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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Projecto final de licenciatura em Engenharia Florestal
Estimativa de carbono em uma área florestal em
Mossurize
Autor:
Calisto Afonso Vilanculo
Supervisor:
Doutor Mário Paulo Falcão
Maputo, Junho de 2015
ii
Estimativa de carbono em uma área florestal em Mossurize
Elaborado por:
Calisto Afonso Vilanculo
Supervisionado por:
Doutor Mário Paulo Falcão
Projecto Final submetido a UEM-FAEF como requisito para a obtenção
do grau de Licenciatura em Engenharia Florestal.
Maputo, Junho de 2015
iii
RESUMO
Os ecossistemas florestais são considerados reservatórios de carbono e têm sido apontados como
alternativas para redução de gases de efeito estufa, principais gases responsáveis pelas mudanças
climáticas globais. Este trabalho tem como objectivo estimar o carbono acima do solo sequestrado
numa área florestal em Mossurize, província de Manica. A recolha dos dados recorreu-se a
amostragem aleatória em que o número de parcelas foi seleccionado sobre uma grelha sistemática
de pontos. Definiu-se a utilização de 125 parcelas circulares simples com raio de 20 m (área de
1.256,64 m2
), em cada parcela foram medidas todas as árvores com DAP≥5cm, em seguida
estimou-se as alturas e identificou-se os nomes das espécies. A área de recolha de dados foi
separada em diferentes classes de cobertura florestal, com cobertura arbórea entre: 10 a 30% da
superfície; 30 a 40% da superfície; e 40 a 50% da superfície.
Os dados de campo foram utilizados para determinar parâmetros da estrutura horizontal da
floresta, na qual a Diplorhynchus condylocarpon, Brachystegia spiciformis, Julbernardia
globiflora, Combretum fragrans apresentaram maior importância ecológica, isto devido maiores
frequências, maiores abundancias, maiores dominâncias e estas espécies são típicas da floresta de
miombo. O Índice de diversidade de Shannon foi de 3,345431. Para cálculo do carbono primeiro
determinou-se a biomassa segundo Brown (1997), e depois usou-se a proporção partindo do
pressuposto de que 50% de biomassa seca é constituída por carbono, neste caso, obteve-se da
floresta com cobertura arbórea entre 30 a 40% uma maior quantidade de biomassa de 60,48
ton/ha e carbono de 30,24 ton/ha, seguida por tipo florestal com cobertura de 40 a 50% com
biomassa com cerca de 11,14 ton/ha e 5,57 ton/ha de carbono, por último a classe com cobertura
entre 10 a 30% com cerca de 8,86 ton/ha de biomassa e 4,43 ton/ha de carbono.
Palavras-chave: Estrutura horizontal, Biomassa e Carbono
iv
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho,
Aos meus pais, Afonso Tecane Vilanculo e Helena Luís Machohe pelo sacrifício, dedicação,
aposta na minha formação, que potenciou o sucesso nos meus estudos.
Aos meus irmãos Alzira, Anária, Emilia, Esperança, Hilton e Fiodosa, meus sobrinhos e primos,
pela força e inestimável apoio.
Aos meus tios António Simeão Vilanculos e Pascoal Simeão Vilanculos, pelos conselhos e
confiança.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus todo-poderoso, pela vida e saúde.
Ao meu supervisor, Doutor Mário Paulo Falcão, por todo apoio científico e disponibilidade que
demonstrou, assim como pelas críticas, correcções e sugestões de modo a tornar este trabalho
uma realidade. ‘‘O meu muito obrigado’’
Aos meus colegas e amigos: Leovigildo Paulo, Gildo Chivale, Esmeraldo Nicumua, Macedo
Damas, Celso Naface, Hercilo Odorico, Bernabé Langa, Domingos Machava, Alismo
Nhanengue, Angelina Matsinhe, Vania Somar, Neri Varela, Cecilia Bié, Felício Guelume,
Saquina Mazoio, Marcela Sitoe, Sérgio Simão, Miguel Osório, Calisto da Paz, Egas Daniel,
Mouzinho Eduardo, Kondwane Enoque, Sérgio Noa, António Ricardo Húo e outros que aqui não
mencionei pelo apoio que proporcionaram durante a minha formação.
Manifesto aqui a minha gratidão a todos os meus familiares, amigos, docentes, investigadores
que directa ou indirectamente deram o seu contributo para a concretização do presente trabalho,
especialmente a turma dos florestais da geração de 2011.
vi
ÍNDICE
RESUMO ....................................................................................................................................... iii
DEDICATÓRIA............................................................................................................................. iv
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................... v
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. viii
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................... ix
LISTA DE ANEXOS ...................................................................................................................... x
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................................... xi
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
1.1 Antecedentes..................................................................................................................... 1
1.2 Problema de estudo e justificativa .................................................................................... 1
1.3 Objectivos:........................................................................................................................ 2
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................. 3
2.1 Estrutura horizontal........................................................................................................... 3
2.2 Miombo............................................................................................................................. 4
2.3 Efeito estufa ...................................................................................................................... 5
2.4 Ciclo de carbono ............................................................................................................... 5
2.5 Sequestro de carbono........................................................................................................ 6
2.6 REDD+ ............................................................................................................................. 6
2.7 Biomassa florestal............................................................................................................. 7
2.8 Métodos de quantificação de biomassa ............................................................................ 7
2.8.1 Métodos indirectos de quantificação de biomassa .................................................... 8
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 11
3.1 Descrição da área de estudo............................................................................................ 11
3.1.1 Localização da área de estudo ................................................................................. 11
3.1.2 Clima e recursos hídricos ........................................................................................ 11
vii
3.1.3 Topografia e Solos................................................................................................... 12
3.1.4 Infra-estruturas......................................................................................................... 12
3.1.5 Flora e Fauna ........................................................................................................... 13
3.1.6 Actividades sócio-económicas das populações....................................................... 13
3.2 Recolha de dados ............................................................................................................ 14
3.3 Processamento de dados ................................................................................................. 14
3.3.1 Determinação de estrutura horizontal...................................................................... 14
3.3.2 Determinação de biomassa e carbono ..................................................................... 16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 18
4.1 Parâmetros gerais da floresta .......................................................................................... 18
4.2 Distribuição dimétrica da floresta................................................................................... 18
4.3 Estrutura horizontal......................................................................................................... 19
4.4 Biomassa e carbono ........................................................................................................ 24
5 CONCLUSÕES...................................................................................................................... 30
6 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................ 31
7 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 32
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Densidade de madeira de várias espécies nas três regiões tropicais................................ 9
Tabela 2: Descrição da estrutura Horizontal ................................................................................. 19
Tabela 3: Valores de biomassa e carbono. .................................................................................... 24
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de localização do Distrito de Mossurize. ............................................................. 11
Figura 2: Distribuição diamétrica da floresta ................................................................................ 18
Figura 3: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 10-30% de cobertura............. 27
Figura 4: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 30-40% de cobertura arbórea.28
Figura 5: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 40-50% de cobertura arbórea 29
x
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1. Lista de espécies ............................................................................................................ 37
Anexo 2. Ficha do campo.............................................................................................................. 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
C Carbono
CO2 Dióxido de carbono
DAP Diâmetro à Altura do Peito
FAO Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
GEE Gás Efeito Estufa
GPS Sistema de Posicionamento Global
g Gramas
Gt Giga toneladas
ha Hectares
INE Instituto Nacional de Estatística
IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change
MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
ton Toneladas
tC/ha Toneladas de carbono por hectare
o
C Graus centígrados
% Percentagem
MAE Ministério de Administração Estatal
REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento, Degradação florestal e aumento dos
estoques de carbono)
Kms Quilómetros
EN Estrada Nacional
Cm Centímetros
m Metros
m2
Metros quadrados
m3 Metros cúbicos
BEF Factor de expansão de biomassa
Frel Frequência relativa
Arel Abundância relativa
xii
Drel Dominância relativa
IVI Índice de Valor de Importância
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Antecedentes
Mudanças climáticas é resultado do acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Estas
concentrações são provenientes das actividades industriais como a queima de combustíveis
fósseis e o desmatamento (IPCC, 2007).
Segundo Machoco (2008), a conservação de estoques de carbono nos solos, florestas e outros
tipos de vegetação, a preservação de florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas
agroflorestais e a recuperação de áreas degradadas são algumas acções que contribuem para a
redução da concentração do CO2 na atmosfera. As florestas, os sistemas agroflorestais e os solos
podem ser tanto reservatórios como fontes de carbono dependendo de como e com que motivos
são manejados e, como são utilizados seus produtos.
O conhecimento da biomassa florestal é importante para estudos da produtividade primária
líquida, ciclagem de nutrientes que por sua vez são utilizados para avaliar a dinâmica de alguns
elementos importantes tais como o CO2 (Sitoe e Tchaúque, 2007). Segundo Brown (1997), a
biomassa florestal e a sua medição fornece meios para cálculo de quantidade de dióxido de
carbono que pode ser removida da atmosfera por regeneração da floresta ou por plantação.
Moçambique é um dos países mais pobres do mundo com uma elevada taxa de desmatamento e
degradação de florestas. Contudo, ainda mantém uma proporção considerável da sua área coberta
com florestas naturais. Em 2008, Moçambique iniciou o processo de engajamento nacional em
REDD+ em resposta aos interesses globais para financiar esforços de redução das emissões do
desmatamento e degradação de florestas (REDD+) nos países em vias de desenvolvimento (Sitoe
et al., 2012).
1.2 Problema de estudo e justificativa
O aquecimento global é uma das grandes preocupações para a humanidade, uma vez que os seus
efeitos afectam a vida na terra. O aumento da concentração dos gases de estufa na atmosfera
principalmente o dióxido de carbono, tem sido apontado como uma das principais causas destas
alterações no clima, que terão impactos directos negativos sobre os ecossistemas terrestres, nos
diversos sectores socioeconómicos mundiais; na saúde pública e na qualidade de vida das pessoas
em geral (IPCC, 2007).
2
As florestas tropicais representam grandes reservatórios de carbono através do processo de
fotossíntese durante seu crescimento, armazenando grandes quantidades de carbono na biomassa
de folhas, galhos, troncos e raízes e, liberando oxigénio de volta na atmosfera, no entanto, elas
estão sendo desmatadas (Walker, 2011).
Segundo Walker (2011), na tentativa de manter as florestas tropicais e seus vastos estoques de
carbono intactas, a comunidade internacional está trabalhando para implementar políticas para
compensar nações dos trópicos que reduzirem suas emissões de carbono provenientes de
desmatamento e degradação florestal. Políticas bem-sucedidas irão exigir entre outras coisas o
desenvolvimento de sistemas de medições florestais operacionais e, de monitoramento para
acompanhar os ganhos e perdas de carbono florestal ao longo do tempo. Portanto em áreas
florestais de Mossurize existem poucos estudos de sequestro de carbono, assim surgiu a
necessidade de pesquisas que quantifiquem potencial de sequestro de carbono nestes
ecossistemas florestais.
1.3 Objectivos:
Geral:
 Estimar o carbono acima do solo existente em uma área florestal em Mossurize.
