- O documento discute como as bibliotecas escolares promovem a fraternidade global e o respeito pelos direitos humanos através de vários projetos e atividades ao longo do ano.
- As atividades incluem a leitura de contos de diferentes culturas, reflexões sobre refugiados e a defesa dos seus direitos, e uma exposição sobre tradições de Natal em todo o mundo.
- O objetivo é formar os estudantes para serem cidadãos globais conscientes da diversidade cultural e da necessidade de defender a dignidade de todos.
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
Contacto - dezembro de 2021
1. FRATERNIDADE
«Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence:
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.»
António Gedeão
Vivemos numa grande aldeia,
numa aldeia que “é todo o mundo”, co-
mo escreveu António Gedeão, tendo as
transformações tecnológicas, sociais
e políticas das últimas décadas reduzi-
do as distâncias entre as pessoas e as
diferentes culturas.
As bibliotecas escolares não são
alheias a esta situação e, através da con-
cretização dos diferentes projetos, de
modo particular do Projeto Ser+ Cida-
dão, visam contribuir para a formação
integral dos alunos enquanto cidadãos do
mundo, seres conscientes da riqueza da
diversidade cultural, da importância da
defesa dos direitos humanos fundamen-
tais e da urgência da Fraternidade.
Em outubro, no âmbito da come-
moração do Mês Internacional das Biblio-
tecas Escolares, subordinado ao tema
“Contos de fadas e contos tradicionais
de todo o mundo”, os alunos leram con-
tos de outras terras e de outras gentes
que também nos pertencem.
Em novembro, no âmbito da Se-
mana dos Direitos das Crianças e no âm-
bito da Semana dos Direitos Humanos,
promoveu-se, em articulação com EMRC
e História, a reflexão sobre a questão
dos refugiados, à luz do que preconiza a
Convenção dos Direitos das Crianças e
o artigo 14.º da Carta Universal dos Di-
reitos Humanos: «Todos os seres huma-
nos têm o direito de procurar e de bene-
ficiar de asilo noutros países». A partir de
livros como «O lápis mágico de Malala» e
«Uma longa viagem», de Daniel H. Cham-
bers, bem como do testemunho de volun-
tários que trabalham com refugiados, os
alunos aproximaram-se do sofrimento de
outros seres humanos, habitantes da nos-
sa aldeia, que procuram refúgio noutros
lugares, atravessando fronteiras e ocea-
nos. Neste contexto, as bibliotecas pro-
moveram, ainda, a sensibilização da comu-
nidade educativa para a participação na
Maratona de Cartas, iniciativa da Amnistia
Internacional que visa a defesa de pessoas
e comunidades em risco em todo o mun-
do. Defender os direitos humanos está
nas nossas mãos!
Em dezembro, e em articulação
com o grupo de Geografia, realizou-se a
atividade «Natal à volta do Mundo!». Os
alunos fizeram pesquisas e elaboraram
cartazes informativos sobre gastronomia,
rituais e artesanato natalício de diferentes
países do mundo, patentes numa exposi-
ção realizada nas bibliotecas da Infante e
D. Luís de Loureiro.
As bibliotecas continuarão a pro-
mover o respeito pelos Direitos Huma-
nos, a ser criadoras de pontes e de laços
entre os habitantes desta nossa aldeia que
é todo o mundo. Como afirma Tolentino
Mendonça, “é a fraternidade que dá uma
propriedade prática à liberdade e à igual-
dade”.
BOAS FESTAS E … BOAS LEITURAS!
Maria da Conceição Tomé
Isabel Martins
EDITORIAL
B I B L I O T E C A S D O
A G R U P A M E N T O D E
E S C O L A S I N F A N T E
D . H E N R I Q U E
CONTACTO
A N O 2 1 * E D I Ç Ã O X X X V I I I * D E Z E M B R O D E 2 0 2 1
SUMÁRIO
• Saiba que
• Conhecer…
• Aquisições
recentes
• Aconteceu nas
bibliotecas
Ficha Técnica|
Título Contacto | Edição 38.ª | Data 1.º Período
Responsáveis Equipa das Bibliotecas Escolares do Agrupamento
Telefone 232 424 591 | Email be@aeidh.pt
2. P Á G I N A 2
Ler é preciso...
