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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
       DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII
       SENHOR DO BONFIM – BAHIA
       PROGRAMA REDE UNEB 2000



              Ademilson José de Oliveira
                  Marlene dos Reis
             Mariano Gonçalves da Silva
                  Rosilene da Silva




A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
    NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA




                   Itiúba - Bahia
                        2012

                                                1
Ademilson José de Oliveira
                   Marlene dos Reis
              Mariano Gonçalves da Silva
                  Rosilene da Silva




A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO
      CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA




                         Monografia apresentada ao Departamento de
                         Educação – Campus VII da Universidade do
                         Estado da Bahia, Rede UNEB 2000, como
                         requisito parcial para obtenção de conclusão
                         do curso de Licenciatura em Pedagogia.
                         Professora Orientadora: Maria Elizabete
                         Souza Gonçalves.




                   Itiúba- Bahia
                        2012

                                                                   2
Ademilson José de Oliveira
                 Marlene dos Reis
            Mariano Gonçalves da Silva
                 Rosilene da Silva




A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO
     CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA




                         Monografia apresentada ao Departamento de
                         Educação – Campus VII da Universidade do
                         Estado da Bahia, Rede UNEB 2000, como
                         requisito parcial para obtenção de conclusão
                         do curso de Licenciatura em Pedagogia.




      _________________________________________________
              Maria Elizabete Souza Gonçalves
                   (Professora Orientadora)


     __________________________________________________
                   Gilberto Lima dos Santos
                  (Professor Examinador 1)

     __________________________________________________
             Maria Conceição Curaçá Gonçalves
                (Professora Examinadora 2)




                   Itiúba- Bahia
                        2012

                                                                   3
Este trabalho é dedicado a Deus em
primeiro lugar, pois se chegamos até aqui
foi por sua aprovação.
     Aos nossos familiares, que durante
nossas ausências assumiram, de forma
zelosa, nossos papéis, além de nos
incentivarem a continuar, quando o
trabalho e os estudos se tornaram árduos
a ponto de pensarmos em parar no meio
da caminhada. As dificuldades, “as pedras
no caminho” não foram poucas, mas nós
conseguimos ir em frente, porque elas
serviram apenas de desafio para que
chegássemos lá.
     Somos gratos à Rede UNEB pela
oportunidade singular do curso UNEB
2000, implantado em Itiúba, no qual fomos
agraciados. A todos os professores que
passaram por nós durante toda a nossa
trajetória.
     Ao Centro Educacional Pedrina
Silveira, em especial ao diretor e aos
docentes, que nos recepcionaram e nos
atenderam, com presteza, fornecendo
informações úteis para esta pesquisa.
     Por fim, à nossa Professora
Orientadora, pela capacidade de acreditar
que seríamos capazes de realizar um
trabalho deste porte, também por sua
paciência em nos direcionar até aqui entre
erros e acertos.



                                        4
"O nascimento do pensamento é igual ao
nascimento de uma criança: tudo começa
com um ato de amor. Uma semente há de ser
depositada no ventre vazio. E a semente do
pensamento é o sonho. Por isso, os
educadores, antes de serem especialistas em
ferramentas do saber, deveriam ser
especialistas em amor: intérpretes de
sonhos.” (Rubem Alves)
                                         5
LISTA DE GRÁFICOS



Figura 1.................................................................................................................. 30
Figura 2.................................................................................................................. 31




                                                                                                                                6
RESUMO




O presente trabalho monográfico procurou analisar as compreensões dos
professores sobre a importância do brincar na Educação Infantil, tendo como
referencial teórico, para pesquisa bibliográfica, postulados de Vygotsky (1987),
Kramer (1994), Almeida (2000), Mizukami (1986), Kishimoto (2003), Piaget (1971),
os quais nortearam as discussões sobre ludicidade. A metodologia utilizada foi a
pesquisa qualitativa e os instrumentos de coleta de dados foram questionário e
entrevista. O Centro Educacional Pedrina Silveira foi o local escolhido para a
realização da pesquisa de campo, localizado no Povoado de Rômulo Campos
(Itiúba-Bahia). Os resultados apresentados evidenciaram que os professores
demonstraram uma compreensão superficial sobre o real significado do brincar, não
utilizando o lúdico como recurso pedagógico. Com base nessa perspectiva, espera-
se que os educadores e dirigentes escolares deem continuidade ao trabalho
educativo, inserindo essas práticas no processo de ensino-aprendizagem, pois a
importância do brincar na Educação Infantil está não só na melhoria da prática
didático-pedagógica por parte dos professores, mas também proporciona aos alunos
uma aprendizagem mais significativa e, sobretudo, mais motivadora.

Palavras-chave: Professor. Brincar. Educação Infantil.




                                                                                7
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO........................................................................................................ 09
CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................                                   12
1.1 Um breve relato histórico sobre a ludicidade e a importância do brincar 12
1.2 Conceituando a ludicidade e os efeitos dessa na vida da criança........... 13
1.3 O papel do professor e a importância dele na Educação Infantil..............                                         17
1.4 A LDB (9394/96) e os RCNEI: Amparos e Referenciais para o bom
direcionamento das ações na Educação Infantil,no contexto da ludicidade.                                                 19
CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA...........................................................................                      25
2.1 Tipo de pesquisa escolhida...........................................................................                25
2.2 Instrumentos de coletas de dados..............................................................                       26
2.3 Lócus.............................................................................................................   27
2.4 Sujeitos da pesquisa....................................................................................             28
2.5 Procedimentos..............................................................................................          28
2.6 Análise dos dados coletados......................................................................                    28
CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.....................................                                            29
3.1 A análise dos questionários.........................................................................                 29
3.1.2 A importância do brincar............................................................................               29
3.1.3 Atividades lúdicas comuns........................................................................                  30
3.2 A análise das entrevistas.............................................................................. 31
3.2.1 Compreensões sobre o brincar.................................................................                      32
3.2.2 Periodicidade das atividades lúdicas.......................................................                        33
3.2.3 Importância do brincar para a criança....................................................                          33
3.2.4 Presença de brincadeira na prática do docente.....................................                                 34
3.2.5 Compreensões dos professores sobre ludicidade................................                                      35
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................                    36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................                           38
APÊNDICES.........................................................................................................       43
APÊNDICE 1........................................................................................................       44
APÊNDICE 2........................................................................................................       45



                                                                                                                          8
INTRODUÇÃO




           A escolha desta temática surgiu das nossas discussões, ao longo dos
processos formativos do curso de Licenciatura em Pedagogia da Rede UNEB 2000,
quando verificamos a importância do brincar na escola e problematizamos à luz de
nossas experiências, como professores de Educação Infantil.
           A educação infantil, como parte da educação básica é relevante,
principalmente porque requer do professor o conhecimento da teoria e prática que
envolvem a atuação desse no referido nível de ensino, uma vez que as mudanças
atuais têm sinalizado para práticas inovadoras.
           Um dos pontos mais acentuados, que nos levou à escolha dessa temática, foi
a nossa inquietação em saber: Os professores de Educação Infantil do Centro
Educacional Pedrina Silveira tem uma compreensão mais ampla sobre o real
significado do brincar, junto às práticas de ensino-aprendizagem, no espaço
educativo?
           Dentro desse contexto, aprofundamos a discussão sobre a centralidade do
objeto do trabalho, buscando subsídios teóricos em diversos autores renomados,
utilizamos como referenciais teóricos os pressupostos de Vygotsky, Piaget e as
discussões de Kishimoto, Almeida, Mizukami, Kramer, os quais evidenciam o brincar
na Educação Infantil como um suporte pedagógico que facilita o desenvolvimento
cognitivo da criança, propiciando autonomia, socialização e interação com o meio,
dentre outros benefícios. De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil – RCNEI (1998), o brincar é um direito da criança e
estabelece que, na brincadeira, ela define as principais características desse tipo de
ação lúdica. Assim, utilizando diferentes papéis, a criança cria e recria sua própria
vida, revendo conflitos, medos, ansiedades e fracassos. A brincadeira na Educação
infantil     favorece   a   autoestima   das   crianças,   auxiliando-as   a   superar
progressivamente as aquisições de problemas de forma criativa e divertida. Brincar,
nessa perspectiva, é um elemento fundamental à prática educativa da criança.
           Segundo Murcia et al (2005), o jogo ou a brincadeira refletem o
desenvolvimento da personalidade infantil, porque durante o brincar a criança
resolve situações-problemas e elabora estratégias de ação frente às mesmas. É
                                                                                     9
importante que o professor saiba quais os tipos de brincadeiras que hoje afetam as
crianças e como essas crianças interagem com as culturas que elas disponibilizam.
Por isso, é necessário que os professores façam uma reflexão sobre as práticas
educativas voltadas para as crianças e que provoquem a necessidade de
ressignificar e reorganizar os projetos de Educação Infantil, de modo a estruturá-los
de acordo com as Novas Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil.
      A reflexão sobre o brincar deve, com isso, ultrapassar o espaço da escola,
atingir o convívio familiar, mergulhar, assim, nas relações sociais. Portanto, a
brincadeira, não é o brinquedo, o objeto, e também não é a técnica, mas o conjunto
de procedimentos e habilidades, que permitirão um desenvolvimento pleno da
criança.
      Compreendendo, desse modo, que a prática realizada pelo professor em sala
de aula é considerada como elemento influente e decisivo para o desempenho do
aluno, procuramos desenvolver este trabalho, destacando, como objetivo Geral:
Saber se os professores de Educação Infantil dão a importância devida ao brincar,
como atividade que favorece o desenvolvimento integral da criança e Específicos:
1º) Constatar se as atividades lúdicas, para esses professores, são concebidas
como diversão e/ou contribuem verdadeiramente para o aprendizado das crianças;
2º) Identificar se existem atividades, utilizadas na prática didático-pedagógica,
associadas à ludicidade.
     O trabalho, dessa forma, foi estrutura em três relevantes capítulos:


      No primeiro capítulo, há uma abordagem sobre o contexto histórico do brincar,
além de ser ressaltada a importância do lúdico e do papel do professor na Educação
Infantil, por outro lado, apresentamos também A LDB (9394/96) e os RCNEI como
Amparos e Referenciais para o bom direcionamento das ações na Educação Infantil,
no contexto da ludicidade.
      No segundo capítulo, constam os processos metodológicos, onde focalizamos
o tipo de pesquisa escolhida, os instrumentos da coleta de dados, o lócus, os
sujeitos da pesquisa, procedimentos, bem como a análise de dados.
      No terceiro capítulo, foi registrada a apresentação dos resultados da pesquisa,
trazendo análise dos dados coletados, proporcionando, assim, conhecimentos sobre



                                                                                  10
as concepções dos profissionais da Educação Infantil acerca do brincar no Centro
Educacional Pedrina Silveira.
      Nas Considerações finais, ressaltamos que os objetivos geral e específicos
foram alcançados e que apesar de existirem as brincadeiras na escola pesquisada,
estão desassociadas do trabalho pedagógico. Há também um registro de que a
prática da ludicidade, nessa unidade de ensino, requer capacitações, isto é,
formação continuada dos profissionais de Educação Infantil.




                                                                              11
CAPÍTULO 1



                          FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA




1.1 Um breve relato histórico sobre a ludicidade e a importância do brincar


      Somente a partir da Idade Média é que houve uma preocupação voltada para
a formação e aprendizagem infantil, graças ao desenvolvimento do Iluminismo que
retomou importante concepção advinda da antiguidade especialmente na Grécia,
onde se privilegiou a educação de crianças e adolescentes. Na antiga Grécia,
pensadores como Platão (427 – 384 A.C) defendiam as atividades lúdicas com valor
educativo. Platão introduziu, de um modo bastante diferente para a época, uma
prática matemática lúdica, tão enfatizada hoje em dia. Ela aplicava exercícios de
cálculos ligados a problemas concretos extraídos da vida e dos negócios. Platão
afirmava que todas as crianças deviam estudar Matemática pelo menos no grau
elementar, introduzindo, desde o início, atrativos em forma de jogo.
      Deve-se, com isso, afirmar que a prática da ludicidade é de grande valor,
sobretudo porque é vista como mais uma possibilidade de desenvolvimento das
potencialidades das crianças. É observado que, dentre outros atributos,      com o
lúdico pode ser estabelecida a sociabilidade, o estímulo a amizades, o
fortalecimento da convivência, além do respeito ao direito dos outros frente às
normas estabelecidas no meio em que essas crianças convivem.
        Dentro desse contexto, cabe o destaque de pontos de vista de três autores:
para Wallon (citado por Galvão, 2000), o desenvolvimento da criança é uma
interação entre ambientes físico-sociais historicamente elaborados, sendo que os
membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a
proporcionar a criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas
ações, levando-a a um saber construído pela cultura e modificando-se através de
suas necessidades biológicas e psicossociais. Já, de acordo com Aberastury (1992,
p. 55): “a criança que brinca investiga e precisa ter uma experiência total que deve
ser respeitada. Seu mundo é rico e está em contínua mudança, incluindo-se nele um
                                                                                12
intercâmbio permanente entre fantasia e realidade”. Leontiev (1994), por sua vez,
argumenta que na atividade lúdica a criança descobre as relações existentes entre
os homens. Para tal autor, as crianças além de conseguirem, através da brincadeira,
avaliar suas habilidades e compará-las com as das outras crianças, também permite
a essas se apropriarem de códigos culturais e de papéis sociais.
         Dessa forma, evidencia-se que a participação nas brincadeiras em grupo
representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança, bem
como é vista como um estímulo para o desenvolvimento de seu raciocínio lógico.
      Diante do exposto, cabe ao professor, portanto, vivenciar sua ludicidade
maior, na prática didático-pedagógica, pois, dessa maneira, estará trabalhando com
a criança de forma mais estimulante e prazerosa, e, sem dúvida, essas práticas
inovadoras terão influência positiva na sua formação.      A esse respeito, Santos
(2000) comenta que tal formação permite ao educador saber de suas
potencialidades e limitações, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a
importância do jogo e do brinquedo na vida da criança.
      Logo, deve ser ressaltada a relevância das brincadeiras no espaço educativo,
considerando, de outro modo, que cabe ao professor, como mediador, analisar a
potencialidade educativa das mais diversas brincadeiras, bem como considerar o
aspecto curricular a ser desenvolvido, direcionando-se à formação lúdica com o fito
de envolver mais prazerosa e pedagogicamente às crianças.
         Rojas (2002) destaca a importância de se reconhecer que o educador é a
peça chave desse processo, devendo ser encarado como um elemento essencial e
fundamental. Assim, o professor de Educação Infantil assume uma grande
responsabilidade com referência à formação da personalidade da criança, pois além
da família, ali na sala de aula, com sua professora e coleguinhas, essa criança dá os
primeiros passos como cidadã. Por isso, reflete a responsabilidade do professor
como educador.


1.2 Conceituando a ludicidade e os efeitos dessa na vida da criança


      Antes de se tratar de questões referentes aos efeitos da ludicidade no
desenvolvimento e aprendizagem infantil, necessário se faz registrar alguns
conceitos amplamente discutidos nos espaços acadêmicos. O que é ludicidade? O

                                                                                  13
que significa brincar? De acordo com Rau (apud Costa, 2005, p.32) “a palavra lúdico
vem do latim ludus e significa brincar. Nesse brincar estão incluídos os jogos,
brinquedos e brincadeiras e a palavra é relativa também à conduta daquele que
joga, que brinca e que se diverte”, isto é, no lúdico estão inclusas todas as
atividades, consideradas como brincadeiras, com as quais as crianças se divertem
mutuamente.
      Entende-se que a ludicidade é toda e qualquer atividade que dá prazer e
envolve o sujeito, deixando-o disposto a buscar novas concepções e combinações
de ideias. Como relata Luckesi (2000, p. 97): “a ludicidade se caracteriza como
aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude em que nos
envolvemos por inteiro estando flexíveis e saudáveis”.
      Sabe-se que o lúdico se manifesta através do jogo, da brincadeira, do
brinquedo e consequentemente do brincar, entretanto, apesar de, em termos de
entendimento, tanto o jogo, a brincadeira, quanto o brinquedo e o brincar parecerem
ter a mesma significação, há diferenças, e, antes de sequenciarmos a discussão, em
meios a outros conceitos, deve ser ressaltado o de Friedmann (2006, p.17), que se
mostra muito esclarecedor:
                     JOGO – Designa tanto uma atitude quanto uma atividade estruturada que
                     envolve regras. BRINCADEIRA – Refere-se basicamente à ação de brincar,
                     ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não
                     estruturada. BRINQUEDO – Define o objeto de brincar, suporte para a
                     brincadeira. BRINCAR - Diz respeito à ação lúdica, seja brincadeira, jogo,
                     uso de brinquedos ou outros objetos, do corpo, da música, da arte, das
                     palavras, etc..

