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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
      DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÂO- CAMPUS VII

               Senhor do Bonfim-BA




             Aelson dos Santos Bispo
             Arlete Alves
             Cecia Alexandrina de Souza Barbosa
             Rozeli Maria Bispo dos Santos




    LEITURA E ESCRITA SOB OS OLHARES DOS
   PROFESSORES DA ESCOLA LUCIANO JOSÉ DOS
SANTOS DO POVOADO DE PONTA BAIXA, MUNICÍPIO DE
                 ITIÚBA – BAHIA




                   ITIÚBA-BA
                      2012
Aelson dos Santos Bispo
Arlete Alves
Cecia Alexandrina de Souza Barbosa
Rozeli Maria Bispo dos Santos




        LEITURA E ESCRITA SOB OS OLHARES DOS
     PROFESSORES DA ESCOLA LUCIANO JOSÉ DOS
SANTOS DO POVOADO DE PONTA BAIXA, MUNICÍPIO DE
                           ITIÚBA – BAHIA




                          Monografia apresentada à Universidade do Estado da
                          Bahia – UNEB, como instrumento parcial de avaliação
                          do curso de Licenciatura em Pedagogia.

                          Orientadora:
                          Professora Maria Conceição Curaçá Gonçalves




                               ITIÚBA-BA
                                  2012
Aelson dos Santos Bispo
Arlete Alves
Cecia Alexandrina de Souza Barbosa
Rozeli Maria Bispo dos Santos



        LEITURA E ESCRITA SOB OS OLHARES DOS
     PROFESSORES DA ESCOLA LUCIANO JOSÉ DOS
SANTOS DO POVOADO DE PONTA BAIXA, MUNICÍPIO DE
                           ITIÚBA – BAHIA



                          Monografia apresentada à Universidade do Estado da
                          Bahia – UNEB, como instrumento parcial de avaliação
                          do curso de Licenciatura em Pedagogia.

                          Orientadora:
                          Professora Maria Conceição Curaçá Gonçalves



Aprovado pelos membros da banca examinadora em _____/_____/2012.

Com menção:




                         Banca Examinadora



                               Avaliador (a)




                               Avaliador (a)
AGRADECIMENTOS

Agradecemos, em primeiro lugar, a Deus, o mestre dos mestres e acolhedor de
todas as coisas.


Por extensão, à nossas mães, cônjuges, familiares e amigos.


Mas, como por reciprocidade, queremos agradecer de forma especial, a (o)s nossa
(o)s colegas de trabalho que, conjuntamente, realizamos todos os trabalhos
acadêmicos.


A todas as pessoas que acreditaram no potencial dos nossos esforços. Na nossa
vontade e desejo de lutar, na força da nossa peleja e no valor póstumo desta
pesquisa.


A nossa estimável orientadora, que nos conduziu com firmeza e dedicação na
orientação desta dissertação. Seus ultimatos foram entendidos por este grupo
como uma forma de dizer: ―Voem mais alto. Vocês são capazes!‖.


Sobre tudo, agradecemos às pessoas de quem foram furtadas horas de carinho e
atenção para que pudéssemos conquistar esta valiosa obra literária. Produto este
de fundamental importância na construção do conhecimento e na trajetória das
nossas vidas e ascensão profissional.
“Fui alfabetizado no chão do quintal da minha casa, à
sombra das mangueiras, com palavras do meu mundo e
não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu
quadro-negro; gravetos, o meu giz.” (Paulo Freire, 2009).
RESUMO


Este trabalho monográfico insere-se numa pesquisa bibliográfica e de campo
fundamentada nos estudos de Paulo Freire (2009, 50 ed.). Numa abordagem
humanística dialética este estudo também se fundamenta em outros autores
como Cagliari (2009), Costa (2000), Sena (2009), Soares ((2006) e Barreto
(2004), que numa visão didática epistemológica se detém nas reflexões de Paulo
Freire e em suas propostas de alfabetização, apresentando as bases de seu
pensamento, os conceitos elaboradores e o papel do educador). Este estudo teve
por objetivo principal diagnosticar o olhar dos professores da Escola Municipal
Luciano José dos Santos, situada no povoado de Ponta Baixa no município de
Itiúba – BA, sobre o processo de leitura e escrita a partir de suas trajetórias como
profissionais da educação considerando suas práticas diárias e experiências
didáticas. Essa temática surgiu como resposta às inquietações decorrentes dos
debates no Campo Acadêmico da Rede UNEB - 2000, sobre as dificuldades dos
alunos nas séries iniciais a respeito da leitura e escrita. Não obstante, esta
dissertação divide-se por temas, a saber: a escrita, a leitura e a formação de
professores. A coleta e a análise de dados estão dispostas em gráficos para
melhor entendimento e compreensão dos leitores. Por fim, este documento se
encerra apresentando os ganhos e as dificuldades encontradas com a elaboração
da pesquisa, deixando para os leitores, professores e futuros profissionais da área
de educação suas reflexões no processo do repensar suas posturas didáticas.
Palavras-chave: 1. Alfabetização 2. Escrita 3. Leitura 4. Formação de professores
ABSTRACT
This monograph is part of a literature search and field studies based on Paulo
Freire (2009, 50th ed.). In this study dialectical humanistic approach is also based
on other authors such as Cagliari (2009), Costa (2000), Sena (2009), Soares
((2006) and Barreto (2004), a vision that stops teaching epistemological reflections
of Paulo Freire and his proposals of literacy by presenting the foundations of his
thought, the concepts designers and the role of educator. This study was aimed at
diagnosing the teachers' views of the Municipal School Luciano José dos Santos,
located in the village in the municipality of Ponta Baixa of Itiúba - BA, on the
process of reading and writing from their careers as professional educators
considering their daily practices and student experiments. This theme emerged in
response to concerns arising from the debates in Academic Field Network UNEB -
2000 on students' difficulties in the initial series about reading and writing.
Nevertheless, this work is divided by themes, namely: writing, reading and teacher
training. Collection and data analysis are displayed on graphs for better
understanding and understanding of readers. Finally, this paper concludes by
presenting the advances and difficulties encountered with the development of
research, leaving readers, teachers and future professionals in the field of education
their suggestions and opinions in the process of rethinking their teaching positions.


Keywords: 1. Literacy      2. Writing        3. Reading     4. Training of teachers
8




                                        LISTA DE GRÁFICOS




Gráfico 01 - Leitura ................................................................................................28


Gráfico 02 - Escrita ................................................................................................29



Gráfico 03 - Dificulades dos alunos no processo ensino aprendizagem ................30


Gráfico 04 - A relação da leitura e escrita no ensino aprendizagem ......................30



Gráfico 05 - Como o professor trabalha a escrita na sala de aula ........................31



Gráfico 06 - Uso do ABC para alfabetizar .............................................................32



Gráfico 07 - Material didático usado para alfabetizar .............................................33


Gráfico 08 - Como o professor trabalha a leitura e escrita na sala de aula ...........33


Gráfico 09 – As mudanças na forma de alfabetizar ..............................................34
9




                                                   SUMÁRIO



1. INTRODUÇÃO....................................................................................................09



CAPÍTULO I

2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................11
     2.1 A escrita.......................................................................................................11
     22. A leitura........................................................................................................14
     2.3 Formação de professores............................................................................18



CAPÍTULO II

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................22

3.1 Tipos de pesquisa.............................................................................................22
3.2 Caracterização da área de estudo ...................................................................23
3.3 Sujeitos da pesquisa........................................................................................24
3.4 Instrumentos de coleta de dados ....................................................................24


CAPÍTULO III

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .............................................. 26

5. REFLEXÕES SOBRE O RESULTADO ...........................................................36

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................39

7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 42
10




                                 INTRODUÇAO



Este estudo que aborda a leitura e escrita nas séries iniciais sob o olhar dos
professores da Escola Luciano José dos Santos do Povoado de Ponta Baixa no
Município de Itiúba – Bahia tem como objetivo diagnosticar através de uma
pesquisa científica o olhar dos professores sob o processo de leitura e escrita a
partir de sua trajetória como profissional da educação considerando suas práticas e
experiências e a maneira como eles conceituam a leitura e a escrita no cotidiano.

Considerando que a educação é uma atividade que se filia aos processos de
mudanças e valorização da diversidade em todas as suas nuances, procurou-se
neste trabalho monográfico oferecer uma ampla variedade bibliográfica que
demonstram situações em que estão inseridas em nossas práticas pedagógicas.
Embora o sistema educacional remonte a um sistema estereotipador e
conservador, como Senna (2007) nos admoesta, ainda assim acreditamos serem
possíveis às mudanças esperadas por nós professores.

Afinal, falar de educação no Brasil significa levar em conta a origem das famílias e
reconhecer as diferenças de referências culturais. Significa, também, reconhecer
que no interior destas famílias e na relação de umas com as outras encontramos
indivíduos diferentes com especificidades de gênero, etnia, religião, orientação
sexual, valores e outras questões definidas nas suas histórias pessoais. Uma vez
que, a convivência com a diversidade implica o respeito, o reconhecimento e a
valorização da/o outra/o.

Essa temática surgiu como resposta às inquietações decorrentes dos debates no
Campo Acadêmico da Rede Uneb-2000 / Itiúba - BA, nas aulas da disciplina
Componente Curricular Língua Portuguesa, onde foi trabalhada a dificuldade de
leitura dos alunos nas séries iniciais, despertou ainda mais essa problemática que
está sempre presente no meio da aprendizagem dos docentes. Queremos deixar
para as futuras gerações uma preciosidade cravada no papel timbrado que conte a
nossa história de vida, nossas lutas, o nosso retrato e o nosso legado.
11




Diante desta temática pretende-se despertar no referido grupo de professores -
alunos pesquisadores aprofundamento no tocante às suas práticas pedagógicas,
repensar suas posturas didática. Ressaltando que será de muita utilidade o
presente estudo por ter como foco uma comunidade carente de informação,
comunicação e formação docente no processo de leitura e escrita. Salienta-se que
o estudo não esgotou as questões que a temática desperta nos pesquisadores nos
motivando num outro momento continuar a discussão.

A presente pesquisa está dividida em três capítulos: O primeiro capítulo fala da
relevância desta pesquisa no cenário educacional, assim como a justificativa da
escolha do tema. O segundo capítulo traz o embasamento deste trabalho:
basicamente fundamentado em FREIRE (2009, 50 ed.), com indução de autores
como CAGLIARI (2006), Romanowisk, (2007), Senna, (2009), Cavalcanti, (2009),
Costa, (2000), e Bezerra, (2009), que fazem em suas obras literárias, uma ilação,
às idéias e finalidades dos estudos de Paulo Freire. Assim fizemos uma busca das
fases da leitura e escrita acompanhando a linha do tempo no seu processo de
evolução fazendo referencia às idéias dos autores citados, os quais acastelam o
tema abordado.

No terceiro capítulo pautamos por apresentar a coleta de dados, análise e
interpretação dos dados por meio de gráficos, a partir das nossas observações e
leituras. Deste modo apresentamos neste capítulo as discussões, a opinião dos
nossos entrevistados, a metodologia empregada e os resultados encontrados. No
entanto finalizamos o nosso trabalho apresentando as dificuldades encontradas, os
ganhos, avanços e conquistas com a elaboração deste documento. Também
deixamos nossas sugestões para os leitores, professores e futuros profissionais da
área de educação.
12




                                 CAPÍTULO I



                         2. REFERENCIAL TEÓRICO



     2.1 A ESCRITA

A escrita era representada apenas como figuras de objetos formas ideogramais
para transmitir mensagens associadas à imagem. A escrita é, portanto, uma
invenção decisiva para a história da humanidade. Ela é a representação do
pensamento e da linguagem humana por meio de símbolos.

A escrita evoluiu a partir do desenho, onde cada figura representava um objeto.
Num modelo moderno de representação gráfica podemos comparar a escrita
pictográfica com os logotipos, as placas de trânsito, rótulos cartazes e etc., os
quais expressam apenas o valor semântico da mensagem, não tendo nenhuma
relação direta com a sonoridade (CAGLIARI, 2009).

A criação do alfabeto é uma invenção que parte da ideia de representar não a coisa
em si, mas o som. O alfabeto é uma tentativa de desenhar o som da língua e tem
representação puramente sonográfica. Ele é resultado da decomposição do som
das palavras em sílabas ou em fonemas - o som das letras. Cada letra representa
um fonema ou mais de um.

Na verdade, a escrita, assim como as línguas, está em permanente processo de
evolução. Ela reflete e acompanha a maneira como as sociedades vivem, seus
hábitos, tecnologia e peculiaridades. Por isso, textos de apenas cem anos atrás,
muitas vezes, já possuem palavras que caíram em desuso. Atualmente o nosso
alfabeto conta 26 letras, inclundo as letras k, w e y para as palavras de origem
estrangeira de acordo com o decreto de n° 6583/2008 que regulamenta a reforma
ortográfica da nossa língua escrita, mas somente será obrigatória a partir de 2012.
13




Ninguém aprende a ler e escrever sem aprender relações entre fonemas e
grafemas, para codificar e decodificar. Envolve, também, aprender a manusear o
próprio corpo, os movimentos motores, a coordenação das mãos e dedos para
segurar num lápis, enfim envolve uma série de aspectos.

Nos dizeres de Soares (2006:1-8) [...] ―letramento, é, pois, o resultado da ação de
ensinar ou de aprender a ler e escrever: condição que adquire um grupo social ou
um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita [...]‖. Colaborando
com esta mesma proposição, Freire (1982:9) pressupõe que: ―[...] a leitura do
mundo precede a leitura da palavra, daí que a leitura posterior desta não possa
prescindir da continuidade da leitura daquela‖. Soares (2003:15-17), também infere
à leitura dizendo que a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica
implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.

Ainda segundo Soares, o que mais propriamente se denomina letramento é a
imersão do indivíduo na cultura escrita, participação em experiências variadas com
a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos de gêneros de
material escrito (SOARES, 2003: l3). Para ela, enquanto a alfabetização se ocupa
da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupos de indivíduos, o letramento
focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma
sociedade. Os conceitos de alfabetização e letramento significam a mesma coisa,
ou seja, um conceito está inserido no outro.

No entanto, é importante explicitar a indissociabilidade dos dois processos:
alfabetizar, com base no letramento, respeitando a especificidade do ensino e
aprendizagem da língua escrita sem dissociá-la do processo de letramento e a
especificidade do ensino e aprendizagem do letramento sem dissociá-lo da
alfabetização. Contudo, o processo de letramento ou cultura letrada não acontece
de modo espontâneo, exige mediação pela professora e/ou da família
proporcionando aos alunos, de forma constante e significativa, a interação com as
práticas sociais de leitura e escrita, isto é, com a cultura escrita em especial a
literatura Infantil.
14




A produção da escrita emerge de um processo de ensino aprendizagem e faz parte
de um encaminhamento pedagógico no qual o aluno reflete, apresenta sua opinião
e sugestão. Contudo não devemos esquecer que há uma diferença entre a escrita
produção e a escrita reprodução, onde a primeira dá lugar aos conhecimentos já
adquirido dos alunos e a segunda recai sobre a produção do e para o aluno. É o
lugar do sujeito ocupado pelo aluno no processo de produção do texto que vai
apontar a distinção entre o os diferentes tipos de escrita. Caso o aluno não tenha a
oportunidade de dizer sua voz no texto que produz, sua voz não será produção,
mas reprodução. O aluno está dizendo o que o professor quer ouvir. Neste caso,
ninguém pode escrever sobre o que não conhece e sobre o que sente.
Freire (2004) acredita que o indivíduo que escreve com desenvoltura, expondo
suas idéias com coerência e unidade textual, terá percorrido outros saberes
anteriores a este, tais como aquisição de um espírito crítico, competências para
filtrar e equilibrar o científico e o popular; e, por fim, o saber que o faz entender
aquilo que se lê. As dificuldades que os alunos enfrentam quando vão produzir um
texto são na grande maioria expressas na forma da escrita. Na maior parte dos
casos, eles não apresentam dificuldades em se expressar na oralidade através da
linguagem coloquial. Os problemas aparecem quando surge necessidade de
produção textual.
Acontece que na linguagem oral o falante se expressa não só através da fala, mas
também através de gestos, sinais e expressões. Esses recursos não são
explorados na modalidade escrita, pois ela tem normas próprias, como regras de
ortografia, pontuação que não são reconhecidas na fala. Não adianta saber que
escrever é diferente de falar. É necessário preocupar-se com o sucesso dos
objetivos da produção textual, como a interação entre o produtor do texto e o seu
receptor. Para que o discurso tenha êxito, ele deve construir um todo significativo.
Devem existir elementos que estabeleçam ligação entre as partes, isto é, que
confiram coesão ao discurso. Daí o maior desafio o professor, como já explicado
acima, de desconstruir uma cultura arraigada na indolência da leitura e desenvolver
nos alunos o hábito de ler.
15




       2.2 A LEITURA

A leitura é um processo mental e se desenvolve a medida que assimilamos o que
vemos e observamos. Para que possamos fazer uma boa leitura das nossas
observações, faz-se é necessário primeiro, que, estejamos familiarizados com o
objeto da observação. Freire (2009:20), diz que a leitura do mundo procede da
palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. De forma que
este movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo se dá de forma
presente e onisciente, Segundo o autor. Ou seja, o movimento produzido pela força
da palavra flui ao mundo através da leitura que dele fazemos. Isto quer dizer que
de alguma maneira a leitura da palavra não é precedida somente pela leitura de
mundo que fazemos, mas também pela forma de escrevemos, reescrevemos e
transformamos o mundo, por meio da nossa prática consciente.

