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                                   INTRODUÇÃO


                O presente trabalho de conclusão de curso tem como temática “A
Importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos”. Durante a
realização deste estudo buscamos identificar como está a participação dos pais na
escola dos filhos, se estão visitando a escola regularmente tornando-se parceiros do
professor e não somente para tecer críticas a educação dos filhos. Essa educação
também serve de instrumento que vai ajudar os pais no desenvolvimento de seu
filho. Nos moldes escolares, a simples presença dos pais na escola assegura aos
filhos a importância que a educação tem para a vida, tanto quanto a formação
oferecida pelos professores.


         Portanto, nosso objetivo é analisar a Importância da Participação dos Pais
na Vida Escolar dos Filhos. Viemos com essa linha de pesquisa desde o quarto
semestre, por achar importante essa temática que no contexto atual é muito
interessante.


        Neste trabalho levaremos à público todo nosso resultado para provocar uma
reflexão acerca do assunto, na perspectiva de contribuir com a melhoria das
relações entre a escola e a família.


         No capítulo l, focalizamos o contexto histórico da participação da família na
educação dos filhos no decorrer da história.


                No capítulo ll, desenvolvemos as palavras chave demonstrando a
importância da participação da família em toda vida escolar do aluno, bem como a
relação escola-família.


            No capítulo lll, apresentamos a metodologia, nosso lócus, sujeitos de
pesquisa e os instrumentos usados para a realização deste trabalho.


        No Capítulo lV, organizamos a interpretação dos dados, analisando as falas
dos sujeitos adquiridas na pesquisa com a finalidade de buscar respostas para
11



nossa inquietação.


        Nas considerações finais demonstramos nossa inquietação sobre a relação
família- escola, a valorização da participação dos pais na vida escolar de seus filhos,
pois acreditamos que este trabalho venha a ser significativo nas discussões que
envolvem família e escola.
12



                                        CAPÍTULO I


1. PROBLEMATIZAÇÃO


      Desde séculos passados confiamos a educação de nossos filhos aos
mestres-escolares, antiga denominação dos professores da época, que ensinavam a
ler e a escrever em troca de alimentos e outras coisas, ficavam nas praças que era o
cenário onde desenvolviam seu trabalho. A sociedade foi tornando – se mais
complexa e com isso houve a necessidade de uma instituição própria.


      Assim foram criadas as primeiras escolas, que de inicio abrigavam alunos
oriundos de classe média pautada no modelo de ensino particular. Sendo privada a
escola não era acessível para a camada popular que por sua vez era muito carente
deste instrumento libertador; nesse período somente os abastados tinham acesso ao
conhecimento. Esse modelo gerava monopólio e desta forma garantia os privilégios
da classe dominante. Suas imposições não encontravam resistência por parte
daqueles que permaneciam excluídos do processo.


      Isso não significa que a classe popular era desprovida da educação, pois a
mesma tinha como base a educação familiar que era transferida às gerações
vindouras. Como já sabemos é nas famílias que o individuo recebe sua primeira
educação, porém alguns pais, por diferentes situações transferem para a escola esta
responsabilidade.


      Na sociedade contemporânea a escola tem sido uma instituição com grande
carga de responsabilidade na educação de crianças e jovens. Porém os professores
reclamam reivindicando uma maior participação da família nesta educação. Para
Nérici (1972):


                     A escola existe para complementar a ação educativa do lar, na sua tarefa e
                     preparar novas gerações para p exercício pleno da cidadania. Atende
                     também a sociedade, colaborando na formação do tipo de cidadão que mais
                     convém à sua sobrevivência e desenvolvimento (p.194).
13



      Muitas famílias deixam seus filhos à própria sorte e carentes da atenção
familiar, mas a educação familiar é referência e apoio para os educadores que
viabilizam, através da escola a formação das crianças. O modelo da educação atual
necessita do acompanhamento das famílias em todo o processo, visto que a escola
isolada não conseguirá muita coisa, pois está sobrecarregada. A divisão de
responsabilidades além de ser justa facilita o aluno em seu aprendizado e em sua
formação integral.


      Reafirmamos que quanto maior a participação da família na escola maior será
o rendimento educativo do aluno e diminuem-se os conflitos gerados pela assunção
de responsabilidades. A cobrança dos profissionais de educação é legítima, pois no
cenário atual eles estão acumulando funções que por sua vez trazem atrasos
significativos para a educação e reflete nos alunos principalmente aqueles oriundos
de famílias desestruturadas, que convivem com a violência familiar e que trazem
esta problemática para a escola. Ao educador cabe, então um papel educativo mais
amplo para o qual não está preparado ou que não dispõe de tempo para uma ação
mais eficaz junto ao aluno.


      Com isso, não queremos afirmar que o fracasso do aluno é culpa da família
mas, em casos de alunos agressivos com os colegas e com os professores,
desinteressados dentre outros comportamentos, algumas vêm refletir os conflitos
familiares e muitos até tentam encontrar ajuda no professor que por sua vez sente-
se impotente com determinados situações que fogem de seu domínio.


      Alguns diretores escolares são unânimes em afirmar que as reuniões
organizadas nas escolas onde os pais são convidados a participar, para juntos
discutirem melhorias, expor dificuldades, sua provável causa e apontar possíveis
soluções. Há uma ausência elevada dos pais, isto é, poucos comparecem, e outra
parte ignora esse contato e alguns usam a escola simplesmente por obrigação para
não perder o beneficio dos programas sociais mantidos pelo governo.


      Mas muitas famílias são preocupadas com a educação dos filhos nos dois
aspectos, acompanham, participam atentamente e as que têm algum recurso
investem pesado na formação e na qualidade educacional de seus filhos no ensino
14



privado que é conseqüência do deficiente sistema público, que pouco se investe e
não valoriza o profissional da educação.


       Esta falta de qualidade da educação pública decorre da situação social-
econômica e política de uma sociedade que coloca em questão uma prática
educativa meramente adaptadora ao modelo de sociedade vigente, com contornos
desiguais e meramente reprodutora. Com a pouca contribuição do ambiente familiar
para a formação dos alunos, esse quadro de baixa qualidade ainda se torna mais
grave, pois é dentro do lar que valores e os bons costumes, ou seja, a formação de
caráter do cidadão acontece e é responsabilidade da família. Sobre isso Aranha
(1996) diz que:


                     Em Roma antiga não havia instituições publicas de ensino, as crianças e
                     jovens eram educados no dia-dia a partir do convívio social sob a proteção
                     do pai. Era a figura paterna que possuía a dever de educar a criança ou o
                     jovem através da experiência, naquilo que a mesma teria de fazer ao
                     crescer (p 72).


       A educação familiar é a primeira que conhecemos e através dela vimos um
horizonte de oportunidade e sonhos e nossos pais são os primeiros professores que
temos. O ensino familiar bem fundamentado tem papel importante e irá refletir no
comportamento do ser humano e é o maior tesouro que os pais podem deixar para
seus filhos.


       Os laços escola-família podem ser mais fortes. A família deve tornar-se
presente na escola, pois é nela que o aluno permanece boa parte de seu tempo. A
escola é o segundo lar e os que nela trabalham , são nossa segunda família, pois
todos estão imbuídos na tarefa de acolher e educar. O estreitamento dessa relação
possibilita dentre outros coisas o fortalecimento que facilita o desenvolvimento
escolar e moral da criança.


       Uma iniciativa que deve ser destacada é a implantação e implementação dos
conselhos escolares que funcionam como força auxiliar no sentido de discutir e
opinar sobre a melhoria da educação dos filhos, aproximando escola e família. É
importante, pois além de contribuir nas decisões da escola, também serve como
15



forma de atrair a família do aluno para a vivência no espaço escolar. Para Sampaio
(2004):


                       A família e a escola são essencialmente os pólos referenciais para a
                       formação dos seres humanos. Esta parceria exige a mobilização da escola
                       para que possa garantir a participação dos pais na sua dinâmica relacional
                       e filosófica, política e pedagógica (p12).


      O processo pedagógico ganharia maior solidez, se acompanhado pela
instituição familiar; os resultados seriam alcançados de maneira rápida e mais a
contento. A presença familiar na escola contribuirá para uma melhor formação das
crianças. Não seria somente no final do ano letivo, quando pais invadem as escolas
para questionar apenas, sobre os resultados negativos de seus filhos.


      Diante da problemática apresentada nossa inquietação é conhecer: a
importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos.


      Atualmente nos meios sociais, a família espera da escola uma educação
impecável, entrega seus filhos a ela, não os acompanha e gradativamente vão
culpando a instituição escolar pelo mau comportamento e o declínio dos valores
morais. Faz–se necessário que as duas instituições, família e escola, mostrem para
o aluno a função de cada uma delas. Isso facilita na hora de a criança buscar
suporte para suas carências.


          Assim nosso objetivo de pesquisa é: analisar a importância da participação
dos pais na vida escolar dos filhos.


          Portanto, esse trabalho traz reflexões importantes na perspectiva de, junto
aos professores conhecer a relação escola-família. Destacamos que essa
participação deve ser efetiva e já podemos identificar alguns resultados positivos,
nas escolas que abriram as portas para as famílias porque sentiram essa
necessidade. Vemos que o ambiente influencia bastante na educação da criança e
sabemos que as famílias enfrentam seus problemas em cada fase do
desenvolvimento da criança. Durante o processo educacional, o educando enfrenta
dificuldades em cada fase da sua vida, nela ainda faltam discernimento em
16



diferenciar o certo e o errado, então a família fazendo-se presente em todos os
momentos na vida da criança mais difícil será esse educando seguir o lado oposto.
17



                                    CAPÍTULO II


2. QUADRO TEÓRICO: EXPLORANDO CONCEITOS


       A partir da nossa problemática cuja pesquisa traz como objetivo: analisar a
importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos, procuramos alguns
aportes teóricos para poder ajudar a responder nossas indagações e discussões.
Diante disso, trataremos nesse capitulo os seguintes conceitos chaves: Família,
Participação e Relação Escola-Família.


2.1 FAMÍLIA


       É no seio familiar que o sujeito se prepara de acordo com os padrões culturais
e sócio-históricos para atuar na sociedade. Nesse sentido, é interessante realizar um
estudo sobre as influencias da família no processo de aprendizagem e sobre como
se dá ou não o processo de articulação metodológica. A família constitui-se como
referencial fundamental para a formação do educando e é nessa articulação que a
educação acontece de forma insubstituível. A família é o local primeiro da formação
dos indivíduos e através dela são construídos os primeiros referênciais que se
constituirão na base do desenvolvimento integral dos indivíduos. Para Nobre (1987),
a família é:


                     (...) um sistema aberto em permanente interação com seu meio ambiente
                     interno e/ou externo, organizado de maneira estável, não rígida, em função
                     de suas necessidades básicas e de um modus perculiar e compartilhado de
                     ler e ordenar a realidade, construindo uma história e tecendo um conjunto
                     de códigos (normas de convivências, regras ou acordos relacionais, crenças
                     ou mitos familiares) que lhe dão singularidade (p.118-119).



         A família, especialmente os pais, ocupam um importante papel na mudança
de comportamento de seus filhos. Ela intervém no desenvolvimento humano do
indivíduo, na relação com o meio natural e social. Desse modo, a postura dos pais,
sua contribuição, suas ações são um reflexo para seu filho no decorrer de todo o
processo de desenvolvimento. A família, como toda instituição social, apesar dos
conflitos é a única que engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal; é
nela que a criança adquire suas primeiras experiências educativas, sociais e
18



históricas, que a criança aprende a se adaptar às diferentes circunstâncias, a
flexibilizar e a negociar. A partir da base formadora adquirida na família as crianças
complementam sua formação na escola e isso aponta para a importância de uma
relação entre essas instituições no processo de desenvolvimento das crianças e
adolescentes em fase de escolarização. Quanto a isso Tiba (1996) nos afirma que:
“cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios
valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um
têm suas características psicológicas e pessoais” (p.121).


