Este documento discute a auto-avaliação de bibliotecas escolares. Ele enfatiza a importância de medir o impacto da biblioteca nos alunos por meio de evidências observadas e relatadas pelos usuários. Também descreve um modelo de auto-avaliação que analisa indicadores como a articulação curricular, a promoção da leitura e o envolvimento da comunidade.
1. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
Introdução
Ross Todd defende significativas mudanças no contexto das bibliotecas escolares no sentido de tornar evidente o impacto da sua acção junto da
população de utilizadores. Nesse sentido, advoga que as decisões, o desenvolvimento e a implementação das acções de melhoria devem ser baseadas na
triangulação das evidências fornecidas pela investigação, das observadas pelo professor bibliotecário e das que os próprios utilizadores relatam.
Evidence-based school librarianship[…]is an approach that systematically engages research-derived evidence, school librarian-
observed evidence, and user-reported evidence in the ongoing processes of decision making, development, and continuous
improvement to achieve the school’s mission and goals. These goals typically center on student achievement and quality
teaching and learning. (Todd, 2008)
Assim sendo, torna-se necessário que as bibliotecas demonstrem o seu contributo para as aprendizagens e para o sucesso educativo dos alunos.
É igualmente importante que esse contributo seja avaliado. Medir o impacto qualitativo (outcomes) implica perceber até que ponto ele se traduz em
benefício para os utilizadores e estes o reconhecem como tal, ou seja, que valor tem a biblioteca para os utilizadores traduzido no acréscimo de
competências, na mudança de atitudes e comportamentos e na prática da inclusão. A avaliação da BE deve fazer parte do quadro de referência da
avaliação interna e externa da escola/agrupamento.
A Inspecção-Geral da Educação faz a avaliação externa dos estabelecimentos públicos de ensino. O documento elaborado pelas escolas segue
uma estrutura descritiva comum, organizada em seis campos de análise: 1. Contexto e Caracterização Geral da Escola; 2. Projecto Educativo; 3.
Organização e Gestão da Escola; 4.Ligação à Comunidade; 5.Clima e Ambiente Educativos e 6.Resultados. A partir desse documento
apresentado pela Escola e das entrevistas em painel, a IGE elabora o relatório de avaliação externa da Escola, que apresenta os resultados da avaliação
de cinco domínios: 1. Resultados; 2. Prestação do serviço educativo, 3. Organização e gestão escolar; 4. Liderança e 5. Capacidade de auto-regulação e
melhoria da escola.
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2. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
Avaliação Externa Auto-avaliação da BE
Campos de Tópicos descritores dos Domínios/subdomínios Indicadores Informação a integrar no texto
análise Campos de Análise de apresentação para a
avaliação externa
1.2. Dimensão e condições D. Gestão da BE D.2.2. Adequação dos recursos humanos Política de afectação dos recursos
físicas da Escola D.2. Condições humanas e às necessidades de funcionamento da BE humanos às necessidades da BE.
materiais para prestação na escola/agrupamento.
dos serviços Adequação dos espaços
D.2.3. Adequação da BE em termos de (dimensão/organização),
espaço às necessidades da equipamentos de acordo com as
escola/agrupamento. necessidades da
1. Contexto e escola/agrupamento.
Caracterização 1.4. Pessoal docente D. Gestão da BE D.2.1.Liderança do professor bibliotecário Perfil do professor bibliotecário
Geral da Escola D.2. Condições humanas e na escola/agrupamento.
materiais para prestação
dos serviços D.2.2. Adequação dos recursos humanos
às necessidades de funcionamento da BE Adequação e qualificação dos
na escola/agrupamento. docentes e colaboradores da
equipa da BE.
1.5. Pessoal Não Docente D. Gestão da BE D.2.2. Adequação dos recursos humanos Adequação em nº e qualificação
D.2. Condições humanas e às necessidades de funcionamento da BE dos assistentes operacionais da
materiais para prestação na escola/agrupamento. equipa da BE
dos serviços
1.6. Recursos financeiros D. Gestão da BE D.1.2. Valorização da BE pelos órgãos de Atribuição de verba anual à BE de
D.1. Articulação da BE com direcção, administração e gestão da acordo com as necessidades.
a Escola/Agrupamento. escola/agrupamento.