Em outra abordagem, Freire (2004:77-82) chama atenção para o ato do aprender a
ler para saber escrever. Em sua visão epistemológica, Freire admoesta que antes
mesmo da leitura da palavra é possível o entendimento abrangente, reflexivo e
compreensivo das coisas ao nosso redor. Portanto é de fácil interpretação entender
que a leitura procede à escrita e que esta última só é possível mediante o uso da
linguagem falada, diante do ponto de vista de uma compreensão filosófica, global
do ato de ler. A leitura da palavra escrita implica a oralidade. Esta por sua vez
implica as condições de letramento e a capacidade do aprender e transformar.

Outros autores também escreveram a este respeito e faz bem que venhamos aqui
expressar tais pensamentos. De acordo com Lima (1994:144), as crianças que tem
acesso a bens culturais e que convivem em meios propícios ao desenvolvimento
de seus potenciais estão mais aptas a se desenvolverem melhor na escola. Lima
acrescenta que a vivência, o vocabulário, o acesso a bens culturais promovem e
permitem às crianças e jovens da classe média a se beneficiarem das informações
transmitidas pela escola, ao passo que as crianças das camadas populares, pela
ausência destes instrumentos, têm suas chances reduzidas a praticamente
nenhuma possibilidade assimilativa.

Para Senna (2009) o objeto mais consagrado para a compreensão e leitura
contextualizada do mundo que cerca o leitor/aluno é o texto escrito. Senna não
16




despreza as experiências trazidas na bagagem de cada indivíduo, mas coloca a
leitura escrita como ferramenta de extensão no processo do entendimento do
conhecimento adquirido. Assim, segundo Senna, os tipos de textos produzidos
pelos alunos, refletem os mais variados traços culturais imbustidos na forma de
pensar de cada indivíduo, de maneira que uma disciplina não pode transferir para a
outra a responsabilidade de ensinar ao aluno a produzir ou ler textos. Portanto, de
acordo com Senna a leitura escrita não se limita à decodificação de sinais:


                      A leitura é um fenômeno mental, abrangente (...) os novos cidadãos que
                      estão se formando precisam saber ler o que vêem; produzir e expressar-
                      se no mundo audiovisual e virtual (...). Somente leitores críticos, capazes
                      de transformar o que lêem em conceitos pessoas poderão ser
                      considerados sujeitos alfabetizados. (SENA, 2009, p. 96).



Não é de admirar que os novos leitores precisem mesmo saber ler o mundo virtual,
pois as novas tecnologias estabelecidas em formas de onda trazem um mundo
totalmente quimérico embalado à era digital que se esconde a realidade de muitas
crianças brasileiras que não tem acesso a estas ferramentas. Assim, a escola
precisa ser a mediadora entre este e aqueles para garantir os objetivos que
norteiam a escola neste país. Dar o suporte necessário à aquisição das
ferramentas digitais modernas se encaixa num modelo de escola que apesar de
estar no papel, ainda está distante da realidade social das escolas públicas
brasileiras. Ser bom leitor implica em boas ferramentas de trabalho e instrução.

Freire (2009) afirma que ler significa ser questionado pelo mundo e por se mesmo,
acrescenta que certas respostas podem ser encontradas na escrita, mas que estas
só podem ter significado e significância se podermos ter acesso a essa escrita, o
que implica em construir uma resposta que integra parte das novas informações ao
que já se é. Portanto, ler é uma opção inteligente, difícil, exigente, mas gratificante,
diz Freire em sua carta aos professores. Ler é criar a compreensão do lido; daí a
importância do ensino correto da leitura e da escrita. Ensinar a ler significa engajar-
se na experiência da compreensão e da comunicação; é entender a relação do
objeto em análise com o outro objeto, tanto no tempo como no espaço.
17




Para Freire (2009), não saber ler e escrever é uma conseqüência das condições de
onde a pessoa vive. Ele afirma que o ato do conhecimento e o ato criador são
processos que integram a alfabetização e que tem no alfabetizando o sujeito ativo
da ação, embora haja casos em que não é necessário saber ler ou escrever.
Contudo, simplesmente, é negado às minorias o direito de ler e escrever um mundo
real que possibilite uma leitura diferenciada das condicionantes imposta pelas
classes dominantes, conforme o fragmento abaixo:

                          Este tipo de relação requer um profundo compromisso ético-político por
                          parte dos educadores com o desenvolvimento pessoal e social das
                          pessoas e com o amadurecimento das relações democráticas no interior
                          da instituição escolar e desta com o seu entorno. Sabemos que ainda
                          estamos longe deste tipo de relação, mas digo isto não para desanimá-los,
                          mas para que sirva de incentivo e perseverança, pois é através dele que
                          poderemos ressignificar a escola, a educação e o educador. (COSTA,
                          2000. P. 12).

Para Costa, o compromisso da escola para com sua clientela é de suma
importância, pois carrega consigo a legado do saber e dos processos de
mudanças, sem que tutele seus alunos. Portanto, a escola tem um compromisso
político e não tutelar.

Destarte, Freire (2006) enfatiza ainda que a leitura derivada da linguagem seja
mais do que uma mera ferramenta escolar em algum tipo particular de tecnologia
de escrita, é algo inerente e necessário ao trabalho do professor, de português,
matemática ou de qualquer outra disciplina. Deste modo podemos dizer que o
processo de alfabetização é um ato com o qual se reconhece os conhecimentos
inerentes às bagagens possuídas pelo povo, bastando para isso apropriação da
reflexão, embasada em um pensamento ligado ao contexto social e histórico do
sujeito como objeto de curiosidade e do conhecimento do educando. É na
apreensão desta totalidade o aprender surge das profundezas do ser para o
âmago da reflexão e desta para a compreensão dos fatos da palavra e da escrita.
Munido desta ferramenta, o profissional da educação poderá dizer, de fato, que é
um alfabetizador e educador. Do contrário serão apenas meros reprodutores de
sistema. Senna (2009, p. 93) destaca a idéia da linguagem e sua abrangência e
importância na sociedade:
18



                       Pela complexidade e pela diversidade dos problemas que levanta, a
                       linguagem tem necessidade da analise da filosofia, da antropologia, da
                       psicanálise, da sociologia, sem falar das diferentes disciplinas lingüísticas.

Para que os alunos desenvolvam o gosto pela leitura, estes devem ser atrativos,
bem ilustrados e estarem de acordo com a realidade do aluno. Deve-se também
levar em conta o nível intelectual, o gosto e os interesses do educando. De acordo
com Barbosa (2006:36-38), a leitura informativa, juntamente com a leitura literária
serve para aumentar o conhecimento, auxiliar na informação funcional, nas
curiosidades e necessidades de orientação para a vida (livro, revistas, romances,
leitura superficial). Para ele este tipo de leitura favorece o aluno ao passo que
desperta o hábito de ler. Contudo, a escola não pode abrir mão da leitura cognitiva,
pois ela profunda o estudo científico. Mesmo nos tempos modernos o professor
não deve abrir mão da leitura corretiva, pois esta serve para corrigir as falhas,
apontar os erros ortográficos e preparar o aluno para o mundo competitivo que o
espera lá fora, conforme Freire (2002:57), abaixo transcrito.


                     Ninguém lê ou estuda automaticamente se não assume diante do texto ou
                     do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou estar sendo sujeito da
                     curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se
                     acha.



Para Freire (2006), o ambiente social e familiar atua também sobre as preferências
literárias do público infantil: o nível cultural, a profissão dos pais e o poder aquisitivo
têm influência na atitude de crianças e jovens diante da literatura, através dos
condicionamentos culturais. Além desses fatores, o sexo é outra variável
significativa no que diz respeito aos interesses de leitura. As preferências literárias
dos meninos estão voltadas para aventuras, viagens e explorações, enquanto as
meninas se interessam mais por histórias de amor, crianças, vida familiar, etc..
Assim verifica-se que o professor precisa possuir, além das competências
fundamentais para o exercício da profissão estar atento a todas estas questões de
gênero e cultura.
19




Neste sentido Senna (2009) sustenta que as mudanças estão acontecendo, mas
que são lentas e graduais. Sustenta que as mudanças perpassam pela valorização
da diversidade cultural, dos aspectos sócio-históicos no ambiente escolar, do
respeito às trajetórias pessoais extraescolares. Ele acredita que a forma mais
adequada de corrigir a questão do preconceito relacionado à capacidade mental do
aluno marginalizado, seja a de uma educação inclusiva comprometida com a
verdade, com a tolerância e com a democracia, todos ancorados no projeto político
pedagógico da educação, dentro e for da escola.




     2.3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES

No Brasil, a partir de 1920, foram realizadas várias reformas de ensino que
trouxeram novos significados para a prática docente que perpassou pela formação
dos professores como disseminadores do conhecimento científico com base no
ideário das políticas públicas. Essas reformas somadas à difusão dos meios de
comunicação de massa, somadas à expansão do crescimento demográfico, a má
distribuição de renda, as necessidades de trabalho dentro das famílias e as
condições de trabalho dos professores, tem gerado mais frustração do que
produção e mais indignação do que qualquer outro resultado esperado, conforme
Romanowski (2007:91). Isto porque as reformas não deram aos professores as
condições necessárias ao desenvolvimento do hábito de leitura e os rendimentos
necessários à formação de leitores críticos, tornando-os meros reprodutores de
conteúdos e não aprendeu a refletir sua prática pedagógica.

Destarte, Senna (2009) ressalta que os professores, enquanto formadores de
opinião, se não estiverem ou não forem leitores efetivos do contexto histórico
subjacente aos conteúdos que ensinam, não poderão, ou pelos menos, não
estarão à altura de serem mediadores de leitura no ensino aprendizagem. Para
Senna este tipo de leitura se faz indispensável em todas as disciplinas
pedagógicas, condição necessária à responsabilidade dos professores na
condução do processo de ensino-aprendizagem.
20




Um fato não pode ser negado: culturalmente falando o/as brasileiro/as não tem o
hábito da leitura. Carência esta que prejudica toda uma estrutura em cadeia. ―Não
posso ensinar, se não aprendeu a fazer‖, admoesta Senna. Estes e outros graus de
dificuldades são enfrentados por professores e alunos e por aqueles quando
também eram alunos. Recente pesquisa do MEC, realizada em 2010 com
estudantes dos cursos de pedagogia de todo o Brasil, mostrou que apenas um a
cada dez pessoas no Brasil disse gostar de ler e que apenas um a cada cem
disseram ler pelo menos um livro por ano. Se levarmos em conta as estatísticas de
países mais avançados como Canadá e China, a estatística do nosso país fica no
patamar da 16ª posição em hábitos de leitura. Nos EUA, por exemplo, são escritos
pelo menos quatro livros por dia, enquanto que no Brasil, esta mesma quantidade é
produzida em uma semana, ou seja, segundo dados do Ministério da Cultura/2008,
são lançados no Brasil 0,9 livros por dia.

Em outro estudo mais recente feito pela CBL/2012 (Câmara Brasileira do Livro),
entre os mais de 189 milhões de brasileiros, há cerca de 26 milhões de leitores
ativos que lêem pelo menos três livros por ano. Segundo o último estudo da CBL,
cada brasileiro lê, em média, 1,8 livro/ano, diferente dos EUA (cinco livros per
capita) ou da Europa (entre cinco a oito livros lidos por habitante). Para os
especialistas na qualidade de exemplares produzidos no Brasil, o índice de leitura
no Brasil deverá aumentar em razão do significativo número de atividades do setor,
como feiras, bienais e eventos nas universidades em todo o país.

Este comportamento do hábito da não leitura afeta de forma cíclica direta todos os
cidadãos e cidadãs brasileiras, uma vez que tal comportamento é cultural e gera
vícios negativos comportamentais para toda a sociedade, incluindo aí os pais,
professores e alunos, bem como toda comunidade acadêmica. Desta forma, o
professor tem na sua prática pedagógica, não só o desafio da luta contra seus
próprios vícios, mas também a luta árdua de vencer o medo da oralidade escrita e
falada de seus educando. Assim, os professores precisam entender que os
pensamentos estão vivos em cada um dos alunos e que a leitura é para provocar
estes pensamentos e não para poupar o trabalho do aluno pensar. Talvez o grande
desgaste esteja na forma como os alunos são escutados. ―Os livros não ensinam
21




tudo...‖, diz Costa, (2000), por isto é preciso ensinar os alunos a pensarem para
que cada um possa escrever sua própria história.

Tudo isto sem levar em conta as vantagens e desvantagens da profissão do
educador, haja vista muitos professores exercerem o ofício por falta de
oportunidades, outras que venham acalhar o sustento material. Segundo
Romanowsk (2007), o termo profissão refere-se ao hábito do trabalho diário, à
ocupação secular, os meios empregados por um indivíduo como forma de sustento
individual   e   da   família.   Em   consonância   a   esta   descrição,   o   termo
profissionalização parte da premissa da subsistência, contudo não se restringe tão
somente a aquisição de materiais, mas como forma de conduta, como um modo de
vida adotado pelo/a cidadão/ã na garantia da autonomia profissional.

Neste ínterim, bem diferente do que alguém possa imaginar, devemos saber que
professor é profissão, mas educar é arte, é amor, é dedicação e abdicação. Quem
nos diz isso é Cavalcanti (2009) quando relata em seus escritos experiências de
professores que executam a profissão apenas como meio de sustento e
subsistência. Na maioria das vezes nas cidades interioranas predomina as
profissões sexistas que separa homens e mulheres pelo peso da ocupação e da
necessidade da mantença familiar, onde homens são incentivados para a lida do
campo e as mulheres como domésticas e professoras.

Ainda neste contexto, há uma vertente bem acentuada neste sentido quando o
assunto é emprego. Neste caso Romanowski é bem clara quando diz que diante da
recessão pelo qual o país passa na organização atual de trabalho, os trabalhadores
―aceitam as condições desfavoráveis de trabalho para manter o emprego‖.
(ROMANOWSKI, 2007:45). ―Os professores tem enfrentado a precariedade do
trabalho, somada aos baixos níveis salariais‖, acrescenta.

 O certo é que mesmo mediante tantas capacitações dos professores oferecidas
 através das redes de ensino público, a partir dos anos 90, ainda se atribui à figura
 do professor o sucesso e o insucesso dos programas educacionais, como nos
 mostra o fragmento abaixo:
22




                    As políticas educacionais a partir dos anos de 1990 apontam para a
                    expansão dos sistemas de ensino em países populosos e com altos níveis
                    de desigualdades sociais. As políticas descentralizadas e a avaliação do
                    desempenho da escola atribuem aos professores a responsabilidade pelo
                    êxito ou insucesso dos programas governamentais. (...), os professores
                    passam muitas vezes a ter que desempenhar o exercício de outras
                    atividades além da docência. (...) o profissionalismo sustentado no
                    desempenho       técnico    despolitiza    o   professor,   produzindo    a
                    hemogeneização da prática docente. (...) A proletarização está associado
                    à perda de controle pelo trabalhador (professor) do seu processo de
                    trabalho. A profissionalização constitui condição de preservação e garantia
                    de um estatuto profissional. (ROMANOWSKI,        2007, p. 40-43).