      No ambiente familiar, o modo de ser do sujeito pode ser aprendido por meio
de imitações, de significados atribuídos às determinadas situações que se dão na
convivência via discurso das pessoas da família ou via comportamentos. É na
família, que a criança aprende a se relacionar com o outro, que aprende mitos,
crenças e valores que traçam seu perfil como pessoa. A família tem maior
responsabilidade na educação dos indivíduos, por estar em constante contato em
sua casa e em cada fase da formação e desenvolvimento.


      Sabe-se que na atualidade, a família assume uma função social voltada para
atender as exigências do mercado de trabalho, pois a política vigente, globalizada,
direciona a ação familiar. Porém mesmo com essa emergência os pais ainda
ocupam grande parcela de poder de decisão na educação de seus filhos. É na
família que a criança mantém os contatos mais íntimos, já que é o primeiro grupo
social a que ela pertence, devendo a família juntamente com a escola, desenvolver o
processo educacional. A família é o primeiro espelho da criança, onde ela aprende a
se ver, a descobrir seu lugar no mundo, aprende que o homem e a mulher exercem
papéis diferentes na educação doméstica.


      Sendo assim, dependendo das expectativas sociais, a família recebe apoio de
outras instituições sociais e assume inúmeras funções como: a função de
identificação, de socialização, de transmissora de hábitos e atitudes, de
conhecimento e atitudes necessárias para a participação na sociedade. A família
assume função diferente da escola, tem que dar acolhimento a seus filhos num
ambiente estável e de respeito mútuo. Ela ocupa papel importante na vida escolar
dos filhos, e este não pode ser desconsiderado, pois consciente e intencionalmente
19



ou não, influenciam no comportamento escolar dos filhos seja por questões
econômicas, pessoais, de relacionamento, de amadurecimento dos pais ou
separação. Mesmo estando passando por freqüentes reformulações em sua
estrutura básica a família não perdeu seu nível de importância social e apenas tem
tentado adequar-se aos desafios que a sociedade lhe impõe. Para Battaglia (2002):


                     (...) Cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos
                     preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir
                     um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que
                     dele participam. (p.07).



      Por outro lado, a educação em si, não se reduz somente às influências do
ambiente familiar, o aluno está em constante interação social, seja no bairro, ou na
vizinhança, entre outros, deve haver uma articulação da realidade cultural e sócio-
econômica do sujeito com a realidade sociocultural mais ampla. Pois se a
aprendizagem no sentido amplo ocorre durante toda a vida da criança, independente
do ambiente em que se encontra, o aprender abrange aspecto de nossa vida afetiva
e valores culturais. Nesse sentido, deve a família participar efetivamente desse
processo de aprendizagem, com o intuito de consolidar a formação integral do
indivíduo, mas as mudanças na estrutura familiar tem sido um ponto de grandes
questionamentos na sociedade atual. Para Falcão (2007).

                      (...) a Família foi perdendo seus principais atributos, de tal forma e com
                     tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim. Atualmente, observa-se
                     que não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma
                     estruturação familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais
                     que trabalham por uma necessidade de sustentar família e os que deixaram
                     de estudar antes mesmo de serem alfabetizados... (p.07)



      Esta nova realidade familiar vem ocasionando grandes problemas na
educação das crianças, principalmente na escola: alguns pais apresentam uma
postura contrária à educação, não estimulando a escolarização dos seus filhos.
Outros, imbuídos da expectativa de satisfazerem seus desejos de estudar não
alcançados e de superar a condição social em que vivem, transmitem conselhos,
valores e costumes familiares em relação aos estudos, que nem sempre são
aprendidos pelos filhos que em alguns casos, acabam apresentando comportamento
de resistência. Por outro lado, existem conflitos entre família devido às diferenças de
20



classes sociais, valores, crenças, hábitos de se interar e de se comunicar. Isto é, a
família, muitas vezes tem modelos de comportamento e de pensar diferente uma da
outra isso é claramente observado na convivência diária entre colegas, mas o
necessário é que os pais se preocupem em acolher seu filho e educar de acordo a
sua própria identidade, mas de olho no desenvolvimento moral e intelectual
independente da classe social, sem desvalorizar a sua. A família, como instituição,
tem o papel de reprodução social, no contexto geral em que se insere, transmitindo
herança cultural de geração a geração. Seu papel como veículo de transmissão de
diferentes formas educativas ainda tem sua importância assegurada, pois é ela que
solidifica a base da educação primeira das crianças para prepará-las para a vida
futura. Para Durkheim (1996).

                     A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações
                     que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto
                     suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos,
                     intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e
                     pelo meio especial que a criança particularmente se destine (p. 111).



      Na relação com os pais, essa transmissão se dá de forma mais efetiva,
através do diálogo e não da imposição. A educação familiar é decisiva na formação
dos indivíduos, na construção de sua identidade que se mantém em processo de
construção ao longo dos anos e que dependendo da base em que foi apoiada trará
resultados positivos para a vida individual e social. Isto porque a educação existe de
várias formas, e é praticada em diferentes situações que se não forem bem definidas
objetivamente torna-se sem valor. Ela se dá também através das experiências de
vida em diferentes situações de trocas entre as pessoas, envolve trocas de
símbolos, bens, poderes e crenças. Sendo assim, reafirmamos que o papel da
família é decisivo no sucesso educacional das crianças, pois ela, mesmo sob
influencias externas, consegue construir conceitos que servirão para o sucesso ou
insucesso por toda a vida.


2.2 PARTICIPAÇÃO


      De acordo com o dicionário, participação é o ato ou efeito de participar, estar
presente e desenvolver ações relativas. Na educação significa um processo que visa
o acompanhamento do educando em todas as fases das práticas educativas. Como
21



é sabido o desenvolvimento pedagógico é complexo por si, a participação maciça e
ativa na educação dos filhos previne e corrige muitas falhas deixadas durante o
processo, pois a educação não se dá de forma isolada, mas no diálogo, na co-
responsabilidade e participação entre os agentes envolvidos neste trabalho
educativo. A esse respeito, Sampaio (2004) afirma que:


                      A formação de um indivíduo exige sintonia e parceria entre os núcleos
                      familiar e escolar. Para que a linguagem da escola seja ouvida na família é
                      necessário que os pais participem e tenham consciência da educação que
                      os filhos estão recebendo e possam dar parcela de contribuição (p.139).


      Discute-se muito a qualidade do ensino na educação, um novo modelo que
venha revolucionar o ensino tradicional e supere as expectativas. Muitos acreditam
que essa fórmula mágica é encontrada no ensino privado e quem pode migra para
ele; cremos que não é bem dessa forma e nada disso teria valor e nem surtiria o
efeito esperado se não houver a participação daqueles que têm interesse no
sucesso educativo: família, professores e educando. Não basta só lançar o aluno em
sala de aula, dar suporte e deixá-lo solto à mercê de dúvidas e confusões que
podem desmotivá-lo e distanciá-lo do processo educativo.


      A participação é uma forma de mostrarmos que estamos levando com
seriedade e importância o modo pelo qual os alunos são educados e nossas
expectativas pelo resultado desse trabalho que feito com responsabilidade
transforma-se em entretenimento para os componentes. A participação também
favorece um contato mais próximo entre ambos, professores, famílias e educandos.
Para Moreira (1994)


                      Tendo mais e mais famílias participando do seu cotidiano, podem as
                      escolas objetivamente as condições de vida familiar, sem adotar uma nova
                      postura, não culpá-los pelo fracasso do rendimento escolar de seus filhos,
                      permitindo a construção de um ambiente de total cooperação (p.28).


       A falta de participação na esfera familiar pode ser causada dentre outros
fatores, por compromissos e responsabilidades dos pais, por se ausentarem do lar
para trabalharem e garantirem o sustento da família. Por conta disso são obrigados
a eximir-se da responsabilidade de participar da educação dos filhos. Entendemos
essa situação e lamentamos muito, mas a condição não deve ser usada como
22



percalço para fugir de suas atribuições. A participação transmite valores e conceitos
que os filhos se apegarão, porque os filhos tendem a se espelharem nas pessoas
próximas a eles, em geral, são os pais. Sobre o tema Paro (2000) argumenta que:


                        [...] hoje os alunos esperam tudo da escola; não só o conhecimento, mas a
                        alimentação; eles esperam o amor, eles esperam o carinho, eles esperam a
                        atenção...acho que alguns vêem a escola como uma instituição onde os
                        filhos podem encontrar o conhecimento, a formação para uma vida melhor,
                        mas outros usam a escola simplesmente para ter liberdade maior em casa.
                        Deixar o aluno com alguém, o filho com alguém [...] (p.57).


          A participação da família é fundamental no processo educativo do indivíduo,
quando há satisfação das necessidades emocionais e sociais dos filhos.
Dependendo das condições do meio e das relações existentes entre a criança e os
colegas, substituir a responsabilidade dos pais para outra instituição pode ajudar o
desenvolvimento pessoal da criança do que na convivência com uma família mal
estruturada, mas sem dúvida, essa substituição priva a criança de experiências de
relacionamento afetivo familiar que são essenciais para construção da identidade.
Assim, a família que transfere suas responsabilidades para outros meios externos,
acaba perdendo a oportunidade de corrigir suas próprias falhas, além de deixar a
criança confusa, essa forma não contribui para a escolarização dos filhos.


           O ideal é que se desenvolva um trabalho envolvendo cada família em
questão, uma relação recíproca, pois as influências dos dois meios são importantes
para a formação de sujeitos. Nesse sentido, a família deve realizar um trabalho no
interior do lar Para que o filho supere as diversas situações difíceis como a ausência
dos pais, as dificuldades financeiras e outros, levando o filho a dar continuidade aos
estudos, pois a formação adquirida no interior da família, a imagem de pais sérios,
honestos e trabalhadores favorecem no desempenho escolar dos filhos e nos seus
comportamentos escolares. Conforme Brandão (1982): “a educação existe sob
tantas formas e é praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece
ser invisível. Fazendo-nos, compreender que a vida é essencialmente educativa”
(p.12).


          A participação é a ferramenta que deve ser utilizada pelas famílias para uma
contribuição efetiva no processo de formação integral das crianças visto que, como
23



extensão da família, a escola é o ambiente natural para esta formação.


2.3 RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA


      Ao longo dos anos vimos sentindo a necessidade de a escola estar em
perfeita sintonia com a família de seus alunos. Ela é uma instituição que auxilia a
educação familiar e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de filhos
e alunos. O espaço escolar não deve viver sem a família e nem a família viver sem a
escola, pois uma depende da outra na tentativa de alcançar melhores resultados na
formação das crianças e jovens. Um resultado que faz a diferença na educação é a
aproximação dos pais na escola dos filhos, essa será um recurso que irá ser
utilizado no desenvolvimento de técnicas que darão um maior rendimento escolar.


      A convivência e o relacionamento familiar são fatores fundamentais para o
desenvolvimento e a inserção da criança no ambiente escolar e no mundo, o
alinhamento do professor com as famílias é decisivo para o rendimento social do
aluno. Na questão Nérici (1997) pontua que:


                     (...) A influência da família, no entanto é básica e fundamental no processo
                     educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de
                     substitui – lá. (...) O processo educativo deve conduzir a responsabilidade,
                     liberdade, critica e participação. Educar não como sinônimo de instruir, mas
                     de formar, de ter consciência de seus próprios atos. (p.12).