Específicos:
 Determinar a estrutura horizontal da vegetação arbórea;
 Determinar o teor de carbono por grau de cobertura florestal.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Estrutura horizontal
O inventário florestal utiliza a amostragem para a estimativa de características das florestas,
sejam estas quantitativas ou qualitativas. Entre as estimativas quantitativas são determinadas a
estrutura horizontal e a estrutura vertical, a estrutura horizontal diz respeito à ocupação espacial
de uma área florestal e, a análise desta deve ser baseada no inventário e na interpretação das
dimensões do indivíduo para servir de comparação entre diferentes florestas (Zavala, 2013). A
estrutura horizontal pode ser coetânea ou dissetânea. A primeira corresponde a uma floresta, na
qual a maior parte dos indivíduos de uma ou várias espécies pertencem a mesma classe de idade
ou tamanho, a segunda corresponde a uma floresta na qual os indivíduos se encontram
distribuídos em várias classes de tamanho, em forma de "J-invertida", uma distribuição típica das
florestas nativas (Louman et al., 2001, citado por Ribeiro, et al., 2002).
Segundo Coraiola (1997), a análise da estrutura horizontal deve quantificar a participação das
diferentes espécies em relação às outras, e verificar a forma de distribuição espacial de cada
espécie, podendo ser determinada pelos índices de abundância e frequência.
Para Lamprecht (1990), a abundância mede a participação das diferentes espécies na floresta.
Define-se a abundância absoluta como sendo o número total de indivíduos pertencentes a uma
determinada espécie e, a abundância relativa indica a participação de cada espécie e m
percentagem do número total de árvores levantadas na parcela respectiva, considerando o
número total igual a 100%.
Segundo Hosokawa (1986) a dominância é a medida da projecção total da copa da planta e que a
dominância de uma espécie é a soma de todas as projecções horizontais dos indivíduos
pertencentes a esta espécie. Embora definida originalmente como projecção total da copa
(Expansão Horizontal), utiliza-se a área basal dos fustes para representar a dominância, uma vez
que existe uma estreita correlação entre ambas e por apresentar maior facilidade na obtenção de
dados. Para Finol (1969), através da dominância pode se medir a potencialidade produtiva da
floresta, constituindo-se um parâmetro útil para a determinação da qualidade das espécies.
A Frequência exprime a percentagem de ocorrência ou ausência de uma espécie num
determinado lugar, este parâmetro dá uma ideia da distribuição das espécies no espaço de
amostragem, e varia entre 0 a 100 %. Valores altos de frequência (61% a 100%) indicam uma
4
composição florística homogénea e valores baixos (1% a 40%) significam alta heterogeneidade
(Zavala, 2013). Segundo Coraiola (1997), a frequência indica a dispersão média de cada espécie,
medida pelo número de sub-parcela da área amostrada. Para Lamprecht (1990), a frequência
absoluta de uma espécie é expressa pela percentagem das sub-parcelas em que ocorre sendo o
número total de sub-parcelas igual a 100%. A frequência relativa indica percentagem de
frequência de cada espécie em relação a frequência total por área.
O índice de Valor de Importância reflecte o grau de importância ecológica da espécie em
determinado local, revelando a posição sociológica de uma espécie na comunidade analisada e, é
obtido a partir da soma de cada espécie dos valores de abundância, dominância, e frequência em
termos relativos. (Júris Ambientis, 2012).
2.2 Miombo
O miombo é o principal tipo florestal de Moçambique, caracterizado pela dominância de árvores
de género Brachystegia, Julbemardia e Isoberlina (Campbell, 1996). Estas florestas apresentam
normalmente 1 ou 2 estratos arbóreas de essências decíduas ou sub-deciduas com essenciais
sempre verdes ou subperenifolias em fraca percentagem. O crescimento em altura não excede em
geral 20m, sendo o mais comum de 15 a 18m (Gomes e Sousa, 1996). Campbell (1996) descreve
para miombo que altura de árvores nalgumas regiões de clima húmido e sub-húmido a floresta
toma um grau de concentração mais elevada, com árvores de grande porte que podem alcançar
27m, neste tipo de florestas dominam as espécies como a Brachystegia speciformis,
Erythrophleum guineense, Lecontedoxa henriquesii, Albizia adinthifolia, entre outras.
O miombo corresponde a um tipo de vegetação dentro das formações de floresta aberta. A
densidade de árvores com mais de 2m de altura vária de 380-1400 árvores por hectare (Campell,
1996)
As florestas do miombo têm tendências a diminuir, isto porque apresentam muitas ameaças por
parte da exploração florestal, derrubas para a preparação de terras de cultivos, queimadas (Gomes
e Sousa, 1996). Segundo Campbell (1996), afirma que o desflorestamento do miombo tem
consequências no aquecimento do clima. A destruição do miombo causa remoção de carbono
aéreo e do solo de aproximadamente 21 t C/ha e 8.6 t C/ha respectivamente (Ryan, 2009) e o
desmatamento tem implicações claras na concentração de dióxido de carbono atmosférico.
5
2.3 Efeito estufa
Grande parte do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve a um aumento
nas concentrações de gases-estufa de origem antropogénicas (IPCC, 2007). O dióxido de
carbono tem sido apontado como o grande vilão da exacerbação do efeito estufa, já que
sua presença na atmosfera decorre em grande parte de actividades humanas
(Tolentino et al. 1998). As queimadas que acompanham o desmatamento determinam as
quantidades de gases emitidas não somente da parte da biomassa que queima, mas também da
parte que não queima (Fearnside, 2002). Outra fonte é o uso de combustíveis fósseis e a
contribuição em metano pode ser também considerada significativa (Tolentino et al.,
1998).
A Terra recebe radiação emitida pelo sol e devolve grande parte dela para o espaço.
Segundo Silva e Paula (2009), os gases responsáveis pelo efeito estufa, como vapor de água,
clorofluorcarbono (CFC), ozónio (O3), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), e dióxido de
carbono (CO2), absorvem uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra
e irradiam, por sua vez, uma parte da energia de volta para a superfície. Como resultado a
superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera em comparação com a energia
recebida do sol, resultando em um aquecimento da superfície terrestre.
2.4 Ciclo de carbono
O dióxido de carbono (C02) circula entre quatro principais estoques de carbono: a atmosfera, os
oceanos, os depósitos de combustível fóssil e a biomassa terrestre e solo. Em sistemas ecológicos,
o carbono é retirado em forma de biomassa viva, matéria orgânica em decomposição, e solos,
estes jogam um papel importante no ciclo global de carbono. O carbono é trocado naturalmente
entre estes sistemas e atmosfera através da fotossíntese, respiração, decomposição e combustão.
As florestas são importantes para o equilíbrio do estoque de carbono global, pois armazenam em
suas árvores e no solo mais carbono do que o existente actualmente na atmosfera (Houghton,
1994 citado por Barreto et al., 2009). É muito importante ter presente que apesar de alguns
sistemas naturais constituírem grandes reservatórios de Carbono (como o oceano), a dinâmica do
seu ciclo é sobretudo controlada pelos sistemas que têm capacidade de o trocar activamente
com a atmosfera, como é o caso da vegetação e do solo. Por outro lado, a fotossíntese que
ocorre nas plantas terrestres é responsável pela retenção de carbono atmosférico no material
vegetal e, eventualmente, na matéria orgânica no solo. Assim, é claro que ecossistemas com
6
grande biomassa e com o solo pouco perturbado, como as florestas, retêm o carbono numa escala
temporal muito maior (Yu, 2004).
2.5 Sequestro de carbono
Sequestro de carbono na convenção de clima refere-se à mitigação biológica, ou seja, a forma
natural de sequestrar o gás carbónico pelos vegetais através da fotossíntese, cujo processo
permite fixar o carbono em forma de matéria lenhosa nas plantas (Fujihara e Lopes, 2009). O
sequestro de carbono constitui em outras palavras, o processo de crescimento das plantas. Quanto
mais for o porte das plantas maior biomassa se acumula, e consequentemente mais carbono é
fixado, sendo as plantas responsáveis por um estoque de 500 Gt C. A maior parte do carbono
terrestre está acumulada no solo florestal pela decomposição de matéria-prima acumulada durante
séculos sendo responsável por 2000 Gt C. A atmosfera estoca 760 Gt C. Portanto, as florestas
incluindo o solo estocam dois terços de carbono – 2500 Gt C, num total de 3260 Gt C na
superfície terrestre. Entre todo reino vegetal, as florestas proporcionam o mais longo estoque do
ciclo de carbono em forma de madeira e acumulação no solo por centenas de anos antes de
retornar à atmosfera através da respiração, decomposição, erosão ou queima (Yu, 2004).
A queima de combustíveis fosseis é responsável por mais de 80% de emissões de carbono no
mundo, o que significa um fluxo do carbono depositado e retido no subsolo a milhões de anos e
liberado novamente na atmosfera. O crescimento das plantas estaria realizando o processo
inverso desta queima através da fotossíntese, que captura o carbono da atmosfera estocando-o em
forma de biomassa viva (Yu, 2004).
2.6 REDD+
O REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento, Degradação florestal e aumento dos
estoques de carbono) é um mecanismo que foi acordado em Bali pela Conferência, no âmbito da
Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas. Este mecanismo visa
reconhecer o papel das florestas na mitigação do efeito das mudanças climáticas, e a necessidade
de compensar os países que contribuem para o efeito através de medidas que reduzam a
conservação destas florestas. Com efeito, o REDD+ vem reforçar outros instrumentos como o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) com relação a iniciativas de redução de emissões
7
de gases de efeito de estufa, através de actividades relacionadas com uso e cobertura da terra no
período pós-Quioto (Sitoe et al., 2012). Segundo Zolho (2010) e Havemann, (2009) os
mecanismos do REDD+ pretendem alcançar em simultâneo a redução das emissões, participar na
redução da pobreza conservação da biodiversidade e manutenção dos serviços do ecossistema.
Alguns dos desafios que o REDD+ enfrenta é a competição com outras formas de uso de terra
consideradas essenciais para o desenvolvimento socioeconómico do país, particularmente a
produção alimentar, biocombustíveis, expansão de infra-estruturas sociais, adiciona-se a estes
desafios a metodologia para a quantificação do volume de carbono que as florestas têm e que
pode ser conservado, que seria usada como base nas negociações (Gibbs at al., 2007).
2.7 Biomassa florestal
Sitoe e Tchaúque (2007) definem biomassa como sendo a quantidade de material orgânico que
constitui os seres de um ecossistema existente numa determinada área, e que pode ser expressa
em peso, volume, área ou número. Para Martinelli et al. (1994), biomassa é a quantidade expressa
em massa do material vegetal disponível em uma floresta, sendo que os componentes de
biomassa geralmente estimados são a biomassa viva horizontal acima do solo composta de
árvores e arbustos; a biomassa morta acima do solo composta pela serapilheira e troncos caídos, e
a biomassa abaixo do solo composta pelas raízes. A biomassa total é dada pela soma de todos
esses componentes. Russo (1983) relaciona seis factores que afectam a biomassa e a
produtividade: a idade do povoamento, a variabilidade genética, a nutrição, a altitude, a humidade
do solo e os desbastes. O total de biomassa acima do solo também varia por região geográfica,
tipo de região (húmida, encharcada ou seca), tipo florestal, estrutura florestal e grau de distúrbio
da floresta (Brown; Gillespie; Lugo, 1989).
2.8 Métodos de quantificação de biomassa
Para Sanquetta (2002), os estudos da biomassa florestal podem ser realizados por determinações
ou estimativas e podem ter diversas finalidades, como a quantificação do carbono fixado em uma
floresta. O autor distingue determinação de estimativa, sendo a determinação uma medição real
feita directamente na biomassa, e a estimativa é feita utilizando relações quantitativas ou
matemáticas, como razões ou regressões.