Assim, o professor que é versado como um instrutor, pois sua prática pedagógica
reduz-se aos muros da escola e porque não dizer da sala de aula. Quando o
correto seria o contrário: não só o professor, mas um educador. O professor
educador transpõe esses limites trespassando os horizontes expansivos do
cotidiano que move a vida em seu contexto social. Podemos dizer que o professor
que se politiza apenas como instrutor torna uma pessoa alienada, fato que
prejudica não só aos alunos, mas também a si próprio, pois professa voto de
fidelidade às alianças cultuadoras das burocracias que tendem à domesticação e à
subjugação, uma vez que se torna uma pessoa sem estilo crítico, sem liderança
própria, um mero reprodutor dos pensamentos alheios, O professor educador
concebe a necessidade mínima de burocracia, sendo esta, mero instrumento que
deve estar a serviço dos direitos e liberdades fundamentais do ser humano.

A tomada de consciência, juntamente com o desprendimento dos modelos arcaicos
de educação e disciplina são dualidades das quais não mais se permite na
contemporaneidade, frente às rápidas mudanças dos novos tempos. Portanto faz-
se urgente a retomada de posturas firmes no março decisório de uma nova época
globalizada, competitiva, rumo ao processo democrático. A liberdade não se
restringe apenas às leis e decretos, mas a mudanças de comportamentos,
conforme urge o alinhamento das linhas decisórias. O professor como um mediador
do conhecimento deve ser o primeiro a não se curvar diante do seu imperador.
23




                                    CAPÍTULO II



3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS




Este trabalho é fruto de uma pesquisa com professores da escola Luciano Jose
dos Santos localizada no povoado de Ponta Baixa, município de Itiúba no Estado
da Bahia. Para se chegar ao resultado foi necessário percorrer um longo caminho;
partimos de nossas reflexões como professores aguçados pela experiência, e,
provocados por nossas leituras e reflexões na academia. Nesta pesquisa, o
processo e seus significados são os focos principais da abordagem. Desta forma, a
pesquisa é exploratória. Para sua constituição foram entrevistados diretamente seis
professores dos turnos matutino e vespertino das séries iniciais da citada escola,
também foram analisadas referencias bibliográficas de autores que defende o
tema.




        3.1 TIPOS DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa de campo qualitativa com embasamento bibliográfico,
numa abordagem exploratória e construção dialética. Em linhas gerais, a pesquisa
qualitativa detecta a presença ou não de algum fenômeno, sem se importar com
sua magnitude ou intensidade; segundo Neves, tal pesquisa:

                       ―É denominada qualitativa em contraposição‖ à pesquisa quantitativa, em
                       função da forma como os dados são tratados e da forma de apreensão da
                       realidade, em que, no caso da pesquisa qualitativa, o mundo é conhecido
                       por meio das experiências e do senso Comum. (Neves,   1996:1).

Para Neves a pesquisa qualitativa detecta a causa de um problema que nos
angustia dentro de uma comunidade, onde o mundo será conhecedor desta
problematização enquanto que a mesma não será capaz de apontar soluções do
que foi questionado.
24




      3.2 CARACTERIZAÇÕES DA ÁREA DE ESTUDO

A referida pesquisa foi realizada na Escola Luciano José dos Santos no Povoado
de Ponta Baixa, que esta localizada a 24 km do município de Itiúba. Está situada
no norte da Bahia na região sisaleira, fazendo parte do semiárido baiano, ficando a
cerca de 380 km de Salvador.

O Povoado de Ponta Baixa conta hoje com uma população estimada em 659
habitantes. Com costumes que ainda estão prevalecendo desde o surgimento do
povoado como festas de reis, candomblé, festas juninas e religiosas. A economia
local tem seu forte na pecuária e na fabricação de esteiras, por outro lado ainda
prevalece o trabalho da construção de alvenarias.

A escola conta hoje com 117 alunos, na faixa etária de 4 a 14 anos de idade, em
sua maioria do sexo masculino. Devido aos dados estatísticos apontar para um
maior nascimento de crianças do sexo masculino é este grupo que esta
prevalecendo em nossa localidade. O Educandário possui quatro salas da aula,
uma cantina, dois banheiros, uma secretaria e um pátio de recreação, funcionando
nos turnos matutinos e vespertinos, basicamente com o ensino fundamental I,
tendo como educadores das séries iniciais, as professoras aqui entrevistadas.

Os alunos freqüentemente evadem-se da escola por razões de acompanhar os
pais na labuta diária, no sustento das famílias e ainda porque ficam
desestimulados; falta-lhes motivação. Por este motivo no IDEB de 2009 a escola
obteve a média de 2,8 ficando bem abaixo da média nacional. Motivo pelo qual a
escola foi contemplada com o programa PDE para incentivar a melhoria do
aprendizado dos alunos. Ainda assim, a escola conta com um número muito alto de
repetência e evasão escolar.

A Escola Luciano José dos Santos foi e sempre será de grande importância para o
desenvolvimento intelectual do ser humano desta comunidade, pois sem acesso ao
mesmo não se pode acompanhar as mudanças que estão acontecendo a nível
global e que trazem consigo toda uma questão de modernidade.
25




       3.3 SUJEITOS DA PESQUISA

A referida pesquisa contou com seis professores pesquisados da escola já citada
acima, todas do sexo feminino; a maioria trabalha 40 horas, e sua formação
acadêmica é pedagogia favorecendo que tenham uma visão crítica sobre o
desenvolvimento da leitura e escrita. Já que o sistema exige formação em
pedagogia para que os mesmos desenvolvam um trabalho voltado para o
entendimento da criança, pois é no inicio da alfabetização que a mesma requer
uma maior atenção no mundo em que começa a defrontar em seu dia-a-dia
escolar.

Os professores pesquisados já estão a muitos anos desenvolvendo o papel de
educador em uma comunidade onde as dificuldades estão sempre presentes,
tornando-se, assim, um grande desafio para os docentes. Em seu trabalho que é
de grande importância para a nossa comunidade e porque não o nosso país? As
dificuldades são grandes, mas estamos sempre as desafiando.




       3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os instrumentos usados nesta pesquisa foram de fundamental importância para o
desenvolvimento deste trabalho que visa mostrar as concepções sobre leitura e
escrita sob os olhares dos professores da Escola Luciano José dos Santos, que
contou com a coleta de dados através de questionário com questões em sua
maioria fechada para uma melhor reflexão da pesquisa.

Para preservar o anonimato dos sujeitos foram criadas siglas para preservar a
integridade absoluta de cada um que serão identificados no decorrer das análises
por siglas: S1, S2, S3, S4, S5, S6.

A pesquisa contou com uma ficha diagnóstica (questionário), com onze questões
sendo nove questões fechadas (multiescolha) e duas questões abertas
(dissertativas).
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                    O Questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta
                    de dados. Se sua confecção é feita pelo pesquisador, seu preenchimento
                    é realizado pelo informante. A linguagem utilizada no questionário deve
                    ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o
                    que está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não
                    ser que se faça necessário por necessidade de características de
                    linguagem do grupo (grupo de surfista, por exemplo). Todo questionário a
                    ser enviado deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo
                    reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação.
                    (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT; 2005).



Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, o questionário é
uma forma de coletar dados dos entrevistados e deve ser feito com clareza, com
linguagem simples e formal, proporcionando ao entrevistado a compreensão dos
fatos descritos no mesmo.

Também fez parte deste trabalho o processo da observação, frente aos sujeitos.
Foram documentados os registros escritos dos professores, e nos comprometemos
a manter os dados em sigilo, utilizando as informações apenas no nosso trabalho
acadêmico.

Por fim, esta investigação trilhou os caminhos das literaturas consultadas
perpetuando uma parte às falas dos entrevistados, fazendo o retrato do objeto de
estudo através dos indicadores abordados no campo deste texto, ou seja, fazendo
uma análise do perfil escolar desta região. Optou-se por ter os instrumentos de
pesquisa de campo como fio condutor à temática para mostrar as possibilidades de
abertura, mudanças e transformação mediante a intervenção dos profissionais da
Educação e o sistema educacional.
27




                                   CAPÍTULO III




4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS


O Presente trabalho foi tabulado e analisado a partir do referencial consultado e
conduzido por meio de observações sem perder de vista os dados coletados.

Abordaremos a seguir o corpo docente da pesquisa dentro de um contexto em que
os mesmos serão representados através de porcentagem. Dos professores
pesquisados todos pertencem ao quadro de funcionários da Prefeitura Municipal de
Itiúba – BA, sendo os mesmos concursados e efetivos com exceção do sujeito S4,
que está no quadro através de portaria. Sendo assim os professores pesquisados
50% representa a formação em magistério, enquanto que os outros 50% dos
pesquisados tem graduação em pedagogia. Os mesmos atuam no quadro do
Ensino Fundamental I da Escola Luciano José dos Santos.

O quadro de professores da instituição citada acima não é diferente das demais
localidades do nosso país. As mulheres ainda são maioria, tendo em vista o
mercado de trabalho não dar muita oportunidade para as mesmas, só restando
assim a educação, que não opina pela sexualidade masculina deixando a entender
que a escola não é lugar para homem, seguindo assim os passos de nossa
antiguidade.

O quadro de professores da Escola Luciano José dos Santos nos mostra uma
estatística como em quase todas as profissões, que para complementar sua renda
tem que exercer uma atividade paralela, isto acontece com 50% dos docentes da
nossa escola. A outra metade não tem outra atividade, talvez por não possuírem
tempo disponível, ou, se sentem satisfeitos com o que estão ganhando com sua
profissão.

Nós, professores, vivemos em um país que não valoriza o professor, sendo que
deveria ser uma das profissões mais bem pagas, porque é através do professor
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que o sujeito desenvolve seu conhecimento intelectual e profissional, seja em
qualquer área socioeconômica, cultural, educacional ou outras existentes no
planeta.

A pesquisa nos fez refletir sobre os dados tratados a luz de teorias elencadas a
partir de nossas observações e serão apresentados a seguir:

       Questão 01: Em sua opinião leitura é:




   Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




Dos professores pesquisados 66.6% responderam que ler é fazer uma leitura
contextualizada,    a    partir   do    texto     explorado,      demonstrando         um     amplo
conhecimento a respeito do processo de leitura, em contrapartida 33.3% ainda tem
uma visão limitada sobre o ato de ler e não souberam responder a questão.

De acordo com Freire:

                        Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém
                        lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto
                        da                             curiosidade, a forma crítica de ser ou de
                        estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo
                        de conhecer em que se acha.    (FREIRE, 1993).
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Como evidencia o autor, o ato de ler exige curiosidade, dedicação para que o
objetivo do conhecimento seja alcançado e que ninguém leia somente por ler. A
leitura é um aprendizado do mundo exterior para o mundo próprio do leitor, onde
este e somente este pode entender e deduzir seus pensamentos.

      Questão 02: Em sua opinião escrita é:




  Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




      Dos professores pesquisados 66.6% responderam que escrita é quando o
aluno reescreve no papel seu entendimento sobre o que ouviu e viu, percebemos
que esses professores só acreditam que os alunos estão capacitados na escrita
quando eles escrevem o que ouvem e que vêem, enquanto que 16.6% acreditam
que os alunos na pré-Silábica já estão desenvolvendo à escrita, 16.6% entendem
que a escrita é quando o aluno desenvolve textos com coerência, voltado para a
realidade em que o mesmo convive de acordo com a citação a seguir.

                        A escrita é uma representação da linguagem. No entanto, a escrita não
                        Representa todos os aspectos da linguagem. De fato, a humanidade tem
                        criado e utilizado deferentes sistemas de escritas, os quais representam
                        aspectos diferentes da estrutura da linguagem .   (Revista Pátio nº 29,
                        fev.-abril/2011:14).

      De acordo com o mencionado acima a escrita representa a linguagem, mas
a humanidade a utiliza de vários aspectos diferentes. Ou seja, não só se escreve
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através de letra, mas de outras formas como: gráficos, desenhos e outros, como
uma representação do pensamento daquilo que se vê, observa e lê. Daí a
importância da leitura dos sinais, na resignificação gráfica, nas séries iniciais.

     Questão 03: O que leva as crianças a demorarem de aprender a ler e
escrever:




  Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




       Dos professores pesquisados 33.3% entendem que a não participação ativa
da família é uma das causas que levam os alunos a um lento aprendizado. De
outra forma 66.6% acreditam que a não acessibilidade a materiais pedagógicos
adequados e a falta de uma boa estrutura física escolar influenciam diretamente na
leitura e escrita desses educandos. Demonstrando uma coerente visão destes
sujeitos que entendem que é preciso mudanças no contexto educacional para
melhoria do processo ensino – aprendizagem dos alunos da escola pública.
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Questão 04: Quais as dificuldades encontradas no início da alfabetização dos
alunos, com relação à leitura e a escrita:




 Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




As dificuldades encontradas no início da alfabetização dos alunos, com relação à
leitura e a escrita. Na visão de 16.6% dos professores a falta de motivação dos
alunos contribui para a dificuldade na alfabetização, de outra forma 83.3%
acreditam que o não acompanhamento dos pais com freqüência e a falta de
preparo do professor é o ponto chave para o aluno enfrentar dificuldades no inicio
de sua alfabetização. Aqui fica clara a necessidade da participação dos pais no
processo de ensino – aprendizagem; por outro lado é importante salientar que os
pais nem sempre tem informação e formação voltados para a prática da leitura e
escrita, o que dificulta o processo.

De acordo com a revista Nova Escola, (2003:14), na maioria das vezes a falta de
motivação é causada por características pessoais do aluno e contexto da escola: O
medo do fracasso e a forma de orientá-lo; a falta de clareza sobre os objetivos da
aprendizagem; e a não satisfação das expectativas. Se junta a isto a influência dos
pais e colegas, as experiências pessoais, o ambiente escolar, a interação com o
professor e a avaliação.
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      Questão 05: Quando se refere á questão, como você trabalha a escrita
na sala de aula:




  Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




Os professores questionados foram unânimes em suas respostas, ou seja, 100%
deixaram a entender que a produção de texto e a prática da leitura é o caminho
para esses educandos desenvolverem a escrita e leitura em sua trajetória do
conhecimento, para que os mesmos venham conviver no meio social sem
nenhuma descriminação. No entanto é importante que estes professores sejam
também leitores e produtores de textos, que não fiquem apenas no nível do
discurso.




      Questão 06: Você usa o ABC para alfabetizar?
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   Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




       83.3% dos questionados responderam que não. Já 16.6% responderam que
sim. Pelo que entendemos os professores já estão mudando a sua metodologia de
ensinar, enquanto outros ainda mantêm a tradicional no nosso sistema
educacional. Isto deixa claro que novas escolas já têm novos materiais didáticos
que distancia dos tradicionais.

       Ainda assim, as mudanças são tímidas quanto ao uso das ferramentas
disponíveis no disposto na nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB de nº 9394/96 que
prevê carga horária mínima de oitocentas horas e duzentos dias letivos na
educação básica com partes diversificadas em função das peculiaridades locais,
mais os orçamentos previstos pelo Estado, União e Municípios.

Questão 07: Quanto ao material didático para alfabetizar:




Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




No questionamento em relação ao material didático foi destacada a seguinte
pergunta: Quanto ao material didático para alfabetizar? Todas foram unânimes na
resposta, ou seja, 100% disseram que selecionam textos, constroem fichas,
decoram a sala com palavras textos e etc. O que deixa a entender que o material
didático é uma criatividade do professor, não está mais restrito ao livro didático.
34




       Questão 08: Como você trabalha leitura e escrita na sala de aula:




 Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.

Na pergunta como você trabalha leitura e escrita na sala de aula? 66.6% dos
questionados informaram que trabalham a partir do livro, textos e de exposição de
fichas, 16.6% responderam que usam textos diversos e 16.6% utilizam gravuras,
vídeos, textos, embalagem e etc.

Nestas respostas pudemos perceber que os questionados estão desenvolvendo
novo método, envolvendo a criatividade com textos diversificados para melhorar o
desenvolvimento do aluno. O aluno precisa ler para pensar seus próprios
pensamentos, contudo o livro didático não é a única ferramenta. Outras
ferramentas de leitura são de suma importância no processo de ensino
aprendizagem. A leitura sempre deve contribuir para o desenvolvimento da
inteligência, sendo assim, sua grande utilidade está quando se torna o ponto de
partida para pensamentos próprios e nunca o ponto de chegada para regras
decorativas e produção de erudição. Esta última aumenta os arquivos da memória,
mas não desenvolve a inteligência. Somente mediante a leitura correta teremos
pensadores críticos capazes de interpretar o mudo ao seu redor, conforme Costa
(2000:5) nos admoesta ao dizer ―quando lemos outra pessoa pensa por nós: só
repetimos o seu processo mental...‖.
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       Questão 09: O que mudou da alfabetização antiga para a atual:




  Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012.




