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Matt Redman




O Adorador Insaciável
   - Matt Redman -
    Traduzido por Caio Zaleschi




               3
O Adorador Insaciável - De volta à essência da Adoração
                         CopyrightAdorador Insaciável
                                O ©2001 por Matt Redman
                     Título Original: The Unquenchable Worshipper
               Publicado por Kingsway Publication, Eastburne, England
                Publicado no Brasil com a devida autorização e com os
       direitos reservados pela W4 Editora. Copyright ©2010 por W4 Editora
Editor
Whaner Endo
Tradução
Caio Zaleschi
Revisão
Ana Claudia Braun Endo (MTB 24.933)
Capa
Souto Design
Conselho Editorial da W4 Editora
Carlinhos Veiga, Judith de Almeida, Nelson Bomilcar, Sérgio Pavarini e Taís Machado
 Os textos bíblicos foram retirados da edição Nova Tradução da Linguagem de Hoje
  (NTLH), da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo quando houver outra indicação.
    Esta obra segue as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
    promulgado pelo Decreto Presidencial no 6.583, de 29 de setembro de 2008.


   Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
   (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

   Redman, Matt
   O Adorador Insaciável - De volta à essência da Adoração: Matt Redman
   Título original: The unquenchable worshipper : coming back to the heart of worship
   Traduzido por Caio Zaleschi
   São Paulo: W4 Editora, 2010
   112 pp.
   ISBN-13: 978-85-87086-29-7
   1. Adoração (Religião) 2. Deus - Adoração e amor 3. Louvor a Deus
   4. Música - Aspectos religiosos I. Título.
   10-00686 					                                                      CDD-248.3

   Índices para catálogo sistemático:
   1. Adoração e louvor a Deus : Cristianismo 248.3
   2. Deus : Adoração e amor : Cristianismo 248.3


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Matt Redman




                              Dedicado a Beth e Maisey.
Maisey, você é um presente maravilhoso de Deus para nós.
                Eu oro para que você cresça e se torne uma
     “adoradora fervorosa” de Jesus, assim como sua mãe.




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O Adorador Insaciável




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Matt Redman




      Obrigado, Beth, por me amar e me encorajar a buscar a Deus.
  Obrigado, Mike, por sua amizade, força e generosidade – você me
   ensinou tanto! Obrigado, ainda, a todos aqueles com quem tive o
  privilégio de caminhar e aprender nesta jornada rumo ao conheci-
   mento da adoração por meio da música: Martin Smith, Les Moir,
Andy Piercy, Graham Kendrick, Noel Richards, Louie Giglio, Kevin
Prosch, Andy Park, Bryn Haworth. Finalmente, a David e Mary P. –
                             vocês nunca saberão o quanto fizeram.




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O Adorador Insaciável




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Matt Redman




                  Sumário



Capítulo 1 - O Adorador Insaciável 			     15
Capítulo 2 - O Adorador Perdido 			        27
Capítulo 3 - O Adorador Indigno 			        35
Capítulo 4 - O Adorador Imprevisível 		    43
Capítulo 5 - O Adorador Descoberto 		      55
Capítulo 6 - O Adorador Perseverante 		    65
Capítulo 7 - O Adorador Despercebido 		    75
Capítulo 8 - O Adorador Íntegro 			        83
Capítulo 9 - O Adorador Insatisfeito 			   95
Capítulo 10 - O Adorador Eterno 			        103




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O Adorador Insaciável




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Matt Redman




                    Introdução




E
       ste é um livro fantástico. Ele diz tudo o que eu gos-
       taria de dizer sobre a adoração de uma maneira que
       eu jamais seria capaz de fazer. Na realidade, eu estou
um tanto incomodado com este livro. Você sabe, Redman
escreveu músicas que estão sendo cantadas em igrejas ao
redor do mundo. Eu escrevi um livro acerca da adoração –
Redman vai lá e escreve um melhor.
  A verdade é que eu amo o que ele escreveu. Pois bem,
Matt e sua esposa Beth são meus amigos mais chegados,
e eu tenho trabalhado com ele desde que era adolescente,
com 13 anos de idade, em meu grupo de jovens. Quando
Matt tinha 15 anos, tínhamos conversas infindáveis sobre
adoração e, na realidade, decidimos ter uma noite por se-
mana de adoração ao Senhor. Então nós dois (o líder do


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O Adorador Insaciável



grupo de jovens e um de seus membros) nos reuníamos to-
das as noites de sábado para cantar a Jesus por duas ou três
horas. Tudo aquilo devia soar muito mal. Eu era incapaz
de cantar no tom e Matt conhecia apenas três acordes. Por
isso, fizemos um acordo: eu não riria dele desde que ele não
risse de mim. Eu nunca me esquecerei daquelas noites. Elas
não tinham nada a ver com a prática para que pudéssemos
aprender; mas sim com a nossa comunhão para desenvol-
vermos amor. O Soul Survivor nasceu naquelas noites...
Nós somos um ministério jovem motivado pela presença
das pessoas.
  Algumas coisas aconteceram com Matt desde aqueles
dias. Entretanto, seu coração permanece o mesmo. Ele li-
dera a adoração com a mesma paixão, quer haja 3 mil ou
três pessoas presentes. Na realidade, há poucos anos ele li-
derou a adoração durante um grande evento no Estádio
de Wembley, na Inglaterra. Havia mais de 40 mil pessoas
reunidas naquele sábado. No dia seguinte, quinze de nós
fomos ao shopping center de nossa cidade, Watford, para
adorar ao Senhor. Nós o fizemos por uma hora enquanto
as pessoas passavam. Algumas pararam para assistir. Ao nos
aproximarmos do final daquele período, eu olhei para Matt
enquanto ele nos liderava com seu violão. O suor escorria
por seu rosto. De repente, pude perceber que havia tanto
esforço, energia e comprometimento de sua parte naque-
le momento quanto houve no dia anterior, acompanhado
de mais de 40 mil pessoas, naquele estádio. Matt já havia
aprendido que a adoração não é tanto sobre o nosso rela-



