O documento descreve a arquiteta Lina Bo Bardi e duas de suas obras principais: o MASP e o SESC Pompeia. Lina nasceu na Itália e projetou o MASP em São Paulo na década de 1950 com uma estrutura inovadora de concreto protendido, criando um grande vazio para abrigar a cidade. Seu projeto para o SESC Pompeia na década de 1970 usou a estrutura existente de uma fábrica e criou espaços comunitários ao ar livre. Ambos os projetos valorizavam mater
2. Nasceu na Itália,
Abriu seu escritório em Milão e
começou a dirigir sua própria revista
pela valorização do artesanato
italiano.
Os céus claros que ela via pelas
janelas do prédio foram subitamente
tomados por bombas da Segunda
Guerra Mundial
Recém-casada com Pietro Maria
Bardi , Lina veem para o Brasil
É na Bahia de 1958, terra de
renovação cultural e tensão entre o
novo e o antigo, que ela opta por se
instalar.
3. Durante a ditadura militar, Lina
mudou-se para São Paulo.
Desenvolveu projetos mesclando
desenho industrial com materiais
orgânicos provenientes da tradição
popular.
A rudeza no concreto era sua
assinatura de modernidade; tanto
nas vigas que sustentam o caixote
suspenso do MASP como nos
buracos sem forma geométrica dos
SESC Pompeia, é também nessa
época que constrói sua Casa de
Vidro, no Morumbi.
4. Defendia uma arquitetura nas
quais homens livres criassem os
próprios espaços
Propõem a instabilidade dos
limites
Potencialização dos espaços .
Racionalismo e monumentalidade.
Monumental não no sentido
opressivo, mas em seu significado
político como lugar propício ao
exercício da vida civil.
5. Lina trabalha com material
disponível para atender às
necessidades de casa projeto.
Unidade em seus projetos que
permite identifica-los através de
elementos como rios, tanques de
água de chuva, cachoeiras, árvores
, pilares – árvores , escadas,
buscando atrair a essência do
espaço.
Conceito de naturalidade e
espontaneidade ( matérias
aparentes ) .
Possibilidades plásticas do
concreto armado.
6. “ Acho que o povo deve fazer
arquitetura . É importante que o
arquiteto comece projetando pela
base, e não pela cúpula “.
8. 1938 – Fábrica Italiana
1945 – Indústria Brasileira de Embalagens
SESC Pompeia
9. Implantação e
Paisagismo
Lina Bo Bardi visita a antiga fábrica
Comunidade se reúne aos fins de
semana
Centro de Lazer
Representação da brasilidade no local
Utilizando plantas como “Espada de
São Jorge” , mobiliário em Pinho,
pedras brancas para segurar os Exus
no rio
12. Mantém estrutura em concreto com vedações em alvenaria
detalhes em ferro em vermelho
“sheds” evidentes, telhado sem forro
Tubulações
13. As Torres, a Rua
Repressão militar do período influencia no projeto das
torres
Córrego “água preta”
Retomada de valores de encontr e interação das ruas
Janelas inovadoras
Grandes galpões para o espaço comunitário
29. Estrutura e piso em concreto
Vedação em alvenaria de tijolos limpas com jatos de areia
Passarelas em concreto protendido
Iluminação zenital
Mobiliário em madeira (Pinheiro) – possuindo alta umidade
Tubulações metálicas
Telhados com estrutura metálica e cobertura com telha de barro e vidro
Deck de madeira na passarela para a utilização pública diversa
32. O primeiro museu brasileiro que se
dedicou à arte moderna foi o
Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand.
Construído de 1956 a 1968.
Situado num ponto privilegiado da
cidade, cruzamento entre dois
eixos viários superpostos: a
Avenida Paulista e o túnel da
Avenida 9 de Julho.
O clima local é tropical de altitude,
caracterizado por chuvas de verão
e temperatura média anual entre
19º C e 27º C. Mas todas as
estações do ano podem ser vistas
em um único dia em São Paulo
33. Os primeiros esboços do Masp
mostram que Lina partiu de
uma pirâmide de vidro.
a proposta evoluiu para uma
caixa envidraçada sustentada
por um pórtico formado por
quatro grandes vigas.
34. É possível enxergar no Masp
elementos da arquitetura de Mies
van der Rohe.
Estrutura, transparência e planta
livre são os principais aspectos que
mostram a influência do mestre.
