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PLANO DE AULA – HISTÓRIA – 9º ANO EF – CMF
                             AUTORIA: PROF FABIANO
     UD I – ASSUNTO 1. - OS TEMPOS MODERNOS (RENASCIMENTO E REFORMA)
    NR SESSÕES: 03
                                    OBJETIVOS

- Relacionar o Renascimento com as transformações socioeconômicas ocorridas na Baixa Idade
Média e no início da Modernidade.
- Justificar a origem italiana do Renascimento.
- Identificar as principais características e realizações da revolução intelectual e artística do
Renascimento.
- Inferir a importância do Renascimento para o resgate da cultura Greco-romana da Antiguidade.
- Relacionar a Reforma Protestante com as transformações socioeconômicas e políticas ocorridas na
Baixa Idade Média e no início da Idade Moderna.
- Distinguir as origens e princípios doutrinários dos movimentos reformistas.
- Explicar a Contra-Reforma como a reação da Igreja Católica à expansão dos movimentos
reformistas.
- Inferir a importância da Companhia de Jesus.


                                ASSUNTO 1. TEMPOS MODERNOS

                           DIVISÃO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

Pré-história – Paleolítico, mesolítico, neolítico e idade dos metais
Idade antiga – 4000 A.C a 476 D.C
Idade média – 476 a 1453
Idade moderna – 1453 a 1789
Idade contemporânea – 1789 a nossos dias

                               A IDADE MÉDIA E O FEUDALISMO

Denomina-se Idade Média o período compreendido entre o fim do Império Romano do Ocidente e o
fim do Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino. Naquele período ocorreu o Feudalismo,
cujas origens estão na decadência do Império Romano do Ocidente e que predominou na Europa
durante toda a Idade Média. Com a decadência e destruição do Império Romano do Ocidente, em
decorrência das inúmeras invasões dos povos bárbaros, os nobres se afastaram das cidades levando
consigo camponeses (com medo de serem saqueados ou escravizados) e os representantes da Igreja
Católica. Como os vários povos bárbaros dominaram rapidamente a Europa, foi impossível
àqueles nobres unirem-se entre si e com isso surgiu uma organização econômica, política e
religiosa baseada em relações servo-contratuais (servis). Os senhores feudais eram na verdade
grandes latifundiários e a mão de obra era composta por camponeses, que cuidavam da
agropecuária dos feudos e, em troca, recebiam o direito a uma gleba de terra para morar, além
da proteção contra ataques bárbaros.

O modelo feudal era composto basicamente de três classes sociais: a nobreza, que guerreava, o clero
que orava e o servo, que trabalhava. A vassalagem era o modelo de fidelidade vigente e representava a
terceirização do sistema. O feudalismo caducou à medida que surgiu a burguesia e suas atividades
comerciais, que se tornaram intensas nos dois séculos de cruzadas e que levaram a Europa a
experimentar o surgimento do renascimento comercial e urbano.

                           A IDADE MODERNA E O RENASCIMENTO
Idade Moderna é o período compreendido entre a Tomada de Constantinopla pelos Turcos, em
1453 até a Revolução Francesa, em 1789. No início desta época, entre os séculos XV e XVI, o
Velho Mundo assistiu a vários fatos históricos, entre os quais a ascensão da burguesia mercantil,
a formação das Monarquias Nacionais (povo, território, soberania), a afirmação da cultura
renascentista e a ruptura da unidade cristã na Europa ocidental em decorrência da Reforma
Protestante.

Desde o século XIII, na esteira do comércio que se estabeleceu entre oriente e ocidente com a
reabertura do Mediterrâneo para a cultura cristã ocidental devido às cruzadas, o comércio
europeu (via Itália) com o oriente intensificou-se, possibilitando importantes transformações, como a
formação de uma camada burguesa enriquecida, que necessitava de reconhecimento social e que
morava nos burgos, embriões dos grandes centros populacionais existentes até nossos dias. O
comércio comandado pela burguesia foi responsável pelo desenvolvimento urbano (burgos), e
nesse sentido, responsável por um novo modelo de vida. Estavam lançadas as bases para o
renascimento cultural, que trouxe novas relações sociais em que os homens passaram a se encontrar
mais próximos uns dos outros. Dessa forma podemos dizer que a nova mentalidade da população
urbana representou a essência dessas mudanças e possibilitou a produção renascentista.

