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1.Introdução


O presente trabalho objectiva analisar a relação existente entre o crescimento económico e o
desemprego. Do ponto de vista macroeconómico, o crescimento económico bem como o
desemprego fazem parte das variáveis macroeconómicas visadas pela política orçamental do
governo. Nestes termos, torna-se pertinente analisar a relação entre elas. Assim, nos
questionamos o seguinte: será que a relação entre elas é de causalidade?

Para responder esta questão começaremos pelas definições dos dois conceitos-chave,
nomeadamente crescimento económico e desemprego, por fim, iremos os relacionar através dos
pressupostos da Lei de Okun.




2. Definição de Conceitos


2.1. Crescimento Económico


Segundo Figueiredo et al (2005:18), citando Simon Kuznets, o crescimento económico de um
país é um aumento a longo prazo da sua capacidade de oferecer à população bens económicos
cada vez mais diversificados, baseando-se esta capacidade crescente numa tecnologia avançada e
nos ajustamentos institucionais e ideológicos que esta exige.

Na óptica de Samuelson e Nordhaus (2005:556) crescimento Económico representa a expansão
do PIB potencial, ou produto nacional de um país ou por outras é quando a fronteira das
possibilidades de produção (FPP) de um país se desloca para fora.

Destas definições, o Simon Kuznets resume os seguintes aspectos que expressam o crescimento
económico de um país:

   a) A dimensão temporal com o primado da dinâmica de longo prazo;

   b) O nível dos resultados do processo: refere-se o aumento da oferta de bens em termos
       quantitativos e qualitativos e;
c) As condições de viabilização do processo: referem-se o progresso tecnológico e os
       correspondentes ajustamentos institucionais e ideológicos que condicionam o aumento da
       capacidade produtiva da economia num determinado espaço temporal.

Figueiredo (2005:19), adverte que, entre economistas estudiosos da dinâmica de longo prazo
existe um amplo consenso sobre o carácter diferenciado do período que Kuznets designa de
período de crescimento económico moderno, que data desde os fins do século XVIII e inicio do
século XIX.

Na óptica de Figueiredo, no crescimento económico moderno de um país configuram-se novos
aspectos e aprofundam-se as tendências antigas que são:

   a) Elevada taxa de crescimento do produto per capita e da população;

   b) Elevada taxa de transformação estrutural;

   c) Rápida transformação de estruturais sociais;

   d) Expansão da economia – mundo e;

   e) Potencial não generalizado da aplicação da tecnologia e emergência de fortes
       disparidades inter-nações na economia – mundo.




2.2. Desemprego


Segundo Mankiw (2005:305), uma pessoa é considerada desempregada se estiver demitida
temporariamente, se estiver à procura de emprego ou se estiver aguardando para iniciar um novo
trabalho dentro de 30 dias. Uma pessoa que não se enquadra nestas condições como estudantes
em tempo integral, donas-de-casa ou oposentadas, esta fora de força de trabalho.

Assim, Empregados são todas as pessoas que desempenham qualquer trabalho remunerado bem
como aqueles que tem emprego, mas que estão ausentes por motivos de doença, greves ou férias,
Smuelson e Nordhaus (2005).
Desempregados são todas as pessoas que não estão empregadas, mas que estão activamente a
procura de emprego ou estão a espera de reingresso no trabalho, Smuelson e Nordhaus (2005).

A taxa de desemprego é o número de desempregados divididos pelo total da população activa,
Smuelson e Nordhaus (2005).

Assim, o desemprego é um problema, por um lado, económico porque, representa um
desperdício de recursos valiosos para o funcionamento eficaz da economia. Por outro lado, o
desemprego é um problema social porque, causa enormes sofrimentos aos desempregados que
têm menores rendimentos (Samuelson & Nordhaus, 1999:564)

3. A relação existente entre o desemprego e o crescimento económico


De acordo com Samuelson & Nordhaus (1999:564), o desemprego evolui geralmente em
sintonia com o produto interno bruto (PIB) ao longo do ciclo económico.

Entretanto, o singular movimento conjunto do produto e do emprego, juntamente com a relação
numérica entre eles, foi identificado pela primeira vez por Arthur Okun sendo conhecido por Lei
Okun.

A lei de Okun proporciona a ligação vital entre o mercado do produto e o mercado do trabalho.
Descreve a associação entre os movimentos no curto prazo de PIB real e as variações do
desemprego.

De acordo com a Lei Okun, quando há quebra do produto, as empresas necessitam de uma menor
quantidade do factor do trabalho, de modo que não são contratados novos trabalhadores e os
actuais são dispensados.

A lei de Okun assevera que, por cada 2% de quebra do PIB relativamente ao PIB potencial, a
taxa de desemprego aumenta a 1%. Isto significa que, se o PIB começa a 100% do seu potencial
e diminui para 98% do potencial, a taxa de desemprego aumenta 1 percentual, por exemplo, de 6
para 7%.
A lei de Okun conclui que o PIB efectivo tem de crescer tão rapidamente quanto ao PIB
potencial para que a taxa de desemprego aumente. Neste sentido, o PIB tem de continuar avançar
para que o desemprego fique parado.

