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Escola E.B 2,3/ S de Baião
Curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural
TURISMO NO ESPAÇO RURAL
Um Estudo de Caso no concelho de Baião
Diogo Paulino
Liliana Zuzarte
Sara Monteiro
Baião / 2010
Escola E.B 2,3/ S de Baião
Curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural
TURISMO NO ESPAÇO RURAL
Um Estudo de Caso no concelho de Baião
Trabalho realizado por Diogo Paulino nº 6, Liliana Zuzarte nº 9 e Sara Monteiro nº 18, sob orientação do professor
Fernando Matos Rodrigues.
Baião / 2010
Resumo
Este trabalho realizado no âmbito do Curso Profissional de Turismo
Ambiental e Rural, uma área direccionada para a prática turística no meio rural
e para um local em que o ambiente se conjuga com os diversos recursos
existentes na região, destina-se à realização de um estudo das Casas de
Habitação ao serviço do Turismo Rural.
Estando Baião situado numa região em que o espaço rural tem grande
potencial turístico, e sendo o turismo uma grande estrutura económic, este
concelho poderia ser altamente desenvolvido a vários níveis, como económico,
social e ambiental, mas é precisamente o contrario que acontece.
O desenvolvimento local sofre de um grande défice, tanto por falta de
técnicos qualificados, como até por um baixo nível de escolaridade dos
habitantes locais.
Abstract
This work carried through in the scope of the professional course of
Ambiental and Rural Tourism, an area directed to tourism in a rural environment
alongside with the diverse resources existing in the region, studies Rural Guest
Houses.
Baião being situated in a region where the agricultural space has great
tourist potential, and being tourism a great economical structure, this county
could be highly developed in several aspects economic, social and ambiental,
but it is the opposite of what happens. The local development suffers a great
deficit, due to a lack of qualified technicians, as to a low level of scholarity of the
local inhabitants.
Índice
1. Agradecimentos…………………………………………………..………...….5
2. Introdução…………………………………………………………....….……..6
3. Teorias, métodos e conceitos………………………………………............ 7
4. Enquadramento Territorial………………………………………….............. 9
5. O turismo no espaço rural………………………………………………...…10
5.1. Turismo, Cultura e Mudança Social……………………………..…17
5.2. Turismo, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável…………..…22
5.3. Património, Cultura e Turismo……………………………………... 28
5.4. Lazer e Natureza no Turismo Rural………………………………..35
6. Turismo de Massas versus Turismo de Habitação……………………… 38
6.1O impacto económico do turismo………………………………..……..42
6.2 Educar e Sensibilizar para a prática do Turismo Rural ……………. 45
7. Estudo de caso
7.1. Casas Familiares ao serviço do Turismo de Habitação………….49
7.2. Casa, Família e Património………………………………………… 51
7.3. Rotas …………………………………………………..…………….. 54
8. Infra-Estruturas e Equipamentos Turístico……………………………..….57
9. Análise SWOT…………………………………………………………….….59
10.Apêndice……………..………………………………………………………. 61
10.1. Apêndice Fotográfico……………….…………………………………62
10.2. Apêndice Documental……..………………………………………….66
11.Bibliografia ..........................................................................................…67
12.Netgrafia ………………………………………………………………….......69
1. Agradecimentos
Em primeiro lugar, queremos agradecer ao nosso coordenador do curso
profissional de turismo ambiental e rural, o Professor Fernando Matos
Rodrigues, pela sua orientação e coordenação metodológica, pela mais valia
das suas sugestões e pela exigência de ponderação, que sempre se
disponibilizou, humana e materialmente. E que sempre nos esclareceu as
dúvidas tanto em relação ao curso como em relação ao estágio.
Ao director de turma, professor Pedro Paiva, á professora Daniela
Cunha, e ao professor Rui Mendes, pela sua colaboração nas provas de
aptidão profissional.
E queremos ainda agradecer ao proprietário da Quinta de Marnotos, o
senhor José dos Santos, e á proprietária do Casarão, a senhora Claudina
Amorim que nos disponibilizaram o seu tempo para responder aos
questionários e fornecer a informação pretendida.
2. Introdução
Este trabalho realizado no âmbito do curso Profissional de Turismo
Ambiental e Rural, uma área direccionada para a prática turística no meio rural
e para um local em que o ambiente se conjuga com os diversos recursos
existentes na região.
No que toca ao património este é uma herança, ou seja, algo que se herda
e depois se transmite aos outros, e que engloba dois conceitos que são a
tradição e a inovação.
Estando Baião situado numa região em que o espaço rural tem grande
potencial turístico, e sendo o turismo uma grande estrutura económica, este
concelho poderia ser altamente desenvolvido a nível económico, social e
ambiental, mas é precisamente o contrário que acontece. O desenvolvimento
local na área de Turismo de Espaço Rural sofre de problemas estruturais
relacionados pela falta de técnicos qualificados, ausência de planos
estratégicos na área de Turismo que valorizem o ambiente e o património local
e por fim a ausência de planos estratégicos na área da programação,
planificação e animação turística.
Para além do tratamento de vários temas relacionados com turismo,
desenvolvimento sustentável, património e cultura, o trabalho vai centrar se no
estudo de casas de Turismo de Habitação em contexto rural e de montanha.
Haverá a sugestão de rotas possíveis para se poder usufruir deste tipo de
turismo. Um turismo mais ecológico, mais naturalista e acima de tudo um tipo
de turismo em que cada um poderá fugir um pouco ao descomunal turismo de
massas, mais densificado e monótono.
3. Teorias, métodos e conceitos
Para a elaboração deste trabalho utilizamos um conjunto de teorias,
métodos e técnicas de trabalho. O conhecimento científico é importante para a
realização deste tipo de trabalho, pois remete-nos para a observação e para
experiência em contextos de estudo de caso.
Para uma boa recolha de informação tem de se começar por uma primeira
aproximação, através de pesquisa bibliográfica e até mesmo através da
Internet, algo muito utilizado nos dias de hoje, mas tendo presente as suas
limitações na certificação dos conhecimentos.
Outra aproximação que se pode fazer ao objecto é através da pesquisa
documental. Esses documentos são fonte necessária para um aprofundamento
do estudo. Ao chegar a um local tem de se observar, e com isso podem se
encontrar fotografias, cartas postais. Assim, da bibliografia geral tem de se
passar para a bibliografia específica.
Depois, damos início ao trabalho de campo, fazendo observação in loco,
recolhendo dados que nos permite fazer um relatório do objecto de estudo.
Com isto consegue-se, um retrato antropológico do objecto, e desta
forma poder dar a conhecer as casas de Turismo de Habitação no concelho de
Baião. Desde como funciona?, por quem é ocupada?, em que época foi
construída?, etc.
Dentro da observação antropológica encontra-se a observação
participante e a não participante. Na observação participante o
investigador vive na comunidade, estuda, e participa nas actividades dessa
mesma comunidade. Uma forma de entender todos os hábitos e modos de ser
que fazem parte do ethos de um local. Já na observação não participante a
distância entre o investigador e o objecto de análise é enorme. Fazem parte
desta técnica o inquérito por questionário, a entrevista, os testes e as medidas
por atitudes e opiniões. No nosso caso a utilização da técnica do inquérito por
questionário foi um dos meios para conceber o estudo de caso, para além de
uma observação não participante associada a um olhar distanciado.
No trabalho de campo é preciso saber descrever e ter essa capacidade.
4. Enquadramento Territorial
O concelho de Baião está integrado na região norte, por sua vez
também faz parte da sub – região do Tâmega, com uma área territorial de 176
Km2, com uma população residente de 21.517 indivíduos em 2001, composto
por vinte freguesias, sendo a freguesia de Campelo e centro da vila e comarca
com uma população residente de 2. 784 pessoas no censo de 2001.
O território concelhio encontra – se estruturado em termos de
acessibilidades rodoviárias por dois eixos principais, a Estrada Nacional 101
que liga a cidade de Amarante á cidade de Peso da Régua, fazendo a ligação
ao IP4, estabelecendo a ligação entre o litoral (a cidade do Porto e sua
respectiva Área Metropolitana e a região das terras altas de Trás-os-Montes,
especialmente a cidade universitária de Vila Real, Bragança – Espanha); o
segundo eixo estruturante do concelho é a Estrada Nacional 321-1, que
estabelece a ligação entre a cidade de Marco de Canaveses e a vila de Baião,
cruzando a E.N.101 na Boa Vista. Existe também um eixo de elevado interesse
para a qualidade e intensidade das acessibilidades entre o litoral e a região do
chamado Alto Douro, a linha ferroviária do Douro. Trata se de um elemento de
macro estrutura ferroviária de natureza regional. A estação de mosteiro
representa e representou aquele sinal civilizador do Douro que na época se
resumia nesta simples expressão «…a carruagem de um wagon. Hurrah pelo
progresso» (Rodrigues, 2004)
Figura 1. Concelho de Baião
5. O Turismo no Espaço Rural
O Turismo Rural é uma actividade desenvolvida no campo, comprometida
com a actividade produtiva, agregando valor a produtos e serviços e
resgatando o património natural e cultural da comunidade. Isso significa que,
para ser enquadrado como turismo rural, o empreendimento deve ser e não
apenas "parecer" um sítio ou fazenda. Diz Embratur.
Quando se discute a Casa como estrutura de produção familiar, ou
associada a uma actividade económica específica, estamos a falar de uma
actividade ecologicamente sustentável em termos de ambiente local.
Associado ao contexto «casa, família, produção» temos uma actividade
económica de referenciação eco – turística.
O exemplo, da Casa do Everdal, enquanto projecto associado ao turismo
rural, estrutura-se em função de uma memória familiar, que se pretende
recuperar e valorizar.
O desenvolvimento desta região deve assentar num programa integrado
que associe os produtos locais de qualidade nacional e internacional a uma
actividade turística integradora das sinergias locais, em função das vilas, das
cidades e respectivas quintas, onde o valor humano apareça como valor
acrescentado. 1
A preservação ambiental e os programas de melhoramento são agora uma
parte fundamental de muitas estratégias de desenvolvimento, e tais
considerações são tratadas com muito mais respeito do que eram durante os
primeiros dois terços do século passado.
Para estudar o impacto físico do turismo é necessário estabelecer:
 Os impactos físicos criados pela actividade turística, comparados aos
de outras actividades;
1
Cfr. STOCKLER, Carla (coordenação), (2004) in Encontros Culturais do Baixo Tâmega, Património.Actas.
 Quais eram as condições antes de acontecer a actividade turística,
para obter uma linha de referencia, a partir da qual se possam fazer
comparações;
 Um inventário da flora e da fauna, juntamente com o índice claro de
níveis de tolerância para os tipos de impacto criados por diferentes
formas de actividade turística;
 E os níveis secundários de impacto ambiental que estão associados
á actividade turística.
Os impactos ambientais associados ao desenvolvimento do turismo, assim
como os impactos económicos, podem ser considerados em termos dos seus
direitos, indirectos e induzidos. Novamente, alguns dos impactos podem ser
positivos e outros, negativos. Não é possível desenvolver turismo sem que
ocorram impactos ambientais, mas é possível, com o planeamento correcto,
gerir o desenvolvimento do turismo com o objectivo de minimizar os impactos
negativos, ao mesmo tempo em que se estimulam os impactos positivos.2
As áreas regionais de Turismo foram criadas pelo DL n.º 67/2008, de
10.04.2008. O legislador delimita por lei as aéreas geográficas (5),
correspondentes às da NUTS II (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) das
Entidades Regionais de Turismo, entendidas enquanto entidades gestoras
destas áreas (art.° 2.° n.° 1).
Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o Governo pode contratualizar
o exercício de actividades e a realização de projectos da administração central
com associações de turismo privado que tenham por objecto a actividade
turística (art.° 2.° n.°2).
As Áreas Regionais de Turismo (DL n.° 67/2008, de 10.04.2008) não prevê
qualquer atribuição ou ,missão especifica a estas entidades em matérias de
ordenamento turístico, nomeadamente, na intervenção na elaboração dos
2
Cfr. COOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, Davide; WANHILL, Stephen (2007) “Turismo e meio
Ambiente”, “Definição de Turismo Sustentável”, “Sustentabilidade do Turismo” in Turismo – princípios e praticas,
Bookman, p.p. 210-273.
instrumentos de gestão territorial, tão só prevendo a identificação e
dinamização dos recursos turísticos existentes [art.° 5.° n.°1 alinea c)]. O tema
“volta à carga” nas portarias regulamentadoras das atribuições e competências
das entidades específicas regionais de Turismo.
A Entidade Regional de Turismo do Norte tem como missões,
designadamente, participar na elaboração de todos os instrumentos de gestão
territorial que se relacionem, ainda que indirectamente, com a actividade
turística [art.° 3.° n.°2 alínea u) da Portaria 1039], formula que é repetida em
Lisboa [art.° 3.° n.°1 .alínea d) da Portaria 940] e no Alentejo [art.° 11.° 1 alínea
d) da Portaria 1038]. O Turismo do Centro tem uma formula mais modesta, pois
intervêm só quando solicitado [art.° 3.° n.°1 alínea d) da Portaria 1037].
Secção VII
Empreendimentos de turismo de habitação
Artigo 17. °
Noção de empreendimentos de turismo de habitação
1 – São empreendimentos de turismo de habitação os estabelecimentos de
natureza familiar instalados em imóveis antigos particulares que, pelo seu valor
arquitectónico, histórico ou artístico, sejam representativos de uma
determinada época, nomeadamente palácios e solares, podendo localizar-se
em espaços rurais ou urbanos.
2 – Nos empreendimentos de turismo de habitação o número máximo de
unidades de alojamento destinadas a hóspedes é de 15. 3
Independentemente das dúvidas suscitadas quanto à legislação formal
destas atribuições, como vimos atrás para as Áreas Regionais de Turismo,
entende-se, todavia, que estes pólos, compostos por determinação normativa
3
Cfr.QUINTAS, Paula (2008) in o Novo Regime Jurídico de instalação, Exploração e Funcionamento dos
Empreendimentos Turísticos, Coimbra, edições Almedina, p.p. 27.
em representantes dos municípios em estruturas locais ou sub-regionais
delimitados geograficamente, são estruturas que permitirão um cruzamento
mais efectivo com os planos municipais de ordenamento do território, fazendo
uma ponte de Poder mais efectiva entre planeamento sectorial e ordenamento
do território.
Conclui-se assim que:
 Nas Regiões de Turismo, permitiu-se aos municípios grande flexibilidade
na sua criação, no regime jurídico de 1982, o que levou à ”
regionalização turística do território ”, todavia, com fortes dependências
financeiras do Estado na actualidade, o que constitui motivo do seu
enfraquecimento e concentração em 5 grandes Áreas Regionais de
Turismo;
 Tal enfraquecimento resulta ainda do facto de tais organizações estarem
fora de esferas de planeamento e ordenamento do território e reduzindo-
as a actividade de promoção e animação turística, o que constitui um
custo grave para a eficiência da organização administrativa turística
portuguesa, contraria a lógica utilitarista, de eficiência e de combinação
política que justificam os “territórios turísticos”, o que pode perspectivar
o prazo a sua transformação ou extinção jurídicas;
 Onde existem potencial de combinação de ordenamento com promoção
turística, o que acontece no novo regime jurídico dos pólos de
desenvolvimento turístico, tal combinação política eficiente vai permitir o
aparecimento de fortes organizações privadas de mercado (PIN +)
acopladas aos pólos de desenvolvimento turístico;
Quadro I. Os determinantes e as influências da capacidade de carga
Todavia, o Estado Português não tem aproveitado todas as possibilidades
que a análise histórica, sistemática, estrutural e funcional do seu ordenamento
jurídico lhe permite entender, quanto à lógica de funcionamento dos “territórios
turísticos”, enquanto organização híbrida que assenta em equilíbrios múltiplos
de controlo, de hierarquia e de mercado e contratualização, com regimes e
estruturas processuais duradouras, flexíveis e auto-referenciais, o que
prejudica estratégias de planeamento e ordenamento turístico do território,
como no presente para o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do
Douro.4
Os principais mercados geradores de turismo são áreas altamente
desenvolvidas e urbanizadas. Muitas pessoas que residem nessas áreas
querem fugir dos seus ambientes modernos e urbanizados e visitar áreas mais
simples, menos desenvolvidas. Para esses, o turismo rural oferece uma
alternativa ideal. Como o ecoturismo, o turismo rural é difícil de caracterizar
com exactidão, visto que pode apresentar múltiplas formas (Lane, 1994).
O turismo como “evento totalmente social” pode levar a mudanças
estruturais na sociedade de forma a criar situações de conflitualidade entre os
turistas e as populações locais. O Tursimo no Espaço Rural pretende ser uma
4
Cfr. MACHADO, Vírgilio Miguel, (2010) in Direito e Turismo como instrumentos de poder - os
Territorios Turísticos, 1ª ediçao, editorial Novembro.
forma controlada e contida de actividade e de mercado turístico dentre de uma
carga que valorize os contextos locais, de pequena e média escala. A
elasticidade da comunidade local em aceitar o turismo, esta dependente da
forma como o operador turístico olha para a realidade local, isto é, se a prática
turística é desenvolvida de forma a valorizar o ambiente, a natureza e o
património local.
No Turismo de Espaço Rural (TER) existe o reconhecimento de que a
população local é parte da herança cultural, e portanto, merece ser valorizada,
no respeito pela sua singularidade cultural e social. Evitando desta forma a
construção de estereótipos etnográficos e folclóricos, mais ou menos plásticos
e efémeros ao serviço de uma imagem publicitária que ilude e desvirtua a
natureza antropológica das comunidades locais5
.
O Turismo de Espaço Rural ou Turismo Rural é praticado em áreas
rurais, possibilitando aos visitantes participar nas actividades quotidianas da
vida rural. É intensamente procurado por pessoas que vivem e residem em
grandes centros urbanos e que procuram no Turismo de Espaço Rural o
descanso físico e mental. Este Turismo rural possibilita ao homem do campo,
ou devia proporcionar uma alternativa económica que evite o êxodo rural e a
consequente erosão e degradação dos espaços rurais de montanha.
Os produtos turísticos devem ser o mais variado e diversificado possível,
primeiro para evitar a concorrência do mercado, e segundo para evitar a
massificação e a perda de biodiversidade dos territórios locais onde exerce a
actividade turística. A diversidade, aparece-nos como um dos valores da
atractividade turística, em função de um património cultural e ambiental
singular. Aliás, alguns estudiosos desta área consideram mesmo que «o
atractivo turístico possui, via de regra, maior valor quanto mais acentuado for o
seu carácter diferencial, pois, o turista procura sempre aquilo que é diferente.
5
Sobre a questão da manipulação da Imagem e da sua autenticidade o antropólogo Fernando Matos
Rodrigues, considera por exemplo que «Dominada pela cultura da imagem e por uma obsessão pelas
imagens; aqui as massas humanas transformam-se elas próprias em objecto e imagem; no imediato o
espaço visual pós-moderno perdeu o sentido da distância/tempo e do espaço/tempo, estamos perante
um espaço homogéneo e fragmentado ao mesmo temo» in AS IMAGENS QUE NOS VÊEM (Bernardo
Pinto de Almeida, Coord.)Porto, Edição da Associação Para o Desenvolvimento da Cooperação em
Arqueologia Penínsular, 2003, pp.82-83.
Todo o atractivo único, sem outros semelhantes, possui maior valor para o
turista (De Rose, 2002:47).
5.1Turismo, Cultura e Mudança social
O turismo é como um fenómeno económico e social que pode fazer com
que haja mudanças estruturais na sociedade, isso afecta de diversas formas a
população mundial, isto é, muitas pessoas modificam certos aspectos da sua
cultura ao entrarem em contacto com diferentes novidades. 6
Em relação á cultura Geetz (1989) afirma que o Homem é um animal
amarrado a teias de significados por ele mesmo.
Nenhuma cultura pode ser transmitida de forma desprendida à
sociedade, desta forma podemos dizer que as culturas são singulares e muito
diversas e localizadas.
O turismo tem força capaz de gerar impactos de diferentes magnitudes,
a intensidade destes impactos são divididos na economia local, nacional ou
internacional, no meio ambiente e na esfera sociocultural.
