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HORIZONTE - MENSAGEM
II HORIZONTE
5
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.
Apóstrofe ao mar desconhecido;
cerração – nevoeiro espesso;
sidério – luminoso;
10
Linha severa da longínqua costa —
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstrata linha.
Descrição de um plano afastado para um plano
mais próximo.
15
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte —
Os beijos merecidos da Verdade.
O sonho é ver o invisível, o que está para lá dos
sentidos;
O sonho é alcançar/aceder à Verdade;
HORIZONTE
HORIZONTE
Este poema apresenta-noso sonho como motor da acção dos Descobrimentos. Éo sonho que, movido pela esperança e pela vontade,
desperta no homemo desejo de conhecer, de procurar a verdade.
1. O horizonte é símbolo do indefinido, do longe, do mistério, do desconhecido, do mundo a descobrir, do objectivo a atingir.
O título "Horizonte" evoca um espaço longínquo que se procura alcançar funcionando, assim, como uma espécie de metáfora da
procura, como um apelo da distância, do "Longe" (v.5), à eterna procura dos mundos por descobrir.
2. Através da apóstrofe inicial, "Ó mar anterior a nós" (v.1), o sujeito poético dirige-se ao mar desconhecido, ainda não
descoberto/navegado.
3. Na 1ª estrofe encontramos uma oposição implícita. A oposição refere o “mar anterior” (v.1) aos Descobrimentos portugueses
("medos", "noite", "cerração", "tormentas", "mistério" - substantivos que contêm a ideia de desconhecido, que remetem para a
face oculta da realidade) e o mar posterior a esse feito ("coral e praias e arvoredos", "Desvendadas", "Abria", "´Splendia" -
palavras que contêm a ideia de descoberta).
A expressão "naus da iniciação" (v. 6) é uma referência às naus portuguesas que, impulsionadas pelos ventos do "sonho", da
"esp'rança" e da "vontade", abriram novos caminhos e deram início a um novo tempo.
4. A 2ª estrofe é essencialmente descritiva. Essa descrição é feita por aproximações sucessivas, de um plano mais afastado para
planos mais próximos: - [Ao longe] a "Linha severa da longínqua costa" (= o horizonte); [Ao perto] "Quando a nau se aproxima,
ergue-se a encosta / Em árvores"; "Mais perto", ouvem-se os "sons" e percebem-se as "cores"; "no desembarcar" vêem-se "aves,
flores".
5. Na última estrofe o sujeito poético apresenta uma definição poética de sonho: O sonho é ver o invisível, isto é, ver para lá do que
os nossos olhos alcançam (ver longe); o sonho é procurar alcançar o que está mais além (é esforçar-se por chegar mais longe); o
sonho é alcançar/aceder à Verdade, sendo que esta conquista constitui o prémio de quem por ela se esforça. De salientar, aqui, o
uso do presente do indicativo - "é" - que confere, a estes versos, um carácter intemporal e programático.
No verso 1 da terceira estrofe temos o uso da antítese - ver/invisíveis.
Nos versos 16-17 é reforçada a passagem do abstracto ao concreto. Essa passagem é reforçada pela acumulação, no verso 17, de
nomes concretos, precedidos de artigos definidos: "A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte".
ILHA DOS AMORES – Canto IX, 52-95
ILHA DOS AMORES
ILHA DOS AMORES
1. Os portugueses saem de Calecut, iniciando a viagem de regresso à Pátria. Vénus decide preparar uma recompensa para os marinheiros,
fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. Para isso, manda o seu filho Cupido desfechar setas sobre as Ninfas que, feridas de Amor e pela
deusa instruídas, receberão apaixonadas os portugueses.
2. Tal como no poema Horizonte, a descrição é feita por aproximações sucessivas, de um plano mais afastado para planos mais próximos:
«De longe a Ilha viram» e para lá navegaram em direção ao local «Onde a costa fazia hüa enseada» e a «encosta» do poema pessoano
consubstancia-se em «três fermosos outeiros»; depois está lá tudo: «a árvore», «a flor», «o passarinho», «as fontes».
Porém, enquanto os elementos da descrição pessoana são simbólicos (repare-se no uso do singular), a descrição camoniana é mais
pormenorizada e as árvores, os animais e as plantas fazem parte da fauna e da flora portuguesas.