Quando se refere à questão o que mudou da sua alfabetização para a
alfabetização de hoje, 83,3% afirmam que a metodologia mudou, mas o discurso e
a prática continuam focados no tradicional. E 16.6% acreditam que a convivência
entre professor e aluno mudou, não tendo mais aquele respeito que existia no
tradicionalismo.




       Questão aberta 01:

Qual sua opinião a respeito do livro didático? Os professores fizeram os seguintes
relatos:

S1 afirma que o livro didático é indispensável e também muito importante para o
aprendizado do aluno.

S2 diz que o livro didático deve ser um dos suportes utilizados pelo professor, mas
não deve ser sua única ferramenta.

S3 revela que são inadequados.

S4 aponta que o livro didático está vindo muito vazio, ou seja, não está como os
anteriores.
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S5 descreve que o livro didático não é a única ferramenta a ser usada pelo
professor, deve se procurar outros tipos de suportes para trabalhar.

E por fim S6 descreve que o livro didático é um suporte que o professor pode
utilizar no trabalho, mas deve transformar sua forma de aplicar os textos.

Pudemos observar ao longo desta descrição que alguns professores já têm uma
nova visão sobre o livro didático onde o mesmo ainda faz parte do seu convívio
escolar, mas precisando de adaptação para melhor produção; já outro revelou que
os livros são inadequados, não possuem conhecimentos dos assuntos das novas
metodologias que estamos vivenciando, ou, não deu importância à pergunta.




       Questão aberta 02:

Em sua visão profissional as capacitações são suficientes para o trabalho com a
leitura e a escrita na sala de aula?

S1 respondeu não: porque são muito raras e não recebemos um preparo que nos
reforce.

Já S2 expressou a seguinte resposta: não, as capacitações são de suma
importância para o trabalho do professor, mas na sala de aula muitas vezes o
professor encontra situações inesperadas; é preciso inovar seus conhecimentos
para saber lidar com elas.

Já S3 determinou sim, mas disse que “infelizmente o material de apoio pedagógico
é insuficiente e inadequado”.

Com relação a S4 ele disse que não, porque a maioria é capacitada no grau, mas
não tem amor ao trabalho que faz.

S5 refletiu como resposta não, porque na sala de aula o professor encontra muitas
realidades diferentes e difíceis, por isso o professor precisa ir à busca de novos
métodos.
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S6 destacou a seguinte ideia, as capacitações são importantes no trabalho do
professor; esse trabalho precisa ser praticado de acordo com a realidade em que
se encontra a turma.

Os professores revelam em suas falas a necessidade de mais capacitações que
venham enriquecer e melhorar suas práticas pedagógicas. Sabe-se que avanço na
educação só acontecerá se houver mais investimento na área dos profissionais de
educação, mais especificamente, os professores.
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5. REFLEXÕES SOBRE O RESULTADO DA PESQUISA

       A pesquisa desenvolvida na Escola Luciano José dos Santos, apontou
resultados que serão de suma importância para a comunidade escolar desta
localidade. A mesma não aponta soluções para resolver a problemática do corpo
docente da referida escola, mas aponta onde e como os professores devem focar
seus olhares e ações. Por outro lado a pesquisa detectou algo que está sempre
presente no corpo docente de nossa comunidade, da região e do Brasil. Pudemos
perceber nos questionamentos da pesquisa os professores questionados já estão
conscientes da nova metodologia que o sistema hoje requer para uma boa
alfabetização dos discentes, para que os mesmos não fiquem desatualizados da
contextualização que está implantada no sistema educacional.

O discurso apontado nos questionamentos revelou que ele ainda não é colocado
em prática, havendo assim uma contradição na metodologia do inovador e na
metodologia antiga, e que os mesmos ainda estão vivenciando o tradicionalismo
porque estão no momento de transição do método tradicional para uma nova forma
de trabalhar.

As análises e interpretações desta pesquisa servem para nos orientar e elaborar
soluções que possam intervir no processo de aprendizagem.                      Os pontos
relacionados às dificuldades dos alunos no processo de leitura e escrita abordados
nesta pesquisa pelos professores entrevistados foram: a não participação da
família na escola; a falta de acessibilidade dos alunos a materiais gráficos e
multimídia e a falta de estrutura escolar, tanto física, quanto sistemática.

Ora, de acordo com Sena (2000), as crianças que tem acesso a bens culturais e
que convivem em meios propícios ao desenvolvimento de seus potenciais estão
mais aptas a se desenvolverem melhor na escola. Neste caso a resposta das
entrevistadas faz um aporte ao pensamento de Soares (2006) quando esta diz que
a vivência dos alunos, o vocabulário e o acesso a bens culturais promovem e
permitem às crianças e jovens da classe média a se beneficiarem das informações
transmitidas pela escola; ao passo que as crianças das camadas populares, pela
ausência destes instrumentos, têm suas chances reduzidas a praticamente
nenhuma possibilidade assimilativa. Para Costa (2000), as aulas precisam ser
39




dinâmicas, mesmo quando se usa materiais diversos como filmes e etc., pois cada
um aprende de um jeito. Assim a continuação desta pesquisa será de suma
importância para a avaliação nos processos de mudança, a partir desta.

Quanto à questão estrutural da escola podemos dizer que de acordo com os
autores abordados no corpo do trabalho, diversos fatores podem intervir na
aprendizagem: números de alunos, diferença de faixa etária e composição da
turma podem sim comprometer a aprendizagem. Embora esta ou aquela situação
exerça uma influência diferenciada conforme a disciplina. Turmas grandes e por
demais heterogêneas exigem mais trabalho do docente e acabam não auxiliando a
aprendizagem se não for levada em conta esta diversidade. Turma grande poderá
ser, até mesmo de vinte alunos, dependendo da atividade que se pretende
desenvolver e dos objetivos que se pretende alcançar. Local e horário em que será
ministrada a disciplina também exercem influencia no desenvolvimento da
aprendizagem. Portanto, condições mínimas podem ser indispensáveis para a
desenvoltura de um trabalho eficiente.

Desta forma, toda a estrutura escolar é importante e deve estar atenta aos
instrumentos que oferecem ao alunado. As mudanças não devem ser apenas
técnicas, mas também políticas. Para que a avaliação sirva à aprendizagem é
essencial conhecer cada aluno e suas necessidades. O aluno deve ser envolvido
na própria avaliação. Nisto o importante não é identificar problemas de
aprendizagem, mas necessidades. Contudo, no contexto desta pesquisa, talvez o
que esteja causando a desmotivação do alunado seja mesmo a falta de material
adequado.

Quanto à participação das famílias na escola podemos enfatizar que de acordo
com Freire (2004), a participação ativa da família nas escolas influência
diretamente na desenvoltura da leitura de mundo a ser desenvolvida pelas
crianças. Daí que a escola precisa repensar sua prática pedagógica junto com as
famílias. O ser humano é um ser de reações. Somos cotidianamente convocados
para encontros, para convivências humanas. Desta forma acreditamos que
crianças e adolescentes aprendem mais com o curso dos acontecimentos, com as
práticas experimentadas e com a incorporação de valores incutida na crença dos
40




pais, daí a importância da presença da família na escola. As práticas e vivências no
dia-a-dia das escolas e das comunidades são exercícios que colocam os
educandos diante de si mesmos e do mundo, diante do desafio de valorizar a vida.

Segundo Costa (2000), a solução está numa relação democrática e participativa
entre escola e família, sem que haja subordinação de uma e imposição da outra.
Ele diz que comunidade envolvida é escola protegida e que escola ideal é aquela
que todos aprendem.
41




                        6. CONSIDERAÇÕES FINAIS


A pesquisa aqui apresentada teve por intuito responder a questão norteadora do
tema abordado, o qual se apresenta sobre a visão dos professores entrevistados a
cerca da importância da leitura e da escrita na construção da identidade e
autonomia do aluno.       O percurso transcorrido durante a elaboração desta
monografia, embora curto, foi suficiente para que pudéssemos desenvolver um
olhar crítico, diferenciado a respeito da nossa clientela escolar discente e desta
para com a comunidade escolar docente. Por meio dos estudos percebemos que,
as características e particularidades trazidas pelos indivíduos marcam a trajetória
do conhecimento e conseqüentemente do desenvolvimento do educando. As
incansáveis horas de pesquisa bibliográfica nos forneceram dados preciosos para
que pudéssemos avaliar com êxito nossas ações, nossas práticas pedagógicas,
enquanto educadores e desta forma identificar problemas e construir propostas
educacionais compatíveis com a realidade de nossos educandos. Esta é nossa
pretensão.

Participar do processo educativo implica na proximidade do professor para com o
aluno, amola em ouvir e expor a opinião do estudante. Trata-se de uma ação
reflexivo-participativa, construída com base nos saberes e conhecimentos trazidos
pelos educandos, de forma que a bagagem trazida pelo aluno seja o fio condutor
do processo ensino-aprendizagem. Portanto a arte de educar é um procedimento
de ações contínuas, gradativas, construída coletivamente, resguardada as
particularidades dos sujeitos envolvidos.

Através das leituras, também observamos que a relação leitura e escrita é de
fundamental importância na construção da identidade e autonomia das pessoas. A
partir do momento em que o aluno aprende ler e escrever ele passa a fazer uma
leitura própria do mundo que o cerca de forma mais segura e elucidativa. O bom
leitor desenvolve também um olhar apurado sobre suas expectativas e medos. O
aluno sente-se mais seguro e mais preparado para enfrentar os novos desafios,
frente ao desvincular-se da dupla proteção oferecida, ora pelos pais, ora pela
42




escola. O leitor assíduo, quando munido das ferramentas necessárias às suas
aventuras, adquire total confiança em si mesmo.

A pesquisa realizada mostrou que a leitura e escrita sob os olhares dos professores
da escola Luciano José dos Santos é essencial para o desenvolvimento dos
indivíduos independente da sua formação. Na opinião dos entrevistados tal
convivência é fundamental para que a criança seja inserida no meio social e afetivo
sem problemas de relacionamento disciplinar e intelectual. É no meio escolar que
os indivíduos tem seus contatos iniciais com os tipos de linguagens, hábitos e
costumes; fatores essenciais na formação autônoma dos sujeitos.

Não vamos aqui negar as dificuldades encontradas na elaboração deste
documento, pois não foram poucos: desde a falta de conhecimento das normas
técnicas até as discussões em grupo, mas salientamos que tudo valeu apena após
termos encontrado o caminho. Pois, sabemos que a escola estar longe de ser a
idealizada, mas estamos convictos de que as mudanças nascem de um estímulo,
de um desejo, de uma motivação; e que estes podem ser adquiridos aqui mesmo,
neste espaço, através dos estudos, das capacitações mais intensificadas, da
logística escolar mais detalhada, dos orçamentos mais bem distribuídos, dos
salários mais justos, da assiduidade dos educadores, da responsabilidade dos pais,
da supervisão da direção escolar, do respeito do sistema educacional aos direitos
do educando, da convicção de quem diz e da responsabilidade de quem faz.

Assim sendo, entendemos que é primordial a participação diária e a pontualidade
dos professores na sala de aula, na interação direta com a direção e pais dos
alunos, na busca de informação e na troca de conhecimentos com outros colegas
de profissão. A relação comunidade escolar versus sociedade é uma lacuna
crescente, linear que tem gerado conflitos dentro e fora da escola. Tal
comportamento desencadeia no meio social uma problemática que não pode ser
superada, senão pela interação do tripé escolar: professores, pais e alunos. A
ausência dos pais na escola, somada ao descompromisso de muitos professores
desvirtuam o ambiente de ensino que protagoniza a referência maior da educação,
conforme foi demonstrado no corpo desta pesquisa. Sendo esta a principal queixa
dos professores na lentidão do aprendizado dos alunos.
43




Assim, é preciso que as escolas juntamente com os pais dos alunos desenvolvam
uma relação de parceria e compromisso em forma de rede, a fim de superar as
dificuldades e lacunas existentes no processo educacional. A escola não pode fugir
da sua função de agente transformador. Seu papel social e seu padrão tradicional
de organização, ainda é certamente o local onde são desenvolvidos os primeiros
contatos da criança com o mundo que o cerca, com os valores éticos, com a
crença de um lugar seguro, onde se obtém apoio e carinho. Portanto o professor
não pode, simplesmente, fingir que ensina e deixar o aluno ficar refém de um
sistema prevaricador. Como disse o poeta: ―quem não inclui, exclui!‖. A inserção é
um grande desafio, mas é possível!
44




                     7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009
(Coleção Pensamento e Ação na sala de aula)

CAVALCANTI, Petrônio. Paulo Freire: saberes e dizeres de um professor feliz.
Recife: Ed. do autor, 2009.

COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Educador: novo milênio, novo perfil?
Paulus: São Paulo, 2000

BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência,
2004.

FREIRE, Paulo; Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. Editora
Olho D'Água, 10ª ed., p. 27-38.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam/Paulo FREIRE. 5º Ed. São Paulo: Cortez, 2009.

_____________. Conscientização: Teoria e prática da libertação: uma introdução
ao pensamento de Paulo Freire. V cd. São Paulo : Ed. Centauro, 2006.

______________. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. (Coleção Polemicas do Nosso Tempo, Vol. IV) 2V cd. São Paulo:
Autores Asso-ciados: Ed. Cortez, 1989.

______________. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2’ ed, 11ª reimp. —
Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

ROMANOWSKI, Joana Paulin. Formação e profissionalização docente. 3ª ed.
rev. e atual. Curitiba: Ibpex, 2007.

SENNA, Luiz Antonio Gomes. Letramento: Princípios e Processos. Ibpx:Curitiba,
2009.
45




ALVES, RUBEM. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez,
1983.

BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana.
Petrópolis: Vozes, 1997.

BOURDIEU, Pierre &PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria
do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.

BRANDAO, Carlos Rodrigues. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 30 ed,
1994 (Coleção Primeiros Passos).

CUNHA, L. A. Educação e desenvolvimento Social no Brasil. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1975.

KREMER, Sonia. Guia prático da nova ortografia. Rio: PUC,2011.
GUILLEN, Isabel. 500 nos: um novo mundo na TV. Brasília: Secretara de
educação à Distância, 3003.

REVISTA PRESENÇA PEDAGÓGICA. A leitura escrita como experiência – seu
papel na formação de sujeitos sociais. Jan./fev. 2000, v. 6, n°. 31.
REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, ano XII – n. 118 – dezembro, 1998.
REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, outubro/1999.
REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, ano XVIII – n. 159 – jan./fev./2003.
REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, ano XIX – n. 173 – jun./jul./2004.
ROMANELLI, Otaiza o. História de educação no Brasil: 1930-1973. Petrópolis:
Vozes, 1978.

SAVIANI, Derneval. Educação Brasileira: estrutura e sistema. São Paulo: Saraiva,
1983.

SAVIANI, Derneval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1984.

SAVIANI, Derneval. A Nova Lei da educação. Campinas: Autores Associados,
1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 1472: Trabalhos
acadêmicos. 2ª ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
46




ANEXOS
47




             UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

              DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII

                          SENHOR DO BONFIM

                PROGRAMA REDE UNEB 2000 ITIÚBA – BA

               COMPONENTE CURRICULAR: PEDAGOGIA

              ALUNOS: AELSON, ARLETE, CECIA E ROZELI




Entrevista sobre Leitura e Escrita sob os olhares dos professores da Escola
            Luciano José dos Santos do Povoado Ponta Baixa




                                ITIÚBA

                                  2012
48




                                QUESTÕES


1. Em sua opinião Leitura é:
      a) ( ) Ler e interpretar o que está escrito no texto;
      b) ( ) Decodificar as palavras existentes no texto;
      c) ( ) Ler é fazer uma leitura contextualizada a partir do texto explorado.
2. Em sua opinião Escrita é:
      a) ( ) Quando a criança está na pré-silábica até sua total alfabetização;
      b) ( ) Habilidade de escrever textos coerentes;
      c) ( ) É quando o aluno reescreve no papel seu entendimento sobre o
         que ouviu e viu;
      d) ( ) É um simples rabisco numa folha de papel.
3. Em sua opinião o que leva as crianças a demorarem de aprender a ler e
   escrever?
      a) ( ) A não participação ativa das famílias;
      b) ( ) As aulas que não são atrativas;
      c) ( ) A metodologia usada pelo professor;
      d) ( ) A falta de acesso a revistas, livros, e outros atrativos a leitura.
4. Quais as dificuldades encontradas no inicio da alfabetização dos seus
   alunos, com relação à leitura e escrita:
      a) ( ) A falta de motivação dos alunos;
      b) ( ) Os alunos que só fazem decorar as palavras e textos;
      c) ( ) A falta de materiais adequados para o trabalho de alfabetizar;
      d) ( ) O não acompanhamento dos pais no dia a dia escolar e falta de
         preparo do professor.
5. Como você trabalha a Escrita na sala de aula?
      a) ( ) Produção de textos coletivos;
      b) ( ) Fazendo a reescrita de seus textos;
      c) ( ) Incentivando os alunos a prática da leitura e produção de textos.
49




   6. Você usa o ABC para alfabetizar:
      ( ) Sim                              ( ) Não
   7. Quanto o material didático para alfabetizar:
         a) ( ) Isso é papel do coordenador. Ele deve deixar tudo pronto para
            minha prática docente;
         b) ( ) Seleciono textos, construo fichas, decoro à sala com palavras e
            etc;
         c) ( ) Prefiro usar somente o livro didático.
   8. Como você trabalha Leitura e Escrita na sala de aula:
         a) ( ) A partir do livro, textos e de exposições de fichas (palavras);
         b) ( ) Textos diversos;
         c) ( ) Gravuras, vídeos, textos, embalagens e etc.;
         d) ( ) Sigo o texto do livro.
   9. O que mudou da sua alfabetização para a alfabetização de hoje.
         a) ( ) A metodologia aplicada pelo professor;
         b) ( ) A forma de convivência entre professor e aluno;
         c) ( ) A parceria entre a escola e a comunidade;
         d) ( ) Vejo que não mudou nada.