      Dessa forma, é interessante que o educador, ao utilizar o lúdico como recurso
pedagógico, esteja atento às diferenças entre ambos para saber melhor conduzi-los.
      Retornando e sequenciando a discussão, dentro desse contexto,                   no que
tange à dimensão dos efeitos expressos através do lúdico, é válido afirmar que essa
prática tem o poder de sensibilizar, de valorizar todas as ações desenvolvidas pelo
educador. O lúdico é realmente uma ferramenta que desenvolve várias
potencialidades do indivíduo, criança ou adulto. O brincar é algo que acontece
naturalmente na vida de todas as pessoas e essencial para a vida educativa do ser
humano, desenvolve a criatividade e pode transformar a relação do sujeito com o
conhecimento. Como destaca Winnicott (1975, p. 80): “é no brincar e somente no
brincar que o indivíduo adulto ou criança pode ser criativo e utilizar sua
personalidade integral e somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu”.
                                                                                            14
Outro aspecto relaciona-se diretamente ao criar associado ao brincar, sendo
fundamental para entendermos que o ato de criação está ligado às atividades
formais e racionais. Segundo Piaget (1971, p. 97): “quando a criança brinca assimila
o mundo a sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação com
o objeto não depende da natureza do objeto, mas da natureza da função que a
criança lhe atribui”. No que tange a essa realidade, o lúdico tem o poder de
despertar a imaginação, a fantasia, impulsionando o fazer próprio da criança. A esse
respeito, Elkonin (2009, p. 23) afirma que: “[...] é claro que toda atividade, e o brincar
não é exceção, pode decompor-se numa soma de faculdades: percepção + memória
+ pensamento + imaginação”.
                      Um pedaço de madeira com barbantes, uma casca de noz, uma coisa sem
                      nenhum valor, como pedrinhas, folhas de árvores e o conteúdo de uma
                      cesta de papéis adquirem grande significado em virtude da viva fantasia
                      infantil, que transforma os pedaços de papel em xícaras, barcos, animais e
                      pessoas (PREYER, 1894, p.51 Apud ELKONIN, 2009, p.25).

       Dentro desse contexto, é preciso, também, levar-se em consideração a
 natureza da brincadeira no que se refere à criação de uma possibilidade para se
 decifrar enigmas, de participar de desafios, isto é, de despertar para si mesmo,
 contemplando o mundo, imaginando e criando novas possibilidades de
 aprendizagens. A esse respeito, faz-se necessário o registro do ponto de vista de
 Alves (2005, p. 64-65):
                      Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta sua barriga?
                      Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Como
                      os brinquedos do professor Pardal, eles logo perdem a graça. Mas um cabo
                      de vassoura vira um brinquedo se ele faz um desafio. (...) O mesmo
                      acontece com uma corda no momento em que ela deixa de ser coisa para
                      se amarrar e passa a ser coisa de pular (...). Há brinquedos que são
                      desafios ao corpo, à sua força, habilidade, paciência... E há brinquedos que
                      são desafios à inteligência.

       Percebe-se, com tais argumentações que, brincando, a criança exercita sua
capacidade imaginativa, o seu corpo, a inteligência, podendo, no processo de
ensino-aprendizagem, apropriar-se do brincar para aprender de forma mais
motivadora. Desse modo, pode-se destacar o brinquedo como um caminho que leva
às crianças a compreenderem a realidade, pois brincando elas descobrem,
inventam, experimentam e, assim, enriquecem a sua capacidade de se tornar um
ser humano criativo. Como descreve Almeida (2000, p. 26): “O brinquedo faz parte
da vida da criança. Ela simboliza a relação e sob este ponto constrói, ao tornar
possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação”.
                                                                                               15
O brinquedo e a brincadeira vêm conduzir o mundo para sua realidade,
proporcionando também oportunidade de socialização com outras crianças.
Segundo Kishimoto (2002, p. 146): “por ser uma ação iniciada e mantida pela
criança, a brincadeira possibilita a busca de meios pela exploração, ainda que
desordenada e exerce papel fundamental na construção do saber fazer”. A autora
afirma que o brinquedo supõe uma determinação quanto ao uso, portanto sem
regras fixas. A brincadeira é a ação lúdica, como destaca Vygotsky (1987, p. 84): “As
crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira
é a criação de situações imaginárias e surge da tensão do indivíduo e a sociedade.
O lúdico liberta a criança das amarras da realidade”.
      Sendo assim, a brincadeira é uma forma que a escola tem de socialização e
construção para desenvolver o sentido da criança. O brincar não é só para o
desenvolvimento escolar pedagógico, mas sim para que se possa adquirir
experiência de elaboração de vivência da realidade na construção do ser. As
brincadeiras criativas devem oportunizar o estímulo ao aprendizado.
      Portanto, o lúdico aplicado à prática pedagógica, não apenas contribui para a
aprendizagem das crianças, como também possibilita ao educador tornar suas aulas
mais dinâmicas e criativas. No entanto, vale salientar, que a ludicidade só pode
acontecer na sala de aula se o educador assumir uma postura de mudança de
atitude interna, tendo sensibilidade efetiva no ambiente escolar. Nesse sentido,
(Kramer apud MEC/SEF/COED, 1996, p. 19) faz a seguinte afirmação:
                     É preciso que os profissionais da educação infantil tenham acesso ao
                     conhecimento produzido na área da Educação Infantil e da cultura em geral,
                     para repensarem sua prática, reconstruírem enquanto sujeitos da produção
                     de conhecimentos. E para que possam, mais do que “implementar”
                     currículo, ou “aplicar” proposta à realidade da creche/pré-escola em que
                     atuam, efetivamente possam participar da sua concepção, construção e
                     consolidação.

      Portanto, torna-se necessário que o professor tenha em mente que,
principalmente na escola de Educação Infantil, deve existir organização de espaço e
tempo para os jogos e brincadeiras, essa é uma tarefa bastante importante.
Também há a necessidade de, no momento de planejar, que ele esteja preocupado
com essas questões, bem como deve ter consciência sobre a importância da
ludicidade no espaço educativo, o que, certamente, o levará a contemplar a
brincadeira   como   princípio   norteador     das    atividades     didático-pedagógicas,


                                                                                            16
possibilitando, dessa forma, à criança uma aprendizagem, sobretudo, mais
significativa.


1.3 O papel do professor e a importância dele na Educação Infantil


       O professor assume um papel de fundamental importância na vida de uma
criança, pois é ele que deve oferecer condições de aprendizagem que levem ao
desenvolvimento das demais habilidades e que possam responder às necessidades
dos alunos no meio social onde estão inseridos. Segundo Mizukami: O professor
tem o papel de “criar situações, proporcionando condições onde possam se
estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação, ao mesmo tempo moral e
racional” (1986, p. 77).

          Dentro desse contexto, significa que as redes de ensino devem investir, de
    maneira sistemática, na capacitação e atualização permanente de seus
    educadores, porque o profissional da Educação Infantil precisa de uma formação
    sólida e abrangente para acompanhar as novas exigências do mundo e a grande
    demanda de crianças de 0 a 6 anos.
       De acordo com o MEC/PROINFO (1999) são aspectos inerentes à Educação
Infantil: saúde, afeto, segurança, interação, alimentação, brincadeira, entre outros,
devendo integrar, cuidar/educar de forma dinâmica. Assim, a saúde está presente na
hora da higiene, na escolha do alimento adequado e na discussão. O afeto perpassa
todas as ações demonstrando para a criança, através da própria ação, como
estabelecer vínculos afetivos nas relações sociais.
       Já a brincadeira, segundo Vygotsky (1994, p. 117), é a atividade principal
porque “cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança, realiza ações que
estão além do que sua idade lhe permite realizar, agindo no mundo que rodeia,
tentando aprendê-lo, auxiliando-a a superar progressivamente suas aquisições de
forma criativa”.
       O professor é importante na educação, porque age como facilitador no
processo educacional, precisando levar em conta o processo de ensino de maneira
equilibrada e adequada. Portanto, ele é responsável por ensinar, também por ajudar
os alunos a dar um passo adiante, progredir e avançar na construção de seus
conhecimentos. Segundo Faria (1995) citando Piaget:
                                                                                  17
O educador pode contribuir com esse processo oferecendo vários objetos
                          de conhecimento e instigando o aluno a interagir com eles no sentido de sua
                          construção. Ao professor cabe intervir para fazer os alunos pensarem sobre
                          o processo que levou ao eixo ou ao fracasso no trabalho com diferentes
                          áreas (p. 47).

       O professor se apresenta, dessa forma, como sujeito indispensável no
processo educativo. Por mais que se invista na equipagem das escolas como:
laboratórios, bibliotecas, campo de futebol, etc., sem negar a importância de todos
esses instrumentos, tudo isso não se configurará, mais do que aspectos materiais,
se comparado ao papel e a importância do professor.
       Nessa perspectiva, o papel do professor é procurar entender a forma de
pensamento da criança para poder proporcionar a ela os momentos lúdicos
necessários ao seu desenvolvimento. Portanto, é de extrema importância, uma vez
que é ele um dos principais agentes da construção da identidade, da autonomia e do
conhecimento da criança, sendo, enfim, o principal parceiro da criança nesse
momento de aprendizagem e de descobertas.
       Diante do exposto, uma instituição de Educação Infantil deve procurar
conhecer a criança na sua realidade, entendê-la como ser social, com cultura e
princípios diferenciados. Partindo dessa premissa, possibilita-se o desenvolvimento
através da exploração de objetos, incorporação de relações interativas, atividades
lúdicas, desenvolvimento motor, em suma, desenvolvimento físico, psicológico,
intelectual, social e emocional.
       Então, segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (1998, p. 23):
                      Educar significa, portanto, propiciar situações de brincadeiras de
                      aprendizagem centradas de forma integrada e que possam contribuir para o
                      desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
                      estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
                      confiança, proporcionando o acesso às crianças ao conhecimento mais amplo
                      e à realidade social e cultural.

       Faz-se, dessa forma, necessário que os profissionais das instituições de
Educação Infantil, tenham ou venham a ter uma formação sólida que corresponda às
expectativas e necessidades da criança, pois o que se encontram, na maioria das
escolas da rede pública, são professores carentes de ajuda para atender às
necessidades mínimas de todas as crianças, mostrando-se inseguros, o que é
devido ao despreparo ou falta de vontade de oferecer um trabalho de qualidade, ou
ainda falta de motivação para realizar tal prática.
                                                                                                  18
Enfim, como educadores, devemos considerar a importância da motivação
lúdica para estimular os questionamentos de maneira construtiva. A construção do
saber, a partir do lúdico, leva a criança, enquanto participa do jogo, a elaborar
metas, a perceber e explorar diferentes estímulos, a antecipar resultados, a levantar
diferentes hipóteses e a formular estratégias.
      Vale afirmar que a criança, como todo ser humano, precisa estar inserida em
uma sociedade, com uma determinada cultura em um determinado momento
histórico, visto que a mesma tem na família biológica um ponto referencial
fundamental que influenciará na sua formação pessoal e social, interagindo, assim,
com outras instituições sociais. Segundo Gandini e Edwards (2002, p. 84): “A melhor
maneira de proporcionar uma passagem para o mundo da educação fora de casa,
sem grandes dificuldades, é através da construção de relacionamentos íntimos,
intensos e diários com a criança e com a família”.
      Assim, o educador deve perceber que, desde bem cedo, as crianças
apresentam atitudes e interesses em descobrir o mundo que as cerca. Elas são
curiosas e querem respostas sempre para os seus porquês. Desse modo, o trabalho
do professor deve ser o de orientar as experiências por elas já vividas, para então
conduzir a sua prática em busca de novos conhecimentos.

 1.4 A LDB (9394/96) e os RCNEI: Amparos e Referenciais para o bom
direcionamento das ações na Educação Infantil, no contexto da ludicidade


      Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (1998,
p.11), o desenvolvimento da Educação no Brasil e no mundo tem acontecido de
forma crescente nas últimas décadas, pois, na medida em que o tempo passa, a
civilização vem se intensificado de tal forma, oferecendo, assim, uma participação
maciça da mulher no mercado de trabalho e as mudanças transformadoras com
base na estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da
importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma
educação institucional para crianças de zero a seis anos.
      As instituições de Educação Infantil devem tornar acessíveis a todas as
crianças que as frequentam, promovendo, em suas propostas pedagógicas, práticas
de Educação que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais,
afetivos, cognitivos e sociais da criança. O professor, assim, deve-se ater ao seu
                                                                                  19
papel socializador, proporcionando o desenvolvimento da identidade das crianças,
por meio de aprendizagem diversificadas, realizadas em situações de interação.
Segundo Gandini e Edwards (2002, p.79): “O processo de inserção da criança na
creche/pré-escola inicia-se antes mesmo da entrada propriamente dita da criança na
instituição. O primeiro contato dos pais com a instituição, que normalmente ocorre
na secretaria, é de grande valia para troca de informações” .
       Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394),
sancionada em 20 de dezembro de 1996, a inserção da Educação Infantil na
Educação básica, como sua primeira etapa, é o reconhecimento de que a Educação
marca sua finalidade. Afirma no art.22 da Lei: “a Educação Básica tem por finalidade
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos
estudos posteriores”.
       Nessa perspectiva, as crianças aprendem a construir o próprio conhecimento
a partir dos relacionamentos que intervêm com as outras pessoas e principalmente
com o meio em que vivem, já que o mesmo não surge como imitação da realidade,
mas sim, como fruto de um intenso trabalho de criação, organização e significação.
       Segundo Moreno e Cubero (1995, p. 80), o contato familiar é especialmente
importante não só porque a criança permanece nele por longo período, mas porque
possibilita a abertura ou o fechamento para outros contextos.
       O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma
competência polivalente. A LDB (9394/96, p. 13, art. 29 e 30), afirma que ser
polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas
diversas, que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos
específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Esse caráter
polivalente demanda, por sua vez, um conhecimento profundo do profissional de
educação, já que ele precisa ter uma formação bastante ampla, capaz de torná-lo
também um aprendiz e, acima de tudo, levá-lo a uma reflexão constante sobre sua
prática pedagógica, debatendo com seus pares, envolvendo as famílias e a
comunidade através de diálogos, buscando, assim, informações necessárias para o
trabalho que desenvolve.
       Segundo Lopes (2005), o conhecimento da educação (teórico, tecnológico e
prático):

                                                                                 20
Capacita o profissional de docência, não só a estabelecer o valor
                      educacional de um conteúdo cultural e participar no processo de decidir sua
                      conversão, enfim na meta de um determinado nível educacional, mas
                      também para estabelecer programas de intervenção ajustados a fatos e
                      decisões pedagógicas que tornem efetiva a meta proposta (p. 38).

      É necessário, dessa forma, incorporar teorias e práticas à formação dos
professores, os quais têm como finalidade a prescrição de ações educativas.
      Apesar de existir um consenso quanto à natureza educacional do atendimento
à criança da educação infantil, considerada criança pequena, há a necessidade da
presença de professores, nas instalações de Educação Infantil, com a formação
exigida pela LDB 9394/96. Há uma polêmica quanto ao papel e, portanto, ao
quantitativo dos professores nas creches. Essas possibilidades correspondem
diferentes papéis do professor nas creches, embora seja difícil identificá-los, na
medida em que nos textos e documentos sobre a educação infantil utilizam-se, sem
distinção, as palavras adultos, educador e professor para indicar pessoas que atuam
nas creches. Portanto, os professores de Educação Infantil realizam muitas tarefas:
são contadores de histórias, resolvem conflitos, ora são líderes, ora são
observadores, guardiões, investigadores, apaziguadores, estrategistas, planejadores
e produtores de conhecimentos e cientificidade.
      Entende-se o desenvolvimento do profissional da Educação Infantil, dentro
desse contexto, como uma caminhada que envolve o crescer, o ser e o permitir-se
sentir. A esse respeito, vale ressaltar o que afirma Vallejo (2002):
                      As mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e estão afetando o sistema
                      educacional, em geral, e a atividade docente, em particular, exige uma nova
                      imagem do professor e dessa atividade. A docência na atualidade tem mais
                      a ver, em perto sentido, com a imagem do professor como “regente da
                      orquestra” do que como armazenador e transmissor de informação (p. 50).