Assim a actividade turística tem várias consequências nas comunidades
podendo ser aspectos positivos ou aspectos negativos. No que diz respeito aos
aspectos positivos podemos referir a valorização do artesanato local, a herança
cultural, orgulho étnico, valorização do património histórico-cultural, intercâmbio
cultural, troca de valores, vivencia emocional e espacial, melhorias em infra-
estrutura pública e geração de empregos. Já em relação aos aspectos
negativos referimos a falta de controlo local sobre a dinâmica da actividade,
trivializarão ou perda de autenticidade, a fossilização das culturas, especulação
imobiliária, descaracterização do artesanato e arquitectura, vulgarização das
manifestações cultuais, autenticidade encenada, mudança nos costumes e
valores.
A vida social é afectada pela economia, por meio do consumo, dos
lazeres, etc., pois “não só o trabalho, mas também as outras actividades
6
Cfr. GOMES, Mariana (2007) “Reflexões acerca da relação entre turismo e cultura” in Revista Espaço
Académico, nº 73
humanas, o que se chama de tempo livre, são organizados de modo a justificar
e a perpetuar o modo de produção vigente” (JAPPE, 1999, p.25).
O tempo de lazer torna-se uma imagem social para o consumo, é uma
mercadoria dominada por momentos de lazer e de férias, esta deve ser
oferecida como um “momento de vida real, retorno clínico deve ser aguardado”
(DEBORD, 2004, p.106).
O consumo tem como missão preencher o tempo livre dos trabalhadores
e passa a ser a resposta para a felicidade. 7
Olsen (2001) coloca no horizonte 7 forças que conduzem a mudança: os
activos e os capitais; as tecnologias; a saúde e a segurança; a nova gestão; o
marketing, a distribuição e a capacidade de gestão; o desenvolvimento
sustentável; e as tendências sociais.
Coopere t al. (1998) alertam para a existência de dois tipos de variáveis
a estudar: as variáveis exógenas e as variáveis relacionadas com o turismo.
Puderam ser incluídas, nas variáveis exógenas, a política, a
demográfica, a legislação e regulamentação, os blocos comerciais, o
aquecimento do planeta e as mudanças climáticas, as tendências sociais, as
economias e o desenvolvimento regional, os mercados financeiros, o comércio
internacional, a tecnologia, os transportes, a segurança e a protecção.
E tecnologia, a concentração e a globalização mudam de forma decisiva
a indústria do turismo actual.
Pizam (1999:335), referindo-se aos estilos de vida e valores, sustenta
que a perda de privacidade prende-se com o uso das novas tecnologias. No
contexto da globalização, a sociabilidade aumenta a necessidade de viajar para
visitar familiares, amigos, colegas em congressos e parceiros de negócios.
Existe actualmente um problema, que já foi identificado por Coopere t al.
(1998:454) que segundo o qual, nos países ocidentais, existe “a falta de
financiamento do sector público e a retirada do apoio do apoio governamental”
à indústria do turismo. 8
7
Cfr. HINTZE, Hélio César (2009) “A Sociedade do espectáculo in Revista Brasileira de eco-Turismo” vol.2
nº1, p.p. 63- 66.
8
Cfr. FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “as mudanças económicas, sócio-culturais e seus reflexos no
sector do turismo” in Turismo Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora, p.p. 350 – 352.
Hoje em dia, há uma literatura bastante desenvolvida sobre os impactos
sociais e culturais do turismo.
Muitas pesquisas são altamente especificas e podem, assim, atender a
um interesse mais académico e ser menos relevante para os políticos.
Entretanto, a experiência em diversos países constitui fenómenos gerais
relacionados ao turismo. Em muitos casos, a regularidade com que esses
fenómenos são reportados permite que os políticos prevejam certos impactos
sociais e culturais a partir do desenvolvimento planejado do turismo.
Muitos dos efeitos sociais e culturais do turismo são retratados como
sendo essencialmente negativos; estudos recentes feitos por Kadt (1976) e O´
Grady (1981) detalharam casos em que o turismo causou mudanças profundas
na estrutura, nos valores e nas tradições de sociedade.
O termo sociedade pode se referir a um país, a uma região ou a um local
específico e ao grupo de pessoas que vivem juntos num local.
Hoje em dia, há uma literatura bastante desenvolvida sobre os impactos sócio
culturais do turismo. Muitas pesquisas são altamente especificas e podem,
assim, atender a um interesse mais académico e ser menos relevante para os
políticos.
Vale a pena observar que é fácil exagerar os impactos provocados pelo
turismo. Por exemplo, certas áreas de um país talvez nunca sejam visitadas
por turistas.
O turismo tende a ser localizado e, com isso, os impactos tendem a ser
inicialmente localizados. Se os impactos provocam mudanças, e se essas
mudanças se espalham pela sociedade, isso será influenciado por uma vasta
gama de factores, tais como o tamanho do país, a difusão geral da actividade
do turismo e as crenças religiosas e culturais básicas.
Até meados da década de 1970, grande parte dos estudos sobre o
turismo era concentrada na medição dos benefícios económicos; pouca
atenção era dada a uma característica fundamental do turismo internacional – a
interacção entre turistas e a comunidade, local.
Um estudo mais aprofundado sobre esse relacionamento nos tornou
mais consistente dos problemas sociais, culturais e ambientais que podem
surgir do turismo e principalmente de um crescimento acelerado do número de
visitantes.
Muitos dos efeitos sociais e culturais do turismo são retratados como
sendo essencialmente negativos; estudos recentes feitos por Kadt (1976) e
O´Grady (1981) detalharam casos em que o turismo causou mudanças
profundas na estrutura, nos valores e nas tradições de sociedades.
Há pouca dúvida quanto aos locais onde o turismo internacional tem
alguma importância para um país, nesses locais o turismo torna-se um
“elemento modificador” importante.
O turismo internacional induziu tais mudanças, pois os turistas em geral
permanecem no país visitado por um curto período. Eles trazem consigo as
suas tradições, valores e expectativas.
De certa forma os visitantes estrangeiros não se integram na sociedade,
mas confrontam-se com ela. Quando um grande número de turistas, em geral
de uma mesma nacionalidade chega a um país, há uma reacção inevitável.
A reacção pode se dar de duas formas: como uma rejeição dos
visitantes estrangeiros por parte da população local, ou como uma adopção
dos padrões comportamentais dos estrangeiros, por parte dos habitantes
locais, como sendo um “efeito de demonstração” social, como quando os
habitantes locais copiam os tipos de roupas dos estrangeiros etc.
Um ponto comum de discussão e acção é como consciencializar os
turistas quanto aos costumes, as tradições e aos padrões locais.
Quando os turistas chegam a um país de destino eles não se limitam a trazer
consigo o seu poder de compra e a fazer com que se instalem comodidades
para serem desfrutadas por eles.
O turismo é um “evento totalmente social” que pode levar a mudanças
estruturais na sociedade. Tais mudanças já podem ser vistas em todas as
regiões do mundo.
Durante a temporada de turismo, a população local não apenas tem que
aceitar os efeitos de superlotação que talvez possam não existir em outras
épocas do ano, mas também precisa modificar o seu modo de vida, alem de ter
que viver em contacto com um tipo diferente de população, em sua maioria
urbana, que esta naquele local apenas por lazer.
Naturalmente a mudança nos valores sociais leva a uma alteração nos
valores políticos às vezes com consequências desordenadas.
Como o turismo é essencialmente uma actividade humana, é desejável
evitar o conflito entre os visitantes e a comunidade local. Os padrões
comportamentais dos visitantes podem ser aceitáveis ou toleráveis pela
comunidade local. A elasticidade da comunidade local em aceitar o turismo
está sujeita a diversos parâmetros qualitativos: á estrutura sócio – profissional
da população local; ao nível de educação e conhecimento do turismo; ao nível
de educação e conhecimento do turismo; aos padrões de vida e á força de
cultura e instituições existentes. 9
9
Cfr.LICKORISH, Leonard J.; JENKINS, Carson L. (2000), “Aspectos Culturais e Sociais do Turismo”,
“Turismo e Meio Ambeiente” in Introduçao ao Turismo, editora Campus ltda., p.p. 210-273.
5.2Turismo, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
O turismo engloba várias áreas
desde o ambiente ao património, e a
ainda a cultura que é própria de cada
região. Mas para isso é necessário
haver desenvolvimento sustentável,
logo deve estar aliado a educação
ambiental, o que é muito importante
nesta área, o ambiente é um dos meios
mais importantes, porque sem o
turismo não há uma divulgação do
ambiente e sem este produto o turismo
não se alarga.
Em Baião o turismo está em
crescimento, pois é uma área em que é
um bom local para o início da prática
do turismo, pois tem todas as
condições necessárias para a
realização desta mesma.
Esta região, tem também uma
paisagem onde predomina o verde da
florestação das nossas montanhas.
Sendo que nas épocas de maior calor as pessoas possam aproveitar
para um pequeno passeio num meio natural, entre outras actividades.
O conceito de turismo sustentável deriva do desenvolvimento
sustentável. De acordo com Bell & Morse (2000), nem mesmo a ampla gama
de definições acerca do que é desenvolvimento sustentável foi capaz de
reduzir a popularidade do conceito, de modo que, segundo Sadler (1999), o
paradigma transformou-se no grande tema da actualidade e tem sido aplicado
em todos os campos da actividade económica (Farsari & Prastacos, 2000).
Contudo a perspectiva do que vem a ser turismo sustentável passa
Figura 2. Localidade de Pinheiro, Baião.
necessariamente pela perspectiva do que é o desenvolvimento sustentável
que, esta em estreita associação com a emergência das preocupações
relativas ao meio ambiente (Guattari, 1990).
Tendo em conta este encadeamento faz-se uma breve reflexão sobre a
evolução do pensamento ambiental: ao longo da história da humanidade a
relação entre o homem e a natureza passou por diversas transformações. 10
O desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se o ambiente, a
sociedade e a economia evoluírem de forma harmoniosa.
Quadro II. O desenvolvimento sustentável
11
A natureza é como um recurso a serviço do homem, como ressalta
Gonçalves (2004, p.33).
Afirma Montibell Filho (2005) que, principalmente com descartes, cria-se
uma visão científica antropocêntrica, já que só o homem tem matéria e intelecto
ao mesmo tempo.
Em meados dos anos 70 do século passado factores como o grande
desenvolvimento das indústrias e os consequentes efeitos negativos na
natureza fizeram despertar na sociedade uma maior preocupação com os
10
Cfr. KÖRÖSSY, Nathália (2008) “a questão do desenvolvimento sustentável na actividade turística: do
“turismo predatório” ao “turismo sustentável”: uma revisão sobre a origem e a consolidação do discurso
da sustentabilidade na actividade turística”, vol.8 nº2, p.p.59-64.
11
In “ Agenda 21 Local Armamar – Rumo ao Desenvolvimento Sustentável”
rumos da exploração dos recursos naturais e suas consequências nos
ecossistemas.
Estudos pioneiros como os de Rachel Carson (“primavera silenciosa”,
1962) e de Dennis & Meadows (“os limites do crescimento”, 1972) associaram
o nível de degradação ambiental as conquistas tecnológicas e a ânsia do lucro
em curto prazo das sociedades industriais.
O termo “desenvolvimento sustentável”, o qual é definido como o
“desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer
as possibilidades das gerações futuras atenderam as suas próprias”.
Em 1995 nas ilhas Canárias (Lanzarote-Espanha), é celebrada a
conferência mundial de turismo sustentável, durante a qual foi elaborada a
carta do turismo sustentável. Entre outras coisas, o documento chamava a
atenção para o facto de que:
 O desenvolvimento da actividade turística não deve ultrapassar os
limites do ambiente natural, deve ser economicamente viável e
equitativo para as comunidades locais;
 Deverá haver a participação dos actores sociais envolvidos nos níveis
local, regional, nacional e internacional;
 O planeamento do turismo deve ser elaborado por governos e
autoridades competentes, contando com a participação das
comunidades locais e de organizações não governamentais, de forma
integrada;
 Defende a adopção de códigos de conduta;
 Promoção de formas alternativas de turismo.
No contexto do novo turismo surgem as práticas do turismo sustentável.
O estudo do desenvolvimento, no Reino Unido, por Hobson e Essex
(2001: 144) permite constatar que os gestores entendem as práticas de
sustentabilidade, na prevenção de curto prazo da indústria de turismo, em
termos económicos, e do volume de visitantes, em vez de ser associado a
temas do ambiente.
Hobson e Essex (2001), socorrendo-se do Brundtland Report, definem
desenvolvimento sustentável como o “desenvolvimento que vai ao encontro
das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de satisfazer as suas próprias necessidades (Hobson e Essex,
2001:2).
Existe um dilema na escolha entre qualidade/sustentabilidade e preços
baixos: as empresas não poderão oferecer produtos e serviços de elevada
qualidade aos turistas, quando estes pegarem por um hotel 5 estrelas um preço
ao nível de 3 estrelas.
Actualmente o conceito de desenvolvimento sustentável remete-nos
para um envolvimento activo dos governos, poderes locais, organizações
internacionais, empresários, dirigentes sindicais, agricultores, jovens,
organizações ambientalistas e outras organizações não governamentais. 12
No contexto do novo turismo surgem as práticas do turismo sustentável.
O estudo desenvolvido, no Reino Unido, por Hobson e Essex (2001:144)
permite constatar que os gestores entendem as práticas de sustentabilidade,
na preservação de curto prazo da indústria de turismo, em termos económicos,
e do volume de visitantes, em vez de ser associado a temas do ambiente.
Hobson e Essex (2001), socorrendo-se do Brundtland Report, definem
desenvolvimento sustentado como “o desenvolvimento que vai ao encontro das
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de satisfazer as suas próprias necessidades” (Hobson e Essex,
2001:2).
Existe um dilema na escolha entre qualidade/sustentabilidade e preços
baixos: as empresas não puderam oferecer produtos e serviços de elevada
12
Cfr. FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “O Turismo Sustentável” in Turismo Organização e Gestão,
Lisboa, Escolar Editora, p.p. 190 – 193.
qualidade aos turistas, quando estes pagarem por um hotel 5 estrelas um preço
ao nível de 3 estrelas.
Actualmente o conceito de desenvolvimento sustentável remete-nos
para um envolvimento activo dos governos, poderes locais, organizações
internacionais, empresários, dirigentes sindicais, agricultores, jovens,
organizações ambientalistas e outras organizações ambientalistas e outras
organizações não governamentais.
Inovação
Sustentável
Desenvolvimento
As mudanças económicas, sócio - culturais e tecnologias e seus reflexos
no sector do turismo.
O interesse do turismo no desenvolvimento sustentado é lógico, pois
constitui uma indústria que vende o meio ambiente, físico e humano como seu
produto. A integridade e a comunidade desses produtos tornaram-se a principal
preocupação do sector, como é possível constatar na conclusão das duas
conferências sobre Oportunidades Globais para os Negócios e o Meio
Ambiente (Globo 90 a 92) em Vancouver.
O que é necessário agora nesta área de pesquisa e de política de
turismo é um esforço maior para unificar o interesse académico e
governamental na busca de um desenvolvimento mais sustentado do sector
envolvendo os seus principais operadores (a industria turística) e os seus
imprescindíveis clientes (os turistas). Se for possível convencer esses três
grupos a modificar suas perspectivas e a agir de acordo com os mesmos
princípios, poderemos prever um progresso mais concreto do turismo e do
desenvolvimento sustentado.
O turismo não é uma actividade que se enquadre facilmente num
conceito de sustentabilidade. O turismo internacional, por exemplo envolve
grandes componentes de transporte, misturas culturais e competição feroz por
recursos. O exame de cada aspecto de sustentabilidade com respeito á
actividade e ao desenvolvimento do turismo resulta num quadro deprimente.
As actividades de turismo podem também provocar rupturas da
biodiversidade, pois envolvem desde práticas com danos mais persistentes,
como caça e pesca, até danos menos óbvios, como observação da vida
selvagem e caminhadas por colinas.
O menos espectacular não é o menos devastador, como o crescente uso
de combustíveis fósseis para consumo de energia e dessalinização da água, a
construção de estradas, aeroportos e portos marítimos para servir a vigens de
turistas. A introdução de grandes números de visitantes em áreas
ambientalmente frágeis será sempre acompanhada por tensão entre o
ambiente natural e o turismo.
5.3 Património, Cultura e Turismo
No âmbito deste sub – tema
Património, Cultura e Turismo
verificamos que o Turismo de
Ambiente entronca de forma profunda.
Diferentemente das décadas de
60 e 70, os turistas em que preferiam
um turismo de sol e praia, cada vez
mais tem se fortalecido o turismo
cultural onde os viajantes procuram
contacto com culturas diferentes.
O turismo cultural aparece em
terceiro lugar nas preferências
daqueles que viajam.
Explorando o crescimento no
interesse pelo turismo cultural relata
que “ a procura é pela cultura actual e
pela passada. Assiste se actualmente a
uma procura sem procedentes por
lugares históricos, ligados á petite
histoire ou aos grandes feitos da
história pública e social mais ampla.”
(Mamede; et. al; 2008: 83).
A exploração turística de
aspectos culturais de um território deve
ser feita de forma sustentável.
Um planeamento turístico
eficiente é essencial para se manter a
identidade cultural do destino.
Figura 3. Praia de Matosinhos
O património não se restringe apenas a edifícios históricos, mas também
abrange uma gama mais ampla de objectos que devem ser valorizados como
identidade nacional e regional.
A presença da actividade turística deve focar-se no fortalecimento de
laços culturais na sociedade. Outro aspecto importante na preservação do
património cultural é que pode possibilitar a participação de todas as camadas
da população com a cultura local, esta participação é imprescindível para a
preservação do património.
O aproveitamento turístico de um determinado atractivo histórico-cultural
pode ser uma mola impulsionadora para a valorização de todo o património
cultural de um determinado destino.
Em alguns casos a actividade turística causou prejuízos em certas
culturas.
Esta actividade por vezes gera a inclusão de novos hábitos e costumes
que são diferentes dos que já existem no local, o que provoca uma alteração
das características já vincadas. 13
No domínio da cultura e do
património, e mau grado as carências
infra-estruturais já referidas, o Entre
Douro e Tâmega dispõe de alguns
recursos importantes que estão todavia
insuficientemente aproveitados. É
verdade que a distribuição espacial
destes recursos é muito desigual e que
falta, quase sempre, dimensões criticas
e projecção regional as actividades
culturais desenvolvidas na região,
fortemente monopolizadas pelas
autarquias. Mas, mesmo assim, e
evolução recente em matéria de
animação o oferta cultural e os
13
Cfr. MAMEDE, Douglas M.J.A.; VIEIRA, Guilherme L.V.; SANTOS, Ana Paula Guimarães Santos (2008) “
Trens turísticos e Património cultural: como o turismo ferroviário resgatado, preservado e valorizado o
património Cultural” in Caderno virtual de Turismo, vol. 8, nº2, p.p. 81-94.
Figura 4. Cidade do Porto
projectos de equipamentos em
execução levam a pensar que esta
área poderá constituir um importante
pólo de desenvolvimento para a região
e um motivo de atracção suplementar
para a população da Região
Metropolitana do Porto e do Noroeste
Peninsular.
Em termos patrimoniais, existe
um conjunto muito significativo de
monumentos e de edifícios de
indiscutível valor arquitectónico e
histórico: o centro histórico de
Amarante, onde se insere o convento
de S. Gonçalo e a ponte sobre o Rio
Tâmega, os solares de Basto, as casas
ligadas a figuras ilustres das artes e
das letras portuguesas (Teixeira de
Pascoaes e Amarante de Souza
Cardoso, em
Amarante e Eça de Queirós, em Baião),
os monumentos nacionais como, por
exemplo, a igreja Românica de
Travanca, em Amarante, o convento de
Ancede, em Baião, o castelo de Arnóia,
em Celorico de Basto, e o Mosteiro de
S. Miguel de Refojos.
Figura 5. Mosteiro de S.Gonçalo, datado de 1540 de
arquitectura Renascentista.
Figura 6. Igreja Românica de Travanca, em
Amarante, datada do século X.
Em cabeceiras de Basto, ou
ainda a igreja de Sta Maria, no Marco
de Canaveses, um projecto moderno da
autoria do arquitecto Álvaro Siza, e que
constitui actualmente um dos pólos de
atracção mais importantes da região. A
este património poderemos ainda
adicionar um conjunto muito
significativo de sítios arqueológicos,
nomeadamente da Serra da
Aboboreira, a qual ocupa um vasto
território pertencente aos concelhos de
Baião.