         A construção dessa relação deve partir dos professores visando com essa
aproximação que a família esteja mais preparada para ajudar seus filhos na medida
em que, ao conhecer a ação educativa escolar, o acompanhamento do desempenho
dos filhos será mais eficaz. Promover a família nas ações dos projetos pedagógicos
significa multiplicar conhecimento a seu favor, a própria família deve articular de
maneira segura, metodologias com temas atuais que estão em pauta todo o
momento e vão servir de embasamento para que o desenvolvimento social se
concretize por meio de práticas pedagógicas efetivas. Por outro lado sabemos que a
ausência dos pais no ambiente escolar dos filhos causa um prejuízo talvez
irreparável no ensino que é para toda a vida do aluno.
24



      Em qualquer situação a família interagindo com os mestres de seus filhos
pode significar muito para o educando e esse entendimento pode e deve ser
recebido de forma positiva durante todo o processo educativo. Em toda forma de
educar seja ela intencional ou não, temos que tirar proveito absorvendo o que há de
melhor. Para haver esse processo os três componentes: professores, alunos e pais
têm que estar engajados na causa já que o aprendizado é individual: O professor é
mediador do conhecimento; o aluno maior responsável em assimilar esse
conhecimento e os pais são a base inicial desse processo educativo. Algumas
famílias sentem-se impotentes ao receberem notícias negativas sobre seus filhos,
não sabem lidar com tal situação e isso acontece porque a família não está
sintonizada com a escola. Nérici(1997) argumenta que:


                     Poucos são os pais que acompanham a educação de seus filhos,
                     prestigiando e entrando em contato com ela na tarefa em que ambos são
                     responsáveis. É lamentável esta falta de colaboração e alinhamento da
                     família com relação ao trabalho da escola (p.12).


      A família pode exercer grandes influências no trabalho do educador por que é
através dela que o professor conhecerá a realidade dos alunos e poderá educar
melhor seus filhos por isso, essa relação deve ser constante e igualitária para todos.


      A relação da comunidade escolar com a família estreita os laços dessas duas
instituições além de enriquecer as oportunidades educativas e os recursos
pedagógicos aspirando uma melhor qualidade educacional, para isso devemos
aprender a respeitar os direitos individuais e coletivos. As famílias têm muito a
oferecer, pois todas são dotadas de peculiaridades e diferentes ações. Depois da
família é a escola que ainda continua sendo um espaço de desenvolvimento
educativo e nesse aspecto a escola deve repensar sua forma de educar deixando de
lado as reproduções em sala de aula, importando-se também em formar educadores
para que estes saibam lidar com os desafios diários. É preciso que este espaço dê
liberdade para a manifestação de pensamento de todos os envolvidos no sentido de
refletir sobre as ações educacionais para que se possa inovar a partir de novas
visões supervisionadas pelo educador. Queremos uma instituição onde o educando
atue como sujeito, um lugar concreto e eficiente na formação de cidadãos operantes
na conjuntura social. Assim confirma Gadotti (2000): “Independente de sua história e
25



dos variados conceitos, a escola além de transmitir conhecimentos deve também
preocupar-se com a formação global dos alunos numa visão onde o conhecimento e
o intervir no real se encontrem” (p.120).


      Para auxiliar a melhoria da educação a escola deve estabelecer alternativas
em equipe com as famílias dos educandos no sentido de promover e confrontar
situações adversas que enfrentam durante o processo educativo em sala de aula.
Essa relação com as famílias visa incluir o aluno em todo o processo
ininterruptamente. Se uma criança está envolvida diariamente em um ambiente
agressivo tenderá a se portar dessa maneira; da forma contrária age uma criança
que vive em um lar de muita tranqüilidade e carinho. Dessa forma, não existindo o
lado afetuoso e relacional com a família o processo educativo é limitado aos
conhecimentos adquiridos em sala de aula e se tornam incompletos para a vida. De
acordo com o Referencial Curricular Nacional para a educação infantil (1998).


                      Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor
                      possa ajudar a criança a identificar suas necessidades e priorizá-las, assim
                      como atendê-las de forma adequada. Assim, cuidar da criança é sobretudo
                      dar atenção a ela como pessoa que está num contínuo crescimento e
                      desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e
                      respondendo às suas necessidades. (p.25)



        No entanto, isto só será possível se a presença da família na escola
promover as condições necessárias para a compreensão da realidade dos alunos
com o intuito de ajudá-los no processo de crescimento, pois é por meio dessa
relação que os seres humanos tendem a tornar-se mais compreensivos, conscientes
e amorosos. Desenvolvendo o afeto em si a formação é mais completa, sem esse
sentimento a humanidade não teria se desenvolvido ao longo dos tempos. Para as
crianças e os adolescentes as referências são os membros familiares e fora deles a
escola. Postura, gestos, e palavras toda essa conjuntura proporcionará o
desenvolvimento do caráter da criança.


       A direção escolar também exerce um papel importante na relação escola-
família e deve ter dinamismo e motivação para a participação de todos. Ela
necessita estimular, valorizar a produção de cada indivíduo, precisa ser uma figura
presente, referência em personalidade, respeito às relações interpessoais, inclusive
26



nas situações em que necessitam de ajustes para dar sequência ao processo
educativo. Exercer liderança na comunidade atrai a família e outros setores sociais
para   dentro   da   escola   despertando,   nos   envolvidos   o   sentimento   de
responsabilidade. A relação da família com a escola fortalece e mostra que a escola
está cumprindo sua missão que é de auxiliar e não a de substituí-las na educação
dos filhos.




                                 CAPÍTULO III
27




3. METODOLOGIA


       Partindo do pressuposto de que a ciência nasceu da razão e da verdade a
metodologia é um ramo de lógica que se ocupa dos métodos que são utilizados nos
distintos tipos de pesquisas. Assim Garcia (2003) afirma que:


                     [...] A metodologia de pesquisa é completamente interessada nos processos
                     que buscam, simplesmente, mudar o mundo. Indagando os processos
                     permanentemente produzidos nas relações sociais para ofuscar e ocultar as
                     múltiplas dimensões da realidade e do ser humano, a pesquisa amplifica as
                     possibilidades de interpretação e compreensão do cotidiano e vai
                     encontrando meios para melhor compreender a complexidade humana. (p.
                     128)


      A pesquisa é um estudo minucioso pautado na realidade que visa descobrir,
aperfeiçoar dados, ou somar informações atuais às já existentes com o objetivo de
tornar explicita alguma coisa nova ou recentemente descoberta. Entretanto para ser
realizada uma pesquisa é interessante que confrontemos os dados com as
informações coletadas com o conhecimento teórico desenvolvido para determinado
assunto.


      Desta forma, a pesquisa teve como objetivo: analisar a importância da
participação dos pais na vida escolar dos filhos.


3.1 TIPOS DE PESQUISA


      Adotamos a pesquisa qualitativa, sendo este um conjunto de procedimentos
para a coleta de dados, tendo como ponto de partida vivenciar idéias e práticas
pedagógicas, permitindo assim uma relação direta do pesquisador com a situação
estudada. Nessa intenção Ludke e André (1986) esclarecem que : “A abordagem
qualitativa envolve a atenção de dados discretos obtidos no contato direto do
pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo de que o
produto se preocupa em relatar a perspectiva” (p. 11).
28



      A pesquisa qualitativa se apresenta como uma alternativa bastante
interessante enquanto modalidade de pesquisa numa investigação científica do
problema humano e social.


3.2 LÓCUS DE PESQUISA


      Tivemos como lócus de pesquisa a Escola Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, situada na Quadra C, caminho F S/N, Cassas Populares, Senhor do
Bonfim-Ba. A escola possui 19 professores, funciona com aproximadamente 513
alunos, nos turnos matutino e vespertino, da Educação Infantil ao Fundamental I.
Este lócus possui um espaço físico relativamente grande e conta com o prestígio da
comunidade local.


3.3 SUJEITOS DE PESQUISA


      Os sujeitos da pesquisa foram dez (10) professores sendo 02 do sexo
masculino e 8 do sexo feminino. Alguns destes professores atuam somente em um
único turno, outros nos dois turnos.


3.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA


      A nossa pesquisa procurou utilizar meios adequados aos objetos de estudo,
para buscar entendimentos em torno da problemática que tem como intuito conhecer
a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos.


      Os instrumentos escolhidos para a coleta de dados no propósito de alcançar o
objetivo da pesquisa foram questionário fechado, a observação participante e
entrevista semi-estruturada.


3.4.1 QUESTIONÁRIO FECHADO


      Diante da necessidade de coletar dados sobre o perfil dos sujeitos em seus
   aspectos sociais, econômicos e educacionais elaboramos e aplicamos o
questionário fechado. Para Cervo (2007):
29



                        O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita
                        medir com mais exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra questionário
                        refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o
                        próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um
                        pedido de trabalho teve a experiência de responder a um questionário. Ele
                        contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um
                        problema central (p.53


          Convém lembrar que, o questionário contempla características como gênero,
idade, formação escolar e/ou acadêmicas, tempo de serviço docente e situação
socioeconômica. Na definição de Lakatos e Marconi (l996) “o questionário é um
instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas
que devem ser responsáveis, por escrito e sem a presença do entrevistador” (p.201).


3.4.2 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE


          Proporciona o momento do conhecimento da realidade e é nesse momento,
por meio da observação participativa que se organiza elementos para a
compreensão do que se quer identificar através da observação direta e da coleta de
informações e dados sobre o objeto da pesquisa, buscando a compreensão dos
“porquês” dos problemas e as possíveis soluções.


3.4.3 ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA


          Entrevista é o método mais utilizado em pesquisas qualitativas. Segundo
Trivinos (1987) “a entrevista semi-estruturada tem privilégio na pesquisa qualitativa
porque ao mesmo tempo em que valoriza a presença do pesquisador oferece
liberdade aos entrevistados”.


          Nesse propósito, as entrevistas foram efetuadas com os/as professores a fim
de ouvir a opinião destes a respeito da participação dos pais na vida escolar de seus
filhos.
30



                                         CAPÍTULO IV


4. ANÁLISE DE DADOS


      Os dados obtidos através da observação participante, do questionário
fechado e da entrevista semi-estruturada serão objetos de análise neste capítulo.


4.1 O PERFIL DOS SUJEITOS


4.1.1GÊNERO


      Analisamos que em relação ao gênero 20% são do sexo masculino e 80% do
sexo feminino. Esse fato nos mostra que as escolas ainda são compostas em sua
maioria pelo sexo feminino, um fato que historicamente ainda permanece nos
espaços escolares.


  FIGURA 1: GÊNERO



           20 %
                                Sexo Feminino
                  80 %
                                Sexo Masculino




  Figura 1: Dados do questionário fechado


  Fonte: questionário fechado



      Ressaltamos que a presença de ambos os sexos dentro do espaço escolar
facilita um melhor contato com a família dos alunos, pois tem pais que preferem
dialogar com pessoas do mesmo sexo.


4.1.2 IDADE
31



      Em relação à idade temos uma variação: 50% tem de 34 a 40 anos, 30% de
28 a 34 anos, 10% de 22 a 28 anos e 10% acima de 40 anos. Este quadro nos
mostra que os professores além de ter experiência de trabalho também trazem
consigo uma longa experiência de vida.


FIGURA 2: IDADE


                  10%     10 %
                                          22 a 28 anos
                                   30 %
                                          28 a 34 anos
                50 %
                                          34 a 40 anos
                                          Acima de 40 anos




Fonte: questionário fechado


      Muitos deles já têm filhos e fica bem mais fácil compreender os dilemas dos
pais, entender a necessidades de tê-los por perto, e isso facilita o diálogo entre
ambos.


