrevivência, apresentando atividades “instintivas” ao mesmo tempo que demonstra
habilidades fruto do aprendizado.
Nem todo o comportamento humano se desenvolve automaticamente. As crianças
dependem dos adultos e da aprendizagem para formar-se enquanto humanos,
adquirindo determinados comportamentos.
Nos demais animais, as características genéticas predominam. Nos homens é necessário
um longo aprendizado transmitido pelas gerações anteriores para que o mesmo possa
sobreviver e criar.
A possibilidade de criação de sistemas simbólicos, deu ao homem a supremacia sobre as
demais formas vivas. Através da linguagem, a humanidade dá sentido ao mundo ao
seu redor, significando suas experiências e transmitindo suas impressões para a
posteridade.
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4. • “O Homo sapiens é capaz de comunicar sua
experiência vivida através do discurso significativo.”
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5. A TRANSMISSÃO DAS CAPACIDADES E HABILIDADES
O homem é a única espécie que pensa, capaz de transformar suas
experiências em um discurso válido e transmiti-lo para outros de sua
espécie.
Imagina ações e reações dentro do campo do simbólico, recriando
sentimentos e emoções mesmo quando não estimulado.
Sendo o único ser vivo apto à apreender as dimensões temporais, pode
fazer projeções para o futuro e avaliar o passado.
O homem estabelece uma relação de conhecimento, avaliação,
significados e domínio sobre o mundo que o cerca.
A relação estabelecida com a natureza e a conseqüente transformação do
mundo natural chamamos de cultura.
A sociabilidade gerou-se a partir das relações com o meio e das
representações construídas que provocando modos próprios de vida.
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6. • “Uma vez que cada cultura tem suas próprias raízes,
seus próprios significados e características, todas elas
são qualitativamente comparáveis. Enquanto culturas,
todas são igualmente simbólicas, fruto da capacidade
criadora do homem e adaptadas a uma vida comum
em determinado espaço e tempo nesse contínuo
recriar, compartilhar e transmitir a experiência vivida
e aprendida.”
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7. AS CULTURAS COMO PROCESSO
• O conhecimento surgiu da capacidade humana de pensar o mundo e de atribuir
significado à realidade.
• Desde a pré-história que o homem supera os obstáculos naturais de forma
criativa, modificando o meio e buscando explicações sobre si e a natureza que o
cerca.
• O desenvolvimento da capacidade simbólica e da linguagem diferenciou os
primeiros grupos humanos que, procuraram estabelecer interpretações em torno
dos fatos que os envolviam, originando novos conhecimentos.
• Cada novo desafio posto criava-se a possibilidade de uma nova resposta, dando
origem ao trabalho, ao ritual e a tradição.
• As culturas humanas deram respostas diferentes aos desafios impostos pelo meio
ambiente, o que foi determinado pela dinâmica cultural comum a cada grupo.
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8. A CIÊNCIA COMO RAMO DO CONHECIMENTO
• Egito antigo: conhecimentos de geometria elaborados a partir do
controle das águas do rio Nilo. Aplicação deste conhecimento na
construção das pirâmides e templos. Saberes ligados à crença na vida
após a morte e retorno do Ka.
• Grécia antiga: o saber como um fim em si próprio, associado à vida
prática ou à solução de problemas metafísicos. Surgimento da
filosofia e da ciência. Os gregos abandonaram as explicações míticas
e a crença na interferência de forças sobrenaturais na vida humana
para uma compreensão centrada na razão, o que propiciou o chamado
milagre grego.
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9. O MILAGRE GREGO- O ESPÍRITO ESPECULATIVO
• A partir da reflexão filosófica, o aparecimento de vários saberes ou disciplinas:
geometria, aritmética, astronomia, medicina.
• O uso da razão para alcançar a verdade e o desprezo ao mito e às forças
sobrenaturais.
• Sistematização e estudo do objeto a partir de uma perspectiva racionalista.
• Desenvolvimento do conhecimento enquanto atividade abstrata, desligada de
aplicabilidade e de uma finalidade religiosa.
• Surgimento do conceito de ética.
• O homem grego era dotado da intenção pura e simples de pensar e agir sobre o
meio.
• O pensamento filosófico envolvia uma sistematização de todos os outros campos
dos saberes, possibilitando ao homem uma nova forma de explicar o mundo e sua
relação com o mesmo. atenasregina@yahoo.com.br
10. O CONHECIMENTO E OS PRIMEIROS FILÓSOFOS
• Indagações principais dos filósofos pré-socráticos:
Por que as coisas existem?
O que é o mundo?
Qual a origem da natureza e quais as causas de sua transformação?
O que é o Ser?
• Preocupação dos primeiros filósofos com a origem e a ordem do
mundo: kosmos.
• Vamos refletir sobre estas questões?
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11. A PREOCUPAÇÃO COM O CONHECIMENTO
• Heráclito de Éfeso: considerava a natureza como um fluxo perpétuo.
“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque as águas nunca são
as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. p. 110.
• Diferença entre o conhecimento obtido pelos nossos sentidos e aquele alcançado
pelo nosso pensamento.