Marco de Canaveses e
Amarante, o centro Arqueológico do
Freixo no Marco de Canaveses, e
ainda outros pequenos espaços
arqueológicos de interesse local e
regional disperso pelo espaço territorial
do Entre Douro e Tâmega.
Em matéria de espaços
museológicos destaca-se, devido á sua
dimensão regional, o museu Amadeo de
Sousa Cardoso em Amarante, existindo,
à escala municipal os museus de Marco
de Canaveses e Baião (ligados
sobretudo ao património arqueológico).
Figura 7. Igreja de Sta Maria, em Marco de
Canaveses, datada do século XX.
Figura 8. Centro Arqueológico do Freixo, em
Marco de Canaveses.
A este propósito é importante,
ainda, referir a existência do Núcleo
Museológico Ferroviário do Arco de
Baúlhe (a necessitar de algum
dinamização).
A falta de equipamentos e de
produtos culturais é todavia um grande
problema com que se debatem
praticamente todos os municípios do
Entre e Douro e Tâmega. Não existem
centros culturais dignos desse nome,
poços são os municípios que dispõe de
salas de cinema ou de espaços de
exposições temporárias, não existem
companhias de teatro profissionais
neste espaço e as actividades culturais
propostas são, regra geral, de âmbito
meramente local. De realçar, no
entanto, que a Orquestra do Norte
fixou-se, recentemente, em Amarante,
tendo estabelecido protocolos com
alguns dos municípios do Entre Douro
e Tâmega, que o grupo de Teatro A
Filandorra, sediado em Vila Real, tem
Também alguns protocolos
estabelecidos com algumas autarquias
locais da região, que a fundação Eça
de Queirós, sediada em Baião,
desenvolve uma intensa actividade
cultural, que a Associação Marânus,
localizada em Amarante começou a dar
os primeiros passos na animação
cultural e que o Museu Souza Cardoso,
organiza regularmente exposições de
Figura 9. Núcleo Museológico Ferroviário
do Arco de Baúlhe.
Figura 10. Fundação Eça de Queiroz, Casa de
Tormes.
pintura. A tudo isto poderíamos ainda
acrescentar um conjunto de eventos
culturais promovidos pelas câmaras
municipais como, por exemplo, os
Prémios Amadeo de Souza Cardoso
(pintura) e Teixeira de Pascoaes
(poesia), organizados pela Câmara
Municipal de Amarante, ou ainda a
adesão a programas de animação
externos, como é o caso do Festival de
Musica de Mateus ou dos programas
de musica do Ministério da Cultura.
Para ultrapassar as actuais carências
em matéria de infra-estruturas e
equipamentos, os municípios da região
têm em curso alguns projectos
importantes mas quase todos numa
lógica de satisfação das necessidades
básicas dos da procura local:
construção de bibliotecas e de arquivos
municipais, pequenos auditórios ou
salas de espectáculos.
Os investimentos realizados, ou a realizar nos próximos anos,
contribuirão para melhorar os níveis de cobertura mas não permitirão resolver o
enorme deficit de animação com que se debate a região. É, pois, neste domínio
que devem ser feitas as principais apostas a fazer no âmbito desta intervenção,
não só em termos de criação de eventos de âmbito regional os nacionais mas,
sobretudo, em termos de organização e qualificação dos eventos já realizados,
de forma a aproveitar eficazmente os recursos patrimoniais e culturais
existentes no Entre Douro e Tâmega.
Figura 11. Câmara Municipal de Amarante
O património Cultural inerente
aos monumentos classificados ou em
vias de classificação e completando
com um vasto acervo de outras
referencias históricas e literárias e
literárias que vão do campo
arqueológico da serra da Aboboreira (o
maior conjunto neolítico estudado na
península), a diversidade de vestígios
castrejos e de outras eras, os
percursos da época romana e das
peregrinações a Santiago, ao lugar
mítico que é a casa e Quinta de
Tormes.
O património funciona sempre
como a consciência unificadora de uma
identidade Histórico-Cultural, como se
pode verificar, visitando em Ancede, a
Igreja Paroquial; o convento de Ermelo;
O mosteiro de Ancede; as capelas de
São Domingos, da Nossa Senhora do
Bom Despacho, de Santo António, da
senhora das Boas Novas e de Nossa
senhora de Ao Pé da Cruz e uma série
de casas senhoriais que relembram o
passado glorioso das classes nobres
em Portugal. 14
14
Cfr. SERDOURA, Pedro (2007) in o Mosteiro de Ancede – Património Cultura e desenvolvimento Local.
Figura 12.Monumento megalítico, Serra da
Aboboreira, Baião.
Figura 13. Mosteiro de Ancede, datado do
século XVIII.
5.4Lazer e Natureza no Turismo Rural
Num movimento histórico e pendular, segmentos significativos da sociedade
têm voltado atenção à realização de actividades lúdicas em áreas verdes,
montanhas, cavernas, lagos, rios, cascatas e outros do meio ambiente natural.
O ecoturismo ou turismo ecológico envolve uma serie de acções voltadas
para o contacto com paisagens, acarretando impactos mínimos à flora e fauna.
Com a sistematização das viagens ao cenário natural, com base em
princípios de educação ambiental, o ecoturismo acabou por manter relação
com inúmeras actividades: desportos de aventura na natureza, turismo rural,
observação da fauna e flora, estudos do meio.
Essas interfaces ocorrem de modo a termos um campo de similaridades
muito maiores que a especificidade de cada tipo de turismo verde. É nítida a
proximidade e as relações entre os turismos rural e ecológico. O turismo rural
tem sido uma das proximidades contemporâneas de lazer mais identificadas
com visitas à natureza. Existem alguns pontos que explicam essa proximidade.
A primeira está nas pessoas esbarrarem na difícil localização de unidades
de alojamento próximas às áreas visitadas (reservas, parques, sítios naturais,
unidades de conservação). Na busca de sensações no meio ambiente natural,
as pessoas optam por locais intermediários entre a cidade e a natureza para
realizarem acções básicas como alimentação, repouso e acesso aos recursos
materiais e ao património cultural.
Com mais flexibilidade da oferta e grande segmentação da demanda, o
turismo está sendo distribuído a partir de nichos com interesses específicos. As
pessoas estão encontrando no turismo rural satisfação de diversos interesses
relacionados ao desporto, á cultura local, á aventura e, especialmente, ao
ecológico.
Para alguns segmentos, está claro que o contacto com o meio ambiente
pode ser efectivado em propriedades rurais ou por intermediação delas. A
identificação do rural com o natural vem sendo construída na actualidade a
partir de políticas económicas que entendem os pequenos produtores de
regiões desfavorecidas como “guardiões da natureza”. A politica europeia de
“duas velocidades”, por exemplo, subsidia a preservação ambiental em áreas
estagnadas e esquecidas do projecto de modernidade ( Graziano da Silva et
al., 2000: 43).
Em relação ao primeiro conceito, o turismo no espaço rural engloba a
totalidade da exploração turística no meio rural. Entendemos como sendo
turismo no espaço rural, qualquer actividade turística no meio rural, desde
spa´s até parques temáticos. Esse turismo não requer clara identidade entre as
actividades de lazer e o ambiente onde as mesmas ocorrem.
O segundo tipo seria o turismo rural, assemelhando – se a uma prática
alternativa, mais branda, de atendimento pessoal e familiar, envolvendo a
comunidade e comprometida com o equilíbrio ambiental. Bravo (2000:10)
lembra que os próprios eixos norteadores da actividade turística no campo,
adoptados pela Embratur, anteviram – na como: “economicamente viável,
ecologicamente correcta, socialmente justa e verdadeiramente rural”.
Logo, turismo rural responde ao colectivo de incursões turísticas de lazer
praticadas no campo, mas interligadas ao modo de produção agro-pecuário e
aos recursos naturais e culturais locais. Essa proposta adopta aspectos
culturais característicos do meio rural, entendendo a sustentabilidade da
actividade para além de factores financeiros.
Ruschmann (2000:64), lembra que em formas “puras” de turismo rural
sempre há o desafio em não ser turismo convencional e agregar valor
económico á natureza, ou seja, promover a estabilidade ecológica do meio
natural. Em acréscimo, no turismo rural é possível ter contacto com
comunidades e suas manifestações.
Por fim, haveria uma forma mais específica de turismo, denominada agro-
turismo. Nesse modelo há interacção das pessoas na natureza e nas
actividades agrícolas. O agro-turismo tem como diferencial proporcionar ao
turista a possibilidade de participação nos trabalhos agrários, mas também está
voltado para a venda de produtos, agregando valor ás matérias-primas da
localidade.15
Um número cada vez maior de pessoas tem diferentes expectativas do
turismo, em especial aquelas que viajam com frequência.
15
Cfr.PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis; MARINHO, Alcyane; BRUHNS, Heloisa Turini (2003) “Lazer e
Natureza no Turismo Rural” in Turismo, Lazer e Natureza, 1ªediçao, editora Manole ltda., p.p.131-134.
Essas novas expectativas são parcialmente causadas pela evolução do
turismo. A gama de produtos e serviços oferecidos, inclusive o destino, torna-
se mais sofisticado e criativo.
Um sector que tem recebido muita atenção nos últimos anos é o
ecoturismo. Existe um consenso geral de que o ambiente físico é o foco da
actividade.
 Proporciona uma experiencia directa com relação a um lugar.
 Proporciona uma experiencia educacional que desenvolve nos visitantes
a compreensão e a apreciação do local visitado e promove
comportamentos adequados e ética preservacionista.
 É ambientalmente responsável e utiliza várias estratégias para minimizar
os impactos negativos.
 Maximiza os retornos económicos do lugar (Bottril & Pearce, 1993;
Scare, 1995).
Entre os países cujo turismo parece ser movido por preocupações
ecológicas, estão Belise (com crescimento turístico de cerca de 140% no
período de 1981 a 1990), Quénia (115%) e Costa Rica (31%). Acredita-se que
certas tendências em turismo, como a experiencia e a sofisticação crescentes
dos viajantes e o desejo de auto desenvolvimento através de viagens, gerem
mais interesse nas experiencias ecoturísticas (Poon, 1993; Urry, 1990; 1994).
As actividades ecoturísticas visam proporcionar acesso a ambientes
naturais remotos, raros e/ ou espectaculares. Os passeios que se concentram
na observação da vida selvagem são outra forma importante de ecoturismo. 16
16
Cfr.Organizaçao Mundial de Turismo (2003), in Turismo Internacional – uma perspectiva global,
Bookman.
6. Turismo de Massas versus Turismo de Habitação
Nos dias de hoje, o turismo, está muito centrado em grandes locais
mediáticos, como parques temáticos, em que ocorrem centenas de pessoas
todos os dias e em que vão só para estarem dentro daquele local a usufruírem
da oferta disponível e pouco mais. O turismo hoje é uma actividade popular e
massificada. A própria estadia é feita na maioria em grandes hotéis, onde a
própria privacidade é restrita, e onde o individuo pouco mais vê ou conhece no
local onde se encontra que as próprias instalações.
O turismo de massas é um turismo de evasão ao meio, e com o efeito de
imitação. Este funciona como um engodo. Segundo uma definição o turismo de
massas “é um turismo realizado pelas pessoas de menor nível de rendimentos,
viajando em grupos, com gastos reduzidos e permanência de curta duração”.
Isto faz com que as pessoas de baixo rendimento acorram em maior
número a este tipo de turismo, como indica a própria definição, logo isto faz
com que o turismo de massas seja mais procurado que o próprio turismo de
Habitação. Devido ao facto de o turismo de Habitação ser um turismo dito
dispendioso, e isto faz com que só pessoas de classe média alta procurem e
usufruam deste.
Por exemplo, uma agência de
viagens pode fazer uma grande
promoção que consegue atrair vários
turistas, e apesar de estas agências
perderem dinheiro, como os turistas
acabam por em princípio de gostarem
dos locais a que foram, quando os
preços voltam ao normal estes apesar
do preço, tornam a viajar e pagam o
que for preciso e as agências
Figura 14. Egipto. In “Álbuns do Picassa.
recuperam o dinheiro perdido e ainda
mais.
O turismo de massas funciona,
através da “sedução” do indivíduo.
Fazem com que o turista se habitue a
gastarem dinheiro através de uma
abordagem inicial, ou seja um
incentivo.
Por exemplo, uma agência de
viagens pode fazer uma grande
promoção que consegue atrair vários
turistas com preços inicialmente baixos,
e apesar de estas agências perderem
dinheiro, como os turistas acabam por
em princípio de gostarem dos locais a
que foram, quando os preços voltam ao
normal estes apesar do preço, tornam a
viajar e pagam o que for preciso e as
agências recuperam o dinheiro perdido
ou ainda mais.
O turismo de Massas obriga as pessoas a dirigirem-se a um só
objectivo. Este turismo é estrategicamente montado e não dá muita hipótese de
escolha. Restringe se a um pacote onde não há margem de manobra.
Tem também como característica ser racionalmente organizado.
Os empresários fixam-se nas regiões de grande procura turística sem
darem grande importância aos já habitantes e aproveitam ao máximo essa
procura até que esta deixe de ter o valor inicial, e depois simplesmente deixam
novamente a região ficando para trás apenas os destroços e as pessoas
pobres ainda mais pobres e problemas ambientais devido á quantidade
excessiva de pessoas.
Mas o turismo de massas está a entrar em declínio, devido ao aumento
da procura de um turismo mais direccionado para o contacto com a natureza, e
onde tenha menos concentrações de pessoas.
Aí poderemos entrar no Turismo de Habitação, um turismo onde
pequenas casas datadas de séculos passados e com grande valor histórico
para a região se disponibilizam para receber turistas que procuram
tranquilidade, requinte e um tipo de estadia mais aberto, ou seja, um turismo
em que o indivíduo não se restringe a um local e a uma actividade.
Quadro III. Componentes dos Turismos de Nicho, segundo Robinson e Novelli
O Turismo de Habitação está também ligado a famílias, que tal como o
nome indica, estas vivem na própria casa em conjunto com os visitantes. Estas
famílias que vivem nas casas são um género de guardiões do património ali
existente fazendo uma preservação do território em redor e da própria cultura.
As casas demonstram as tradições, os gostos, e o património de
gerações, que quando o turista se instala, fica a conhecer a história mais
pessoal da família.
Mas o Turismo de Habitação não consegue prosseguir se a própria
região não tiver viabilidade económica e social.
Um local para poder receber turistas, que vêm de várias partes do
mundo, necessita de ter algo de atractivo para além da própria casa. O meio
envolvente também tem de ter um aspecto minimamente apetecível para que o
indivíduo possa se sentir confortável num meio rural, mas com todas as
condições necessárias para uma boa estadia.
A partir de 22 segmentos de mercado, que constituem a procura
turística, dos turistas que escolhem Portugal, foram construídos os factores
turismo ibérico, turismo de nichos e turismo de massas. Estes 3 factores foram
extraídos pelo método de Análise de Componentes Principais, com Rotação
Varimax, e foi feito o teste de consistência, pela obtenção do coeficiente Alpha
de Cronbach para cada factor. Os resultados levaram á seguinte distribuição
dos segmentos, pelos 3 factores:
 Factor IBÉRICO – Elevado rendimento, sénior, famílias, negócios,
conferências, proximidade, mercado nacional, mercado ibérico,
turistas falam castelhano;
 Factor NICHOS – Turismo activo, juvenil, de eventos, culturais,
religioso, de saúde, de desporto, outros;
 Factor MASSAS – Classe económica, massas, sol e praia, lazer.
Com base no valor das Médias, conclui – se que Portugal tem apostado
sobretudo nos segmentos de mercado que integram o turismo de massas
(Firmino, 2006 b). 17
17
Cfr. FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “ Turismo de “elite” versus turismo de “massa” in Turismo
Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora, p.p. 79 - 80
6.1 O impacto económico do turismo
O turismo internacional é uma exportação invisível, no sentido de que
cria um fluxo de moda estrangeira para a economia de um pais de destino e
com isso contribuir directamente para a situação da balança de pagamentos.
Com outras indústrias de exportação, esse influxo de renda gera futuramente
nas empresas, emprego, renda familiar e receita governamental.
Entretanto o processo de geração não cessa nesse ponto. Uma parte do
dinheiro recebido pelas empresas, pelos indivíduos e pelos órgãos
governamentais é gasta dentro da economia de destino, criando assim novos
giros de actividade económica. No total, esses efeitos secundários podem
superar consideravelmente em magnitude os efeitos directos iniciais. Na
verdade qualquer estudo que pretenda mostrar o impacto económico do
turismo precisa tentar medir o resultado total das series sucessivas de
actividade económica geradas pelo gasto inicial. Esse processo foi
documentando, assinalando-se as forças, fraquezas e limitações das várias
abordagens.
O turismo interno tem efeitos bastante semelhantes sobre as regiões
anfitriãs de um país. No entanto, ao passo que o turismo internacional leva
para o país um fluxo de moeda estrangeira, o turismo interno redistribui
especialmente a moeda dentro das fronteiras desse país. Do ponto de vista de
uma região turística dentro de um pais, porem, o turismo interno é uma forma
de exportação invisível. O dinheiro ganho em outras regiões é gasto dentro da
região anfitriã, gerando um aumento da receita das empresas, dos empregos,
da renda e da receita do governo local. Assim, o processo da renda
secundariam, da geração de renda e de emprego dentro da região anfitriã, é
igual ao da economia nacional. A principal diferença durante esses estágios
secundários, entretanto, é que as regiões dentro de um país são normalmente
menos independentes economicamente, e por isso é provável que uma
proporção bem maior do dinheiro transborde do sistema regional para outras
regiões. Os efeitos secundários em regiões especificas são bem menores em
magnitude do que na economia nacional como um todo.
Além disso, o turismo parece ser mais eficiente do que outras indústrias
para gerar emprego e renda nas regiões menos desenvolvidas, frequentemente
distantes, de um país onde as oportunidades alternativas de desenvolvimento
são mais limitadas. Na verdade é nessas áreas que o turismo pode ter o seu
impacto mais significativo. Em tais lugares uma grande parte da população vive
da agricultura de subsistência ou são pescadores, e quando se envolvem na
indústria do turismo sua renda familiar sofre um acréscimo bastante grande em
termos relativos. O crescimento do turismo em tais áreas pode fornecer
também um incentivo monetário para a continuidade de muitos artesanatos
artísticos locais, ao passo que os hotéis para turísticas criam um mercado para
a produção local. Na verdade a introdução de uma industria de turismo em tais
áreas pode ter um efeito proporcionalmente muito maior sobre o bem-estar da
população residente do que o resultante da mesma quantidade de turismo em
partes mais desenvolvidas do país.
O desenvolvimento do turismo, sobretudo numa parte do país que
anteriormente era subdesenvolvida, exige a existência de uma infra-estrutura,
assim como acomodação em hotéis e outras instalações específicas para o
turismo. Em muitos casos essas companhias de serviços públicos são
economicamente indivisíveis, no sentido de que ao fornecer os serviços para o
sector do turismo elas ao mesmo tempo os tornam disponíveis para o uso da
população local. Assim, em muitos países as estradas e os aeroportos,
construídos principalmente para servir ao turismo, agora oferecem um acesso a
mercados maiores para muitos bens produzidos no lugar. Infelizmente,
entretanto, em muitos casos a população local ainda recebe poucos benefícios
directos dessas melhorias. Isso é essencialmente um problema de distribuição
física e económica, isto é, da extensão e da velocidade com que essas
facilidades devem ocorrer.
À medida que o turismo continua a crescer numa região, suas
exigências sobre os recursos escassos da área são cada vez mais maiores. É
necessário, sobretudo, terra, e consequentemente o preço dela sobre.
Os donos de terra locais são incentivados a vender a sua propriedade, e
o resultado é que, embora possam obter ganhos a curto prazo, no final a única
coisa de que eles dispõem é de seu trabalho de baixa remuneração. Na
verdade a maior parte do benefício decorrente da elevação dos preços da terra
é recebida pelos especuladores, que compram a terra dos proprietários
anteriores antes de ela ter sido designada para um empreendimento turístico.
Entretanto esses problemas podem ser superados se num estagio inicial o
governo comprar a terra por um preço justo, de mercado, ou se a terra for
alugada, em vez de vendida para os geradores de iniciativas turísticas.