4.1.3 FORMAÇÃO




                  10 %
                                 30 %
                                            Magistério
                         60 %               Graduação
                                            Pós-graduação




Fonte: questionário Fechado
32



        Os dados pesquisados que estão à mostra na figura 3 nos apresentam um
fato importante, 60%, ou seja, a maioria dos sujeitos pesquisados tem o nível
superior, 10% já são pós-graduados. O bom nível de escolaridade é um fator
importante para o exercício da profissão. Pois como argumenta Pereira (2000):


                     (....) parece ser o papel do professor bem mais complexo do que a simples
                     tarefa de transmitir o conhecimento já produzido. O professor, durante sua
                     formação inicial ou continuada, precisa compreender o próprio processo de
                     construção e produção de conhecimento escolar, entender as diferenças e
                     semelhanças do processo de produção do saber científico e do saber
                     escolar, conhecer as características da cultura escolar, saber a história da
                     ciência e a história do ensino da ciência com que trabalha e em que pontos
                     elas se relacionam (p. 47).


      O professor que tem uma boa formação possui também segurança de
atuação, pois traz consigo base teórica para realizar uma excelente aula,
principalmente quando ele tem uma formação específica.


4.1.4 TEMPO DE SERVIÇO


      Percebemos que quanto ao tempo de serviço 40% dos sujeitos pesquisados
tem acima de 8 anos de atuação e os demais já se encontram acima de dois anos o
que indica um nível de experiência profissional facilitador do trabalho educativo.


FIGURA 4: TEMPO DE SERVIÇO




                     10 %   10 %        2a 4 anos
         50 %
                        30 %            4 a 6 anos
                                        6 a 8 anos
                                        Acima de 8 anos




Fonte: questionário Fechado
33



4.2 PRESENÇA DOS PAIS NA ESCOLA


      Os professores dessa unidade de ensino só percebem a presença dos pais
nas reuniões e no momento que vem trazer o filho ao portão da escola, sendo que
80% consideram que é nos momentos de reuniões que eles aparecem mais.


      Ressaltamos ainda, que segundo os professores 70% dos pais quando vem a
escola procuram informar-se sobre o comportamento do filho, por exemplo, se está
brigando com os colegas ou se está obedecendo a professora e apenas 30% dos
pais está preocupado com a aprendizagem. Entretanto é importante que eles se
preocupem com os dois, pois um aspecto influencia o outro.


        Os pais precisam estar sempre na escola tirando dúvidas sobre as
atividades, sobre as dificuldades de seus filhos em determinado assunto, visto que
alguns alunos levam atividades para casa e trazem de volta no outro dia sem
responder, demonstrando a falta de cuidado dos pais para com o dia a dia do filho
na escola. Para Rios e Libâneo (2009).


                    O para casa pode proporcionar um momento de diálogo entre esses dois
                    mundos. Pode ajudar a escola e as famílias a exercerem suas tarefas na
                    educação, considerando as intercessões e as diferenças dos objetivos de
                    cada um. Assim, essa atividade pode proporcionar a participação dos pais
                    na vida escolar de seus filhos, na dimensão do processo de ensino-
                    aprendizagem (p.44).


      Então as tarefas da escola para serem aplicadas em casa junto com os pais
são importantes porque servem para manter o elo entre família e escola.


4.3 IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA


       Perguntamos aos professores sobre a importância da participação da família
na escola, isto é a aproximação beneficia o desenvolvimento do ensino-
aprendizagem dentro do espaço escolar Para os professores:

                    Família e escola precisam caminhar juntas, pois a educação secundária só
                    pode ser desenvolvida direcionada a educação primária (P1).
34



                     Sim. Família e escola precisam caminhar juntas tendo em vista a garantia
                     da qualidade e do sucesso educacional (P3).

                     Sim. Facilita o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, além de,
                     colaborar com a comunidade escolar no processo como todo,
                     principalmente com questões que envolvem valores, disciplina e
                     participação (P4).

                     Sim. Com a participação da família, a auto-estima do aluno é melhorada, o
                     que ajuda na compreensão da importância de estudar e na definição de
                     objetivos de vida (P7).



         Neste caso, é notório perceber na fala dos entrevistados a importância da
parceria família-escola no processo escolar. Segundo Maranhão e Silva (2011): “A
relação entre família e os profissionais inicia-se quando a primeira planeja dividir o
cuidado e a educação de sua criança com uma instituição” (p.9).


           Cabe lembrar que a educação começa em casa, só em seguida vem a
escolar, portanto, os pais não podem entregar essa responsabilidade somente aos
professores como se a escola fosse um depósito, lá deixam seus filhos e só voltam
ocasionalmente nas reuniões, mas eles precisam fazer parte também das decisões
dos processos educativos e isto fica claro na fala dos entrevistados:


                     Visitas e telefonemas para saber sobre a disciplina de seu filho na escola
                     não é o suficiente, os pais precisam participar de todos os eventos, tantos
                     os educativos, quanto os recreativos para que seu filho perceba que ele é
                     importante em todos os momentos (P1).

                     Participação efetiva em conselhos de classe, eventos, avaliações, etc.
                     (P10).

                     Participação não só nos eventos festivos, mas no dia-a-dia da escola (P3).

                     Reuniões, visitas espontâneas quando julgar necessário, comemorações,
                     acompanhamento em casa, participar dos projetos, decisões, dentre outros
                     (P5).


          Estas colocações reafirmam a importância de um processo educativo co-
responsável que se estenda para todos os mementos da ação da escola, tanto
aqueles que acontecem em sala de aula como fora dela.


          Para os entrevistados, os pais precisam mostrar para os filhos que fazem
parte da vida escolar deles, que estão preocupados com seu aprendizado, com a
35



dinâmica da escola e com as relações mais amplas que se processam fora do
ambiente escolar.


4.3.1 MECANISMO DE INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO


        Ao serem perguntados sobre se existe algum estímulo da escola para atrair
os pais, obtivemos as seguintes respostas:


                     Nem todas as escolas exploram essa potencialidade, as escolas fazem
                     reuniões bimestrais de pais (P7).

                     Em algumas sim. O dia da família na escola e encontros de pais dentre
                     outros incentivos (P9).

                     Sim. Algumas datas comemorativas, reuniões bimestrais (P.5).

                     Algumas escolas já se preocupam com esse aspecto e promovem reuniões,
                     eleição de colegiado, projetos e eventos que envolva os pais (P.2).


        Diante das respostas dos professores fica evidente que a maioria das
escolas ainda não mobiliza os pais a estarem presentes no espaço educativo,
poucas estão preocupadas com essa participação. É importante ressaltar que nem
um sujeito citou algum tipo de incentivo por parte da escola pesquisada, o que
parece indicar um descompasso entre as preocupações dos professores e os
objetivos da instituição escolar. No entanto é urgente que haja uma atitude mais
efetiva da escola para motivar a participação dos pais. Conforme Gadotti (2007):


                     A escola não pode mudar tudo e nem pode a si mesma sozinha. Ela está
                     intimamente ligada a sociedade que a mantém. Ela é, ao mesmo tempo,
                     fator e produto da sociedade. Como instituição social, ela depende da
                     sociedade e, para se transformar, depende das relação que mantém com
                     outras escolas, com as famílias, aprendendo em rede com elas,
                     estabelecendo alianças com a sociedade, com a população (p.12).



        A escola muitas vezes só se preocupa em criticar os pais, mas ela mesma
não faz seu papel de criar um elo entre escola, família e comunidade.


4.3.2 A FAMÍLIA PRESENTE INCENTIVA MUDANÇAS


        Segundo os sujeitos pesquisados a boa relação entre família e escola traz
36



para os educandos mudanças significativas em vários aspectos:


                    É notório o desenvolvimento das crianças quando a família participa
                    ativamente de todos os momentos na vida escolar (P1).

                    Percebe-se que os alunos que tem esse acompanhamento tem um
                    desenvolvimento significativo (P6).

                    Os alunos se mostram mais comprometidos com os estudos (P3).

                    Os alunos participam mais das atividades de classe (P8).

                    Sentem-se importantes, valorizados e consequentemente estimulados a
                    estudarem mais (P9).
‘
                    A participação dos pais influencia não só nas notas, como no
                    comportamento também (P5).


      Na fala dos professores fica evidente que a necessidade de manter a família
na escola é enorme, pois essa proximidade reflete a aprendizagem do educando, no
comportamento e conseqüentemente na sua auto-imagem.
37



                         CONSIDERAÇÕES FINAIS


            A educação é o principal instrumento que desenvolve todos os seres
humanos e a escola ainda continua sendo o espaço onde todo o processo educativo
se expande. Desde cedo nossos pais confiam na educação escolar, pois na escola
somos recebidos de braços abertos pelos professores que ensinam praticamente
tudo que sabem para nos preparar para a vida, é um trabalho complexo que exige
profissionalismo e perseverança.


      A escola está sobrecarregada e os professores às vezes sentem dificuldades
de acompanhar sozinhos o desenvolvimento de cada aluno, precisam de um suporte
para continuar o processo. A instituição mais indicada para acompanhar o filho/aluno
é sua própria família, o papel de educar também pertence a ela, a família deve
participar efetivamente da educação dos filhos, inclusive nas definições de metas
que irão ser alcançadas pelo aluno no futuro não muito distante. A escola não pode
substituir a família na tarefa de educar, deve estar em consonância com ela, com a
participação dos pais é possível construir uma forma eficaz de aprendizagem que
atenderá aos anseios de uma sociedade cada vez mais exigente.


       É sabido que a educação escolar (formal) surgiu da necessidade de expandir
a educação familiar (não-formal), a fim de preparar os indivíduos para a vida em
sociedade. Se a escola surgiu para auxiliar a educação familiar, então por que
muitas vezes parecem estar fora de sintonia? A família que é a maior responsável,
pouco participa transferindo a tarefa de ensinar aos mestres. A abertura que a
escola dá para as famílias surgiu da necessidade, de parceria entre ambas, pois em
contato   permanente    com   professores,   a   família   saberá   como   anda   o
desenvolvimento do filho. Sua presença na escola também é importante para os
professores não se sentirem isolados. O aluno acompanhado simultaneamente pela
família e pelos professores não interrompe o processo educativo e o valoriza de tal
forma que quer demonstrar para eles tudo aquilo que aprende de novo, além de
conscientizar-se que a educação é para toda a vida.


      De acordo com o depoimento dos professores, exposto em nossa pesquisa,
38



não ficamos satisfeitos em saber que a participação da família que realmente está
preocupada com o desenvolvimento educativo de seu filho, ainda é tímida, muito
aquém do esperado. A maioria comparece, mas para reclamar de notas baixas,
desentendimentos com colegas dentro do espaço escolar dentre outros fatores
menos importantes em comparação ao acompanhamento educacional do filho.
Alguns participam das reuniões de pais e mestres e poucos procuram saber se seu
filho está fazendo parte do processo; alguns comparecem em datas comemorativas
quando são convocados. Algumas atividades desenvolvidas pela escola não estão
sendo o bastante para atrair as famílias, a escola precisa criar mecanismos que
tragam a família para a escola com a intenção de acompanhar e ajudar em todo o
processo educativo de seu filho.


       Diante de nossa análise entendemos que a família deve ter uma participação
mais efetiva na escola, pois os professores sentem a ausência familiar na educação
dos filhos e o reflexo negativo que isso pode acarretar no futuro deste indivíduo. A
família é o ponto de sustentação para todos os seres humanos e juntamente com a
escola nos dará suporte para enfrentarmos o mundo cada vez mais desafiador.
Portanto dependemos muito dessas duas instituições no processo de formação
integral dos indivíduos. Além disso, o aluno sendo acompanhado pela família na
escola, a prática do trabalho coletivo torna-se menos complexa e os resultados são
obtidos mais rapidamente, pois estimula-o a buscar constantemente novos
conhecimentos.