                                       O RENASCIMENTO

O Renascimento foi um movimento comercial, urbano, literário, artístico e científico, que
baseou-se nos ideais filosóficos do humanismo e marcou a cultura europeia entre os séculos XIV
e XVI, trazendo personalidades geniais e revolucionárias em todas as esferas do conhecimento e das
artes, como Leonardo da Vinci, Dante Allighieri, Michelangelo, Galileu Galilei, Erasmo de Roterdã e
William Shakespeare, entre outros. Nele, intelectuais, filósofos e artistas expressaram o desejo de
renascer elementos da cultura greco-romana, de forma diferente da cultura medieval, onde as
ideias foram influenciadas pelo Cristianismo e pelos ensinamentos da Igreja. Com isso, criou-se o
embasamento cultural necessário para que a humanidade atingisse novos patamares de conhecimento.
O Renascimento representou uma nova sociedade, urbana, caracterizada pelos novos valores
burgueses, a partir de novas concepções de vida e de mundo, numa maneira de tentar romper o
monopólio cultural da Igreja. O renascimento comercial ocorreu simultaneamente ao renascimento
cultural e ao renascimento urbano.

A Itália pode ser considerada o berço do renascimento, em função de ter sido o trampolim do
renascimento comercial, ter sediado os principais burgos europeus e ter influenciado, com isso, o
renascimento urbano e por ter sido a terra natal dos grandes artistas renascentistas e dos
mecenas, burgueses que investiram no aprimoramento daqueles artistas. A Itália também
detinha grande riqueza arquitetônica nas cidades de Roma, Florença, Veneza e Gênova, grandes
centros do Império Romano do Ocidente. Além de tudo, a tomada de Constantinopla
representou grande êxodo dos homens cultos bizantinos para a Itália.

Vários fatores contribuíram para o aumento da produção cultural nos séculos renascentistas. Entre
eles, o Humanismo, o apoio dos mecenas, as invasões turcas que fragmentaram o Império Bizantino e
a introdução do papel e da imprensa.

          O Humanismo foi um movimento intelectual italiano do final do século XIII que se
           irradiou para a Europa após a queda de Constantinopla em 1453, quando muitos
           intelectuais, professores, religiosos e artistas bizantinos refugiaram-se na Itália e
           começaram a difundir uma nova visão de mundo, mais antropocêntrica, indo de
           encontro à visão teocêntrica medieval. Entre as principais ideias humanistas estavam
           a retomada da cultura antiga, através do estudo e imitação dos poetas e filósofos
           greco-latinos.
   Apoio dos mecenas: homens com poder político ou econômico que possuíam os recursos
           para financiar os estudos e obras dos artistas desse período.

          A tomada de Constantinopla: deslocou os intelectuais desse grande centro comercial e
           cultural da Idade Média e a maioria refugiou-se na Itália.

          Introdução do papel e da imprensa: facilitaram a difusão dos antigos e novos escritos.

                          CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO

O Renascimento possuiu valores fundamentais dos tempos modernos, entre eles:

          Humanismo: base do Renascimento, foi um movimento intelectual de valorização do ser
           humano, que preocupava-se com a busca do conhecimento, contestando os atos da Igreja.
           Colocava o homem (antropocentrismo) e não Deus, como responsável por seus atos.
          Individualismo: manifestações das individualidades, capacidade e poder de criação do
           homem. A ideia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a possibilidade
           de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acentuaram gradualmente o
           individualismo.
          Racionalismo: valorização da razão, no lugar da fé. Convicção de que tudo pode ser
           explicado pela razão do homem e pela ciência.
          Empirismo: experimentação das teorias. Recusa em acreditar em qualquer coisa que não
           tenha sido provada.
          Naturalismo: estudo e compreensão da natureza para explicação dos fenômenos naturais.
          Hedonismo: culto ao prazer. O corpo passou a ser visto como uma coisa natural e não
           como pecado.
          Universalismo: foi uma das principais características do Renascimento e considera que o
           homem deve desenvolver todas as áreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é
           o principal modelo de "homem universal", matemático, físico, pintor e escultor, etc.