      O Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) salienta
também a importância do manuseio de materiais, de textos (jornais, livros, cartazes,
revistas, etc.) pelas crianças, uma vez que ao observar produções escritas, vão
conhecendo, de modo progressivo, as características e formas de linguagem. Isso
se torna evidente, ao observar-se que quando uma criança folheia um livro emite
sons e faz gestos como se estivessem lendo.
      A criança de Educação Infantil precisa de organização do espaço físico de
forma atraente e aconchegante, com almofadas, iluminação adequada, livros de
diversos gêneros, de diferentes autores, revistas, histórias em quadrinhos, jornais de


                                                                                              21
trabalhos de outras crianças, sendo que as crianças devem ter livre acesso a esse
espaço.
      Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil -
RCNEI (1998), as brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles
que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de
tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos
conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica.
      Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a
coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, o conhecimento quanto à
posição do corpo, a direção a seguir e outros, participando do desenvolvimento tanto
afetivamente quanto socialmente.
      Entende-se, desse modo, que o lúdico é um recurso pedagógico na Educação
Infantil indissociável da prática docente, pois possui componentes que despertam o
interesse da criança pela busca de diferentes linguagens.
      É fundamental reforçar aqui a importância do professor de Educação Infantil
em conhecer seus alunos antes de planejar suas atividades diárias. Esse
conhecimento surgirá no momento em que as crianças são inseridas no processo
educacional, tornando-as ativas e receptíveis às constantes mudanças.
      Percebe-se que o conceito brincar, significa agir lúdica e criativamente de tal
forma que vamos construindo nossa passagem de um estado funcional com a mãe
para um estado de independência, no estado paterno. O que não importa é colocar
valores em nenhum desses estados, porque se isso fizer, cairemos na armadilha do
feminismo ou do machismo, ou seja, menino não pode brincar de boneca, menina
não pode jogar gude, porque boneca é brinquedo de menina e gude é brinquedo de
menino. Pura e simplesmente são fenômenos da vida humana sem que um seja
melhor que o outro.
      O conceito brincar é um tanto moralista, que perpassa nosso cotidiano.
Sempre que se ouve falar: “Você está de brincadeira”? “Que brincadeira é essa”?
“Isso não é uma brincadeira”. “Vocês estão brincando, mas a coisa é séria”. Essas
expressões não fazem jus ao conceito de brincar. Ao contrário desclassificam.
          Conforme (Kishimoto, 2002, p. 139) “A brincadeira é uma atividade que a
criança começa desde cedo no âmbito familiar. E continua com seus pares.
Inicialmente, ela não tem objetivo educativo ou de aprendizagem pré-definida”. A

                                                                                  22
maioria dos autores afirma que ela é desenvolvida pela criança para seu prazer e
recreação, mas também permite a ela interagir com pais, adultos, bem como
explorar o ambiente.
       Para Vygotsky (1994), a criança nasce em um meio cultural repleto de
significações sociais, historicamente produzidas, definidas e codificadas, que são
constantemente    ressignificadas      e   apropriadas      pelos    sujeitos    em    relação,
constituindo-se, assim, em motores do desenvolvimento. Nesse sentido, o
desenvolvimento humano, para ele, se distancia da forma como é entendido por
outras teorias psicológicas, por ser visto como um processo cultural que ocorre
necessariamente, mediado por outro fato social, no contexto da própria cultura,
forjando-se os processos psicológicos superiores, sendo a psique humana nesta
perspectiva essencialmente social.
       Os processos psicológicos superiores para Vygotsky (1987) são constituídos:
                       (...) Pelos domínios do desenvolvimento cultural e do pensamento: o idioma
                       e a escrita, o cálculo, o desenho, bem como pelas funções psíquicas
                       superiores especiais, aquelas não limitadas em determinadas de nenhuma
                       forma precisa e que tem sido denominadas pela psicologia tradicional com
                       os nomes de atenção voluntária, memória lógica e formação concreta (p.
                       32).

       O autor afirma que o desenvolvimento humano é um processo dialético
marcado por etapas qualitativamente diferentes e determinadas por atividades
mediadas.
       O processo de socialização do brincar tem uma linguagem universal, porque o
lúdico influencia no desenvolvimento do indivíduo e na vida de relação do ser
humano, em uma perspectiva mais ampla, de acordo com a natureza social, política
e histórica.
       Pode-se observar que desenvolver atividades lúdicas contribui para melhor
conhecimento do grupo, além de desenvolver cooperação, integração, desinibição,
socialização, significa recrear-se, porque é a forma mais completa que o indivíduo
tem de comunicar-se consigo mesmo e com o mundo, pois no ato de brincar ocorre
um processo de troca, de partilha, de confronto e negociação, gerando momentos de
desequilíbrio e equilíbrio, proporcionando novas conquistas individuais ou coletivas.
       O processo de socialização, que antes era entendido como uma espécie de
preparação para a fase adulta, passou a forçar às práticas da criança e suas
experiências de autonomia. A brincadeira é uma das linguagens que se destaca na

                                                                                              23
infância e é através dela que a criança significa e ressiginifica o mundo, construindo
suas práticas culturais.
      Diante do exposto, é importante salientar a importância do que determina
tanto a LDB 9394/96 quanto o RCNEI com referência à nova postura do professor e
como devem ocorrer às ações, sobretudo na prática pedagógica, e isso, sem dúvida,
se constitui um desafio, para os nossos educadores, principalmente quando se trata
da Educação Infantil e mais especificamente da inserção da ludicidade nos espaços
educativos. Por isso, esses documentos devem ser constantemente consultados
pelos educadores, uma vez que trazem informações muito necessárias.




                                                                                   24
CAPÍTULO 2




                                    METODOLOGIA




      Os processos metodológicos tiveram, como roteiro, a verificação dos
seguintes aspectos: Qual o tipo de pesquisa escolhida, os instrumentos da coleta de
dados, o lócus, os sujeitos da pesquisa, procedimentos, bem como a análise de
dados.


2.1 Tipo de pesquisa escolhida


      A metodologia científica é um encaminhamento essencial e indispensável à
realização de qualquer trabalho científico, pois se apresenta como suporte mediador
para direcionar qualquer pesquisa desse caráter. Nessa linha de pensamento,
afirma Pereira (1997, p. 16), “trata-se de delimitar bem o campo de estudo e atacar
em profundidade para se adquirir autêntica visão da realidade”.
         Foi escolhida a pesquisa qualitativa descritiva, pois como afirma Amorim et al
(2006, p.55): “este tipo de pesquisa é desenvolvido a partir de material já elaborado,
constituída a partir de livros e artigos científicos”. Quanto a essa abordagem, André
(2006, p. 32) diz que:
                       A abordagem qualitativa realiza-se a apresentação do significado pela
                     interpretação dos fenômenos observados. Nesse processo, o pesquisador é o
                     principal instrumento de coleta de dados, visando à descoberta de novos
                     conceitos, novas relações, novas formas de entendimento da realidade. O
                     estudo qualitativo tem as seguintes características: Desenvolve-se numa
                     situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível,
                     focaliza a realidade de forma complexa e contextualizado historicamente.

      Assim, a abordagem qualitativa foi realizada nesta pesquisa a favor da
obtenção do objetivo delimitado para que facilitasse a nossa aproximação, como
pesquisadores, permitindo-nos, assim, uma gama de interpretações subjetivas do
ambiente pesquisado. Ludke e André (1986. p. 22), afirmam que “esse tipo de
pesquisa não parte de um sistema fechado, pois dá abertura para a realidade,
procurando captá-la como ela é realmente e não como gostaria que fosse”.
                                                                                                25
A metodologia na abordagem qualitativa pressupõe a informação e
compreensão dos fatos. Para Becker (1997, p. 47):
                    O observador participante, coleta dados através de sua participação na vida
                    cotidiana do grupo ou organização que estuda. Ele observa as pessoas que
                    está estudando para ver as situações com que se deparam normalmente,
                    como se comportam diante delas. Entabula conservação com todos os
                    participantes desta situação e descobre as interpretações que elas têm
                    sobre os acontecimentos que observou.


2.2 Instrumentos da coleta de dados


      A pesquisa de campo foi desenvolvida por meio de procedimentos técnicos
utilizados para coletar os dados. Como instrumentos de coleta de dados, optamos
pela entrevista e questionário. Segundo Cortelazzo e Romanowski (2006, p. 39) tais
instrumentos configuram-se como:
                    Um procedimento que contribui para a compreensão da prática escolar é a
                    observação. Esta não se constitui um só olhar, mas sim, dirige a atenção
                    intencionalmente para colher dados sobre o que e como está sendo
                    realizada uma prática, uma experiência, um comportamento. O estudo
                    realiza-se por meio de anotações sistemáticas, quer dizer planejar o que vai
                    ser observado. Para tal, é preciso organização de um cronograma e definir o
                    roteiro considerando os propósitos da pesquisa.

      A entrevista, segundo Minayo (2002, p. 57):
                        É a técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo, pois
                        possibilita obter informações expressas e contidas nas falas dos
                        participantes. Ela diferencia-se de uma conversa despretensiosa e neutra
                        por ter a intenção de obter fatos relatos sobre determinado termo. Nesse
                        sentido, estes se constituem sujeitos-objeto da pesquisa e expressam
                        suas percepções sobre uma determinada realidade que está sendo
                        focalizada.

      Em se tratando do questionário, Cortelazzo e Romanowski (2006, p. 40),
destacam-no, afirmando que:

                    O questionário é um instrumento dos mais utilizados para a coleta de dados,
                    pois pode ser de simples elaboração e empregado por pesquisadores
                    iniciantes. A base do questionário são perguntas e respostas que podem ser
                    abertas ou de alternativas. A confecção é feita pelo pesquisador e o
                    preenchimento é realizado pelo informante, que discorre sobre o tema.

      Diante do processo da pesquisa, realizada com os professores de educação
infantil sobre a ludicidade no Centro Educacional Pedrina Silveira, é necessário
ressaltar, por fim, a relevância desses instrumentos, para a realização dos
propósitos colimados.



                                                                                             26
2.3 Lócus


       O local escolhido para pesquisa foi o Centro Educacional Pedrina Silveira,
localizado no município de Itiúba - Bahia, situado no leste do município, construído
pelo Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS), em 1975, no Perímetro
Irrigado Jacurici, tendo como órgão mantenedor a Prefeitura Municipal de Itiúba.
       Em dezembro de 1987, essa escola fora transferida para o Distrito de Rômulo
Campos, no município de Itiúba – Bahia, com endereço na Rua Hilda Sampaio de
Mendonça s/nº.
       A referida escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e atende
uma clientela da pré-escola ao nono ano do Ensino Fundamental I e II. As pesquisas
foram realizadas nas salas de Educação Infantil da escola acima mencionada. Essa
escola atende um público de 640 alunos entre crianças, adolescentes e adultos, que
vêm da própria comunidade e de fazendas circunvizinhas.
       A referida escola recebe recursos financeiros do PDDE e PDE, dentre outros,
fornece merenda escolar e, dentre outras atividades, promove eventos culturais,
palestras e desfile cívico.
       A criação deste estabelecimento de ensino foi regulamentada com o nome de
Centro Educacional Pedrina Silveira, em vinte e dois de julho de mil novecentos e
setenta e quatro (22-07-1974), pelo artigo nº.75, III da Lei 5.692/71. Sua instalação
ocorreu em 22-07-74, após o período de férias, correspondendo ao segundo
semestre do ano letivo. Por determinação legal, aos três de fevereiro de mil
novecentos e setenta e cinco (03-02-1975), firmando convênio entre o Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e associados efetivos do próprio
departamento.
       A escola tem uma estrutura física regular: há uma diretoria, uma secretaria,
uma sala de professores, um laboratório de informática, uma biblioteca, uma
cozinha, uma despensa para guardar merenda escolar, seis sanitários, dez salas de
aula, três pátios e uma cantina.
       O Centro Educacional Pedrina Silveira conta com um quadro de trinta
professores do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Itiúba, desses trinta, quatro
participaram desse trabalho. O quadro administrativo é composto de um diretor, dois
vice-diretores, duas secretárias, uma auxiliar de secretaria e duas coordenadoras

                                                                                   27
pedagógicas.     Percebe-se       que    noventa    por     cento    dos   professores    deste
estabelecimento de ensino são graduados em Pedagogia, Matemática, Biologia e
Histórias e outros estão cursando Pedagogia. Também fazem parte do quadro
efetivo, cozinheiras, zeladoras e guardas.


2.4 Sujeitos da pesquisa


      Os sujeitos da pesquisa foram quatro professoras, que atuam na Educação
Infantil, com idade entre 40 e 55 anos, todas pertencentes ao quadro efetivo, sendo
que duas são licenciadas em Pedagogia e duas têm apenas o Magistério.


2.5 Procedimentos


      A      referida    pesquisa       foi   realizada,     seguindo-se     dos      seguintes
encaminhamentos: a princípio, conversamos com o diretor desta unidade de ensino,
apresentamos a nossa proposta, quando foi citado o porquê da realização desta
pesquisa, tendo, em seguida o aval do diretor; depois, no período de realização da
mesma, que foi do dia 15/04 ao dia 30/04/2012, tivemos um contato mais direto com
os professores pesquisados, como também conhecemos melhor o cotidiano desse
espaço educativo, inclusive foi feita a assinatura de um Termo de Consentimento,
visando à guarda do sigilo com referência aos sujeitos pesquisados.


2.6 Análise dos dados coletados


      A análise ocorreu através da observação dos dados coletados com a
realização de entrevista (com questões abertas) e questionários (com questões de
múltipla escolha), sendo analisados, seguindo-se da interpretação de gráficos,
elaborados     com      algumas    respostas     das      questões    apresentadas,      quando
confrontamos com os pressupostos de alguns teóricos. Essa análise não só
possibilitou a interpretação desses dados, mas também trouxe uma resposta à
hipótese levantada e ao problema apresentado, permitindo, assim, que os objetivos,
apresentados na Introdução deste trabalho monográfico, fossem devidamente
alcançados.

                                                                                             28
CAPÍTULO 3



                  APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS



      A análise e interpretação dos dados é fator determinante para conclusão de
qualquer pesquisa científica, porque implica na operação e análise de dados
reflexivos para que se possa comparar, classificar ou concluir o entendimento dos
resultados da pesquisa.
      Na pesquisa que realizamos, foram entrevistadas, oralmente, e responderam
aos questionários quatro professoras da rede pública municipal.


3.1 A análise dos questionários


       O questionário contém 9 questões, de múltipla escolha, sendo que as do nº 1
ao 4 referem-se à identificação dos perfis das entrevistadas; já as questões de 5 a 9
estão mais direcionadas ao tema em pauta.
      Assim, procedendo à análise das questões de 1 a 4, foi comprovado que os
sujeitos pesquisados, 100% são do sexo feminino, uma característica ainda presente
na educação no Brasil, na faixa etária de 40 a 55 anos, sendo que duas professoras
concluíram o curso de Licenciatura em Pedagogia e duas somente tem o Magistério,
além disso, destaca-se que todas as pesquisadas possuem mais de dez anos de
atuação, o que demonstra uma larga experiência na área.


3.1.1 A importância do brincar


      Na questão 5, ao interrogarmos às professoras sobre: “Brincar é importante
para o desenvolvimento infantil?”, verificou-se que 100% delas concordam que o
brincar é essencial aos processos formativos da criança.
       Na questão 6, procurou-se saber: “Qual a função do brincar associado ao
processo de ensino-aprendizagem?”, conforme demonstra o gráfico seguinte: 75%
das professoras afirmaram que brincar favorece o desenvolvimento do raciocínio

                                                                                  29
lógico refletindo no desenvolvimento integral da criança; já 25% asseguram que a
importância do brincar está somente no divertimento. Evidencia-se, assim, que 75%
consideram o ato de brincar como um meio para o desenvolvimento da criança,
sobretudo no que diz respeito à capacidade intelectual, enquanto que 25% destacam
apenas o lado do entretenimento ou da diversão. É evidente que as funções do
brincar, dentro do contexto escolar, são as mais diversas. Dentro desse contexto,
além das capacidades citadas, deve-se compreender o brincar, também como
promotor não só de desenvolvimento cognitivo ou como propiciador de diversão,
mas também voltado ao desenvolvimento afetivo, motor, com influência também na
construção de habilidades da escrita e leitura da criança, além de prepará-la para o
convívio em sociedade. A esse respeito, cabe aqui retomar o grifo de Luckesi (2000,
p. 97), presente na Fundamentação Teórica, ao afirmar que “a ludicidade se
caracteriza como aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude”.
Essa analogia mostra-se mais completa, mesmo que subjetiva, uma vez que, ao
citar “uma experiência de plenitude,” o autor coloca o brincar com funções inúmeras
e dentro de uma maior amplitude.
             Gráfico nº 1




         25%




                                   75%                         Divertir-se
                                                               Jogar
                                                               Raciocínio lógico
   Fonte: dados de pesquisas


3.1.2 Atividades lúdicas comuns


      Na questão 7 consta a seguinte indagação:“Quais as atividades lúdicas mais
comuns nas suas aulas?”. Das professoras pesquisadas, verificou-se que 50%
contam historinhas e 50% fazem brincadeiras de roda, o que permitiu a constatação

                                                                                   30
de que elas não contemplam “amplamente” a dimensão do lúdico, deixando de lado
os jogos, filmes, etc., demonstrando compreensões reduzidas a respeito do brincar,
como se observa no gráfico seguinte. Nessa perspectiva, deve-se comentar o que
foi afirmado no Capítulo I deste estudo, quando, conforme os Referenciais
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998, p. 23), verifica-se que o
educar pode ser promovido em situações de brincadeiras, inseridas nas
aprendizagens que contribuem tanto para o desenvolvimento das capacidades
infantis de relação interpessoal, quanto para um conhecimento mais amplo frente à
realidade social e cultural.
      Gráfico nº 2

                                Atividades Lúdicas

      50%



      Diante do exposto, percebemos que elas possuem conhecimentos teóricos,
                                                               Brincadeira de roda
      Deixaram de lado, dessa 50%
                                forma, os filmes e jogos infantis que possibilitam o
                                                               História
                                                               Jogos
desenvolvimento motor, intelectual, afetivo e social da criança.
                                                               Filmes e vídeos
Vale afirmar que, pesquisas
  Fonte: dados de dessa forma, as professoras deixaram de lado os filmes e jogos
                                                               Outros


       Com referência às questões restantes, ou seja, a 8 e 9, optamos por fazer a
análise sem a apresentação de gráficos. No que tange às seguintes questões: “Qual
a importância do lúdico no desenvolvimento integral das crianças?” e sobre “Qual
conhecimento teórico que tais professoras têm sobre o lúdico?”, as professoras
pesquisadas se posicionaram deste modo: 100% responderam que o lúdico tem
muita importância no desenvolvimento integral das crianças, embora tenhamos
percebido, no nosso contato e observado em suas aulas, no período de pesquisa,
que as mesmas somente possuem o conhecimento teórico sobre a ludicidade.