Conhecer… José Saramago
Saiba que …
- Depois de um ano de hiato,
devido à situação pandémica,
o Folio - Festival Literário
Internacional de Óbidos - re-
gressou em outubro, onde
decorreu entre os dias 14 e
24, com lotações limitadas
para sessões e concertos e sob
o tema “O outro”.
- A escritora portuguesa Isa-
bela Figueiredo foi nomeada
para o Prémio Femina Es-
trangeiro, um dos mais im-
portantes prémios literários
franceses, com o livro Cader-
no de Memórias Coloniais.
- Paulina Chiziane, autora de
Niketche: Uma História de
Poligamia, venceu por
unanimidade a 33.ª edi-
ção do Prémio Camões, o
mais celebrado prémio
literário de língua portu-
guesa. A escritora mo-
çambicana foi a primeira
mulher a publicar um
romance no seu país, Ba-
lada de Amor ao Vento,
(1990) e também a pri-
meira mulher africana a
receber esta distinção.
- O poeta e romancista
José Carlos Barros ven-
ceu por unanimidade o
Prémio Literário Leya
2021, com o romance iné-
dito As Pessoas Invisíveis.
- O romance Felicidade,
de João Tordo, venceu o
Prémio Literário Fernan-
do Namora 2021. Segun-
do o júri, a obra de João
Tordo “é um romance de
formação emocional e afe-
tiva de um homem consti-
tuído em narrador, embo-
ra sem nome que o identi-
fique ao longo do livro”.
- Hélia Correia, José Gil e
José Eduardo Agualusa
venceram os Prémios
P.E.N. Clube, prémios
nas categorias de Poesia,
Ensaio e Narrativa, res-
petivamente.
Ao ficar desempregado no 25 de no-
vembro, decidiu dedicar-se exclusiva-
mente à escrita e à tradução. Em
1980 surgiu Levantado do Chão, que
marcou o início do estilo saramaguia-
no, sendo-lhe atribuído o Prémio Ci-
dade de Lisboa. O Memorial do Con-
vento foi publicado em 1982, obra que
o consagrou internacionalmente, sen-
do-lhe atribuído, o Prémio Pen Club e
o Prémio Literário Município de Lis-
boa.
Ao longo da sua carreira foi agraciado
com vários prémios, tendo recebido,
em 1998, o Prémio Nobel da Literatu-
ra "... pela sua capacidade de tornar
compreensível uma realidade fugidia,
com parábolas sustentadas pela ima-
ginação, pela compaixão e pela iro-
nia", segundo a Academia Sueca.
Saramago faleceu em Tias a 18 de
junho de 2010 e, um ano depois, inau-
gurou-se em Portugal a Fundação
Saramago.
C O N T A C T O
José Saramago nasceu a 16 de novembro
de 1922, em Azinhaga do Ribatejo, conce-
lho da Golegã. Com apenas dois anos de
idade, mudou-se com a família para Lis-
boa e durante anos teve uma vida difícil,
morando em quartos alugados e em várias
ruas de Lisboa. A falta de recursos econó-
micos obrigou-o a transferir-se para a Es-
cola Industrial de Afonso Domingues, on-
de estudou até 1940.
O primeiro livro que possuiu foi-lhe ofere-
cido pela mãe: A Toutinegra do Moinho,
de Émile de Richebourg.
A sua atividade como escritor iniciou-se
em 1947, com a publicação do livro Terra
do Pecado, o seu primeiro romance, intitu-
lado inicialmente A Viúva. Nesse ano nas-
ceu a sua filha, Violante. Como crítico li-
terário e jornalista, escreveu no Diário de
Notícias e a partir de 1975 passou a viver
da literatura, primeiro como tradutor, e,
em seguida, como autor. Filiou-se no Par-
tido Comunista Português em 1969.