Questão aberta 1º: Qual sua opinião a respeito do livro didático?
Questão aberta 2º: Em sua visão profissional as capacitações são suficientes
para o trabalho com a leitura e escrita na sala de aula? Justifique sua
resposta.

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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÂO- CAMPUS VII Senhor do Bonfim-BA Aelson dos Santos Bispo Arlete Alves Cecia Alexandrina de Souza Barbosa Rozeli Maria Bispo dos Santos LEITURA E ESCRITA SOB OS OLHARES DOS PROFESSORES DA ESCOLA LUCIANO JOSÉ DOS SANTOS DO POVOADO DE PONTA BAIXA, MUNICÍPIO DE ITIÚBA – BAHIA ITIÚBA-BA 2012
  • 2. Aelson dos Santos Bispo Arlete Alves Cecia Alexandrina de Souza Barbosa Rozeli Maria Bispo dos Santos LEITURA E ESCRITA SOB OS OLHARES DOS PROFESSORES DA ESCOLA LUCIANO JOSÉ DOS SANTOS DO POVOADO DE PONTA BAIXA, MUNICÍPIO DE ITIÚBA – BAHIA Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como instrumento parcial de avaliação do curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Professora Maria Conceição Curaçá Gonçalves ITIÚBA-BA 2012
  • 3. Aelson dos Santos Bispo Arlete Alves Cecia Alexandrina de Souza Barbosa Rozeli Maria Bispo dos Santos LEITURA E ESCRITA SOB OS OLHARES DOS PROFESSORES DA ESCOLA LUCIANO JOSÉ DOS SANTOS DO POVOADO DE PONTA BAIXA, MUNICÍPIO DE ITIÚBA – BAHIA Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como instrumento parcial de avaliação do curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Professora Maria Conceição Curaçá Gonçalves Aprovado pelos membros da banca examinadora em _____/_____/2012. Com menção: Banca Examinadora Avaliador (a) Avaliador (a)
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradecemos, em primeiro lugar, a Deus, o mestre dos mestres e acolhedor de todas as coisas. Por extensão, à nossas mães, cônjuges, familiares e amigos. Mas, como por reciprocidade, queremos agradecer de forma especial, a (o)s nossa (o)s colegas de trabalho que, conjuntamente, realizamos todos os trabalhos acadêmicos. A todas as pessoas que acreditaram no potencial dos nossos esforços. Na nossa vontade e desejo de lutar, na força da nossa peleja e no valor póstumo desta pesquisa. A nossa estimável orientadora, que nos conduziu com firmeza e dedicação na orientação desta dissertação. Seus ultimatos foram entendidos por este grupo como uma forma de dizer: ―Voem mais alto. Vocês são capazes!‖. Sobre tudo, agradecemos às pessoas de quem foram furtadas horas de carinho e atenção para que pudéssemos conquistar esta valiosa obra literária. Produto este de fundamental importância na construção do conhecimento e na trajetória das nossas vidas e ascensão profissional.
  • 5. “Fui alfabetizado no chão do quintal da minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu mundo e não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu quadro-negro; gravetos, o meu giz.” (Paulo Freire, 2009).
  • 6. RESUMO Este trabalho monográfico insere-se numa pesquisa bibliográfica e de campo fundamentada nos estudos de Paulo Freire (2009, 50 ed.). Numa abordagem humanística dialética este estudo também se fundamenta em outros autores como Cagliari (2009), Costa (2000), Sena (2009), Soares ((2006) e Barreto (2004), que numa visão didática epistemológica se detém nas reflexões de Paulo Freire e em suas propostas de alfabetização, apresentando as bases de seu pensamento, os conceitos elaboradores e o papel do educador). Este estudo teve por objetivo principal diagnosticar o olhar dos professores da Escola Municipal Luciano José dos Santos, situada no povoado de Ponta Baixa no município de Itiúba – BA, sobre o processo de leitura e escrita a partir de suas trajetórias como profissionais da educação considerando suas práticas diárias e experiências didáticas. Essa temática surgiu como resposta às inquietações decorrentes dos debates no Campo Acadêmico da Rede UNEB - 2000, sobre as dificuldades dos alunos nas séries iniciais a respeito da leitura e escrita. Não obstante, esta dissertação divide-se por temas, a saber: a escrita, a leitura e a formação de professores. A coleta e a análise de dados estão dispostas em gráficos para melhor entendimento e compreensão dos leitores. Por fim, este documento se encerra apresentando os ganhos e as dificuldades encontradas com a elaboração da pesquisa, deixando para os leitores, professores e futuros profissionais da área de educação suas reflexões no processo do repensar suas posturas didáticas. Palavras-chave: 1. Alfabetização 2. Escrita 3. Leitura 4. Formação de professores
  • 7. ABSTRACT This monograph is part of a literature search and field studies based on Paulo Freire (2009, 50th ed.). In this study dialectical humanistic approach is also based on other authors such as Cagliari (2009), Costa (2000), Sena (2009), Soares ((2006) and Barreto (2004), a vision that stops teaching epistemological reflections of Paulo Freire and his proposals of literacy by presenting the foundations of his thought, the concepts designers and the role of educator. This study was aimed at diagnosing the teachers' views of the Municipal School Luciano José dos Santos, located in the village in the municipality of Ponta Baixa of Itiúba - BA, on the process of reading and writing from their careers as professional educators considering their daily practices and student experiments. This theme emerged in response to concerns arising from the debates in Academic Field Network UNEB - 2000 on students' difficulties in the initial series about reading and writing. Nevertheless, this work is divided by themes, namely: writing, reading and teacher training. Collection and data analysis are displayed on graphs for better understanding and understanding of readers. Finally, this paper concludes by presenting the advances and difficulties encountered with the development of research, leaving readers, teachers and future professionals in the field of education their suggestions and opinions in the process of rethinking their teaching positions. Keywords: 1. Literacy 2. Writing 3. Reading 4. Training of teachers
  • 8. 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 - Leitura ................................................................................................28 Gráfico 02 - Escrita ................................................................................................29 Gráfico 03 - Dificulades dos alunos no processo ensino aprendizagem ................30 Gráfico 04 - A relação da leitura e escrita no ensino aprendizagem ......................30 Gráfico 05 - Como o professor trabalha a escrita na sala de aula ........................31 Gráfico 06 - Uso do ABC para alfabetizar .............................................................32 Gráfico 07 - Material didático usado para alfabetizar .............................................33 Gráfico 08 - Como o professor trabalha a leitura e escrita na sala de aula ...........33 Gráfico 09 – As mudanças na forma de alfabetizar ..............................................34
  • 9. 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................09 CAPÍTULO I 2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................11 2.1 A escrita.......................................................................................................11 22. A leitura........................................................................................................14 2.3 Formação de professores............................................................................18 CAPÍTULO II 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................22 3.1 Tipos de pesquisa.............................................................................................22 3.2 Caracterização da área de estudo ...................................................................23 3.3 Sujeitos da pesquisa........................................................................................24 3.4 Instrumentos de coleta de dados ....................................................................24 CAPÍTULO III 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .............................................. 26 5. REFLEXÕES SOBRE O RESULTADO ...........................................................36 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................39 7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 42
  • 10. 10 INTRODUÇAO Este estudo que aborda a leitura e escrita nas séries iniciais sob o olhar dos professores da Escola Luciano José dos Santos do Povoado de Ponta Baixa no Município de Itiúba – Bahia tem como objetivo diagnosticar através de uma pesquisa científica o olhar dos professores sob o processo de leitura e escrita a partir de sua trajetória como profissional da educação considerando suas práticas e experiências e a maneira como eles conceituam a leitura e a escrita no cotidiano. Considerando que a educação é uma atividade que se filia aos processos de mudanças e valorização da diversidade em todas as suas nuances, procurou-se neste trabalho monográfico oferecer uma ampla variedade bibliográfica que demonstram situações em que estão inseridas em nossas práticas pedagógicas. Embora o sistema educacional remonte a um sistema estereotipador e conservador, como Senna (2007) nos admoesta, ainda assim acreditamos serem possíveis às mudanças esperadas por nós professores. Afinal, falar de educação no Brasil significa levar em conta a origem das famílias e reconhecer as diferenças de referências culturais. Significa, também, reconhecer que no interior destas famílias e na relação de umas com as outras encontramos indivíduos diferentes com especificidades de gênero, etnia, religião, orientação sexual, valores e outras questões definidas nas suas histórias pessoais. Uma vez que, a convivência com a diversidade implica o respeito, o reconhecimento e a valorização da/o outra/o. Essa temática surgiu como resposta às inquietações decorrentes dos debates no Campo Acadêmico da Rede Uneb-2000 / Itiúba - BA, nas aulas da disciplina Componente Curricular Língua Portuguesa, onde foi trabalhada a dificuldade de leitura dos alunos nas séries iniciais, despertou ainda mais essa problemática que está sempre presente no meio da aprendizagem dos docentes. Queremos deixar para as futuras gerações uma preciosidade cravada no papel timbrado que conte a nossa história de vida, nossas lutas, o nosso retrato e o nosso legado.
  • 11. 11 Diante desta temática pretende-se despertar no referido grupo de professores - alunos pesquisadores aprofundamento no tocante às suas práticas pedagógicas, repensar suas posturas didática. Ressaltando que será de muita utilidade o presente estudo por ter como foco uma comunidade carente de informação, comunicação e formação docente no processo de leitura e escrita. Salienta-se que o estudo não esgotou as questões que a temática desperta nos pesquisadores nos motivando num outro momento continuar a discussão. A presente pesquisa está dividida em três capítulos: O primeiro capítulo fala da relevância desta pesquisa no cenário educacional, assim como a justificativa da escolha do tema. O segundo capítulo traz o embasamento deste trabalho: basicamente fundamentado em FREIRE (2009, 50 ed.), com indução de autores como CAGLIARI (2006), Romanowisk, (2007), Senna, (2009), Cavalcanti, (2009), Costa, (2000), e Bezerra, (2009), que fazem em suas obras literárias, uma ilação, às idéias e finalidades dos estudos de Paulo Freire. Assim fizemos uma busca das fases da leitura e escrita acompanhando a linha do tempo no seu processo de evolução fazendo referencia às idéias dos autores citados, os quais acastelam o tema abordado. No terceiro capítulo pautamos por apresentar a coleta de dados, análise e interpretação dos dados por meio de gráficos, a partir das nossas observações e leituras. Deste modo apresentamos neste capítulo as discussões, a opinião dos nossos entrevistados, a metodologia empregada e os resultados encontrados. No entanto finalizamos o nosso trabalho apresentando as dificuldades encontradas, os ganhos, avanços e conquistas com a elaboração deste documento. Também deixamos nossas sugestões para os leitores, professores e futuros profissionais da área de educação.
  • 12. 12 CAPÍTULO I 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A ESCRITA A escrita era representada apenas como figuras de objetos formas ideogramais para transmitir mensagens associadas à imagem. A escrita é, portanto, uma invenção decisiva para a história da humanidade. Ela é a representação do pensamento e da linguagem humana por meio de símbolos. A escrita evoluiu a partir do desenho, onde cada figura representava um objeto. Num modelo moderno de representação gráfica podemos comparar a escrita pictográfica com os logotipos, as placas de trânsito, rótulos cartazes e etc., os quais expressam apenas o valor semântico da mensagem, não tendo nenhuma relação direta com a sonoridade (CAGLIARI, 2009). A criação do alfabeto é uma invenção que parte da ideia de representar não a coisa em si, mas o som. O alfabeto é uma tentativa de desenhar o som da língua e tem representação puramente sonográfica. Ele é resultado da decomposição do som das palavras em sílabas ou em fonemas - o som das letras. Cada letra representa um fonema ou mais de um. Na verdade, a escrita, assim como as línguas, está em permanente processo de evolução. Ela reflete e acompanha a maneira como as sociedades vivem, seus hábitos, tecnologia e peculiaridades. Por isso, textos de apenas cem anos atrás, muitas vezes, já possuem palavras que caíram em desuso. Atualmente o nosso alfabeto conta 26 letras, inclundo as letras k, w e y para as palavras de origem estrangeira de acordo com o decreto de n° 6583/2008 que regulamenta a reforma ortográfica da nossa língua escrita, mas somente será obrigatória a partir de 2012.
  • 13. 13 Ninguém aprende a ler e escrever sem aprender relações entre fonemas e grafemas, para codificar e decodificar. Envolve, também, aprender a manusear o próprio corpo, os movimentos motores, a coordenação das mãos e dedos para segurar num lápis, enfim envolve uma série de aspectos. Nos dizeres de Soares (2006:1-8) [...] ―letramento, é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita [...]‖. Colaborando com esta mesma proposição, Freire (1982:9) pressupõe que: ―[...] a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a leitura posterior desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquela‖. Soares (2003:15-17), também infere à leitura dizendo que a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ainda segundo Soares, o que mais propriamente se denomina letramento é a imersão do indivíduo na cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos de gêneros de material escrito (SOARES, 2003: l3). Para ela, enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade. Os conceitos de alfabetização e letramento significam a mesma coisa, ou seja, um conceito está inserido no outro. No entanto, é importante explicitar a indissociabilidade dos dois processos: alfabetizar, com base no letramento, respeitando a especificidade do ensino e aprendizagem da língua escrita sem dissociá-la do processo de letramento e a especificidade do ensino e aprendizagem do letramento sem dissociá-lo da alfabetização. Contudo, o processo de letramento ou cultura letrada não acontece de modo espontâneo, exige mediação pela professora e/ou da família proporcionando aos alunos, de forma constante e significativa, a interação com as práticas sociais de leitura e escrita, isto é, com a cultura escrita em especial a literatura Infantil.
  • 14. 14 A produção da escrita emerge de um processo de ensino aprendizagem e faz parte de um encaminhamento pedagógico no qual o aluno reflete, apresenta sua opinião e sugestão. Contudo não devemos esquecer que há uma diferença entre a escrita produção e a escrita reprodução, onde a primeira dá lugar aos conhecimentos já adquirido dos alunos e a segunda recai sobre a produção do e para o aluno. É o lugar do sujeito ocupado pelo aluno no processo de produção do texto que vai apontar a distinção entre o os diferentes tipos de escrita. Caso o aluno não tenha a oportunidade de dizer sua voz no texto que produz, sua voz não será produção, mas reprodução. O aluno está dizendo o que o professor quer ouvir. Neste caso, ninguém pode escrever sobre o que não conhece e sobre o que sente. Freire (2004) acredita que o indivíduo que escreve com desenvoltura, expondo suas idéias com coerência e unidade textual, terá percorrido outros saberes anteriores a este, tais como aquisição de um espírito crítico, competências para filtrar e equilibrar o científico e o popular; e, por fim, o saber que o faz entender aquilo que se lê. As dificuldades que os alunos enfrentam quando vão produzir um texto são na grande maioria expressas na forma da escrita. Na maior parte dos casos, eles não apresentam dificuldades em se expressar na oralidade através da linguagem coloquial. Os problemas aparecem quando surge necessidade de produção textual. Acontece que na linguagem oral o falante se expressa não só através da fala, mas também através de gestos, sinais e expressões. Esses recursos não são explorados na modalidade escrita, pois ela tem normas próprias, como regras de ortografia, pontuação que não são reconhecidas na fala. Não adianta saber que escrever é diferente de falar. É necessário preocupar-se com o sucesso dos objetivos da produção textual, como a interação entre o produtor do texto e o seu receptor. Para que o discurso tenha êxito, ele deve construir um todo significativo. Devem existir elementos que estabeleçam ligação entre as partes, isto é, que confiram coesão ao discurso. Daí o maior desafio o professor, como já explicado acima, de desconstruir uma cultura arraigada na indolência da leitura e desenvolver nos alunos o hábito de ler.