                     EXPANSÃO E DECADÊNCIA DO RENASCIMENTO

No decorrer do século XVI, a cultura renascentista expandiu-se para outros países da Europa
Ocidental. A navegação pelo Atlântico reforçou o capitalismo de Portugal, Espanha e Holanda e em
segundo plano da Inglaterra e França. Nesses "países atlânticos" desenvolveu-se então a burguesia e a
mentalidade renascentista. Esse movimento de difusão do Renascimento coincidiu com a decadência
do Renascimento Italiano, motivado pela crise econômica das cidades provocada pela perda do
monopólio sobre o comércio de especiarias.

Outro fator fundamental para a crise do Renascimento italiano foi a Reforma Religiosa e
principalmente a Contrarreforma. Toda a polêmica que se desenvolveu pelo embate religioso fez
com que a religião voltasse a ocupar o principal espaço da vida humana; além disso, a Igreja Católica
desenvolveu um grande movimento de repressão, apoiado na Inquisição que atingiu todo indivíduo
que de alguma forma de opusesse à Igreja. Como o movimento protestante não existiu na Itália, a
repressão recaiu sobre os intelectuais e artistas do renascimento.

Com suas ideias renovadoras, o movimento renascentista contribuiu de modo marcante para a
afirmação dos valores da burguesia. Ao mesmo tempo, ao difundir os ideais humanistas e propor o uso
de métodos racionais de investigação, incentivou o desenvolvimento das ciências. Esses ideais seriam
retomados e aprofundados no século XVIII pelo Iluminismo.

                                    REFORMAS RELIGIOSAS
A mudança na mentalidade europeia também repercutiu na esfera religiosa. Setores da sociedade
tornavam-se cada vez mais críticos em relação à Igreja Católica. Na verdade, a burguesia em ascensão
necessitava de uma moral cristã que ao invés de condenar, estimulasse o acúmulo de capital. A Igreja
Católica condenava a cobrança de juros, como sendo uma usura, uma pratica pecaminosa. Tal
insatisfação resultou na Reforma Protestante, um movimento de contestação à autoridade e ao poder
da Igreja de Roma, levando à divisão da cristandade ocidental entre católicos e protestantes.

O pensamento renascentista influenciou a Reforma Protestante, enfraquecendo a liderança
cultural da Igreja, na medida em que os humanistas contestavam a finalidade dos sacerdotes
(intermediário entre o homem e Deus) e os dogmas da Igreja. Esse apoio viria a custar caro, pois
a perseguição aos intelectuais renascentistas foi notória.

                                     CAUSAS DA REFORMA

       1. Religiosas:
        Falta de preparo e vida desregrada do Clero.
        Venda de cargos eclesiásticos e de relíquias sagradas e de indulgências.
        O Grande Cisma (Ocorrido em 1378, onde a Igreja passa a ser governada por até três papas
           – ela se unifica em 1417).

       2. Políticas:
        Fortalecimento das monarquias nacionais não aceitando o “universalismo” da Igreja.

       3. Econômicas:
        Poder econômico da Igreja, grande detentora de terras.
        Desejo dos governantes de não pagar tributos ao Papa.
        Conflito entre os ideais capitalistas e o pensamento da Igreja (condenação da usura e juros).

                                    A REFORMA LUTERANA

Proposta pelo monge alemão Martinho Lutero, quando elaborou 95 teses e afixou-as na porta da Igreja
do Castelo de Wittenberg, em 1517. A maioria era contra as indulgências. Principalmente as
indulgências visando à construção da Basílica de São Pedro. Pensamento principal: a salvação
somente pela fé e não pelas práticas religiosas, como vendas de indulgências e a inutilidade dos
mediadores (Clero).