3.2 A análise das entrevistas


         Cinco perguntas (abertas) foram feitas na entrevista e, já que informamos o
perfil das professoras no questionário, direcionamos-nos às perguntas mais
específicas, ou seja, de 1 a 5. Por outro lado, visando à guarda do sigilo,
                                                                         31
procuramos manter no anonimato as professoras, para tanto, utilizamos o código da
letra “P”, seguido de número cardinal, isto é, P1, P2, P3 e P4. Queremos, ainda,
afirmar que, embora as perguntas da entrevista sejam parecidas e uma vez que no
questionário as questões são semiestruturadas, o que reduz a possibilidade de uma
explanação mais abrangente, buscamos, à propósito, utilizar questões abertas,
visando ampliar o alcance das respostas apresentadas, ou seja, explorar, ao
máximo, em termos de informações prestadas pelas professoras pesquisadas.


3.2.1 Compreensões sobre o brincar


       Na pergunta 1, ao perguntarmos às professoras sobre: “O que é brincar no
contexto escolar?”, constatamos visões mais específicas sobre o tema, como se
observa nas falas abaixo:
      P1: Afirma que brincar é desenvolver habilidade e movimento.
       P2: Destaca que brincar faz parte da aprendizagem da criança.
         P3: Define que brincar é o ato de se divertir e elevar seu pensamento nas
coisas do dia-a-dia
       P4: Relata que o brincar desenvolve o lúdico da criança.
      Para Winicott (1975, p.32) “a criança brinca para buscar prazer, para controlar
a ansiedade, para estabelecer contatos sociais, para realizar a integração da
personalidade, por fim para comunicar-se com as pessoas”. Verifica-se que mesmo
que apresentássemos mais e mais definições, a expressão do brincar continuaria
indefinida, face à sua amplitude em termos de significado.
      Apesar de a P.3 apresentar uma visão mais abrangente sobre o brincar,
compreende-se, dessa forma, que as outras respostas devem também ser
consideradas porque o brincar é um ato que estimula a criança a prosseguir no
caminho e que promove a socialização e o desenvolvimento intelectual, afetivos e
sociais. Os educadores, dessa forma, precisam trabalhar de forma atraente que
permita envolver conteúdos de maneira que as crianças aprendam brincando. No
entanto, é necessário que os mesmos tenham cuidados para não utilizar das
brincadeiras apenas com a finalidade de ensinar os conteúdos e desassociar do
caráter lúdico em si.



                                                                                  32
3.2.2 Periodicidade das atividades lúdicas


       Na pergunta 2, Ao questionarmos as professoras sobre: “Quantas vezes
você realiza atividades lúdicas? E quais?”, ou seja, a periodicidade das atividades
lúdicas realizadas em sala de aula (não vinculadas às atividades pedagógicas),
verificamos que as mesmas responderam da seguinte forma:
       P2 – Afirma que aplica uma vez por dia, roda de conversa e músicas.
       P4 – Relata que aplica as atividades lúdicas uma vez por dia, cantar, contar
história.
       P1 – No primeiro momento, pois elas chegam mais interessadas.
       P3 – A partir do momento em que a criança quer brincar.
       Todas as professoras aplicam atividades, com maior ou menor frequência,
apesar de P1 e P3 não se importarem em especificar essas atividades lúdicas.
Verifica-se, por outro lado, que essas professoras podem utilizar das brincadeiras
citadas, estimulando não só “o brincar em si”, mas também o processo de ensino-
aprendizagem. A esse respeito, afirma Góes (2008, p. 37):
                        (...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser
                        melhorados, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido
                        como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda
                        sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes
                        mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos
                        nesse processo.

       Os educadores, assim, precisam sistematizar sua prática pedagógica, dando
ênfase      à   ludicidade,   pois   eles   trabalham      de   forma     desassociada,      sem
embasamento teórico, sendo que a prática não deve estar desvinculada das teorias.
Evidencia-se que as mesmas necessitam de formação continuada, como
professores de Educação Infantil, para que possam refletir sua prática e se
reconstruírem como cidadãos e atuarem, visto que são os mesmos sujeitos
produtores de conhecimento.


3.2.3 Importância do brincar para a criança


       Na pergunta 3, ao indagarmos sobre: “Qual a importância do brincar para o
desenvolvimento cognitivo da criança?”, observamos que as professoras não têm



                                                                                                33
um    conhecimento    mais   completo    sobre     a   importância   do   brincar   no
desenvolvimento cognitivo da criança, mesmo que suas respostas sejam válidas:
       P2 – Relata: eu acho assim, que a brincadeira faz parte do desenvolvimento
da criança na aula.
      P4 – Afirma que desenvolve o aprendizado.
       Na nossa analogia, P1 e P3 apresentam uma compreensão mais condizente
sobre a temática abordada:
       P1 – Descreve que é um momento de grande importância, pois é através das
brincadeiras que descobrimos o raciocínio delas.
        P3 – Acredita que o brincar é muito importante, desenvolve a capacidade
lúdica através das brincadeiras, elas ficam mais desenvolvidas e mais sábias.
      Como afirma Andrade (apud REGO, 1995, p. 90): “as crianças brincam
porque vivem em um mundo onde estas e outras relações estão presentes.
Brincando elas exploram diferentes representações que tem o mundo”. Nesse
sentido, deve ser considerado que o brincar é algo que desenvolve não só a
capacidade cognitiva, mas todas as áreas do conhecimento tanto social, motor,
emocional e física, fazendo com que o sujeito enriqueça sua identidade e a
autonomia. O brincar para a criança é um universo de sonhos, imaginação e
construção de conhecimento sobre si mesmo e o mundo.


3.2.4 Presença de brincadeira na prática do docente


      Na pergunta 4, ao questionarmos as professoras sobre: “Nas suas atividades
diárias em que momento aparecem às brincadeiras?”, (ou seja, junto às atividades
pedagógicas), verificamos na fala delas que não há um planejamento voltado para
essas atividades associadas à prática pedagógica..
      P1: Afirma que no primeiro momento, pois elas chegam mais interessadas.
      P2: Relata no momento que é apresentada a roda de brincadeiras, depois
aplico atividade.
      P3: Afirma a partir do momento que a criança quer brincar.
      P4: Diz que ao entrar na escola.




                                                                                    34
Assim, cabe destacar o grifo de Santos (2001, p. 15) ressaltando que: “é
preciso que os profissionais de educação reconheçam o real significado lúdico para
aplicá-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender”.


3.2.5 Compreensões dos professores sobre ludicidade


      Na pergunta 5, ao perguntarmos sobre: “Qual a sua compreensão em
relação às atividades lúdicas que possam contribuir na maturação da criança?”,
analisarmos os relatos dos professores sobre a compreensão da ludicidade,
observando que as professoras P1, P2 e P3 apresentaram argumentos sem
embasamento dentro do contexto pesquisado. No entanto, a professora P4
apresenta argumento próximo da temática desenvolvida, porém, na prática, com as
atividades aplicadas, constatamos - principalmente ao ter contato com essas no
cotidiano da unidade de ensino pesquisada - que não demonstraram ter algum
embasamento teórico ou mesmo uma abordagem que assegure a sua fala.
      P1: “história”.
      P2: “A minha compreensão é ajudar as crianças para ter um bom
desenvolvimento na aprendizagem”.
      P3: “Aquela que valorize a criança, brincadeira 3X3 passarão, brincadeira de
roda, historinha que chame a atenção das crianças e não aquelas que são muito
elevadas”.
      P4: “Faz com que elas aprendam brincando”.
      Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
                        (...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para
                        aprendizagem das crianças, medir suas experiências, auxiliar no uso das
                        diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando
                        necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as
                        crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.


      Percebe-se, com isso, que é de suma importância o professor privilegiar o
lúdico como princípio norteador pedagógico, e ao mesmo tempo compreender que
ele é um instrumento essencial que contribui na maturação da criança, integrando-a
na sociedade e construindo o seu próprio conhecimento.




                                                                                                35
CONSIDERAÇÕES FINAIS




      Este estudo evidenciou que o brincar na Educação Infantil é uma atividade
significativa que permite à criança a socialização, bem como a capacidade de
pensar por conta própria, facilitando a resolução de problemas e a compreensão do
mundo com suas diferenças e complexidades, o que pode possibilitar a criança
tornar-se um ser autônomo, capaz de exercer sua cidadania.
      Buscou-se compreender a importância do brincar na Educação Infantil, além
de analisar se as atividades lúdicas são desenvolvidas em sala de aula. Diante da
problematização, com os questionários e entrevistas, confrontamos as várias
afirmações e informações colhidas. Assim, os objetivos apontados na Introdução
desse estudo foram plenamente alcançados, vale afirmar que os profissionais da
Educação Infantil do Centro Educacional Pedrina Silveira ainda não conhecem, de
uma forma mais completa, o real significado do brincar e não utilizam o lúdico como
recurso pedagógico.
      Nesse sentido, é preciso que a temática seja “amadurecida” no seio das
instituições de ensino, e, de outro modo, que seja trabalhada, de forma
comprometida e sistematizada, a formação continuada dos profissionais desses
segmentos, pois é visível a falta de preparação dos docentes, para a demanda da
Educação Infantil frente ao cuidar/educar e da utilização do lúdico como princípio
básico do fazer pedagógico.
      De acordo com Carneiro e Dodge (2007):
                      Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola é
                      preciso mudar a visão dos estabelecimentos de ensino a respeito dessa
                      ação e a maneira como entender o currículo. Isso demanda um corpo
                      docente capacitado para refletir e alterar suas práticas (p. 91).

      Wekerlin (2004, p. 63) concorda com a afirmação anterior, ao afirmar:
                      Precisamos de profissionais mais adaptados às intensas transformações
                      que se vivem hoje na sociedade, que se ajustem a novas dinâmicas, e que
                      qualquer metodologia vise à reconstrução do conhecimento, dando ao
                      aluno, em todos os aspectos, a capacidade de se ajustar às exigências do
                      mundo moderno.

      Torna-se preciso, nesse contexto, ressaltar também a necessidade da
aplicação de novas metodologias junto às propostas lúdicas na sala de aula,

                                                                                           36
efetivando a prática dos brinquedos e brincadeiras. Vale destacar a afirmação de
Oliveira (1997, p. 64):
                      O brincar permite a elaboração de um mundo de sentimentos e ações com
                      significados sócio-afetivo novo e crítico; podendo-se atribuir à atividade
                      lúdica três funções: socializadora, na qual desenvolve hábitos de
                      convivência; psicológica, podendo aprender a controlar seus impulsos, e
                      pedagógica, trabalhando a interdisciplinaridade, a heterogeneidade, o erro
                      de forma positiva, fazendo com que o indivíduo se torne ativo no seu
                      processo de desenvolvimento.

       Acredita-se que, para a aplicação das atividades lúdicas com finalidade
pedagógica, de outra forma, é necessário ao docente um planejamento prévio com
objetivos e estratégias traçadas. Dessa forma, pressupõe que a escola precisa
galgar novos conceitos, experimentar um saber mais inovador, buscando práticas
que reflitam significados para os aprendizes de Educação Infantil.
       Assim, pensar a importância do brincar, é permitir a criança liberdade de ação
e constituição do conhecimento em processo educativo de forma criativa e
prazerosa. Entende-se que o brincar vai desde a sua prática livre até uma atitude
dirigida, com regras e normas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento físico,
motor, afetivo, social e cognitivo. Dentro do contexto da observação sobre os
benefícios proporcionados pelas “práticas lúdicas”, Vygotsky (1994, p. 52) afirma
que a ludicidade não está ligada simplesmente ao prazer. As regras dos jogos, bem
como a imaginação, desenvolvem o raciocínio, a sensibilidade, a percepção, a
inspiração e tantas outras habilidades. O brincar faz parte do dia-a-dia das crianças
divulgando seus sonhos, desejos, sentimentos, frustrações e expressando como
constroem e reconstroem a realidade, encontrando soluções para os problemas que
as rodeiam. Dessa forma, as atividades lúdicas podem ser concebidas como uma
possibilidade para a práxis de uma educação diferenciada, comprometida
principalmente com uma aprendizagem significativa.
       Diante do que foi abordado, esperamos de alguma forma ter contribuído para
que os docentes dessa unidade de ensino possam fazer uma reflexão sobre a
eficácia das atividades lúdicas e colocá-las em prática, o que sabemos depender de
outros fatores. Colocamos também este trabalho à disposição de todos que
necessitarem realizar estudos sobre tal temática. Por fim, na certeza do dever
cumprido, reconhecemos que o referido trabalho monográfico foi também de suma
importância,   porque     proporcionou    enriquecimento       em    nossas     vidas,    tanto
acadêmica, quanto profissional e pessoal.
                                                                                             37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




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                                                                                40
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                                                                            41
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WEKERLIN, D. Filho.2004. Características da escola do século XXI. Disponível
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19/03/2012.




                                                                               42
APÊNDICES




            43
APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELAS PROFESSORAS


                    Departamento de Educação – CAMPUS VII
                    Universidade do Estado da Bahia - UNEB
                    Senhor do Bonfim - BAHIA
                    Curso de pedagogia


                                          Questionário

Questões sobre o perfil das professoras

1) Sexo:masculino ( )                   Feminino ( )

2) Idade:

3) Formação:

4) Tempo de atuação:

Questões mais direcionadas ao tema em pauta

5) Brincar é importante para o desenvolvimento infantil?

       (       ) Sim (    ) não   (   ) não sei (   ) às vezes

6) Qual a função do brincar associado ao processo de ensino aprendizagem?

       (       ) divertir-se

       (       ) jogar

       (       ) realizar atividades de jogos e brincadeiras com finalidades pedagógicas.

    7) Quais as atividades lúdicas mais comuns nas suas aulas?

           (  ) jogos    (    ) história (    ) filmes e vídeo (      ) brincadeiras de roda
(         outras, especifique
    8) Qual a importância da brincadeira, no desenvolvimento integral da criança?

     (     ) Raciocínio lógico (       ) possibilite a imitação de diferentes papéis,
comumente do seu cotidiano.
   (   ) Não facilita a transformação do mundo adulto para seu universo

    9) Você tem conhecimento teórico sobre o tema ludicidade?
    (    ) Sim       (  ) Não



                                                                                            44
APÊNDICE 2 – ENTREVISTA REALIZADA COM AS PROFESSORAS


              Departamento de Educação Campos
              Universidade do Estado da Bahia - UNEB
              Senhor do Bonfim - Bahia
              Curso de Pedagogia



Dados pessoais:

  a) Sexo: masculino (   )       feminino ( )

  b) Idade:

 c) Tempo de formação:

 d) Tempo de atuação:


                                    Entrevista


  1) O que é brincar?


  2) Quantas vezes você realizava atividades lúdicas? E quais?


  3) Qual a importância de brincar no desenvolvimento cognitivo da criança?


  4) Nas suas atividades diárias em que momento aparece às brincadeiras?


