A igreja em Corinto precisava de uma liturgia para organizar seus muitos dons e ministérios de forma a evitar excessos e promover a adoração de todos. Paulo ensinou que a liturgia deve ter como base o louvor a Deus, a coletividade e a organização.
1. Data:011dedezembrode2016
A forma do Culto
Lição 11
4º trimestre de 2016
Título: Em Espírito e em
verdade — A essência da
adoração cristã
Comentarista:
Thiago Brazil
EM ESPÍRITO E
EM VERDADE
5. Agendadeleitura
SEGUNDA - 1 Co 11.34
A necessidade de ordem no culto
TERÇA - 1 Tm 2.8
A oração e o culto a Deus
QUARTA - Ef 5.19
O louvor como parte de nosso culto
QUINTA - Cl 3.16
A pregação da palavra como um momento do culto
SEXTA - 2 Co 9.13
A administração de ofertas no culto
SÁBADO - Cl 2.18
Cuidado com os falsos cultos
6. Objetivos
DEFINIR e
problematizar o
conceito de liturgia.
ANALISAR o problema
envolvendo a liturgia
entre os coríntios.
APRESENTAR os
desafios envolvendo a
liturgia na Igreja atual
7. TextoBíblico
1 Coríntios 14-26-33
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina tem
revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
27 E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou. quando muito, três, e por sua vez, e haja
intérprete.
28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.
29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
30 Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam
consolados.
32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
8. Introdução
Nesta lição, estudaremos questões como: existe uma liturgia ideal?
Liturgia, formalismo e fanatismo; culto à forma X culto a Deus.
Estudaremos a respeito da natureza, necessidade e lógica da liturgia,
compreendida como conjunto de procedimentos públicos que
orientam o culto a Deus.
10. O que é liturgia?
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O termo “liturgia" é derivado de um vocábulo do mundo político da Grécia
Antiga, que foi incorporado ao contexto religioso. Definia-se como liturgia o
trabalho que um cidadão exercia em beneficio da coletividade. Tal atribuição
não era percebida como um encargo, mas com uma honra. Ações como
serviço militar, responsabilidade em cargos políticos, construção de bens
públicos, todos eram concebidos como liturgia. Quando introduzida no
campo religioso a palavra passou a designar a organização dos elementos
cúlticos com a finalidade de prestar adoração e louvor a Deus de forma
coletiva e saudável. Em o Novo Testamento textos como 2 Coríntios 9.12:
Filipenses 2.17 e Hebreus 8.6, utilizam o termo que é traduzido,
respectivamente, como administração, serviço, ministério Pode-se assim
notar que a liturgia não tem um fim em si mesma, mas tem como objetivo
contribuir para que cada elemento do culto cumpra seu papel principal, que é
colaborar na adoração.
11. O QUE COMPOE A LITURGIA?
Oração (At 12.12; 16.16)
Cânticos (1 Co 14.26; Cl 3.16)
Leitura e exposição da Palavra de Deus (Rm 10.17; Hb 13.7)
Ofertas (1 Co 16.1,2)
Manifestações e operações do Espírito Santo (1 Co 14.26-32)
E bênção apostólica (2 Co 13.13; Nm 6.23-27).
12. Quem precisa de liturgia?
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Se vivemos em comunidade é natural que em determinado momento surjam
as divergências. Elas não são necessariamente fruto do pecado ou da
influência de Satanás, mas produto de nossas singularidades. Essa natureza
multifacetada da humanidade repercute no corpo de Cristo, assim como nos
ministérios que exercemos nele (Ef 411: Rm 12.6-8). Diante dessa condição
própria da humanidade, o desenvolvimento de um conjunto de princípios
para a organização do culto é absolutamente necessário. Sem um
ordenamento mínimo qualquer organização humana toma-se caótica, até
mesmo a adoração a Deus Deste modo, por melhores que sejamos ou mais
espirituais que nos achemos, todos necessitamos de limites e sinais que nos
apontem até onde podemos ir.
13. Quais os fundamentos de uma liturgia.
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O primeiro fundamento da liturgia é o louvor a Deus. Tudo o que acontece no
culto deve exaltar e bendizer ao Pai, logo, se algo é realizado sem tal
finalidade deve ser suprimido da devoção coletiva. A segunda razão de ser da
liturgia é a coletividade, isto é, tudo que envolve o processo de organização
do culto deve visar o bem comum, jamais o interesse individual. Por isso,
gostos e preferências particulares precisam ser deixados de lado. O culto é
organizado para glória de Deus e alegria de todos os adoradores (Sl 32.11;
68.3). O terceiro elemento da liturgia é a organização; a aplicação da liturgia
deve permitir que participação no culto seja inteligível a todos. Não há nada
indiscernível ou misterioso no culto; tudo o que acontece deve promover
uma adoração racional.