              Enfim ratificamos todas as informações contidas nesta produção e
acreditamos que este trabalho irá contribuir no processo democrático dentro da
escola, promovendo uma reflexão sobre a participação da família na escola e a
implementação de novos instrumentos que garantam essa parceria. Dentro dessa
perspectiva o processo de co-responsabilidade e de co-participação coletiva
promoverá uma transformação, tanto do papel da família, como da instituição
escolar na formação dos indivíduos capazes de integrarem-se socialmente e
exercerem seu direito de cidadania.
39



                               REFERÊNCIAS


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40



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  • 1. 10 INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão de curso tem como temática “A Importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos”. Durante a realização deste estudo buscamos identificar como está a participação dos pais na escola dos filhos, se estão visitando a escola regularmente tornando-se parceiros do professor e não somente para tecer críticas a educação dos filhos. Essa educação também serve de instrumento que vai ajudar os pais no desenvolvimento de seu filho. Nos moldes escolares, a simples presença dos pais na escola assegura aos filhos a importância que a educação tem para a vida, tanto quanto a formação oferecida pelos professores. Portanto, nosso objetivo é analisar a Importância da Participação dos Pais na Vida Escolar dos Filhos. Viemos com essa linha de pesquisa desde o quarto semestre, por achar importante essa temática que no contexto atual é muito interessante. Neste trabalho levaremos à público todo nosso resultado para provocar uma reflexão acerca do assunto, na perspectiva de contribuir com a melhoria das relações entre a escola e a família. No capítulo l, focalizamos o contexto histórico da participação da família na educação dos filhos no decorrer da história. No capítulo ll, desenvolvemos as palavras chave demonstrando a importância da participação da família em toda vida escolar do aluno, bem como a relação escola-família. No capítulo lll, apresentamos a metodologia, nosso lócus, sujeitos de pesquisa e os instrumentos usados para a realização deste trabalho. No Capítulo lV, organizamos a interpretação dos dados, analisando as falas dos sujeitos adquiridas na pesquisa com a finalidade de buscar respostas para
  • 2. 11 nossa inquietação. Nas considerações finais demonstramos nossa inquietação sobre a relação família- escola, a valorização da participação dos pais na vida escolar de seus filhos, pois acreditamos que este trabalho venha a ser significativo nas discussões que envolvem família e escola.
  • 3. 12 CAPÍTULO I 1. PROBLEMATIZAÇÃO Desde séculos passados confiamos a educação de nossos filhos aos mestres-escolares, antiga denominação dos professores da época, que ensinavam a ler e a escrever em troca de alimentos e outras coisas, ficavam nas praças que era o cenário onde desenvolviam seu trabalho. A sociedade foi tornando – se mais complexa e com isso houve a necessidade de uma instituição própria. Assim foram criadas as primeiras escolas, que de inicio abrigavam alunos oriundos de classe média pautada no modelo de ensino particular. Sendo privada a escola não era acessível para a camada popular que por sua vez era muito carente deste instrumento libertador; nesse período somente os abastados tinham acesso ao conhecimento. Esse modelo gerava monopólio e desta forma garantia os privilégios da classe dominante. Suas imposições não encontravam resistência por parte daqueles que permaneciam excluídos do processo. Isso não significa que a classe popular era desprovida da educação, pois a mesma tinha como base a educação familiar que era transferida às gerações vindouras. Como já sabemos é nas famílias que o individuo recebe sua primeira educação, porém alguns pais, por diferentes situações transferem para a escola esta responsabilidade. Na sociedade contemporânea a escola tem sido uma instituição com grande carga de responsabilidade na educação de crianças e jovens. Porém os professores reclamam reivindicando uma maior participação da família nesta educação. Para Nérici (1972): A escola existe para complementar a ação educativa do lar, na sua tarefa e preparar novas gerações para p exercício pleno da cidadania. Atende também a sociedade, colaborando na formação do tipo de cidadão que mais convém à sua sobrevivência e desenvolvimento (p.194).
  • 4. 13 Muitas famílias deixam seus filhos à própria sorte e carentes da atenção familiar, mas a educação familiar é referência e apoio para os educadores que viabilizam, através da escola a formação das crianças. O modelo da educação atual necessita do acompanhamento das famílias em todo o processo, visto que a escola isolada não conseguirá muita coisa, pois está sobrecarregada. A divisão de responsabilidades além de ser justa facilita o aluno em seu aprendizado e em sua formação integral. Reafirmamos que quanto maior a participação da família na escola maior será o rendimento educativo do aluno e diminuem-se os conflitos gerados pela assunção de responsabilidades. A cobrança dos profissionais de educação é legítima, pois no cenário atual eles estão acumulando funções que por sua vez trazem atrasos significativos para a educação e reflete nos alunos principalmente aqueles oriundos de famílias desestruturadas, que convivem com a violência familiar e que trazem esta problemática para a escola. Ao educador cabe, então um papel educativo mais amplo para o qual não está preparado ou que não dispõe de tempo para uma ação mais eficaz junto ao aluno. Com isso, não queremos afirmar que o fracasso do aluno é culpa da família mas, em casos de alunos agressivos com os colegas e com os professores, desinteressados dentre outros comportamentos, algumas vêm refletir os conflitos familiares e muitos até tentam encontrar ajuda no professor que por sua vez sente- se impotente com determinados situações que fogem de seu domínio. Alguns diretores escolares são unânimes em afirmar que as reuniões organizadas nas escolas onde os pais são convidados a participar, para juntos discutirem melhorias, expor dificuldades, sua provável causa e apontar possíveis soluções. Há uma ausência elevada dos pais, isto é, poucos comparecem, e outra parte ignora esse contato e alguns usam a escola simplesmente por obrigação para não perder o beneficio dos programas sociais mantidos pelo governo. Mas muitas famílias são preocupadas com a educação dos filhos nos dois aspectos, acompanham, participam atentamente e as que têm algum recurso investem pesado na formação e na qualidade educacional de seus filhos no ensino
  • 5. 14 privado que é conseqüência do deficiente sistema público, que pouco se investe e não valoriza o profissional da educação. Esta falta de qualidade da educação pública decorre da situação social- econômica e política de uma sociedade que coloca em questão uma prática educativa meramente adaptadora ao modelo de sociedade vigente, com contornos desiguais e meramente reprodutora. Com a pouca contribuição do ambiente familiar para a formação dos alunos, esse quadro de baixa qualidade ainda se torna mais grave, pois é dentro do lar que valores e os bons costumes, ou seja, a formação de caráter do cidadão acontece e é responsabilidade da família. Sobre isso Aranha (1996) diz que: Em Roma antiga não havia instituições publicas de ensino, as crianças e jovens eram educados no dia-dia a partir do convívio social sob a proteção do pai. Era a figura paterna que possuía a dever de educar a criança ou o jovem através da experiência, naquilo que a mesma teria de fazer ao crescer (p 72). A educação familiar é a primeira que conhecemos e através dela vimos um horizonte de oportunidade e sonhos e nossos pais são os primeiros professores que temos. O ensino familiar bem fundamentado tem papel importante e irá refletir no comportamento do ser humano e é o maior tesouro que os pais podem deixar para seus filhos. Os laços escola-família podem ser mais fortes. A família deve tornar-se presente na escola, pois é nela que o aluno permanece boa parte de seu tempo. A escola é o segundo lar e os que nela trabalham , são nossa segunda família, pois todos estão imbuídos na tarefa de acolher e educar. O estreitamento dessa relação possibilita dentre outros coisas o fortalecimento que facilita o desenvolvimento escolar e moral da criança. Uma iniciativa que deve ser destacada é a implantação e implementação dos conselhos escolares que funcionam como força auxiliar no sentido de discutir e opinar sobre a melhoria da educação dos filhos, aproximando escola e família. É importante, pois além de contribuir nas decisões da escola, também serve como
  • 6. 15 forma de atrair a família do aluno para a vivência no espaço escolar. Para Sampaio (2004): A família e a escola são essencialmente os pólos referenciais para a formação dos seres humanos. Esta parceria exige a mobilização da escola para que possa garantir a participação dos pais na sua dinâmica relacional e filosófica, política e pedagógica (p12). O processo pedagógico ganharia maior solidez, se acompanhado pela instituição familiar; os resultados seriam alcançados de maneira rápida e mais a contento. A presença familiar na escola contribuirá para uma melhor formação das crianças. Não seria somente no final do ano letivo, quando pais invadem as escolas para questionar apenas, sobre os resultados negativos de seus filhos. Diante da problemática apresentada nossa inquietação é conhecer: a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. Atualmente nos meios sociais, a família espera da escola uma educação impecável, entrega seus filhos a ela, não os acompanha e gradativamente vão culpando a instituição escolar pelo mau comportamento e o declínio dos valores morais. Faz–se necessário que as duas instituições, família e escola, mostrem para o aluno a função de cada uma delas. Isso facilita na hora de a criança buscar suporte para suas carências. Assim nosso objetivo de pesquisa é: analisar a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. Portanto, esse trabalho traz reflexões importantes na perspectiva de, junto aos professores conhecer a relação escola-família. Destacamos que essa participação deve ser efetiva e já podemos identificar alguns resultados positivos, nas escolas que abriram as portas para as famílias porque sentiram essa necessidade. Vemos que o ambiente influencia bastante na educação da criança e sabemos que as famílias enfrentam seus problemas em cada fase do desenvolvimento da criança. Durante o processo educacional, o educando enfrenta dificuldades em cada fase da sua vida, nela ainda faltam discernimento em
  • 7. 16 diferenciar o certo e o errado, então a família fazendo-se presente em todos os momentos na vida da criança mais difícil será esse educando seguir o lado oposto.
  • 8. 17 CAPÍTULO II 2. QUADRO TEÓRICO: EXPLORANDO CONCEITOS A partir da nossa problemática cuja pesquisa traz como objetivo: analisar a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos, procuramos alguns aportes teóricos para poder ajudar a responder nossas indagações e discussões. Diante disso, trataremos nesse capitulo os seguintes conceitos chaves: Família, Participação e Relação Escola-Família. 2.1 FAMÍLIA É no seio familiar que o sujeito se prepara de acordo com os padrões culturais e sócio-históricos para atuar na sociedade. Nesse sentido, é interessante realizar um estudo sobre as influencias da família no processo de aprendizagem e sobre como se dá ou não o processo de articulação metodológica. A família constitui-se como referencial fundamental para a formação do educando e é nessa articulação que a educação acontece de forma insubstituível. A família é o local primeiro da formação dos indivíduos e através dela são construídos os primeiros referênciais que se constituirão na base do desenvolvimento integral dos indivíduos. Para Nobre (1987), a família é: (...) um sistema aberto em permanente interação com seu meio ambiente interno e/ou externo, organizado de maneira estável, não rígida, em função de suas necessidades básicas e de um modus perculiar e compartilhado de ler e ordenar a realidade, construindo uma história e tecendo um conjunto de códigos (normas de convivências, regras ou acordos relacionais, crenças ou mitos familiares) que lhe dão singularidade (p.118-119). A família, especialmente os pais, ocupam um importante papel na mudança de comportamento de seus filhos. Ela intervém no desenvolvimento humano do indivíduo, na relação com o meio natural e social. Desse modo, a postura dos pais, sua contribuição, suas ações são um reflexo para seu filho no decorrer de todo o processo de desenvolvimento. A família, como toda instituição social, apesar dos conflitos é a única que engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal; é nela que a criança adquire suas primeiras experiências educativas, sociais e