  • 15. 15 2.2 A LEITURA A leitura é um processo mental e se desenvolve a medida que assimilamos o que vemos e observamos. Para que possamos fazer uma boa leitura das nossas observações, faz-se é necessário primeiro, que, estejamos familiarizados com o objeto da observação. Freire (2009:20), diz que a leitura do mundo procede da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. De forma que este movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo se dá de forma presente e onisciente, Segundo o autor. Ou seja, o movimento produzido pela força da palavra flui ao mundo através da leitura que dele fazemos. Isto quer dizer que de alguma maneira a leitura da palavra não é precedida somente pela leitura de mundo que fazemos, mas também pela forma de escrevemos, reescrevemos e transformamos o mundo, por meio da nossa prática consciente. Em outra abordagem, Freire (2004:77-82) chama atenção para o ato do aprender a ler para saber escrever. Em sua visão epistemológica, Freire admoesta que antes mesmo da leitura da palavra é possível o entendimento abrangente, reflexivo e compreensivo das coisas ao nosso redor. Portanto é de fácil interpretação entender que a leitura procede à escrita e que esta última só é possível mediante o uso da linguagem falada, diante do ponto de vista de uma compreensão filosófica, global do ato de ler. A leitura da palavra escrita implica a oralidade. Esta por sua vez implica as condições de letramento e a capacidade do aprender e transformar. Outros autores também escreveram a este respeito e faz bem que venhamos aqui expressar tais pensamentos. De acordo com Lima (1994:144), as crianças que tem acesso a bens culturais e que convivem em meios propícios ao desenvolvimento de seus potenciais estão mais aptas a se desenvolverem melhor na escola. Lima acrescenta que a vivência, o vocabulário, o acesso a bens culturais promovem e permitem às crianças e jovens da classe média a se beneficiarem das informações transmitidas pela escola, ao passo que as crianças das camadas populares, pela ausência destes instrumentos, têm suas chances reduzidas a praticamente nenhuma possibilidade assimilativa. Para Senna (2009) o objeto mais consagrado para a compreensão e leitura contextualizada do mundo que cerca o leitor/aluno é o texto escrito. Senna não
  • 16. 16 despreza as experiências trazidas na bagagem de cada indivíduo, mas coloca a leitura escrita como ferramenta de extensão no processo do entendimento do conhecimento adquirido. Assim, segundo Senna, os tipos de textos produzidos pelos alunos, refletem os mais variados traços culturais imbustidos na forma de pensar de cada indivíduo, de maneira que uma disciplina não pode transferir para a outra a responsabilidade de ensinar ao aluno a produzir ou ler textos. Portanto, de acordo com Senna a leitura escrita não se limita à decodificação de sinais: A leitura é um fenômeno mental, abrangente (...) os novos cidadãos que estão se formando precisam saber ler o que vêem; produzir e expressar- se no mundo audiovisual e virtual (...). Somente leitores críticos, capazes de transformar o que lêem em conceitos pessoas poderão ser considerados sujeitos alfabetizados. (SENA, 2009, p. 96). Não é de admirar que os novos leitores precisem mesmo saber ler o mundo virtual, pois as novas tecnologias estabelecidas em formas de onda trazem um mundo totalmente quimérico embalado à era digital que se esconde a realidade de muitas crianças brasileiras que não tem acesso a estas ferramentas. Assim, a escola precisa ser a mediadora entre este e aqueles para garantir os objetivos que norteiam a escola neste país. Dar o suporte necessário à aquisição das ferramentas digitais modernas se encaixa num modelo de escola que apesar de estar no papel, ainda está distante da realidade social das escolas públicas brasileiras. Ser bom leitor implica em boas ferramentas de trabalho e instrução. Freire (2009) afirma que ler significa ser questionado pelo mundo e por se mesmo, acrescenta que certas respostas podem ser encontradas na escrita, mas que estas só podem ter significado e significância se podermos ter acesso a essa escrita, o que implica em construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é. Portanto, ler é uma opção inteligente, difícil, exigente, mas gratificante, diz Freire em sua carta aos professores. Ler é criar a compreensão do lido; daí a importância do ensino correto da leitura e da escrita. Ensinar a ler significa engajar- se na experiência da compreensão e da comunicação; é entender a relação do objeto em análise com o outro objeto, tanto no tempo como no espaço.
  • 17. 17 Para Freire (2009), não saber ler e escrever é uma conseqüência das condições de onde a pessoa vive. Ele afirma que o ato do conhecimento e o ato criador são processos que integram a alfabetização e que tem no alfabetizando o sujeito ativo da ação, embora haja casos em que não é necessário saber ler ou escrever. Contudo, simplesmente, é negado às minorias o direito de ler e escrever um mundo real que possibilite uma leitura diferenciada das condicionantes imposta pelas classes dominantes, conforme o fragmento abaixo: Este tipo de relação requer um profundo compromisso ético-político por parte dos educadores com o desenvolvimento pessoal e social das pessoas e com o amadurecimento das relações democráticas no interior da instituição escolar e desta com o seu entorno. Sabemos que ainda estamos longe deste tipo de relação, mas digo isto não para desanimá-los, mas para que sirva de incentivo e perseverança, pois é através dele que poderemos ressignificar a escola, a educação e o educador. (COSTA, 2000. P. 12). Para Costa, o compromisso da escola para com sua clientela é de suma importância, pois carrega consigo a legado do saber e dos processos de mudanças, sem que tutele seus alunos. Portanto, a escola tem um compromisso político e não tutelar. Destarte, Freire (2006) enfatiza ainda que a leitura derivada da linguagem seja mais do que uma mera ferramenta escolar em algum tipo particular de tecnologia de escrita, é algo inerente e necessário ao trabalho do professor, de português, matemática ou de qualquer outra disciplina. Deste modo podemos dizer que o processo de alfabetização é um ato com o qual se reconhece os conhecimentos inerentes às bagagens possuídas pelo povo, bastando para isso apropriação da reflexão, embasada em um pensamento ligado ao contexto social e histórico do sujeito como objeto de curiosidade e do conhecimento do educando. É na apreensão desta totalidade o aprender surge das profundezas do ser para o âmago da reflexão e desta para a compreensão dos fatos da palavra e da escrita. Munido desta ferramenta, o profissional da educação poderá dizer, de fato, que é um alfabetizador e educador. Do contrário serão apenas meros reprodutores de sistema. Senna (2009, p. 93) destaca a idéia da linguagem e sua abrangência e importância na sociedade:
  • 18. 18 Pela complexidade e pela diversidade dos problemas que levanta, a linguagem tem necessidade da analise da filosofia, da antropologia, da psicanálise, da sociologia, sem falar das diferentes disciplinas lingüísticas. Para que os alunos desenvolvam o gosto pela leitura, estes devem ser atrativos, bem ilustrados e estarem de acordo com a realidade do aluno. Deve-se também levar em conta o nível intelectual, o gosto e os interesses do educando. De acordo com Barbosa (2006:36-38), a leitura informativa, juntamente com a leitura literária serve para aumentar o conhecimento, auxiliar na informação funcional, nas curiosidades e necessidades de orientação para a vida (livro, revistas, romances, leitura superficial). Para ele este tipo de leitura favorece o aluno ao passo que desperta o hábito de ler. Contudo, a escola não pode abrir mão da leitura cognitiva, pois ela profunda o estudo científico. Mesmo nos tempos modernos o professor não deve abrir mão da leitura corretiva, pois esta serve para corrigir as falhas, apontar os erros ortográficos e preparar o aluno para o mundo competitivo que o espera lá fora, conforme Freire (2002:57), abaixo transcrito. Ninguém lê ou estuda automaticamente se não assume diante do texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. Para Freire (2006), o ambiente social e familiar atua também sobre as preferências literárias do público infantil: o nível cultural, a profissão dos pais e o poder aquisitivo têm influência na atitude de crianças e jovens diante da literatura, através dos condicionamentos culturais. Além desses fatores, o sexo é outra variável significativa no que diz respeito aos interesses de leitura. As preferências literárias dos meninos estão voltadas para aventuras, viagens e explorações, enquanto as meninas se interessam mais por histórias de amor, crianças, vida familiar, etc.. Assim verifica-se que o professor precisa possuir, além das competências fundamentais para o exercício da profissão estar atento a todas estas questões de gênero e cultura.
  • 19. 19 Neste sentido Senna (2009) sustenta que as mudanças estão acontecendo, mas que são lentas e graduais. Sustenta que as mudanças perpassam pela valorização da diversidade cultural, dos aspectos sócio-históicos no ambiente escolar, do respeito às trajetórias pessoais extraescolares. Ele acredita que a forma mais adequada de corrigir a questão do preconceito relacionado à capacidade mental do aluno marginalizado, seja a de uma educação inclusiva comprometida com a verdade, com a tolerância e com a democracia, todos ancorados no projeto político pedagógico da educação, dentro e for da escola. 2.3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES No Brasil, a partir de 1920, foram realizadas várias reformas de ensino que trouxeram novos significados para a prática docente que perpassou pela formação dos professores como disseminadores do conhecimento científico com base no ideário das políticas públicas. Essas reformas somadas à difusão dos meios de comunicação de massa, somadas à expansão do crescimento demográfico, a má distribuição de renda, as necessidades de trabalho dentro das famílias e as condições de trabalho dos professores, tem gerado mais frustração do que produção e mais indignação do que qualquer outro resultado esperado, conforme Romanowski (2007:91). Isto porque as reformas não deram aos professores as condições necessárias ao desenvolvimento do hábito de leitura e os rendimentos necessários à formação de leitores críticos, tornando-os meros reprodutores de conteúdos e não aprendeu a refletir sua prática pedagógica. Destarte, Senna (2009) ressalta que os professores, enquanto formadores de opinião, se não estiverem ou não forem leitores efetivos do contexto histórico subjacente aos conteúdos que ensinam, não poderão, ou pelos menos, não estarão à altura de serem mediadores de leitura no ensino aprendizagem. Para Senna este tipo de leitura se faz indispensável em todas as disciplinas pedagógicas, condição necessária à responsabilidade dos professores na condução do processo de ensino-aprendizagem.
  • 20. 20 Um fato não pode ser negado: culturalmente falando o/as brasileiro/as não tem o hábito da leitura. Carência esta que prejudica toda uma estrutura em cadeia. ―Não posso ensinar, se não aprendeu a fazer‖, admoesta Senna. Estes e outros graus de dificuldades são enfrentados por professores e alunos e por aqueles quando também eram alunos. Recente pesquisa do MEC, realizada em 2010 com estudantes dos cursos de pedagogia de todo o Brasil, mostrou que apenas um a cada dez pessoas no Brasil disse gostar de ler e que apenas um a cada cem disseram ler pelo menos um livro por ano. Se levarmos em conta as estatísticas de países mais avançados como Canadá e China, a estatística do nosso país fica no patamar da 16ª posição em hábitos de leitura. Nos EUA, por exemplo, são escritos pelo menos quatro livros por dia, enquanto que no Brasil, esta mesma quantidade é produzida em uma semana, ou seja, segundo dados do Ministério da Cultura/2008, são lançados no Brasil 0,9 livros por dia. Em outro estudo mais recente feito pela CBL/2012 (Câmara Brasileira do Livro), entre os mais de 189 milhões de brasileiros, há cerca de 26 milhões de leitores ativos que lêem pelo menos três livros por ano. Segundo o último estudo da CBL, cada brasileiro lê, em média, 1,8 livro/ano, diferente dos EUA (cinco livros per capita) ou da Europa (entre cinco a oito livros lidos por habitante). Para os especialistas na qualidade de exemplares produzidos no Brasil, o índice de leitura no Brasil deverá aumentar em razão do significativo número de atividades do setor, como feiras, bienais e eventos nas universidades em todo o país. Este comportamento do hábito da não leitura afeta de forma cíclica direta todos os cidadãos e cidadãs brasileiras, uma vez que tal comportamento é cultural e gera vícios negativos comportamentais para toda a sociedade, incluindo aí os pais, professores e alunos, bem como toda comunidade acadêmica. Desta forma, o professor tem na sua prática pedagógica, não só o desafio da luta contra seus próprios vícios, mas também a luta árdua de vencer o medo da oralidade escrita e falada de seus educando. Assim, os professores precisam entender que os pensamentos estão vivos em cada um dos alunos e que a leitura é para provocar estes pensamentos e não para poupar o trabalho do aluno pensar. Talvez o grande desgaste esteja na forma como os alunos são escutados. ―Os livros não ensinam
  • 21. 21 tudo...‖, diz Costa, (2000), por isto é preciso ensinar os alunos a pensarem para que cada um possa escrever sua própria história. Tudo isto sem levar em conta as vantagens e desvantagens da profissão do educador, haja vista muitos professores exercerem o ofício por falta de oportunidades, outras que venham acalhar o sustento material. Segundo Romanowsk (2007), o termo profissão refere-se ao hábito do trabalho diário, à ocupação secular, os meios empregados por um indivíduo como forma de sustento individual e da família. Em consonância a esta descrição, o termo profissionalização parte da premissa da subsistência, contudo não se restringe tão somente a aquisição de materiais, mas como forma de conduta, como um modo de vida adotado pelo/a cidadão/ã na garantia da autonomia profissional. Neste ínterim, bem diferente do que alguém possa imaginar, devemos saber que professor é profissão, mas educar é arte, é amor, é dedicação e abdicação. Quem nos diz isso é Cavalcanti (2009) quando relata em seus escritos experiências de professores que executam a profissão apenas como meio de sustento e subsistência. Na maioria das vezes nas cidades interioranas predomina as profissões sexistas que separa homens e mulheres pelo peso da ocupação e da necessidade da mantença familiar, onde homens são incentivados para a lida do campo e as mulheres como domésticas e professoras. Ainda neste contexto, há uma vertente bem acentuada neste sentido quando o assunto é emprego. Neste caso Romanowski é bem clara quando diz que diante da recessão pelo qual o país passa na organização atual de trabalho, os trabalhadores ―aceitam as condições desfavoráveis de trabalho para manter o emprego‖. (ROMANOWSKI, 2007:45). ―Os professores tem enfrentado a precariedade do trabalho, somada aos baixos níveis salariais‖, acrescenta. O certo é que mesmo mediante tantas capacitações dos professores oferecidas através das redes de ensino público, a partir dos anos 90, ainda se atribui à figura do professor o sucesso e o insucesso dos programas educacionais, como nos mostra o fragmento abaixo:
  • 22. 22 As políticas educacionais a partir dos anos de 1990 apontam para a expansão dos sistemas de ensino em países populosos e com altos níveis de desigualdades sociais. As políticas descentralizadas e a avaliação do desempenho da escola atribuem aos professores a responsabilidade pelo êxito ou insucesso dos programas governamentais. (...), os professores passam muitas vezes a ter que desempenhar o exercício de outras atividades além da docência. (...) o profissionalismo sustentado no desempenho técnico despolitiza o professor, produzindo a hemogeneização da prática docente. (...) A proletarização está associado à perda de controle pelo trabalhador (professor) do seu processo de trabalho. A profissionalização constitui condição de preservação e garantia de um estatuto profissional. (ROMANOWSKI, 2007, p. 40-43). Assim, o professor que é versado como um instrutor, pois sua prática pedagógica reduz-se aos muros da escola e porque não dizer da sala de aula. Quando o correto seria o contrário: não só o professor, mas um educador. O professor educador transpõe esses limites trespassando os horizontes expansivos do cotidiano que move a vida em seu contexto social. Podemos dizer que o professor que se politiza apenas como instrutor torna uma pessoa alienada, fato que prejudica não só aos alunos, mas também a si próprio, pois professa voto de fidelidade às alianças cultuadoras das burocracias que tendem à domesticação e à subjugação, uma vez que se torna uma pessoa sem estilo crítico, sem liderança própria, um mero reprodutor dos pensamentos alheios, O professor educador concebe a necessidade mínima de burocracia, sendo esta, mero instrumento que deve estar a serviço dos direitos e liberdades fundamentais do ser humano. A tomada de consciência, juntamente com o desprendimento dos modelos arcaicos de educação e disciplina são dualidades das quais não mais se permite na contemporaneidade, frente às rápidas mudanças dos novos tempos. Portanto faz- se urgente a retomada de posturas firmes no março decisório de uma nova época globalizada, competitiva, rumo ao processo democrático. A liberdade não se restringe apenas às leis e decretos, mas a mudanças de comportamentos, conforme urge o alinhamento das linhas decisórias. O professor como um mediador do conhecimento deve ser o primeiro a não se curvar diante do seu imperador.