8
Para Higuchi e Carvalho Júnior (1994), os estudos para quantificação de biomassa florestal
dividem-se em métodos directos (ou determinação) e métodos indirectos (ou estimativas).
Métodos directos significam uma medição real feita directamente na biomassa, por exemplo, a
pesagem de um fuste inteiro por meio de um dinamómetro ou uma balança. Todas as árvores de
uma determinada parcela são derrubadas e pesadas, sendo feita em seguida a extrapolação da
avaliação amostrada para a área total de interesse.
2.8.1 Métodos indirectos de quantificação de biomassa
Métodos indirectos consistem em correlacioná-la com alguma variável de fácil obtenção e que
não requeira a destruição do material vegetal. As estimativas podem ser feitas por meio de
relações quantitativas ou matemáticas, como razões ou regressões de dados provenientes de
inventários florestais (dap, altura e volume), por dados de censoriamente remoto (imagens de
satélite) e utilizando-se uma base de dados em um sistema de informação geográfica (GIS).
Em geral, todos os métodos baseiam-se em informação gerada com base em métodos directos.
Isto é, requerem que haja equações com parâmetros ajustados para a área de estudo ou valores
médios de biomassa por tipo de vegetação ou tipo de cobertura vegetal. Para regiões onde não há
funções ajustadas será necessário iniciar com os métodos indirectos. O uso de parâmetros
estimados em outros lugares ou em modelos globais pode ser permitido para dar uma ideia geral
da distribuição de biomassa numa dada região, porém, pode resultar em dados não confiáveis
para a planificação de uso da biomassa (Sitoe e Tchaúque, 2007).
As estimativas de biomassa em áreas florestais são baseadas em dados de inventários florestais
empregando equações de biomassa e factor de expansão que transformam o diâmetro das árvores
em biomassa (Silveira et al.,2008). Somogyi et al. (2006) afirmam que avaliações de biomassa de
forma indirecta podem ser feitas por dois métodos quando se trabalha em campo: uma utiliza
dados de volume de árvores ou talhões e multiplica-os por um factor ou factores apropriados,
denominados factores de biomassa (BF), que convertem (expandem ou reduzem) as estimativas
de volume para estimativas de biomassa. Um exemplo do emprego desses factores em uma
equação para estimar biomassa acima do solo a partir de dados de volume pode ser visto da
seguinte forma, segundo Brown (1997):
9
BEFWDVB ..t /ha)( 
Onde :
B = biomassa acima do solo;
V = volume por hectare;
WD = densidade média da madeira;
BEF = factor de expansão de biomassa.
Outra forma de se estimar biomassa de forma indirecta é realizando o ajuste de equações pelo uso
de técnicas de regressão. Segundo Koehler; Watzlawick; Kirchner (2002) é o procedimento mais
comum, no qual algumas árvores são amostradas, o peso de cada componente é determinado e
relacionado por meio de regressão com variáveis dendrométricas.
2.8.1.1 Factor de expansão de biomassa
Factores de expansão de biomassa são usados para converter o volume para biomassa florestal.
Vários factores devem ser usados em estimativas de biomassa dependendo dos dados disponíveis
(árvores ou talhões) e da estimativa desejada. Segundo Somogyi et al. (2006), onde é necessário a
estimativa total de biomassa, mas apenas dados de biomassa estão disponíveis, utiliza-se um
factor de expansão.
Brown (1997) fez um estudo para estimativa de biomassa florestal tropical bem como a sua
variação. Para estimativa de biomassa com base em informações de inventários florestais
existentes, uma das formas é baseada no uso de medidas de volume existentes (volume/ha)
convertidos para quantidade de biomassa (ton/ha) utilizando factores de expansão. O método
consiste na conversão do volume em pé do povoamento (m3
/ha) conhecida a densidade das
madeiras (ton/m3
) das espécies em causa, e para o efeito, são dados valores de densidade de
madeira de várias espécies nas três regiões tropicais.
Tabela 1: Densidade de madeira de várias espécies nas três regiões tropicais.
Região tropical N º de espécies A média Gama comum
África 282 0.58 0,50-0,79
América 470 0.60 0,50-,69
Ásia 428 0,57 0,40-0,69
(A partir de Reyes et al. 1,992 Citado por Brown 1997)
10
Lisboa (2014), estimando biomassa e carbono em floresta sempre verde de montanha, no distrito
de Sossundenga em Moçambique, determinou o factor de expansão de biomassa de 2,13.
Machoco (2008) determinou factor de expansão de biomassa para a Floresta de miombo no
Corredor da Beira, e teve a média de 2,03. Brown e Lugo (1984) aplicaram dois diferentes
valores para este factor (1,6 e 3,0), para uma estimativa de biomassa em florestas tropicais
abertas e fechadas respectivamente.
11
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Descrição da área de estudo
3.1.1 Localização da área de estudo
Distrito de Mossurize está localizado entre distritos de Sussundenga a Norte, Chibabava a
Nordeste e de Machaze a Sul. Toda a sua extensão ocidental é limitada por território da
República de Zimbabwe. A Vila de Espungabera, capital distrital de Mossurize localiza-se a sul
da capital provincial de Manica (MAE, 2005).
Fonte: O autor
Figura 1: Mapa de localização do Distrito de Mossurize.
3.1.2 Clima e recursos hídricos
O clima do distrito, segundo a classificação do Koppen, é do tipo temperado húmido, a
precipitação média anual é cerca de 1501mm de acordo com os dados da estacão meteorológica
de Espungabera, e a estacão chuvosa ocorre principalmente de Outubro a Abril com as maiores
12
precipitações de Dezembro a Março. A evapotranspiração de referência média anual é cerca de
1170mm, a temperatura média anual varia de 200
C a 250
C dependendo das regiões (MAE, 2005).
Apresenta um período de crescimento normal com ocorrência de um período seco de 95 dias de
duração, e um período intermédio de 120 dias, entre o período seco e húmido, tendo este 150 dias
de duração. O período húmido tem início na primeira quinzena de Novembro e termina na
primeira quinzena do mês de Abril. Dada a disposição do relevo do distrito, os cursos de água
que atravessam o distrito correm geralmente no sentido Oeste-Este. O distrito possui dois rios
importantes de regime permanente, nomeadamente, Búzi e Mossurize. Em termos de
potencialidades hídricas, o rio Búzi denota condições naturais para a montagem de uma barragem
hidroeléctrica (MAE, 2005).
3.1.3 Topografia e Solos
O relevo do terreno é caracterizado pela ocorrência de colinas e montanhas fortemente
dessecadas por muitos riachos que drenam a área juntando-se aos rios mais importantes, estas
formações são o prolongamento da escarpa de Manica, parte integrante dos montes Chimanimani.
Dentre as formações montanhosas do distrito destacam-se os montes Citatonga 1 e 2,
Chipungumbira, Macuiana, Alto Chinguno, Alto Mude, Matengane e Alto Buzi. A zona que faz
fronteira com o distrito de Machaza é composta por planicies de savanas abertas. (MAE, 2005).
O distrito de Mossurize é integrado as seguintes zonas agro-ecológicas: Terras altas e planaltos,
Área central e escarpada, zonas baixas e vales dos rios Mossurize, Morungwezi e Baixo Búzi.
Segundo a carta nacional de solos, predominam solos desenvolvidos nas rochas vulcânicas e do
soco do précâmbrico e três agrupamentos de solos se destacam neste distrito: Os argilosos
vermelhos, castanho-avermelhados, profundos e férteis, que dominam na maior parte do distrito;
Os basálticos vermelhos de textura argilosa, castanho-escuro de profundidades variáveis, que
ocupam maior parte da região de Garágua e de toda a zona Oeste do distrito e são aptos para a
cultura de algodão; e os líticos de textura franco-arenoso, pouco profundos sobre rocha alterada
(MAE, 2005).
3.1.4 Infra-estruturas
A rede rodoviária comporta somente estradas secundárias e terciárias, que após beneficiarem de
obras de reabilitação se encontram transitáveis numa extensão de 235Kms (MAE, 2005).
13
O distrito de Mossurize comunica-se com outros distritos da província, bem como com o resto do
país através da EN216 e ER412 (MAE, 2005). Uma das grandes dificuldades que o distrito
continua a enfrentar é o mau estado de algumas vias de acesso, originado pela falta de
manutenção e solos acidentados que têm sobretudo, dificultando a circulação de veículos de
grandes tonelagem e a comercialização de excedentes agrícolas. A situação do abastecimento de
água ainda está aquém de satisfazer as necessidades das populações, pois 57% dos habitantes do
distrito beneficiam de água potável. Em Mossurize há escolas, postos de saúde, igrejas e outros
serviços, contudo estes não são suficientes em quantidade e qualidade de serviços prestados
(MAE, 2005).
3.1.5 Flora e Fauna
O distrito possui uma diversidade de espécies vegetais, dos quais se destacam algumas como,
Afzelia quanzensí, Albizia versicolor, Cordila africana, Milletia stuhlmannii e Pterocarpus
angolenses, Diplorhynchus condylocarpon, Bauhimia galpinii, Combretum fragrans,
Julbernardia globiflora. Dentre os principais animais que constituem os recursos faunísticos do
distrito contam-se o elefante, a pala-pala, o hipopótamo, o cabrito cinzento e o macaco-cão
(MAE, 2005).
3.1.6 Actividades sócio-económicas das populações
Este distrito possui potencialidades agrárias, cuja exploração domina a actividade económica das
famílias. Dos 502 mil hectares da superfície do distrito, estima-se em cerca de 250 mil hectares o
potencial de terra arável deste distrito, dos quais só 19 mil são explorados pelo sector familiar
(8% do distrito). A forma mais comum de ocupação da terra é por herança. Muito embora a terra
seja um recurso disponível em Mossuríze, tem sido reportado conflitos pela sua posse entre os
pequenos agricultores (MAE, 2005).
O sistema de produção predominante nos solos de textura pesada e mal drenado é monocultura de
batata-doce em regime de camalhões ou matutos, enquanto nos solos moderadamente bem
drenados predominam as consociações de milho, mapira, mandioca e feijão nhemba. Algodão,
cana-de-açúcar, e girassol são culturas de rendimento, produzidas em regimes de monoculturas.
Este sistema de produção é ainda complementado por criação de espécies como gado bovino,
caprino, e aves. O comércio, a pequena indústria local (carpintaria e artesanato) e a pesca
14
artesanal surgem como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade.
(MAE, 2005).
3.2 Recolha de dados
O método seleccionado foi o de amostragem aleatória, em que o número de parcelas necessárias
foi seleccionado aleatoriamente sobre uma grelha sistemática de pontos (grelha regular com uma
malha de 250 m e orientação NS e EO) com origem aleatória. A utilização desta grelha
determinou, portanto, uma distância mínima de 250m entre parcelas. O número de parcelas a
medir foi determinado com base na variabilidade de biomassa existente, na estimativa da sua
extensão (área, ha), e num erro máximo definido em 20%, neste caso definiu-se a utilização de
125 parcelas circulares simples com raio de 20m (área de 1.256,64 m2
), onde foram medidas
todas as árvores com DAP≥5cm, em seguida estimou-se as alturas e identificou-se os nomes das
espécies. Em cada parcela visitada foi realizada uma medição do grau de cobertura da mancha
homogénea onde se insere a parcela. O grau de cobertura arbórea florestal traduz o quociente
entre a área da projecção horizontal das copas das árvores florestais e a área de terreno, neste
caso, a estimativa do grau de cobertura foi realizada recorrendo a um densiómetro de copas e
adicionalmente foi também estimado visualmente. Com a medição de cobertura arbórea, a área de
recolha de dados foi separada em diferentes classes de cobertura florestal: 10 e 30% da
superfície; 30 e 40% da superfície e 40 e 50% da superfície.