                             12
Matt Redman



cionamento com as pessoas, mas sim acerca do nosso rela-
cionamento com Deus. Ele sempre se apresentou perante
um único espectador.
  Este livro possui integridade. Matt vive o que declara
aqui. Se você está à procura de dicas em relação à seleção
de repertório, às sequências de acordes ou ao recrutamento
e treinamento de músicos, você ficará desapontado. Este é
declaradamente um livro sobre Deus e sobre a devoção de
uma vida em Sua presença. O título proclama esta verdade.
Numa época em que as igrejas correm um sério risco de
transformar a adoração a Deus em um show de apresen-
tações e entretenimento, este livro é uma ferramenta de
correção necessária e profética. Enquanto lia suas páginas,
por diversos momentos precisei colocá-lo de lado para que
pudesse adorar.
  Bem, talvez eu seja suspeito para falar, mas tenho um
grande orgulho de Matt e de seu livro. Eu recomendo sua
leitura de todo coração.
                                          Mike Pilavachi
                                           Soul Survivor




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O Adorador Insaciável




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Matt Redman




                     Capítulo 1

          O Adorador Insaciável




E
          ste mundo está repleto de amores frágeis – amor
          que abandona, amor que se apaga, amor que se
          separa, amor que é egoísta. Porém, o adorador in-
          saciável é diferente. Em um coração tão impres-
sionado por Deus e por suas maravilhas, arde um amor que
não será extinto. Ele suporta qualquer situação e enfrenta
qualquer circunstância. Ele não permite que a chama se
apague, pois isso significaria ofender o amor que motiva
sua vida.
  Tais adoradores encontram-se sob a sombra da cruz, aon-
de uma eterna devoção levou o próprio Filho de Deus à
morte. Vivos agora no poder de Sua ressurreição, respon-
dem a tal derramamento, dando suas próprias vidas como
oferta incondicional.


                            15
O Adorador Insaciável



  A Bíblia está cheia de adoradores insaciáveis – pessoas que
não se deixaram enfraquecer, desencorajar ou distrair em
sua busca em glorificar a Deus. Eu adoro a atitude do cora-
ção do profeta Habacuque, que decidiu responder à digni-
dade de Deus, sem importar quão sombria era a época na
qual ele se encontrava:
      Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parrei-
      ras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para
      apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais
      ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim
      eu darei graças ao SENHOR e louvarei a Deus, o meu
      Salvador. (Habacuque 3.17-18)

  Em Atos 16, Paulo e Silas decidem superar uma situa-
ção extremamente desfavorável e adorar a Deus. Sentados
em sua cela, você não os culparia caso não estivessem “no
clima” para cantar. Eles haviam sido injustamente presos,
espancados, severamente açoitados e atirados no mais pro-
fundo daquela prisão, com os pés amarrados em troncos.
Apesar disso, de alguma maneira Paulo e Silas tiraram de
dentro de si cânticos de louvor a Deus. Não permitindo
que suas almas fossem enfraquecidas, eles adoraram a Deus
com tudo o que possuíam.
  A maioria de nós não possui figueiras e nunca esteve na
prisão por causa de Cristo, mas o princípio é o mesmo para
nós, assim como foi para Habacuque, Paulo e Silas: nós sem-
pre podemos encontrar uma razão para adorar. As situações
mudam para pior ou para melhor, mas a dignidade de Deus
jamais muda.


                                16
Matt Redman



  Recentemente, eu ouvi a história de Fanny Crosby, a es-
critora de hinos norte-americana que viveu no século deze-
nove. Ela descreveu o incidente que mudou sua vida, ocor-
rido ainda quando ainda era um bebê:
      Quando eu tinha cerca de seis meses de idade, estava
      doente e meus olhos ficaram fracos. As pessoas que cui-
      davam de mim envolveram-me com curativos. A falta de
      conhecimento e de habilidade deles destruiu para sem-
      pre minha capacidade de enxergar. Quando cresci, dis-
      seram-me que eu nunca veria os rostos de meus amigos,
      as flores no campo, o azul dos céus, ou o lindo dourado
      das estrelas... Logo eu compreendi aquilo que as outras
      crianças possuíam, mas decidi guardar em meu coração
      uma pequena joia chamada “Contentamento”.¹
 Na realidade, Fanny Crosby tinha apenas oito anos quan-
do escreveu esta canção:
Oh, What a happy soul am I!
Although I cannot see,
I am resolved that in this world
Contented I will be
How many blessings I enjoy,
That other people don’t.
To weep ant sigh because I’m blind,
I cannot, and I won’t.²
Ah, que alma alegre sou eu!
Apesar de não poder ver,
Resolvi que neste mundo
Contente eu vou ser.
De quantas bênçãos eu gozo,
Que outros não têm, eu bem sei.
Chorar e lembrar, porque sou cega
Não posso e não irei.


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O Adorador Insaciável



  E essa adoradora cheia de contentamento prosseguiu e
escreveu cerca de oito mil hinos de louvor. Aquelas milhares
de canções eram apenas o resultado de um fogo que ardia
em seu coração por Jesus e que não poderia ser apagado.
Certa vez, alguém lhe perguntou: “Fanny, você gostaria de
poder enxergar?” Ela respondeu, em seu estilo típico: “bem,
a parte boa de ser cega é que a primeira face que verei será
a face de Jesus”.
  Talvez muitos tenham escolhido o caminho da amargura
e da reclamação como respostas a Deus, mas ela escolheu
a estrada do contentamento e do louvor. A escolha entre
esses dois caminhos nos é proposta todos os dias, a cada
situação colocada em nossa trajetória. A amargura enfra-
quece e com o tempo destrói o nosso amor por Deus. Ela
corrói o enunciado “Deus é amor” e nos diz que Ele não é
fiel. Mas o contentamento faz o inverso: ele nutre o coração
com infindáveis razões para louvarmos a Deus.
  E há infinitas razões para o louvarmos. Certa vez, ouvi
Pete Waterman (do time de produtores Stock, Aitken e
Waterman) falando sobre músicas românticas no mundo
da música pop. Ele, cinicamente, sugeriu que poderia com-
por apenas quatro tipos de canções – “Eu te amo”, “Eu
te odeio”, “Vá embora” e “Volte pra mim”. Eu sou gra-
to, como compositor de músicas de adoração, por termos
muito mais conteúdo para a composição no qual colocar
o coração do que apenas isso. Eu nunca poderei pensar:
“bem, aí está a definição de Deus... sobre o que eu deveria
escrever agora?” O brilho de Sua glória e as maravilhas de