15. Corinto, uma igreja de excessos.
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A igreja em Corinto espelhava a comunidade na qual estava inserida: cheia
de exageros e imoderação (1Co 4 8; 5,6) Não que aquela comunidade fosse
apenas um reduto de pecados - apesar deles existirem (1 Co 5.1.2; 8.12) -
Mas, ao contrário, a graça de Deus fora derramada ali de modo especial (2
Co 74:8.7:3.8,14). Aquela igreja transbordava em bênçãos de Deus (1 Co 1.7),
esse talvez fosse o ‘bom problema" em Corinto: havia tantos dons. bênçãos,
milagres e ministérios, que se iniciou ali um choque de atuações e serviços;
enquanto alguns eram abençoados, outros eram atribulados (1 Co 14.17). Foi
algo tão sério que a comunidade chegou a partidarizar-se em torno de
algumas lideranças - as quais por sua vez possuíam características
ministeriais e carismáticas diferentes (1 Co 3.1-6). Diante desse abençoado,
mas problemático, excesso de dádivas, o que fazer?
16. A adoção de uma liturgia para edificação coletiva.
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Havia muitos talentos entre os coríntios (1 Co 14. 26). Per isso,
para o desenvolvimento espiritual de todos, era necessário a
adoção de um plano litúrgico para que as celebrações em Corinto
fossem edificantes para todos Logo, deveria haver espaço para
tudo, do louvor ao falar em línguas, passando pela profecia e pelo
discernimento de espírito. Um conceito chave, entretanto, era a
ordem, de modo que cada um, a partir de seu próprio
relacionamento com Deus e no desenvolvimento de sua
adoração, deviam colaborar, individualmente, para o
estabelecimento de um bom ambiente de louvor a Deus. A
desculpa de que o momento da adoração nos conduz ao
descontrole é inválida.
17. O principio do amor na estruturação da liturgia.
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Paulo deixa bastante claro que todas as regras comunitárias, operações
sobrenaturais, normas coletivas e manifestações espirituais precisam ser
mediadas pelo amor (1 Co 12.31). Nada deve ser feito por revanchismo,
sentimento de humilhação do próximo, ou narcisismo (1 Co 14.36). Cada
cristão daquela comunidade tinha o privilégio de exercer seus dons e
ministérios, desde que levasse em conta que a existência desses era para a
glória de Deus e serviço à comunidade. Sem a devida conciliação entre dons
ministérios e amor, a bênção de Deus pode tornar-se inválida (1 Co 14.19,23).
Não existe culto sem a manifestação de Deus, as operações espirituais sem a
mediação do amor tornam-se puro exibicionismo e espetáculo que somente
atrapalham o culto e afastam a glória de Deus.
19. O culto a Deus X o culto ao culto.
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A história é dinâmica, assim como o desenvolvimento do povo de
Deus. Durante o curso do desenvolvimento do plano divino sobre
a terra, o Senhor vem se utilizando de diversas estratégias para
auxiliar o seu povo no louvor: orientou a construção do
tabernáculo e do Templo. Exigiu sacrifícios de animais e agora
pede sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Se com Israel e a Igreja
Primitiva as formas de cultuar a Deus mudaram é natural que em
nossas comunidades algo também se altere, sem contudo, a
essência ser perdida.
20. O Formalismo..
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Formalismo é uma observância estrita a regras e formas,
e isso em algumas igrejas vem se tornando um problema
no momento do culto. Em alguns lugares, o culto é tão
mecânico que sua previsibilidade engessa a adoração. Em
outros casos, uma pessoa pode até não andar realmente
de acordo com os padrões de Deus, mas se ela seguir o
formalismo do culto, pode até ministrar a adoração. Isso
é errado! Pois, os adoradores verdadeiros mais do que
seguir regras, seguem uma vida de obediência a Deus.
Não existe fervor nas orações, que já se tornaram vãs
repetições. A forma como o culto é apresentado é muito
mais importante que o Deus que se pretende adorar. Ir à
igreja tornou-se uma tradição.
21. O perigo da falta de ordem.
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Semelhante a comunidade em Corinto, em várias
igrejas a abundância de dons, que deveria ser um
sinal de bênção, tem se tornado motivo de
tribulação. Em alguns lugares há tanto louvor que
não é possível ter pregação da Palavra já em
algumas comunidades o momento da oferta
tornou-se o centro do culto, ocupando a maior
parte do tempo Como faz falta uma boa e genuína
liturgia nestes lugares.
22. A importância da liturgia para o desenvolvimento da adoração a
Deus é algo que devemos continuamente reconhecer Todos somos
capazes de perceber quando a programação de um culto está mal
elaborada ou simplesmente não existe: isto porque essa
irresponsabilidade afeta coletivamente o louvor que se pretende
apresentar ao Senhor Busquemos a Deus com fervor, mas sempre
numa perfeita organização.
CONCLUSÃO
23. Horadarevisão
1. Explique com suas palavras o que é liturgia.
Resposta pessoal. (Sugestão: O conjunto de procedimentos públicos que orientam o
culto a Deus).
2. Por que a organização do culto por meio de uma liturgia se faz tão necessária?
Para que se evite discórdia no momento do culto a Deus, pois somos todos seres
únicos e por isso diferentes uns dos outros.
3. Quais os três fundamentos que justificam a natureza da liturgia?
Adoração, coletividade e organização.
4. Por que a igreja em Corinto enfrentava problemas se ela era abundante em dons e
ministérios?
Porque lhe faltava organização na administração dos dons, isto é, na liturgia.
5. Que perigos corremos quando não se adota uma liturgia básica para cultuar a Deus?
Exageros e excessos de um lado; manipulação, controle personalista e formalismo do
outro.