3.3 Processamento de dados
3.3.1 Determinação de estrutura horizontal.
Os dados de campo foram utilizados para determinar a estrutura horizontal da floresta, na qual foi
estabelecida em função dos seguintes parâmetros (Hosokawa, 1986 e Lamprecht, 1990):
a) Abundância absoluta
A abundância absoluta foi determinada com base no número de árvores por hectare de cada
espécie (n/ha).
15
A
n
AbsAb
.
Onde:
Ab.Abs = Abundância absoluta
A = Área em hectare
b) Abundância relativa
Este parâmetro exprime a participação de cada espécie no povoamento como se indica na fórmula
que segue:
haN
han
lativaAb
/
/
(%)Re. 
Onde:
n/ha = Número de árvores de cada espécie por ha
N/ha = Número total de árvores por hectare
c) Dominância
A dominância exprime a potencialidade produtiva do povoamento e expressa-se através da área
basal por hectare de cada espécie.
haAB
haespecieab
RletivaDom
/
/
..

d) Frequência
Este parâmetro exprime a distribuição de cada espécie sobre o terreno através da quantidade de
amostras nas quais ocorrem.
16


Fat
AbsolutaFreq
lativaFreq
.
(%)Re.
Onde:
Fat = frequência absoluta de todas as espécies
e) Índice de Valor de Importância
altivaFreqlativaDomlativaAbIVI Re.Re.Re.(%) 
Em relação a biodiversidade, foi calculado o índice de diversidade comummente utilizado, o
índice de Shannon
H p pi i' ln 
Onde H’ é o índice de Shannon,
pi é a proporção da espécie i na amostra
ln é o logaritmo natural
3.3.2 Determinação de biomassa e carbono
Para cálculo do carbono, primeiro determinou-se a biomassa e depois usou-se a proporção de que
50% de biomassa seca é constituído por carbono (Brown, 1997).
BEFWDVB ..t /ha)( 
Onde:
B =biomassa aérea em (t / ha)
17
V = Volume da madeira em m3/ha
WD = Densidade média da madeira de várias espécies na região (WD =0,58 por Reyes et al.,
1,992 Citado por Brown 1997)
BEF = Factor de expansão de biomassa (BEF=2,03 Por Machoco, 2008)
Logo, determinou-se carbono da seguinte maneira:
FcB.C 
Onde:
C =carbono em (t / ha)
Fc =factor de conversão de biomassa em carbono (Fc=0,5)
18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Parâmetros gerais da floresta
Na floresta foram medidas 5102 árvores e foram encontradas 132 espécies das quais 3 são
desconhecidas. O DAP médio foi de 13,31 Cm, altura média foi de 6m e a área basal média foi de
0.0227m2
.
4.2 Distribuição dimétrica da floresta
O maior número de árvores na floresta em causa foi observado nas classes diamétricas inferiores
e a medida que os diâmetros aumentam proporcionam diminuição de número de árvores por
hectare (Figura 2).
Figura 2: Distribuição diamétrica da floresta
A curva da distribuição diamétrica da floresta em causa, segue a distribuição que é conhecida
como J invertida, o que segundo Schaaf et al. (2006), é um comportamento típico de florestas
nativas. A alta concentração de indivíduos nas classes menores de diâmetros pode indicar uma
comunidade estável e em regeneração (Oliveira et al., 1989; Oliveira-Filho et al., 1996). Sitoe
(1996) verificou que a distribuição diamétrica da mata nativa em Missavanhalo, em Guro
província de Manica, concorda com as características de distribuição das matas nativas do tipo J
234
51
23
10 4 2 1 1 0
0
50
100
150
200
250
]5-15[ [15-25[ [25-35[ [35-45[ [45-55[ [55-65[ [65-75[ [75-85[ [85-95[
Numerodearvoresporhectare
Classes diametricas
19
invertida, que indica a presença de muitos individuos com tamanhos pequenos, e poucos com
tamanhos grandes como consequência da característica típica daquele tipo de formação florestal
que não atinge diâmetros muitos grandes.
4.3 Estrutura horizontal
A tabela 2 apresenta os valores da análise da estrutura horizontal da vegetação, estes estão
descritos por Frequências relativas, Abundâncias relativas, Dominâncias relativas e Índices de
Valor Importância. Contudo, cada espécie apresenta a sua contribuição na floresta em cada
indicador referido
Tabela 2: Descrição da estrutura Horizontal
Espécie Frel Arel Drel IVI
Acacia abissinica 0.16 0.16 0.09 0.40
Acacia nigrescens 0.24 0.24 0.43 0.90
Acacia sp. 0.06 0.06 0.02 0.14
Afzelia quanzensis 0.08 0.08 0.54 0.70
Albizia versicolor 0.18 0.18 0.22 0.57
Albizia adianthifolia 0.25 0.25 0.51 1.02
Albizia versicolor 0.10 0.10 0.30 0.50
Amblygonocarpus andongensis 0.61 0.61 3.01 4.22
Annona senegalensis 0.47 0.47 0.09 1.03
Anonaceae 0.04 0.04 0.00 0.08
Antidesma venosum 0.14 0.14 0.03 0.31
Artabotrys brachypetalus 0.94 0.94 0.18 2.07
Azanza garckeana 0.08 0.08 0.03 0.19
Bauhimia galpinii 5.19 5.19 0.81 11.19
Berchemia discolor 0.24 0.24 0.21 0.68
Brachylaena discolor 0.06 0.06 0.03 0.15
Brachystegia boehmii 0.06 0.06 0.14 0.26
20
Brachystegia glaucescens 2.63 2.63 6.13 11.38
Brachystegia spiciformis 5.06 5.06 17.93 28.05
Brackenaidgea zanguebarica 1.10 1.10 0.70 2.89
Breonadia salicina 0.24 0.24 1.68 2.15
Burkea Africana 0.04 0.04 0.01 0.09
Catunaregam spinosa 0.31 0.31 0.04 0.67
Combretum erythrophyllum 1.08 1.08 0.42 2.58
Combretum fragrans 5.84 5.84 3.51 15.19
Combretum molle 3.12 3.12 2.05 8.28
Combretum panicoi 0.73 0.73 0.18 1.63
Cordyla Africana 0.02 0.02 0.35 0.39
Crombretum fragrans 0.06 0.06 0.06 0.18
Crossopterix febrifuga 3.94 3.94 2.76 10.63
Dalbergia nyasea 1.08 1.08 0.20 2.36
Desconhecida 1 0.12 0.12 0.02 0.26
Desconhecida 2 0.04 0.04 0.00 0.08
Desconhecida 3 0.06 0.06 0.03 0.14
Diospyrus quiloensis 0.14 0.14 0.06 0.33
Diplorhynchus condylocarpon 20.82 20.82 9.58 51.21
Dracaena usamberensis 0.12 0.12 0.13 0.37
Erythrophleum africanum 0.12 0.12 0.51 0.75
Erythrophleum lasianthum 1.02 1.02 6.04 8.08
Ficus sp. 0.08 0.08 0.11 0.26
Friesodielsia obovate 0.08 0.08 0.02 0.18
Friodesia obovate 0.04 0.04 0.01 0.09
Gardenia volskei 0.27 0.27 0.04 0.59
Grevia cafra 0.08 0.08 0.01 0.17
Hibiscus canabinus 0.02 0.02 0.01 0.05
21
Hibiscus sp. 0.02 0.02 0.02 0.06
Hollarrhena pubescens 0.33 0.33 0.15 0.82
Hymenocardia acida 0.78 0.78 0.16 1.73
Julbernardia globiflora 7.64 7.64 9.21 24.50
Kaya nyasica 0.14 0.14 0.49 0.76
Lannea schweinfurthii 0.41 0.41 0.21 1.03
Lonchocarpus bussei 0.04 0.04 0.00 0.08
Lonchocarpus capensis 0.02 0.02 0.01 0.05
Markhamia obtusifolia 1.37 1.37 0.22 2.97
Markhamia zanzibarica 0.24 0.24 0.04 0.51
Maytenus heterophylla 0.04 0.04 0.03 0.10
Millettia stuhlmannii 4.33 4.33 5.18 13.84
Monotes glaber 0.08 0.08 0.04 0.20
Ormocarpum kirkii 0.04 0.04 0.01 0.09
Parinari curatellifolia 0.73 0.73 1.05 2.50
Pavetta sp. 0.31 0.31 0.03 0.66
Peltophorum africanum 0.02 0.02 0.03 0.07
Pericopsis angolensis 1.43 1.43 1.43 4.30
Piliostigma thonningii 3.70 3.70 2.41 9.82
Pseudolachnostylis maprouneifolia 1.86 1.86 2.38 6.10
Pteleopsis myrtifolia 1.86 1.86 2.44 6.16
Pterocarpus angolensis 0.61 0.61 0.70 1.92
Pterocarpus rotundifolius 3.35 3.35 4.81 11.51
Rhus chimindensis 0.08 0.08 0.01 0.17
Rhus natalensis 0.04 0.04 0.01 0.08
Sclerocarya birrea 0.31 0.31 0.74 1.37
Securinega sp. 0.12 0.12 0.05 0.29
Sporobolus panicoides 0.04 0.04 0.01 0.09
22
Strychnos coculoides 0.18 0.18 0.05 0.40
strychnos madagascariensis 0.98 0.98 0.49 2.45
Strychnos potatorum 0.96 0.96 0.19 2.11
Strychnos sp. 0.16 0.16 0.03 0.34
Strychnos spinosa 0.47 0.47 0.10 1.04
Strychnos usamborensis 0.02 0.02 0.01 0.05
Swartzia madagascariensis 1.29 1.29 0.56 3.14
Syzigium guineense 0.04 0.04 0.11 0.19
Tabernaemontana elegans 1.14 1.14 0.31 2.58
Tarenna supra-axillaris 0.08 0.08 0.01 0.16
Terminalia sericea 4.08 4.08 4.09 12.24
Terminalia stenostachya 0.02 0.02 0.01 0.04
Trema orientalis 0.29 0.29 0.07 0.66
Uapaca kirkiana 0.06 0.06 0.05 0.16
Vangueria infausta 0.35 0.35 0.06 0.76
Vernonia miriantha 0.04 0.04 0.00 0.08
Vitex doniana 0.73 0.73 0.54 1.99
Wrightia natalensis 0.06 0.06 0.02 0.14
Xanthocercis zambesiaca 0.14 0.14 0.70 0.98
Xeroderris stuhlmannii 0.86 0.86 1.23 2.95
Ximenia Americana 0.31 0.31 0.05 0.68
zizyphus sp. 0.71 0.71 0.22 1.63
TOTAL 100 100 100 300
Os resultados mostram que a Diplorhynchus condylocarpon apresentou maior frequência com
cerca de 20,82%, seguida por Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, Bauhimia galpinii,
com 7,64%, 5,84%, 5,19%, respectivamente. Valores altos de frequência (61% - 100%) indicam
uma composição florística homogénea, valores baixos (1% - 40%) significam alta
23
heterogeneidade (Zavala, 2013). Tomo (2012), em floresta de Miombo, em Gondola, verificou
que as espécies mais frequentes são a Diplorhynchus condylocarpon e Pseudolachnostylis
maprouneifolia, que ambas foram encontradas em parcelas observadas com frequência relativa
por espécie de 4.8%, seguida da Brachystegia spiciformis e Pterocarpus angolensis, com 3.8% de
cada espécie.