José Saramago
1922 - 2010
3. Aquisições recentes
P Á G I N A 3
A N O 2 1 * E D I Ç Ã O
No outono, algumas sementes
de flores são arrastadas para
longe por um vento forte. Entre
elas, encontra-se uma mais pe-
quena que, apesar da sua deli-
cadeza, evita os perigos que a
ameaçam ao longo de uma via-
gem pelas estações do ano em
que cruza o mar, uma monta-
nha alta e gelada ou o deserto…
Contra todas as probabili-
dades, três irmãs eslove-
nas sobreviveram a vários
anos no mais conhecido
campo de morte da Alema-
nha nazi: Auschwitz. Li-
via, Magda e Cibi aguenta-
ram tudo juntas: quase
morreram de fome e trabalhos forçados e
sofreram todos os requintes de malvadez
dos guardas de um dos mais horríveis sí-
tios de que há memória.
Para os + crescidos...
Para os + velhos...
Título: Três Irmãs
Autor: Heather Morris
Editora: Presença
Para os + novos...
Era uma vez um homem que vivia tão
apressado que, sem dar por isso, perdeu a
alma. Continuava a andar, a dormir, a co-
mer, a trabalhar e até jogava ténis. Mas, às
vezes, tinha uma sensação estranha. Um
dia sentiu dificuldade em respirar e deixou
de saber quem era. Depois de uma consulta
médica, tomou uma decisão que lhe mudou
a vida.
Título: A ovelhinha que veio
para o jantar
Autor: Steve Smallman
Editora: Minutos de Leitura
Quando um velho lobo esfomeado recebe a visita inesperada de uma ovelhi-
nha, começa logo a planear o seu novo jantar: um delicioso ensopado de bor-
rego! Mas a ovelhinha não quer ser o jantar do lobo, quer ser sua amiga...
Título: A Alma Perdida
Autor: Olga Tokarczuk
Editora: Fábula
Título: O Pintor Debaixo do Lava-Loiças
Autor: Afonso Cruz
Editora: Caminho
A liberdade, muitas vezes, acaba por
sobreviver graças a espaços tão aperta-
dos quanto o lava-loiças de um fotógra-
fo. Esta é a história, baseada num epi-
sódio real (passado com os avós do au-
tor), de um pintor
eslovaco que nas-
ceu no final do sé-
culo XIX, no impé-
rio Austro- Húnga-
ro, que emigrou
para os EUA e vol-
tou a Bratislava e
que, por causa do
nazismo, teve de
fugir para debaixo
de um lava-loiças.
Título: A Estrela que Vejo da Minha Janela
Autor: Onjali Q. Raúf
Editora: Booksmile
Título: Leo, o gato e o passarinho
Autor: Sara Monteiro
Editora: Presença
Leo, o nome diminutivo da protago-
nista, o gato, Baltazar, e o passari-
nho Golias, vão enfrentar muitas
peripécias. «Abro-lhe a gaiola? Não
lhe abro a gaiola?» Leo inquieta-se.
Já teve vinte passarinhos. Dos vin-
te passarinhos, ela soltou dezoito e
dois comeu-os o gato...
Título: A pequena
semente
Autor: Eric Carle
Editora: Kalan-
draka
A Aniyah só tem 10 anos, mas sabe que
a mãe não desapareceu para sempre. As
pessoas com os corações mais especiais
nunca nos deixam de verdade: elas tor-
nam-se estrelas e brilham eternamente
no céu.
Numa aldeia do
Alentejo, com um
pano de fundo de
uma severa pobre-
za, o autor vai te-
cendo histórias de
homens e mulhe-
res, endurecidos
pela fome e pelo trabalho, de amor,
ciúme e violência: o pastor tacitur-
no que vê o seu mundo desmoronar
-se quando o diabo lhe conta que a
mulher o engana...