3. Quando desembarcam, os portugueses encontram a ilha repleta de «belas Deusas» que começam a fazer com eles jogos de sedução. Tão
inesperado foi este facto que, a certa altura (estrofe70), Veloso se interroga se elas serão verdadeiras ou apenas fruto da imaginação.
4. A ilha surge como um local ideal, porto prazenteiro de marinheiros valentes que neste locus amoenus geram a descendência semi-divina
da raça lusa. É ainda do topo de uma montanha desta ilha que Tétis mostra a Gama a Grande Máquina do Mundo, ao estilo de Dante.
Não havendo um projecto social, uma organização comunitária na Ilha dos Amores não podemos falar de utopia em sentido estrito, mas o
significado simbólico e a complexa divisão de tempo e espaço no que se refere a este episódio são claras marcas utópicas.
5. A Ilha dos Amores é a síntese espaço-temporal e histórica do povo português. Sendo ilha, compreende os elementos espaciais terra, mar
e céu, enquanto elevação. Temos também na ilha a ocorrência dos três planos temporais: o presente, o passado e o futuro. Estes espaços
e estes planos temporais se correspondem: a terra é o espaço de realização do passado português, o da consolidação do Reino; o mar é o
lugar do presente em que se dá a ação expansionista; e na ilha se prediz o futuro de outras conquistas que consumarão a grandeza e a fama.
E a ilha se configura como o espaço do interstício e da comunhão entre o mundo concreto e da horizontalidade em que se dá a ação heróica
do homem e o universo abstrato e da verticalidade em que atuam os deuses.
6. Ultrapassando quaisquer convenções da ars amatoria clássica, a concretização sexual entre os lusos e as nereidas é o único momento da
epopeia em que há a plenitude amorosa. Tanto na trágica história de D. Inês de Castro como no triste lamento do Gigante Adamastor não
há a realização plena do amor.

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Horizonte + ilha amores

  • 1. HORIZONTE - MENSAGEM II HORIZONTE 5 Ó mar anterior a nós, teus medos Tinham coral e praias e arvoredos. Desvendadas a noite e a cerração, As tormentas passadas e o mistério, Abria em flor o Longe, e o Sul sidério 'Splendia sobre as naus da iniciação. Apóstrofe ao mar desconhecido; cerração – nevoeiro espesso; sidério – luminoso; 10 Linha severa da longínqua costa — Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta Em árvores onde o Longe nada tinha; Mais perto, abre-se a terra em sons e cores: E, no desembarcar, há aves, flores, Onde era só, de longe a abstrata linha. Descrição de um plano afastado para um plano mais próximo. 15 O sonho é ver as formas invisíveis Da distância imprecisa, e, com sensíveis Movimentos da esp'rança e da vontade, Buscar na linha fria do horizonte A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte — Os beijos merecidos da Verdade. O sonho é ver o invisível, o que está para lá dos sentidos; O sonho é alcançar/aceder à Verdade;
  • 2. HORIZONTE HORIZONTE Este poema apresenta-noso sonho como motor da acção dos Descobrimentos. Éo sonho que, movido pela esperança e pela vontade, desperta no homemo desejo de conhecer, de procurar a verdade. 1. O horizonte é símbolo do indefinido, do longe, do mistério, do desconhecido, do mundo a descobrir, do objectivo a atingir. O título "Horizonte" evoca um espaço longínquo que se procura alcançar funcionando, assim, como uma espécie de metáfora da procura, como um apelo da distância, do "Longe" (v.5), à eterna procura dos mundos por descobrir. 2. Através da apóstrofe inicial, "Ó mar anterior a nós" (v.1), o sujeito poético dirige-se ao mar desconhecido, ainda não descoberto/navegado. 3. Na 1ª estrofe encontramos uma oposição implícita. A oposição refere o “mar anterior” (v.1) aos Descobrimentos portugueses ("medos", "noite", "cerração", "tormentas", "mistério" - substantivos que contêm a ideia de desconhecido, que remetem para a face oculta da realidade) e o mar posterior a esse feito ("coral e praias e arvoredos", "Desvendadas", "Abria", "´Splendia" - palavras que contêm a ideia de descoberta). A expressão "naus da iniciação" (v. 6) é uma referência às naus portuguesas que, impulsionadas pelos ventos do "sonho", da "esp'rança" e da "vontade", abriram novos caminhos e deram início a um novo tempo. 