A Diplorhynchus condylocarpon apresentou-se com maior abundância, cerca de 20,82%, seguida
por Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, Bauhimia galpinii, com 7,64%, 5,84%,
5,19%, respectivamente. Matusse (2013), em Lugela na província da Zambézia, verificou que
abundância diminui à medida que as espécies se tornam raras, neste caso, constatou a
Brachystegia bohemii, Diplorhynchus condylocarpon, Combretum colinum como sendo as mais
abundantes. Tomo (2012), em floresta de Miombo, em Gondola, em todas as classes de uso e
cobertura verificou que a espécie mais abundante foi Diplorhynchus condylocarpon que
apresentou 16,6% do total das árvores medidas nas parcelas, seguindo a Albizia adianthifolia e
Cussonia arbórea com 8,9 % e 5,3 % respectivamente.
A espécie mais dominante foi a Brachystegia spiciformis com cerca de 17,93%, seguida de
Diplorhynchus condylocarpon, Julbernardia globiflora, Brachystegia glaucescens, com 9,58%,
9,21%, 6,13%, respectivamente. Matusse (2013), em um estudo em Lugela na província da
Zambézia verificou que espécies dominantes na floresta são Terminalia stenostachya (9%),
Diplorhynchus condylocarpon (8,1%) e Pseudolachnostrylis maprounefolia (7,3%) e são típicas
da floresta de miombo.
A Diplorhynchus condylocarpon apresentou-se como a mais importante na floresta em causa,
com maior índice de valor de importância, cerca de 51,21%, seguida por Brachystegia
spiciformis, Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, com 28,05%, 24,50%, 15,19%
respectivamente. Matusse (2013), em Lugela na província da Zambézia mostrou que as espécies
mais importantes na área estudada são: Brachystegia boehmii, Diplorhynchus condylocarpon e
Pseudolachnostrylis maprounefolia, Terminalia stenostachya. Nos trabalhos realizados por
Giliba et al. (2011) encontrou espécies do género Brachystegia como as mais importantes, isto
mostra que as espécies deste género são um elemento muito importante no miombo. Ribeiro et al.
(2013), em estudo de Monitoramento da dinâmica da vegetação e densidade de estoque carbono
em florestas de miombo, encontrou como espécies importantes a Julbernardia globiflora,
Diplorhynchus condilocarpon, Brachystegia boehmii, Pseudolachnostylis maprouneifolia,
24
Sclerocarya birrea, Burkea africana, Diospyros kirkii, Pterocarpus angolensis,Terminalia
stenostachya.
O Índice de diversidade de shannon foi de 3,345431. De acordo com (Barbour et al., 1999), um
ecossistema com índice de Shannon (H’) maior do que 2 tem diversidade de espécies média a
alta. Guedes, (2004) em Moribane, Zomba e Maronga (Província de Manica) encontrou índices
de diversidade de 3,71 a 4,09. Williams et al., (2007) encontrara em Nhambita 2.7. Giliba et al.,
(2011) encontrara índice de diversidade (H’) igual a 4,27.
4.4 Biomassa e carbono
A tabela 3 apresenta os diferentes graus de cobertura arbórea e as variações de quantidades de
biomassa e carbono em toneladas por hectare. A quantidade de biomassa variou de 8,86 a 60,48
ton/ha e o carbono variou de 4,43 a 30,24 ton/ha. A floresta com cobertura arbórea 30-40%
possui maior quantidade de biomassa 60,48 ton/ha e carbono 30,24 ton/ha, seguida por floresta
com cobertura de 40-50% com biomassa de cerca de 11,14 ton/ha e 5,57ton/ha de carbono, por
último a floresta com cobertura de 10-30% apresentou menor quantidade de biomassa com cerca
de 8,86 ton/ha e 4,43 ton/ha de carbono.
Tabela 3: Valores de biomassa e carbono.
Grau de cobertura arbórea Biomassa em ton/ha Carbono em ton/ha
10-30% 8,86 4,43
30-40% 60,48 30,24
40-50% 11,14 5,57
Comparado o carbono determinado no local, verificou-se que o carbono encontrado na classe
com cobertura de 10 a 30% é menor em relação ao carbono obtido por Matusse (2013), que
estimou cerca de 16,02 ton/ha em Floresta com mesma cobertura arbórea de 10 a 30%. O carbono
obtido na classe com cobertura 30 a 40% é maior em ralação ao carbono obtido por Matusse
(2013), que estimou cerca de 18,63 ton/ha em Florestas com mesma cobertura de 30 a 40%. O
carbono obtido em florestas com cobertura arbórea de 40 a 50% é menor em relação ao carbono
obtida por Matusse (2013), em áreas com mesma cobertura arbórea, que teve cerca de 30,97
ton/ha. Este autor observou que a variação da quantidade de carbono nos três tipos de cobertura
25
florestal pode estar ligada a variação do grau de exposição da degradação do homem, diferença
de idade das espécies traduzida pela diferença de diâmetro e o tipo de miombo envolvido, neste
caso verificou que o género Brachystegia foi a que sequestrou maior quantidade de carbono, e no
estudo em causa o mesmo género Brachystegia sequestrou maior quantidade de carbono. No
entanto verificou-se ainda que as diferenças de teor de carbono obtido no presente estudo com o
carbono obtido por Matusse (2013) explica-se por diferenças de equações usadas para determinar
o carbono.
Em geral o carbono na floresta variou de 4,43 a 30,24 ton/ha, comparando com Williams et al.
(2007), que estudaram o sequestro de carbono e biodiversidade de regeneração de florestas de
miombo em Moçambique, na comunidade de N'hambita, nas proximidades do Parque nacional de
Gorongosa, na província de Sofala, estimaram valores de 8-19 ton/ha de carbono para tronco nas
florestas, Marzoli e Del Lungo (2009) encontraram 10,9 a 15,3 t /ha no miombo aberto e 14,6 a
20 t /ha no miombo denso, Ryan (2009) em miombo em Mocambique encontrou 1,4-21,3 ton/ha
de carbono.
26
A figura 3 apresenta o comportamento das espécies em termos de sequestro de carbono na
floresta com grau de cobertura arbórea 10-30%, neste caso, são ilustradas as espécies que se
destacaram maioritariamente pela sua capacidade de sequestro de carbono, portanto verificou-se
que a Brachystegia spiciformis, Erythrophleum lasianthum, Julbernardia globiflora contribuem
mais em termos de sequestro de carbono. Embora as espécies desta classe de cobertura arbórea
tenham contribuído para sequestro de carbono, verifica-se que espécies desta classe de cobertura
são as que têm menor potencialidade de sequestro de carbono em toda a floresta em causa.
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
Brachystegiaspiciformis
Erythrophleumlasianthum
Julbernardiaglobiflora
Sclerocaryabirrea
Diplorhynchuscondylocarpon
Millettiastuhlmannii
Pterocarpusrotundifolius
Albiziaversicolor
Terminaliasericea
Combretumfragrans
Pseudolachnostylismaprouneifolia
Piliostigmathonningii
Kayanyasica
Albiziaadianthifolia
Pteleopsismyrtifolia
Crossopterixfebrifuga
Albiziaversicolor
Xanthocerciszambesiaca
strychnosmadagascariensis
Xeroderrisstuhlmannii
Swartziamadagascariensis
Pericopsisangolensis
Vitexdoniana
Tabernaemontanaelegans
Combretumerythrophyllum
Parinaricuratellifolia
Carbonoemton/ha
Especies
27
Figura 3: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 10-30% de cobertura
28
A figura 4 apresenta o comportamento das espécies em termos de sequestro de carbono na
floresta com grau de cobertura arbórea 30-40%, neste caso, são ilustradas as espécies que se
destacaram maioritariamente pela sua capacidade de sequestro de carbono, portanto a partir do
gráfico verificou-se que a Brachystegia spiciformis, Julbernardia globiflora, Brachystegia
glaucescens contribuem mais em termos de sequestro de carbono, verifica-se ainda que a floresta
com este grau de cobertura arbórea, a Brachystegia spiciformis tem o potencial do sequestro de
carbono muito acentuado, isto se deve a maior contribuição de biomassa que a espécie em causa
possui, portanto a maior potencialidade destas espécies contribuiu bastantemente para que esta
classe seja a que sequestra maior carbono em toda floresta.
Figura 4: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 30-40% de cobertura arbórea.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
Carbonoemton/ha
Especies
29
A figura 5 apresenta o comportamento das espécies em termos de sequestro de carbono na
floresta com grau de cobertura arbórea 40-50%, neste caso, são ilustradas as espécies que se
destacaram maioritariamente pela sua capacidade de sequestro de carbono. Portanto a partir do
gráfico verificou-se que a Breonadia salicina, Brachystegia glaucescens e Erythrophleum
lasianthum contribuem mais em sequestro de carbono nesta classe de cobertura arbórea. Embora
as espécies acima descritas tenham contribuído significativamente em sequestro de carbono,
mostra-se que a capacidade destas espécies é menor em relação aos das espécies da classe com
cobertura arbórea 30-40%, conforme são ilustradas na figura 4.
Figura 5: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 40-50% de cobertura arbórea
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
Carbonoemton/ha
Especies
30
5 CONCLUSÕES
Com base nos resultados apresentados e discutidos, em concordância com os objectivos deste
trabalho constatou-se que:
 Quanto aos parâmetros da estrutura horizontal verificou-se que a Diplorhynchus
condylocarpon, Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, Bauhimia galpinii,
apresentaram maiores frequências, e as percentagens ilustram que há alta heterogeneidade
da vegetação na floresta em causa. A Brachystegia spiciformis, Diplorhynchus
condylocarpon, Julbernardia globiflora, Brachystegia glaucescens, apresentaram-se com
maiores abundâncias, neste caso, verificou-se que abundância diminui à medida que as
espécies se tornam raras. As espécies mais dominantes foram a Diplorhynchus
condylocarpon, Bauhimia galpinii, Combretum fragrans, Julbernardia globiflora, e estas
espécies são típicas da floresta de miombo. As espécies mais importantes são a
Diplorhynchus condylocarpon, Brachystegia spiciformis, Julbernardia globiflora,
Combretum fragrans. A floresta tem índice de diversidade de espécie média a alta.
 Quanto ao carbono verificou-se que, a quantidade de carbono variou de 4,43 a 30,24
ton/ha, da qual a floresta com cobertura arbórea 30-40% possui maior quantidade de
carbono 30,24 ton/ha, seguida do tipo florestal com grau de cobertura arbórea de 40-50%
com cerca de 5,57ton/ha de carbono, por último a classe com cobertura arbórea de 10-
30% apresentou menor quantidade de carbono de 4,43 ton/ha.
31
6 RECOMENDAÇÕES
 Recomenda-se que ajuste-se uma equação local para estimativa de carbono, uma vez que
os coeficientes usados foram desenvolvidos em outros locais, logo surge a necessidade
que se desenvolva coeficientes locais de modo a estimar o carbono com maior precisão;
 Recomenda-se que se faça estudo de estimativa do carbono sequestrado pelo solo, uma
vez que em florestas do miombo o solo sequestra mais carbono em relação as árvores, no
entanto há necessidade de conhecer o potencial de carbono sequestrado por solo.
