1. Os Três Baldes de Água de Elias
I Rs. 18.22:40
Três anos de seca consumiram da terra de Israel toda a sua vitalidade. E a próxima batalha na
guerra invisível para os corações do povo de Deus está prestes a acontecer. Deus envia Elias a
Acabe. No caminho encontra Obadias, ( cujo nome significa “servo de Deus"), um oficial da corte
que permaneceu fiel ao Senhor, arranja um encontro com o rei (vv.2-15). O caráter de Obadias,
estava em harmonia com o significado do seu nome. É notável que o rei o conservasse num cargo
tão importante a um homem a quem reconhecia como servo do Senhor.
Acabe sabia que este homem, que era tão fiel a Deus, também seria fiel para administrar os
assuntos da casa real.
Talvez você esteja pensando como é que Obadias poderia ser um adorador de Deus e ainda
servir à corrupta casa do rei Acabe?. Vamos então nos lembrar que Obadias foi capaz de usar sua
posição para salvar vidas de centenas de profetas. É fácil criticarmos aqueles que tem decisões
morais difíceis de tomar. Cada indivíduo deve ser guiado pelo senso próprio da liderança de Deus.
O que nos pode parecer ser “comprometimentos”, pode em vez disso, ser uma corajosa decisão
em seguir um caminho difícil e perigoso.
Nesse momento, Elias desafia Acabe para convocar os profetas de Baal e Aserá para uma
agora famosa competição no Monte Carmelo!. Interessante que antes do combate, o rei Acabe foi
procurar o profeta Elias para chamá-lo de perturbador de Israel!. Acabe sugere que Elias estava
tentando prejudicar Israel. Elias imediatamente, reverteu à acusação: era Acabe quem havia
prejudicado Israel ao adorar os deuses Baal e Aserá.
O rei foi ao profeta, não o profeta ao rei!
O rei sabia muito bem que Elias era leal e servia aquele que é maior que qualquer rei da
terra. Acabe pode perceber que naquele seu encontro com profeta, ele jamais concordaria em
entregar-se nas suas mãos. Podemos perceber que há um certo temor nas palavras do rei ao falar
com Elias, mesmo estando acompanhado por uma poderosa guarda pessoal de soldados...
enquanto o profeta só tinha a defesa de Deus!.
O rei e todos os dos seus reinos, precisavam saber que a desobediência dos mandamentos de
Deus, estava trazendo terríveis castigos a todos eles. Procuravam a boa vida, agora encontrariam a
morte; procuraram o gozo, iriam encontrar dores e desgraças; procuraram prosperidades e fama,
iriam encontrar dificuldades e ruínas.
Irmãos, ao longo da história, temos olhado para os 450 profetas de Baal apenas com ironia e
desdém. Porém, se não quisermos acabar como eles, cansados, feridos, desamparados,
envergonhados, desmoralizados e mortos, devemos olhar para a sua história com mais atenção,
pois, assim como nós o somos, eles também eram homens religiosos, zelosos e devotados!.
Esse confronto revela na realidade qual era o verdadeiro conflito em Israel. Não se tratava de
algo entre Elias e Acabe, mas sim de uma questão a ser acertada entre Elias e os profetas de Baal,
2. entre o verdadeiro Deus, e os falsos deuses.
Então Elias desafia Acabe para convocar os profetas de Baal e Aserá para uma famosa
competição no monte Carmelo. Os profetas seguidos por multidões de pessoas, vem de todo o
país (vv.16-19). Lá Elias conclama o vacilante povo de Israel para seguir ao Deus verdadeiro. O
povo deve ter se apresentado com estranhos pressentimentos. O Monte Carmelo, que antes
oferecia um belo panorama, com seus templos de ídolos e bosques florescentes, agora estava
desolado. Ali naquele monte consagrado aos santuários pagãos – uma vez tão belos e tão áridos –
esse monte iria tremer diante do profeta Elias!