A falta de unidade alemã favoreceu a difusão das ideias luteranas, que incluíam a substituição do
Latim pelo idioma alemão nos cultos religiosos; preservação de apenas dois sacramentos da Igreja
Católica: batismo e eucaristia; livre interpretação da Bíblia; contra o celibato, rejeição da hierarquia
religiosa da Igreja de Roma e proibição de culto a santos e relíquias sagradas.

Em 1546, a discordância de alguns príncipes católicos alemães levou a uma guerra civil entre católicos
e protestantes, a qual só terminou em 1555, com um acordo – a Paz de Augsburgo – que instaurou a
liberdade religiosa.

                                    A REFORMA CALVINISTA

Proposta por volta de 1536 pelo francês João Calvino, monge católico influenciado pelo humanismo
renascentista, governante de Genebra, que instaurou uma “oligarquia religiosa”, submetendo a
população a um governo que mesclava política e religião e a um sistema moral severo, proibindo jogos
e danças. Pensamento principal: diferente de Lutero (salvação pela fé), ele defendia a ideia de
que o ser humano estava predestinado por Deus para a salvação ou para a condenação; o destino
das pessoas é imutável.

Pregava o estímulo ao trabalho e a legitimidade do lucro e do acúmulo de capital, ideias rapidamente
assimiladas pela burguesia. A riqueza material era um sinal da graça divina sobre o indivíduo. O
Calvinismo propagou-se rapidamente atingindo a França, a Holanda, a Inglaterra e a Escócia.

                                   A REFORMA ANGLICANA

Articulada pelo Rei da Inglaterra Henrique VIII. Com características diferentes das anteriores, a
Reforma Anglicana não teve motivações prioritariamente éticas ou doutrinárias, mas sim questões
políticas, econômicas, religiosas e pessoais.

A Reforma na Inglaterra ocorreu pela aversão inglesa a qualquer tipo de subordinação à Roma.
Porém, a causa principal foi a negativa do Papa em anular o casamento do Rei com a princesa
Catarina de Aragão.

O Anglicanismo se consolida no reinado de Elizabeth I, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, que
renovou o direito da soberania real sobre a Igreja, além de fixar os fundamentos da doutrina e do culto
anglicano.

                                     A CONTRARREFORMA

A Contrarreforma foi a tentativa da Igreja Católica em revigorar e restaurar a fé católica, bastante
abalada pela Reforma Protestante. Para tentar barrar o avanço do protestantismo, após a Reforma
Protestante, o Papa Paulo III convocou um concílio para a cidade italiana de Trento. O Concílio de
Trento foi realizado entre os anos de 1545 e 1563. Vários assuntos foram discutidos, como a
elaboração do catecismo, manutenção do celibato, manutenção do culto às imagens e santos, acabar
com os desvios morais e administrativos dos sacerdotes, entre outros.

As principais medidas adotadas na Contrarreforma foram o retorno da Inquisição, que tinha
como objetivo vigiar, perseguir, prender e punir aqueles que não estavam seguindo a doutrina
católica; a criação do Índice de Livros Proibidos (Index Librorium Proibitorium), que era uma
relação de livros contrários aos dogmas e ideias defendidas pela Igreja Católica. Os livros
apreendidos eram queimados e a criação da Companhia de Jesus: fundada pelo monge espanhol
Inácio de Loiola, em 1534, tinha como principal estratégia investir na criação de escolas
religiosas e na catequização dos não-cristãos.

                                       A COMPANHIA DE JESUS

Dentre várias medidas tomadas no Concílio podemos destacar o fortalecimento da autoridade do Papa
e o surgimento de novas ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola
em 1534. O Concílio decidiu também criar regras para o clero. Os padres deveriam estudar em
seminários, estudando o catolicismo a fundo, coisa que não acontecia anteriormente, e foi estabelecido
um limite mínimo de idade para a ordenação.