Acesso e serviços prestados
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3. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
pela BE
D. Gestão da BE D.3.1. Planeamento/gestão da colecção de Alguns aspectos relevantes da
3. Gestão da Colecção/da acordo com a inventariação das Política de Gestão da Colecção
Informação necessidades curriculares e dos
utilizadores da escola/agrupamento.
A. Apoio ao A.1.1.Cooperação da BE com as Articulação das prioridades e
Desenvolvimento estruturas de coordenação educativa e objectivos da BE com o Projecto
Curricular supervisão pedagógica da Educativo.
A.1. Articulação Curricular escola/agrupamento.
2.1.Prioridades e da BE com as Estruturas Referências no Projecto
objectivos Pedagógicas e os Docentes A.1.2.Parceria da BE com os docentes Educativo.
responsáveis pelas áreas curriculares não
disciplinares da escola/agrupamento.
A.1.3.Articulação da BE com os docentes Articulação com as estruturas de
responsáveis pelos serviços de apoio Gestão intermédia e com os
especializados e educativos da docentes.
escola/agrupamento. Articulação com o PTE e outros
2. O Projecto
Educativo A.1.4.Ligação da BE ao Plano Projectos.
Tecnológico da Educação e a outros
programas e projectos curriculares de
acção, inovação pedagógica e formação
existentes na escola/agrupamento.
D. Gestão da BE
D.1. Articulação da BE com D.1.1.Integração/acção da BE na
a Escola/Agrupamento. escola/agrupamento.
Acesso e serviços prestados
pela BE
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4. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
D. Gestão da BE D.3.1.Planeamento/gestão da colecção de
3. Gestão da Colecção/da acordo com a inventariação das
Informação necessidades curriculares e dos
utilizadores da escola/agrupamento. Gestão da colecção para dar
D.3.2.Adequação dos livros e de outros resposta às necessidades dos seus
recursos de informação (no local e online) utilizadores.
às necessidades curriculares e aos
interesses dos utilizadores na
escola/agrupamento.
A. Apoio ao A.1.1 Cooperação da BE com as
Desenvolvimento estruturas de coordenação educativa e
2.2 Estratégias e planos de Curricular supervisão pedagógica da Articulação e colaboração da BE
acção A.1. Articulação Curricular escola/agrupamento. com as várias estruturas da escola
da BE com as Estruturas no planeamento e execução das
Pedagógicas e os Docentes A.1.2 Parceria da BE com os docentes actividades.
responsáveis pelas áreas curriculares não
disciplinares (ACND)
escola/agrupamento.
A.1.3 Articulação da BE com os docentes
responsáveis pelos serviços de apoios
especializados e educativos (SAE) da Articulação com a equipa do PTE.
escola/agrupamento.
A.1.4 Ligação da BE ao Plano
Tecnológico da Educação (PTE) e a
outros programas e projectos curriculares
de acção, inovação pedagógica e
formação existentes na
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5. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
escola/agrupamento. Projectos de leitura e as literacias
constam no Projecto Educativo e
A.1.5 Integração da BE no plano de curricular de Escola/
ocupação dos tempos livres (OTE) da agrupamento, em articulação com
escola/agrupamento. a BE.
B. Leitura e Literacia B.2 Integração da BE nas estratégias e Articulação da BE com docentes e
programas de leitura ao nível da departamentos na implementação
de estratégias/ planos de trabalho
escola/agrupamento.
para promoção da leitura por
prazer (ficção e não ficção).
C.1.2 Dinamização de actividades livres,
C. Projectos, Parcerias e de carácter lúdico e cultural na
Actividades Livres e de escola/agrupamento.
Abertura à Comunidade
C.1.3 Apoio à utilização autónoma e
C.1 Apoio a Actividades
voluntária da BE como espaço de lazer e
Livres, Extra-Curriculares
livre fruição dos recursos.
e de Enriquecimento
Curricular C.1.4 Disponibilização de espaços,
tempos e recursos para a iniciativa e
intervenção livre dos alunos.