  • 9. 18 históricas, que a criança aprende a se adaptar às diferentes circunstâncias, a flexibilizar e a negociar. A partir da base formadora adquirida na família as crianças complementam sua formação na escola e isso aponta para a importância de uma relação entre essas instituições no processo de desenvolvimento das crianças e adolescentes em fase de escolarização. Quanto a isso Tiba (1996) nos afirma que: “cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um têm suas características psicológicas e pessoais” (p.121). No ambiente familiar, o modo de ser do sujeito pode ser aprendido por meio de imitações, de significados atribuídos às determinadas situações que se dão na convivência via discurso das pessoas da família ou via comportamentos. É na família, que a criança aprende a se relacionar com o outro, que aprende mitos, crenças e valores que traçam seu perfil como pessoa. A família tem maior responsabilidade na educação dos indivíduos, por estar em constante contato em sua casa e em cada fase da formação e desenvolvimento. Sabe-se que na atualidade, a família assume uma função social voltada para atender as exigências do mercado de trabalho, pois a política vigente, globalizada, direciona a ação familiar. Porém mesmo com essa emergência os pais ainda ocupam grande parcela de poder de decisão na educação de seus filhos. É na família que a criança mantém os contatos mais íntimos, já que é o primeiro grupo social a que ela pertence, devendo a família juntamente com a escola, desenvolver o processo educacional. A família é o primeiro espelho da criança, onde ela aprende a se ver, a descobrir seu lugar no mundo, aprende que o homem e a mulher exercem papéis diferentes na educação doméstica. Sendo assim, dependendo das expectativas sociais, a família recebe apoio de outras instituições sociais e assume inúmeras funções como: a função de identificação, de socialização, de transmissora de hábitos e atitudes, de conhecimento e atitudes necessárias para a participação na sociedade. A família assume função diferente da escola, tem que dar acolhimento a seus filhos num ambiente estável e de respeito mútuo. Ela ocupa papel importante na vida escolar dos filhos, e este não pode ser desconsiderado, pois consciente e intencionalmente
  • 10. 19 ou não, influenciam no comportamento escolar dos filhos seja por questões econômicas, pessoais, de relacionamento, de amadurecimento dos pais ou separação. Mesmo estando passando por freqüentes reformulações em sua estrutura básica a família não perdeu seu nível de importância social e apenas tem tentado adequar-se aos desafios que a sociedade lhe impõe. Para Battaglia (2002): (...) Cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que dele participam. (p.07). Por outro lado, a educação em si, não se reduz somente às influências do ambiente familiar, o aluno está em constante interação social, seja no bairro, ou na vizinhança, entre outros, deve haver uma articulação da realidade cultural e sócio- econômica do sujeito com a realidade sociocultural mais ampla. Pois se a aprendizagem no sentido amplo ocorre durante toda a vida da criança, independente do ambiente em que se encontra, o aprender abrange aspecto de nossa vida afetiva e valores culturais. Nesse sentido, deve a família participar efetivamente desse processo de aprendizagem, com o intuito de consolidar a formação integral do indivíduo, mas as mudanças na estrutura familiar tem sido um ponto de grandes questionamentos na sociedade atual. Para Falcão (2007). (...) a Família foi perdendo seus principais atributos, de tal forma e com tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim. Atualmente, observa-se que não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma estruturação familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais que trabalham por uma necessidade de sustentar família e os que deixaram de estudar antes mesmo de serem alfabetizados... (p.07) Esta nova realidade familiar vem ocasionando grandes problemas na educação das crianças, principalmente na escola: alguns pais apresentam uma postura contrária à educação, não estimulando a escolarização dos seus filhos. Outros, imbuídos da expectativa de satisfazerem seus desejos de estudar não alcançados e de superar a condição social em que vivem, transmitem conselhos, valores e costumes familiares em relação aos estudos, que nem sempre são aprendidos pelos filhos que em alguns casos, acabam apresentando comportamento de resistência. Por outro lado, existem conflitos entre família devido às diferenças de
  • 11. 20 classes sociais, valores, crenças, hábitos de se interar e de se comunicar. Isto é, a família, muitas vezes tem modelos de comportamento e de pensar diferente uma da outra isso é claramente observado na convivência diária entre colegas, mas o necessário é que os pais se preocupem em acolher seu filho e educar de acordo a sua própria identidade, mas de olho no desenvolvimento moral e intelectual independente da classe social, sem desvalorizar a sua. A família, como instituição, tem o papel de reprodução social, no contexto geral em que se insere, transmitindo herança cultural de geração a geração. Seu papel como veículo de transmissão de diferentes formas educativas ainda tem sua importância assegurada, pois é ela que solidifica a base da educação primeira das crianças para prepará-las para a vida futura. Para Durkheim (1996). A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial que a criança particularmente se destine (p. 111). Na relação com os pais, essa transmissão se dá de forma mais efetiva, através do diálogo e não da imposição. A educação familiar é decisiva na formação dos indivíduos, na construção de sua identidade que se mantém em processo de construção ao longo dos anos e que dependendo da base em que foi apoiada trará resultados positivos para a vida individual e social. Isto porque a educação existe de várias formas, e é praticada em diferentes situações que se não forem bem definidas objetivamente torna-se sem valor. Ela se dá também através das experiências de vida em diferentes situações de trocas entre as pessoas, envolve trocas de símbolos, bens, poderes e crenças. Sendo assim, reafirmamos que o papel da família é decisivo no sucesso educacional das crianças, pois ela, mesmo sob influencias externas, consegue construir conceitos que servirão para o sucesso ou insucesso por toda a vida. 2.2 PARTICIPAÇÃO De acordo com o dicionário, participação é o ato ou efeito de participar, estar presente e desenvolver ações relativas. Na educação significa um processo que visa o acompanhamento do educando em todas as fases das práticas educativas. Como
  • 12. 21 é sabido o desenvolvimento pedagógico é complexo por si, a participação maciça e ativa na educação dos filhos previne e corrige muitas falhas deixadas durante o processo, pois a educação não se dá de forma isolada, mas no diálogo, na co- responsabilidade e participação entre os agentes envolvidos neste trabalho educativo. A esse respeito, Sampaio (2004) afirma que: A formação de um indivíduo exige sintonia e parceria entre os núcleos familiar e escolar. Para que a linguagem da escola seja ouvida na família é necessário que os pais participem e tenham consciência da educação que os filhos estão recebendo e possam dar parcela de contribuição (p.139). Discute-se muito a qualidade do ensino na educação, um novo modelo que venha revolucionar o ensino tradicional e supere as expectativas. Muitos acreditam que essa fórmula mágica é encontrada no ensino privado e quem pode migra para ele; cremos que não é bem dessa forma e nada disso teria valor e nem surtiria o efeito esperado se não houver a participação daqueles que têm interesse no sucesso educativo: família, professores e educando. Não basta só lançar o aluno em sala de aula, dar suporte e deixá-lo solto à mercê de dúvidas e confusões que podem desmotivá-lo e distanciá-lo do processo educativo. A participação é uma forma de mostrarmos que estamos levando com seriedade e importância o modo pelo qual os alunos são educados e nossas expectativas pelo resultado desse trabalho que feito com responsabilidade transforma-se em entretenimento para os componentes. A participação também favorece um contato mais próximo entre ambos, professores, famílias e educandos. Para Moreira (1994) Tendo mais e mais famílias participando do seu cotidiano, podem as escolas objetivamente as condições de vida familiar, sem adotar uma nova postura, não culpá-los pelo fracasso do rendimento escolar de seus filhos, permitindo a construção de um ambiente de total cooperação (p.28). A falta de participação na esfera familiar pode ser causada dentre outros fatores, por compromissos e responsabilidades dos pais, por se ausentarem do lar para trabalharem e garantirem o sustento da família. Por conta disso são obrigados a eximir-se da responsabilidade de participar da educação dos filhos. Entendemos essa situação e lamentamos muito, mas a condição não deve ser usada como
  • 13. 22 percalço para fugir de suas atribuições. A participação transmite valores e conceitos que os filhos se apegarão, porque os filhos tendem a se espelharem nas pessoas próximas a eles, em geral, são os pais. Sobre o tema Paro (2000) argumenta que: [...] hoje os alunos esperam tudo da escola; não só o conhecimento, mas a alimentação; eles esperam o amor, eles esperam o carinho, eles esperam a atenção...acho que alguns vêem a escola como uma instituição onde os filhos podem encontrar o conhecimento, a formação para uma vida melhor, mas outros usam a escola simplesmente para ter liberdade maior em casa. Deixar o aluno com alguém, o filho com alguém [...] (p.57). A participação da família é fundamental no processo educativo do indivíduo, quando há satisfação das necessidades emocionais e sociais dos filhos. Dependendo das condições do meio e das relações existentes entre a criança e os colegas, substituir a responsabilidade dos pais para outra instituição pode ajudar o desenvolvimento pessoal da criança do que na convivência com uma família mal estruturada, mas sem dúvida, essa substituição priva a criança de experiências de relacionamento afetivo familiar que são essenciais para construção da identidade. Assim, a família que transfere suas responsabilidades para outros meios externos, acaba perdendo a oportunidade de corrigir suas próprias falhas, além de deixar a criança confusa, essa forma não contribui para a escolarização dos filhos. O ideal é que se desenvolva um trabalho envolvendo cada família em questão, uma relação recíproca, pois as influências dos dois meios são importantes para a formação de sujeitos. Nesse sentido, a família deve realizar um trabalho no interior do lar Para que o filho supere as diversas situações difíceis como a ausência dos pais, as dificuldades financeiras e outros, levando o filho a dar continuidade aos estudos, pois a formação adquirida no interior da família, a imagem de pais sérios, honestos e trabalhadores favorecem no desempenho escolar dos filhos e nos seus comportamentos escolares. Conforme Brandão (1982): “a educação existe sob tantas formas e é praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível. Fazendo-nos, compreender que a vida é essencialmente educativa” (p.12). A participação é a ferramenta que deve ser utilizada pelas famílias para uma contribuição efetiva no processo de formação integral das crianças visto que, como
  • 14. 23 extensão da família, a escola é o ambiente natural para esta formação. 2.3 RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Ao longo dos anos vimos sentindo a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família de seus alunos. Ela é uma instituição que auxilia a educação familiar e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de filhos e alunos. O espaço escolar não deve viver sem a família e nem a família viver sem a escola, pois uma depende da outra na tentativa de alcançar melhores resultados na formação das crianças e jovens. Um resultado que faz a diferença na educação é a aproximação dos pais na escola dos filhos, essa será um recurso que irá ser utilizado no desenvolvimento de técnicas que darão um maior rendimento escolar. A convivência e o relacionamento familiar são fatores fundamentais para o desenvolvimento e a inserção da criança no ambiente escolar e no mundo, o alinhamento do professor com as famílias é decisivo para o rendimento social do aluno. Na questão Nérici (1997) pontua que: (...) A influência da família, no entanto é básica e fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de substitui – lá. (...) O processo educativo deve conduzir a responsabilidade, liberdade, critica e participação. Educar não como sinônimo de instruir, mas de formar, de ter consciência de seus próprios atos. (p.12). A construção dessa relação deve partir dos professores visando com essa aproximação que a família esteja mais preparada para ajudar seus filhos na medida em que, ao conhecer a ação educativa escolar, o acompanhamento do desempenho dos filhos será mais eficaz. Promover a família nas ações dos projetos pedagógicos significa multiplicar conhecimento a seu favor, a própria família deve articular de maneira segura, metodologias com temas atuais que estão em pauta todo o momento e vão servir de embasamento para que o desenvolvimento social se concretize por meio de práticas pedagógicas efetivas. Por outro lado sabemos que a ausência dos pais no ambiente escolar dos filhos causa um prejuízo talvez irreparável no ensino que é para toda a vida do aluno.