                             18
Matt Redman



Seu coração, sem dúvida alguma, nos levarão à abundância
de novas canções por toda a eternidade.
  No final de Cantares de Salomão há uma declaração mara-
vilhosa do adorador insaciável:
      O amor é tão poderoso como a morte; e a paixão é tão
      forte como a sepultura. O amor e a paixão explodem
      em chamas e queimam como fogo furioso. Nenhuma
      quantidade de água pode apagar o amor, e nenhum rio
      pode afogá-lo. (Cantares 8.6-7)

  Por diversas vezes a minha adoração é exercitada pelas
complicações e lutas deste mundo. Mas eu anseio permane-
cer em um lugar onde meu fervor por Deus não pode ser
enfraquecido ou apagado, mesmo pelos rios turbulentos da
oposição – uma adoração que jamais será apagada.
  Extintores de incêndio trabalham removendo uma das
três coisas necessárias para a manutenção do fogo: calor,
oxigênio e combustível. Então, em outras palavras, há três
principais maneiras de apagá-lo: esfriando o material com
água (ou com alguma outra substância), cortando o oxi-
gênio ou acabando com o fornecimento de combustível.
  Eu acredito haver aqui um paralelo com os nossos co-
rações na adoração. Desejamos ser pessoas cujos corações
“ardem” por Deus, mas se não permanecermos atentos po-
deremos apagar um pouco deste fogo.
  Em primeiro lugar, da mesma maneira que a água pode
apagar o fogo, as provações e as pressões desta vida podem


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O Adorador Insaciável



enfraquecer nosso coração na adoração. Não é difícil, em
um período de luta, “esfriarmos” um pouco, e perdermos o
senso de confiança e de admiração. Nós perguntamos por-
que de Deus permite que tais coisas aconteçam e abranda-
mos nossa adoração, enganando a nós mesmos, pensando
que recomeçaremos quando as coisas melhorarem. Ou tal-
vez nós não “sintamos” mais vontade de adorar, então não o
fazemos. Eu já vi adoradores abandonarem o caminho por
causa de situações difíceis. Mas eu já vi pessoas que passa-
ram por situações ainda mais complicadas persistirem e se
reerguerem com seus corações ardendo da mesma maneira
de antes, quando não mais intensamente.
  Há um tipo de adorador que “tudo sofre, tudo crê, tudo
suporta”, e que passa pelas tempestades da vida com o
coração em chamas. Muitas vezes, tudo se resume a uma
simples escolha. Nós podemos ser intensamente pressio-
nados por todos os lados, sentirmos esgotados e, com isso,
ficarmos incapazes de sentirmos Deus. Porém, enfrentamos
uma escolha: fitarmos nossos olhos nas circunstâncias ou
apegarmo-nos a Deus e escolhermos adorar, mesmo que
soframos. O coração de Deus ama receber ofertas de um
adorador que persevera. Apesar de sobrepujada por tantos
problemas, essa pessoa está ainda mais maravilhada pela
beleza de Deus.
  A segunda maneira de se extinguir o fogo é cortando o
oxigênio. Em relação à adoração, isso significa dissipar o
Espírito Santo. Está claro nas Escrituras que nós adoramos
pelo Espírito Santo (Filipenses 3.3), mas também está evi-


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Matt Redman



dente que o Espírito Santo pode ser entristecido. Efésios
4.30 nos alerta: “não façam com que o Espírito Santo de
Deus fique triste”. Depois disso, nos oferece alguns meios
para que não o entristeçamos: “abandonem toda amargu-
ra, todo ódio e toda raiva” (31). As implicações disso são
profundas. Veja os nossos cultos, por exemplo. Sempre fa-
lamos sobre uma adoração liderada pelo Espírito, mas se de
fato desejamos ser liderados por Ele, precisamos nos certi-
ficar de que estamos caminhando ao Seu lado diariamente.
Como líder de adoração, esse é um pensamento desafiador
e até certo ponto assustador. Eu preciso ter certeza de estar
fazendo de minha vida um lugar apropriado para Sua ha-
bitação. Um adorador insaciável e fervoroso necessita estar
cheio do Espírito Santo.
  A terceira maneira de se apagar o fogo é acabando com
o fornecimento de combustível que o mantém aceso. Se
você já assistiu na televisão a cenas de uma floresta em cha-
mas deve ter notado que os bombeiros queimam ou cortam
uma grande área da mata para que o fogo, ao atingir aquele
local, não se espalhe.
  A revelação de Deus é o combustível para o fogo de nossa
adoração. E há sempre mais combustível para essa chama.
Quando abrimos os “olhos de nosso coração”, a revelação
de Deus vem até nós de ângulos muito diferentes. Ele se
revela através da criação, da história de seu povo, e de ma-
neira especial, através da cruz. Hoje, cada vez que respira-
mos, temos a lembrança de nosso Criador, e a cada minuto
temos a chance de vivermos inteiramente em sua presença.