  • 23. 23 CAPÍTULO II 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho é fruto de uma pesquisa com professores da escola Luciano Jose dos Santos localizada no povoado de Ponta Baixa, município de Itiúba no Estado da Bahia. Para se chegar ao resultado foi necessário percorrer um longo caminho; partimos de nossas reflexões como professores aguçados pela experiência, e, provocados por nossas leituras e reflexões na academia. Nesta pesquisa, o processo e seus significados são os focos principais da abordagem. Desta forma, a pesquisa é exploratória. Para sua constituição foram entrevistados diretamente seis professores dos turnos matutino e vespertino das séries iniciais da citada escola, também foram analisadas referencias bibliográficas de autores que defende o tema. 3.1 TIPOS DE PESQUISA Trata-se de uma pesquisa de campo qualitativa com embasamento bibliográfico, numa abordagem exploratória e construção dialética. Em linhas gerais, a pesquisa qualitativa detecta a presença ou não de algum fenômeno, sem se importar com sua magnitude ou intensidade; segundo Neves, tal pesquisa: ―É denominada qualitativa em contraposição‖ à pesquisa quantitativa, em função da forma como os dados são tratados e da forma de apreensão da realidade, em que, no caso da pesquisa qualitativa, o mundo é conhecido por meio das experiências e do senso Comum. (Neves, 1996:1). Para Neves a pesquisa qualitativa detecta a causa de um problema que nos angustia dentro de uma comunidade, onde o mundo será conhecedor desta problematização enquanto que a mesma não será capaz de apontar soluções do que foi questionado.
  • 24. 24 3.2 CARACTERIZAÇÕES DA ÁREA DE ESTUDO A referida pesquisa foi realizada na Escola Luciano José dos Santos no Povoado de Ponta Baixa, que esta localizada a 24 km do município de Itiúba. Está situada no norte da Bahia na região sisaleira, fazendo parte do semiárido baiano, ficando a cerca de 380 km de Salvador. O Povoado de Ponta Baixa conta hoje com uma população estimada em 659 habitantes. Com costumes que ainda estão prevalecendo desde o surgimento do povoado como festas de reis, candomblé, festas juninas e religiosas. A economia local tem seu forte na pecuária e na fabricação de esteiras, por outro lado ainda prevalece o trabalho da construção de alvenarias. A escola conta hoje com 117 alunos, na faixa etária de 4 a 14 anos de idade, em sua maioria do sexo masculino. Devido aos dados estatísticos apontar para um maior nascimento de crianças do sexo masculino é este grupo que esta prevalecendo em nossa localidade. O Educandário possui quatro salas da aula, uma cantina, dois banheiros, uma secretaria e um pátio de recreação, funcionando nos turnos matutinos e vespertinos, basicamente com o ensino fundamental I, tendo como educadores das séries iniciais, as professoras aqui entrevistadas. Os alunos freqüentemente evadem-se da escola por razões de acompanhar os pais na labuta diária, no sustento das famílias e ainda porque ficam desestimulados; falta-lhes motivação. Por este motivo no IDEB de 2009 a escola obteve a média de 2,8 ficando bem abaixo da média nacional. Motivo pelo qual a escola foi contemplada com o programa PDE para incentivar a melhoria do aprendizado dos alunos. Ainda assim, a escola conta com um número muito alto de repetência e evasão escolar. A Escola Luciano José dos Santos foi e sempre será de grande importância para o desenvolvimento intelectual do ser humano desta comunidade, pois sem acesso ao mesmo não se pode acompanhar as mudanças que estão acontecendo a nível global e que trazem consigo toda uma questão de modernidade.
  • 25. 25 3.3 SUJEITOS DA PESQUISA A referida pesquisa contou com seis professores pesquisados da escola já citada acima, todas do sexo feminino; a maioria trabalha 40 horas, e sua formação acadêmica é pedagogia favorecendo que tenham uma visão crítica sobre o desenvolvimento da leitura e escrita. Já que o sistema exige formação em pedagogia para que os mesmos desenvolvam um trabalho voltado para o entendimento da criança, pois é no inicio da alfabetização que a mesma requer uma maior atenção no mundo em que começa a defrontar em seu dia-a-dia escolar. Os professores pesquisados já estão a muitos anos desenvolvendo o papel de educador em uma comunidade onde as dificuldades estão sempre presentes, tornando-se, assim, um grande desafio para os docentes. Em seu trabalho que é de grande importância para a nossa comunidade e porque não o nosso país? As dificuldades são grandes, mas estamos sempre as desafiando. 3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Os instrumentos usados nesta pesquisa foram de fundamental importância para o desenvolvimento deste trabalho que visa mostrar as concepções sobre leitura e escrita sob os olhares dos professores da Escola Luciano José dos Santos, que contou com a coleta de dados através de questionário com questões em sua maioria fechada para uma melhor reflexão da pesquisa. Para preservar o anonimato dos sujeitos foram criadas siglas para preservar a integridade absoluta de cada um que serão identificados no decorrer das análises por siglas: S1, S2, S3, S4, S5, S6. A pesquisa contou com uma ficha diagnóstica (questionário), com onze questões sendo nove questões fechadas (multiescolha) e duas questões abertas (dissertativas).
  • 26. 26 O Questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados. Se sua confecção é feita pelo pesquisador, seu preenchimento é realizado pelo informante. A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por necessidade de características de linguagem do grupo (grupo de surfista, por exemplo). Todo questionário a ser enviado deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação. (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT; 2005). Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, o questionário é uma forma de coletar dados dos entrevistados e deve ser feito com clareza, com linguagem simples e formal, proporcionando ao entrevistado a compreensão dos fatos descritos no mesmo. Também fez parte deste trabalho o processo da observação, frente aos sujeitos. Foram documentados os registros escritos dos professores, e nos comprometemos a manter os dados em sigilo, utilizando as informações apenas no nosso trabalho acadêmico. Por fim, esta investigação trilhou os caminhos das literaturas consultadas perpetuando uma parte às falas dos entrevistados, fazendo o retrato do objeto de estudo através dos indicadores abordados no campo deste texto, ou seja, fazendo uma análise do perfil escolar desta região. Optou-se por ter os instrumentos de pesquisa de campo como fio condutor à temática para mostrar as possibilidades de abertura, mudanças e transformação mediante a intervenção dos profissionais da Educação e o sistema educacional.
  • 27. 27 CAPÍTULO III 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS O Presente trabalho foi tabulado e analisado a partir do referencial consultado e conduzido por meio de observações sem perder de vista os dados coletados. Abordaremos a seguir o corpo docente da pesquisa dentro de um contexto em que os mesmos serão representados através de porcentagem. Dos professores pesquisados todos pertencem ao quadro de funcionários da Prefeitura Municipal de Itiúba – BA, sendo os mesmos concursados e efetivos com exceção do sujeito S4, que está no quadro através de portaria. Sendo assim os professores pesquisados 50% representa a formação em magistério, enquanto que os outros 50% dos pesquisados tem graduação em pedagogia. Os mesmos atuam no quadro do Ensino Fundamental I da Escola Luciano José dos Santos. O quadro de professores da instituição citada acima não é diferente das demais localidades do nosso país. As mulheres ainda são maioria, tendo em vista o mercado de trabalho não dar muita oportunidade para as mesmas, só restando assim a educação, que não opina pela sexualidade masculina deixando a entender que a escola não é lugar para homem, seguindo assim os passos de nossa antiguidade. O quadro de professores da Escola Luciano José dos Santos nos mostra uma estatística como em quase todas as profissões, que para complementar sua renda tem que exercer uma atividade paralela, isto acontece com 50% dos docentes da nossa escola. A outra metade não tem outra atividade, talvez por não possuírem tempo disponível, ou, se sentem satisfeitos com o que estão ganhando com sua profissão. Nós, professores, vivemos em um país que não valoriza o professor, sendo que deveria ser uma das profissões mais bem pagas, porque é através do professor
  • 28. 28 que o sujeito desenvolve seu conhecimento intelectual e profissional, seja em qualquer área socioeconômica, cultural, educacional ou outras existentes no planeta. A pesquisa nos fez refletir sobre os dados tratados a luz de teorias elencadas a partir de nossas observações e serão apresentados a seguir: Questão 01: Em sua opinião leitura é: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. Dos professores pesquisados 66.6% responderam que ler é fazer uma leitura contextualizada, a partir do texto explorado, demonstrando um amplo conhecimento a respeito do processo de leitura, em contrapartida 33.3% ainda tem uma visão limitada sobre o ato de ler e não souberam responder a questão. De acordo com Freire: Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da curiosidade, a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. (FREIRE, 1993).
  • 29. 29 Como evidencia o autor, o ato de ler exige curiosidade, dedicação para que o objetivo do conhecimento seja alcançado e que ninguém leia somente por ler. A leitura é um aprendizado do mundo exterior para o mundo próprio do leitor, onde este e somente este pode entender e deduzir seus pensamentos. Questão 02: Em sua opinião escrita é: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. Dos professores pesquisados 66.6% responderam que escrita é quando o aluno reescreve no papel seu entendimento sobre o que ouviu e viu, percebemos que esses professores só acreditam que os alunos estão capacitados na escrita quando eles escrevem o que ouvem e que vêem, enquanto que 16.6% acreditam que os alunos na pré-Silábica já estão desenvolvendo à escrita, 16.6% entendem que a escrita é quando o aluno desenvolve textos com coerência, voltado para a realidade em que o mesmo convive de acordo com a citação a seguir. A escrita é uma representação da linguagem. No entanto, a escrita não Representa todos os aspectos da linguagem. De fato, a humanidade tem criado e utilizado deferentes sistemas de escritas, os quais representam aspectos diferentes da estrutura da linguagem . (Revista Pátio nº 29, fev.-abril/2011:14). De acordo com o mencionado acima a escrita representa a linguagem, mas a humanidade a utiliza de vários aspectos diferentes. Ou seja, não só se escreve
  • 30. 30 através de letra, mas de outras formas como: gráficos, desenhos e outros, como uma representação do pensamento daquilo que se vê, observa e lê. Daí a importância da leitura dos sinais, na resignificação gráfica, nas séries iniciais. Questão 03: O que leva as crianças a demorarem de aprender a ler e escrever: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. Dos professores pesquisados 33.3% entendem que a não participação ativa da família é uma das causas que levam os alunos a um lento aprendizado. De outra forma 66.6% acreditam que a não acessibilidade a materiais pedagógicos adequados e a falta de uma boa estrutura física escolar influenciam diretamente na leitura e escrita desses educandos. Demonstrando uma coerente visão destes sujeitos que entendem que é preciso mudanças no contexto educacional para melhoria do processo ensino – aprendizagem dos alunos da escola pública.
  • 31. 31 Questão 04: Quais as dificuldades encontradas no início da alfabetização dos alunos, com relação à leitura e a escrita: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. As dificuldades encontradas no início da alfabetização dos alunos, com relação à leitura e a escrita. Na visão de 16.6% dos professores a falta de motivação dos alunos contribui para a dificuldade na alfabetização, de outra forma 83.3% acreditam que o não acompanhamento dos pais com freqüência e a falta de preparo do professor é o ponto chave para o aluno enfrentar dificuldades no inicio de sua alfabetização. Aqui fica clara a necessidade da participação dos pais no processo de ensino – aprendizagem; por outro lado é importante salientar que os pais nem sempre tem informação e formação voltados para a prática da leitura e escrita, o que dificulta o processo. De acordo com a revista Nova Escola, (2003:14), na maioria das vezes a falta de motivação é causada por características pessoais do aluno e contexto da escola: O medo do fracasso e a forma de orientá-lo; a falta de clareza sobre os objetivos da aprendizagem; e a não satisfação das expectativas. Se junta a isto a influência dos pais e colegas, as experiências pessoais, o ambiente escolar, a interação com o professor e a avaliação.
  • 32. 32 Questão 05: Quando se refere á questão, como você trabalha a escrita na sala de aula: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. Os professores questionados foram unânimes em suas respostas, ou seja, 100% deixaram a entender que a produção de texto e a prática da leitura é o caminho para esses educandos desenvolverem a escrita e leitura em sua trajetória do conhecimento, para que os mesmos venham conviver no meio social sem nenhuma descriminação. No entanto é importante que estes professores sejam também leitores e produtores de textos, que não fiquem apenas no nível do discurso. Questão 06: Você usa o ABC para alfabetizar?
  • 33. 33 Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. 83.3% dos questionados responderam que não. Já 16.6% responderam que sim. Pelo que entendemos os professores já estão mudando a sua metodologia de ensinar, enquanto outros ainda mantêm a tradicional no nosso sistema educacional. Isto deixa claro que novas escolas já têm novos materiais didáticos que distancia dos tradicionais. Ainda assim, as mudanças são tímidas quanto ao uso das ferramentas disponíveis no disposto na nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB de nº 9394/96 que prevê carga horária mínima de oitocentas horas e duzentos dias letivos na educação básica com partes diversificadas em função das peculiaridades locais, mais os orçamentos previstos pelo Estado, União e Municípios. Questão 07: Quanto ao material didático para alfabetizar: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. No questionamento em relação ao material didático foi destacada a seguinte pergunta: Quanto ao material didático para alfabetizar? Todas foram unânimes na resposta, ou seja, 100% disseram que selecionam textos, constroem fichas, decoram a sala com palavras textos e etc. O que deixa a entender que o material didático é uma criatividade do professor, não está mais restrito ao livro didático.
  • 34. 34 Questão 08: Como você trabalha leitura e escrita na sala de aula: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. Na pergunta como você trabalha leitura e escrita na sala de aula? 66.6% dos questionados informaram que trabalham a partir do livro, textos e de exposição de fichas, 16.6% responderam que usam textos diversos e 16.6% utilizam gravuras, vídeos, textos, embalagem e etc. Nestas respostas pudemos perceber que os questionados estão desenvolvendo novo método, envolvendo a criatividade com textos diversificados para melhorar o desenvolvimento do aluno. O aluno precisa ler para pensar seus próprios pensamentos, contudo o livro didático não é a única ferramenta. Outras ferramentas de leitura são de suma importância no processo de ensino aprendizagem. A leitura sempre deve contribuir para o desenvolvimento da inteligência, sendo assim, sua grande utilidade está quando se torna o ponto de partida para pensamentos próprios e nunca o ponto de chegada para regras decorativas e produção de erudição. Esta última aumenta os arquivos da memória, mas não desenvolve a inteligência. Somente mediante a leitura correta teremos pensadores críticos capazes de interpretar o mudo ao seu redor, conforme Costa (2000:5) nos admoesta ao dizer ―quando lemos outra pessoa pensa por nós: só repetimos o seu processo mental...‖.
  • 35. 35 Questão 09: O que mudou da alfabetização antiga para a atual: Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Luciano José dos Santos; 2012. Quando se refere à questão o que mudou da sua alfabetização para a alfabetização de hoje, 83,3% afirmam que a metodologia mudou, mas o discurso e a prática continuam focados no tradicional. E 16.6% acreditam que a convivência entre professor e aluno mudou, não tendo mais aquele respeito que existia no tradicionalismo. Questão aberta 01: Qual sua opinião a respeito do livro didático? Os professores fizeram os seguintes relatos: S1 afirma que o livro didático é indispensável e também muito importante para o aprendizado do aluno. S2 diz que o livro didático deve ser um dos suportes utilizados pelo professor, mas não deve ser sua única ferramenta. S3 revela que são inadequados. S4 aponta que o livro didático está vindo muito vazio, ou seja, não está como os anteriores.