Quadro 1: a relação entre o crescimento económico e o desemprego em Moçambique, no
      período 2006-2007

Variável macroeconómica                                                                  2006           2007

Crescimento real do PIB (%)                                                              7.9            7.0

Desempregados em valores absolutos                                                       160.922        163.594

Fonte: Análise do grupo, na base da informação do PES-2006 e do Boletim estatístico de trabalho 2007.


O quadro mostra que, de 2006 a 2007 verificou-se uma diminuição do crescimento económico,
na ordem de 0.9 %. Esta diminuição fez com que o número total dos desempregados em
Moçambique crescesse no ano de 2007.

Esta relação é reforçada pela lei de Okun porque, segunda ela, por cada 2% de quebra do PIB
relativamente ao PIB potencial, a taxa de desemprego aumenta a 1%. Isto significa que, se o PIB
começa a 100% do seu potencial e diminui para 98% do potencial, a taxa de desemprego
aumenta 1 percentual, por exemplo, de 6 para 7%.




3.1. Conclusão


Contudo, a nossa pesquisa leva-nos a seguinte conclusão: entre o crescimento económico e o
desemprego há uma relação de causalidade, sendo o crescimento económico uma variável
explicativa e o desemprego uma variável explicada.




4. Bibliografia Consultada
Figueiredo et al (2005), Crescimento Económico. Escolar Editora. Lisboa.

Mankiw, N. Gregory (2005), Princípios de Macroeconomia. 3ª Edição. Thomson. São Paulo.

Ministério de Planificação e Desenvolvimento (2008), Boletim Estatístico de Trabalho. INE.
Maputo.

República de Moçambique (2009), Plano Económico e Social e Orçamento do Estado.
Maputo.

Samuelson & Nordhaus (1999), Economia. 16ª Edição. Mc Graw-Hill. Portugal.




ÍNDICE


1.Introdução...................................................................................................................................1
2. Definição de Conceitos...............................................................................................................1
   2.1. Crescimento Económico...................................................................................................................1

    2.2. Desemprego.....................................................................................................................................2

3. A relação existente entre o desemprego e o crescimento económico.....................................3
   Quadro 1: a relação entre o crescimento económico e o desemprego em Moçambique, no período
   2006-2007 ...............................................................................................................................................4

   3.1. Conclusão..........................................................................................................................................4