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O Adorador Insaciável



Nós simplesmente precisamos nos colocar em uma posi-
ção favorável para recebermos esta revelação. A essência da
adoração é abastecida por atitudes fundamentais, como a
leitura da Palavra de Deus, a oração e a comunhão que
encontramos quando vamos à igreja. Há ainda outras ma-
neiras, como quando temos contato com a natureza – com
o mar, as montanhas ou um simples campo –, para mergu-
lhar nossas almas nas maravilhas de nosso Criador.
  Romanos 1.20 nos diz que não há desculpas para os des-
crentes, uma vez que Deus revelou quem Ele é por meio de
Sua criação.
   Quando minha esposa Beth e eu tivemos nosso primeiro
filho – uma linda menina chamada Maisey, frequentemente
me perguntava como as pessoas podiam negar a existência
de Deus após testemunharem o nascimento de uma criança.
Os nove meses anteriores ao nascimento de Maisey foram
um período fascinante para nós e ensinaram muito acerca
da maravilha de Deus e de Sua criação. Os exames de ul-
trassom nos deram uma percepção fantástica sobre seu cres-
cimento e desenvolvimento. Como podia aquele bebezinho
estar vivo e chutando, com aquele coraçãozinho dentro da
barriga de minha esposa? Como podia ser tão bem forma-
do, com dedinhos tão pequeninos, já tão cedo? Eu fiquei
impressionado com a bondade de Deus para conosco e com
a maravilha de tudo o que tinha feito! Cada movimento que
eu sentia quando colocava minhas mãos na barriga de Beth
era uma revelação de Deus para mim.
 Muitas vezes, sei que minha adoração diminui porque


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Matt Redman



não abasteço o fogo que há em mim. Eu não separo ne-
nhum momento para “mergulhar nas águas da revelação”
de Deus. Mas se somos capazes de encontrar esse momento
para submergirmos na Palavra de Deus, em Sua presença,
em Sua criação e na comunhão com outros irmãos, en-
tão percebemos que a revelação flui novamente em nossa
direção, e os nossos corações respondem com o fervor da
adoração mais uma vez.
  Eu já mencionei neste capítulo algo sobre a adoração a
Deus, mesmo estando em momentos de dificuldade. En-
tretanto, isso não significa que devemos ser cristãos “felizes
e contentes”, vivendo em um mundo de mentiras, sem ad-
mitir que existem problemas em nossas vidas. Com certeza
há lugar para quebrantamento e lágrimas na adoração, mas
existe uma maneira certa e uma errada de se fazer isso.
  Quando manifestamos, na presença de Deus, os clamo-
res do nosso coração, eles jamais devem se transformar em
uma crítica a quem o Senhor é. Aparentemente, cerca de
70% dos Salmos são lamentações – em outras palavras, hi-
nos de aflição e clamor.³ Um lamento verdadeiro nunca
desafia ou questiona a dignidade de Deus. Pelo contrário,
ele sabe que a Sua bondade e grandeza são as únicas espe-
ranças para uma situação de tristeza e amargura. Mesmo
na pior das situações devemos ter uma confiança funda-
mental e, então, adorar. Há uma preciosa canção de louvor,
capaz de superar qualquer obstáculo, que nasce do coração
daquele que está em meio à dor e chega até o coração de
Deus. Tais canções clamam: “Mesmo em meio à escuridão


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O Adorador Insaciável



eu posso vislumbrar a luz de Tua dignidade, e a bondade
de Teu coração. Eu me encontro desesperado, mas não há
circunstâncias ou provações capazes de Te ofuscar”. Esse é
um louvor custoso, que até machuca. Entretanto, sacrifí-
cios muitas vezes machucam.
  Os Salmos têm sido descritos como “louvores na presen-
ça e na ausência de Deus”.4 Em outras palavras, a adoração
que supera qualquer situação, parecendo estar Deus pró-
ximo ou distante. Esses lamentos são profundos clamores
a Deus, vindos de um lugar sem qualquer esperança. Mas
são esses lamentos de fato “adoração” ou apenas “reclama-
ções”? De certo modo são, sim, reclamações. Essas petições
a Deus são músicas de adoração de um povo quebrantado.
Porém, quase sem qualquer exceção, elas também demons-
tram uma confiança e uma convicção fundamental em
Deus, e são, portanto, verdadeira adoração. Como B. W.
Anderson explica: “... os lamentos são verdadeiras expres-
sões de louvor – oferecido em um tom menor, na confiança
de que YAVEH é fiel...”5
  Eu amo o Salmo 89 por esta razão. À primeira vista, ele
em nada se parece com uma canção de lamento. Ao iniciar
com um texto otimista, “eu sempre cantarei a respeito do
teu amor”, o Salmo parece ser uma canção de adoração,
fruto de um coração em paz. Mas esse não é o caso. Quan-
do chegamos ao versículo 49, descobrimos que a alma do
salmista está em conflito: “Ó Senhor, onde estão as antigas
provas do teu amor? Onde estão os juramentos que fizeste
a Davi?”


                            24
Matt Redman



  Ele não acaba por se contradizer? Ele parece agradecer a
Deus por Seu grande amor e então se pergunta onde esse
amor está? Exatamente! Nesse momento, ele não consegue
ver ou sentir a medida do amor de Deus, mas ainda assim
sabe que é tão real e forte como sempre foi. Ele é um ho-
mem que observou o histórico de Deus e percebeu que Ele
era perfeito. E então, o autor se levanta com uma canção
insaciável de fé e confiança.
  O próprio Jesus usou o livro de Salmos como lamento
quando sofria a crueldade da cruz. Com seu coração, mente,
corpo e espírito em agonia, ele clamou: “meu Deus, meu
Deus, por que me desamparaste?”, citando o Salmo 22. Esse
foi um momento de tormento, mas de uma devoção sub-
missa e peculiar. O Filho de Deus então suspira pela última
vez com um versículo do Salmo 31 – mais um lamento:
“Nas tuas mãos, entrego o meu espírito” (v.5 - RA). De ma-
neira impressionante, nesse ponto de total sofrimento, Jesus
oferece as canções de adoração comuns à Sua época. E fazen-
do-o, Ele se torna para nós uma grande inspiração. Não im-
portando as provações dessa vida, adoradores insaciáveis têm
sempre uma canção imortal de adoração em seus lábios.

Notas:
1
  Fanny Cosby, recontada por S. Trevena Jackson, This Is My Story, This Is My
Song (Emerald House, 1997).
2
  Ibid.
3
  Eugene Peterson, The Message of David (Marshall Pickering, 1997).
4
  Bernard W. Anderson, Out of the Depths (Westminster John Knox Press,
2000).
5
  Ibid.