32
7 REFERÊNCIAS
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Zolho, R. 2010. Mudanças Climáticas e as Florestas em Moçambique. Amigos da
Floresta/Centro de Integridade Pública. Maputo.
37
ANEXOS
Anexo 1. Lista de espécies
Nome científico
Acacia abissínica
Acacia nigrescens
Albizia adianthifolia
Albizia versicolor
Amblygonocarpus andongensis
Annona senegalensis
Antidesma venosum
Artabotrys brachypetalus
Azanza garckeana
Bauhinia galpinii
Berchemia discolor
Brachylaena discolor
Brachystegia boehmii
Brachystegia glaucescens
Brachystegia spiciformis
Brackenaidgea zanguebarica
Breonadia salicina
Catunaregam spinosa
Combretum erythrophyllum
Combretum fragrans
Combretum molle
Cordyla Africana
Crossopterix febrifuga
Cussonia arborea
Cymbopogon excavatus
Dalbergiella nyassae
Desmondium salicifolium
Dicrostachys cinerea
38
Diospyros mespiliformis
Diospyrus quiloensis
Diplorhynchus condylocarpon
Dracaena usamberensis
Entada rheedii
Eragrostis aspera
Eragrostis rigidon
Erythrophleum africanum
Erythrophleum lasianthum
Eugenia natalensis
Ficus sp.
Friesodielsia obovata
Friodesia obovate
Gardenia volskei
Grevia cafra
Hibiscus canabinus
Hollarrhena pubescens
Hymenocardia acida
Hyparrhemia filipendula
Hyparrhemia hirta
Indigofera sp.
Ipomeia aquatica
Julbernardia globiflora
Justica flava
Justicia betonica
Kaya nyasica
Kyphocarpa angustifolia
Landolphia kirkii
Lannea schweinfurthii
Lantana camara
Lippia javanica
39
Lonchocarpus bussei
Macaranga capensis
Markhamia obtusifolia
Markhamia zanzibarica
Maytenus heterophylla ou Gymnosponia heterophylla
Melhanea sp.
Millettia stuhlmannii
Mucuna coriacea
Nidorella sp.
Ormocarpum kirkii
Panicum coloratum
Panicum maximum
Panicum natalense
Parinari curatellifolia
Pavetta sp.
Peltophorum africanum
Percicopsis angolensis
Phyllanthus sp.
Piliostigma thonningii
Pseudolachnostylis maprouneifolia
Pteleopsis myrtifolia
Pterocarpus angolensis
Pterocarpus rotundifolius
Rhus chimindensis
Sclerocarya birrea
Securinega sp.
Senecio panduriformis
Senecio panduriformis
Setaria megaphylla
Sporobolus panicoides
Strychnos coculoides
40
Strychnos madagascariensis
Strychnos potatorum
Strychnos sp.
Strychnos spinosa
Strychnos usamborensis
Surilax anceps
Swartzia madagascariensis
Tabernaemontana elegans
Tabernaemontana ventricosa
Tarenna supra-axillaris
Tephrosia purpurea
Terminalia sericea
Terminalia stenostachya
Tinta lartabro
Trema orientalis
Uapaca kirkiana
Vangueria infausta
Vernonia centaureoisdes
Vernonia colonata
Vernonia myriantha
Vigna luteola
Vitex doniana
Wrightia natalensis
Xanthocercis zambesiaca
Xeroderris stuhlmannii
Ximenia americana
Zanthoxylum dugoense
Zauricurcas zacurifolia
41
Anexo 2. Ficha do campo
Província Posto administrativo_______________ .
Tipo de Floresta Parcela________________________ .
Lat: Log:_ Data /_ / .
Nome da Espécie DAP (cm) Altura (m) Obs.
:
Científico Local

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Estimativa de carbono em floresta de Mossurize

  • 1. UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL Projecto final de licenciatura em Engenharia Florestal Estimativa de carbono em uma área florestal em Mossurize Autor: Calisto Afonso Vilanculo Supervisor: Doutor Mário Paulo Falcão Maputo, Junho de 2015
  • 2. ii Estimativa de carbono em uma área florestal em Mossurize Elaborado por: Calisto Afonso Vilanculo Supervisionado por: Doutor Mário Paulo Falcão Projecto Final submetido a UEM-FAEF como requisito para a obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Florestal. Maputo, Junho de 2015
  • 3. iii RESUMO Os ecossistemas florestais são considerados reservatórios de carbono e têm sido apontados como alternativas para redução de gases de efeito estufa, principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas globais. Este trabalho tem como objectivo estimar o carbono acima do solo sequestrado numa área florestal em Mossurize, província de Manica. A recolha dos dados recorreu-se a amostragem aleatória em que o número de parcelas foi seleccionado sobre uma grelha sistemática de pontos. Definiu-se a utilização de 125 parcelas circulares simples com raio de 20 m (área de 1.256,64 m2 ), em cada parcela foram medidas todas as árvores com DAP≥5cm, em seguida estimou-se as alturas e identificou-se os nomes das espécies. A área de recolha de dados foi separada em diferentes classes de cobertura florestal, com cobertura arbórea entre: 10 a 30% da superfície; 30 a 40% da superfície; e 40 a 50% da superfície. Os dados de campo foram utilizados para determinar parâmetros da estrutura horizontal da floresta, na qual a Diplorhynchus condylocarpon, Brachystegia spiciformis, Julbernardia globiflora, Combretum fragrans apresentaram maior importância ecológica, isto devido maiores frequências, maiores abundancias, maiores dominâncias e estas espécies são típicas da floresta de miombo. O Índice de diversidade de Shannon foi de 3,345431. Para cálculo do carbono primeiro determinou-se a biomassa segundo Brown (1997), e depois usou-se a proporção partindo do pressuposto de que 50% de biomassa seca é constituída por carbono, neste caso, obteve-se da floresta com cobertura arbórea entre 30 a 40% uma maior quantidade de biomassa de 60,48 ton/ha e carbono de 30,24 ton/ha, seguida por tipo florestal com cobertura de 40 a 50% com biomassa com cerca de 11,14 ton/ha e 5,57 ton/ha de carbono, por último a classe com cobertura entre 10 a 30% com cerca de 8,86 ton/ha de biomassa e 4,43 ton/ha de carbono. Palavras-chave: Estrutura horizontal, Biomassa e Carbono
  • 4. iv DEDICATÓRIA Dedico o presente trabalho, Aos meus pais, Afonso Tecane Vilanculo e Helena Luís Machohe pelo sacrifício, dedicação, aposta na minha formação, que potenciou o sucesso nos meus estudos. Aos meus irmãos Alzira, Anária, Emilia, Esperança, Hilton e Fiodosa, meus sobrinhos e primos, pela força e inestimável apoio. Aos meus tios António Simeão Vilanculos e Pascoal Simeão Vilanculos, pelos conselhos e confiança.
  • 5. v AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus todo-poderoso, pela vida e saúde. Ao meu supervisor, Doutor Mário Paulo Falcão, por todo apoio científico e disponibilidade que demonstrou, assim como pelas críticas, correcções e sugestões de modo a tornar este trabalho uma realidade. ‘‘O meu muito obrigado’’ Aos meus colegas e amigos: Leovigildo Paulo, Gildo Chivale, Esmeraldo Nicumua, Macedo Damas, Celso Naface, Hercilo Odorico, Bernabé Langa, Domingos Machava, Alismo Nhanengue, Angelina Matsinhe, Vania Somar, Neri Varela, Cecilia Bié, Felício Guelume, Saquina Mazoio, Marcela Sitoe, Sérgio Simão, Miguel Osório, Calisto da Paz, Egas Daniel, Mouzinho Eduardo, Kondwane Enoque, Sérgio Noa, António Ricardo Húo e outros que aqui não mencionei pelo apoio que proporcionaram durante a minha formação. Manifesto aqui a minha gratidão a todos os meus familiares, amigos, docentes, investigadores que directa ou indirectamente deram o seu contributo para a concretização do presente trabalho, especialmente a turma dos florestais da geração de 2011.
  • 6. vi ÍNDICE RESUMO ....................................................................................................................................... iii DEDICATÓRIA............................................................................................................................. iv AGRADECIMENTOS.................................................................................................................... v LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. viii LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................... ix LISTA DE ANEXOS ...................................................................................................................... x LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................................... xi 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 1.1 Antecedentes..................................................................................................................... 1 1.2 Problema de estudo e justificativa .................................................................................... 1 1.3 Objectivos:........................................................................................................................ 2 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................. 3 2.1 Estrutura horizontal........................................................................................................... 3 2.2 Miombo............................................................................................................................. 4 2.3 Efeito estufa ...................................................................................................................... 5 2.4 Ciclo de carbono ............................................................................................................... 5 2.5 Sequestro de carbono........................................................................................................ 6 2.6 REDD+ ............................................................................................................................. 6 2.7 Biomassa florestal............................................................................................................. 7 2.8 Métodos de quantificação de biomassa ............................................................................ 7 2.8.1 Métodos indirectos de quantificação de biomassa .................................................... 8 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 11 3.1 Descrição da área de estudo............................................................................................ 11 3.1.1 Localização da área de estudo ................................................................................. 11 3.1.2 Clima e recursos hídricos ........................................................................................ 11
  • 7. vii 3.1.3 Topografia e Solos................................................................................................... 12 3.1.4 Infra-estruturas......................................................................................................... 12 3.1.5 Flora e Fauna ........................................................................................................... 13 3.1.6 Actividades sócio-económicas das populações....................................................... 13 3.2 Recolha de dados ............................................................................................................ 14 3.3 Processamento de dados ................................................................................................. 14 3.3.1 Determinação de estrutura horizontal...................................................................... 14 3.3.2 Determinação de biomassa e carbono ..................................................................... 16 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 18 4.1 Parâmetros gerais da floresta .......................................................................................... 18 4.2 Distribuição dimétrica da floresta................................................................................... 18 4.3 Estrutura horizontal......................................................................................................... 19 4.4 Biomassa e carbono ........................................................................................................ 24 5 CONCLUSÕES...................................................................................................................... 30 6 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................ 31 7 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 32
  • 8. viii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Densidade de madeira de várias espécies nas três regiões tropicais................................ 9 Tabela 2: Descrição da estrutura Horizontal ................................................................................. 19 Tabela 3: Valores de biomassa e carbono. .................................................................................... 24
  • 9. ix LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mapa de localização do Distrito de Mossurize. ............................................................. 11 Figura 2: Distribuição diamétrica da floresta ................................................................................ 18 Figura 3: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 10-30% de cobertura............. 27 Figura 4: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 30-40% de cobertura arbórea.28 Figura 5: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 40-50% de cobertura arbórea 29
  • 10. x LISTA DE ANEXOS Anexo 1. Lista de espécies ............................................................................................................ 37 Anexo 2. Ficha do campo.............................................................................................................. 41
  • 11. xi LISTA DE ABREVIATURAS C Carbono CO2 Dióxido de carbono DAP Diâmetro à Altura do Peito FAO Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação GEE Gás Efeito Estufa GPS Sistema de Posicionamento Global g Gramas Gt Giga toneladas ha Hectares INE Instituto Nacional de Estatística IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ton Toneladas tC/ha Toneladas de carbono por hectare o C Graus centígrados % Percentagem MAE Ministério de Administração Estatal REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento, Degradação florestal e aumento dos estoques de carbono) Kms Quilómetros EN Estrada Nacional Cm Centímetros m Metros m2 Metros quadrados m3 Metros cúbicos BEF Factor de expansão de biomassa Frel Frequência relativa Arel Abundância relativa
  • 12. xii Drel Dominância relativa IVI Índice de Valor de Importância
  • 13. 1 1 INTRODUÇÃO 1.1 Antecedentes Mudanças climáticas é resultado do acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Estas concentrações são provenientes das actividades industriais como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento (IPCC, 2007). Segundo Machoco (2008), a conservação de estoques de carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação, a preservação de florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas agroflorestais e a recuperação de áreas degradadas são algumas acções que contribuem para a redução da concentração do CO2 na atmosfera. As florestas, os sistemas agroflorestais e os solos podem ser tanto reservatórios como fontes de carbono dependendo de como e com que motivos são manejados e, como são utilizados seus produtos. O conhecimento da biomassa florestal é importante para estudos da produtividade primária líquida, ciclagem de nutrientes que por sua vez são utilizados para avaliar a dinâmica de alguns elementos importantes tais como o CO2 (Sitoe e Tchaúque, 2007). Segundo Brown (1997), a biomassa florestal e a sua medição fornece meios para cálculo de quantidade de dióxido de carbono que pode ser removida da atmosfera por regeneração da floresta ou por plantação. Moçambique é um dos países mais pobres do mundo com uma elevada taxa de desmatamento e degradação de florestas. Contudo, ainda mantém uma proporção considerável da sua área coberta com florestas naturais. Em 2008, Moçambique iniciou o processo de engajamento nacional em REDD+ em resposta aos interesses globais para financiar esforços de redução das emissões do desmatamento e degradação de florestas (REDD+) nos países em vias de desenvolvimento (Sitoe et al., 2012). 1.2 Problema de estudo e justificativa O aquecimento global é uma das grandes preocupações para a humanidade, uma vez que os seus efeitos afectam a vida na terra. O aumento da concentração dos gases de estufa na atmosfera principalmente o dióxido de carbono, tem sido apontado como uma das principais causas destas alterações no clima, que terão impactos directos negativos sobre os ecossistemas terrestres, nos diversos sectores socioeconómicos mundiais; na saúde pública e na qualidade de vida das pessoas em geral (IPCC, 2007).