  5) Qual a sua compreensão em relação às atividades lúdicas que possam
  contribuir na maturação da criança?




                                                                              45

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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM – BAHIA PROGRAMA REDE UNEB 2000 Ademilson José de Oliveira Marlene dos Reis Mariano Gonçalves da Silva Rosilene da Silva A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA Itiúba - Bahia 2012 1
  • 2. Ademilson José de Oliveira Marlene dos Reis Mariano Gonçalves da Silva Rosilene da Silva A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA Monografia apresentada ao Departamento de Educação – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, Rede UNEB 2000, como requisito parcial para obtenção de conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia. Professora Orientadora: Maria Elizabete Souza Gonçalves. Itiúba- Bahia 2012 2
  • 3. Ademilson José de Oliveira Marlene dos Reis Mariano Gonçalves da Silva Rosilene da Silva A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO EDUCACIONAL PEDRINA SILVEIRA Monografia apresentada ao Departamento de Educação – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, Rede UNEB 2000, como requisito parcial para obtenção de conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia. _________________________________________________ Maria Elizabete Souza Gonçalves (Professora Orientadora) __________________________________________________ Gilberto Lima dos Santos (Professor Examinador 1) __________________________________________________ Maria Conceição Curaçá Gonçalves (Professora Examinadora 2) Itiúba- Bahia 2012 3
  • 4. Este trabalho é dedicado a Deus em primeiro lugar, pois se chegamos até aqui foi por sua aprovação. Aos nossos familiares, que durante nossas ausências assumiram, de forma zelosa, nossos papéis, além de nos incentivarem a continuar, quando o trabalho e os estudos se tornaram árduos a ponto de pensarmos em parar no meio da caminhada. As dificuldades, “as pedras no caminho” não foram poucas, mas nós conseguimos ir em frente, porque elas serviram apenas de desafio para que chegássemos lá. Somos gratos à Rede UNEB pela oportunidade singular do curso UNEB 2000, implantado em Itiúba, no qual fomos agraciados. A todos os professores que passaram por nós durante toda a nossa trajetória. Ao Centro Educacional Pedrina Silveira, em especial ao diretor e aos docentes, que nos recepcionaram e nos atenderam, com presteza, fornecendo informações úteis para esta pesquisa. Por fim, à nossa Professora Orientadora, pela capacidade de acreditar que seríamos capazes de realizar um trabalho deste porte, também por sua paciência em nos direcionar até aqui entre erros e acertos. 4
  • 5. "O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso, os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.” (Rubem Alves) 5
  • 6. LISTA DE GRÁFICOS Figura 1.................................................................................................................. 30 Figura 2.................................................................................................................. 31 6
  • 7. RESUMO O presente trabalho monográfico procurou analisar as compreensões dos professores sobre a importância do brincar na Educação Infantil, tendo como referencial teórico, para pesquisa bibliográfica, postulados de Vygotsky (1987), Kramer (1994), Almeida (2000), Mizukami (1986), Kishimoto (2003), Piaget (1971), os quais nortearam as discussões sobre ludicidade. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa e os instrumentos de coleta de dados foram questionário e entrevista. O Centro Educacional Pedrina Silveira foi o local escolhido para a realização da pesquisa de campo, localizado no Povoado de Rômulo Campos (Itiúba-Bahia). Os resultados apresentados evidenciaram que os professores demonstraram uma compreensão superficial sobre o real significado do brincar, não utilizando o lúdico como recurso pedagógico. Com base nessa perspectiva, espera- se que os educadores e dirigentes escolares deem continuidade ao trabalho educativo, inserindo essas práticas no processo de ensino-aprendizagem, pois a importância do brincar na Educação Infantil está não só na melhoria da prática didático-pedagógica por parte dos professores, mas também proporciona aos alunos uma aprendizagem mais significativa e, sobretudo, mais motivadora. Palavras-chave: Professor. Brincar. Educação Infantil. 7
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................ 09 CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................... 12 1.1 Um breve relato histórico sobre a ludicidade e a importância do brincar 12 1.2 Conceituando a ludicidade e os efeitos dessa na vida da criança........... 13 1.3 O papel do professor e a importância dele na Educação Infantil.............. 17 1.4 A LDB (9394/96) e os RCNEI: Amparos e Referenciais para o bom direcionamento das ações na Educação Infantil,no contexto da ludicidade. 19 CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA........................................................................... 25 2.1 Tipo de pesquisa escolhida........................................................................... 25 2.2 Instrumentos de coletas de dados.............................................................. 26 2.3 Lócus............................................................................................................. 27 2.4 Sujeitos da pesquisa.................................................................................... 28 2.5 Procedimentos.............................................................................................. 28 2.6 Análise dos dados coletados...................................................................... 28 CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................................... 29 3.1 A análise dos questionários......................................................................... 29 3.1.2 A importância do brincar............................................................................ 29 3.1.3 Atividades lúdicas comuns........................................................................ 30 3.2 A análise das entrevistas.............................................................................. 31 3.2.1 Compreensões sobre o brincar................................................................. 32 3.2.2 Periodicidade das atividades lúdicas....................................................... 33 3.2.3 Importância do brincar para a criança.................................................... 33 3.2.4 Presença de brincadeira na prática do docente..................................... 34 3.2.5 Compreensões dos professores sobre ludicidade................................ 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 38 APÊNDICES......................................................................................................... 43 APÊNDICE 1........................................................................................................ 44 APÊNDICE 2........................................................................................................ 45 8
  • 9. INTRODUÇÃO A escolha desta temática surgiu das nossas discussões, ao longo dos processos formativos do curso de Licenciatura em Pedagogia da Rede UNEB 2000, quando verificamos a importância do brincar na escola e problematizamos à luz de nossas experiências, como professores de Educação Infantil. A educação infantil, como parte da educação básica é relevante, principalmente porque requer do professor o conhecimento da teoria e prática que envolvem a atuação desse no referido nível de ensino, uma vez que as mudanças atuais têm sinalizado para práticas inovadoras. Um dos pontos mais acentuados, que nos levou à escolha dessa temática, foi a nossa inquietação em saber: Os professores de Educação Infantil do Centro Educacional Pedrina Silveira tem uma compreensão mais ampla sobre o real significado do brincar, junto às práticas de ensino-aprendizagem, no espaço educativo? Dentro desse contexto, aprofundamos a discussão sobre a centralidade do objeto do trabalho, buscando subsídios teóricos em diversos autores renomados, utilizamos como referenciais teóricos os pressupostos de Vygotsky, Piaget e as discussões de Kishimoto, Almeida, Mizukami, Kramer, os quais evidenciam o brincar na Educação Infantil como um suporte pedagógico que facilita o desenvolvimento cognitivo da criança, propiciando autonomia, socialização e interação com o meio, dentre outros benefícios. De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – RCNEI (1998), o brincar é um direito da criança e estabelece que, na brincadeira, ela define as principais características desse tipo de ação lúdica. Assim, utilizando diferentes papéis, a criança cria e recria sua própria vida, revendo conflitos, medos, ansiedades e fracassos. A brincadeira na Educação infantil favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente as aquisições de problemas de forma criativa e divertida. Brincar, nessa perspectiva, é um elemento fundamental à prática educativa da criança. Segundo Murcia et al (2005), o jogo ou a brincadeira refletem o desenvolvimento da personalidade infantil, porque durante o brincar a criança resolve situações-problemas e elabora estratégias de ação frente às mesmas. É 9
  • 10. importante que o professor saiba quais os tipos de brincadeiras que hoje afetam as crianças e como essas crianças interagem com as culturas que elas disponibilizam. Por isso, é necessário que os professores façam uma reflexão sobre as práticas educativas voltadas para as crianças e que provoquem a necessidade de ressignificar e reorganizar os projetos de Educação Infantil, de modo a estruturá-los de acordo com as Novas Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil. A reflexão sobre o brincar deve, com isso, ultrapassar o espaço da escola, atingir o convívio familiar, mergulhar, assim, nas relações sociais. Portanto, a brincadeira, não é o brinquedo, o objeto, e também não é a técnica, mas o conjunto de procedimentos e habilidades, que permitirão um desenvolvimento pleno da criança. Compreendendo, desse modo, que a prática realizada pelo professor em sala de aula é considerada como elemento influente e decisivo para o desempenho do aluno, procuramos desenvolver este trabalho, destacando, como objetivo Geral: Saber se os professores de Educação Infantil dão a importância devida ao brincar, como atividade que favorece o desenvolvimento integral da criança e Específicos: 1º) Constatar se as atividades lúdicas, para esses professores, são concebidas como diversão e/ou contribuem verdadeiramente para o aprendizado das crianças; 2º) Identificar se existem atividades, utilizadas na prática didático-pedagógica, associadas à ludicidade. O trabalho, dessa forma, foi estrutura em três relevantes capítulos: No primeiro capítulo, há uma abordagem sobre o contexto histórico do brincar, além de ser ressaltada a importância do lúdico e do papel do professor na Educação Infantil, por outro lado, apresentamos também A LDB (9394/96) e os RCNEI como Amparos e Referenciais para o bom direcionamento das ações na Educação Infantil, no contexto da ludicidade. No segundo capítulo, constam os processos metodológicos, onde focalizamos o tipo de pesquisa escolhida, os instrumentos da coleta de dados, o lócus, os sujeitos da pesquisa, procedimentos, bem como a análise de dados. No terceiro capítulo, foi registrada a apresentação dos resultados da pesquisa, trazendo análise dos dados coletados, proporcionando, assim, conhecimentos sobre 10
  • 11. as concepções dos profissionais da Educação Infantil acerca do brincar no Centro Educacional Pedrina Silveira. Nas Considerações finais, ressaltamos que os objetivos geral e específicos foram alcançados e que apesar de existirem as brincadeiras na escola pesquisada, estão desassociadas do trabalho pedagógico. Há também um registro de que a prática da ludicidade, nessa unidade de ensino, requer capacitações, isto é, formação continuada dos profissionais de Educação Infantil. 11
  • 12. CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Um breve relato histórico sobre a ludicidade e a importância do brincar Somente a partir da Idade Média é que houve uma preocupação voltada para a formação e aprendizagem infantil, graças ao desenvolvimento do Iluminismo que retomou importante concepção advinda da antiguidade especialmente na Grécia, onde se privilegiou a educação de crianças e adolescentes. Na antiga Grécia, pensadores como Platão (427 – 384 A.C) defendiam as atividades lúdicas com valor educativo. Platão introduziu, de um modo bastante diferente para a época, uma prática matemática lúdica, tão enfatizada hoje em dia. Ela aplicava exercícios de cálculos ligados a problemas concretos extraídos da vida e dos negócios. Platão afirmava que todas as crianças deviam estudar Matemática pelo menos no grau elementar, introduzindo, desde o início, atrativos em forma de jogo. Deve-se, com isso, afirmar que a prática da ludicidade é de grande valor, sobretudo porque é vista como mais uma possibilidade de desenvolvimento das potencialidades das crianças. É observado que, dentre outros atributos, com o lúdico pode ser estabelecida a sociabilidade, o estímulo a amizades, o fortalecimento da convivência, além do respeito ao direito dos outros frente às normas estabelecidas no meio em que essas crianças convivem. Dentro desse contexto, cabe o destaque de pontos de vista de três autores: para Wallon (citado por Galvão, 2000), o desenvolvimento da criança é uma interação entre ambientes físico-sociais historicamente elaborados, sendo que os membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a proporcionar a criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas ações, levando-a a um saber construído pela cultura e modificando-se através de suas necessidades biológicas e psicossociais. Já, de acordo com Aberastury (1992, p. 55): “a criança que brinca investiga e precisa ter uma experiência total que deve ser respeitada. Seu mundo é rico e está em contínua mudança, incluindo-se nele um 12
  • 13. intercâmbio permanente entre fantasia e realidade”. Leontiev (1994), por sua vez, argumenta que na atividade lúdica a criança descobre as relações existentes entre os homens. Para tal autor, as crianças além de conseguirem, através da brincadeira, avaliar suas habilidades e compará-las com as das outras crianças, também permite a essas se apropriarem de códigos culturais e de papéis sociais. Dessa forma, evidencia-se que a participação nas brincadeiras em grupo representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança, bem como é vista como um estímulo para o desenvolvimento de seu raciocínio lógico. Diante do exposto, cabe ao professor, portanto, vivenciar sua ludicidade maior, na prática didático-pedagógica, pois, dessa maneira, estará trabalhando com a criança de forma mais estimulante e prazerosa, e, sem dúvida, essas práticas inovadoras terão influência positiva na sua formação. A esse respeito, Santos (2000) comenta que tal formação permite ao educador saber de suas potencialidades e limitações, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo na vida da criança. Logo, deve ser ressaltada a relevância das brincadeiras no espaço educativo, considerando, de outro modo, que cabe ao professor, como mediador, analisar a potencialidade educativa das mais diversas brincadeiras, bem como considerar o aspecto curricular a ser desenvolvido, direcionando-se à formação lúdica com o fito de envolver mais prazerosa e pedagogicamente às crianças. Rojas (2002) destaca a importância de se reconhecer que o educador é a peça chave desse processo, devendo ser encarado como um elemento essencial e fundamental. Assim, o professor de Educação Infantil assume uma grande responsabilidade com referência à formação da personalidade da criança, pois além da família, ali na sala de aula, com sua professora e coleguinhas, essa criança dá os primeiros passos como cidadã. Por isso, reflete a responsabilidade do professor como educador. 1.2 Conceituando a ludicidade e os efeitos dessa na vida da criança Antes de se tratar de questões referentes aos efeitos da ludicidade no desenvolvimento e aprendizagem infantil, necessário se faz registrar alguns conceitos amplamente discutidos nos espaços acadêmicos. O que é ludicidade? O 13
  • 14. que significa brincar? De acordo com Rau (apud Costa, 2005, p.32) “a palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Nesse brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e a palavra é relativa também à conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte”, isto é, no lúdico estão inclusas todas as atividades, consideradas como brincadeiras, com as quais as crianças se divertem mutuamente. Entende-se que a ludicidade é toda e qualquer atividade que dá prazer e envolve o sujeito, deixando-o disposto a buscar novas concepções e combinações de ideias. Como relata Luckesi (2000, p. 97): “a ludicidade se caracteriza como aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude em que nos envolvemos por inteiro estando flexíveis e saudáveis”. Sabe-se que o lúdico se manifesta através do jogo, da brincadeira, do brinquedo e consequentemente do brincar, entretanto, apesar de, em termos de entendimento, tanto o jogo, a brincadeira, quanto o brinquedo e o brincar parecerem ter a mesma significação, há diferenças, e, antes de sequenciarmos a discussão, em meios a outros conceitos, deve ser ressaltado o de Friedmann (2006, p.17), que se mostra muito esclarecedor: JOGO – Designa tanto uma atitude quanto uma atividade estruturada que envolve regras. BRINCADEIRA – Refere-se basicamente à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada. BRINQUEDO – Define o objeto de brincar, suporte para a brincadeira. BRINCAR - Diz respeito à ação lúdica, seja brincadeira, jogo, uso de brinquedos ou outros objetos, do corpo, da música, da arte, das palavras, etc.. Dessa forma, é interessante que o educador, ao utilizar o lúdico como recurso pedagógico, esteja atento às diferenças entre ambos para saber melhor conduzi-los. Retornando e sequenciando a discussão, dentro desse contexto, no que tange à dimensão dos efeitos expressos através do lúdico, é válido afirmar que essa prática tem o poder de sensibilizar, de valorizar todas as ações desenvolvidas pelo educador. O lúdico é realmente uma ferramenta que desenvolve várias potencialidades do indivíduo, criança ou adulto. O brincar é algo que acontece naturalmente na vida de todas as pessoas e essencial para a vida educativa do ser humano, desenvolve a criatividade e pode transformar a relação do sujeito com o conhecimento. Como destaca Winnicott (1975, p. 80): “é no brincar e somente no brincar que o indivíduo adulto ou criança pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral e somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu”. 14