Porém, ao contrário do rigor e
leveza característicos da obra de
Mies, Lina Bo Bardi conferiu ao
museu formas brutas e pesadas,
expondo claramente a aparência
do concreto, não importa o quanto
irregular fosse sua superfície
35. Lina Bo Bard tinha como objetivo,
repropor, por meio da simplicidade
monumental, os temas do
racionalismo.
O ideal da arquiteta era alcançar o
monumental no sentido cívico-
coletivo.
O monumental não depende das
dimensões e da grande escala, mas
sim da coletividade, sendo
monumental pela consciência
coletiva.
36. O terreno onde o MASP foi
construído, é onde estava o antigo
belvedere do Trianon, este foi
doado, com a condição de que
nunca se construísse ali nenhuma
obra que perturbasse a vista da
cidade a partir do parque.
O edifício foi organizado em duas
partes.
Uma elevada aérea e cristalina e
outra semienterrada , rodeada de
jardins e vegetação.
O vazio constitui um terceiro
elemento que intercala as duas
partes
37. “nos aproximemos dele por baixo ou
pela Paulista – ao vê-lo de longe,
como um núcleo situado sobre o
túnel, naquele espaço enorme ou ao
vê-lo enquanto passamos por perto,
abrindo-se para o mesmo espaço
desde o alto, o MASP não é apenas
mais um outro belo edifício, mas um
fenômeno”.
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42. Lina não apenas preserva a vista da
cidade, como a realça ao
emoldurá-la.
A cidade é acolhida no vazio
definido pelo edifício, um vazio
impregnado de possibilidades, que
configura um lugar de encontro, de
troca: praça, ágora democrática,
espaço aberto a manifestações
diversas
feiras de antiguidades
encontros políticos
concertos de música
exposições de arte
Encenações
jogos
43. Museu é constituído por um
embasamento (do lado da Av.
Nove de Julho) cuja cobertura
constitui o grande Belvedere.
Acima do Belvedere, ao nível da
Avenida Paulista, ergue-se o
edifício do Museu de Arte De São
Paulo.
O edifício, de setenta metros de
luz, cinco metros de balanço de
cada lado, oito metros de pé
direito livre de qualquer coluna,
está apoiado sobre quatro pilares,
ligados por duas vigas de concreto
propendido na cobertura, e duas
grandes vigas centrais para
sustentação do andar que abrigará
a pinacoteca do Museu.
44. O andar abaixo da pinacoteca, que
compreende os escritórios, sala de
exposições temporárias, salas de
exposições particulares,
bibliotecas, etc., está suspenso em
duas grandes vigas por meio de
tirantes de aço.
Uma escada ao ar livre e um
elevador-montacarga em aço e
vidro temperado permitem a
comunicação entre os andares.
Todas as instalações, inclusive a do
ar condicionado, estão à vista. O
acabamento é dos mais simples.
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54. Concreto aparente
Caiação
Piso de pedra-goiás para o
grande Hall Cívico
Vidro temperado( com
película especial para
redução do efeito ultra-
violeta)
Paredes plásticas
Os pisos são de borracha
preta tipo industrial.
55. Devido a problemas de soldas mal
feitas e cortes excessivos de
armadura, os quatro pilares de
sustentação da estrutura tiveram
sua seção aumentada.
Esses eventos foram tomados
como "incidentes aceitos",
Contradição entre uma concepção
estrutural inovadora e avançada e
o precário nível técnico de sua
execução.
56. Espaços livres que pudessem ser
criados pela coletividade. Assim
nasceu o grande belvedere do
Museu, com a escadinha pequena.
A escadinha não é uma escadaria
áulica, mas uma escadinha-tribuna
que pode ser transformada em um
palanque.
57. O Belvedere é uma “praça”, com
plantas e flores em volta,
pavimentada com paralelepípedos
na tradição ibérico-brasileira.
Há também áreas com água,
pequenos espelhos com plantas
aquáticas.
A lateral da esplanada conta com
bancos de concreto e jardineiras .
Lina imaginava o vão MASP, como
praça coberta onde todos, os que
frequentavam ou não o museu,
pudessem usufruir. Mais do que
isso, pudessem usar o espaço da
forma que preferissem, que
construíssem.
A natureza, contudo, tem um
importante papel em sua
arquitetura, e é tomada como tal,
ou seja, não há tratamento das
formas naturais.
58. O belvedere deveria ser um
espaço limpo, desprovido de
qualquer ajardinamento,
onde a grama só pode
crescer nos interstícios do
pavimento.
Esta intenção é tão clara que
foi recusado um projeto
paisagístico elaborado por
Roberto Burle-Marx.