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  • 1. 1.Introdução O presente trabalho objectiva analisar a relação existente entre o crescimento económico e o desemprego. Do ponto de vista macroeconómico, o crescimento económico bem como o desemprego fazem parte das variáveis macroeconómicas visadas pela política orçamental do governo. Nestes termos, torna-se pertinente analisar a relação entre elas. Assim, nos questionamos o seguinte: será que a relação entre elas é de causalidade? Para responder esta questão começaremos pelas definições dos dois conceitos-chave, nomeadamente crescimento económico e desemprego, por fim, iremos os relacionar através dos pressupostos da Lei de Okun. 2. Definição de Conceitos 2.1. Crescimento Económico Segundo Figueiredo et al (2005:18), citando Simon Kuznets, o crescimento económico de um país é um aumento a longo prazo da sua capacidade de oferecer à população bens económicos cada vez mais diversificados, baseando-se esta capacidade crescente numa tecnologia avançada e nos ajustamentos institucionais e ideológicos que esta exige. Na óptica de Samuelson e Nordhaus (2005:556) crescimento Económico representa a expansão do PIB potencial, ou produto nacional de um país ou por outras é quando a fronteira das possibilidades de produção (FPP) de um país se desloca para fora. Destas definições, o Simon Kuznets resume os seguintes aspectos que expressam o crescimento económico de um país: a) A dimensão temporal com o primado da dinâmica de longo prazo; b) O nível dos resultados do processo: refere-se o aumento da oferta de bens em termos quantitativos e qualitativos e;
  • 2. c) As condições de viabilização do processo: referem-se o progresso tecnológico e os correspondentes ajustamentos institucionais e ideológicos que condicionam o aumento da capacidade produtiva da economia num determinado espaço temporal. Figueiredo (2005:19), adverte que, entre economistas estudiosos da dinâmica de longo prazo existe um amplo consenso sobre o carácter diferenciado do período que Kuznets designa de período de crescimento económico moderno, que data desde os fins do século XVIII e inicio do século XIX. Na óptica de Figueiredo, no crescimento económico moderno de um país configuram-se novos aspectos e aprofundam-se as tendências antigas que são: a) Elevada taxa de crescimento do produto per capita e da população; b) Elevada taxa de transformação estrutural; c) Rápida transformação de estruturais sociais; d) Expansão da economia – mundo e; e) Potencial não generalizado da aplicação da tecnologia e emergência de fortes disparidades inter-nações na economia – mundo. 2.2. Desemprego Segundo Mankiw (2005:305), uma pessoa é considerada desempregada se estiver demitida temporariamente, se estiver à procura de emprego ou se estiver aguardando para iniciar um novo trabalho dentro de 30 dias. Uma pessoa que não se enquadra nestas condições como estudantes em tempo integral, donas-de-casa ou oposentadas, esta fora de força de trabalho. Assim, Empregados são todas as pessoas que desempenham qualquer trabalho remunerado bem como aqueles que tem emprego, mas que estão ausentes por motivos de doença, greves ou férias, Smuelson e Nordhaus (2005).
  • 3. Desempregados são todas as pessoas que não estão empregadas, mas que estão activamente a procura de emprego ou estão a espera de reingresso no trabalho, Smuelson e Nordhaus (2005). A taxa de desemprego é o número de desempregados divididos pelo total da população activa, Smuelson e Nordhaus (2005). Assim, o desemprego é um problema, por um lado, económico porque, representa um desperdício de recursos valiosos para o funcionamento eficaz da economia. Por outro lado, o desemprego é um problema social porque, causa enormes sofrimentos aos desempregados que têm menores rendimentos (Samuelson & Nordhaus, 1999:564) 3. A relação existente entre o desemprego e o crescimento económico De acordo com Samuelson & Nordhaus (1999:564), o desemprego evolui geralmente em sintonia com o produto interno bruto (PIB) ao longo do ciclo económico. Entretanto, o singular movimento conjunto do produto e do emprego, juntamente com a relação numérica entre eles, foi identificado pela primeira vez por Arthur Okun sendo conhecido por Lei Okun. A lei de Okun proporciona a ligação vital entre o mercado do produto e o mercado do trabalho. Descreve a associação entre os movimentos no curto prazo de PIB real e as variações do desemprego. De acordo com a Lei Okun, quando há quebra do produto, as empresas necessitam de uma menor quantidade do factor do trabalho, de modo que não são contratados novos trabalhadores e os actuais são dispensados. A lei de Okun assevera que, por cada 2% de quebra do PIB relativamente ao PIB potencial, a taxa de desemprego aumenta a 1%. Isto significa que, se o PIB começa a 100% do seu potencial e diminui para 98% do potencial, a taxa de desemprego aumenta 1 percentual, por exemplo, de 6 para 7%.
  • 4. A lei de Okun conclui que o PIB efectivo tem de crescer tão rapidamente quanto ao PIB potencial para que a taxa de desemprego aumente. Neste sentido, o PIB tem de continuar avançar para que o desemprego fique parado. Quadro 1: a relação entre o crescimento económico e o desemprego em Moçambique, no período 2006-2007 Variável macroeconómica 2006 2007 Crescimento real do PIB (%) 7.9 7.0 Desempregados em valores absolutos 160.922 163.594 Fonte: Análise do grupo, na base da informação do PES-2006 e do Boletim estatístico de trabalho 2007. O quadro mostra que, de 2006 a 2007 verificou-se uma diminuição do crescimento económico, na ordem de 0.9 %. Esta diminuição fez com que o número total dos desempregados em Moçambique crescesse no ano de 2007. Esta relação é reforçada pela lei de Okun porque, segunda ela, por cada 2% de quebra do PIB relativamente ao PIB potencial, a taxa de desemprego aumenta a 1%. Isto significa que, se o PIB começa a 100% do seu potencial e diminui para 98% do potencial, a taxa de desemprego aumenta 1 percentual, por exemplo, de 6 para 7%. 3.1. Conclusão Contudo, a nossa pesquisa leva-nos a seguinte conclusão: entre o crescimento económico e o desemprego há uma relação de causalidade, sendo o crescimento económico uma variável explicativa e o desemprego uma variável explicada. 4. Bibliografia Consultada
  • 5. Figueiredo et al (2005), Crescimento Económico. Escolar Editora. Lisboa. Mankiw, N. Gregory (2005), Princípios de Macroeconomia. 3ª Edição. Thomson. São Paulo. Ministério de Planificação e Desenvolvimento (2008), Boletim Estatístico de Trabalho. INE. Maputo. República de Moçambique (2009), Plano Económico e Social e Orçamento do Estado. Maputo. Samuelson & Nordhaus (1999), Economia. 16ª Edição. Mc Graw-Hill. Portugal. ÍNDICE 1.Introdução...................................................................................................................................1 2. Definição de Conceitos...............................................................................................................1 2.1. Crescimento Económico...................................................................................................................1 2.2. Desemprego.....................................................................................................................................2 3. A relação existente entre o desemprego e o crescimento económico.....................................3 Quadro 1: a relação entre o crescimento económico e o desemprego em Moçambique, no período 2006-2007 ...............................................................................................................................................4 3.1. Conclusão..........................................................................................................................................4