  • 15. Outro aspecto relaciona-se diretamente ao criar associado ao brincar, sendo fundamental para entendermos que o ato de criação está ligado às atividades formais e racionais. Segundo Piaget (1971, p. 97): “quando a criança brinca assimila o mundo a sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da natureza da função que a criança lhe atribui”. No que tange a essa realidade, o lúdico tem o poder de despertar a imaginação, a fantasia, impulsionando o fazer próprio da criança. A esse respeito, Elkonin (2009, p. 23) afirma que: “[...] é claro que toda atividade, e o brincar não é exceção, pode decompor-se numa soma de faculdades: percepção + memória + pensamento + imaginação”. Um pedaço de madeira com barbantes, uma casca de noz, uma coisa sem nenhum valor, como pedrinhas, folhas de árvores e o conteúdo de uma cesta de papéis adquirem grande significado em virtude da viva fantasia infantil, que transforma os pedaços de papel em xícaras, barcos, animais e pessoas (PREYER, 1894, p.51 Apud ELKONIN, 2009, p.25). Dentro desse contexto, é preciso, também, levar-se em consideração a natureza da brincadeira no que se refere à criação de uma possibilidade para se decifrar enigmas, de participar de desafios, isto é, de despertar para si mesmo, contemplando o mundo, imaginando e criando novas possibilidades de aprendizagens. A esse respeito, faz-se necessário o registro do ponto de vista de Alves (2005, p. 64-65): Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta sua barriga? Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Como os brinquedos do professor Pardal, eles logo perdem a graça. Mas um cabo de vassoura vira um brinquedo se ele faz um desafio. (...) O mesmo acontece com uma corda no momento em que ela deixa de ser coisa para se amarrar e passa a ser coisa de pular (...). Há brinquedos que são desafios ao corpo, à sua força, habilidade, paciência... E há brinquedos que são desafios à inteligência. Percebe-se, com tais argumentações que, brincando, a criança exercita sua capacidade imaginativa, o seu corpo, a inteligência, podendo, no processo de ensino-aprendizagem, apropriar-se do brincar para aprender de forma mais motivadora. Desse modo, pode-se destacar o brinquedo como um caminho que leva às crianças a compreenderem a realidade, pois brincando elas descobrem, inventam, experimentam e, assim, enriquecem a sua capacidade de se tornar um ser humano criativo. Como descreve Almeida (2000, p. 26): “O brinquedo faz parte da vida da criança. Ela simboliza a relação e sob este ponto constrói, ao tornar possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação”. 15
  • 16. O brinquedo e a brincadeira vêm conduzir o mundo para sua realidade, proporcionando também oportunidade de socialização com outras crianças. Segundo Kishimoto (2002, p. 146): “por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios pela exploração, ainda que desordenada e exerce papel fundamental na construção do saber fazer”. A autora afirma que o brinquedo supõe uma determinação quanto ao uso, portanto sem regras fixas. A brincadeira é a ação lúdica, como destaca Vygotsky (1987, p. 84): “As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira é a criação de situações imaginárias e surge da tensão do indivíduo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade”. Sendo assim, a brincadeira é uma forma que a escola tem de socialização e construção para desenvolver o sentido da criança. O brincar não é só para o desenvolvimento escolar pedagógico, mas sim para que se possa adquirir experiência de elaboração de vivência da realidade na construção do ser. As brincadeiras criativas devem oportunizar o estímulo ao aprendizado. Portanto, o lúdico aplicado à prática pedagógica, não apenas contribui para a aprendizagem das crianças, como também possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e criativas. No entanto, vale salientar, que a ludicidade só pode acontecer na sala de aula se o educador assumir uma postura de mudança de atitude interna, tendo sensibilidade efetiva no ambiente escolar. Nesse sentido, (Kramer apud MEC/SEF/COED, 1996, p. 19) faz a seguinte afirmação: É preciso que os profissionais da educação infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área da Educação Infantil e da cultura em geral, para repensarem sua prática, reconstruírem enquanto sujeitos da produção de conhecimentos. E para que possam, mais do que “implementar” currículo, ou “aplicar” proposta à realidade da creche/pré-escola em que atuam, efetivamente possam participar da sua concepção, construção e consolidação. Portanto, torna-se necessário que o professor tenha em mente que, principalmente na escola de Educação Infantil, deve existir organização de espaço e tempo para os jogos e brincadeiras, essa é uma tarefa bastante importante. Também há a necessidade de, no momento de planejar, que ele esteja preocupado com essas questões, bem como deve ter consciência sobre a importância da ludicidade no espaço educativo, o que, certamente, o levará a contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas, 16
  • 17. possibilitando, dessa forma, à criança uma aprendizagem, sobretudo, mais significativa. 1.3 O papel do professor e a importância dele na Educação Infantil O professor assume um papel de fundamental importância na vida de uma criança, pois é ele que deve oferecer condições de aprendizagem que levem ao desenvolvimento das demais habilidades e que possam responder às necessidades dos alunos no meio social onde estão inseridos. Segundo Mizukami: O professor tem o papel de “criar situações, proporcionando condições onde possam se estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação, ao mesmo tempo moral e racional” (1986, p. 77). Dentro desse contexto, significa que as redes de ensino devem investir, de maneira sistemática, na capacitação e atualização permanente de seus educadores, porque o profissional da Educação Infantil precisa de uma formação sólida e abrangente para acompanhar as novas exigências do mundo e a grande demanda de crianças de 0 a 6 anos. De acordo com o MEC/PROINFO (1999) são aspectos inerentes à Educação Infantil: saúde, afeto, segurança, interação, alimentação, brincadeira, entre outros, devendo integrar, cuidar/educar de forma dinâmica. Assim, a saúde está presente na hora da higiene, na escolha do alimento adequado e na discussão. O afeto perpassa todas as ações demonstrando para a criança, através da própria ação, como estabelecer vínculos afetivos nas relações sociais. Já a brincadeira, segundo Vygotsky (1994, p. 117), é a atividade principal porque “cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança, realiza ações que estão além do que sua idade lhe permite realizar, agindo no mundo que rodeia, tentando aprendê-lo, auxiliando-a a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”. O professor é importante na educação, porque age como facilitador no processo educacional, precisando levar em conta o processo de ensino de maneira equilibrada e adequada. Portanto, ele é responsável por ensinar, também por ajudar os alunos a dar um passo adiante, progredir e avançar na construção de seus conhecimentos. Segundo Faria (1995) citando Piaget: 17
  • 18. O educador pode contribuir com esse processo oferecendo vários objetos de conhecimento e instigando o aluno a interagir com eles no sentido de sua construção. Ao professor cabe intervir para fazer os alunos pensarem sobre o processo que levou ao eixo ou ao fracasso no trabalho com diferentes áreas (p. 47). O professor se apresenta, dessa forma, como sujeito indispensável no processo educativo. Por mais que se invista na equipagem das escolas como: laboratórios, bibliotecas, campo de futebol, etc., sem negar a importância de todos esses instrumentos, tudo isso não se configurará, mais do que aspectos materiais, se comparado ao papel e a importância do professor. Nessa perspectiva, o papel do professor é procurar entender a forma de pensamento da criança para poder proporcionar a ela os momentos lúdicos necessários ao seu desenvolvimento. Portanto, é de extrema importância, uma vez que é ele um dos principais agentes da construção da identidade, da autonomia e do conhecimento da criança, sendo, enfim, o principal parceiro da criança nesse momento de aprendizagem e de descobertas. Diante do exposto, uma instituição de Educação Infantil deve procurar conhecer a criança na sua realidade, entendê-la como ser social, com cultura e princípios diferenciados. Partindo dessa premissa, possibilita-se o desenvolvimento através da exploração de objetos, incorporação de relações interativas, atividades lúdicas, desenvolvimento motor, em suma, desenvolvimento físico, psicológico, intelectual, social e emocional. Então, segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998, p. 23): Educar significa, portanto, propiciar situações de brincadeiras de aprendizagem centradas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, proporcionando o acesso às crianças ao conhecimento mais amplo e à realidade social e cultural. Faz-se, dessa forma, necessário que os profissionais das instituições de Educação Infantil, tenham ou venham a ter uma formação sólida que corresponda às expectativas e necessidades da criança, pois o que se encontram, na maioria das escolas da rede pública, são professores carentes de ajuda para atender às necessidades mínimas de todas as crianças, mostrando-se inseguros, o que é devido ao despreparo ou falta de vontade de oferecer um trabalho de qualidade, ou ainda falta de motivação para realizar tal prática. 18
  • 19. Enfim, como educadores, devemos considerar a importância da motivação lúdica para estimular os questionamentos de maneira construtiva. A construção do saber, a partir do lúdico, leva a criança, enquanto participa do jogo, a elaborar metas, a perceber e explorar diferentes estímulos, a antecipar resultados, a levantar diferentes hipóteses e a formular estratégias. Vale afirmar que a criança, como todo ser humano, precisa estar inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura em um determinado momento histórico, visto que a mesma tem na família biológica um ponto referencial fundamental que influenciará na sua formação pessoal e social, interagindo, assim, com outras instituições sociais. Segundo Gandini e Edwards (2002, p. 84): “A melhor maneira de proporcionar uma passagem para o mundo da educação fora de casa, sem grandes dificuldades, é através da construção de relacionamentos íntimos, intensos e diários com a criança e com a família”. Assim, o educador deve perceber que, desde bem cedo, as crianças apresentam atitudes e interesses em descobrir o mundo que as cerca. Elas são curiosas e querem respostas sempre para os seus porquês. Desse modo, o trabalho do professor deve ser o de orientar as experiências por elas já vividas, para então conduzir a sua prática em busca de novos conhecimentos. 1.4 A LDB (9394/96) e os RCNEI: Amparos e Referenciais para o bom direcionamento das ações na Educação Infantil, no contexto da ludicidade Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (1998, p.11), o desenvolvimento da Educação no Brasil e no mundo tem acontecido de forma crescente nas últimas décadas, pois, na medida em que o tempo passa, a civilização vem se intensificado de tal forma, oferecendo, assim, uma participação maciça da mulher no mercado de trabalho e as mudanças transformadoras com base na estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos. As instituições de Educação Infantil devem tornar acessíveis a todas as crianças que as frequentam, promovendo, em suas propostas pedagógicas, práticas de Educação que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança. O professor, assim, deve-se ater ao seu 19
  • 20. papel socializador, proporcionando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagem diversificadas, realizadas em situações de interação. Segundo Gandini e Edwards (2002, p.79): “O processo de inserção da criança na creche/pré-escola inicia-se antes mesmo da entrada propriamente dita da criança na instituição. O primeiro contato dos pais com a instituição, que normalmente ocorre na secretaria, é de grande valia para troca de informações” . Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394), sancionada em 20 de dezembro de 1996, a inserção da Educação Infantil na Educação básica, como sua primeira etapa, é o reconhecimento de que a Educação marca sua finalidade. Afirma no art.22 da Lei: “a Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores”. Nessa perspectiva, as crianças aprendem a construir o próprio conhecimento a partir dos relacionamentos que intervêm com as outras pessoas e principalmente com o meio em que vivem, já que o mesmo não surge como imitação da realidade, mas sim, como fruto de um intenso trabalho de criação, organização e significação. Segundo Moreno e Cubero (1995, p. 80), o contato familiar é especialmente importante não só porque a criança permanece nele por longo período, mas porque possibilita a abertura ou o fechamento para outros contextos. O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. A LDB (9394/96, p. 13, art. 29 e 30), afirma que ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas, que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Esse caráter polivalente demanda, por sua vez, um conhecimento profundo do profissional de educação, já que ele precisa ter uma formação bastante ampla, capaz de torná-lo também um aprendiz e, acima de tudo, levá-lo a uma reflexão constante sobre sua prática pedagógica, debatendo com seus pares, envolvendo as famílias e a comunidade através de diálogos, buscando, assim, informações necessárias para o trabalho que desenvolve. Segundo Lopes (2005), o conhecimento da educação (teórico, tecnológico e prático): 20
  • 21. Capacita o profissional de docência, não só a estabelecer o valor educacional de um conteúdo cultural e participar no processo de decidir sua conversão, enfim na meta de um determinado nível educacional, mas também para estabelecer programas de intervenção ajustados a fatos e decisões pedagógicas que tornem efetiva a meta proposta (p. 38). É necessário, dessa forma, incorporar teorias e práticas à formação dos professores, os quais têm como finalidade a prescrição de ações educativas. Apesar de existir um consenso quanto à natureza educacional do atendimento à criança da educação infantil, considerada criança pequena, há a necessidade da presença de professores, nas instalações de Educação Infantil, com a formação exigida pela LDB 9394/96. Há uma polêmica quanto ao papel e, portanto, ao quantitativo dos professores nas creches. Essas possibilidades correspondem diferentes papéis do professor nas creches, embora seja difícil identificá-los, na medida em que nos textos e documentos sobre a educação infantil utilizam-se, sem distinção, as palavras adultos, educador e professor para indicar pessoas que atuam nas creches. Portanto, os professores de Educação Infantil realizam muitas tarefas: são contadores de histórias, resolvem conflitos, ora são líderes, ora são observadores, guardiões, investigadores, apaziguadores, estrategistas, planejadores e produtores de conhecimentos e cientificidade. Entende-se o desenvolvimento do profissional da Educação Infantil, dentro desse contexto, como uma caminhada que envolve o crescer, o ser e o permitir-se sentir. A esse respeito, vale ressaltar o que afirma Vallejo (2002): As mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e estão afetando o sistema educacional, em geral, e a atividade docente, em particular, exige uma nova imagem do professor e dessa atividade. A docência na atualidade tem mais a ver, em perto sentido, com a imagem do professor como “regente da orquestra” do que como armazenador e transmissor de informação (p. 50). O Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) salienta também a importância do manuseio de materiais, de textos (jornais, livros, cartazes, revistas, etc.) pelas crianças, uma vez que ao observar produções escritas, vão conhecendo, de modo progressivo, as características e formas de linguagem. Isso se torna evidente, ao observar-se que quando uma criança folheia um livro emite sons e faz gestos como se estivessem lendo. A criança de Educação Infantil precisa de organização do espaço físico de forma atraente e aconchegante, com almofadas, iluminação adequada, livros de diversos gêneros, de diferentes autores, revistas, histórias em quadrinhos, jornais de 21
  • 22. trabalhos de outras crianças, sendo que as crianças devem ter livre acesso a esse espaço. Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil - RCNEI (1998), as brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, o conhecimento quanto à posição do corpo, a direção a seguir e outros, participando do desenvolvimento tanto afetivamente quanto socialmente. Entende-se, desse modo, que o lúdico é um recurso pedagógico na Educação Infantil indissociável da prática docente, pois possui componentes que despertam o interesse da criança pela busca de diferentes linguagens. É fundamental reforçar aqui a importância do professor de Educação Infantil em conhecer seus alunos antes de planejar suas atividades diárias. Esse conhecimento surgirá no momento em que as crianças são inseridas no processo educacional, tornando-as ativas e receptíveis às constantes mudanças. Percebe-se que o conceito brincar, significa agir lúdica e criativamente de tal forma que vamos construindo nossa passagem de um estado funcional com a mãe para um estado de independência, no estado paterno. O que não importa é colocar valores em nenhum desses estados, porque se isso fizer, cairemos na armadilha do feminismo ou do machismo, ou seja, menino não pode brincar de boneca, menina não pode jogar gude, porque boneca é brinquedo de menina e gude é brinquedo de menino. Pura e simplesmente são fenômenos da vida humana sem que um seja melhor que o outro. O conceito brincar é um tanto moralista, que perpassa nosso cotidiano. Sempre que se ouve falar: “Você está de brincadeira”? “Que brincadeira é essa”? “Isso não é uma brincadeira”. “Vocês estão brincando, mas a coisa é séria”. Essas expressões não fazem jus ao conceito de brincar. Ao contrário desclassificam. Conforme (Kishimoto, 2002, p. 139) “A brincadeira é uma atividade que a criança começa desde cedo no âmbito familiar. E continua com seus pares. Inicialmente, ela não tem objetivo educativo ou de aprendizagem pré-definida”. A 22