4. A 2ª estrofe é essencialmente descritiva. Essa descrição é feita por aproximações sucessivas, de um plano mais afastado para planos mais próximos: - [Ao longe] a "Linha severa da longínqua costa" (= o horizonte); [Ao perto] "Quando a nau se aproxima, ergue-se a encosta / Em árvores"; "Mais perto", ouvem-se os "sons" e percebem-se as "cores"; "no desembarcar" vêem-se "aves, flores". 5. Na última estrofe o sujeito poético apresenta uma definição poética de sonho: O sonho é ver o invisível, isto é, ver para lá do que os nossos olhos alcançam (ver longe); o sonho é procurar alcançar o que está mais além (é esforçar-se por chegar mais longe); o sonho é alcançar/aceder à Verdade, sendo que esta conquista constitui o prémio de quem por ela se esforça. De salientar, aqui, o uso do presente do indicativo - "é" - que confere, a estes versos, um carácter intemporal e programático. No verso 1 da terceira estrofe temos o uso da antítese - ver/invisíveis. Nos versos 16-17 é reforçada a passagem do abstracto ao concreto. Essa passagem é reforçada pela acumulação, no verso 17, de nomes concretos, precedidos de artigos definidos: "A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte".
  • 3. ILHA DOS AMORES – Canto IX, 52-95
  • 4. ILHA DOS AMORES ILHA DOS AMORES 1. Os portugueses saem de Calecut, iniciando a viagem de regresso à Pátria. Vénus decide preparar uma recompensa para os marinheiros, fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. Para isso, manda o seu filho Cupido desfechar setas sobre as Ninfas que, feridas de Amor e pela deusa instruídas, receberão apaixonadas os portugueses. 2. Tal como no poema Horizonte, a descrição é feita por aproximações sucessivas, de um plano mais afastado para planos mais próximos: «De longe a Ilha viram» e para lá navegaram em direção ao local «Onde a costa fazia hüa enseada» e a «encosta» do poema pessoano consubstancia-se em «três fermosos outeiros»; depois está lá tudo: «a árvore», «a flor», «o passarinho», «as fontes». Porém, enquanto os elementos da descrição pessoana são simbólicos (repare-se no uso do singular), a descrição camoniana é mais pormenorizada e as árvores, os animais e as plantas fazem parte da fauna e da flora portuguesas. 3. Quando desembarcam, os portugueses encontram a ilha repleta de «belas Deusas» que começam a fazer com eles jogos de sedução. Tão inesperado foi este facto que, a certa altura (estrofe70), Veloso se interroga se elas serão verdadeiras ou apenas fruto da imaginação. 4. A ilha surge como um local ideal, porto prazenteiro de marinheiros valentes que neste locus amoenus geram a descendência semi-divina da raça lusa. É ainda do topo de uma montanha desta ilha que Tétis mostra a Gama a Grande Máquina do Mundo, ao estilo de Dante. Não havendo um projecto social, uma organização comunitária na Ilha dos Amores não podemos falar de utopia em sentido estrito, mas o significado simbólico e a complexa divisão de tempo e espaço no que se refere a este episódio são claras marcas utópicas. 5. A Ilha dos Amores é a síntese espaço-temporal e histórica do povo português. Sendo ilha, compreende os elementos espaciais terra, mar e céu, enquanto elevação. Temos também na ilha a ocorrência dos três planos temporais: o presente, o passado e o futuro. Estes espaços e estes planos temporais se correspondem: a terra é o espaço de realização do passado português, o da consolidação do Reino; o mar é o lugar do presente em que se dá a ação expansionista; e na ilha se prediz o futuro de outras conquistas que consumarão a grandeza e a fama. E a ilha se configura como o espaço do interstício e da comunhão entre o mundo concreto e da horizontalidade em que se dá a ação heróica do homem e o universo abstrato e da verticalidade em que atuam os deuses. 6. Ultrapassando quaisquer convenções da ars amatoria clássica, a concretização sexual entre os lusos e as nereidas é o único momento da epopeia em que há a plenitude amorosa. Tanto na trágica história de D. Inês de Castro como no triste lamento do Gigante Adamastor não há a realização plena do amor.