As forças de mercado não garantem necessariamente que o
empreendimento turístico acompanhará a demanda. Há necessidade de
planeamento realista e da fiscalização efectiva do cumprimento das
regulamentações do planeamento para reduzir os possíveis conflitos de
interesse e, quando for o caso, conservar características notáveis e incomuns
para o desfrute de gerações futuras de visitantes assim como de residentes.
Essa é uma ligação que tem sido aprendida um tanto tarde em muitos países
desenvolvidos.
Superficialmente, pelo menos, os “benefícios” económicos do turismo
parecem evidentes. Mas nos últimos anos muitos escritores tem manifestando
reservas sobre a natureza e o tamanho dos benefícios atribuíveis ao turismo e
tem se tornando crescentemente cépticos quanto às potencialidades do turismo
como uma ferramenta para o desenvolvimento e o crescimento e como um
meio de maximizar o bem-estar da população nativa.
O que se discute é essencialmente a alocação de recursos e se o
desenvolvimento do sector de turismo oferece ou não o uso óptimo dos
recursos disponíveis – em outras palavras, ma avaliação dos recursos e
benefícios do desenvolvimento do turismo em relação às alternativas. 18
18
Cfr. ARCHER, Brian, COOPER, Chiris ( 2002), “os Impactos positivos e negativos do Turismo” in turismo global,
editora SENAC, p.p 87-89.
6.2Educar e Sensibilizar para a prática do Turismo Rural
É necessário sensibilizar as pessoas para a boa prática turística.
Existem condutas que é preciso respeitar para que o espaço se conserve em
bom estado e para que gerações vindouras possam igualmente usufruir do
património local, cujo objectivo é a disseminação do conhecimento sobre o
ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus
recursos.
Este tipo de educação é um processo de reconhecimento de valores e
clarificações de conceitos, objectivando o desenvolvimento das habilidades e
modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-
relações entre os seres humanos, entre as suas culturas e entre os meios
biofísicos.
Também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a
ética, que conduzem para a melhora da qualidade de vida.
Trata-se de um processo pedagógico participativo permanente para
incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, estendendo se
á sociedade a capacidade de captar a génese e a evolução dos problemas
ambientais.
O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com
um mínimo de interferência nos ecossistemas, culminou, nos dias de hoje, com
uma forte pressão exercida sobre os recursos naturais. Torna-se clara a
necessidade de mudar o comportamento do homem em relação à natureza, no
sentido de promover, sob um modelo de desenvolvimento sustentável, a
compatibilização de práticas económicas, com reflexos positivos evidentes na
qualidade de vida dos cidadãos.
Os princípios e valores em que assenta o cuidar do outro têm a sua
génese nos direitos fundamentais que devem ser promovidos e garantidos a
todos os residentes, famílias, colaboradores, dirigentes, especialistas e todos
os restantes com quem a organização se relacione.
O técnico de turismo também é um educador, tem de transmitir a ideia
de que o território é algo que se tem de preservar.
Busca do equilíbrio entre:
Natureza ↔ Sociedade ↔ Economia
Sustentabilidade
Salvo as intervenções de ordem estrutural, operacional e de segurança,
as áreas naturais não devem ser adaptadas aos visitantes. Estes é que devem
se preparar para a visitação.
A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos
e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os
tornam capazes de agir, individual ou colectivamente, na busca de soluções
para os problemas ambientais, presentes e futuros. (UNESCO, 1987).
Os momentos de contacto com a natureza podem actuar como elemento
de sensibilização e nos tornar pessoas conscientes da importância das nossas
atitudes no dia-a-dia.
A intensidade do aprendizado dá se de acordo com a intensidade das
emoções vividas nestes momentos.
O ser humano que aprende através da emoção, apreende os ensinamentos
transmitidos.
Enquanto participamos nas actividades lúdicas, ficamos em harmonia no
âmbito físico e emocional, e sensibilizados em relação ao tema vivenciado.
Outra forma de compreender a sensibilização consiste numa busca do plano
ético. Atingir o espírito do indivíduo de forma a transformá-lo numa pessoa
sensível às contingências ambientais a que está e estará submetido. Esta
concepção, que une o modo físico de usar os sentidos, tem a ver com a
consciência, com o estar com as coisas; o indivíduo tem que poder relacionar
aquilo que sabe com o que sente.
Temos que interagir com os elementos do entorno e, ao mesmo tempo,
compreender que cada acção humana tem um impacto nos sistemas naturais e
nos criados pelos seres humanos.
Figura 15. A interpretação ambiental
O ser humano precisa aprender um mínimo de conhecimento sobre o
próprio entorno ecológico para reflectir sobre as consequências de suas
atitudes sobre o meio e assim, poder assumir decisões conscientes. Para todas
as acções existem sempre várias alternativas possíveis e cada uma delas com
diferentes efeitos.
Interpretação Ambiental é uma tradução da linguagem da natureza para
a linguagem comum das pessoas, fazendo com que percebam o mundo que
nunca tinham visto antes. A forma da abordagem interpretativa, é que
diferencia a Interpretação da simples comunicação de informações.
Em 1957 Freeman Tilden, um dramaturgo e filósofo americano estabeleceu as
bases e a filosofia da Interpretação, através dos seguintes princípios:
1- A Interpretação deve relacionar os factos com a personalidade ou a
experiências anteriores das pessoas a quem se dirige; não sendo assim é
estéril;
I2- A informação como tal não é interpretação. A Interpretação é uma
revelação que vai além da informação, tratando dos significados, inter-relações
e questionamento. Porém, toda Interpretação inclui informação; ambiental
3- A Interpretação é uma arte que combina muitas outras artes, (sejam
científicas, históricas, arquitectónicas), para explicar os temas, utilizando todos
os sentidos para construir conceitos e provocar reacções no indivíduo;
4- O objectivo fundamental da Interpretação não é a instrução mas a
provocação. Deve despertar a curiosidade, ressaltando que parece
insignificante;
5- A Interpretação deve tratar do todo em conjunto e não de partes
isoladas; os temas devem estar inter-relacionados;
6- A Interpretação para crianças não pode ser apenas uma diluição da
apresentação para adultos; deve ter uma abordagem fundamentalmente
diferente. Para diferentes públicos (crianças, adultos, interesses, formações),
deve haver programas diferentes.
A Interpretação Ambiental, com a sua forma própria de comunicação -
abordagem interpretativa - pode ser utilizada como instrumento educativo dos
mais eficientes, aliando recreação e educação.
7. Estudo de Caso
7.1 Casas Familiares ao serviço do Turismo de Habitação
A Quinta de Marnotos é actualmente
uma Propriedade de Turismo Rural,
situada entre montes e vales, que
possui três casas em pedra, rústicas,
com mais de 200 anos totalmente
recuperadas e apetrechadas para que
desfrute de uma estadia inesquecível.
Na quinta poderá dar longos
passeios a pé numa envolvente
totalmente natural, onde o som das
aves, da água que jorra em bicas de
pedra por todo o espaço e a cuidada
vegetação, criam um ambiente de
completa paz e tranquilidade.
A pensar no seu conforto edificámos
uma excelente piscina e dotámos as
três casas de moderno equipamento.
As casas possuem um logradouro para
seu uso exclusivo.
Figura 16. Vista exterior da Casa Principal
Figura 17. Casa da Eira - Casa com um piso
O Casarão data do século XIX, não
obstante está presente todo o
conforto exigível nos nossos dias.
Dispõe de 5 quartos/10 camas. Os
quartos têm todos casa de banho
privativa e televisão. Dispõe também
de uma piscina para utilização dos
hóspedes. Na casa e suas
dependências (sala de convívio -
exterior ao edifício principal), goza-se
de total privacidade e paz, coisas que
se vão tornando cada vez mais difíceis
de encontrar e que sabem bem
melhor no ambiente hospitaleiro de
uma casa portuguesa tradicional do
Norte.
Situado em plena zona de
transição da paisagem de Entre-
Douro e Minho e o planalto
transmontano, na freguesia de Santa
Marinha do Zêzere. O Casarão será o
pretexto para múltiplas viagens no
espaço e no tempo e para a
contemplação e o enlevo diante de
uma pureza primitiva difícil de
encontrar noutras paragens. Tudo isto
foi outrora motivo de inspiração para
o autor de "A Cidade e as Serra",
também Camilo Castelo Branco aqui
viveu algumas das suas paixões e
escreveu alguns dos seus livros.
Figura 18. Casarão – Santa Marinha do
Zêzere
Figura 19. Piscina exterior
Figura 20. Salão de refeições
7.2Casa, Família e Património
A quinta de Marnotos é gerida pelo senhor José dos Santos, em Gestaçô,
Baião. A sua tipologia é de Turismo no Espaço Rural. A sua capacidade
hoteleira é de 5 camas. Em 2009 o número de clientes foi de mais de 40
indivíduos.
O número de colaboradores desse mesmo ano foi de 1 permanente e mais
de 2 sazonais.
Para o proprietário as atenções culturais urbanas, a capacidade de
acolhimento, o desporto de natureza e existência de atracções diversificadas
num espaço próximo, a gastronomia, a paisagem natural e tradicional, os
pontos atractivos, a possibilidade de observação da fauna e flora selvagem e
as atracções culturais no território são aspectos muito importantes para o
turismo da região. Sendo a capacidade de acolhimento convencional e o
desporto motorizado aspectos importantes mas de menos relevância.
Na opinião do proprietário os aspectos que poderiam desenvolver o turismo
rural de baião eram o melhoramento das infra-estruturas, nomeadamente:
limpeza, abastecimento de electricidade e água, publicidade a nível nacional e
internacional.
E os principais benefícios, e os mais importantes, que resultariam na
requalificação do património cultural e arqueológico do concelho de baião no
Turismo no Espaço Rural seriam: o contributo para o desenvolvimento local e
nível de vida na região, a criação de emprego local de curta duração, o
aumento da atractividade natural da zona, o aumento do numero de visitantes,
a fixação dos turistas por longo período de tempo, o menor isolamento da
região e manter os valores tradicionais da cultura regional.
O Casarão é gerido pela senhora Claudina Amorim, em Santa Marinha do
Zêzere, Baião. A sua tipologia é de Turismo no Espaço Rural. A sua
capacidade hoteleira é de 7 camas e de 300 lugares de restaurante. Em 2009 o
número de clientes foi de mais de 200 indivíduos.
Para a proprietária o Turismo de Natureza é uma actividade decisiva para o
desenvolvimento da região, e as atenções culturais urbanas, a capacidade de
acolhimento, o desporto motorizado, a existência de atracções diversificadas
num espaço próximo, a gastronomia, a paisagem natural e tradicional, os
pontos atractivos, a possibilidade de observação da fauna e flora selvagem e
as atracções culturais no território são aspectos muito importantes para o
turismo da região. Sendo o desporto de natureza aspectos importantes mas de
menos relevância.
Na opinião da proprietária os aspectos que poderiam desenvolver o turismo
rural de baião eram que as entidades se encontrassem abertas ao sábado e
domingo tais como: Fundação Eça de Queiroz, a Casa das Bengalas em
Gestaçô, etc. E os principais benefícios, e os mais importantes, que resultariam
na requalificação do património cultural e arqueológico do concelho de baião no
Turismo no Espaço Rural seriam: o aumento da atractividade natural da zona,
o aumento do numero de visitantes, a fixação dos turistas por longo período de
tempo, e manter os valores tradicionais da cultura regional.
Os benefícios que acha importante para o desenvolvimento de Baião são:
organizar um roteiro gastronómico, cultural e arqueológico para futuros
visitantes ter e saber o que visitar em Baião.
Em comparação, a Quinta de Marnotos em Gestaçô e o casarão em Santa
Marinha do Zêzere, no concelho de Baião, são duas casas de tipologia de
Turismo Rural.
O Casarão, tem cerca de 7 anos e cerca de 300 lugares de restaurante. Em
termos de capacidade a Quinta de Marnotos é inferior, só possuindo 5 camas e
sem restaurante.
Também quanto ao número de clientes existe uma divergência notável. O
Casarão durante o ano de 2009 teve mais de 200 clientes enquanto a Quinta
de Marnotos não ultrapassou os 50 indivíduos.
Os dois proprietários em relação á importância de certos aspectos para o
turismo na região estão na sua maioria em concordância. Ambos pensam que
o Turismo de Natureza e Cultural é uma actividade decisiva para a região, e
que desde as atracções culturais urbanas até á gastronomia e a paisagem
natural são aspectos fulcrais para o desenvolvimento do turismo regional.
Na opinião do proprietário da Quinta de Marnotos, os aspectos a
desenvolver para o turismo em baião eram o melhoramento das infra-
estruturas, desde a limpeza a uma maior publicidade tanto a nível nacional e a
internacional. Já na opinião da proprietária do Casarão o que se poderia mudar
era o facto de as entidades da região passarem a estar abertas ao fim de
semana.
No que toca aos benefícios que resultariam na requalificação do património
cultural e arqueológico, os dois proprietários também se encontram em
concordância. Ambos pensam que o aumento da atractividade natural, o
aumento do número de visitantes e uma maior fixação dos turistas por um
longo período de tempo ajudaram nessa requalificação.
Por fim a proprietária do Casarão refere que seria importante para o
desenvolvimento de Baião organizar roteiros para que futuros turistas
pudessem saber os pontos fulcrais a visitar e a conhecer em Baião.
7.3Rota
Concelho de Baião
Quinta de Marnotos, Gestaçô
Casarão, Santa Marinha do Zêzere
Quinta de Marnotos
Casarão
Acessibilidades:
Para se dirigir ao Casarão vai pela A4: Direcção Amarante / Vila Real:
saída Mesão Frio / Régua - direcção Santa Marinha do Zêzere
(EN 304-3: Km 43/44).
Figura 21. Mapa da Localização do “Casarão”
Para se dirigir á Quinta de Marnotos vai pela A4: Direcção Amarante /
Vila Real: saída Mesão Frio / Régua - direcção Santa Marinha do Zêzere,
Ermida, Gestaçô (EN 304-3: km 39/40).
Figura 22. Mapa da Localização da “Quinta de Marnotos”
8. Infra-Estruturas e Equipamentos Turísticos
Casa de Marnotos
Casa do Canastro - Casa Duplex
 Suite com 2 camas individuais
 Sala e Kitchenette totalmente equipada
 Sofá cama de casal
 Lareira
 Ar condicionado
 Televisão Plasma
 Antena Parabólica com 300 canais
 DVD
 Churrasco
 Mesa de Pedra no exterior
 Rede de descanso brasileira
Casa da Eira - Casa com 1 Piso
 Suite com cama de casal (banheira de hidromassagem)
 Sala e Kitchenette totalmente equipada
 Sofá cama de Casal
 Lareira
 Ar condicionado
 Televisão Plasma
 Antena Parabólica com 300 canais
 DVD
 Churrasco
 Mesa de Pedra no exterior
 Rede de descanso brasileira
 Acesso a cadeiras de deficientes motores
Casa das Tílias - Casa Duplex
 Suite com 2 camas individuais
 Sala e Kitchenette totalmente equipada
 Sofá cama de Casal
 Lareira
 Ar condicionado
 Televisão Plasma
 Antena Parabólica com 300 canais
 DVD
 Churrasco
 Mesa de madeira no exterior
 Varanda típica em madeira
 Terreno exclusivo todo murado com acesso independente
O Casarão
 2 piscinas (adultos e crianças)
 5 quartos ( 7 camas)
 TV
 Casa de banho privativa
 Sala de jantar
 Cozinha rústica
 Sala de estar
9. Análise SWOT
A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário
(ou análise de ambiente), usada como base para gestão e planeamento
estratégico de uma organização ou empresa, mas que pode, devido a sua
simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário. A Análise
SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica
da empresa no ambiente em questão (Tarapanoff, 2001).
Neste caso, tentamos estudar as casas no contexto de turismo de
habitação.
O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrónimo
de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades
(Opportunities) e Ameaças (Threats).
Assim, a análise SWOT, segundo Tarapanoff (2001), corresponde à
identificação, por parte de uma organização, e de forma integrada, dos
principais aspectos que caracterizam a sua posição estratégica num
determinado momento, tanto ao nível interno como externo (forma como a
organização se relaciona com o seu meio envolvente).
Em termos de análise interna, a análise SWOT propõe a identificação
dos principais pontos fortes (Strengths) e pontos fracos (Weaknesses).
Do breve diagnóstico efectuado foi possível elaborar a análise SWOT
que a seguir se apresenta, na qual se sumariam os pontos fortes e fracos, que
impendem sobre o desenvolvimento turístico desta Região.
Oportunidades Ameaças
 Paisagem única;
 Vasto e rico Património
Histórico-cultural e
arqueológico, e na forte
 População envelhecida e
desertificação;
 Baixos níveis de escolaridade
 Acessibilidades inter e intra-
regionais ainda em estado
densidade que se verifica por
toda a região de património
classificado - monumentos, que
vêm confirmar uma forte
identidade regional;
 Património Natural e
Paisagístico, expresso na sua
qualidade e diversidade de
recursos naturais,
designadamente nos Planaltos
Montanhosos e no
Douro;
 Oferta turística diversificada
(Turismo rural, Vinhos e
Gastronomia, Cultura, etc.);
 Uma grande frente de água do
rio Douro;
 A linha do Douro, com várias
estações no concelho de baião.
pouco satisfatório;
 Má, quando não ausência, de
sinalização turística específica;
 Incapacidade de fixação de
visitantes (reflectida nas baixas
taxas de ocupação e
permanência média);
 Insuficiente capacidade de
alojamento de qualidade;
 Dificuldades de articulação e
coordenação entre os vários
agentes;
 Falta de recursos humanos
qualificados no sector, tendo
implicações a vários níveis,
designadamente, do produto
turístico, prestação de serviços
de informação turística,
hotelaria e restauração.
10.Apêndice
10.1 Apêndice Fotográfico
Fig.1. Casa da Eira
Fig.2 Casa das Tílias .
Fig.8 Casa do Canastro
Fig.9 Sala de estar da Casa do Canastro
Fig.10 Cozinha
Fig.11 Quarto
Fig.12. O “Casarão”
Fig.13. Largo da entrada
Fig.14.Pátio
Fig.15. Pátio
Fig.16. Piscina exterior
Fig.17. Interior do salão
Fig.18. Interior do salão
Fig.19. Interior do salão
10.2 Apêndice documental
11.Bibliografia
 ARCHER, Brian, COOPER, Chiris (2002), “os Impactos positivos e
negativos do Turismo” in turismo global, editora SENAC.
 CARVALHO, Daniel de (1992) “Serra da Aboboreira. Parque Natural
Regional” in Revista bayam (Manuel Pereira Cardoso (Director), Baião,
edição Cooperativa Cultural de Baião-Fonte do Mel, pp. 42 - 47.
 COOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, Davide;
WANHILL, Stephen (2007) “Turismo e meio Ambiente”, “Definição de
Turismo Sustentável”, “Sustentabilidade do Turismo” in Turismo –
princípios e práticas, Bookman.
 FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “as mudanças económicas, sócio-
culturais e seus reflexos no sector do turismo” in Turismo Organização e
Gestão, Lisboa, Escolar Editora.
 FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “O Turismo Sustentável” in Turismo
Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora.
 GOMES, Mariana (2007) “Reflexões acerca da relação entre turismo e
cultura” in Revista Espaço Académico, nº 73.
 HINTZE, Hélio César (2009) “A Sociedade do espectáculo in Revista
Brasileira de eco-Turismo” vol.2 nº1.
 KÖRÖSSY, Nathália (2008) “a questão do desenvolvimento sustentável
na actividade turística: do “turismo predatório” ao “turismo sustentável”:
uma revisão sobre a origem e a consolidação do discurso da
sustentabilidade na actividade turística”, vol.8 nº2.
 LICKORISH, Leonard J.; JENKINS, Carson L. (2000) “Aspectos Culturais
e Sociais do Turismo”, “Turismo e meio Ambiente” in Introduçao ao
Turismo, editora campus ltda.
 MACHADO, Vírgilio Miguel, (2010) in Direito e Turismo como
instrumentos de poder-os Territórios Turísticos, 1ª edição, editorial
Novembro.
 MAMEDE, Douglas M.J.A.; VIEIRA, Guilherme L.V.; SANTOS, Ana
Paula Guimarães Santos (2008) “ Trens turísticos e Património cultural:
como o turismo ferroviário resgatado, preservado e valorizado o
património Cultural” in Caderno virtual de Turismo, vol. 8, nº2.
 PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis; MARINHO, Alcyane; BRUHNS,
Heloisa Turini (2003) “Lazer e Natureza no Turismo Rural” in Turismo,
Lazer e Natureza, 1ªediçao, editora Manole ltda.
 SERDOURA, Pedro (2007) in o Mosteiro de Ancede – Património
Cultura e desenvolvimento Local.
 STOCKLER, Carla (coordenação), (2004) in Encontros Culturais do
Baixo Tâmega, Património. Actas.
12. Netgrafia
 http://www.aldeiasdeportugal.pt/PT/aldeias.php?aldeiaid=10001
 http://www.cmbaiao.pt/index.php?info=YTo0OntzOjQ6Im1lbnUiO3M6Mz
oiY2FtIjtzOjM6Im1pZCI7YToyOntpOjA7czoyOiI1NCI7aToxO3M6MjoiNT
UiO31zOjM6ImNpZCI7czoyOiI1NSI7czoxMzoidmVyc2FvX3RhYmVsYSI
7czo2OiJvbmxpbmUO30=
 http://br.monografias.com/trabalhos915/relacao-turismo-cultura/relacao-
turismo-cultura.shtml#consideraa
 http://estrelaseouricos.sapo.pt/nbsp/tabid/231/mid/658/newsid658/1502/T
URISMO-DE-ALDEIA-IDEAL-PARA-UM-FIM-DE-SEMANA-EM-
FAMLIA/language/pt-PT/Default.aspx
 www.eb23-ancede.rcts.pt/meio.html

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Turismo no Espaço Rural: Um Estudo de Caso no concelho de Baião

  • 1. Escola E.B 2,3/ S de Baião Curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural TURISMO NO ESPAÇO RURAL Um Estudo de Caso no concelho de Baião Diogo Paulino Liliana Zuzarte Sara Monteiro Baião / 2010
  • 2. Escola E.B 2,3/ S de Baião Curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural TURISMO NO ESPAÇO RURAL Um Estudo de Caso no concelho de Baião Trabalho realizado por Diogo Paulino nº 6, Liliana Zuzarte nº 9 e Sara Monteiro nº 18, sob orientação do professor Fernando Matos Rodrigues. Baião / 2010
  • 3. Resumo Este trabalho realizado no âmbito do Curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural, uma área direccionada para a prática turística no meio rural e para um local em que o ambiente se conjuga com os diversos recursos existentes na região, destina-se à realização de um estudo das Casas de Habitação ao serviço do Turismo Rural. Estando Baião situado numa região em que o espaço rural tem grande potencial turístico, e sendo o turismo uma grande estrutura económic, este concelho poderia ser altamente desenvolvido a vários níveis, como económico, social e ambiental, mas é precisamente o contrario que acontece. O desenvolvimento local sofre de um grande défice, tanto por falta de técnicos qualificados, como até por um baixo nível de escolaridade dos habitantes locais. Abstract This work carried through in the scope of the professional course of Ambiental and Rural Tourism, an area directed to tourism in a rural environment alongside with the diverse resources existing in the region, studies Rural Guest Houses. Baião being situated in a region where the agricultural space has great tourist potential, and being tourism a great economical structure, this county could be highly developed in several aspects economic, social and ambiental, but it is the opposite of what happens. The local development suffers a great deficit, due to a lack of qualified technicians, as to a low level of scholarity of the local inhabitants.
  • 4. Índice 1. Agradecimentos…………………………………………………..………...….5 2. Introdução…………………………………………………………....….……..6 3. Teorias, métodos e conceitos………………………………………............ 7 4. Enquadramento Territorial………………………………………….............. 9 5. O turismo no espaço rural………………………………………………...…10 5.1. Turismo, Cultura e Mudança Social……………………………..…17 5.2. Turismo, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável…………..…22 5.3. Património, Cultura e Turismo……………………………………... 28 5.4. Lazer e Natureza no Turismo Rural………………………………..35 6. Turismo de Massas versus Turismo de Habitação……………………… 38 6.1O impacto económico do turismo………………………………..……..42 6.2 Educar e Sensibilizar para a prática do Turismo Rural ……………. 45 7. Estudo de caso 7.1. Casas Familiares ao serviço do Turismo de Habitação………….49 7.2. Casa, Família e Património………………………………………… 51 7.3. Rotas …………………………………………………..…………….. 54 8. Infra-Estruturas e Equipamentos Turístico……………………………..….57 9. Análise SWOT…………………………………………………………….….59 10.Apêndice……………..………………………………………………………. 61 10.1. Apêndice Fotográfico……………….…………………………………62 10.2. Apêndice Documental……..………………………………………….66 11.Bibliografia ..........................................................................................…67 12.Netgrafia ………………………………………………………………….......69
  • 5. 1. Agradecimentos Em primeiro lugar, queremos agradecer ao nosso coordenador do curso profissional de turismo ambiental e rural, o Professor Fernando Matos Rodrigues, pela sua orientação e coordenação metodológica, pela mais valia das suas sugestões e pela exigência de ponderação, que sempre se disponibilizou, humana e materialmente. E que sempre nos esclareceu as dúvidas tanto em relação ao curso como em relação ao estágio. Ao director de turma, professor Pedro Paiva, á professora Daniela Cunha, e ao professor Rui Mendes, pela sua colaboração nas provas de aptidão profissional. E queremos ainda agradecer ao proprietário da Quinta de Marnotos, o senhor José dos Santos, e á proprietária do Casarão, a senhora Claudina Amorim que nos disponibilizaram o seu tempo para responder aos questionários e fornecer a informação pretendida.
  • 6. 2. Introdução Este trabalho realizado no âmbito do curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural, uma área direccionada para a prática turística no meio rural e para um local em que o ambiente se conjuga com os diversos recursos existentes na região. No que toca ao património este é uma herança, ou seja, algo que se herda e depois se transmite aos outros, e que engloba dois conceitos que são a tradição e a inovação. Estando Baião situado numa região em que o espaço rural tem grande potencial turístico, e sendo o turismo uma grande estrutura económica, este concelho poderia ser altamente desenvolvido a nível económico, social e ambiental, mas é precisamente o contrário que acontece. O desenvolvimento local na área de Turismo de Espaço Rural sofre de problemas estruturais relacionados pela falta de técnicos qualificados, ausência de planos estratégicos na área de Turismo que valorizem o ambiente e o património local e por fim a ausência de planos estratégicos na área da programação, planificação e animação turística. Para além do tratamento de vários temas relacionados com turismo, desenvolvimento sustentável, património e cultura, o trabalho vai centrar se no estudo de casas de Turismo de Habitação em contexto rural e de montanha. Haverá a sugestão de rotas possíveis para se poder usufruir deste tipo de turismo. Um turismo mais ecológico, mais naturalista e acima de tudo um tipo de turismo em que cada um poderá fugir um pouco ao descomunal turismo de massas, mais densificado e monótono.
  • 7. 3. Teorias, métodos e conceitos Para a elaboração deste trabalho utilizamos um conjunto de teorias, métodos e técnicas de trabalho. O conhecimento científico é importante para a realização deste tipo de trabalho, pois remete-nos para a observação e para experiência em contextos de estudo de caso. Para uma boa recolha de informação tem de se começar por uma primeira aproximação, através de pesquisa bibliográfica e até mesmo através da Internet, algo muito utilizado nos dias de hoje, mas tendo presente as suas limitações na certificação dos conhecimentos. Outra aproximação que se pode fazer ao objecto é através da pesquisa documental. Esses documentos são fonte necessária para um aprofundamento do estudo. Ao chegar a um local tem de se observar, e com isso podem se encontrar fotografias, cartas postais. Assim, da bibliografia geral tem de se passar para a bibliografia específica. Depois, damos início ao trabalho de campo, fazendo observação in loco, recolhendo dados que nos permite fazer um relatório do objecto de estudo. Com isto consegue-se, um retrato antropológico do objecto, e desta forma poder dar a conhecer as casas de Turismo de Habitação no concelho de Baião. Desde como funciona?, por quem é ocupada?, em que época foi construída?, etc. Dentro da observação antropológica encontra-se a observação participante e a não participante. Na observação participante o investigador vive na comunidade, estuda, e participa nas actividades dessa mesma comunidade. Uma forma de entender todos os hábitos e modos de ser que fazem parte do ethos de um local. Já na observação não participante a distância entre o investigador e o objecto de análise é enorme. Fazem parte desta técnica o inquérito por questionário, a entrevista, os testes e as medidas por atitudes e opiniões. No nosso caso a utilização da técnica do inquérito por
  • 8. questionário foi um dos meios para conceber o estudo de caso, para além de uma observação não participante associada a um olhar distanciado. No trabalho de campo é preciso saber descrever e ter essa capacidade.
  • 9. 4. Enquadramento Territorial O concelho de Baião está integrado na região norte, por sua vez também faz parte da sub – região do Tâmega, com uma área territorial de 176 Km2, com uma população residente de 21.517 indivíduos em 2001, composto por vinte freguesias, sendo a freguesia de Campelo e centro da vila e comarca com uma população residente de 2. 784 pessoas no censo de 2001. O território concelhio encontra – se estruturado em termos de acessibilidades rodoviárias por dois eixos principais, a Estrada Nacional 101 que liga a cidade de Amarante á cidade de Peso da Régua, fazendo a ligação ao IP4, estabelecendo a ligação entre o litoral (a cidade do Porto e sua respectiva Área Metropolitana e a região das terras altas de Trás-os-Montes, especialmente a cidade universitária de Vila Real, Bragança – Espanha); o segundo eixo estruturante do concelho é a Estrada Nacional 321-1, que estabelece a ligação entre a cidade de Marco de Canaveses e a vila de Baião, cruzando a E.N.101 na Boa Vista. Existe também um eixo de elevado interesse para a qualidade e intensidade das acessibilidades entre o litoral e a região do chamado Alto Douro, a linha ferroviária do Douro. Trata se de um elemento de macro estrutura ferroviária de natureza regional. A estação de mosteiro representa e representou aquele sinal civilizador do Douro que na época se resumia nesta simples expressão «…a carruagem de um wagon. Hurrah pelo progresso» (Rodrigues, 2004) Figura 1. Concelho de Baião
  • 10. 5. O Turismo no Espaço Rural O Turismo Rural é uma actividade desenvolvida no campo, comprometida com a actividade produtiva, agregando valor a produtos e serviços e resgatando o património natural e cultural da comunidade. Isso significa que, para ser enquadrado como turismo rural, o empreendimento deve ser e não apenas "parecer" um sítio ou fazenda. Diz Embratur. Quando se discute a Casa como estrutura de produção familiar, ou associada a uma actividade económica específica, estamos a falar de uma actividade ecologicamente sustentável em termos de ambiente local. Associado ao contexto «casa, família, produção» temos uma actividade económica de referenciação eco – turística. O exemplo, da Casa do Everdal, enquanto projecto associado ao turismo rural, estrutura-se em função de uma memória familiar, que se pretende recuperar e valorizar. O desenvolvimento desta região deve assentar num programa integrado que associe os produtos locais de qualidade nacional e internacional a uma actividade turística integradora das sinergias locais, em função das vilas, das cidades e respectivas quintas, onde o valor humano apareça como valor acrescentado. 1 A preservação ambiental e os programas de melhoramento são agora uma parte fundamental de muitas estratégias de desenvolvimento, e tais considerações são tratadas com muito mais respeito do que eram durante os primeiros dois terços do século passado. Para estudar o impacto físico do turismo é necessário estabelecer:  Os impactos físicos criados pela actividade turística, comparados aos de outras actividades; 1 Cfr. STOCKLER, Carla (coordenação), (2004) in Encontros Culturais do Baixo Tâmega, Património.Actas.
  • 11.  Quais eram as condições antes de acontecer a actividade turística, para obter uma linha de referencia, a partir da qual se possam fazer comparações;  Um inventário da flora e da fauna, juntamente com o índice claro de níveis de tolerância para os tipos de impacto criados por diferentes formas de actividade turística;  E os níveis secundários de impacto ambiental que estão associados á actividade turística. Os impactos ambientais associados ao desenvolvimento do turismo, assim como os impactos económicos, podem ser considerados em termos dos seus direitos, indirectos e induzidos. Novamente, alguns dos impactos podem ser positivos e outros, negativos. Não é possível desenvolver turismo sem que ocorram impactos ambientais, mas é possível, com o planeamento correcto, gerir o desenvolvimento do turismo com o objectivo de minimizar os impactos negativos, ao mesmo tempo em que se estimulam os impactos positivos.2 As áreas regionais de Turismo foram criadas pelo DL n.º 67/2008, de 10.04.2008. O legislador delimita por lei as aéreas geográficas (5), correspondentes às da NUTS II (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) das Entidades Regionais de Turismo, entendidas enquanto entidades gestoras destas áreas (art.° 2.° n.° 1). Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o Governo pode contratualizar o exercício de actividades e a realização de projectos da administração central com associações de turismo privado que tenham por objecto a actividade turística (art.° 2.° n.°2). As Áreas Regionais de Turismo (DL n.° 67/2008, de 10.04.2008) não prevê qualquer atribuição ou ,missão especifica a estas entidades em matérias de ordenamento turístico, nomeadamente, na intervenção na elaboração dos 2 Cfr. COOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, Davide; WANHILL, Stephen (2007) “Turismo e meio Ambiente”, “Definição de Turismo Sustentável”, “Sustentabilidade do Turismo” in Turismo – princípios e praticas, Bookman, p.p. 210-273.
  • 12. instrumentos de gestão territorial, tão só prevendo a identificação e dinamização dos recursos turísticos existentes [art.° 5.° n.°1 alinea c)]. O tema “volta à carga” nas portarias regulamentadoras das atribuições e competências das entidades específicas regionais de Turismo. A Entidade Regional de Turismo do Norte tem como missões, designadamente, participar na elaboração de todos os instrumentos de gestão territorial que se relacionem, ainda que indirectamente, com a actividade turística [art.° 3.° n.°2 alínea u) da Portaria 1039], formula que é repetida em Lisboa [art.° 3.° n.°1 .alínea d) da Portaria 940] e no Alentejo [art.° 11.° 1 alínea d) da Portaria 1038]. O Turismo do Centro tem uma formula mais modesta, pois intervêm só quando solicitado [art.° 3.° n.°1 alínea d) da Portaria 1037]. Secção VII Empreendimentos de turismo de habitação Artigo 17. ° Noção de empreendimentos de turismo de habitação 1 – São empreendimentos de turismo de habitação os estabelecimentos de natureza familiar instalados em imóveis antigos particulares que, pelo seu valor arquitectónico, histórico ou artístico, sejam representativos de uma determinada época, nomeadamente palácios e solares, podendo localizar-se em espaços rurais ou urbanos. 2 – Nos empreendimentos de turismo de habitação o número máximo de unidades de alojamento destinadas a hóspedes é de 15. 3 Independentemente das dúvidas suscitadas quanto à legislação formal destas atribuições, como vimos atrás para as Áreas Regionais de Turismo, entende-se, todavia, que estes pólos, compostos por determinação normativa 3 Cfr.QUINTAS, Paula (2008) in o Novo Regime Jurídico de instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos, Coimbra, edições Almedina, p.p. 27.
  • 13. em representantes dos municípios em estruturas locais ou sub-regionais delimitados geograficamente, são estruturas que permitirão um cruzamento mais efectivo com os planos municipais de ordenamento do território, fazendo uma ponte de Poder mais efectiva entre planeamento sectorial e ordenamento do território. Conclui-se assim que:  Nas Regiões de Turismo, permitiu-se aos municípios grande flexibilidade na sua criação, no regime jurídico de 1982, o que levou à ” regionalização turística do território ”, todavia, com fortes dependências financeiras do Estado na actualidade, o que constitui motivo do seu enfraquecimento e concentração em 5 grandes Áreas Regionais de Turismo;  Tal enfraquecimento resulta ainda do facto de tais organizações estarem fora de esferas de planeamento e ordenamento do território e reduzindo- as a actividade de promoção e animação turística, o que constitui um custo grave para a eficiência da organização administrativa turística portuguesa, contraria a lógica utilitarista, de eficiência e de combinação política que justificam os “territórios turísticos”, o que pode perspectivar o prazo a sua transformação ou extinção jurídicas;  Onde existem potencial de combinação de ordenamento com promoção turística, o que acontece no novo regime jurídico dos pólos de desenvolvimento turístico, tal combinação política eficiente vai permitir o aparecimento de fortes organizações privadas de mercado (PIN +) acopladas aos pólos de desenvolvimento turístico;
  • 14. Quadro I. Os determinantes e as influências da capacidade de carga Todavia, o Estado Português não tem aproveitado todas as possibilidades que a análise histórica, sistemática, estrutural e funcional do seu ordenamento jurídico lhe permite entender, quanto à lógica de funcionamento dos “territórios turísticos”, enquanto organização híbrida que assenta em equilíbrios múltiplos de controlo, de hierarquia e de mercado e contratualização, com regimes e estruturas processuais duradouras, flexíveis e auto-referenciais, o que prejudica estratégias de planeamento e ordenamento turístico do território, como no presente para o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro.4 Os principais mercados geradores de turismo são áreas altamente desenvolvidas e urbanizadas. Muitas pessoas que residem nessas áreas querem fugir dos seus ambientes modernos e urbanizados e visitar áreas mais simples, menos desenvolvidas. Para esses, o turismo rural oferece uma alternativa ideal. Como o ecoturismo, o turismo rural é difícil de caracterizar com exactidão, visto que pode apresentar múltiplas formas (Lane, 1994). O turismo como “evento totalmente social” pode levar a mudanças estruturais na sociedade de forma a criar situações de conflitualidade entre os turistas e as populações locais. O Tursimo no Espaço Rural pretende ser uma 4 Cfr. MACHADO, Vírgilio Miguel, (2010) in Direito e Turismo como instrumentos de poder - os Territorios Turísticos, 1ª ediçao, editorial Novembro.
  • 15. forma controlada e contida de actividade e de mercado turístico dentre de uma carga que valorize os contextos locais, de pequena e média escala. A elasticidade da comunidade local em aceitar o turismo, esta dependente da forma como o operador turístico olha para a realidade local, isto é, se a prática turística é desenvolvida de forma a valorizar o ambiente, a natureza e o património local. No Turismo de Espaço Rural (TER) existe o reconhecimento de que a população local é parte da herança cultural, e portanto, merece ser valorizada, no respeito pela sua singularidade cultural e social. Evitando desta forma a construção de estereótipos etnográficos e folclóricos, mais ou menos plásticos e efémeros ao serviço de uma imagem publicitária que ilude e desvirtua a natureza antropológica das comunidades locais5 . O Turismo de Espaço Rural ou Turismo Rural é praticado em áreas rurais, possibilitando aos visitantes participar nas actividades quotidianas da vida rural. É intensamente procurado por pessoas que vivem e residem em grandes centros urbanos e que procuram no Turismo de Espaço Rural o descanso físico e mental. Este Turismo rural possibilita ao homem do campo, ou devia proporcionar uma alternativa económica que evite o êxodo rural e a consequente erosão e degradação dos espaços rurais de montanha. Os produtos turísticos devem ser o mais variado e diversificado possível, primeiro para evitar a concorrência do mercado, e segundo para evitar a massificação e a perda de biodiversidade dos territórios locais onde exerce a actividade turística. A diversidade, aparece-nos como um dos valores da atractividade turística, em função de um património cultural e ambiental singular. Aliás, alguns estudiosos desta área consideram mesmo que «o atractivo turístico possui, via de regra, maior valor quanto mais acentuado for o seu carácter diferencial, pois, o turista procura sempre aquilo que é diferente. 5 Sobre a questão da manipulação da Imagem e da sua autenticidade o antropólogo Fernando Matos Rodrigues, considera por exemplo que «Dominada pela cultura da imagem e por uma obsessão pelas imagens; aqui as massas humanas transformam-se elas próprias em objecto e imagem; no imediato o espaço visual pós-moderno perdeu o sentido da distância/tempo e do espaço/tempo, estamos perante um espaço homogéneo e fragmentado ao mesmo temo» in AS IMAGENS QUE NOS VÊEM (Bernardo Pinto de Almeida, Coord.)Porto, Edição da Associação Para o Desenvolvimento da Cooperação em Arqueologia Penínsular, 2003, pp.82-83.