  • 36. 36 S5 descreve que o livro didático não é a única ferramenta a ser usada pelo professor, deve se procurar outros tipos de suportes para trabalhar. E por fim S6 descreve que o livro didático é um suporte que o professor pode utilizar no trabalho, mas deve transformar sua forma de aplicar os textos. Pudemos observar ao longo desta descrição que alguns professores já têm uma nova visão sobre o livro didático onde o mesmo ainda faz parte do seu convívio escolar, mas precisando de adaptação para melhor produção; já outro revelou que os livros são inadequados, não possuem conhecimentos dos assuntos das novas metodologias que estamos vivenciando, ou, não deu importância à pergunta. Questão aberta 02: Em sua visão profissional as capacitações são suficientes para o trabalho com a leitura e a escrita na sala de aula? S1 respondeu não: porque são muito raras e não recebemos um preparo que nos reforce. Já S2 expressou a seguinte resposta: não, as capacitações são de suma importância para o trabalho do professor, mas na sala de aula muitas vezes o professor encontra situações inesperadas; é preciso inovar seus conhecimentos para saber lidar com elas. Já S3 determinou sim, mas disse que “infelizmente o material de apoio pedagógico é insuficiente e inadequado”. Com relação a S4 ele disse que não, porque a maioria é capacitada no grau, mas não tem amor ao trabalho que faz. S5 refletiu como resposta não, porque na sala de aula o professor encontra muitas realidades diferentes e difíceis, por isso o professor precisa ir à busca de novos métodos.
  • 37. 37 S6 destacou a seguinte ideia, as capacitações são importantes no trabalho do professor; esse trabalho precisa ser praticado de acordo com a realidade em que se encontra a turma. Os professores revelam em suas falas a necessidade de mais capacitações que venham enriquecer e melhorar suas práticas pedagógicas. Sabe-se que avanço na educação só acontecerá se houver mais investimento na área dos profissionais de educação, mais especificamente, os professores.
  • 38. 38 5. REFLEXÕES SOBRE O RESULTADO DA PESQUISA A pesquisa desenvolvida na Escola Luciano José dos Santos, apontou resultados que serão de suma importância para a comunidade escolar desta localidade. A mesma não aponta soluções para resolver a problemática do corpo docente da referida escola, mas aponta onde e como os professores devem focar seus olhares e ações. Por outro lado a pesquisa detectou algo que está sempre presente no corpo docente de nossa comunidade, da região e do Brasil. Pudemos perceber nos questionamentos da pesquisa os professores questionados já estão conscientes da nova metodologia que o sistema hoje requer para uma boa alfabetização dos discentes, para que os mesmos não fiquem desatualizados da contextualização que está implantada no sistema educacional. O discurso apontado nos questionamentos revelou que ele ainda não é colocado em prática, havendo assim uma contradição na metodologia do inovador e na metodologia antiga, e que os mesmos ainda estão vivenciando o tradicionalismo porque estão no momento de transição do método tradicional para uma nova forma de trabalhar. As análises e interpretações desta pesquisa servem para nos orientar e elaborar soluções que possam intervir no processo de aprendizagem. Os pontos relacionados às dificuldades dos alunos no processo de leitura e escrita abordados nesta pesquisa pelos professores entrevistados foram: a não participação da família na escola; a falta de acessibilidade dos alunos a materiais gráficos e multimídia e a falta de estrutura escolar, tanto física, quanto sistemática. Ora, de acordo com Sena (2000), as crianças que tem acesso a bens culturais e que convivem em meios propícios ao desenvolvimento de seus potenciais estão mais aptas a se desenvolverem melhor na escola. Neste caso a resposta das entrevistadas faz um aporte ao pensamento de Soares (2006) quando esta diz que a vivência dos alunos, o vocabulário e o acesso a bens culturais promovem e permitem às crianças e jovens da classe média a se beneficiarem das informações transmitidas pela escola; ao passo que as crianças das camadas populares, pela ausência destes instrumentos, têm suas chances reduzidas a praticamente nenhuma possibilidade assimilativa. Para Costa (2000), as aulas precisam ser
  • 39. 39 dinâmicas, mesmo quando se usa materiais diversos como filmes e etc., pois cada um aprende de um jeito. Assim a continuação desta pesquisa será de suma importância para a avaliação nos processos de mudança, a partir desta. Quanto à questão estrutural da escola podemos dizer que de acordo com os autores abordados no corpo do trabalho, diversos fatores podem intervir na aprendizagem: números de alunos, diferença de faixa etária e composição da turma podem sim comprometer a aprendizagem. Embora esta ou aquela situação exerça uma influência diferenciada conforme a disciplina. Turmas grandes e por demais heterogêneas exigem mais trabalho do docente e acabam não auxiliando a aprendizagem se não for levada em conta esta diversidade. Turma grande poderá ser, até mesmo de vinte alunos, dependendo da atividade que se pretende desenvolver e dos objetivos que se pretende alcançar. Local e horário em que será ministrada a disciplina também exercem influencia no desenvolvimento da aprendizagem. Portanto, condições mínimas podem ser indispensáveis para a desenvoltura de um trabalho eficiente. Desta forma, toda a estrutura escolar é importante e deve estar atenta aos instrumentos que oferecem ao alunado. As mudanças não devem ser apenas técnicas, mas também políticas. Para que a avaliação sirva à aprendizagem é essencial conhecer cada aluno e suas necessidades. O aluno deve ser envolvido na própria avaliação. Nisto o importante não é identificar problemas de aprendizagem, mas necessidades. Contudo, no contexto desta pesquisa, talvez o que esteja causando a desmotivação do alunado seja mesmo a falta de material adequado. Quanto à participação das famílias na escola podemos enfatizar que de acordo com Freire (2004), a participação ativa da família nas escolas influência diretamente na desenvoltura da leitura de mundo a ser desenvolvida pelas crianças. Daí que a escola precisa repensar sua prática pedagógica junto com as famílias. O ser humano é um ser de reações. Somos cotidianamente convocados para encontros, para convivências humanas. Desta forma acreditamos que crianças e adolescentes aprendem mais com o curso dos acontecimentos, com as práticas experimentadas e com a incorporação de valores incutida na crença dos
  • 40. 40 pais, daí a importância da presença da família na escola. As práticas e vivências no dia-a-dia das escolas e das comunidades são exercícios que colocam os educandos diante de si mesmos e do mundo, diante do desafio de valorizar a vida. Segundo Costa (2000), a solução está numa relação democrática e participativa entre escola e família, sem que haja subordinação de uma e imposição da outra. Ele diz que comunidade envolvida é escola protegida e que escola ideal é aquela que todos aprendem.
  • 41. 41 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa aqui apresentada teve por intuito responder a questão norteadora do tema abordado, o qual se apresenta sobre a visão dos professores entrevistados a cerca da importância da leitura e da escrita na construção da identidade e autonomia do aluno. O percurso transcorrido durante a elaboração desta monografia, embora curto, foi suficiente para que pudéssemos desenvolver um olhar crítico, diferenciado a respeito da nossa clientela escolar discente e desta para com a comunidade escolar docente. Por meio dos estudos percebemos que, as características e particularidades trazidas pelos indivíduos marcam a trajetória do conhecimento e conseqüentemente do desenvolvimento do educando. As incansáveis horas de pesquisa bibliográfica nos forneceram dados preciosos para que pudéssemos avaliar com êxito nossas ações, nossas práticas pedagógicas, enquanto educadores e desta forma identificar problemas e construir propostas educacionais compatíveis com a realidade de nossos educandos. Esta é nossa pretensão. Participar do processo educativo implica na proximidade do professor para com o aluno, amola em ouvir e expor a opinião do estudante. Trata-se de uma ação reflexivo-participativa, construída com base nos saberes e conhecimentos trazidos pelos educandos, de forma que a bagagem trazida pelo aluno seja o fio condutor do processo ensino-aprendizagem. Portanto a arte de educar é um procedimento de ações contínuas, gradativas, construída coletivamente, resguardada as particularidades dos sujeitos envolvidos. Através das leituras, também observamos que a relação leitura e escrita é de fundamental importância na construção da identidade e autonomia das pessoas. A partir do momento em que o aluno aprende ler e escrever ele passa a fazer uma leitura própria do mundo que o cerca de forma mais segura e elucidativa. O bom leitor desenvolve também um olhar apurado sobre suas expectativas e medos. O aluno sente-se mais seguro e mais preparado para enfrentar os novos desafios, frente ao desvincular-se da dupla proteção oferecida, ora pelos pais, ora pela
  • 42. 42 escola. O leitor assíduo, quando munido das ferramentas necessárias às suas aventuras, adquire total confiança em si mesmo. A pesquisa realizada mostrou que a leitura e escrita sob os olhares dos professores da escola Luciano José dos Santos é essencial para o desenvolvimento dos indivíduos independente da sua formação. Na opinião dos entrevistados tal convivência é fundamental para que a criança seja inserida no meio social e afetivo sem problemas de relacionamento disciplinar e intelectual. É no meio escolar que os indivíduos tem seus contatos iniciais com os tipos de linguagens, hábitos e costumes; fatores essenciais na formação autônoma dos sujeitos. Não vamos aqui negar as dificuldades encontradas na elaboração deste documento, pois não foram poucos: desde a falta de conhecimento das normas técnicas até as discussões em grupo, mas salientamos que tudo valeu apena após termos encontrado o caminho. Pois, sabemos que a escola estar longe de ser a idealizada, mas estamos convictos de que as mudanças nascem de um estímulo, de um desejo, de uma motivação; e que estes podem ser adquiridos aqui mesmo, neste espaço, através dos estudos, das capacitações mais intensificadas, da logística escolar mais detalhada, dos orçamentos mais bem distribuídos, dos salários mais justos, da assiduidade dos educadores, da responsabilidade dos pais, da supervisão da direção escolar, do respeito do sistema educacional aos direitos do educando, da convicção de quem diz e da responsabilidade de quem faz. Assim sendo, entendemos que é primordial a participação diária e a pontualidade dos professores na sala de aula, na interação direta com a direção e pais dos alunos, na busca de informação e na troca de conhecimentos com outros colegas de profissão. A relação comunidade escolar versus sociedade é uma lacuna crescente, linear que tem gerado conflitos dentro e fora da escola. Tal comportamento desencadeia no meio social uma problemática que não pode ser superada, senão pela interação do tripé escolar: professores, pais e alunos. A ausência dos pais na escola, somada ao descompromisso de muitos professores desvirtuam o ambiente de ensino que protagoniza a referência maior da educação, conforme foi demonstrado no corpo desta pesquisa. Sendo esta a principal queixa dos professores na lentidão do aprendizado dos alunos.
  • 43. 43 Assim, é preciso que as escolas juntamente com os pais dos alunos desenvolvam uma relação de parceria e compromisso em forma de rede, a fim de superar as dificuldades e lacunas existentes no processo educacional. A escola não pode fugir da sua função de agente transformador. Seu papel social e seu padrão tradicional de organização, ainda é certamente o local onde são desenvolvidos os primeiros contatos da criança com o mundo que o cerca, com os valores éticos, com a crença de um lugar seguro, onde se obtém apoio e carinho. Portanto o professor não pode, simplesmente, fingir que ensina e deixar o aluno ficar refém de um sistema prevaricador. Como disse o poeta: ―quem não inclui, exclui!‖. A inserção é um grande desafio, mas é possível!
  • 44. 44 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009 (Coleção Pensamento e Ação na sala de aula) CAVALCANTI, Petrônio. Paulo Freire: saberes e dizeres de um professor feliz. Recife: Ed. do autor, 2009. COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Educador: novo milênio, novo perfil? Paulus: São Paulo, 2000 BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 2004. FREIRE, Paulo; Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. Editora Olho D'Água, 10ª ed., p. 27-38. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam/Paulo FREIRE. 5º Ed. São Paulo: Cortez, 2009. _____________. Conscientização: Teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. V cd. São Paulo : Ed. Centauro, 2006. ______________. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. (Coleção Polemicas do Nosso Tempo, Vol. IV) 2V cd. São Paulo: Autores Asso-ciados: Ed. Cortez, 1989. ______________. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2’ ed, 11ª reimp. — Belo Horizonte: Autêntica, 2006. ROMANOWSKI, Joana Paulin. Formação e profissionalização docente. 3ª ed. rev. e atual. Curitiba: Ibpex, 2007. SENNA, Luiz Antonio Gomes. Letramento: Princípios e Processos. Ibpx:Curitiba, 2009.
  • 45. 45 ALVES, RUBEM. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1983. BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis: Vozes, 1997. BOURDIEU, Pierre &PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975. BRANDAO, Carlos Rodrigues. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 30 ed, 1994 (Coleção Primeiros Passos). CUNHA, L. A. Educação e desenvolvimento Social no Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975. KREMER, Sonia. Guia prático da nova ortografia. Rio: PUC,2011. GUILLEN, Isabel. 500 nos: um novo mundo na TV. Brasília: Secretara de educação à Distância, 3003. REVISTA PRESENÇA PEDAGÓGICA. A leitura escrita como experiência – seu papel na formação de sujeitos sociais. Jan./fev. 2000, v. 6, n°. 31. REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, ano XII – n. 118 – dezembro, 1998. REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, outubro/1999. REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, ano XVIII – n. 159 – jan./fev./2003. REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, ano XIX – n. 173 – jun./jul./2004. ROMANELLI, Otaiza o. História de educação no Brasil: 1930-1973. Petrópolis: Vozes, 1978. SAVIANI, Derneval. Educação Brasileira: estrutura e sistema. São Paulo: Saraiva, 1983. SAVIANI, Derneval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1984. SAVIANI, Derneval. A Nova Lei da educação. Campinas: Autores Associados, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 1472: Trabalhos acadêmicos. 2ª ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
  • 47. 47 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM PROGRAMA REDE UNEB 2000 ITIÚBA – BA COMPONENTE CURRICULAR: PEDAGOGIA ALUNOS: AELSON, ARLETE, CECIA E ROZELI Entrevista sobre Leitura e Escrita sob os olhares dos professores da Escola Luciano José dos Santos do Povoado Ponta Baixa ITIÚBA 2012
  • 48. 48 QUESTÕES 1. Em sua opinião Leitura é: a) ( ) Ler e interpretar o que está escrito no texto; b) ( ) Decodificar as palavras existentes no texto; c) ( ) Ler é fazer uma leitura contextualizada a partir do texto explorado. 2. Em sua opinião Escrita é: a) ( ) Quando a criança está na pré-silábica até sua total alfabetização; b) ( ) Habilidade de escrever textos coerentes; c) ( ) É quando o aluno reescreve no papel seu entendimento sobre o que ouviu e viu; d) ( ) É um simples rabisco numa folha de papel. 3. Em sua opinião o que leva as crianças a demorarem de aprender a ler e escrever? a) ( ) A não participação ativa das famílias; b) ( ) As aulas que não são atrativas; c) ( ) A metodologia usada pelo professor; d) ( ) A falta de acesso a revistas, livros, e outros atrativos a leitura. 4. Quais as dificuldades encontradas no inicio da alfabetização dos seus alunos, com relação à leitura e escrita: a) ( ) A falta de motivação dos alunos; b) ( ) Os alunos que só fazem decorar as palavras e textos; c) ( ) A falta de materiais adequados para o trabalho de alfabetizar; d) ( ) O não acompanhamento dos pais no dia a dia escolar e falta de preparo do professor. 5. Como você trabalha a Escrita na sala de aula? a) ( ) Produção de textos coletivos; b) ( ) Fazendo a reescrita de seus textos; c) ( ) Incentivando os alunos a prática da leitura e produção de textos.
  • 49. 49 6. Você usa o ABC para alfabetizar: ( ) Sim ( ) Não 7. Quanto o material didático para alfabetizar: a) ( ) Isso é papel do coordenador. Ele deve deixar tudo pronto para minha prática docente; b) ( ) Seleciono textos, construo fichas, decoro à sala com palavras e etc; c) ( ) Prefiro usar somente o livro didático. 8. Como você trabalha Leitura e Escrita na sala de aula: a) ( ) A partir do livro, textos e de exposições de fichas (palavras); b) ( ) Textos diversos; c) ( ) Gravuras, vídeos, textos, embalagens e etc.; d) ( ) Sigo o texto do livro. 9. O que mudou da sua alfabetização para a alfabetização de hoje. a) ( ) A metodologia aplicada pelo professor; b) ( ) A forma de convivência entre professor e aluno; c) ( ) A parceria entre a escola e a comunidade; d) ( ) Vejo que não mudou nada. Questão aberta 1º: Qual sua opinião a respeito do livro didático? Questão aberta 2º: Em sua visão profissional as capacitações são suficientes para o trabalho com a leitura e escrita na sala de aula? Justifique sua resposta.