Após a Contrarreforma o papado e a Companhia de Jesus haviam se fortalecido. Os jesuítas da
Companhia de Jesus se organizaram em moldes quase militares e fortaleceram a posição da
Igreja dentro dos países europeus que permaneciam católicos. Criaram escolas, onde eram
educados os filhos das famílias nobres; foram confessores e educadores de várias famílias reais;
fundaram colégios e missões para difundir a doutrina católica na Europa, nas Américas e na
Ásia. Os Colégios Jesuítas Santo Inácio são um exemplo dessa rede educacional que sobreviveu
até nossos dias.

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Os Tempos Modernos (Renascimento e Reforma)

  • 1. PLANO DE AULA – HISTÓRIA – 9º ANO EF – CMF AUTORIA: PROF FABIANO UD I – ASSUNTO 1. - OS TEMPOS MODERNOS (RENASCIMENTO E REFORMA) NR SESSÕES: 03 OBJETIVOS - Relacionar o Renascimento com as transformações socioeconômicas ocorridas na Baixa Idade Média e no início da Modernidade. - Justificar a origem italiana do Renascimento. - Identificar as principais características e realizações da revolução intelectual e artística do Renascimento. - Inferir a importância do Renascimento para o resgate da cultura Greco-romana da Antiguidade. - Relacionar a Reforma Protestante com as transformações socioeconômicas e políticas ocorridas na Baixa Idade Média e no início da Idade Moderna. - Distinguir as origens e princípios doutrinários dos movimentos reformistas. - Explicar a Contra-Reforma como a reação da Igreja Católica à expansão dos movimentos reformistas. - Inferir a importância da Companhia de Jesus. ASSUNTO 1. TEMPOS MODERNOS DIVISÃO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE Pré-história – Paleolítico, mesolítico, neolítico e idade dos metais Idade antiga – 4000 A.C a 476 D.C Idade média – 476 a 1453 Idade moderna – 1453 a 1789 Idade contemporânea – 1789 a nossos dias A IDADE MÉDIA E O FEUDALISMO Denomina-se Idade Média o período compreendido entre o fim do Império Romano do Ocidente e o fim do Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino. Naquele período ocorreu o Feudalismo, cujas origens estão na decadência do Império Romano do Ocidente e que predominou na Europa durante toda a Idade Média. Com a decadência e destruição do Império Romano do Ocidente, em decorrência das inúmeras invasões dos povos bárbaros, os nobres se afastaram das cidades levando consigo camponeses (com medo de serem saqueados ou escravizados) e os representantes da Igreja Católica. Como os vários povos bárbaros dominaram rapidamente a Europa, foi impossível àqueles nobres unirem-se entre si e com isso surgiu uma organização econômica, política e religiosa baseada em relações servo-contratuais (servis). Os senhores feudais eram na verdade grandes latifundiários e a mão de obra era composta por camponeses, que cuidavam da agropecuária dos feudos e, em troca, recebiam o direito a uma gleba de terra para morar, além da proteção contra ataques bárbaros. O modelo feudal era composto basicamente de três classes sociais: a nobreza, que guerreava, o clero que orava e o servo, que trabalhava. A vassalagem era o modelo de fidelidade vigente e representava a terceirização do sistema. O feudalismo caducou à medida que surgiu a burguesia e suas atividades comerciais, que se tornaram intensas nos dois séculos de cruzadas e que levaram a Europa a experimentar o surgimento do renascimento comercial e urbano. A IDADE MODERNA E O RENASCIMENTO
  • 2. Idade Moderna é o período compreendido entre a Tomada de Constantinopla pelos Turcos, em 1453 até a Revolução Francesa, em 1789. No início desta época, entre os séculos XV e XVI, o Velho Mundo assistiu a vários fatos históricos, entre os quais a ascensão da burguesia mercantil, a formação das Monarquias Nacionais (povo, território, soberania), a afirmação da cultura renascentista e a ruptura da unidade cristã na Europa ocidental em decorrência da Reforma Protestante. Desde o século XIII, na esteira do comércio que se estabeleceu entre oriente e ocidente com a reabertura do Mediterrâneo para a cultura cristã ocidental devido às cruzadas, o comércio europeu (via Itália) com o oriente intensificou-se, possibilitando