• Parmênides de Eléia: afirmava que pensar é dizer o que um ser é em sua
identidade profunda e permanente. Pensar e sentir são diferentes.
• “(...) percebemos mudanças impensáveis e devemos pensar identidades
imutáveis”. p. 111.
• Demócrito de Abdera: a realidade é constituída por átomos, que sendo diferentes
em suas formas, combinam-se produzindo a variedade de seres.
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12. SÓCRATES E OS SOFISTAS
• Sofistas: “(...) não podemos conhecer o Ser, mas só podemos ter
opiniões subjetivas sobre a realidade”.
• Para os sofistas, a linguagem é o instrumento principal para o homem
relacionar-se com a realidade e com os outros homens. A linguagem é
mais importante do que a percepção e o pensamento.
• Sócrates afirmava que a verdade pode ser conhecida, mas primeiro
devemos nos afastar das ilusões dos sentidos e das palavras ou das
opiniões e alcançar a verdade pelo pensamento.
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13. PLATÃO
• Introdução na filosofia da ideia que existem várias maneiras de
conhecer ou graus de conhecimento ( com ausência do verdadeiro ou
do falso).
• Segundo Platão o conhecimento tem 4 graus: crença, opinião,raciocínio
e intuição intelectual.
• O mito da caverna.
• Separação radical entre o conhecimento sensível (crença e opinião) e o
conhecimento intelectual (raciocínio e intuição intelectual). Apenas
este último alcança o Ser e a verdade. O conhecimento sensível
alcança as aparências das coisas.
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14. ARISTÓTELES
• Distingue sete formas de conhecimento, que vão de um grau menor a
um grau maior de verdade: sensação, percepção, imaginação,
memória, linguagem, raciocínio e intuição.
• O conhecimento é formado a partir das informações coletadas nos
diferentes graus. Defende uma continuidade entre o conhecimento
sensível e o intelectual.
• O conhecimento da intuição intelectual nos dá acesso ao conhecimento
pleno da realidade.
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15. PRINCÍPIOS GERAIS
• As fontes e formas do conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória,
linguagem, raciocínio e intuição intelectual.
• Distinção entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual.
• Papel da linguagem no conhecimento.
• Diferença entre opinião e saber.
• Diferença entre aparência e essência.
• Definição dos princípios do pensamento verdadeiro: identidade, não-contradição,
terceiro excluído. Da forma: do conhecimento verdadeiro: ideias, conceitos e
juízos. Dos procedimentos para alcançar o conhecimento verdadeiro: indução,
dedução, intuição.
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16. • “Para os gregos, a realidade é a Natureza e dela
fazem parte os humanos e as instituições
humanas. Por sua participação na Natureza, os
humanos podem conhecê-la, pois são feitos dos
mesmos elementos que ela e participam da
mesma inteligência que a habita e dirige.” p. 113
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17. OS FILÓSOFOS MEDIEVAIS: FÉ E SABER
• O problema do conhecimento foi considerado anterior à ontologia e pré-condição
para a Filosofia e as ciências.
• Idade Média: o cristianismo rompeu com a ideia grega de participação direta e
harmoniosa entre o nosso intelecto e a verdade, nosso ser e o mundo.
• Os filósofos cristãos fizeram a distinção entre: fé e razão, verdades reveladas e
verdades racionais, matéria e espírito, corpo e alma. Considerou o erro e a ilusão
como partes da natureza humana.
• “Os primeiros filósofos cristãos e os medievais afirmaram que podemos conhecer
a verdade, desde que a razão não contradiga a fé e se submeta a ela no tocante
às verdades últimas e principais.”p. 114
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18. OS FILÓSOFOS MODERNOS E A TEORIA DO CONHECIMENTO
• Separação entre fé e razão: destinadas a conhecimentos diferentes e
sem qualquer relação entre si.
• Explicar como a alma-consciência, embora diferente dos corpos, pode
conhecê-los. Este conhecimento é possível porque a alma os
representa através das ideias.
• Explicar como a razão e o pensamento podem tornar-se mais fortes
que a vontade e controlá-la para que evite o erro.
• A filosofia moderna começa pelo exame da capacidade humana de
conhecer, pelo entendimento ou sujeito do conhecimento.
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19. A RAZÃO À SERVIÇO DO INDIVÍDUO E DA SOCIEDADE
• A razão esteve a serviço do homem e da sociedade desde a sociedade clássica
grega até o Império romano.
• Na Idade Média a razão passou a ser considerada um instrumento auxiliar da fé,
sendo alguns filósofos clássicos tomados como referência para a cristandade,
principalmente Platão e Aristóteles.
• Neste período, a fé religiosa passou a condicionar a sociedade, impondo valores e
exigindo comportamentos específicos.
• O saber estava restrito às ordens religiosas.
• No Renascimento, ocorreu o fenômeno do humanismo, que trouxe o homem para
o centro das preocupações e produções artísticas e científicas.
• A partir do século XVII, a ciência teve um novo impulso, determinando grandes
avanços em torno do conhecimento das leis naturais e para a criação de um
método científico.
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