O profeta propõe ao povo demonstrando a necessidade deles de abandonar a duvidosa
encruzilhada que se encontravam. Recusariam para sempre o Deus que os tinham estabelecido
como um povo separado, ou aceitariam a Baal como seu amo e senhor!. Era muito justa a prova
que Elias tinha proposto para decidirem, a quem deveriam obedecer: a Deus ou a Baal?.
Os sacerdotes de Baal também pretendiam demonstrar o poder de seus deuses fazendo
descer fogo do céu, e acreditavam que tinha poder sobre a chuva e a tormenta, que seus deuses
podiam até enviar do céu seus raios flamejantes.
Por que Elias molhou 3 vezes o altar? Talvez seja porque os profetas de Baal haviam
clamando ao seu deus por horas; enquanto que a oração de Elias ao Deus de Israel não durou mais
do que 20 segundos. Se, antes de orar, ele não tivesse molhado abundantemente o altar, talvez o
povo de Israel ficasse em dúvida quanto à origem do fogo que desceu do céu. Por isso, creio eu,
simbolicamente, que Elias estava jogando BALDES DE ÁGUA FRIA na idolatria.
O PRIMEIRO BALDE DE ÁGUA FRIA: Foi jogado para apagar a confiança do povo nos falsos
deuses.
Não é somente entre os idólatras que há falsos deuses; entre nós também há! Muitos,
literalmente, adoram a placa da sua igreja, pregadores, escritores e cantores evangélicos famosos,
"seu" ministério, prestígio pessoal, e são extremamente devotados aos seus "deuses". Mas, a
exemplo do que aconteceu aos profetas de Baal, estes crentes também não terão um final feliz!
É verdade que atualmente não derretemos ouro para fazermos bezerros para serem
adorados como antigamente, mas a idolatria não é menor. Os ídolos do mundo moderno são
tantos e tão bem disfarçados que não é fácil percebê-los. Há ídolos aparentemente inocentes e
pouco perceptível, como por exemplo, o excessivo apego à moda, a modismos, e ao que vê e se
diz na televisão. Vira idolatria!
Quantas pessoas conhecemos que se tornam vítimas de dívidas impagáveis em cartões de
crédito!. Quantos compram coisas que não necessitam, o seu desejo é somente para atender às
expectativas de uma aprovação social, ou para ser considerado “pessoa interessante”. Passam a
freqüentar lugares de gente “bonita”, de pessoas que são consideradas importantes, que de
algum modo, acabam passando a ser centro de referencia de suas vidas.
SEGUNDO BALDE DE ÁGUA FRIA: Foi jogado para apagar a confiança do povo nos rituais
religiosos.
Os rituais a Baal eram grandiosos, bem elaborados, impressionantes. E o povo de Israel ficava
admirado com aquelas extraordinárias expressões de fé e acreditava que Deus estava se
3. agradando. É incrível e até vergonhoso admitir, mas, de uns tempos para cá vem crescendo no
meio evangélico uma inexplicável confiança em rituais. Parece que aquele culto simples, que
funcionou por séculos, não mais satisfaz os crentes "modernos", que desejosos de "show" saem à
caça de "Culto Disso", "Quebra Aquilo", "Cura Aquilo-Outro", "Corrente do Não-Sei-O-Quê",
"Rede Sei-Lá-Das-Quantas", terapias, simpatias, e gritarias, e o povo de Deus continua fraco,
doente e morrendo, por que não confia mais em Deus, e sim em rituais.
Afinal o que está matando as nossas igrejas? O maior erro começa por nós, que somos líderes
levantados pelo Senhor, O nosso Deus foi transformando em servo do povo para cumprir os seus
ideais e os seus “caprichos”. Falta temor e espanto para com Deus. Crianças estão aprendendo
com a falta de reverência dos pais!. Hoje o que vemos na igreja é um verdadeiro negócio com
Deus, onde quem leva vantagem é sempre o homem. A voz e o tom exigente que se fala com
Deus, deixa dúvidas de quem é o verdadeiro Senhor. Pastores dizem ouvir a voz de Deus na
operação de “seus” milagres. Manipulam a fé de nossos irmãos em quase todos os milagres. Não
pregam a salvação, nem o arrebatamento que está batendo às nossas portas. Não se vive mais o
primeiro amor, porque não ensinamos mais a eles!!.
