A Anemia Falciforme é uma doença hereditária, que ocorre quase que exclusivamente em indivíduos da raça negra ou em seus descendentes. É uma patologia da hemoglobina que resulta da alteração, de natureza genética, de um aminoácido da cadeia beta da globina, transmitida pelo cromossoma 11, que alberga o gene mutante produzindo uma alteração na cadeia beta da globina.
A hemoglobina falcêmica decorre da alteração de apenas 1 dos 146 aminoácidos da beta globina, sendo a substituição da proteína glutamato pelavalina na sexta posição da
3. Introdução
• Entre os distúrbios genéticos mais frequentes nos
seres humanos constam as hemoglobinopatia, sobre
tudo a anemia falciforme (AF), com maior impacto
clinico, social e epidemiológico1
• Prevalência maior em pessoas de raça negra e
populações do mediterrâneo2
• A causa da doença é uma mutação de ponto no gene
da globina beta da hemoglobina, originando uma
hemoglobina anormal (Hb S) ao invés da
hemoglobina normal (Hb A)1
4. Objectivos
Geral
• Descrever genética e clinicamente a anemia falciforme
Específicos
• Analisar conceitos da AF e outros relacionados
• Compreender as bases genéticas da anemia falciforme
• Entender os mecanismos fisiopatológicos da doença
• Indicar os meios de diagnóstico da anemia falciforme
• Mencionar as características fenotípicas da doença
• Entender as medidas terapêuticas da patologia
• Analisar as complicações da doença
5. Definição
Anemia Falciforme (AF) é uma doença hematológica
hereditária, causada por uma mutação, provocando
mudança da hemoglobina normal (A) para
hemoglobina (S) que altera a forma normal de
eritrócito para forma de foice 1
Fig.1. Hemácia em forma de foice
6. Ano Percursor e o evento histórico que caracterizou a época
1910 Herrick. Observou uma anormalidade peculiar da hemácia de um
estudante negro que tinha anemia (a forma de foice) 1
1923 Taliaferro e Hock. Reconheceram a hereditariedade da anemia falciforme1
1935 Diggs e Bill. Notaram que algumas hemácias mesmo reoxigenadas se
mantinham falcizadas4
1949 Neel e Beet. Mostraram que os pacientes com AF eram homozigóticos e
que em heterozigose causava uma condição mais benigna4
Pauling, Itano, Singer e Wells. Descobriram nas hemácias dos pacientes
com anemia falciforme uma hemoglobina anormal (a hemoglobina S) 4
1958 Ingram. Identificou o defeito estrutural da hemoglobina S: troca do
aminoácido na cadeia beta da globina1
1972 Diggs. Mostrou que a presença de Hb S ra um problema de saúde pública e
que o aconselhamento genético era a forma preventiva mais eficaz1
8. Genética
Hb é responsável pelo fornecimento de o2 e retirada de
co2 dos tecidos. Tais funções são exercidas graças a uma
estrutura quimicamente organizada1
Fig.3. Estrutura da hemoglobina normal (Hb A)2
9. Genética (Conta.)
A síntese de cadeias globinícas é regulada por
mecanismos genéticos, cujos genes estão
localizados nos cromossomas 11 e 163
Fig. 4. Complexo alfa e beta nos cromossomos 16 e 113
10. Genética (cont.)
Anormalidades genéticas podem acontecer dando
origem a variantes estruturais da Hb que podem impedir
a produção de uma ou ambas cadeias2
A Hb S é causada por substituição de uma Adenina (A)
por uma Timina (T), no sexto codón do gene da beta-
globina (GAG-GTG) ocasionando a substituição do ácido
glutâmico normal por valina3
A Hb S polimeriza-se em baixas pressões de o2 . Quando
quantidades críticas de polímeros de Hb S acumulam-se
dentro do eritrócito falcizado, ocorre lesão celular3
12. Genética (cont.)
AF é uma herança autossómica recessiva e apresenta
duas formas básicas, a heterozigótica (Hb AS) e a
Homozigótica (Hb SS) 2,6
Fig.6. Heranca da AF, cruzamento de dois portadores de Hb AS7
16. Diagnóstico
A detecção da anemia falciforme pode ser baseada em
manifestações clinica e estudos laboratoriais2
Hemograma revela anemia e outros sinais indirectos de
hemólise (hematócrito↑ e reticulocitose)1
A electroforese da Hb alcalina é o método básico usado
para a qualificação de grande parte de Hbs mutantes2
Outros exames: teste de falcização, teste de
solubilidade e electroforese acida, focalização
isoeléctrica e a cromatografia liquida e PCR1,2
17. Tratamento e Prevenção
Combate a infecções, através da vacinação pneumocócica e a
melhoria das condições de nutrição, higiene e educação1
Controle da dor c/ analgésicos não opióides e opióides,
transfusão de sangue ou troca transfusional2
Ventilação, antibacterianos e transfusão de sangue ou troca
sanguínea para síndrome respiratória aguda2,10
Hidroxiuréia para paciente com crises dolorosas e o uso de
anti-faicizantes como cianetos10. O transplante da medula
óssea cura a AF8
O aconselhamento genético é uma medida preventiva eficaz1
18. Complicações
As mais graves são as pulmonares como a síndrome
torácica aguda, hiper-reactividade das vias aéreas
superiores e hipertensão pulmonar11
Para além das pulmonares existem outras graves como:
AVC, colecistite, obstrução do tudo biliar e pancreatite
aguda10
19. Conclusão
AF trata-se de uma doença hereditária autossómica recessiva,
caracterizada por alteração da estrutura da hemoglobina
Apresenta-se sob duas formas, a heterozigótica (portador de
tranço falcémico) e a homozigótica (portador da anemia
falciforme), a forma mais grave
A doença é agravada por condições de baixa pressão de
oxigénio.As principais manifestações clinicas as crises dolorosas
e vasooclusivas.
O seu tratamento é preventivo e sintomático, sendo que o
transplante da medula óssea cura a AF
20. Bibliografia
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Brasília;