  • 16. Todo o atractivo único, sem outros semelhantes, possui maior valor para o turista (De Rose, 2002:47).
  • 17. 5.1Turismo, Cultura e Mudança social O turismo é como um fenómeno económico e social que pode fazer com que haja mudanças estruturais na sociedade, isso afecta de diversas formas a população mundial, isto é, muitas pessoas modificam certos aspectos da sua cultura ao entrarem em contacto com diferentes novidades. 6 Em relação á cultura Geetz (1989) afirma que o Homem é um animal amarrado a teias de significados por ele mesmo. Nenhuma cultura pode ser transmitida de forma desprendida à sociedade, desta forma podemos dizer que as culturas são singulares e muito diversas e localizadas. O turismo tem força capaz de gerar impactos de diferentes magnitudes, a intensidade destes impactos são divididos na economia local, nacional ou internacional, no meio ambiente e na esfera sociocultural. Assim a actividade turística tem várias consequências nas comunidades podendo ser aspectos positivos ou aspectos negativos. No que diz respeito aos aspectos positivos podemos referir a valorização do artesanato local, a herança cultural, orgulho étnico, valorização do património histórico-cultural, intercâmbio cultural, troca de valores, vivencia emocional e espacial, melhorias em infra- estrutura pública e geração de empregos. Já em relação aos aspectos negativos referimos a falta de controlo local sobre a dinâmica da actividade, trivializarão ou perda de autenticidade, a fossilização das culturas, especulação imobiliária, descaracterização do artesanato e arquitectura, vulgarização das manifestações cultuais, autenticidade encenada, mudança nos costumes e valores. A vida social é afectada pela economia, por meio do consumo, dos lazeres, etc., pois “não só o trabalho, mas também as outras actividades 6 Cfr. GOMES, Mariana (2007) “Reflexões acerca da relação entre turismo e cultura” in Revista Espaço Académico, nº 73
  • 18. humanas, o que se chama de tempo livre, são organizados de modo a justificar e a perpetuar o modo de produção vigente” (JAPPE, 1999, p.25). O tempo de lazer torna-se uma imagem social para o consumo, é uma mercadoria dominada por momentos de lazer e de férias, esta deve ser oferecida como um “momento de vida real, retorno clínico deve ser aguardado” (DEBORD, 2004, p.106). O consumo tem como missão preencher o tempo livre dos trabalhadores e passa a ser a resposta para a felicidade. 7 Olsen (2001) coloca no horizonte 7 forças que conduzem a mudança: os activos e os capitais; as tecnologias; a saúde e a segurança; a nova gestão; o marketing, a distribuição e a capacidade de gestão; o desenvolvimento sustentável; e as tendências sociais. Coopere t al. (1998) alertam para a existência de dois tipos de variáveis a estudar: as variáveis exógenas e as variáveis relacionadas com o turismo. Puderam ser incluídas, nas variáveis exógenas, a política, a demográfica, a legislação e regulamentação, os blocos comerciais, o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas, as tendências sociais, as economias e o desenvolvimento regional, os mercados financeiros, o comércio internacional, a tecnologia, os transportes, a segurança e a protecção. E tecnologia, a concentração e a globalização mudam de forma decisiva a indústria do turismo actual. Pizam (1999:335), referindo-se aos estilos de vida e valores, sustenta que a perda de privacidade prende-se com o uso das novas tecnologias. No contexto da globalização, a sociabilidade aumenta a necessidade de viajar para visitar familiares, amigos, colegas em congressos e parceiros de negócios. Existe actualmente um problema, que já foi identificado por Coopere t al. (1998:454) que segundo o qual, nos países ocidentais, existe “a falta de financiamento do sector público e a retirada do apoio do apoio governamental” à indústria do turismo. 8 7 Cfr. HINTZE, Hélio César (2009) “A Sociedade do espectáculo in Revista Brasileira de eco-Turismo” vol.2 nº1, p.p. 63- 66. 8 Cfr. FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “as mudanças económicas, sócio-culturais e seus reflexos no sector do turismo” in Turismo Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora, p.p. 350 – 352.
  • 19. Hoje em dia, há uma literatura bastante desenvolvida sobre os impactos sociais e culturais do turismo. Muitas pesquisas são altamente especificas e podem, assim, atender a um interesse mais académico e ser menos relevante para os políticos. Entretanto, a experiência em diversos países constitui fenómenos gerais relacionados ao turismo. Em muitos casos, a regularidade com que esses fenómenos são reportados permite que os políticos prevejam certos impactos sociais e culturais a partir do desenvolvimento planejado do turismo. Muitos dos efeitos sociais e culturais do turismo são retratados como sendo essencialmente negativos; estudos recentes feitos por Kadt (1976) e O´ Grady (1981) detalharam casos em que o turismo causou mudanças profundas na estrutura, nos valores e nas tradições de sociedade. O termo sociedade pode se referir a um país, a uma região ou a um local específico e ao grupo de pessoas que vivem juntos num local. Hoje em dia, há uma literatura bastante desenvolvida sobre os impactos sócio culturais do turismo. Muitas pesquisas são altamente especificas e podem, assim, atender a um interesse mais académico e ser menos relevante para os políticos. Vale a pena observar que é fácil exagerar os impactos provocados pelo turismo. Por exemplo, certas áreas de um país talvez nunca sejam visitadas por turistas. O turismo tende a ser localizado e, com isso, os impactos tendem a ser inicialmente localizados. Se os impactos provocam mudanças, e se essas mudanças se espalham pela sociedade, isso será influenciado por uma vasta gama de factores, tais como o tamanho do país, a difusão geral da actividade do turismo e as crenças religiosas e culturais básicas. Até meados da década de 1970, grande parte dos estudos sobre o turismo era concentrada na medição dos benefícios económicos; pouca atenção era dada a uma característica fundamental do turismo internacional – a interacção entre turistas e a comunidade, local. Um estudo mais aprofundado sobre esse relacionamento nos tornou mais consistente dos problemas sociais, culturais e ambientais que podem
  • 20. surgir do turismo e principalmente de um crescimento acelerado do número de visitantes. Muitos dos efeitos sociais e culturais do turismo são retratados como sendo essencialmente negativos; estudos recentes feitos por Kadt (1976) e O´Grady (1981) detalharam casos em que o turismo causou mudanças profundas na estrutura, nos valores e nas tradições de sociedades. Há pouca dúvida quanto aos locais onde o turismo internacional tem alguma importância para um país, nesses locais o turismo torna-se um “elemento modificador” importante. O turismo internacional induziu tais mudanças, pois os turistas em geral permanecem no país visitado por um curto período. Eles trazem consigo as suas tradições, valores e expectativas. De certa forma os visitantes estrangeiros não se integram na sociedade, mas confrontam-se com ela. Quando um grande número de turistas, em geral de uma mesma nacionalidade chega a um país, há uma reacção inevitável. A reacção pode se dar de duas formas: como uma rejeição dos visitantes estrangeiros por parte da população local, ou como uma adopção dos padrões comportamentais dos estrangeiros, por parte dos habitantes locais, como sendo um “efeito de demonstração” social, como quando os habitantes locais copiam os tipos de roupas dos estrangeiros etc. Um ponto comum de discussão e acção é como consciencializar os turistas quanto aos costumes, as tradições e aos padrões locais. Quando os turistas chegam a um país de destino eles não se limitam a trazer consigo o seu poder de compra e a fazer com que se instalem comodidades para serem desfrutadas por eles. O turismo é um “evento totalmente social” que pode levar a mudanças estruturais na sociedade. Tais mudanças já podem ser vistas em todas as regiões do mundo.
  • 21. Durante a temporada de turismo, a população local não apenas tem que aceitar os efeitos de superlotação que talvez possam não existir em outras épocas do ano, mas também precisa modificar o seu modo de vida, alem de ter que viver em contacto com um tipo diferente de população, em sua maioria urbana, que esta naquele local apenas por lazer. Naturalmente a mudança nos valores sociais leva a uma alteração nos valores políticos às vezes com consequências desordenadas. Como o turismo é essencialmente uma actividade humana, é desejável evitar o conflito entre os visitantes e a comunidade local. Os padrões comportamentais dos visitantes podem ser aceitáveis ou toleráveis pela comunidade local. A elasticidade da comunidade local em aceitar o turismo está sujeita a diversos parâmetros qualitativos: á estrutura sócio – profissional da população local; ao nível de educação e conhecimento do turismo; ao nível de educação e conhecimento do turismo; aos padrões de vida e á força de cultura e instituições existentes. 9 9 Cfr.LICKORISH, Leonard J.; JENKINS, Carson L. (2000), “Aspectos Culturais e Sociais do Turismo”, “Turismo e Meio Ambeiente” in Introduçao ao Turismo, editora Campus ltda., p.p. 210-273.
  • 22. 5.2Turismo, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável O turismo engloba várias áreas desde o ambiente ao património, e a ainda a cultura que é própria de cada região. Mas para isso é necessário haver desenvolvimento sustentável, logo deve estar aliado a educação ambiental, o que é muito importante nesta área, o ambiente é um dos meios mais importantes, porque sem o turismo não há uma divulgação do ambiente e sem este produto o turismo não se alarga. Em Baião o turismo está em crescimento, pois é uma área em que é um bom local para o início da prática do turismo, pois tem todas as condições necessárias para a realização desta mesma. Esta região, tem também uma paisagem onde predomina o verde da florestação das nossas montanhas. Sendo que nas épocas de maior calor as pessoas possam aproveitar para um pequeno passeio num meio natural, entre outras actividades. O conceito de turismo sustentável deriva do desenvolvimento sustentável. De acordo com Bell & Morse (2000), nem mesmo a ampla gama de definições acerca do que é desenvolvimento sustentável foi capaz de reduzir a popularidade do conceito, de modo que, segundo Sadler (1999), o paradigma transformou-se no grande tema da actualidade e tem sido aplicado em todos os campos da actividade económica (Farsari & Prastacos, 2000). Contudo a perspectiva do que vem a ser turismo sustentável passa Figura 2. Localidade de Pinheiro, Baião.
  • 23. necessariamente pela perspectiva do que é o desenvolvimento sustentável que, esta em estreita associação com a emergência das preocupações relativas ao meio ambiente (Guattari, 1990). Tendo em conta este encadeamento faz-se uma breve reflexão sobre a evolução do pensamento ambiental: ao longo da história da humanidade a relação entre o homem e a natureza passou por diversas transformações. 10 O desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se o ambiente, a sociedade e a economia evoluírem de forma harmoniosa. Quadro II. O desenvolvimento sustentável 11 A natureza é como um recurso a serviço do homem, como ressalta Gonçalves (2004, p.33). Afirma Montibell Filho (2005) que, principalmente com descartes, cria-se uma visão científica antropocêntrica, já que só o homem tem matéria e intelecto ao mesmo tempo. Em meados dos anos 70 do século passado factores como o grande desenvolvimento das indústrias e os consequentes efeitos negativos na natureza fizeram despertar na sociedade uma maior preocupação com os 10 Cfr. KÖRÖSSY, Nathália (2008) “a questão do desenvolvimento sustentável na actividade turística: do “turismo predatório” ao “turismo sustentável”: uma revisão sobre a origem e a consolidação do discurso da sustentabilidade na actividade turística”, vol.8 nº2, p.p.59-64. 11 In “ Agenda 21 Local Armamar – Rumo ao Desenvolvimento Sustentável”
  • 24. rumos da exploração dos recursos naturais e suas consequências nos ecossistemas. Estudos pioneiros como os de Rachel Carson (“primavera silenciosa”, 1962) e de Dennis & Meadows (“os limites do crescimento”, 1972) associaram o nível de degradação ambiental as conquistas tecnológicas e a ânsia do lucro em curto prazo das sociedades industriais. O termo “desenvolvimento sustentável”, o qual é definido como o “desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras atenderam as suas próprias”. Em 1995 nas ilhas Canárias (Lanzarote-Espanha), é celebrada a conferência mundial de turismo sustentável, durante a qual foi elaborada a carta do turismo sustentável. Entre outras coisas, o documento chamava a atenção para o facto de que:  O desenvolvimento da actividade turística não deve ultrapassar os limites do ambiente natural, deve ser economicamente viável e equitativo para as comunidades locais;  Deverá haver a participação dos actores sociais envolvidos nos níveis local, regional, nacional e internacional;  O planeamento do turismo deve ser elaborado por governos e autoridades competentes, contando com a participação das comunidades locais e de organizações não governamentais, de forma integrada;  Defende a adopção de códigos de conduta;  Promoção de formas alternativas de turismo.
  • 25. No contexto do novo turismo surgem as práticas do turismo sustentável. O estudo do desenvolvimento, no Reino Unido, por Hobson e Essex (2001: 144) permite constatar que os gestores entendem as práticas de sustentabilidade, na prevenção de curto prazo da indústria de turismo, em termos económicos, e do volume de visitantes, em vez de ser associado a temas do ambiente. Hobson e Essex (2001), socorrendo-se do Brundtland Report, definem desenvolvimento sustentável como o “desenvolvimento que vai ao encontro das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas próprias necessidades (Hobson e Essex, 2001:2). Existe um dilema na escolha entre qualidade/sustentabilidade e preços baixos: as empresas não poderão oferecer produtos e serviços de elevada qualidade aos turistas, quando estes pegarem por um hotel 5 estrelas um preço ao nível de 3 estrelas. Actualmente o conceito de desenvolvimento sustentável remete-nos para um envolvimento activo dos governos, poderes locais, organizações internacionais, empresários, dirigentes sindicais, agricultores, jovens, organizações ambientalistas e outras organizações não governamentais. 12 No contexto do novo turismo surgem as práticas do turismo sustentável. O estudo desenvolvido, no Reino Unido, por Hobson e Essex (2001:144) permite constatar que os gestores entendem as práticas de sustentabilidade, na preservação de curto prazo da indústria de turismo, em termos económicos, e do volume de visitantes, em vez de ser associado a temas do ambiente. Hobson e Essex (2001), socorrendo-se do Brundtland Report, definem desenvolvimento sustentado como “o desenvolvimento que vai ao encontro das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas próprias necessidades” (Hobson e Essex, 2001:2). Existe um dilema na escolha entre qualidade/sustentabilidade e preços baixos: as empresas não puderam oferecer produtos e serviços de elevada 12 Cfr. FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “O Turismo Sustentável” in Turismo Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora, p.p. 190 – 193.
  • 26. qualidade aos turistas, quando estes pagarem por um hotel 5 estrelas um preço ao nível de 3 estrelas. Actualmente o conceito de desenvolvimento sustentável remete-nos para um envolvimento activo dos governos, poderes locais, organizações internacionais, empresários, dirigentes sindicais, agricultores, jovens, organizações ambientalistas e outras organizações ambientalistas e outras organizações não governamentais. Inovação Sustentável Desenvolvimento As mudanças económicas, sócio - culturais e tecnologias e seus reflexos no sector do turismo. O interesse do turismo no desenvolvimento sustentado é lógico, pois constitui uma indústria que vende o meio ambiente, físico e humano como seu produto. A integridade e a comunidade desses produtos tornaram-se a principal preocupação do sector, como é possível constatar na conclusão das duas conferências sobre Oportunidades Globais para os Negócios e o Meio Ambiente (Globo 90 a 92) em Vancouver. O que é necessário agora nesta área de pesquisa e de política de turismo é um esforço maior para unificar o interesse académico e governamental na busca de um desenvolvimento mais sustentado do sector envolvendo os seus principais operadores (a industria turística) e os seus imprescindíveis clientes (os turistas). Se for possível convencer esses três grupos a modificar suas perspectivas e a agir de acordo com os mesmos princípios, poderemos prever um progresso mais concreto do turismo e do desenvolvimento sustentado. O turismo não é uma actividade que se enquadre facilmente num conceito de sustentabilidade. O turismo internacional, por exemplo envolve grandes componentes de transporte, misturas culturais e competição feroz por
  • 27. recursos. O exame de cada aspecto de sustentabilidade com respeito á actividade e ao desenvolvimento do turismo resulta num quadro deprimente. As actividades de turismo podem também provocar rupturas da biodiversidade, pois envolvem desde práticas com danos mais persistentes, como caça e pesca, até danos menos óbvios, como observação da vida selvagem e caminhadas por colinas. O menos espectacular não é o menos devastador, como o crescente uso de combustíveis fósseis para consumo de energia e dessalinização da água, a construção de estradas, aeroportos e portos marítimos para servir a vigens de turistas. A introdução de grandes números de visitantes em áreas ambientalmente frágeis será sempre acompanhada por tensão entre o ambiente natural e o turismo.
  • 28. 5.3 Património, Cultura e Turismo No âmbito deste sub – tema Património, Cultura e Turismo verificamos que o Turismo de Ambiente entronca de forma profunda. Diferentemente das décadas de 60 e 70, os turistas em que preferiam um turismo de sol e praia, cada vez mais tem se fortalecido o turismo cultural onde os viajantes procuram contacto com culturas diferentes. O turismo cultural aparece em terceiro lugar nas preferências daqueles que viajam. Explorando o crescimento no interesse pelo turismo cultural relata que “ a procura é pela cultura actual e pela passada. Assiste se actualmente a uma procura sem procedentes por lugares históricos, ligados á petite histoire ou aos grandes feitos da história pública e social mais ampla.” (Mamede; et. al; 2008: 83). A exploração turística de aspectos culturais de um território deve ser feita de forma sustentável. Um planeamento turístico eficiente é essencial para se manter a identidade cultural do destino. Figura 3. Praia de Matosinhos
  • 29. O património não se restringe apenas a edifícios históricos, mas também abrange uma gama mais ampla de objectos que devem ser valorizados como identidade nacional e regional. A presença da actividade turística deve focar-se no fortalecimento de laços culturais na sociedade. Outro aspecto importante na preservação do património cultural é que pode possibilitar a participação de todas as camadas da população com a cultura local, esta participação é imprescindível para a preservação do património. O aproveitamento turístico de um determinado atractivo histórico-cultural pode ser uma mola impulsionadora para a valorização de todo o património cultural de um determinado destino. Em alguns casos a actividade turística causou prejuízos em certas culturas. Esta actividade por vezes gera a inclusão de novos hábitos e costumes que são diferentes dos que já existem no local, o que provoca uma alteração das características já vincadas. 13 No domínio da cultura e do património, e mau grado as carências infra-estruturais já referidas, o Entre Douro e Tâmega dispõe de alguns recursos importantes que estão todavia insuficientemente aproveitados. É verdade que a distribuição espacial destes recursos é muito desigual e que falta, quase sempre, dimensões criticas e projecção regional as actividades culturais desenvolvidas na região, fortemente monopolizadas pelas autarquias. Mas, mesmo assim, e evolução recente em matéria de animação o oferta cultural e os 13 Cfr. MAMEDE, Douglas M.J.A.; VIEIRA, Guilherme L.V.; SANTOS, Ana Paula Guimarães Santos (2008) “ Trens turísticos e Património cultural: como o turismo ferroviário resgatado, preservado e valorizado o património Cultural” in Caderno virtual de Turismo, vol. 8, nº2, p.p. 81-94. Figura 4. Cidade do Porto
  • 30. projectos de equipamentos em execução levam a pensar que esta área poderá constituir um importante pólo de desenvolvimento para a região e um motivo de atracção suplementar para a população da Região Metropolitana do Porto e do Noroeste Peninsular. Em termos patrimoniais, existe um conjunto muito significativo de monumentos e de edifícios de indiscutível valor arquitectónico e histórico: o centro histórico de Amarante, onde se insere o convento de S. Gonçalo e a ponte sobre o Rio Tâmega, os solares de Basto, as casas ligadas a figuras ilustres das artes e das letras portuguesas (Teixeira de Pascoaes e Amarante de Souza Cardoso, em Amarante e Eça de Queirós, em Baião), os monumentos nacionais como, por exemplo, a igreja Românica de Travanca, em Amarante, o convento de Ancede, em Baião, o castelo de Arnóia, em Celorico de Basto, e o Mosteiro de S. Miguel de Refojos. Figura 5. Mosteiro de S.Gonçalo, datado de 1540 de arquitectura Renascentista. Figura 6. Igreja Românica de Travanca, em Amarante, datada do século X.