  • 23. maioria dos autores afirma que ela é desenvolvida pela criança para seu prazer e recreação, mas também permite a ela interagir com pais, adultos, bem como explorar o ambiente. Para Vygotsky (1994), a criança nasce em um meio cultural repleto de significações sociais, historicamente produzidas, definidas e codificadas, que são constantemente ressignificadas e apropriadas pelos sujeitos em relação, constituindo-se, assim, em motores do desenvolvimento. Nesse sentido, o desenvolvimento humano, para ele, se distancia da forma como é entendido por outras teorias psicológicas, por ser visto como um processo cultural que ocorre necessariamente, mediado por outro fato social, no contexto da própria cultura, forjando-se os processos psicológicos superiores, sendo a psique humana nesta perspectiva essencialmente social. Os processos psicológicos superiores para Vygotsky (1987) são constituídos: (...) Pelos domínios do desenvolvimento cultural e do pensamento: o idioma e a escrita, o cálculo, o desenho, bem como pelas funções psíquicas superiores especiais, aquelas não limitadas em determinadas de nenhuma forma precisa e que tem sido denominadas pela psicologia tradicional com os nomes de atenção voluntária, memória lógica e formação concreta (p. 32). O autor afirma que o desenvolvimento humano é um processo dialético marcado por etapas qualitativamente diferentes e determinadas por atividades mediadas. O processo de socialização do brincar tem uma linguagem universal, porque o lúdico influencia no desenvolvimento do indivíduo e na vida de relação do ser humano, em uma perspectiva mais ampla, de acordo com a natureza social, política e histórica. Pode-se observar que desenvolver atividades lúdicas contribui para melhor conhecimento do grupo, além de desenvolver cooperação, integração, desinibição, socialização, significa recrear-se, porque é a forma mais completa que o indivíduo tem de comunicar-se consigo mesmo e com o mundo, pois no ato de brincar ocorre um processo de troca, de partilha, de confronto e negociação, gerando momentos de desequilíbrio e equilíbrio, proporcionando novas conquistas individuais ou coletivas. O processo de socialização, que antes era entendido como uma espécie de preparação para a fase adulta, passou a forçar às práticas da criança e suas experiências de autonomia. A brincadeira é uma das linguagens que se destaca na 23
  • 24. infância e é através dela que a criança significa e ressiginifica o mundo, construindo suas práticas culturais. Diante do exposto, é importante salientar a importância do que determina tanto a LDB 9394/96 quanto o RCNEI com referência à nova postura do professor e como devem ocorrer às ações, sobretudo na prática pedagógica, e isso, sem dúvida, se constitui um desafio, para os nossos educadores, principalmente quando se trata da Educação Infantil e mais especificamente da inserção da ludicidade nos espaços educativos. Por isso, esses documentos devem ser constantemente consultados pelos educadores, uma vez que trazem informações muito necessárias. 24
  • 25. CAPÍTULO 2 METODOLOGIA Os processos metodológicos tiveram, como roteiro, a verificação dos seguintes aspectos: Qual o tipo de pesquisa escolhida, os instrumentos da coleta de dados, o lócus, os sujeitos da pesquisa, procedimentos, bem como a análise de dados. 2.1 Tipo de pesquisa escolhida A metodologia científica é um encaminhamento essencial e indispensável à realização de qualquer trabalho científico, pois se apresenta como suporte mediador para direcionar qualquer pesquisa desse caráter. Nessa linha de pensamento, afirma Pereira (1997, p. 16), “trata-se de delimitar bem o campo de estudo e atacar em profundidade para se adquirir autêntica visão da realidade”. Foi escolhida a pesquisa qualitativa descritiva, pois como afirma Amorim et al (2006, p.55): “este tipo de pesquisa é desenvolvido a partir de material já elaborado, constituída a partir de livros e artigos científicos”. Quanto a essa abordagem, André (2006, p. 32) diz que: A abordagem qualitativa realiza-se a apresentação do significado pela interpretação dos fenômenos observados. Nesse processo, o pesquisador é o principal instrumento de coleta de dados, visando à descoberta de novos conceitos, novas relações, novas formas de entendimento da realidade. O estudo qualitativo tem as seguintes características: Desenvolve-se numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível, focaliza a realidade de forma complexa e contextualizado historicamente. Assim, a abordagem qualitativa foi realizada nesta pesquisa a favor da obtenção do objetivo delimitado para que facilitasse a nossa aproximação, como pesquisadores, permitindo-nos, assim, uma gama de interpretações subjetivas do ambiente pesquisado. Ludke e André (1986. p. 22), afirmam que “esse tipo de pesquisa não parte de um sistema fechado, pois dá abertura para a realidade, procurando captá-la como ela é realmente e não como gostaria que fosse”. 25
  • 26. A metodologia na abordagem qualitativa pressupõe a informação e compreensão dos fatos. Para Becker (1997, p. 47): O observador participante, coleta dados através de sua participação na vida cotidiana do grupo ou organização que estuda. Ele observa as pessoas que está estudando para ver as situações com que se deparam normalmente, como se comportam diante delas. Entabula conservação com todos os participantes desta situação e descobre as interpretações que elas têm sobre os acontecimentos que observou. 2.2 Instrumentos da coleta de dados A pesquisa de campo foi desenvolvida por meio de procedimentos técnicos utilizados para coletar os dados. Como instrumentos de coleta de dados, optamos pela entrevista e questionário. Segundo Cortelazzo e Romanowski (2006, p. 39) tais instrumentos configuram-se como: Um procedimento que contribui para a compreensão da prática escolar é a observação. Esta não se constitui um só olhar, mas sim, dirige a atenção intencionalmente para colher dados sobre o que e como está sendo realizada uma prática, uma experiência, um comportamento. O estudo realiza-se por meio de anotações sistemáticas, quer dizer planejar o que vai ser observado. Para tal, é preciso organização de um cronograma e definir o roteiro considerando os propósitos da pesquisa. A entrevista, segundo Minayo (2002, p. 57): É a técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo, pois possibilita obter informações expressas e contidas nas falas dos participantes. Ela diferencia-se de uma conversa despretensiosa e neutra por ter a intenção de obter fatos relatos sobre determinado termo. Nesse sentido, estes se constituem sujeitos-objeto da pesquisa e expressam suas percepções sobre uma determinada realidade que está sendo focalizada. Em se tratando do questionário, Cortelazzo e Romanowski (2006, p. 40), destacam-no, afirmando que: O questionário é um instrumento dos mais utilizados para a coleta de dados, pois pode ser de simples elaboração e empregado por pesquisadores iniciantes. A base do questionário são perguntas e respostas que podem ser abertas ou de alternativas. A confecção é feita pelo pesquisador e o preenchimento é realizado pelo informante, que discorre sobre o tema. Diante do processo da pesquisa, realizada com os professores de educação infantil sobre a ludicidade no Centro Educacional Pedrina Silveira, é necessário ressaltar, por fim, a relevância desses instrumentos, para a realização dos propósitos colimados. 26
  • 27. 2.3 Lócus O local escolhido para pesquisa foi o Centro Educacional Pedrina Silveira, localizado no município de Itiúba - Bahia, situado no leste do município, construído pelo Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS), em 1975, no Perímetro Irrigado Jacurici, tendo como órgão mantenedor a Prefeitura Municipal de Itiúba. Em dezembro de 1987, essa escola fora transferida para o Distrito de Rômulo Campos, no município de Itiúba – Bahia, com endereço na Rua Hilda Sampaio de Mendonça s/nº. A referida escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e atende uma clientela da pré-escola ao nono ano do Ensino Fundamental I e II. As pesquisas foram realizadas nas salas de Educação Infantil da escola acima mencionada. Essa escola atende um público de 640 alunos entre crianças, adolescentes e adultos, que vêm da própria comunidade e de fazendas circunvizinhas. A referida escola recebe recursos financeiros do PDDE e PDE, dentre outros, fornece merenda escolar e, dentre outras atividades, promove eventos culturais, palestras e desfile cívico. A criação deste estabelecimento de ensino foi regulamentada com o nome de Centro Educacional Pedrina Silveira, em vinte e dois de julho de mil novecentos e setenta e quatro (22-07-1974), pelo artigo nº.75, III da Lei 5.692/71. Sua instalação ocorreu em 22-07-74, após o período de férias, correspondendo ao segundo semestre do ano letivo. Por determinação legal, aos três de fevereiro de mil novecentos e setenta e cinco (03-02-1975), firmando convênio entre o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e associados efetivos do próprio departamento. A escola tem uma estrutura física regular: há uma diretoria, uma secretaria, uma sala de professores, um laboratório de informática, uma biblioteca, uma cozinha, uma despensa para guardar merenda escolar, seis sanitários, dez salas de aula, três pátios e uma cantina. O Centro Educacional Pedrina Silveira conta com um quadro de trinta professores do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Itiúba, desses trinta, quatro participaram desse trabalho. O quadro administrativo é composto de um diretor, dois vice-diretores, duas secretárias, uma auxiliar de secretaria e duas coordenadoras 27
  • 28. pedagógicas. Percebe-se que noventa por cento dos professores deste estabelecimento de ensino são graduados em Pedagogia, Matemática, Biologia e Histórias e outros estão cursando Pedagogia. Também fazem parte do quadro efetivo, cozinheiras, zeladoras e guardas. 2.4 Sujeitos da pesquisa Os sujeitos da pesquisa foram quatro professoras, que atuam na Educação Infantil, com idade entre 40 e 55 anos, todas pertencentes ao quadro efetivo, sendo que duas são licenciadas em Pedagogia e duas têm apenas o Magistério. 2.5 Procedimentos A referida pesquisa foi realizada, seguindo-se dos seguintes encaminhamentos: a princípio, conversamos com o diretor desta unidade de ensino, apresentamos a nossa proposta, quando foi citado o porquê da realização desta pesquisa, tendo, em seguida o aval do diretor; depois, no período de realização da mesma, que foi do dia 15/04 ao dia 30/04/2012, tivemos um contato mais direto com os professores pesquisados, como também conhecemos melhor o cotidiano desse espaço educativo, inclusive foi feita a assinatura de um Termo de Consentimento, visando à guarda do sigilo com referência aos sujeitos pesquisados. 2.6 Análise dos dados coletados A análise ocorreu através da observação dos dados coletados com a realização de entrevista (com questões abertas) e questionários (com questões de múltipla escolha), sendo analisados, seguindo-se da interpretação de gráficos, elaborados com algumas respostas das questões apresentadas, quando confrontamos com os pressupostos de alguns teóricos. Essa análise não só possibilitou a interpretação desses dados, mas também trouxe uma resposta à hipótese levantada e ao problema apresentado, permitindo, assim, que os objetivos, apresentados na Introdução deste trabalho monográfico, fossem devidamente alcançados. 28
  • 29. CAPÍTULO 3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS A análise e interpretação dos dados é fator determinante para conclusão de qualquer pesquisa científica, porque implica na operação e análise de dados reflexivos para que se possa comparar, classificar ou concluir o entendimento dos resultados da pesquisa. Na pesquisa que realizamos, foram entrevistadas, oralmente, e responderam aos questionários quatro professoras da rede pública municipal. 3.1 A análise dos questionários O questionário contém 9 questões, de múltipla escolha, sendo que as do nº 1 ao 4 referem-se à identificação dos perfis das entrevistadas; já as questões de 5 a 9 estão mais direcionadas ao tema em pauta. Assim, procedendo à análise das questões de 1 a 4, foi comprovado que os sujeitos pesquisados, 100% são do sexo feminino, uma característica ainda presente na educação no Brasil, na faixa etária de 40 a 55 anos, sendo que duas professoras concluíram o curso de Licenciatura em Pedagogia e duas somente tem o Magistério, além disso, destaca-se que todas as pesquisadas possuem mais de dez anos de atuação, o que demonstra uma larga experiência na área. 3.1.1 A importância do brincar Na questão 5, ao interrogarmos às professoras sobre: “Brincar é importante para o desenvolvimento infantil?”, verificou-se que 100% delas concordam que o brincar é essencial aos processos formativos da criança. Na questão 6, procurou-se saber: “Qual a função do brincar associado ao processo de ensino-aprendizagem?”, conforme demonstra o gráfico seguinte: 75% das professoras afirmaram que brincar favorece o desenvolvimento do raciocínio 29
  • 30. lógico refletindo no desenvolvimento integral da criança; já 25% asseguram que a importância do brincar está somente no divertimento. Evidencia-se, assim, que 75% consideram o ato de brincar como um meio para o desenvolvimento da criança, sobretudo no que diz respeito à capacidade intelectual, enquanto que 25% destacam apenas o lado do entretenimento ou da diversão. É evidente que as funções do brincar, dentro do contexto escolar, são as mais diversas. Dentro desse contexto, além das capacidades citadas, deve-se compreender o brincar, também como promotor não só de desenvolvimento cognitivo ou como propiciador de diversão, mas também voltado ao desenvolvimento afetivo, motor, com influência também na construção de habilidades da escrita e leitura da criança, além de prepará-la para o convívio em sociedade. A esse respeito, cabe aqui retomar o grifo de Luckesi (2000, p. 97), presente na Fundamentação Teórica, ao afirmar que “a ludicidade se caracteriza como aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude”. Essa analogia mostra-se mais completa, mesmo que subjetiva, uma vez que, ao citar “uma experiência de plenitude,” o autor coloca o brincar com funções inúmeras e dentro de uma maior amplitude. Gráfico nº 1 25% 75% Divertir-se Jogar Raciocínio lógico Fonte: dados de pesquisas 3.1.2 Atividades lúdicas comuns Na questão 7 consta a seguinte indagação:“Quais as atividades lúdicas mais comuns nas suas aulas?”. Das professoras pesquisadas, verificou-se que 50% contam historinhas e 50% fazem brincadeiras de roda, o que permitiu a constatação 30
  • 31. de que elas não contemplam “amplamente” a dimensão do lúdico, deixando de lado os jogos, filmes, etc., demonstrando compreensões reduzidas a respeito do brincar, como se observa no gráfico seguinte. Nessa perspectiva, deve-se comentar o que foi afirmado no Capítulo I deste estudo, quando, conforme os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998, p. 23), verifica-se que o educar pode ser promovido em situações de brincadeiras, inseridas nas aprendizagens que contribuem tanto para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, quanto para um conhecimento mais amplo frente à realidade social e cultural. Gráfico nº 2 Atividades Lúdicas 50% Diante do exposto, percebemos que elas possuem conhecimentos teóricos, Brincadeira de roda Deixaram de lado, dessa 50% forma, os filmes e jogos infantis que possibilitam o História Jogos desenvolvimento motor, intelectual, afetivo e social da criança. Filmes e vídeos Vale afirmar que, pesquisas Fonte: dados de dessa forma, as professoras deixaram de lado os filmes e jogos Outros Com referência às questões restantes, ou seja, a 8 e 9, optamos por fazer a análise sem a apresentação de gráficos. No que tange às seguintes questões: “Qual a importância do lúdico no desenvolvimento integral das crianças?” e sobre “Qual conhecimento teórico que tais professoras têm sobre o lúdico?”, as professoras pesquisadas se posicionaram deste modo: 100% responderam que o lúdico tem muita importância no desenvolvimento integral das crianças, embora tenhamos percebido, no nosso contato e observado em suas aulas, no período de pesquisa, que as mesmas somente possuem o conhecimento teórico sobre a ludicidade. 3.2 A análise das entrevistas Cinco perguntas (abertas) foram feitas na entrevista e, já que informamos o perfil das professoras no questionário, direcionamos-nos às perguntas mais específicas, ou seja, de 1 a 5. Por outro lado, visando à guarda do sigilo, 31
  • 32. procuramos manter no anonimato as professoras, para tanto, utilizamos o código da letra “P”, seguido de número cardinal, isto é, P1, P2, P3 e P4. Queremos, ainda, afirmar que, embora as perguntas da entrevista sejam parecidas e uma vez que no questionário as questões são semiestruturadas, o que reduz a possibilidade de uma explanação mais abrangente, buscamos, à propósito, utilizar questões abertas, visando ampliar o alcance das respostas apresentadas, ou seja, explorar, ao máximo, em termos de informações prestadas pelas professoras pesquisadas. 3.2.1 Compreensões sobre o brincar Na pergunta 1, ao perguntarmos às professoras sobre: “O que é brincar no contexto escolar?”, constatamos visões mais específicas sobre o tema, como se observa nas falas abaixo: P1: Afirma que brincar é desenvolver habilidade e movimento. P2: Destaca que brincar faz parte da aprendizagem da criança. P3: Define que brincar é o ato de se divertir e elevar seu pensamento nas coisas do dia-a-dia P4: Relata que o brincar desenvolve o lúdico da criança. Para Winicott (1975, p.32) “a criança brinca para buscar prazer, para controlar a ansiedade, para estabelecer contatos sociais, para realizar a integração da personalidade, por fim para comunicar-se com as pessoas”. Verifica-se que mesmo que apresentássemos mais e mais definições, a expressão do brincar continuaria indefinida, face à sua amplitude em termos de significado. Apesar de a P.3 apresentar uma visão mais abrangente sobre o brincar, compreende-se, dessa forma, que as outras respostas devem também ser consideradas porque o brincar é um ato que estimula a criança a prosseguir no caminho e que promove a socialização e o desenvolvimento intelectual, afetivos e sociais. Os educadores, dessa forma, precisam trabalhar de forma atraente que permita envolver conteúdos de maneira que as crianças aprendam brincando. No entanto, é necessário que os mesmos tenham cuidados para não utilizar das brincadeiras apenas com a finalidade de ensinar os conteúdos e desassociar do caráter lúdico em si. 32