importantes transformações, como a formação de uma camada burguesa enriquecida, que necessitava de reconhecimento social e que morava nos burgos, embriões dos grandes centros populacionais existentes até nossos dias. O comércio comandado pela burguesia foi responsável pelo desenvolvimento urbano (burgos), e nesse sentido, responsável por um novo modelo de vida. Estavam lançadas as bases para o renascimento cultural, que trouxe novas relações sociais em que os homens passaram a se encontrar mais próximos uns dos outros. Dessa forma podemos dizer que a nova mentalidade da população urbana representou a essência dessas mudanças e possibilitou a produção renascentista. O RENASCIMENTO O Renascimento foi um movimento comercial, urbano, literário, artístico e científico, que baseou-se nos ideais filosóficos do humanismo e marcou a cultura europeia entre os séculos XIV e XVI, trazendo personalidades geniais e revolucionárias em todas as esferas do conhecimento e das artes, como Leonardo da Vinci, Dante Allighieri, Michelangelo, Galileu Galilei, Erasmo de Roterdã e William Shakespeare, entre outros. Nele, intelectuais, filósofos e artistas expressaram o desejo de renascer elementos da cultura greco-romana, de forma diferente da cultura medieval, onde as ideias foram influenciadas pelo Cristianismo e pelos ensinamentos da Igreja. Com isso, criou-se o embasamento cultural necessário para que a humanidade atingisse novos patamares de conhecimento. O Renascimento representou uma nova sociedade, urbana, caracterizada pelos novos valores burgueses, a partir de novas concepções de vida e de mundo, numa maneira de tentar romper o monopólio cultural da Igreja. O renascimento comercial ocorreu simultaneamente ao renascimento cultural e ao renascimento urbano. A Itália pode ser considerada o berço do renascimento, em função de ter sido o trampolim do renascimento comercial, ter sediado os principais burgos europeus e ter influenciado, com isso, o renascimento urbano e por ter sido a terra natal dos grandes artistas renascentistas e dos mecenas, burgueses que investiram no aprimoramento daqueles artistas. A Itália também detinha grande riqueza arquitetônica nas cidades de Roma, Florença, Veneza e Gênova, grandes centros do Império Romano do Ocidente. Além de tudo, a tomada de Constantinopla representou grande êxodo dos homens cultos bizantinos para a Itália. Vários fatores contribuíram para o aumento da produção cultural nos séculos renascentistas. Entre eles, o Humanismo, o apoio dos mecenas, as invasões turcas que fragmentaram o Império Bizantino e a introdução do papel e da imprensa.  O Humanismo foi um movimento intelectual italiano do final do século XIII que se irradiou para a Europa após a queda de Constantinopla em 1453, quando muitos intelectuais, professores, religiosos e artistas bizantinos refugiaram-se na Itália e começaram a difundir uma nova visão de mundo, mais antropocêntrica, indo de encontro à visão teocêntrica medieval. Entre as principais ideias humanistas estavam a retomada da cultura antiga, através do estudo e imitação dos poetas e filósofos greco-latinos.
  • 3. Apoio dos mecenas: homens com poder político ou econômico que possuíam os recursos para financiar os estudos e obras dos artistas desse período.  A tomada de Constantinopla: deslocou os intelectuais desse grande centro comercial e cultural da Idade Média e a maioria refugiou-se na Itália.  Introdução do papel e da imprensa: facilitaram a difusão dos antigos e novos escritos. CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO O Renascimento possuiu valores fundamentais dos tempos modernos, entre eles:  Humanismo: base do Renascimento, foi um movimento intelectual de valorização do ser humano, que preocupava-se com a busca do conhecimento, contestando os atos da Igreja. Colocava o homem (antropocentrismo) e não Deus, como responsável por seus atos.  Individualismo: manifestações das individualidades, capacidade e poder de criação do homem. A ideia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acentuaram gradualmente o individualismo.  