"...um projeto unitário e
integrado não admite
alterações: o Belvedere do
Trianon (...) será uma praça
sem jardim, para o encontro do
povo, exposições ao ar-livre e
concertos, nada mais".
59. Procurei recriar um
“ambiente” no Trianon, e
gostaria que lá fosse o
povo, ver exposições ao
ar livre e discutir, escutar
música, ver fitas. Até
crianças, ir brincar no sol
da manhã e da tarde. E
retreta. Um meio mau-
gosto de música popular,
que enfrentado
“friamente”, pode ser
também um “conteúdo”.
60. Para Lina, o parque Trianon era um
fragmento da natureza, remanescente
de elementos naturais não cultivados.
Que deveriam se relacionar com o
museu .
61. O MASP, possui um dos maiores
vãos de estrutura sustentada por
concreto protendido do mundo:
74 metros, de pilar a pilar.
Para a parte superior dessa viga
não há problema, mas a parte
inferior vai rachar
transversalmente
o concreto não responde bem à
tração.
Para conter esse efeito e
necessário colocar uma armação,
a chamada armadura de aço na
parte inferior da viga antes de
concretar a mesma ( viga de
concreto armado).
Viga de concreto
62. A arquitetura do MASP foi
concebida com um vão muito
grande. Os grossos pilares da
estrutura sustentam o seu peso.
O problema está no centro da laje,
que romperia se fosse apenas de
concreto. Mesmo se fosse de
concreto armado, o aço não
aguentaria as forças de tração
a quantidade de barras de aço
que seriam usadas numa estrutura
de concreto armado para sustentar
o MASP seria economicamente
inviável. Concreto armado
63. A solução mais lógica e moderna é
o uso do concreto protendido. O
princípio do concreto protendido é
simples: ao invés de se colocar
barras de aço, colocam-se cabos de
aço previamente tracionados
(“esticados”).
Uma analogia simples para esse
método genial, é o modo como é
possível segurar uma grande pilha
de livros na horizontal: se
“apertarmos” eles com uma força
suficiente com as mãos, estaremos
fazendo o mesmo que os cabos de
protensão fixados nas
extremidades das vigas, e os livros
não cairão.
Concreto protendido
64. O critério influenciou a arquitetura
interna do Museu restringiu-se às
soluções de “flexibilidade”, à
possibilidade de transformação do
ambiente, unida à estreita
economia.
Procurei uma arquitetura simples,
uma arquitetura que pudesse
comunicar de imediato aquilo que,
no passado, se chamou de
“monumental”, isto é, o sentido de
“coletivo”, da” Dignidade Cívica”.
65. Abandonaram-se os requintes
evocativos e os contornos, e as
obras de arte não se acham
expostas sobre veludo.
Também as molduras foram
eliminadas (quando não eram
autênticas da época) e
substituídas por um filete neutro.
Os quadros são expostos por
laminas de cristal temperado,
apoiadas em blocos de concreto.
Naturalmente o caráter único de
exposição do MASP torna-o ainda
mais extraordinário.
66. O recinto principal de exposição, a
Pinacoteca, vasto ambiente
completamente aberto para a
paisagem.
Foi projetado tendo como princípio
a planta livre, na qual, a
flexibilidade de organização é o
fator dominante.
Os painéis de exposição levam a
noção de planta livre ao seu limite.
As pinturas se apresentam ao
observador como se estivessem
suspensas no ar
O recinto da Pinacoteca é
francamente aberto para a
paisagem.
67. A ideia do vazio, de ar, relaciona-se
com a forma de exposição dentro
do museu.
Um conceito de tempo no qual o
espectador é quem domina e gere
o espaço, e não o contrário.
O grande espaço livre, tanto
exterior como interior, é gerido
pelo visitante, sem obriga-lo a
tomar uma direção ou outra, mas
sim permitindo que se mova
livremente.
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69. http://www.sescsp.org.br/
Livro Cidadela da Liberdade, Giancarlo Latorraca (org.). Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, SESC, São
Paulo; 1ª edição, 1999
http://www.valor.com.br/cultura
. Bibliografia:SESC POMPÉIAPampolo, Camila Aguiar. Um percurso pelos SESC’S, São Carlos –
2007Cidadela da Liberdade, (1999) – São Paulo: SESC SÃO PAULO; Instituto Lina Bo BardiMachado,
Débora dos Santos Candido. Projeto arquitetônico como promotor do espaço deconvivência São
Paulo,
2009http://www.vitruvius.com.br/