                                     25
O Adorador Insaciável




1ª Edição: Inverno 2010
Filmes: Estudio ABC
Impressão: Assahi Gráfica e Editora
Papel do Miolo: Pólen Soft - Suzano 80 g/m2 (Certificação FSC)
Papel da Capa: Supremo - Suzano 250 g/m2 (Certificação FSC)
Tipologia: Adobe Garamond Pro corpo 12, 16 e 18




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  • 1. Matt Redman O Adorador Insaciável - Matt Redman - Traduzido por Caio Zaleschi 3
  • 2. O Adorador Insaciável - De volta à essência da Adoração CopyrightAdorador Insaciável O ©2001 por Matt Redman Título Original: The Unquenchable Worshipper Publicado por Kingsway Publication, Eastburne, England Publicado no Brasil com a devida autorização e com os direitos reservados pela W4 Editora. Copyright ©2010 por W4 Editora Editor Whaner Endo Tradução Caio Zaleschi Revisão Ana Claudia Braun Endo (MTB 24.933) Capa Souto Design Conselho Editorial da W4 Editora Carlinhos Veiga, Judith de Almeida, Nelson Bomilcar, Sérgio Pavarini e Taís Machado Os textos bíblicos foram retirados da edição Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH), da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo quando houver outra indicação. Esta obra segue as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promulgado pelo Decreto Presidencial no 6.583, de 29 de setembro de 2008. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Redman, Matt O Adorador Insaciável - De volta à essência da Adoração: Matt Redman Título original: The unquenchable worshipper : coming back to the heart of worship Traduzido por Caio Zaleschi São Paulo: W4 Editora, 2010 112 pp. ISBN-13: 978-85-87086-29-7 1. Adoração (Religião) 2. Deus - Adoração e amor 3. Louvor a Deus 4. Música - Aspectos religiosos I. Título. 10-00686 CDD-248.3 Índices para catálogo sistemático: 1. Adoração e louvor a Deus : Cristianismo 248.3 2. Deus : Adoração e amor : Cristianismo 248.3 W4 Editora R. Barão do Triunfo, 1659 - Brooklin Paulista - São Paulo - SP Tel. (11) 5041-6079 http://www.w4editora.com.br Email: contato@w4editora.com.br Siga-nos pelo Twitter: www.twitter.com/w4editora 4 Editora filiada à Associação de Editores Cristãos 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
  • 3. Matt Redman Dedicado a Beth e Maisey. Maisey, você é um presente maravilhoso de Deus para nós. Eu oro para que você cresça e se torne uma “adoradora fervorosa” de Jesus, assim como sua mãe. 5
  • 5. Matt Redman Obrigado, Beth, por me amar e me encorajar a buscar a Deus. Obrigado, Mike, por sua amizade, força e generosidade – você me ensinou tanto! Obrigado, ainda, a todos aqueles com quem tive o privilégio de caminhar e aprender nesta jornada rumo ao conheci- mento da adoração por meio da música: Martin Smith, Les Moir, Andy Piercy, Graham Kendrick, Noel Richards, Louie Giglio, Kevin Prosch, Andy Park, Bryn Haworth. Finalmente, a David e Mary P. – vocês nunca saberão o quanto fizeram. 7
  • 7. Matt Redman Sumário Capítulo 1 - O Adorador Insaciável 15 Capítulo 2 - O Adorador Perdido 27 Capítulo 3 - O Adorador Indigno 35 Capítulo 4 - O Adorador Imprevisível 43 Capítulo 5 - O Adorador Descoberto 55 Capítulo 6 - O Adorador Perseverante 65 Capítulo 7 - O Adorador Despercebido 75 Capítulo 8 - O Adorador Íntegro 83 Capítulo 9 - O Adorador Insatisfeito 95 Capítulo 10 - O Adorador Eterno 103 9
  • 9. Matt Redman Introdução E ste é um livro fantástico. Ele diz tudo o que eu gos- taria de dizer sobre a adoração de uma maneira que eu jamais seria capaz de fazer. Na realidade, eu estou um tanto incomodado com este livro. Você sabe, Redman escreveu músicas que estão sendo cantadas em igrejas ao redor do mundo. Eu escrevi um livro acerca da adoração – Redman vai lá e escreve um melhor. A verdade é que eu amo o que ele escreveu. Pois bem, Matt e sua esposa Beth são meus amigos mais chegados, e eu tenho trabalhado com ele desde que era adolescente, com 13 anos de idade, em meu grupo de jovens. Quando Matt tinha 15 anos, tínhamos conversas infindáveis sobre adoração e, na realidade, decidimos ter uma noite por se- mana de adoração ao Senhor. Então nós dois (o líder do 11
  • 10. O Adorador Insaciável grupo de jovens e um de seus membros) nos reuníamos to- das as noites de sábado para cantar a Jesus por duas ou três horas. Tudo aquilo devia soar muito mal. Eu era incapaz de cantar no tom e Matt conhecia apenas três acordes. Por isso, fizemos um acordo: eu não riria dele desde que ele não risse de mim. Eu nunca me esquecerei daquelas noites. Elas não tinham nada a ver com a prática para que pudéssemos aprender; mas sim com a nossa comunhão para desenvol- vermos amor. O Soul Survivor nasceu naquelas noites... Nós somos um ministério jovem motivado pela presença das pessoas. Algumas coisas aconteceram com Matt desde aqueles dias. Entretanto, seu coração permanece o mesmo. Ele li- dera a adoração com a mesma paixão, quer haja 3 mil ou três pessoas presentes. Na realidade, há poucos anos ele li- derou a adoração durante um grande evento no Estádio de Wembley, na Inglaterra. Havia mais de 40 mil pessoas reunidas naquele sábado. No dia seguinte, quinze de nós fomos ao shopping center de nossa cidade, Watford, para adorar ao Senhor. Nós o fizemos por uma hora enquanto as pessoas passavam. Algumas pararam para assistir. Ao nos aproximarmos do final daquele período, eu olhei para Matt enquanto ele nos liderava com seu violão. O suor escorria por seu rosto. De repente, pude perceber que havia tanto esforço, energia e comprometimento de sua parte naque- le momento quanto houve no dia anterior, acompanhado de mais de 40 mil pessoas, naquele estádio. Matt já havia aprendido que a adoração não é tanto sobre o nosso rela- 12