  • 15. 24 Em qualquer situação a família interagindo com os mestres de seus filhos pode significar muito para o educando e esse entendimento pode e deve ser recebido de forma positiva durante todo o processo educativo. Em toda forma de educar seja ela intencional ou não, temos que tirar proveito absorvendo o que há de melhor. Para haver esse processo os três componentes: professores, alunos e pais têm que estar engajados na causa já que o aprendizado é individual: O professor é mediador do conhecimento; o aluno maior responsável em assimilar esse conhecimento e os pais são a base inicial desse processo educativo. Algumas famílias sentem-se impotentes ao receberem notícias negativas sobre seus filhos, não sabem lidar com tal situação e isso acontece porque a família não está sintonizada com a escola. Nérici(1997) argumenta que: Poucos são os pais que acompanham a educação de seus filhos, prestigiando e entrando em contato com ela na tarefa em que ambos são responsáveis. É lamentável esta falta de colaboração e alinhamento da família com relação ao trabalho da escola (p.12). A família pode exercer grandes influências no trabalho do educador por que é através dela que o professor conhecerá a realidade dos alunos e poderá educar melhor seus filhos por isso, essa relação deve ser constante e igualitária para todos. A relação da comunidade escolar com a família estreita os laços dessas duas instituições além de enriquecer as oportunidades educativas e os recursos pedagógicos aspirando uma melhor qualidade educacional, para isso devemos aprender a respeitar os direitos individuais e coletivos. As famílias têm muito a oferecer, pois todas são dotadas de peculiaridades e diferentes ações. Depois da família é a escola que ainda continua sendo um espaço de desenvolvimento educativo e nesse aspecto a escola deve repensar sua forma de educar deixando de lado as reproduções em sala de aula, importando-se também em formar educadores para que estes saibam lidar com os desafios diários. É preciso que este espaço dê liberdade para a manifestação de pensamento de todos os envolvidos no sentido de refletir sobre as ações educacionais para que se possa inovar a partir de novas visões supervisionadas pelo educador. Queremos uma instituição onde o educando atue como sujeito, um lugar concreto e eficiente na formação de cidadãos operantes na conjuntura social. Assim confirma Gadotti (2000): “Independente de sua história e
  • 16. 25 dos variados conceitos, a escola além de transmitir conhecimentos deve também preocupar-se com a formação global dos alunos numa visão onde o conhecimento e o intervir no real se encontrem” (p.120). Para auxiliar a melhoria da educação a escola deve estabelecer alternativas em equipe com as famílias dos educandos no sentido de promover e confrontar situações adversas que enfrentam durante o processo educativo em sala de aula. Essa relação com as famílias visa incluir o aluno em todo o processo ininterruptamente. Se uma criança está envolvida diariamente em um ambiente agressivo tenderá a se portar dessa maneira; da forma contrária age uma criança que vive em um lar de muita tranqüilidade e carinho. Dessa forma, não existindo o lado afetuoso e relacional com a família o processo educativo é limitado aos conhecimentos adquiridos em sala de aula e se tornam incompletos para a vida. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a educação infantil (1998). Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa ajudar a criança a identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma adequada. Assim, cuidar da criança é sobretudo dar atenção a ela como pessoa que está num contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades. (p.25) No entanto, isto só será possível se a presença da família na escola promover as condições necessárias para a compreensão da realidade dos alunos com o intuito de ajudá-los no processo de crescimento, pois é por meio dessa relação que os seres humanos tendem a tornar-se mais compreensivos, conscientes e amorosos. Desenvolvendo o afeto em si a formação é mais completa, sem esse sentimento a humanidade não teria se desenvolvido ao longo dos tempos. Para as crianças e os adolescentes as referências são os membros familiares e fora deles a escola. Postura, gestos, e palavras toda essa conjuntura proporcionará o desenvolvimento do caráter da criança. A direção escolar também exerce um papel importante na relação escola- família e deve ter dinamismo e motivação para a participação de todos. Ela necessita estimular, valorizar a produção de cada indivíduo, precisa ser uma figura presente, referência em personalidade, respeito às relações interpessoais, inclusive
  • 17. 26 nas situações em que necessitam de ajustes para dar sequência ao processo educativo. Exercer liderança na comunidade atrai a família e outros setores sociais para dentro da escola despertando, nos envolvidos o sentimento de responsabilidade. A relação da família com a escola fortalece e mostra que a escola está cumprindo sua missão que é de auxiliar e não a de substituí-las na educação dos filhos. CAPÍTULO III
  • 18. 27 3. METODOLOGIA Partindo do pressuposto de que a ciência nasceu da razão e da verdade a metodologia é um ramo de lógica que se ocupa dos métodos que são utilizados nos distintos tipos de pesquisas. Assim Garcia (2003) afirma que: [...] A metodologia de pesquisa é completamente interessada nos processos que buscam, simplesmente, mudar o mundo. Indagando os processos permanentemente produzidos nas relações sociais para ofuscar e ocultar as múltiplas dimensões da realidade e do ser humano, a pesquisa amplifica as possibilidades de interpretação e compreensão do cotidiano e vai encontrando meios para melhor compreender a complexidade humana. (p. 128) A pesquisa é um estudo minucioso pautado na realidade que visa descobrir, aperfeiçoar dados, ou somar informações atuais às já existentes com o objetivo de tornar explicita alguma coisa nova ou recentemente descoberta. Entretanto para ser realizada uma pesquisa é interessante que confrontemos os dados com as informações coletadas com o conhecimento teórico desenvolvido para determinado assunto. Desta forma, a pesquisa teve como objetivo: analisar a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. 3.1 TIPOS DE PESQUISA Adotamos a pesquisa qualitativa, sendo este um conjunto de procedimentos para a coleta de dados, tendo como ponto de partida vivenciar idéias e práticas pedagógicas, permitindo assim uma relação direta do pesquisador com a situação estudada. Nessa intenção Ludke e André (1986) esclarecem que : “A abordagem qualitativa envolve a atenção de dados discretos obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo de que o produto se preocupa em relatar a perspectiva” (p. 11).
  • 19. 28 A pesquisa qualitativa se apresenta como uma alternativa bastante interessante enquanto modalidade de pesquisa numa investigação científica do problema humano e social. 3.2 LÓCUS DE PESQUISA Tivemos como lócus de pesquisa a Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, situada na Quadra C, caminho F S/N, Cassas Populares, Senhor do Bonfim-Ba. A escola possui 19 professores, funciona com aproximadamente 513 alunos, nos turnos matutino e vespertino, da Educação Infantil ao Fundamental I. Este lócus possui um espaço físico relativamente grande e conta com o prestígio da comunidade local. 3.3 SUJEITOS DE PESQUISA Os sujeitos da pesquisa foram dez (10) professores sendo 02 do sexo masculino e 8 do sexo feminino. Alguns destes professores atuam somente em um único turno, outros nos dois turnos. 3.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA A nossa pesquisa procurou utilizar meios adequados aos objetos de estudo, para buscar entendimentos em torno da problemática que tem como intuito conhecer a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. Os instrumentos escolhidos para a coleta de dados no propósito de alcançar o objetivo da pesquisa foram questionário fechado, a observação participante e entrevista semi-estruturada. 3.4.1 QUESTIONÁRIO FECHADO Diante da necessidade de coletar dados sobre o perfil dos sujeitos em seus aspectos sociais, econômicos e educacionais elaboramos e aplicamos o questionário fechado. Para Cervo (2007):
  • 20. 29 O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com mais exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central (p.53 Convém lembrar que, o questionário contempla características como gênero, idade, formação escolar e/ou acadêmicas, tempo de serviço docente e situação socioeconômica. Na definição de Lakatos e Marconi (l996) “o questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser responsáveis, por escrito e sem a presença do entrevistador” (p.201). 3.4.2 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Proporciona o momento do conhecimento da realidade e é nesse momento, por meio da observação participativa que se organiza elementos para a compreensão do que se quer identificar através da observação direta e da coleta de informações e dados sobre o objeto da pesquisa, buscando a compreensão dos “porquês” dos problemas e as possíveis soluções. 3.4.3 ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA Entrevista é o método mais utilizado em pesquisas qualitativas. Segundo Trivinos (1987) “a entrevista semi-estruturada tem privilégio na pesquisa qualitativa porque ao mesmo tempo em que valoriza a presença do pesquisador oferece liberdade aos entrevistados”. Nesse propósito, as entrevistas foram efetuadas com os/as professores a fim de ouvir a opinião destes a respeito da participação dos pais na vida escolar de seus filhos.
  • 21. 30 CAPÍTULO IV 4. ANÁLISE DE DADOS Os dados obtidos através da observação participante, do questionário fechado e da entrevista semi-estruturada serão objetos de análise neste capítulo. 4.1 O PERFIL DOS SUJEITOS 4.1.1GÊNERO Analisamos que em relação ao gênero 20% são do sexo masculino e 80% do sexo feminino. Esse fato nos mostra que as escolas ainda são compostas em sua maioria pelo sexo feminino, um fato que historicamente ainda permanece nos espaços escolares. FIGURA 1: GÊNERO 20 % Sexo Feminino 80 % Sexo Masculino Figura 1: Dados do questionário fechado Fonte: questionário fechado Ressaltamos que a presença de ambos os sexos dentro do espaço escolar facilita um melhor contato com a família dos alunos, pois tem pais que preferem dialogar com pessoas do mesmo sexo. 4.1.2 IDADE
  • 22. 31 Em relação à idade temos uma variação: 50% tem de 34 a 40 anos, 30% de 28 a 34 anos, 10% de 22 a 28 anos e 10% acima de 40 anos. Este quadro nos mostra que os professores além de ter experiência de trabalho também trazem consigo uma longa experiência de vida. FIGURA 2: IDADE 10% 10 % 22 a 28 anos 30 % 28 a 34 anos 50 % 34 a 40 anos Acima de 40 anos Fonte: questionário fechado Muitos deles já têm filhos e fica bem mais fácil compreender os dilemas dos pais, entender a necessidades de tê-los por perto, e isso facilita o diálogo entre ambos. 4.1.3 FORMAÇÃO 10 % 30 % Magistério 60 % Graduação Pós-graduação Fonte: questionário Fechado
  • 23. 32 Os dados pesquisados que estão à mostra na figura 3 nos apresentam um fato importante, 60%, ou seja, a maioria dos sujeitos pesquisados tem o nível superior, 10% já são pós-graduados. O bom nível de escolaridade é um fator importante para o exercício da profissão. Pois como argumenta Pereira (2000): (....) parece ser o papel do professor bem mais complexo do que a simples tarefa de transmitir o conhecimento já produzido. O professor, durante sua formação inicial ou continuada, precisa compreender o próprio processo de construção e produção de conhecimento escolar, entender as diferenças e semelhanças do processo de produção do saber científico e do saber escolar, conhecer as características da cultura escolar, saber a história da ciência e a história do ensino da ciência com que trabalha e em que pontos elas se relacionam (p. 47). O professor que tem uma boa formação possui também segurança de atuação, pois traz consigo base teórica para realizar uma excelente aula, principalmente quando ele tem uma formação específica. 4.1.4 TEMPO DE SERVIÇO Percebemos que quanto ao tempo de serviço 40% dos sujeitos pesquisados tem acima de 8 anos de atuação e os demais já se encontram acima de dois anos o que indica um nível de experiência profissional facilitador do trabalho educativo. FIGURA 4: TEMPO DE SERVIÇO 10 % 10 % 2a 4 anos 50 % 30 % 4 a 6 anos 6 a 8 anos Acima de 8 anos Fonte: questionário Fechado