  • 14. 2 As florestas tropicais representam grandes reservatórios de carbono através do processo de fotossíntese durante seu crescimento, armazenando grandes quantidades de carbono na biomassa de folhas, galhos, troncos e raízes e, liberando oxigénio de volta na atmosfera, no entanto, elas estão sendo desmatadas (Walker, 2011). Segundo Walker (2011), na tentativa de manter as florestas tropicais e seus vastos estoques de carbono intactas, a comunidade internacional está trabalhando para implementar políticas para compensar nações dos trópicos que reduzirem suas emissões de carbono provenientes de desmatamento e degradação florestal. Políticas bem-sucedidas irão exigir entre outras coisas o desenvolvimento de sistemas de medições florestais operacionais e, de monitoramento para acompanhar os ganhos e perdas de carbono florestal ao longo do tempo. Portanto em áreas florestais de Mossurize existem poucos estudos de sequestro de carbono, assim surgiu a necessidade de pesquisas que quantifiquem potencial de sequestro de carbono nestes ecossistemas florestais. 1.3 Objectivos: Geral:  Estimar o carbono acima do solo existente em uma área florestal em Mossurize. Específicos:  Determinar a estrutura horizontal da vegetação arbórea;  Determinar o teor de carbono por grau de cobertura florestal.
  • 15. 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Estrutura horizontal O inventário florestal utiliza a amostragem para a estimativa de características das florestas, sejam estas quantitativas ou qualitativas. Entre as estimativas quantitativas são determinadas a estrutura horizontal e a estrutura vertical, a estrutura horizontal diz respeito à ocupação espacial de uma área florestal e, a análise desta deve ser baseada no inventário e na interpretação das dimensões do indivíduo para servir de comparação entre diferentes florestas (Zavala, 2013). A estrutura horizontal pode ser coetânea ou dissetânea. A primeira corresponde a uma floresta, na qual a maior parte dos indivíduos de uma ou várias espécies pertencem a mesma classe de idade ou tamanho, a segunda corresponde a uma floresta na qual os indivíduos se encontram distribuídos em várias classes de tamanho, em forma de "J-invertida", uma distribuição típica das florestas nativas (Louman et al., 2001, citado por Ribeiro, et al., 2002). Segundo Coraiola (1997), a análise da estrutura horizontal deve quantificar a participação das diferentes espécies em relação às outras, e verificar a forma de distribuição espacial de cada espécie, podendo ser determinada pelos índices de abundância e frequência. Para Lamprecht (1990), a abundância mede a participação das diferentes espécies na floresta. Define-se a abundância absoluta como sendo o número total de indivíduos pertencentes a uma determinada espécie e, a abundância relativa indica a participação de cada espécie e m percentagem do número total de árvores levantadas na parcela respectiva, considerando o número total igual a 100%. Segundo Hosokawa (1986) a dominância é a medida da projecção total da copa da planta e que a dominância de uma espécie é a soma de todas as projecções horizontais dos indivíduos pertencentes a esta espécie. Embora definida originalmente como projecção total da copa (Expansão Horizontal), utiliza-se a área basal dos fustes para representar a dominância, uma vez que existe uma estreita correlação entre ambas e por apresentar maior facilidade na obtenção de dados. Para Finol (1969), através da dominância pode se medir a potencialidade produtiva da floresta, constituindo-se um parâmetro útil para a determinação da qualidade das espécies. A Frequência exprime a percentagem de ocorrência ou ausência de uma espécie num determinado lugar, este parâmetro dá uma ideia da distribuição das espécies no espaço de amostragem, e varia entre 0 a 100 %. Valores altos de frequência (61% a 100%) indicam uma
  • 16. 4 composição florística homogénea e valores baixos (1% a 40%) significam alta heterogeneidade (Zavala, 2013). Segundo Coraiola (1997), a frequência indica a dispersão média de cada espécie, medida pelo número de sub-parcela da área amostrada. Para Lamprecht (1990), a frequência absoluta de uma espécie é expressa pela percentagem das sub-parcelas em que ocorre sendo o número total de sub-parcelas igual a 100%. A frequência relativa indica percentagem de frequência de cada espécie em relação a frequência total por área. O índice de Valor de Importância reflecte o grau de importância ecológica da espécie em determinado local, revelando a posição sociológica de uma espécie na comunidade analisada e, é obtido a partir da soma de cada espécie dos valores de abundância, dominância, e frequência em termos relativos. (Júris Ambientis, 2012). 2.2 Miombo O miombo é o principal tipo florestal de Moçambique, caracterizado pela dominância de árvores de género Brachystegia, Julbemardia e Isoberlina (Campbell, 1996). Estas florestas apresentam normalmente 1 ou 2 estratos arbóreas de essências decíduas ou sub-deciduas com essenciais sempre verdes ou subperenifolias em fraca percentagem. O crescimento em altura não excede em geral 20m, sendo o mais comum de 15 a 18m (Gomes e Sousa, 1996). Campbell (1996) descreve para miombo que altura de árvores nalgumas regiões de clima húmido e sub-húmido a floresta toma um grau de concentração mais elevada, com árvores de grande porte que podem alcançar 27m, neste tipo de florestas dominam as espécies como a Brachystegia speciformis, Erythrophleum guineense, Lecontedoxa henriquesii, Albizia adinthifolia, entre outras. O miombo corresponde a um tipo de vegetação dentro das formações de floresta aberta. A densidade de árvores com mais de 2m de altura vária de 380-1400 árvores por hectare (Campell, 1996) As florestas do miombo têm tendências a diminuir, isto porque apresentam muitas ameaças por parte da exploração florestal, derrubas para a preparação de terras de cultivos, queimadas (Gomes e Sousa, 1996). Segundo Campbell (1996), afirma que o desflorestamento do miombo tem consequências no aquecimento do clima. A destruição do miombo causa remoção de carbono aéreo e do solo de aproximadamente 21 t C/ha e 8.6 t C/ha respectivamente (Ryan, 2009) e o desmatamento tem implicações claras na concentração de dióxido de carbono atmosférico.
  • 17. 5 2.3 Efeito estufa Grande parte do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve a um aumento nas concentrações de gases-estufa de origem antropogénicas (IPCC, 2007). O dióxido de carbono tem sido apontado como o grande vilão da exacerbação do efeito estufa, já que sua presença na atmosfera decorre em grande parte de actividades humanas (Tolentino et al. 1998). As queimadas que acompanham o desmatamento determinam as quantidades de gases emitidas não somente da parte da biomassa que queima, mas também da parte que não queima (Fearnside, 2002). Outra fonte é o uso de combustíveis fósseis e a contribuição em metano pode ser também considerada significativa (Tolentino et al., 1998). A Terra recebe radiação emitida pelo sol e devolve grande parte dela para o espaço. Segundo Silva e Paula (2009), os gases responsáveis pelo efeito estufa, como vapor de água, clorofluorcarbono (CFC), ozónio (O3), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), e dióxido de carbono (CO2), absorvem uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e irradiam, por sua vez, uma parte da energia de volta para a superfície. Como resultado a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera em comparação com a energia recebida do sol, resultando em um aquecimento da superfície terrestre. 2.4 Ciclo de carbono O dióxido de carbono (C02) circula entre quatro principais estoques de carbono: a atmosfera, os oceanos, os depósitos de combustível fóssil e a biomassa terrestre e solo. Em sistemas ecológicos, o carbono é retirado em forma de biomassa viva, matéria orgânica em decomposição, e solos, estes jogam um papel importante no ciclo global de carbono. O carbono é trocado naturalmente entre estes sistemas e atmosfera através da fotossíntese, respiração, decomposição e combustão. As florestas são importantes para o equilíbrio do estoque de carbono global, pois armazenam em suas árvores e no solo mais carbono do que o existente actualmente na atmosfera (Houghton, 1994 citado por Barreto et al., 2009). É muito importante ter presente que apesar de alguns sistemas naturais constituírem grandes reservatórios de Carbono (como o oceano), a dinâmica do seu ciclo é sobretudo controlada pelos sistemas que têm capacidade de o trocar activamente com a atmosfera, como é o caso da vegetação e do solo. Por outro lado, a fotossíntese que ocorre nas plantas terrestres é responsável pela retenção de carbono atmosférico no material vegetal e, eventualmente, na matéria orgânica no solo. Assim, é claro que ecossistemas com
  • 18. 6 grande biomassa e com o solo pouco perturbado, como as florestas, retêm o carbono numa escala temporal muito maior (Yu, 2004). 2.5 Sequestro de carbono Sequestro de carbono na convenção de clima refere-se à mitigação biológica, ou seja, a forma natural de sequestrar o gás carbónico pelos vegetais através da fotossíntese, cujo processo permite fixar o carbono em forma de matéria lenhosa nas plantas (Fujihara e Lopes, 2009). O sequestro de carbono constitui em outras palavras, o processo de crescimento das plantas. Quanto mais for o porte das plantas maior biomassa se acumula, e consequentemente mais carbono é fixado, sendo as plantas responsáveis por um estoque de 500 Gt C. A maior parte do carbono terrestre está acumulada no solo florestal pela decomposição de matéria-prima acumulada durante séculos sendo responsável por 2000 Gt C. A atmosfera estoca 760 Gt C. Portanto, as florestas incluindo o solo estocam dois terços de carbono – 2500 Gt C, num total de 3260 Gt C na superfície terrestre. Entre todo reino vegetal, as florestas proporcionam o mais longo estoque do ciclo de carbono em forma de madeira e acumulação no solo por centenas de anos antes de retornar à atmosfera através da respiração, decomposição, erosão ou queima (Yu, 2004). A queima de combustíveis fosseis é responsável por mais de 80% de emissões de carbono no mundo, o que significa um fluxo do carbono depositado e retido no subsolo a milhões de anos e liberado novamente na atmosfera. O crescimento das plantas estaria realizando o processo inverso desta queima através da fotossíntese, que captura o carbono da atmosfera estocando-o em forma de biomassa viva (Yu, 2004). 2.6 REDD+ O REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento, Degradação florestal e aumento dos estoques de carbono) é um mecanismo que foi acordado em Bali pela Conferência, no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas. Este mecanismo visa reconhecer o papel das florestas na mitigação do efeito das mudanças climáticas, e a necessidade de compensar os países que contribuem para o efeito através de medidas que reduzam a conservação destas florestas. Com efeito, o REDD+ vem reforçar outros instrumentos como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) com relação a iniciativas de redução de emissões
  • 19. 7 de gases de efeito de estufa, através de actividades relacionadas com uso e cobertura da terra no período pós-Quioto (Sitoe et al., 2012). Segundo Zolho (2010) e Havemann, (2009) os mecanismos do REDD+ pretendem alcançar em simultâneo a redução das emissões, participar na redução da pobreza conservação da biodiversidade e manutenção dos serviços do ecossistema. Alguns dos desafios que o REDD+ enfrenta é a competição com outras formas de uso de terra consideradas essenciais para o desenvolvimento socioeconómico do país, particularmente a produção alimentar, biocombustíveis, expansão de infra-estruturas sociais, adiciona-se a estes desafios a metodologia para a quantificação do volume de carbono que as florestas têm e que pode ser conservado, que seria usada como base nas negociações (Gibbs at al., 2007). 2.7 Biomassa florestal Sitoe e Tchaúque (2007) definem biomassa como sendo a quantidade de material orgânico que constitui os seres de um ecossistema existente numa determinada área, e que pode ser expressa em peso, volume, área ou número. Para Martinelli et al. (1994), biomassa é a quantidade expressa em massa do material vegetal disponível em uma floresta, sendo que os componentes de biomassa geralmente estimados são a biomassa viva horizontal acima do solo composta de árvores e arbustos; a biomassa morta acima do solo composta pela serapilheira e troncos caídos, e a biomassa abaixo do solo composta pelas raízes. A biomassa total é dada pela soma de todos esses componentes. Russo (1983) relaciona seis factores que afectam a biomassa e a produtividade: a idade do povoamento, a variabilidade genética, a nutrição, a altitude, a humidade do solo e os desbastes. O total de biomassa acima do solo também varia por região geográfica, tipo de região (húmida, encharcada ou seca), tipo florestal, estrutura florestal e grau de distúrbio da floresta (Brown; Gillespie; Lugo, 1989). 2.8 Métodos de quantificação de biomassa Para Sanquetta (2002), os estudos da biomassa florestal podem ser realizados por determinações ou estimativas e podem ter diversas finalidades, como a quantificação do carbono fixado em uma floresta. O autor distingue determinação de estimativa, sendo a determinação uma medição real feita directamente na biomassa, e a estimativa é feita utilizando relações quantitativas ou matemáticas, como razões ou regressões.