  • 33. 3.2.2 Periodicidade das atividades lúdicas Na pergunta 2, Ao questionarmos as professoras sobre: “Quantas vezes você realiza atividades lúdicas? E quais?”, ou seja, a periodicidade das atividades lúdicas realizadas em sala de aula (não vinculadas às atividades pedagógicas), verificamos que as mesmas responderam da seguinte forma: P2 – Afirma que aplica uma vez por dia, roda de conversa e músicas. P4 – Relata que aplica as atividades lúdicas uma vez por dia, cantar, contar história. P1 – No primeiro momento, pois elas chegam mais interessadas. P3 – A partir do momento em que a criança quer brincar. Todas as professoras aplicam atividades, com maior ou menor frequência, apesar de P1 e P3 não se importarem em especificar essas atividades lúdicas. Verifica-se, por outro lado, que essas professoras podem utilizar das brincadeiras citadas, estimulando não só “o brincar em si”, mas também o processo de ensino- aprendizagem. A esse respeito, afirma Góes (2008, p. 37): (...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorados, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo. Os educadores, assim, precisam sistematizar sua prática pedagógica, dando ênfase à ludicidade, pois eles trabalham de forma desassociada, sem embasamento teórico, sendo que a prática não deve estar desvinculada das teorias. Evidencia-se que as mesmas necessitam de formação continuada, como professores de Educação Infantil, para que possam refletir sua prática e se reconstruírem como cidadãos e atuarem, visto que são os mesmos sujeitos produtores de conhecimento. 3.2.3 Importância do brincar para a criança Na pergunta 3, ao indagarmos sobre: “Qual a importância do brincar para o desenvolvimento cognitivo da criança?”, observamos que as professoras não têm 33
  • 34. um conhecimento mais completo sobre a importância do brincar no desenvolvimento cognitivo da criança, mesmo que suas respostas sejam válidas: P2 – Relata: eu acho assim, que a brincadeira faz parte do desenvolvimento da criança na aula. P4 – Afirma que desenvolve o aprendizado. Na nossa analogia, P1 e P3 apresentam uma compreensão mais condizente sobre a temática abordada: P1 – Descreve que é um momento de grande importância, pois é através das brincadeiras que descobrimos o raciocínio delas. P3 – Acredita que o brincar é muito importante, desenvolve a capacidade lúdica através das brincadeiras, elas ficam mais desenvolvidas e mais sábias. Como afirma Andrade (apud REGO, 1995, p. 90): “as crianças brincam porque vivem em um mundo onde estas e outras relações estão presentes. Brincando elas exploram diferentes representações que tem o mundo”. Nesse sentido, deve ser considerado que o brincar é algo que desenvolve não só a capacidade cognitiva, mas todas as áreas do conhecimento tanto social, motor, emocional e física, fazendo com que o sujeito enriqueça sua identidade e a autonomia. O brincar para a criança é um universo de sonhos, imaginação e construção de conhecimento sobre si mesmo e o mundo. 3.2.4 Presença de brincadeira na prática do docente Na pergunta 4, ao questionarmos as professoras sobre: “Nas suas atividades diárias em que momento aparecem às brincadeiras?”, (ou seja, junto às atividades pedagógicas), verificamos na fala delas que não há um planejamento voltado para essas atividades associadas à prática pedagógica.. P1: Afirma que no primeiro momento, pois elas chegam mais interessadas. P2: Relata no momento que é apresentada a roda de brincadeiras, depois aplico atividade. P3: Afirma a partir do momento que a criança quer brincar. P4: Diz que ao entrar na escola. 34
  • 35. Assim, cabe destacar o grifo de Santos (2001, p. 15) ressaltando que: “é preciso que os profissionais de educação reconheçam o real significado lúdico para aplicá-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender”. 3.2.5 Compreensões dos professores sobre ludicidade Na pergunta 5, ao perguntarmos sobre: “Qual a sua compreensão em relação às atividades lúdicas que possam contribuir na maturação da criança?”, analisarmos os relatos dos professores sobre a compreensão da ludicidade, observando que as professoras P1, P2 e P3 apresentaram argumentos sem embasamento dentro do contexto pesquisado. No entanto, a professora P4 apresenta argumento próximo da temática desenvolvida, porém, na prática, com as atividades aplicadas, constatamos - principalmente ao ter contato com essas no cotidiano da unidade de ensino pesquisada - que não demonstraram ter algum embasamento teórico ou mesmo uma abordagem que assegure a sua fala. P1: “história”. P2: “A minha compreensão é ajudar as crianças para ter um bom desenvolvimento na aprendizagem”. P3: “Aquela que valorize a criança, brincadeira 3X3 passarão, brincadeira de roda, historinha que chame a atenção das crianças e não aquelas que são muito elevadas”. P4: “Faz com que elas aprendam brincando”. Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta: (...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, medir suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica. Percebe-se, com isso, que é de suma importância o professor privilegiar o lúdico como princípio norteador pedagógico, e ao mesmo tempo compreender que ele é um instrumento essencial que contribui na maturação da criança, integrando-a na sociedade e construindo o seu próprio conhecimento. 35
  • 36. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo evidenciou que o brincar na Educação Infantil é uma atividade significativa que permite à criança a socialização, bem como a capacidade de pensar por conta própria, facilitando a resolução de problemas e a compreensão do mundo com suas diferenças e complexidades, o que pode possibilitar a criança tornar-se um ser autônomo, capaz de exercer sua cidadania. Buscou-se compreender a importância do brincar na Educação Infantil, além de analisar se as atividades lúdicas são desenvolvidas em sala de aula. Diante da problematização, com os questionários e entrevistas, confrontamos as várias afirmações e informações colhidas. Assim, os objetivos apontados na Introdução desse estudo foram plenamente alcançados, vale afirmar que os profissionais da Educação Infantil do Centro Educacional Pedrina Silveira ainda não conhecem, de uma forma mais completa, o real significado do brincar e não utilizam o lúdico como recurso pedagógico. Nesse sentido, é preciso que a temática seja “amadurecida” no seio das instituições de ensino, e, de outro modo, que seja trabalhada, de forma comprometida e sistematizada, a formação continuada dos profissionais desses segmentos, pois é visível a falta de preparação dos docentes, para a demanda da Educação Infantil frente ao cuidar/educar e da utilização do lúdico como princípio básico do fazer pedagógico. De acordo com Carneiro e Dodge (2007): Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola é preciso mudar a visão dos estabelecimentos de ensino a respeito dessa ação e a maneira como entender o currículo. Isso demanda um corpo docente capacitado para refletir e alterar suas práticas (p. 91). Wekerlin (2004, p. 63) concorda com a afirmação anterior, ao afirmar: Precisamos de profissionais mais adaptados às intensas transformações que se vivem hoje na sociedade, que se ajustem a novas dinâmicas, e que qualquer metodologia vise à reconstrução do conhecimento, dando ao aluno, em todos os aspectos, a capacidade de se ajustar às exigências do mundo moderno. Torna-se preciso, nesse contexto, ressaltar também a necessidade da aplicação de novas metodologias junto às propostas lúdicas na sala de aula, 36
  • 37. efetivando a prática dos brinquedos e brincadeiras. Vale destacar a afirmação de Oliveira (1997, p. 64): O brincar permite a elaboração de um mundo de sentimentos e ações com significados sócio-afetivo novo e crítico; podendo-se atribuir à atividade lúdica três funções: socializadora, na qual desenvolve hábitos de convivência; psicológica, podendo aprender a controlar seus impulsos, e pedagógica, trabalhando a interdisciplinaridade, a heterogeneidade, o erro de forma positiva, fazendo com que o indivíduo se torne ativo no seu processo de desenvolvimento. Acredita-se que, para a aplicação das atividades lúdicas com finalidade pedagógica, de outra forma, é necessário ao docente um planejamento prévio com objetivos e estratégias traçadas. Dessa forma, pressupõe que a escola precisa galgar novos conceitos, experimentar um saber mais inovador, buscando práticas que reflitam significados para os aprendizes de Educação Infantil. Assim, pensar a importância do brincar, é permitir a criança liberdade de ação e constituição do conhecimento em processo educativo de forma criativa e prazerosa. Entende-se que o brincar vai desde a sua prática livre até uma atitude dirigida, com regras e normas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento físico, motor, afetivo, social e cognitivo. Dentro do contexto da observação sobre os benefícios proporcionados pelas “práticas lúdicas”, Vygotsky (1994, p. 52) afirma que a ludicidade não está ligada simplesmente ao prazer. As regras dos jogos, bem como a imaginação, desenvolvem o raciocínio, a sensibilidade, a percepção, a inspiração e tantas outras habilidades. O brincar faz parte do dia-a-dia das crianças divulgando seus sonhos, desejos, sentimentos, frustrações e expressando como constroem e reconstroem a realidade, encontrando soluções para os problemas que as rodeiam. Dessa forma, as atividades lúdicas podem ser concebidas como uma possibilidade para a práxis de uma educação diferenciada, comprometida principalmente com uma aprendizagem significativa. Diante do que foi abordado, esperamos de alguma forma ter contribuído para que os docentes dessa unidade de ensino possam fazer uma reflexão sobre a eficácia das atividades lúdicas e colocá-las em prática, o que sabemos depender de outros fatores. Colocamos também este trabalho à disposição de todos que necessitarem realizar estudos sobre tal temática. Por fim, na certeza do dever cumprido, reconhecemos que o referido trabalho monográfico foi também de suma importância, porque proporcionou enriquecimento em nossas vidas, tanto acadêmica, quanto profissional e pessoal. 37
  • 38. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Marialzira Peretrello, (trd.) Porto Alegre: Artmed, 1992. ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2000. ALVES, Rubem. Educação dos sentidos. Campinas, SP: Verus Editora, 2005. AMORIM, Ana Paula et al. Metodologia do Trabalho Científico. Salvador: FTC EaD, 2006. ANDRÉ, Marli Eliza D.A. Ensinar a pesquisar... Como e para quê? In: SILVA, Ainda Maria M; et al (Orgs). Educação formal e não formal, processos formativos e saberes pedagógicos: desafios para a inclusão social. XIII Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Recife: ENDIPE, 2006. BECKER, F. O Caminho da aprendizagem. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1997. BRASIL, Lei 9394/96, Lei de Bases e Diretrizes da Educação Nacional. Disponível em: < www.ufrpe.br/download.php?endArquivo=noticias/4248_LDB.pdf > Acesso em: 10/03/2012. BRASIL. RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil – Brasil, 1998. BRASIL. MEC/SEF/DPE/COEDI. Propostas pedagógicas e currículo em educação infantil. Brasília, 1996. BRASIL. MEC/PROINFO. Referencial Pedagógico para Formação de Professores. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental: 1999. CARNERO, Maria Ângela Bar bato e DODGE, Janine I.A descoberta do brincar. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2007. 38
  • 39. CORTELAZZO. Iolanda B. de Camargo e ROMANOWSKI. Joana Paulino.Pesquisa e Prática Profissional – Projeto de Pesquisa e Pesquisa e Prática Profissional – Instrumento de Investigação.Curitiba: IBPEX, 2006. COSTA, M. F.V. Cultura lúdica e infância no cenário da pesquisa. In: COSTA, M.F.V. & FREITAS. M.G. (orgs). Cultura lúdica, discurso e identidade na sociedade de consumo. Fortaleza, Expressão Gráfica, 2005. CUNHA, N.H.S:Brincando, Aprendendo e Desenvolvendo o jogo Matemático. Petrópolis, RJ: Vozes 2005. ELKONIN, D. B. Psicologia do jogo. 2. Ed. São Paulo: Martins fontes, 2009. FARIA, Anália Rodrigues de. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. Ed. Ática, 3º edição, 1995. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, pioneiro, 2003. FORMOSINHO, J.O desenvolvimento profissional das educadoras de infância: entre os saberes e os afetos, entre a sala e o mundo. In; MACHADO, h. L de A. (org). Encontros e desencontros em Educação Infantil. São Paulo: Ed. Cortez, 2002. FRIEDMANN, Adriana. O desenvolvimento da criança através do brincar. São Paulo, SP: Moderna, 2006. GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, Editora Vozes, 2000. GANDINI. Lella & EDWARDS, Carolyn. Bambini: a abordagem Italiana à educação infantil. Trad. Daniel Etcheverry Burguño. Porto Alegre: ArtMed, 2002. GARCIA, M. C. Formação de professores, para uma mudança educativa. Porto. Porto Editora, 1999. 39
  • 40. GOÉS, M. Brincadeira e deficiência mental: um estudo em instituição especial para deficientes mentais. 5º Congresso de Pós Graduação, 2008. GONZAGA, Rúbia Renata das Neves. A importância da formação lúdica para professores de educação infantil. Revista Maringá Ensina nº 10 – fevereiro/abril, 2009. KRAMER, Sônia. (Coord.). et. Al. Com a pré-escola nas mãos. Uma alternativa curricular para a Educação Infantil. São Paulo. Ática S. A. 1994. KISHIMOTO, Tizuko. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneiro Thomson Learning, 2002. KISHIMOTO, Tizuko Mochida (org). et. al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª edição, São Paulo: Cortez, 2003. LEONTIEV, A. N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: Vygotsky, L. S.; Luria,A. R.; Leontiev, A. N. (Orgs.), Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Moraes, 1994. LOPES, K. R., Mendes, R. P. Faria, V. L. B. de. livro de estudo. Brasília: MEC/SEB/SEED, 2005 (Coleção Proinfantil; unidade 5). LUCKESI (org.). Ensaio de Ludopedopedagogia. N.I. Salvador UFBA/FACED, 2000. LUDKE, M. e ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MINAYO, Maria Cecília de S. (org.) Pesquisa social. 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2002. MIZUKAMI, M. das G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. MORENO, M.C. & CUBERO, R. Relações sociais nos anos pré-escolares em Desenvolvimento Psicológico e Educação, Vol. 1. Porto Alegre: Artes médicas, 1995. MURCIA, J. A. M.; VALENZUELA, A. V.; CERVANTES, C. T.; ORTIZ, J. P.; CAVEDA, J. L. C.; FUENTE, M. T. M; SANMARTÍN, M. G.; GARCIA, P. L. R.; 40
  • 41. GÓMEZ, R. S.; SAMANIEGO, V. P.; GORÓFANO, V. V. Aprendizagem através do Jogo: Porto Alegre, Artmed, 2005. NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994. OLIVEIRA, V. B. O símbolo e o brinquedo: a representação da vida. Petrópolis: Ed. Vozes, 1997 PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro. Zahar, 1971. PEREIRA, J.C.R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. 2.ed. São Paulo: Edusp, 1997. REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. ROJAS, J. S. Educação Infantil Política Formação e Prática Docente. Campo Grande – MG, V. 01, 2002. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. RIZZO, G. Jogos inteligentes: A construção do raciocínio na escola natural. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. SANTOS, S. M. P. dos (org.). O lúdico na formação do educador. Petrópolis: Vozes, 2001. WINNICOTT, D. M. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975. VALLEJO, J. M. B. Escola aberta e formação de professores, elementos para a intervenção e compreensão didática. Rio de Janeiro DP & A, 2002. VIGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987. 41
  • 42. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994. WEKERLIN, D. Filho.2004. Características da escola do século XXI. Disponível em <http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/77/42>. Acesso em: 19/03/2012. 42
  • 44. APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELAS PROFESSORAS Departamento de Educação – CAMPUS VII Universidade do Estado da Bahia - UNEB Senhor do Bonfim - BAHIA Curso de pedagogia Questionário Questões sobre o perfil das professoras 1) Sexo:masculino ( ) Feminino ( ) 2) Idade: 3) Formação: 4) Tempo de atuação: Questões mais direcionadas ao tema em pauta 5) Brincar é importante para o desenvolvimento infantil? ( ) Sim ( ) não ( ) não sei ( ) às vezes 6) Qual a função do brincar associado ao processo de ensino aprendizagem? ( ) divertir-se ( ) jogar ( ) realizar atividades de jogos e brincadeiras com finalidades pedagógicas. 7) Quais as atividades lúdicas mais comuns nas suas aulas? ( ) jogos ( ) história ( ) filmes e vídeo ( ) brincadeiras de roda ( outras, especifique 8) Qual a importância da brincadeira, no desenvolvimento integral da criança? ( ) Raciocínio lógico ( ) possibilite a imitação de diferentes papéis, comumente do seu cotidiano. ( ) Não facilita a transformação do mundo adulto para seu universo 9) Você tem conhecimento teórico sobre o tema ludicidade? ( ) Sim ( ) Não 44
  • 45. APÊNDICE 2 – ENTREVISTA REALIZADA COM AS PROFESSORAS Departamento de Educação Campos Universidade do Estado da Bahia - UNEB Senhor do Bonfim - Bahia Curso de Pedagogia Dados pessoais: a) Sexo: masculino ( ) feminino ( ) b) Idade: c) Tempo de formação: d) Tempo de atuação: Entrevista 1) O que é brincar? 2) Quantas vezes você realizava atividades lúdicas? E quais? 3) Qual a importância de brincar no desenvolvimento cognitivo da criança? 4) Nas suas atividades diárias em que momento aparece às brincadeiras? 5) Qual a sua compreensão em relação às atividades lúdicas que possam contribuir na maturação da criança? 45