  • 11. Matt Redman cionamento com as pessoas, mas sim acerca do nosso rela- cionamento com Deus. Ele sempre se apresentou perante um único espectador. Este livro possui integridade. Matt vive o que declara aqui. Se você está à procura de dicas em relação à seleção de repertório, às sequências de acordes ou ao recrutamento e treinamento de músicos, você ficará desapontado. Este é declaradamente um livro sobre Deus e sobre a devoção de uma vida em Sua presença. O título proclama esta verdade. Numa época em que as igrejas correm um sério risco de transformar a adoração a Deus em um show de apresen- tações e entretenimento, este livro é uma ferramenta de correção necessária e profética. Enquanto lia suas páginas, por diversos momentos precisei colocá-lo de lado para que pudesse adorar. Bem, talvez eu seja suspeito para falar, mas tenho um grande orgulho de Matt e de seu livro. Eu recomendo sua leitura de todo coração. Mike Pilavachi Soul Survivor 13
  • 13. Matt Redman Capítulo 1 O Adorador Insaciável E ste mundo está repleto de amores frágeis – amor que abandona, amor que se apaga, amor que se separa, amor que é egoísta. Porém, o adorador in- saciável é diferente. Em um coração tão impres- sionado por Deus e por suas maravilhas, arde um amor que não será extinto. Ele suporta qualquer situação e enfrenta qualquer circunstância. Ele não permite que a chama se apague, pois isso significaria ofender o amor que motiva sua vida. Tais adoradores encontram-se sob a sombra da cruz, aon- de uma eterna devoção levou o próprio Filho de Deus à morte. Vivos agora no poder de Sua ressurreição, respon- dem a tal derramamento, dando suas próprias vidas como oferta incondicional. 15
  • 14. O Adorador Insaciável A Bíblia está cheia de adoradores insaciáveis – pessoas que não se deixaram enfraquecer, desencorajar ou distrair em sua busca em glorificar a Deus. Eu adoro a atitude do cora- ção do profeta Habacuque, que decidiu responder à digni- dade de Deus, sem importar quão sombria era a época na qual ele se encontrava: Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parrei- ras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao SENHOR e louvarei a Deus, o meu Salvador. (Habacuque 3.17-18) Em Atos 16, Paulo e Silas decidem superar uma situa- ção extremamente desfavorável e adorar a Deus. Sentados em sua cela, você não os culparia caso não estivessem “no clima” para cantar. Eles haviam sido injustamente presos, espancados, severamente açoitados e atirados no mais pro- fundo daquela prisão, com os pés amarrados em troncos. Apesar disso, de alguma maneira Paulo e Silas tiraram de dentro de si cânticos de louvor a Deus. Não permitindo que suas almas fossem enfraquecidas, eles adoraram a Deus com tudo o que possuíam. A maioria de nós não possui figueiras e nunca esteve na prisão por causa de Cristo, mas o princípio é o mesmo para nós, assim como foi para Habacuque, Paulo e Silas: nós sem- pre podemos encontrar uma razão para adorar. As situações mudam para pior ou para melhor, mas a dignidade de Deus jamais muda. 16
  • 15. Matt Redman Recentemente, eu ouvi a história de Fanny Crosby, a es- critora de hinos norte-americana que viveu no século deze- nove. Ela descreveu o incidente que mudou sua vida, ocor- rido ainda quando ainda era um bebê: Quando eu tinha cerca de seis meses de idade, estava doente e meus olhos ficaram fracos. As pessoas que cui- davam de mim envolveram-me com curativos. A falta de conhecimento e de habilidade deles destruiu para sem- pre minha capacidade de enxergar. Quando cresci, dis- seram-me que eu nunca veria os rostos de meus amigos, as flores no campo, o azul dos céus, ou o lindo dourado das estrelas... Logo eu compreendi aquilo que as outras crianças possuíam, mas decidi guardar em meu coração uma pequena joia chamada “Contentamento”.¹ Na realidade, Fanny Crosby tinha apenas oito anos quan- do escreveu esta canção: Oh, What a happy soul am I! Although I cannot see, I am resolved that in this world Contented I will be How many blessings I enjoy, That other people don’t. To weep ant sigh because I’m blind, I cannot, and I won’t.² Ah, que alma alegre sou eu! Apesar de não poder ver, Resolvi que neste mundo Contente eu vou ser. De quantas bênçãos eu gozo, Que outros não têm, eu bem sei. Chorar e lembrar, porque sou cega Não posso e não irei. 17
  • 16. O Adorador Insaciável E essa adoradora cheia de contentamento prosseguiu e escreveu cerca de oito mil hinos de louvor. Aquelas milhares de canções eram apenas o resultado de um fogo que ardia em seu coração por Jesus e que não poderia ser apagado. Certa vez, alguém lhe perguntou: “Fanny, você gostaria de poder enxergar?” Ela respondeu, em seu estilo típico: “bem, a parte boa de ser cega é que a primeira face que verei será a face de Jesus”. Talvez muitos tenham escolhido o caminho da amargura e da reclamação como respostas a Deus, mas ela escolheu a estrada do contentamento e do louvor. A escolha entre esses dois caminhos nos é proposta todos os dias, a cada situação colocada em nossa trajetória. A amargura enfra- quece e com o tempo destrói o nosso amor por Deus. Ela corrói o enunciado “Deus é amor” e nos diz que Ele não é fiel. Mas o contentamento faz o inverso: ele nutre o coração com infindáveis razões para louvarmos a Deus. E há infinitas razões para o louvarmos. Certa vez, ouvi Pete Waterman (do time de produtores Stock, Aitken e Waterman) falando sobre músicas românticas no mundo da música pop. Ele, cinicamente, sugeriu que poderia com- por apenas quatro tipos de canções – “Eu te amo”, “Eu te odeio”, “Vá embora” e “Volte pra mim”. Eu sou gra- to, como compositor de músicas de adoração, por termos muito mais conteúdo para a composição no qual colocar o coração do que apenas isso. Eu nunca poderei pensar: “bem, aí está a definição de Deus... sobre o que eu deveria escrever agora?” O brilho de Sua glória e as maravilhas de 18