Título: Nenhum Olhar
Autor: José Luís Peixoto
Editora: Quetzal Editores
(in www.wook.pt )
É a história de uma menina chamada Fatma e de
sua mãe, em busca do pai que está numa ilha do
outro lado do mar. «Quanta água tem o mar? Quan-
tos barcos o conseguem navegar? Fatma atravessou
o mar à procura de um refúgio e perdeu todas as
palavras que tinha dentro de si. Para as reencon-
trar, terá de fazer uma longa viagem…»
Título: Fatma
Autor: Conceição Dinis Tomé
Editora: APCC
4. P Á G I N A 4
Aconteceu… nas bibliotecas do Agrupamento
Saiba mais sobre estas e outras atividades em http://bibliotecasvs.blogspot.pt
MÊS INTERNACIONAL DAS BIBLIOTECAS
ESCOLARES
Sob o lema «Contos de fadas e contos tradicio-
nais de todo o mundo», realizaram-se várias
atividades: leitura de histórias, dramatizações ,
podcasts...em todo o Agrupamento.
OFERTA DE LIVROS
As Juntas de Freguesia de Silgueiros, S. João de Lou-
rosa e Fail e Vila Chã de Sá ofereceram livros a todas
as crianças das escolas e jardins das suas freguesias.
A Junta de Freguesia de Ranhados ofereceu livros às
bibliotecas das EB de Jugueiros e Aquilino.
CONCURSO QUADRAS DE S. MARTINHO
Vários alunos do nosso Agrupa-
mento foram premiados no âm-
bito do concurso "Quadras de
São Martinho 2021" – 7.ª edição,
uma iniciativa promovida pela
Biblioteca Municipal de Viseu.
CONCURSO NACIONAL DE LEITURA
Realizou-se ao longo do período, a primeira
fase do Concurso Nacional de Leitura (4.º
ano, 2.º e 3.º ciclos).
SEMANA DOS DIREIROS DAS CRIAN-
ÇAS/SEMANA DOS DIREITOS HUMANOS
No âmbito da comemoração da Semana dos Direitos
das Crianças, realizaram-se várias atividades em
todas as escolas do Agrupamento. A Semana dos
Direitos Humanos envolveu os alunos do 3.º ciclo ,
em articulação com História, EMRC e Cidadania e
Desenvolvimento.
«ELOS DE ESCRITA EN-
TRE GERAÇÕES»
Os alunos do 2.º ciclo da
EIDH, em articulação com a
disciplina de EMRC, e os alu-
nos dos 7.º e 8.ºs anos da
EDLL, elaboraram postais de
Natal com mensagens perso-
nalizadas, para oferecer aos utentes do Lar da Confra-
ria de Santa Eulália e da ASSOPS.
Para haver Natal este natal
Para haver Natal este natal
talvez seja preciso reaprendermos
coisas tão simples!
Que as mãos preocupadas
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor.
Que os votos rotineiros que trocamos
calam conversas que nos fariam melhor.
Que os símbolos apenas se amontoam
e soltam uma música triste
quando já não dizem
aquela verdade profunda.
Para haver Natal este natal
talvez seja preciso recordar
que as vidas começam e recomeçam
e tudo isso é nascimento (logo, Natal!).
Que as esperanças ganham sentido
quando se tornam caminhos e passos.
Que para lá das janelas cerradas
há estrelas que luzem
e há a imensidão do céu.
[...]
José Tolentino Mendonça
NATAL À VOLTA DO MUNDO
Em articulação com o grupo
de Geografia do 3.º ciclo, os
alunos do 8.º ano fizeram
pesquisas e elaboraram pe-
quenos cartazes informativos
sobre gastronomia, rituais
natalícios e artesanato de
diferentes países do Mundo.
HORA DO CONTO
Nas bibliotecas do 1.º CEB, realizou-
se, regularmente, a Hora do Conto.
PROJETO TRANSNATIONAL MOBILITY OF
PUPILS»
No âmbito do projeto Ser+ Cida-
dão, recebemos, em outubro, um
grupo de 20 alunos e 4 professo-
res de Jelenia Góra, na Polónia.