  • 31. Em cabeceiras de Basto, ou ainda a igreja de Sta Maria, no Marco de Canaveses, um projecto moderno da autoria do arquitecto Álvaro Siza, e que constitui actualmente um dos pólos de atracção mais importantes da região. A este património poderemos ainda adicionar um conjunto muito significativo de sítios arqueológicos, nomeadamente da Serra da Aboboreira, a qual ocupa um vasto território pertencente aos concelhos de Baião. Marco de Canaveses e Amarante, o centro Arqueológico do Freixo no Marco de Canaveses, e ainda outros pequenos espaços arqueológicos de interesse local e regional disperso pelo espaço territorial do Entre Douro e Tâmega. Em matéria de espaços museológicos destaca-se, devido á sua dimensão regional, o museu Amadeo de Sousa Cardoso em Amarante, existindo, à escala municipal os museus de Marco de Canaveses e Baião (ligados sobretudo ao património arqueológico). Figura 7. Igreja de Sta Maria, em Marco de Canaveses, datada do século XX. Figura 8. Centro Arqueológico do Freixo, em Marco de Canaveses.
  • 32. A este propósito é importante, ainda, referir a existência do Núcleo Museológico Ferroviário do Arco de Baúlhe (a necessitar de algum dinamização). A falta de equipamentos e de produtos culturais é todavia um grande problema com que se debatem praticamente todos os municípios do Entre e Douro e Tâmega. Não existem centros culturais dignos desse nome, poços são os municípios que dispõe de salas de cinema ou de espaços de exposições temporárias, não existem companhias de teatro profissionais neste espaço e as actividades culturais propostas são, regra geral, de âmbito meramente local. De realçar, no entanto, que a Orquestra do Norte fixou-se, recentemente, em Amarante, tendo estabelecido protocolos com alguns dos municípios do Entre Douro e Tâmega, que o grupo de Teatro A Filandorra, sediado em Vila Real, tem Também alguns protocolos estabelecidos com algumas autarquias locais da região, que a fundação Eça de Queirós, sediada em Baião, desenvolve uma intensa actividade cultural, que a Associação Marânus, localizada em Amarante começou a dar os primeiros passos na animação cultural e que o Museu Souza Cardoso, organiza regularmente exposições de Figura 9. Núcleo Museológico Ferroviário do Arco de Baúlhe. Figura 10. Fundação Eça de Queiroz, Casa de Tormes.
  • 33. pintura. A tudo isto poderíamos ainda acrescentar um conjunto de eventos culturais promovidos pelas câmaras municipais como, por exemplo, os Prémios Amadeo de Souza Cardoso (pintura) e Teixeira de Pascoaes (poesia), organizados pela Câmara Municipal de Amarante, ou ainda a adesão a programas de animação externos, como é o caso do Festival de Musica de Mateus ou dos programas de musica do Ministério da Cultura. Para ultrapassar as actuais carências em matéria de infra-estruturas e equipamentos, os municípios da região têm em curso alguns projectos importantes mas quase todos numa lógica de satisfação das necessidades básicas dos da procura local: construção de bibliotecas e de arquivos municipais, pequenos auditórios ou salas de espectáculos. Os investimentos realizados, ou a realizar nos próximos anos, contribuirão para melhorar os níveis de cobertura mas não permitirão resolver o enorme deficit de animação com que se debate a região. É, pois, neste domínio que devem ser feitas as principais apostas a fazer no âmbito desta intervenção, não só em termos de criação de eventos de âmbito regional os nacionais mas, sobretudo, em termos de organização e qualificação dos eventos já realizados, de forma a aproveitar eficazmente os recursos patrimoniais e culturais existentes no Entre Douro e Tâmega. Figura 11. Câmara Municipal de Amarante
  • 34. O património Cultural inerente aos monumentos classificados ou em vias de classificação e completando com um vasto acervo de outras referencias históricas e literárias e literárias que vão do campo arqueológico da serra da Aboboreira (o maior conjunto neolítico estudado na península), a diversidade de vestígios castrejos e de outras eras, os percursos da época romana e das peregrinações a Santiago, ao lugar mítico que é a casa e Quinta de Tormes. O património funciona sempre como a consciência unificadora de uma identidade Histórico-Cultural, como se pode verificar, visitando em Ancede, a Igreja Paroquial; o convento de Ermelo; O mosteiro de Ancede; as capelas de São Domingos, da Nossa Senhora do Bom Despacho, de Santo António, da senhora das Boas Novas e de Nossa senhora de Ao Pé da Cruz e uma série de casas senhoriais que relembram o passado glorioso das classes nobres em Portugal. 14 14 Cfr. SERDOURA, Pedro (2007) in o Mosteiro de Ancede – Património Cultura e desenvolvimento Local. Figura 12.Monumento megalítico, Serra da Aboboreira, Baião. Figura 13. Mosteiro de Ancede, datado do século XVIII.
  • 35. 5.4Lazer e Natureza no Turismo Rural Num movimento histórico e pendular, segmentos significativos da sociedade têm voltado atenção à realização de actividades lúdicas em áreas verdes, montanhas, cavernas, lagos, rios, cascatas e outros do meio ambiente natural. O ecoturismo ou turismo ecológico envolve uma serie de acções voltadas para o contacto com paisagens, acarretando impactos mínimos à flora e fauna. Com a sistematização das viagens ao cenário natural, com base em princípios de educação ambiental, o ecoturismo acabou por manter relação com inúmeras actividades: desportos de aventura na natureza, turismo rural, observação da fauna e flora, estudos do meio. Essas interfaces ocorrem de modo a termos um campo de similaridades muito maiores que a especificidade de cada tipo de turismo verde. É nítida a proximidade e as relações entre os turismos rural e ecológico. O turismo rural tem sido uma das proximidades contemporâneas de lazer mais identificadas com visitas à natureza. Existem alguns pontos que explicam essa proximidade. A primeira está nas pessoas esbarrarem na difícil localização de unidades de alojamento próximas às áreas visitadas (reservas, parques, sítios naturais, unidades de conservação). Na busca de sensações no meio ambiente natural, as pessoas optam por locais intermediários entre a cidade e a natureza para realizarem acções básicas como alimentação, repouso e acesso aos recursos materiais e ao património cultural. Com mais flexibilidade da oferta e grande segmentação da demanda, o turismo está sendo distribuído a partir de nichos com interesses específicos. As pessoas estão encontrando no turismo rural satisfação de diversos interesses relacionados ao desporto, á cultura local, á aventura e, especialmente, ao ecológico. Para alguns segmentos, está claro que o contacto com o meio ambiente pode ser efectivado em propriedades rurais ou por intermediação delas. A identificação do rural com o natural vem sendo construída na actualidade a partir de políticas económicas que entendem os pequenos produtores de regiões desfavorecidas como “guardiões da natureza”. A politica europeia de “duas velocidades”, por exemplo, subsidia a preservação ambiental em áreas
  • 36. estagnadas e esquecidas do projecto de modernidade ( Graziano da Silva et al., 2000: 43). Em relação ao primeiro conceito, o turismo no espaço rural engloba a totalidade da exploração turística no meio rural. Entendemos como sendo turismo no espaço rural, qualquer actividade turística no meio rural, desde spa´s até parques temáticos. Esse turismo não requer clara identidade entre as actividades de lazer e o ambiente onde as mesmas ocorrem. O segundo tipo seria o turismo rural, assemelhando – se a uma prática alternativa, mais branda, de atendimento pessoal e familiar, envolvendo a comunidade e comprometida com o equilíbrio ambiental. Bravo (2000:10) lembra que os próprios eixos norteadores da actividade turística no campo, adoptados pela Embratur, anteviram – na como: “economicamente viável, ecologicamente correcta, socialmente justa e verdadeiramente rural”. Logo, turismo rural responde ao colectivo de incursões turísticas de lazer praticadas no campo, mas interligadas ao modo de produção agro-pecuário e aos recursos naturais e culturais locais. Essa proposta adopta aspectos culturais característicos do meio rural, entendendo a sustentabilidade da actividade para além de factores financeiros. Ruschmann (2000:64), lembra que em formas “puras” de turismo rural sempre há o desafio em não ser turismo convencional e agregar valor económico á natureza, ou seja, promover a estabilidade ecológica do meio natural. Em acréscimo, no turismo rural é possível ter contacto com comunidades e suas manifestações. Por fim, haveria uma forma mais específica de turismo, denominada agro- turismo. Nesse modelo há interacção das pessoas na natureza e nas actividades agrícolas. O agro-turismo tem como diferencial proporcionar ao turista a possibilidade de participação nos trabalhos agrários, mas também está voltado para a venda de produtos, agregando valor ás matérias-primas da localidade.15 Um número cada vez maior de pessoas tem diferentes expectativas do turismo, em especial aquelas que viajam com frequência. 15 Cfr.PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis; MARINHO, Alcyane; BRUHNS, Heloisa Turini (2003) “Lazer e Natureza no Turismo Rural” in Turismo, Lazer e Natureza, 1ªediçao, editora Manole ltda., p.p.131-134.
  • 37. Essas novas expectativas são parcialmente causadas pela evolução do turismo. A gama de produtos e serviços oferecidos, inclusive o destino, torna- se mais sofisticado e criativo. Um sector que tem recebido muita atenção nos últimos anos é o ecoturismo. Existe um consenso geral de que o ambiente físico é o foco da actividade.  Proporciona uma experiencia directa com relação a um lugar.  Proporciona uma experiencia educacional que desenvolve nos visitantes a compreensão e a apreciação do local visitado e promove comportamentos adequados e ética preservacionista.  É ambientalmente responsável e utiliza várias estratégias para minimizar os impactos negativos.  Maximiza os retornos económicos do lugar (Bottril & Pearce, 1993; Scare, 1995). Entre os países cujo turismo parece ser movido por preocupações ecológicas, estão Belise (com crescimento turístico de cerca de 140% no período de 1981 a 1990), Quénia (115%) e Costa Rica (31%). Acredita-se que certas tendências em turismo, como a experiencia e a sofisticação crescentes dos viajantes e o desejo de auto desenvolvimento através de viagens, gerem mais interesse nas experiencias ecoturísticas (Poon, 1993; Urry, 1990; 1994). As actividades ecoturísticas visam proporcionar acesso a ambientes naturais remotos, raros e/ ou espectaculares. Os passeios que se concentram na observação da vida selvagem são outra forma importante de ecoturismo. 16 16 Cfr.Organizaçao Mundial de Turismo (2003), in Turismo Internacional – uma perspectiva global, Bookman.
  • 38. 6. Turismo de Massas versus Turismo de Habitação Nos dias de hoje, o turismo, está muito centrado em grandes locais mediáticos, como parques temáticos, em que ocorrem centenas de pessoas todos os dias e em que vão só para estarem dentro daquele local a usufruírem da oferta disponível e pouco mais. O turismo hoje é uma actividade popular e massificada. A própria estadia é feita na maioria em grandes hotéis, onde a própria privacidade é restrita, e onde o individuo pouco mais vê ou conhece no local onde se encontra que as próprias instalações. O turismo de massas é um turismo de evasão ao meio, e com o efeito de imitação. Este funciona como um engodo. Segundo uma definição o turismo de massas “é um turismo realizado pelas pessoas de menor nível de rendimentos, viajando em grupos, com gastos reduzidos e permanência de curta duração”. Isto faz com que as pessoas de baixo rendimento acorram em maior número a este tipo de turismo, como indica a própria definição, logo isto faz com que o turismo de massas seja mais procurado que o próprio turismo de Habitação. Devido ao facto de o turismo de Habitação ser um turismo dito dispendioso, e isto faz com que só pessoas de classe média alta procurem e usufruam deste. Por exemplo, uma agência de viagens pode fazer uma grande promoção que consegue atrair vários turistas, e apesar de estas agências perderem dinheiro, como os turistas acabam por em princípio de gostarem dos locais a que foram, quando os preços voltam ao normal estes apesar do preço, tornam a viajar e pagam o que for preciso e as agências Figura 14. Egipto. In “Álbuns do Picassa.
  • 39. recuperam o dinheiro perdido e ainda mais. O turismo de massas funciona, através da “sedução” do indivíduo. Fazem com que o turista se habitue a gastarem dinheiro através de uma abordagem inicial, ou seja um incentivo. Por exemplo, uma agência de viagens pode fazer uma grande promoção que consegue atrair vários turistas com preços inicialmente baixos, e apesar de estas agências perderem dinheiro, como os turistas acabam por em princípio de gostarem dos locais a que foram, quando os preços voltam ao normal estes apesar do preço, tornam a viajar e pagam o que for preciso e as agências recuperam o dinheiro perdido ou ainda mais. O turismo de Massas obriga as pessoas a dirigirem-se a um só objectivo. Este turismo é estrategicamente montado e não dá muita hipótese de escolha. Restringe se a um pacote onde não há margem de manobra. Tem também como característica ser racionalmente organizado. Os empresários fixam-se nas regiões de grande procura turística sem darem grande importância aos já habitantes e aproveitam ao máximo essa procura até que esta deixe de ter o valor inicial, e depois simplesmente deixam novamente a região ficando para trás apenas os destroços e as pessoas pobres ainda mais pobres e problemas ambientais devido á quantidade excessiva de pessoas.
  • 40. Mas o turismo de massas está a entrar em declínio, devido ao aumento da procura de um turismo mais direccionado para o contacto com a natureza, e onde tenha menos concentrações de pessoas. Aí poderemos entrar no Turismo de Habitação, um turismo onde pequenas casas datadas de séculos passados e com grande valor histórico para a região se disponibilizam para receber turistas que procuram tranquilidade, requinte e um tipo de estadia mais aberto, ou seja, um turismo em que o indivíduo não se restringe a um local e a uma actividade. Quadro III. Componentes dos Turismos de Nicho, segundo Robinson e Novelli O Turismo de Habitação está também ligado a famílias, que tal como o nome indica, estas vivem na própria casa em conjunto com os visitantes. Estas famílias que vivem nas casas são um género de guardiões do património ali existente fazendo uma preservação do território em redor e da própria cultura.
  • 41. As casas demonstram as tradições, os gostos, e o património de gerações, que quando o turista se instala, fica a conhecer a história mais pessoal da família. Mas o Turismo de Habitação não consegue prosseguir se a própria região não tiver viabilidade económica e social. Um local para poder receber turistas, que vêm de várias partes do mundo, necessita de ter algo de atractivo para além da própria casa. O meio envolvente também tem de ter um aspecto minimamente apetecível para que o indivíduo possa se sentir confortável num meio rural, mas com todas as condições necessárias para uma boa estadia. A partir de 22 segmentos de mercado, que constituem a procura turística, dos turistas que escolhem Portugal, foram construídos os factores turismo ibérico, turismo de nichos e turismo de massas. Estes 3 factores foram extraídos pelo método de Análise de Componentes Principais, com Rotação Varimax, e foi feito o teste de consistência, pela obtenção do coeficiente Alpha de Cronbach para cada factor. Os resultados levaram á seguinte distribuição dos segmentos, pelos 3 factores:  Factor IBÉRICO – Elevado rendimento, sénior, famílias, negócios, conferências, proximidade, mercado nacional, mercado ibérico, turistas falam castelhano;  Factor NICHOS – Turismo activo, juvenil, de eventos, culturais, religioso, de saúde, de desporto, outros;  Factor MASSAS – Classe económica, massas, sol e praia, lazer. Com base no valor das Médias, conclui – se que Portugal tem apostado sobretudo nos segmentos de mercado que integram o turismo de massas (Firmino, 2006 b). 17 17 Cfr. FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “ Turismo de “elite” versus turismo de “massa” in Turismo Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora, p.p. 79 - 80
  • 42. 6.1 O impacto económico do turismo O turismo internacional é uma exportação invisível, no sentido de que cria um fluxo de moda estrangeira para a economia de um pais de destino e com isso contribuir directamente para a situação da balança de pagamentos. Com outras indústrias de exportação, esse influxo de renda gera futuramente nas empresas, emprego, renda familiar e receita governamental. Entretanto o processo de geração não cessa nesse ponto. Uma parte do dinheiro recebido pelas empresas, pelos indivíduos e pelos órgãos governamentais é gasta dentro da economia de destino, criando assim novos giros de actividade económica. No total, esses efeitos secundários podem superar consideravelmente em magnitude os efeitos directos iniciais. Na verdade qualquer estudo que pretenda mostrar o impacto económico do turismo precisa tentar medir o resultado total das series sucessivas de actividade económica geradas pelo gasto inicial. Esse processo foi documentando, assinalando-se as forças, fraquezas e limitações das várias abordagens. O turismo interno tem efeitos bastante semelhantes sobre as regiões anfitriãs de um país. No entanto, ao passo que o turismo internacional leva para o país um fluxo de moeda estrangeira, o turismo interno redistribui especialmente a moeda dentro das fronteiras desse país. Do ponto de vista de uma região turística dentro de um pais, porem, o turismo interno é uma forma de exportação invisível. O dinheiro ganho em outras regiões é gasto dentro da região anfitriã, gerando um aumento da receita das empresas, dos empregos, da renda e da receita do governo local. Assim, o processo da renda secundariam, da geração de renda e de emprego dentro da região anfitriã, é igual ao da economia nacional. A principal diferença durante esses estágios secundários, entretanto, é que as regiões dentro de um país são normalmente menos independentes economicamente, e por isso é provável que uma proporção bem maior do dinheiro transborde do sistema regional para outras
  • 43. regiões. Os efeitos secundários em regiões especificas são bem menores em magnitude do que na economia nacional como um todo. Além disso, o turismo parece ser mais eficiente do que outras indústrias para gerar emprego e renda nas regiões menos desenvolvidas, frequentemente distantes, de um país onde as oportunidades alternativas de desenvolvimento são mais limitadas. Na verdade é nessas áreas que o turismo pode ter o seu impacto mais significativo. Em tais lugares uma grande parte da população vive da agricultura de subsistência ou são pescadores, e quando se envolvem na indústria do turismo sua renda familiar sofre um acréscimo bastante grande em termos relativos. O crescimento do turismo em tais áreas pode fornecer também um incentivo monetário para a continuidade de muitos artesanatos artísticos locais, ao passo que os hotéis para turísticas criam um mercado para a produção local. Na verdade a introdução de uma industria de turismo em tais áreas pode ter um efeito proporcionalmente muito maior sobre o bem-estar da população residente do que o resultante da mesma quantidade de turismo em partes mais desenvolvidas do país. O desenvolvimento do turismo, sobretudo numa parte do país que anteriormente era subdesenvolvida, exige a existência de uma infra-estrutura, assim como acomodação em hotéis e outras instalações específicas para o turismo. Em muitos casos essas companhias de serviços públicos são economicamente indivisíveis, no sentido de que ao fornecer os serviços para o sector do turismo elas ao mesmo tempo os tornam disponíveis para o uso da população local. Assim, em muitos países as estradas e os aeroportos, construídos principalmente para servir ao turismo, agora oferecem um acesso a mercados maiores para muitos bens produzidos no lugar. Infelizmente, entretanto, em muitos casos a população local ainda recebe poucos benefícios directos dessas melhorias. Isso é essencialmente um problema de distribuição física e económica, isto é, da extensão e da velocidade com que essas facilidades devem ocorrer. À medida que o turismo continua a crescer numa região, suas exigências sobre os recursos escassos da área são cada vez mais maiores. É necessário, sobretudo, terra, e consequentemente o preço dela sobre.
  • 44. Os donos de terra locais são incentivados a vender a sua propriedade, e o resultado é que, embora possam obter ganhos a curto prazo, no final a única coisa de que eles dispõem é de seu trabalho de baixa remuneração. Na verdade a maior parte do benefício decorrente da elevação dos preços da terra é recebida pelos especuladores, que compram a terra dos proprietários anteriores antes de ela ter sido designada para um empreendimento turístico. Entretanto esses problemas podem ser superados se num estagio inicial o governo comprar a terra por um preço justo, de mercado, ou se a terra for alugada, em vez de vendida para os geradores de iniciativas turísticas. As forças de mercado não garantem necessariamente que o empreendimento turístico acompanhará a demanda. Há necessidade de planeamento realista e da fiscalização efectiva do cumprimento das regulamentações do planeamento para reduzir os possíveis conflitos de interesse e, quando for o caso, conservar características notáveis e incomuns para o desfrute de gerações futuras de visitantes assim como de residentes. Essa é uma ligação que tem sido aprendida um tanto tarde em muitos países desenvolvidos. Superficialmente, pelo menos, os “benefícios” económicos do turismo parecem evidentes. Mas nos últimos anos muitos escritores tem manifestando reservas sobre a natureza e o tamanho dos benefícios atribuíveis ao turismo e tem se tornando crescentemente cépticos quanto às potencialidades do turismo como uma ferramenta para o desenvolvimento e o crescimento e como um meio de maximizar o bem-estar da população nativa. O que se discute é essencialmente a alocação de recursos e se o desenvolvimento do sector de turismo oferece ou não o uso óptimo dos recursos disponíveis – em outras palavras, ma avaliação dos recursos e benefícios do desenvolvimento do turismo em relação às alternativas. 18 18 Cfr. ARCHER, Brian, COOPER, Chiris ( 2002), “os Impactos positivos e negativos do Turismo” in turismo global, editora SENAC, p.p 87-89.