  • 17. Matt Redman Seu coração, sem dúvida alguma, nos levarão à abundância de novas canções por toda a eternidade. No final de Cantares de Salomão há uma declaração mara- vilhosa do adorador insaciável: O amor é tão poderoso como a morte; e a paixão é tão forte como a sepultura. O amor e a paixão explodem em chamas e queimam como fogo furioso. Nenhuma quantidade de água pode apagar o amor, e nenhum rio pode afogá-lo. (Cantares 8.6-7) Por diversas vezes a minha adoração é exercitada pelas complicações e lutas deste mundo. Mas eu anseio permane- cer em um lugar onde meu fervor por Deus não pode ser enfraquecido ou apagado, mesmo pelos rios turbulentos da oposição – uma adoração que jamais será apagada. Extintores de incêndio trabalham removendo uma das três coisas necessárias para a manutenção do fogo: calor, oxigênio e combustível. Então, em outras palavras, há três principais maneiras de apagá-lo: esfriando o material com água (ou com alguma outra substância), cortando o oxi- gênio ou acabando com o fornecimento de combustível. Eu acredito haver aqui um paralelo com os nossos co- rações na adoração. Desejamos ser pessoas cujos corações “ardem” por Deus, mas se não permanecermos atentos po- deremos apagar um pouco deste fogo. Em primeiro lugar, da mesma maneira que a água pode apagar o fogo, as provações e as pressões desta vida podem 19
  • 18. O Adorador Insaciável enfraquecer nosso coração na adoração. Não é difícil, em um período de luta, “esfriarmos” um pouco, e perdermos o senso de confiança e de admiração. Nós perguntamos por- que de Deus permite que tais coisas aconteçam e abranda- mos nossa adoração, enganando a nós mesmos, pensando que recomeçaremos quando as coisas melhorarem. Ou tal- vez nós não “sintamos” mais vontade de adorar, então não o fazemos. Eu já vi adoradores abandonarem o caminho por causa de situações difíceis. Mas eu já vi pessoas que passa- ram por situações ainda mais complicadas persistirem e se reerguerem com seus corações ardendo da mesma maneira de antes, quando não mais intensamente. Há um tipo de adorador que “tudo sofre, tudo crê, tudo suporta”, e que passa pelas tempestades da vida com o coração em chamas. Muitas vezes, tudo se resume a uma simples escolha. Nós podemos ser intensamente pressio- nados por todos os lados, sentirmos esgotados e, com isso, ficarmos incapazes de sentirmos Deus. Porém, enfrentamos uma escolha: fitarmos nossos olhos nas circunstâncias ou apegarmo-nos a Deus e escolhermos adorar, mesmo que soframos. O coração de Deus ama receber ofertas de um adorador que persevera. Apesar de sobrepujada por tantos problemas, essa pessoa está ainda mais maravilhada pela beleza de Deus. A segunda maneira de se extinguir o fogo é cortando o oxigênio. Em relação à adoração, isso significa dissipar o Espírito Santo. Está claro nas Escrituras que nós adoramos pelo Espírito Santo (Filipenses 3.3), mas também está evi- 20
  • 19. Matt Redman dente que o Espírito Santo pode ser entristecido. Efésios 4.30 nos alerta: “não façam com que o Espírito Santo de Deus fique triste”. Depois disso, nos oferece alguns meios para que não o entristeçamos: “abandonem toda amargu- ra, todo ódio e toda raiva” (31). As implicações disso são profundas. Veja os nossos cultos, por exemplo. Sempre fa- lamos sobre uma adoração liderada pelo Espírito, mas se de fato desejamos ser liderados por Ele, precisamos nos certi- ficar de que estamos caminhando ao Seu lado diariamente. Como líder de adoração, esse é um pensamento desafiador e até certo ponto assustador. Eu preciso ter certeza de estar fazendo de minha vida um lugar apropriado para Sua ha- bitação. Um adorador insaciável e fervoroso necessita estar cheio do Espírito Santo. A terceira maneira de se apagar o fogo é acabando com o fornecimento de combustível que o mantém aceso. Se você já assistiu na televisão a cenas de uma floresta em cha- mas deve ter notado que os bombeiros queimam ou cortam uma grande área da mata para que o fogo, ao atingir aquele local, não se espalhe. A revelação de Deus é o combustível para o fogo de nossa adoração. E há sempre mais combustível para essa chama. Quando abrimos os “olhos de nosso coração”, a revelação de Deus vem até nós de ângulos muito diferentes. Ele se revela através da criação, da história de seu povo, e de ma- neira especial, através da cruz. Hoje, cada vez que respira- mos, temos a lembrança de nosso Criador, e a cada minuto temos a chance de vivermos inteiramente em sua presença. 21
  • 20. O Adorador Insaciável Nós simplesmente precisamos nos colocar em uma posi- ção favorável para recebermos esta revelação. A essência da adoração é abastecida por atitudes fundamentais, como a leitura da Palavra de Deus, a oração e a comunhão que encontramos quando vamos à igreja. Há ainda outras ma- neiras, como quando temos contato com a natureza – com o mar, as montanhas ou um simples campo –, para mergu- lhar nossas almas nas maravilhas de nosso Criador. Romanos 1.20 nos diz que não há desculpas para os des- crentes, uma vez que Deus revelou quem Ele é por meio de Sua criação. Quando minha esposa Beth e eu tivemos nosso primeiro filho – uma linda menina chamada Maisey, frequentemente me perguntava como as pessoas podiam negar a existência de Deus após testemunharem o nascimento de uma criança. Os nove meses anteriores ao nascimento de Maisey foram um período fascinante para nós e ensinaram muito acerca da maravilha de Deus e de Sua criação. Os exames de ul- trassom nos deram uma percepção fantástica sobre seu cres- cimento e desenvolvimento. Como podia aquele bebezinho estar vivo e chutando, com aquele coraçãozinho dentro da barriga de minha esposa? Como podia ser tão bem forma- do, com dedinhos tão pequeninos, já tão cedo? Eu fiquei impressionado com a bondade de Deus para conosco e com a maravilha de tudo o que tinha feito! Cada movimento que eu sentia quando colocava minhas mãos na barriga de Beth era uma revelação de Deus para mim. Muitas vezes, sei que minha adoração diminui porque 22
