Engenharia de Resiliência - Complexidade, Emergência e Resiliência
1. ENGENHARIA DE RESILIÊNCIA
CAPÍTULO 4
COMPLEXIDADE, EMERGÊNCIA, RESILIÊNCIA...
O futuro é inevitável, mas pode não acontecer
Jorges Luis Borges
2. esiliência organizacional não significa necessariamente segurança. A
capacidade de uma organização para garantir a sua própria
sobrevivência/operação , contra circunstâncias adversas pode
também implicar em estar momentaneamente insegura para os seus
membros ou partes interessadas.
Ex: Um país em guerra defendendo-se contra agressão militar
No entanto... Considerando a resiliência organizacional como
uma propriedade emergente de sistemas complexos
• A segurança também pode ser vista como uma forma de resiliência , isto é, como o resultado
da robustez de todos os processos que mantém o sistema seguro para todos os tipos de
stress, patógenos e ameaças afins.
3. EDUCIONISMO
Afirma que objetos, fenômenos,
teorias e significados complexos
podem ser reduzidos ou seja,
expressos em unidades diferentes a
fim de explicá-lo.
X
EMERGÊNCIA
O que vem de fora é mais do que se passa dentro
(John H. Holland _ Emergence: From Chaos to Order)
È o que acontece quando tentamos
entender as propriedades de um sistema
que ultrapassa o nível de tamanho e
complexidade que nosso intelecto pode
compreender de uma só vez, de modo a
compor o sistema em partes de
componentes interativos
É fácil explicar o peso de um despertador a partir do peso de cada um de seus componentes, o
que faz com que alguém seja acordado ao tocar o despertador . Agora explicar como se
comporta cada átomo do corpo ao despertar é um desafio insuperável, pois átomos não podem
despertar, somente um ser vivo composto por átomos pode.
O todo é maior do que a soma das partes
4. A noção de emergência é então simplesmente uma forma mais ampla de relação
entre os níveis micro e macro, em que as propriedades de um nível superior são
tanto dependentes quanto autônomas dos processos subjacentes dos níveis
inferiores. (Bedau, 1997,2002)
EMERGÊNCIA NOMINAL:
Quando as propriedades de nível macro podem
ser derivadas de propriedades do nível micro.
Grafite como lubrificante (macro) deriva
da estrutura molecular deslizante – laminar
- (micro)
5. EMERGÊNCIA FRACA:
Uma parte microscópica de um comportamento macroscópico esperado ainda
é possível, mas a compreensão detalhada do comportamento global não pode
ser previsto se não através de uma simulação.
Cada participante (parte microscópica) sabe o que fazer, mas o resultado (parte
macroscópica) pode não ocorrer como o esperado, sendo percebido somente na
simulação.
6. EMERGÊNCIA FORTE:
Quando as propriedades de nível macro não podem ser explicada, e muito
menos previstas, mesmo em princípio, por qualquer causalidade de nível
micro.
e
Emergência
forte
7. DA EMERGÊNCI À RESILIÊNCIA
Cognição individual
Resiliência nominal emergente:
Referem-se a características de
resiliência “computáveis” de
combinações de propriedades
individuais dos agentes
Recursos humanos individuais
Gerenciamento de erros
Gestão de stess
Medidas organizacionais
Design de ambientes tolerantes a erros
Resiliência fracamente emergente:
Remete para as características de resiliência de uma organização resultante de uma
combinação de propriedades do agente individual, de tal forma que, embora, em
princípio “computável” o detalhamento e a compreensão do comportamento resiliênte
macroscópico não pode ser previsto sem a realização de uma simulação.
8. DA EMERGÊNCI À RESILIÊNCIA
Resiliência fracamente emergente (cont):
Esses sistemas podem permanecer ‘simples’ se as relações mútuas entre os
componentes básicos tendem a aniquilar desvios individuais: a variedade individual é
então submersa por valores médios estatísticos, de modo que a complexidade
microscópica desapareça em escalas macroscópicas.
Ex: Aquela única pessoa que durante a simulação não se dirigiu para o abrigo
Sistemas de grande porte também podem se tornar ‘complexos’ quando a variedade
individual ao nível microscópico é combinado e amplificado para que ele cria novas
propriedades a nível macroscópico. – Pânico
O mecanismo chave é o acoplamento indireto entre agentes componentes através de
modificações que seu comportamento individual introduz no ambiente
compartilhado. Ex: Pânico em Friburgo quando ocorreu o boato de rompimento de
uma represa.
Seres humanos tendem a imitar uns aos outros
René Girad (1961)
9. DA EMERGÊNCI À RESILIÊNCIA
A interação de agentes componentes produzem uma entidade agregada mais flexível e
adaptativa do que seus agentes componentes.
Eles estabilizam “à beira do caos”.
Distúrbio residual: Se nenhuma formiga se perdeu ao seguir a trilha de feromônio para a
presa, nenhuma nova presa seria descoberta. Muita ordem leva a crise.
Visão de acidentes como um fenômeno de ressonância(Hollnagel, 2004): Assim, estes
sistemas/processos não são otimizados para um determinado ambiente: eles não fazem
o melhor trabalho possível, mas fazem o trabalho suficiente
10. DA EMERGÊNCI À RESILIÊNCIA
Resiliência fortemente emergente :
É referente às características de uma organização resiliente que não pode ser explicada
por uma combinação de propriedades de agentes individuais
A representação do futuro pode alterar o presente :
A certeza de que o risco está totalmente erradicado provavelmente desencadeará
comportamentos que irão reintroduzir a ameaça – Morro do Bumba.
De uma perspectiva de gestão de risco, a questão chave é como manter a preocupação com risco de vida,
quando as coisas parecem seguras.
O núcleo de uma boa cultura de segurança é uma
profecia auto-destrutiva