  • 24. 33 4.2 PRESENÇA DOS PAIS NA ESCOLA Os professores dessa unidade de ensino só percebem a presença dos pais nas reuniões e no momento que vem trazer o filho ao portão da escola, sendo que 80% consideram que é nos momentos de reuniões que eles aparecem mais. Ressaltamos ainda, que segundo os professores 70% dos pais quando vem a escola procuram informar-se sobre o comportamento do filho, por exemplo, se está brigando com os colegas ou se está obedecendo a professora e apenas 30% dos pais está preocupado com a aprendizagem. Entretanto é importante que eles se preocupem com os dois, pois um aspecto influencia o outro. Os pais precisam estar sempre na escola tirando dúvidas sobre as atividades, sobre as dificuldades de seus filhos em determinado assunto, visto que alguns alunos levam atividades para casa e trazem de volta no outro dia sem responder, demonstrando a falta de cuidado dos pais para com o dia a dia do filho na escola. Para Rios e Libâneo (2009). O para casa pode proporcionar um momento de diálogo entre esses dois mundos. Pode ajudar a escola e as famílias a exercerem suas tarefas na educação, considerando as intercessões e as diferenças dos objetivos de cada um. Assim, essa atividade pode proporcionar a participação dos pais na vida escolar de seus filhos, na dimensão do processo de ensino- aprendizagem (p.44). Então as tarefas da escola para serem aplicadas em casa junto com os pais são importantes porque servem para manter o elo entre família e escola. 4.3 IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA Perguntamos aos professores sobre a importância da participação da família na escola, isto é a aproximação beneficia o desenvolvimento do ensino- aprendizagem dentro do espaço escolar Para os professores: Família e escola precisam caminhar juntas, pois a educação secundária só pode ser desenvolvida direcionada a educação primária (P1).
  • 25. 34 Sim. Família e escola precisam caminhar juntas tendo em vista a garantia da qualidade e do sucesso educacional (P3). Sim. Facilita o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, além de, colaborar com a comunidade escolar no processo como todo, principalmente com questões que envolvem valores, disciplina e participação (P4). Sim. Com a participação da família, a auto-estima do aluno é melhorada, o que ajuda na compreensão da importância de estudar e na definição de objetivos de vida (P7). Neste caso, é notório perceber na fala dos entrevistados a importância da parceria família-escola no processo escolar. Segundo Maranhão e Silva (2011): “A relação entre família e os profissionais inicia-se quando a primeira planeja dividir o cuidado e a educação de sua criança com uma instituição” (p.9). Cabe lembrar que a educação começa em casa, só em seguida vem a escolar, portanto, os pais não podem entregar essa responsabilidade somente aos professores como se a escola fosse um depósito, lá deixam seus filhos e só voltam ocasionalmente nas reuniões, mas eles precisam fazer parte também das decisões dos processos educativos e isto fica claro na fala dos entrevistados: Visitas e telefonemas para saber sobre a disciplina de seu filho na escola não é o suficiente, os pais precisam participar de todos os eventos, tantos os educativos, quanto os recreativos para que seu filho perceba que ele é importante em todos os momentos (P1). Participação efetiva em conselhos de classe, eventos, avaliações, etc. (P10). Participação não só nos eventos festivos, mas no dia-a-dia da escola (P3). Reuniões, visitas espontâneas quando julgar necessário, comemorações, acompanhamento em casa, participar dos projetos, decisões, dentre outros (P5). Estas colocações reafirmam a importância de um processo educativo co- responsável que se estenda para todos os mementos da ação da escola, tanto aqueles que acontecem em sala de aula como fora dela. Para os entrevistados, os pais precisam mostrar para os filhos que fazem parte da vida escolar deles, que estão preocupados com seu aprendizado, com a
  • 26. 35 dinâmica da escola e com as relações mais amplas que se processam fora do ambiente escolar. 4.3.1 MECANISMO DE INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO Ao serem perguntados sobre se existe algum estímulo da escola para atrair os pais, obtivemos as seguintes respostas: Nem todas as escolas exploram essa potencialidade, as escolas fazem reuniões bimestrais de pais (P7). Em algumas sim. O dia da família na escola e encontros de pais dentre outros incentivos (P9). Sim. Algumas datas comemorativas, reuniões bimestrais (P.5). Algumas escolas já se preocupam com esse aspecto e promovem reuniões, eleição de colegiado, projetos e eventos que envolva os pais (P.2). Diante das respostas dos professores fica evidente que a maioria das escolas ainda não mobiliza os pais a estarem presentes no espaço educativo, poucas estão preocupadas com essa participação. É importante ressaltar que nem um sujeito citou algum tipo de incentivo por parte da escola pesquisada, o que parece indicar um descompasso entre as preocupações dos professores e os objetivos da instituição escolar. No entanto é urgente que haja uma atitude mais efetiva da escola para motivar a participação dos pais. Conforme Gadotti (2007): A escola não pode mudar tudo e nem pode a si mesma sozinha. Ela está intimamente ligada a sociedade que a mantém. Ela é, ao mesmo tempo, fator e produto da sociedade. Como instituição social, ela depende da sociedade e, para se transformar, depende das relação que mantém com outras escolas, com as famílias, aprendendo em rede com elas, estabelecendo alianças com a sociedade, com a população (p.12). A escola muitas vezes só se preocupa em criticar os pais, mas ela mesma não faz seu papel de criar um elo entre escola, família e comunidade. 4.3.2 A FAMÍLIA PRESENTE INCENTIVA MUDANÇAS Segundo os sujeitos pesquisados a boa relação entre família e escola traz
  • 27. 36 para os educandos mudanças significativas em vários aspectos: É notório o desenvolvimento das crianças quando a família participa ativamente de todos os momentos na vida escolar (P1). Percebe-se que os alunos que tem esse acompanhamento tem um desenvolvimento significativo (P6). Os alunos se mostram mais comprometidos com os estudos (P3). Os alunos participam mais das atividades de classe (P8). Sentem-se importantes, valorizados e consequentemente estimulados a estudarem mais (P9). ‘ A participação dos pais influencia não só nas notas, como no comportamento também (P5). Na fala dos professores fica evidente que a necessidade de manter a família na escola é enorme, pois essa proximidade reflete a aprendizagem do educando, no comportamento e conseqüentemente na sua auto-imagem.
  • 28. 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS A educação é o principal instrumento que desenvolve todos os seres humanos e a escola ainda continua sendo o espaço onde todo o processo educativo se expande. Desde cedo nossos pais confiam na educação escolar, pois na escola somos recebidos de braços abertos pelos professores que ensinam praticamente tudo que sabem para nos preparar para a vida, é um trabalho complexo que exige profissionalismo e perseverança. A escola está sobrecarregada e os professores às vezes sentem dificuldades de acompanhar sozinhos o desenvolvimento de cada aluno, precisam de um suporte para continuar o processo. A instituição mais indicada para acompanhar o filho/aluno é sua própria família, o papel de educar também pertence a ela, a família deve participar efetivamente da educação dos filhos, inclusive nas definições de metas que irão ser alcançadas pelo aluno no futuro não muito distante. A escola não pode substituir a família na tarefa de educar, deve estar em consonância com ela, com a participação dos pais é possível construir uma forma eficaz de aprendizagem que atenderá aos anseios de uma sociedade cada vez mais exigente. É sabido que a educação escolar (formal) surgiu da necessidade de expandir a educação familiar (não-formal), a fim de preparar os indivíduos para a vida em sociedade. Se a escola surgiu para auxiliar a educação familiar, então por que muitas vezes parecem estar fora de sintonia? A família que é a maior responsável, pouco participa transferindo a tarefa de ensinar aos mestres. A abertura que a escola dá para as famílias surgiu da necessidade, de parceria entre ambas, pois em contato permanente com professores, a família saberá como anda o desenvolvimento do filho. Sua presença na escola também é importante para os professores não se sentirem isolados. O aluno acompanhado simultaneamente pela família e pelos professores não interrompe o processo educativo e o valoriza de tal forma que quer demonstrar para eles tudo aquilo que aprende de novo, além de conscientizar-se que a educação é para toda a vida. De acordo com o depoimento dos professores, exposto em nossa pesquisa,
  • 29. 38 não ficamos satisfeitos em saber que a participação da família que realmente está preocupada com o desenvolvimento educativo de seu filho, ainda é tímida, muito aquém do esperado. A maioria comparece, mas para reclamar de notas baixas, desentendimentos com colegas dentro do espaço escolar dentre outros fatores menos importantes em comparação ao acompanhamento educacional do filho. Alguns participam das reuniões de pais e mestres e poucos procuram saber se seu filho está fazendo parte do processo; alguns comparecem em datas comemorativas quando são convocados. Algumas atividades desenvolvidas pela escola não estão sendo o bastante para atrair as famílias, a escola precisa criar mecanismos que tragam a família para a escola com a intenção de acompanhar e ajudar em todo o processo educativo de seu filho. Diante de nossa análise entendemos que a família deve ter uma participação mais efetiva na escola, pois os professores sentem a ausência familiar na educação dos filhos e o reflexo negativo que isso pode acarretar no futuro deste indivíduo. A família é o ponto de sustentação para todos os seres humanos e juntamente com a escola nos dará suporte para enfrentarmos o mundo cada vez mais desafiador. Portanto dependemos muito dessas duas instituições no processo de formação integral dos indivíduos. Além disso, o aluno sendo acompanhado pela família na escola, a prática do trabalho coletivo torna-se menos complexa e os resultados são obtidos mais rapidamente, pois estimula-o a buscar constantemente novos conhecimentos. Enfim ratificamos todas as informações contidas nesta produção e acreditamos que este trabalho irá contribuir no processo democrático dentro da escola, promovendo uma reflexão sobre a participação da família na escola e a implementação de novos instrumentos que garantam essa parceria. Dentro dessa perspectiva o processo de co-responsabilidade e de co-participação coletiva promoverá uma transformação, tanto do papel da família, como da instituição escolar na formação dos indivíduos capazes de integrarem-se socialmente e exercerem seu direito de cidadania.
  • 30. 39 REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia e educação. 2 ed. Revista e ampliada. São Paulo. Moderna. 1996 (p.72). BATTAGLIA, Maria do Céu Lamarão. Terapia de família centrada no sistema. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <www.rogeriana.com/battaglia/mestrado/tese02.htm> acessado em 17 de fevereiro 2010. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção Primeiros Passos). BRASIL, Secretaria de Educação. Referencial Curricular Nacional. Brasília: MEC/SEF, 1998. . CERVO, Amado Luis. Metodologia cientifica/Amado Luis Cervo, Pedro Alcino Bervian, Roberto da Silva _ São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 11ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. FALCÃO, Djalma. Desafio da família: como formar líderes. In Revista da Escola de Pais nº28. Seccional de Salvador. Desafios da família. Salvador: Publigraf, 2007.p. 07 GADOTTI, Moacir Romário José Eustáquio. (Org). Autonomia na Escola, Princípios e Propostas. 3 ed. São Paulo: Cortez (Instituto Paulo Freire), 2000. (Guia da escola cidadã VI). GARCIA, Regina Leite. Método, métodos e contra método. São Paulo, 2003. __________. A escola e o professor: Paulo Freire e a paixão de ensinar. 1ª.ed. São Paulo: Publisher Brasil, 2007. LUDKE, Menga; ANDRÉ Marli E. D. A. A pesquisa em educação. Abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
  • 31. 40 MARANHÃO, Damaris Gomes; SILVA, Conceição Vieira. A interação da creche e da pré-escola com a família. In: MEC. saúde e bem estar na educação infantil. Revista Pátio Educação Infantil, nº26, RS: Artmed, Jan/Mar, 2011. MARCONI, Maria de Andrade: LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico; procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projetos e relatórios, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 1996. MOREIRA, Josecler. Família-Escola Principal elo de Educação. Disponível em: <www.socialtec.com.br>, acesso em 13-01-2012. NÉRICI, Imideo Giuseppe. Lar, escola e Educação. São Paulo, Atlas, 1997. NOBRE, L. F. Terapia familiar: uma visão sistêmica. In. Py, L A.et all. Gruppo sobre grupo. Rio de Janeiro. Rocco, 1987. PARO, Vitor HENRIQUE. Qualidade do Ensino: A contribuição dos Pais. 6 ed. São Paulo: Xamã. 2000. PEREIRA, Júlio Emílio Diniz. Formação de professores: pesquisas, representações e poder. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. RIOS, Zoé; LIBÂNEO, Marcia. Da escola para casa: alfabetização. Belo Horizonte: RHJ, 2009. SAMPAIO, Dulce Moreira. A Pedagogia do Ser: Educação dos Sentimentos e dos Valores Humanos. Petrópolis RJ: Vozes, 2004. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. - 1ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996. TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.