  • 45. 6.2Educar e Sensibilizar para a prática do Turismo Rural É necessário sensibilizar as pessoas para a boa prática turística. Existem condutas que é preciso respeitar para que o espaço se conserve em bom estado e para que gerações vindouras possam igualmente usufruir do património local, cujo objectivo é a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos. Este tipo de educação é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objectivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter- relações entre os seres humanos, entre as suas culturas e entre os meios biofísicos. Também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética, que conduzem para a melhora da qualidade de vida. Trata-se de um processo pedagógico participativo permanente para incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, estendendo se á sociedade a capacidade de captar a génese e a evolução dos problemas ambientais. O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um mínimo de interferência nos ecossistemas, culminou, nos dias de hoje, com uma forte pressão exercida sobre os recursos naturais. Torna-se clara a necessidade de mudar o comportamento do homem em relação à natureza, no sentido de promover, sob um modelo de desenvolvimento sustentável, a compatibilização de práticas económicas, com reflexos positivos evidentes na qualidade de vida dos cidadãos. Os princípios e valores em que assenta o cuidar do outro têm a sua génese nos direitos fundamentais que devem ser promovidos e garantidos a todos os residentes, famílias, colaboradores, dirigentes, especialistas e todos os restantes com quem a organização se relacione. O técnico de turismo também é um educador, tem de transmitir a ideia de que o território é algo que se tem de preservar.
  • 46. Busca do equilíbrio entre: Natureza ↔ Sociedade ↔ Economia Sustentabilidade Salvo as intervenções de ordem estrutural, operacional e de segurança, as áreas naturais não devem ser adaptadas aos visitantes. Estes é que devem se preparar para a visitação. A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou colectivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros. (UNESCO, 1987). Os momentos de contacto com a natureza podem actuar como elemento de sensibilização e nos tornar pessoas conscientes da importância das nossas atitudes no dia-a-dia. A intensidade do aprendizado dá se de acordo com a intensidade das emoções vividas nestes momentos. O ser humano que aprende através da emoção, apreende os ensinamentos transmitidos. Enquanto participamos nas actividades lúdicas, ficamos em harmonia no âmbito físico e emocional, e sensibilizados em relação ao tema vivenciado. Outra forma de compreender a sensibilização consiste numa busca do plano ético. Atingir o espírito do indivíduo de forma a transformá-lo numa pessoa sensível às contingências ambientais a que está e estará submetido. Esta concepção, que une o modo físico de usar os sentidos, tem a ver com a consciência, com o estar com as coisas; o indivíduo tem que poder relacionar aquilo que sabe com o que sente.
  • 47. Temos que interagir com os elementos do entorno e, ao mesmo tempo, compreender que cada acção humana tem um impacto nos sistemas naturais e nos criados pelos seres humanos. Figura 15. A interpretação ambiental O ser humano precisa aprender um mínimo de conhecimento sobre o próprio entorno ecológico para reflectir sobre as consequências de suas atitudes sobre o meio e assim, poder assumir decisões conscientes. Para todas as acções existem sempre várias alternativas possíveis e cada uma delas com diferentes efeitos. Interpretação Ambiental é uma tradução da linguagem da natureza para a linguagem comum das pessoas, fazendo com que percebam o mundo que nunca tinham visto antes. A forma da abordagem interpretativa, é que diferencia a Interpretação da simples comunicação de informações. Em 1957 Freeman Tilden, um dramaturgo e filósofo americano estabeleceu as bases e a filosofia da Interpretação, através dos seguintes princípios:
  • 48. 1- A Interpretação deve relacionar os factos com a personalidade ou a experiências anteriores das pessoas a quem se dirige; não sendo assim é estéril; I2- A informação como tal não é interpretação. A Interpretação é uma revelação que vai além da informação, tratando dos significados, inter-relações e questionamento. Porém, toda Interpretação inclui informação; ambiental 3- A Interpretação é uma arte que combina muitas outras artes, (sejam científicas, históricas, arquitectónicas), para explicar os temas, utilizando todos os sentidos para construir conceitos e provocar reacções no indivíduo; 4- O objectivo fundamental da Interpretação não é a instrução mas a provocação. Deve despertar a curiosidade, ressaltando que parece insignificante; 5- A Interpretação deve tratar do todo em conjunto e não de partes isoladas; os temas devem estar inter-relacionados; 6- A Interpretação para crianças não pode ser apenas uma diluição da apresentação para adultos; deve ter uma abordagem fundamentalmente diferente. Para diferentes públicos (crianças, adultos, interesses, formações), deve haver programas diferentes. A Interpretação Ambiental, com a sua forma própria de comunicação - abordagem interpretativa - pode ser utilizada como instrumento educativo dos mais eficientes, aliando recreação e educação.
  • 49. 7. Estudo de Caso 7.1 Casas Familiares ao serviço do Turismo de Habitação A Quinta de Marnotos é actualmente uma Propriedade de Turismo Rural, situada entre montes e vales, que possui três casas em pedra, rústicas, com mais de 200 anos totalmente recuperadas e apetrechadas para que desfrute de uma estadia inesquecível. Na quinta poderá dar longos passeios a pé numa envolvente totalmente natural, onde o som das aves, da água que jorra em bicas de pedra por todo o espaço e a cuidada vegetação, criam um ambiente de completa paz e tranquilidade. A pensar no seu conforto edificámos uma excelente piscina e dotámos as três casas de moderno equipamento. As casas possuem um logradouro para seu uso exclusivo. Figura 16. Vista exterior da Casa Principal Figura 17. Casa da Eira - Casa com um piso
  • 50. O Casarão data do século XIX, não obstante está presente todo o conforto exigível nos nossos dias. Dispõe de 5 quartos/10 camas. Os quartos têm todos casa de banho privativa e televisão. Dispõe também de uma piscina para utilização dos hóspedes. Na casa e suas dependências (sala de convívio - exterior ao edifício principal), goza-se de total privacidade e paz, coisas que se vão tornando cada vez mais difíceis de encontrar e que sabem bem melhor no ambiente hospitaleiro de uma casa portuguesa tradicional do Norte. Situado em plena zona de transição da paisagem de Entre- Douro e Minho e o planalto transmontano, na freguesia de Santa Marinha do Zêzere. O Casarão será o pretexto para múltiplas viagens no espaço e no tempo e para a contemplação e o enlevo diante de uma pureza primitiva difícil de encontrar noutras paragens. Tudo isto foi outrora motivo de inspiração para o autor de "A Cidade e as Serra", também Camilo Castelo Branco aqui viveu algumas das suas paixões e escreveu alguns dos seus livros. Figura 18. Casarão – Santa Marinha do Zêzere Figura 19. Piscina exterior Figura 20. Salão de refeições
  • 51. 7.2Casa, Família e Património A quinta de Marnotos é gerida pelo senhor José dos Santos, em Gestaçô, Baião. A sua tipologia é de Turismo no Espaço Rural. A sua capacidade hoteleira é de 5 camas. Em 2009 o número de clientes foi de mais de 40 indivíduos. O número de colaboradores desse mesmo ano foi de 1 permanente e mais de 2 sazonais. Para o proprietário as atenções culturais urbanas, a capacidade de acolhimento, o desporto de natureza e existência de atracções diversificadas num espaço próximo, a gastronomia, a paisagem natural e tradicional, os pontos atractivos, a possibilidade de observação da fauna e flora selvagem e as atracções culturais no território são aspectos muito importantes para o turismo da região. Sendo a capacidade de acolhimento convencional e o desporto motorizado aspectos importantes mas de menos relevância. Na opinião do proprietário os aspectos que poderiam desenvolver o turismo rural de baião eram o melhoramento das infra-estruturas, nomeadamente: limpeza, abastecimento de electricidade e água, publicidade a nível nacional e internacional. E os principais benefícios, e os mais importantes, que resultariam na requalificação do património cultural e arqueológico do concelho de baião no Turismo no Espaço Rural seriam: o contributo para o desenvolvimento local e nível de vida na região, a criação de emprego local de curta duração, o aumento da atractividade natural da zona, o aumento do numero de visitantes, a fixação dos turistas por longo período de tempo, o menor isolamento da região e manter os valores tradicionais da cultura regional. O Casarão é gerido pela senhora Claudina Amorim, em Santa Marinha do Zêzere, Baião. A sua tipologia é de Turismo no Espaço Rural. A sua capacidade hoteleira é de 7 camas e de 300 lugares de restaurante. Em 2009 o número de clientes foi de mais de 200 indivíduos. Para a proprietária o Turismo de Natureza é uma actividade decisiva para o desenvolvimento da região, e as atenções culturais urbanas, a capacidade de
  • 52. acolhimento, o desporto motorizado, a existência de atracções diversificadas num espaço próximo, a gastronomia, a paisagem natural e tradicional, os pontos atractivos, a possibilidade de observação da fauna e flora selvagem e as atracções culturais no território são aspectos muito importantes para o turismo da região. Sendo o desporto de natureza aspectos importantes mas de menos relevância. Na opinião da proprietária os aspectos que poderiam desenvolver o turismo rural de baião eram que as entidades se encontrassem abertas ao sábado e domingo tais como: Fundação Eça de Queiroz, a Casa das Bengalas em Gestaçô, etc. E os principais benefícios, e os mais importantes, que resultariam na requalificação do património cultural e arqueológico do concelho de baião no Turismo no Espaço Rural seriam: o aumento da atractividade natural da zona, o aumento do numero de visitantes, a fixação dos turistas por longo período de tempo, e manter os valores tradicionais da cultura regional. Os benefícios que acha importante para o desenvolvimento de Baião são: organizar um roteiro gastronómico, cultural e arqueológico para futuros visitantes ter e saber o que visitar em Baião. Em comparação, a Quinta de Marnotos em Gestaçô e o casarão em Santa Marinha do Zêzere, no concelho de Baião, são duas casas de tipologia de Turismo Rural. O Casarão, tem cerca de 7 anos e cerca de 300 lugares de restaurante. Em termos de capacidade a Quinta de Marnotos é inferior, só possuindo 5 camas e sem restaurante. Também quanto ao número de clientes existe uma divergência notável. O Casarão durante o ano de 2009 teve mais de 200 clientes enquanto a Quinta de Marnotos não ultrapassou os 50 indivíduos. Os dois proprietários em relação á importância de certos aspectos para o turismo na região estão na sua maioria em concordância. Ambos pensam que o Turismo de Natureza e Cultural é uma actividade decisiva para a região, e que desde as atracções culturais urbanas até á gastronomia e a paisagem natural são aspectos fulcrais para o desenvolvimento do turismo regional. Na opinião do proprietário da Quinta de Marnotos, os aspectos a desenvolver para o turismo em baião eram o melhoramento das infra- estruturas, desde a limpeza a uma maior publicidade tanto a nível nacional e a
  • 53. internacional. Já na opinião da proprietária do Casarão o que se poderia mudar era o facto de as entidades da região passarem a estar abertas ao fim de semana. No que toca aos benefícios que resultariam na requalificação do património cultural e arqueológico, os dois proprietários também se encontram em concordância. Ambos pensam que o aumento da atractividade natural, o aumento do número de visitantes e uma maior fixação dos turistas por um longo período de tempo ajudaram nessa requalificação. Por fim a proprietária do Casarão refere que seria importante para o desenvolvimento de Baião organizar roteiros para que futuros turistas pudessem saber os pontos fulcrais a visitar e a conhecer em Baião.
  • 54. 7.3Rota Concelho de Baião Quinta de Marnotos, Gestaçô Casarão, Santa Marinha do Zêzere Quinta de Marnotos Casarão
  • 55. Acessibilidades: Para se dirigir ao Casarão vai pela A4: Direcção Amarante / Vila Real: saída Mesão Frio / Régua - direcção Santa Marinha do Zêzere (EN 304-3: Km 43/44). Figura 21. Mapa da Localização do “Casarão”
  • 56. Para se dirigir á Quinta de Marnotos vai pela A4: Direcção Amarante / Vila Real: saída Mesão Frio / Régua - direcção Santa Marinha do Zêzere, Ermida, Gestaçô (EN 304-3: km 39/40). Figura 22. Mapa da Localização da “Quinta de Marnotos”
  • 57. 8. Infra-Estruturas e Equipamentos Turísticos Casa de Marnotos Casa do Canastro - Casa Duplex  Suite com 2 camas individuais  Sala e Kitchenette totalmente equipada  Sofá cama de casal  Lareira  Ar condicionado  Televisão Plasma  Antena Parabólica com 300 canais  DVD  Churrasco  Mesa de Pedra no exterior  Rede de descanso brasileira Casa da Eira - Casa com 1 Piso  Suite com cama de casal (banheira de hidromassagem)  Sala e Kitchenette totalmente equipada  Sofá cama de Casal  Lareira  Ar condicionado  Televisão Plasma  Antena Parabólica com 300 canais  DVD  Churrasco  Mesa de Pedra no exterior  Rede de descanso brasileira  Acesso a cadeiras de deficientes motores
  • 58. Casa das Tílias - Casa Duplex  Suite com 2 camas individuais  Sala e Kitchenette totalmente equipada  Sofá cama de Casal  Lareira  Ar condicionado  Televisão Plasma  Antena Parabólica com 300 canais  DVD  Churrasco  Mesa de madeira no exterior  Varanda típica em madeira  Terreno exclusivo todo murado com acesso independente O Casarão  2 piscinas (adultos e crianças)  5 quartos ( 7 camas)  TV  Casa de banho privativa  Sala de jantar  Cozinha rústica  Sala de estar
  • 59. 9. Análise SWOT A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), usada como base para gestão e planeamento estratégico de uma organização ou empresa, mas que pode, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário. A Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão (Tarapanoff, 2001). Neste caso, tentamos estudar as casas no contexto de turismo de habitação. O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrónimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Assim, a análise SWOT, segundo Tarapanoff (2001), corresponde à identificação, por parte de uma organização, e de forma integrada, dos principais aspectos que caracterizam a sua posição estratégica num determinado momento, tanto ao nível interno como externo (forma como a organização se relaciona com o seu meio envolvente). Em termos de análise interna, a análise SWOT propõe a identificação dos principais pontos fortes (Strengths) e pontos fracos (Weaknesses). Do breve diagnóstico efectuado foi possível elaborar a análise SWOT que a seguir se apresenta, na qual se sumariam os pontos fortes e fracos, que impendem sobre o desenvolvimento turístico desta Região. Oportunidades Ameaças  Paisagem única;  Vasto e rico Património Histórico-cultural e arqueológico, e na forte  População envelhecida e desertificação;  Baixos níveis de escolaridade  Acessibilidades inter e intra- regionais ainda em estado
  • 60. densidade que se verifica por toda a região de património classificado - monumentos, que vêm confirmar uma forte identidade regional;  Património Natural e Paisagístico, expresso na sua qualidade e diversidade de recursos naturais, designadamente nos Planaltos Montanhosos e no Douro;  Oferta turística diversificada (Turismo rural, Vinhos e Gastronomia, Cultura, etc.);  Uma grande frente de água do rio Douro;  A linha do Douro, com várias estações no concelho de baião. pouco satisfatório;  Má, quando não ausência, de sinalização turística específica;  Incapacidade de fixação de visitantes (reflectida nas baixas taxas de ocupação e permanência média);  Insuficiente capacidade de alojamento de qualidade;  Dificuldades de articulação e coordenação entre os vários agentes;  Falta de recursos humanos qualificados no sector, tendo implicações a vários níveis, designadamente, do produto turístico, prestação de serviços de informação turística, hotelaria e restauração.
  • 62. 10.1 Apêndice Fotográfico Fig.1. Casa da Eira Fig.2 Casa das Tílias . Fig.8 Casa do Canastro
  • 63. Fig.9 Sala de estar da Casa do Canastro Fig.10 Cozinha Fig.11 Quarto
  • 64. Fig.12. O “Casarão” Fig.13. Largo da entrada Fig.14.Pátio Fig.15. Pátio
  • 65. Fig.16. Piscina exterior Fig.17. Interior do salão Fig.18. Interior do salão Fig.19. Interior do salão
  • 67. 11.Bibliografia  ARCHER, Brian, COOPER, Chiris (2002), “os Impactos positivos e negativos do Turismo” in turismo global, editora SENAC.  CARVALHO, Daniel de (1992) “Serra da Aboboreira. Parque Natural Regional” in Revista bayam (Manuel Pereira Cardoso (Director), Baião, edição Cooperativa Cultural de Baião-Fonte do Mel, pp. 42 - 47.  COOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, Davide; WANHILL, Stephen (2007) “Turismo e meio Ambiente”, “Definição de Turismo Sustentável”, “Sustentabilidade do Turismo” in Turismo – princípios e práticas, Bookman.  FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “as mudanças económicas, sócio- culturais e seus reflexos no sector do turismo” in Turismo Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora.  FIRMINO, Manuel Brazinha (2007), “O Turismo Sustentável” in Turismo Organização e Gestão, Lisboa, Escolar Editora.  GOMES, Mariana (2007) “Reflexões acerca da relação entre turismo e cultura” in Revista Espaço Académico, nº 73.  HINTZE, Hélio César (2009) “A Sociedade do espectáculo in Revista Brasileira de eco-Turismo” vol.2 nº1.  KÖRÖSSY, Nathália (2008) “a questão do desenvolvimento sustentável na actividade turística: do “turismo predatório” ao “turismo sustentável”: uma revisão sobre a origem e a consolidação do discurso da sustentabilidade na actividade turística”, vol.8 nº2.  LICKORISH, Leonard J.; JENKINS, Carson L. (2000) “Aspectos Culturais e Sociais do Turismo”, “Turismo e meio Ambiente” in Introduçao ao Turismo, editora campus ltda.  MACHADO, Vírgilio Miguel, (2010) in Direito e Turismo como instrumentos de poder-os Territórios Turísticos, 1ª edição, editorial Novembro.  MAMEDE, Douglas M.J.A.; VIEIRA, Guilherme L.V.; SANTOS, Ana Paula Guimarães Santos (2008) “ Trens turísticos e Património cultural:
  • 68. como o turismo ferroviário resgatado, preservado e valorizado o património Cultural” in Caderno virtual de Turismo, vol. 8, nº2.  PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis; MARINHO, Alcyane; BRUHNS, Heloisa Turini (2003) “Lazer e Natureza no Turismo Rural” in Turismo, Lazer e Natureza, 1ªediçao, editora Manole ltda.  SERDOURA, Pedro (2007) in o Mosteiro de Ancede – Património Cultura e desenvolvimento Local.  STOCKLER, Carla (coordenação), (2004) in Encontros Culturais do Baixo Tâmega, Património. Actas.
  • 69. 12. Netgrafia  http://www.aldeiasdeportugal.pt/PT/aldeias.php?aldeiaid=10001  http://www.cmbaiao.pt/index.php?info=YTo0OntzOjQ6Im1lbnUiO3M6Mz oiY2FtIjtzOjM6Im1pZCI7YToyOntpOjA7czoyOiI1NCI7aToxO3M6MjoiNT UiO31zOjM6ImNpZCI7czoyOiI1NSI7czoxMzoidmVyc2FvX3RhYmVsYSI 7czo2OiJvbmxpbmUO30=  http://br.monografias.com/trabalhos915/relacao-turismo-cultura/relacao- turismo-cultura.shtml#consideraa  http://estrelaseouricos.sapo.pt/nbsp/tabid/231/mid/658/newsid658/1502/T URISMO-DE-ALDEIA-IDEAL-PARA-UM-FIM-DE-SEMANA-EM- FAMLIA/language/pt-PT/Default.aspx  www.eb23-ancede.rcts.pt/meio.html