Racionalismo: valorização da razão, no lugar da fé. Convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência.  Empirismo: experimentação das teorias. Recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada.  Naturalismo: estudo e compreensão da natureza para explicação dos fenômenos naturais.  Hedonismo: culto ao prazer. O corpo passou a ser visto como uma coisa natural e não como pecado.  Universalismo: foi uma das principais características do Renascimento e considera que o homem deve desenvolver todas as áreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é o principal modelo de "homem universal", matemático, físico, pintor e escultor, etc. EXPANSÃO E DECADÊNCIA DO RENASCIMENTO No decorrer do século XVI, a cultura renascentista expandiu-se para outros países da Europa Ocidental. A navegação pelo Atlântico reforçou o capitalismo de Portugal, Espanha e Holanda e em segundo plano da Inglaterra e França. Nesses "países atlânticos" desenvolveu-se então a burguesia e a mentalidade renascentista. Esse movimento de difusão do Renascimento coincidiu com a decadência do Renascimento Italiano, motivado pela crise econômica das cidades provocada pela perda do monopólio sobre o comércio de especiarias. Outro fator fundamental para a crise do Renascimento italiano foi a Reforma Religiosa e principalmente a Contrarreforma. Toda a polêmica que se desenvolveu pelo embate religioso fez com que a religião voltasse a ocupar o principal espaço da vida humana; além disso, a Igreja Católica desenvolveu um grande movimento de repressão, apoiado na Inquisição que atingiu todo indivíduo que de alguma forma de opusesse à Igreja. Como o movimento protestante não existiu na Itália, a repressão recaiu sobre os intelectuais e artistas do renascimento. Com suas ideias renovadoras, o movimento renascentista contribuiu de modo marcante para a afirmação dos valores da burguesia. Ao mesmo tempo, ao difundir os ideais humanistas e propor o uso de métodos racionais de investigação, incentivou o desenvolvimento das ciências. Esses ideais seriam retomados e aprofundados no século XVIII pelo Iluminismo. REFORMAS RELIGIOSAS
  • 4. A mudança na mentalidade europeia também repercutiu na esfera religiosa. Setores da sociedade tornavam-se cada vez mais críticos em relação à Igreja Católica. Na verdade, a burguesia em ascensão necessitava de uma moral cristã que ao invés de condenar, estimulasse o acúmulo de capital. A Igreja Católica condenava a cobrança de juros, como sendo uma usura, uma pratica pecaminosa. Tal insatisfação resultou na Reforma Protestante, um movimento de contestação à autoridade e ao poder da Igreja de Roma, levando à divisão da cristandade ocidental entre católicos e protestantes. O pensamento renascentista influenciou a Reforma Protestante, enfraquecendo a liderança cultural da Igreja, na medida em que os humanistas contestavam a finalidade dos sacerdotes (intermediário entre o homem e Deus) e os dogmas da Igreja. Esse apoio viria a custar caro, pois a perseguição aos intelectuais renascentistas foi notória. CAUSAS DA REFORMA 1. Religiosas:  Falta de preparo e vida desregrada do Clero.  Venda de cargos eclesiásticos e de relíquias sagradas e de indulgências.  O Grande Cisma (Ocorrido em 1378, onde a Igreja passa a ser governada por até três papas – ela se unifica em 1417). 2. Políticas:  Fortalecimento das monarquias nacionais não aceitando o “universalismo” da Igreja. 3. Econômicas:  Poder econômico da Igreja, grande detentora de terras.  Desejo dos governantes de não pagar tributos ao Papa.  Conflito entre os ideais capitalistas e o pensamento da Igreja (condenação da usura e juros). A REFORMA LUTERANA Proposta pelo monge alemão Martinho Lutero, quando elaborou 95 teses e afixou-as na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 1517. A maioria era contra as indulgências. Principalmente as indulgências visando à construção da Basílica de São Pedro. Pensamento principal: a salvação somente pela fé e não pelas práticas religiosas, como vendas de indulgências e a inutilidade dos mediadores (Clero). A falta de unidade alemã favoreceu a difusão das ideias luteranas, que incluíam a substituição do Latim pelo idioma alemão nos cultos