C.1.5 Apoio às actividades de
enriquecimento curricular (AEC),
conciliando-as com a utilização livre da
BE.
D. Gestão da BE D.1.1 Integração da BE na Plano de acção e Plano de
D.1. Articulação da BE com escola/agrupamento. Actividades.
3.1. Estruturas de gestão a Escola/Agrupamento.
Acesso e serviços prestados D.1.2 Valorização da BE pelos órgãos da
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6. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
pela BE direcção, administração e gestão da Perfil do professor bibliotecário.
escola/agrupamento.
Recursos humanos afectos à BE.
D. Gestão da BE
3. A D.2. Condições humanas e D.2.1 Liderança do professor bibliotecário
materiais para prestação na escola/agrupamento.
Organização e dos serviços D. 2.2 Adequação dos recursos humanos
Gestão da Escola às necessidades de funcionamento da BE
na escola/agrupamento.
A. Apoio ao A.2.5. Impacto da BE no desenvolvimento Articulação da BE com o
Desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à currículo.
Curricular formação da cidadania e à aprendizagem
A. 2. Promoção da ao longo da vida. Cooperação da BE com as
3.2. Gestão pedagógica estruturas de coordenação
Literacia da Informação
A.2.1. Organização de actividades de educativa e supervisão
formação de utilizadores na pedagógica
escola/agrupamento.
Colaboração da BE com os
A.2.2. Promoção do ensino em contexto docentes em geral e com os
de competências de informação da responsáveis pelas ACND, SAE e
escola/agrupamento. AEC.
A.2.3. Promoção do ensino em contexto Articulação com o PTE.
de competências tecnológicas e digitais na
escola/agrupamento. Colaboração com os docentes na
promoção da leitura e no
A.2.4. Impacto da BE nas competências desenvolvimento de competências
tecnológicas, digitais e de informação dos de informação.
alunos na escola/agrupamento.
Adequação da colecção às
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7. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
B.1 Trabalho da BE ao serviço da necessidades curriculares, de
promoção da leitura. informação e de leitura.
B. Leitura e Literacia
C. Projectos, Parcerias e C.1.1. Apoio à aquisição e
Actividades Livres e de desenvolvimento de métodos de trabalho
Abertura à Comunidade e de estudo autónomos.
C.1 Apoio a Actividades
Livres, Extra-Curriculares
e de Enriquecimento
Curricular
D.2.1. Envolvimento da BE em projectos
D. Gestão da BE
da respectiva escola/agrupamento ou
D.2. Condições humanas e
desenvolvidos em parceria, a nível local
materiais para prestação
ou mais amplo.
dos serviços
3.3. Procedimentos de D. Gestão da BE D.1.4 Avaliação da BE. Inclusão dos resultados da auto-
autoavaliação D.1. Articulação da BE com avaliação da BE na auto-avaliação
institucional a Escola/Agrupamento. da escola/agrupamento.
Acesso e serviços prestados
pela BE
4.1. Articulação e B. Leitura e Literacia B. 2 Integração da BE nas estratégias e Grau de participação e
participação dos pais e programas de leitura ao nível da envolvimento dos encarregados
encarregados de educação escola/agrupamento. de educação nas actividades.
na vida da escola
C. Projectos, Parcerias e C.2.1 Envolvimento da BE em projectos Relatórios de
Actividades Livre e de
da respectiva escola/agrupamento ou projectos/actividades realizadas
Abertura à Comunidade
C.2. Projectos e Parcerias desenvolvidos em parceria, a nível local em parceria.
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8. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
ou mais amplo.
4. Ligação à C.2.4 Estímulo à participação e
comunidade mobilização dos pais/encarregados de
educação no domínio da promoção da
leitura e do desenvolvimento de
competências das crianças e jovens que
frequentam a escola/agrupamento.
C.2.5 Abertura da BE à comunidade local.