Falta unção, e o contato com o divino!. Estamos vendo igrejas apresentando em seus cultos,
uma teologia sem conteúdo, deixando os irmãos se sentindo vazio na alma e no espírito. Entram
“vazios” e saem “ocos”.
Só tem prazer de estar ali porque veio para “negociar” na casa de Deus, nem passa pela
cabeça querer adorá-lo e louvá-lo. Que futuro terá uma geração em que a relação com Deus não
passa de frases ocas que só prometem prosperidade e vitórias sobre demônios e triunfo em todas
as áreas das suas vidas?.
Não se sabe se a igreja existe para levantar as pessoas ou se estas existem para levantar a
igreja. Só estamos indo para a igreja porque temos medo de irmos para o inferno. A falta de
discernimento e a confusão de hoje é gerada por líderes que não procuram falar o que as pessoas
precisam ouvir, mas o que elas querem ouvir!.
O TERCEIRO BALDE DE ÁGUA FRIA: Foi jogado para apagar a confiança do povo nos esforços
pessoais.
Ao ver os profetas de Baal se auto flagelando, vertendo seu próprio sangue em prol daquilo
que criam e defendiam, quem sabe o povo de Israel não ficasse tentado a proceder como aqueles
pagãos que acreditavam poder arrancar os favores divinos por meio de esforço pessoal. É verdade,
sim, que devemos nos esforçar para fazer o nosso melhor para Jesus, mas isso não significa, em
hipótese alguma, que devemos tentar arrancar a benção à força.
Irmãos, essa experiência vivida por Elias, é semelhante à dos adoradores de demônios nos
países atuais do Oriente, que se excitam até um alto grau de frenesi religioso, emitindo sons e
rosnados incompreensíveis. Satanás e seus demônios estavam no Carmelo e teriam feito todo o
possível para que descesse o almejado fogo, se Deus tivesse permitido!.
Em tempos anteriores se tinha adorado Deus naquele altar que Elias construiu “em cima da
hora”. Esse altar estava em desuso há muito tempo. Com reverência o profeta reuniu as pedras
espalhadas. O Senhor estava me dizendo que há muitos lares hoje em dia onde o altar de Deus
está derrubado, e muitos destruídos!.Vidas que tem o seu altar completamente tomado por
4. cinzas! Não há mais o fogo do avivamento!!. Esse é o tempo que Deus quer, e nos pede para
fazermos uma obra similar do monte Carmelo. Reconstruir nosso altar para Ele.
Ao anoitecer, os filhos de Deus deveriam reunir-se nos seus lares, e no altar da família, passar
uns bons momentos de calma e devoção. O altar da oração e da devoção de todo o crente , deve
estar permanentemente conservado, intacto para que Ele possa receber toda a nossa devoção.
Deus nos ouve porque nos ama, porque nos convida para um relacionamento pessoal e
verdadeiro com Ele, e não porque merecemos coisa alguma. Quantos crentes estão seguindo o
caminho dos profetas de Baal. Quantos pastores estão acreditando que sua igreja irá crescer se ele
verter seu próprio sangue por ela. Ah, Senhor, estamos nos esquecendo da Sua graça, do Seu favor
imerecido!
CONCLUSÃO
Por que Elias jogou água no altar 3 vezes? Porque queria apagar a confiança do povo:
Nos falsos deuses;
Nos rituais religiosos;
Nos esforços pessoais.
Elias queria anular toda e qualquer chance da idolatria que pudesse se instalar na vida do
povo de Israel. Temos que anular toda e qualquer chance da idolatria se instalarem na nossa vida.
Afinal você é servo do Deus Altíssimo e não do deus Baal.
Podemos então agradecer ao Senhor e dizer em alta voz:
Deus seja louvado!