religiosos; preservação de apenas dois sacramentos da Igreja Católica: batismo e eucaristia; livre interpretação da Bíblia; contra o celibato, rejeição da hierarquia religiosa da Igreja de Roma e proibição de culto a santos e relíquias sagradas. Em 1546, a discordância de alguns príncipes católicos alemães levou a uma guerra civil entre católicos e protestantes, a qual só terminou em 1555, com um acordo – a Paz de Augsburgo – que instaurou a liberdade religiosa. A REFORMA CALVINISTA Proposta por volta de 1536 pelo francês João Calvino, monge católico influenciado pelo humanismo renascentista, governante de Genebra, que instaurou uma “oligarquia religiosa”, submetendo a população a um governo que mesclava política e religião e a um sistema moral severo, proibindo jogos e danças. Pensamento principal: diferente de Lutero (salvação pela fé), ele defendia a ideia de
  • 5. que o ser humano estava predestinado por Deus para a salvação ou para a condenação; o destino das pessoas é imutável. Pregava o estímulo ao trabalho e a legitimidade do lucro e do acúmulo de capital, ideias rapidamente assimiladas pela burguesia. A riqueza material era um sinal da graça divina sobre o indivíduo. O Calvinismo propagou-se rapidamente atingindo a França, a Holanda, a Inglaterra e a Escócia. A REFORMA ANGLICANA Articulada pelo Rei da Inglaterra Henrique VIII. Com características diferentes das anteriores, a Reforma Anglicana não teve motivações prioritariamente éticas ou doutrinárias, mas sim questões políticas, econômicas, religiosas e pessoais. A Reforma na Inglaterra ocorreu pela aversão inglesa a qualquer tipo de subordinação à Roma. Porém, a causa principal foi a negativa do Papa em anular o casamento do Rei com a princesa Catarina de Aragão. O Anglicanismo se consolida no reinado de Elizabeth I, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, que renovou o direito da soberania real sobre a Igreja, além de fixar os fundamentos da doutrina e do culto anglicano. A CONTRARREFORMA A Contrarreforma foi a tentativa da Igreja Católica em revigorar e restaurar a fé católica, bastante abalada pela Reforma Protestante. Para tentar barrar o avanço do protestantismo, após a Reforma Protestante, o Papa Paulo III convocou um concílio para a cidade italiana de Trento. O Concílio de Trento foi realizado entre os anos de 1545 e 1563. Vários assuntos foram discutidos, como a elaboração do catecismo, manutenção do celibato, manutenção do culto às imagens e santos, acabar com os desvios morais e administrativos dos sacerdotes, entre outros. As principais medidas adotadas na Contrarreforma foram o retorno da Inquisição, que tinha como objetivo vigiar, perseguir, prender e punir aqueles que não estavam seguindo a doutrina católica; a criação do Índice de Livros Proibidos (Index Librorium Proibitorium), que era uma relação de livros contrários aos dogmas e ideias defendidas pela Igreja Católica. Os livros apreendidos eram queimados e a criação da Companhia de Jesus: fundada pelo monge espanhol Inácio de Loiola, em 1534, tinha como principal estratégia investir na criação de escolas religiosas e na catequização dos não-cristãos. A COMPANHIA DE JESUS Dentre várias medidas tomadas no Concílio podemos destacar o fortalecimento da autoridade do Papa e o surgimento de novas ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1534. O Concílio decidiu também criar regras para o clero. Os padres deveriam estudar em seminários, estudando o catolicismo a fundo, coisa que não acontecia anteriormente, e foi estabelecido um limite mínimo de idade para a ordenação. Após a Contrarreforma o papado e a Companhia de Jesus haviam se fortalecido. Os jesuítas da Companhia de Jesus se organizaram em moldes quase militares e fortaleceram a posição da Igreja dentro dos países europeus que permaneciam católicos. Criaram escolas, onde eram educados os filhos das famílias nobres; foram confessores e educadores de várias famílias reais; fundaram colégios e missões para difundir a doutrina católica na Europa, nas Américas e na Ásia. Os Colégios Jesuítas Santo Inácio são um exemplo dessa rede educacional que sobreviveu até nossos dias.