4.2. Articulação e C. Projectos, Parcerias e C.2.3 Participação com outras /a e Mais-valias de projectos e
participação das Actividades Livre e de eventualmente, com outras entidades articulação com a comunidade.
autarquias Abertura à Comunidade (RBE, DRE, CFAE) em reuniões da
C.2. Projectos e Parcerias BM/SABE ou outro grupo de trabalho a
nível concelhio ou inter-concelhio.
C.2.5 Abertura da BE à comunidade local.
4.3. Articulação e C. Projectos, Parcerias e C.2.1 Envolvimento da BE em projectos Projectos desenvolvidos em
participação das Actividades Livre e de da respectiva escola/agrupamento ou parceria.
instituições locais Abertura à Comunidade desenvolvidos em parceria, a nível local
C.2. Projectos e Parcerias ou mais amplo Rede partilhada de documentação
empresas, instituições
sociais e culturais com outras bibliotecas.
C.2.2 Desenvolvimento de trabalho e
serviços colaborativos com outras escolas,
agrupamentos e BE.
C.2.5 Abertura da BE à comunidade local.
5.1 Disciplina e A. Apoio ao A.2.5. Impacto da BE no desenvolvimento Impacto da BE nas aprendizagens
comportamento cívico Desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à e na formação geral de cidadãos
Curricular formação da cidadania e à aprendizagem activos capazes de aprender ao
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9. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
A. 2. Promoção da ao longo da vida. longo da vida.
Literacia da Informação
5.2. Motivação e empenho A. Apoio ao A.1.5. Integração da BE no plano de Plano de Ocupação de tempos
5. Clima e Desenvolvimento ocupação dos tempos escolares da escolares.
Ambiente Curricular escola/agrupamento
Educativos A.1. Articulação Curricular
da BE com as Estruturas
Pedagógicas e os Docentes
Impactos das actividades
C. Projectos, Parcerias e
C.1.1. Apoio à aquisição e promotoras de métodos de
Actividades Livres e de trabalho e de estudo autónomos
Abertura à Comunidade desenvolvimento de métodos de trabalho
pelos alunos, de carácter lúdico e
C.1 Apoio a Actividades e estudo autónomos. cultural de utilização autónoma e
Livres, Extra-Curriculares voluntária da biblioteca como
C.1.2. Dinamização de actividades livres, espaço de lazer e livre fruição dos
e de Enriquecimento
de carácter lúdico e cultural na recursos.
Curricular
escola/agrupamento.
C.1.3. Apoio à utilização autónoma e Estatísticas de utilização da BE.
voluntária da BE como espaço de lazer e
livre fruição dos recursos. Actividades de Enriquecimento
Curricular (AEC).
C.1.4. Disponibilização de espaços,
tempos e recursos para a intervenção livre
dos alunos.
C.1.5. Apoio às actividades de
enriquecimento curricular, conciliando-as
com a utilização livre da BE.
6.1.Resultados A. Apoio ao A.2.5 Impacto da BE no desenvolvimento Impacto da BE nas aprendizagens
académicos Desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à e na formação geral de cidadãos
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10. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Conclusão)
Curricular formação da cidadania e à aprendizagem activos capazes de aprender ao
A. 2. Promoção da ao longo da vida. longo da vida.
Literacia da Informação
6.Resultados 6.3. Resultados sociais da A. Apoio ao A.2.5. Impacto da BE no desenvolvimento Impacto da BE nas aprendizagens
Desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à e na formação geral de cidadãos
Educação Curricular formação da cidadania e à aprendizagem activos capazes de aprender ao
A. 2. Promoção da ao longo da vida. longo da vida.
Literacia da Informação
D.1.4. Avaliação da BE na Inclusão dos resultados da auto-
D. Gestão da BE escola/agrupamento. avaliação da BE na auto-avaliação
D.1. Articulação da BE com da escola/agrupamento.
a Escola/Agrupamento.
Acesso e serviços prestados
pela BE
Todd, Ross (2008). The Evidence-Bsed Manifesto for School Librarians: If school librarians can’t prove they make a difference, they may cease to exist. [Acedido a
9 |12|09]. [Disponível em:] http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html
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