  • 21. Matt Redman não abasteço o fogo que há em mim. Eu não separo ne- nhum momento para “mergulhar nas águas da revelação” de Deus. Mas se somos capazes de encontrar esse momento para submergirmos na Palavra de Deus, em Sua presença, em Sua criação e na comunhão com outros irmãos, en- tão percebemos que a revelação flui novamente em nossa direção, e os nossos corações respondem com o fervor da adoração mais uma vez. Eu já mencionei neste capítulo algo sobre a adoração a Deus, mesmo estando em momentos de dificuldade. En- tretanto, isso não significa que devemos ser cristãos “felizes e contentes”, vivendo em um mundo de mentiras, sem ad- mitir que existem problemas em nossas vidas. Com certeza há lugar para quebrantamento e lágrimas na adoração, mas existe uma maneira certa e uma errada de se fazer isso. Quando manifestamos, na presença de Deus, os clamo- res do nosso coração, eles jamais devem se transformar em uma crítica a quem o Senhor é. Aparentemente, cerca de 70% dos Salmos são lamentações – em outras palavras, hi- nos de aflição e clamor.³ Um lamento verdadeiro nunca desafia ou questiona a dignidade de Deus. Pelo contrário, ele sabe que a Sua bondade e grandeza são as únicas espe- ranças para uma situação de tristeza e amargura. Mesmo na pior das situações devemos ter uma confiança funda- mental e, então, adorar. Há uma preciosa canção de louvor, capaz de superar qualquer obstáculo, que nasce do coração daquele que está em meio à dor e chega até o coração de Deus. Tais canções clamam: “Mesmo em meio à escuridão 23
  • 22. O Adorador Insaciável eu posso vislumbrar a luz de Tua dignidade, e a bondade de Teu coração. Eu me encontro desesperado, mas não há circunstâncias ou provações capazes de Te ofuscar”. Esse é um louvor custoso, que até machuca. Entretanto, sacrifí- cios muitas vezes machucam. Os Salmos têm sido descritos como “louvores na presen- ça e na ausência de Deus”.4 Em outras palavras, a adoração que supera qualquer situação, parecendo estar Deus pró- ximo ou distante. Esses lamentos são profundos clamores a Deus, vindos de um lugar sem qualquer esperança. Mas são esses lamentos de fato “adoração” ou apenas “reclama- ções”? De certo modo são, sim, reclamações. Essas petições a Deus são músicas de adoração de um povo quebrantado. Porém, quase sem qualquer exceção, elas também demons- tram uma confiança e uma convicção fundamental em Deus, e são, portanto, verdadeira adoração. Como B. W. Anderson explica: “... os lamentos são verdadeiras expres- sões de louvor – oferecido em um tom menor, na confiança de que YAVEH é fiel...”5 Eu amo o Salmo 89 por esta razão. À primeira vista, ele em nada se parece com uma canção de lamento. Ao iniciar com um texto otimista, “eu sempre cantarei a respeito do teu amor”, o Salmo parece ser uma canção de adoração, fruto de um coração em paz. Mas esse não é o caso. Quan- do chegamos ao versículo 49, descobrimos que a alma do salmista está em conflito: “Ó Senhor, onde estão as antigas provas do teu amor? Onde estão os juramentos que fizeste a Davi?” 24
  • 23. Matt Redman Ele não acaba por se contradizer? Ele parece agradecer a Deus por Seu grande amor e então se pergunta onde esse amor está? Exatamente! Nesse momento, ele não consegue ver ou sentir a medida do amor de Deus, mas ainda assim sabe que é tão real e forte como sempre foi. Ele é um ho- mem que observou o histórico de Deus e percebeu que Ele era perfeito. E então, o autor se levanta com uma canção insaciável de fé e confiança. O próprio Jesus usou o livro de Salmos como lamento quando sofria a crueldade da cruz. Com seu coração, mente, corpo e espírito em agonia, ele clamou: “meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?”, citando o Salmo 22. Esse foi um momento de tormento, mas de uma devoção sub- missa e peculiar. O Filho de Deus então suspira pela última vez com um versículo do Salmo 31 – mais um lamento: “Nas tuas mãos, entrego o meu espírito” (v.5 - RA). De ma- neira impressionante, nesse ponto de total sofrimento, Jesus oferece as canções de adoração comuns à Sua época. E fazen- do-o, Ele se torna para nós uma grande inspiração. Não im- portando as provações dessa vida, adoradores insaciáveis têm sempre uma canção imortal de adoração em seus lábios. Notas: 1 Fanny Cosby, recontada por S. Trevena Jackson, This Is My Story, This Is My Song (Emerald House, 1997). 2 Ibid. 3 Eugene Peterson, The Message of David (Marshall Pickering, 1997). 4 Bernard W. Anderson, Out of the Depths (Westminster John Knox Press, 2000). 5 Ibid. 25
  • 24. O Adorador Insaciável 1ª Edição: Inverno 2010 Filmes: Estudio ABC Impressão: Assahi Gráfica e Editora Papel do Miolo: Pólen Soft - Suzano 80 g/m2 (Certificação FSC) Papel da Capa: Supremo - Suzano 250 g/m2 (Certificação FSC) Tipologia: Adobe Garamond Pro corpo 12, 16 e 18 A W4 Editora tem consciência socioambiental e por isso seus livros e materiais promocionais são impressos em papel ecologicamente responsável, ajudando a preservar o meio ambiente e gerando renda para milhares de famílias. Conta com o apoio d´A Rocha Brasil, organização ambientalista cristã internacional que tem desafiado pessoas, empresas e organizações a mudarem seus hábitos e processos de forma a usar os recursos naturais de maneira sábia e equilibrada. Para saber mais, visite: www.arocha.org.br. 112