  • 20. 8 Para Higuchi e Carvalho Júnior (1994), os estudos para quantificação de biomassa florestal dividem-se em métodos directos (ou determinação) e métodos indirectos (ou estimativas). Métodos directos significam uma medição real feita directamente na biomassa, por exemplo, a pesagem de um fuste inteiro por meio de um dinamómetro ou uma balança. Todas as árvores de uma determinada parcela são derrubadas e pesadas, sendo feita em seguida a extrapolação da avaliação amostrada para a área total de interesse. 2.8.1 Métodos indirectos de quantificação de biomassa Métodos indirectos consistem em correlacioná-la com alguma variável de fácil obtenção e que não requeira a destruição do material vegetal. As estimativas podem ser feitas por meio de relações quantitativas ou matemáticas, como razões ou regressões de dados provenientes de inventários florestais (dap, altura e volume), por dados de censoriamente remoto (imagens de satélite) e utilizando-se uma base de dados em um sistema de informação geográfica (GIS). Em geral, todos os métodos baseiam-se em informação gerada com base em métodos directos. Isto é, requerem que haja equações com parâmetros ajustados para a área de estudo ou valores médios de biomassa por tipo de vegetação ou tipo de cobertura vegetal. Para regiões onde não há funções ajustadas será necessário iniciar com os métodos indirectos. O uso de parâmetros estimados em outros lugares ou em modelos globais pode ser permitido para dar uma ideia geral da distribuição de biomassa numa dada região, porém, pode resultar em dados não confiáveis para a planificação de uso da biomassa (Sitoe e Tchaúque, 2007). As estimativas de biomassa em áreas florestais são baseadas em dados de inventários florestais empregando equações de biomassa e factor de expansão que transformam o diâmetro das árvores em biomassa (Silveira et al.,2008). Somogyi et al. (2006) afirmam que avaliações de biomassa de forma indirecta podem ser feitas por dois métodos quando se trabalha em campo: uma utiliza dados de volume de árvores ou talhões e multiplica-os por um factor ou factores apropriados, denominados factores de biomassa (BF), que convertem (expandem ou reduzem) as estimativas de volume para estimativas de biomassa. Um exemplo do emprego desses factores em uma equação para estimar biomassa acima do solo a partir de dados de volume pode ser visto da seguinte forma, segundo Brown (1997):
  • 21. 9 BEFWDVB ..t /ha)(  Onde : B = biomassa acima do solo; V = volume por hectare; WD = densidade média da madeira; BEF = factor de expansão de biomassa. Outra forma de se estimar biomassa de forma indirecta é realizando o ajuste de equações pelo uso de técnicas de regressão. Segundo Koehler; Watzlawick; Kirchner (2002) é o procedimento mais comum, no qual algumas árvores são amostradas, o peso de cada componente é determinado e relacionado por meio de regressão com variáveis dendrométricas. 2.8.1.1 Factor de expansão de biomassa Factores de expansão de biomassa são usados para converter o volume para biomassa florestal. Vários factores devem ser usados em estimativas de biomassa dependendo dos dados disponíveis (árvores ou talhões) e da estimativa desejada. Segundo Somogyi et al. (2006), onde é necessário a estimativa total de biomassa, mas apenas dados de biomassa estão disponíveis, utiliza-se um factor de expansão. Brown (1997) fez um estudo para estimativa de biomassa florestal tropical bem como a sua variação. Para estimativa de biomassa com base em informações de inventários florestais existentes, uma das formas é baseada no uso de medidas de volume existentes (volume/ha) convertidos para quantidade de biomassa (ton/ha) utilizando factores de expansão. O método consiste na conversão do volume em pé do povoamento (m3 /ha) conhecida a densidade das madeiras (ton/m3 ) das espécies em causa, e para o efeito, são dados valores de densidade de madeira de várias espécies nas três regiões tropicais. Tabela 1: Densidade de madeira de várias espécies nas três regiões tropicais. Região tropical N º de espécies A média Gama comum África 282 0.58 0,50-0,79 América 470 0.60 0,50-,69 Ásia 428 0,57 0,40-0,69 (A partir de Reyes et al. 1,992 Citado por Brown 1997)
  • 22. 10 Lisboa (2014), estimando biomassa e carbono em floresta sempre verde de montanha, no distrito de Sossundenga em Moçambique, determinou o factor de expansão de biomassa de 2,13. Machoco (2008) determinou factor de expansão de biomassa para a Floresta de miombo no Corredor da Beira, e teve a média de 2,03. Brown e Lugo (1984) aplicaram dois diferentes valores para este factor (1,6 e 3,0), para uma estimativa de biomassa em florestas tropicais abertas e fechadas respectivamente.
  • 23. 11 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Descrição da área de estudo 3.1.1 Localização da área de estudo Distrito de Mossurize está localizado entre distritos de Sussundenga a Norte, Chibabava a Nordeste e de Machaze a Sul. Toda a sua extensão ocidental é limitada por território da República de Zimbabwe. A Vila de Espungabera, capital distrital de Mossurize localiza-se a sul da capital provincial de Manica (MAE, 2005). Fonte: O autor Figura 1: Mapa de localização do Distrito de Mossurize. 3.1.2 Clima e recursos hídricos O clima do distrito, segundo a classificação do Koppen, é do tipo temperado húmido, a precipitação média anual é cerca de 1501mm de acordo com os dados da estacão meteorológica de Espungabera, e a estacão chuvosa ocorre principalmente de Outubro a Abril com as maiores
  • 24. 12 precipitações de Dezembro a Março. A evapotranspiração de referência média anual é cerca de 1170mm, a temperatura média anual varia de 200 C a 250 C dependendo das regiões (MAE, 2005). Apresenta um período de crescimento normal com ocorrência de um período seco de 95 dias de duração, e um período intermédio de 120 dias, entre o período seco e húmido, tendo este 150 dias de duração. O período húmido tem início na primeira quinzena de Novembro e termina na primeira quinzena do mês de Abril. Dada a disposição do relevo do distrito, os cursos de água que atravessam o distrito correm geralmente no sentido Oeste-Este. O distrito possui dois rios importantes de regime permanente, nomeadamente, Búzi e Mossurize. Em termos de potencialidades hídricas, o rio Búzi denota condições naturais para a montagem de uma barragem hidroeléctrica (MAE, 2005). 3.1.3 Topografia e Solos O relevo do terreno é caracterizado pela ocorrência de colinas e montanhas fortemente dessecadas por muitos riachos que drenam a área juntando-se aos rios mais importantes, estas formações são o prolongamento da escarpa de Manica, parte integrante dos montes Chimanimani. Dentre as formações montanhosas do distrito destacam-se os montes Citatonga 1 e 2, Chipungumbira, Macuiana, Alto Chinguno, Alto Mude, Matengane e Alto Buzi. A zona que faz fronteira com o distrito de Machaza é composta por planicies de savanas abertas. (MAE, 2005). O distrito de Mossurize é integrado as seguintes zonas agro-ecológicas: Terras altas e planaltos, Área central e escarpada, zonas baixas e vales dos rios Mossurize, Morungwezi e Baixo Búzi. Segundo a carta nacional de solos, predominam solos desenvolvidos nas rochas vulcânicas e do soco do précâmbrico e três agrupamentos de solos se destacam neste distrito: Os argilosos vermelhos, castanho-avermelhados, profundos e férteis, que dominam na maior parte do distrito; Os basálticos vermelhos de textura argilosa, castanho-escuro de profundidades variáveis, que ocupam maior parte da região de Garágua e de toda a zona Oeste do distrito e são aptos para a cultura de algodão; e os líticos de textura franco-arenoso, pouco profundos sobre rocha alterada (MAE, 2005). 3.1.4 Infra-estruturas A rede rodoviária comporta somente estradas secundárias e terciárias, que após beneficiarem de obras de reabilitação se encontram transitáveis numa extensão de 235Kms (MAE, 2005).
  • 25. 13 O distrito de Mossurize comunica-se com outros distritos da província, bem como com o resto do país através da EN216 e ER412 (MAE, 2005). Uma das grandes dificuldades que o distrito continua a enfrentar é o mau estado de algumas vias de acesso, originado pela falta de manutenção e solos acidentados que têm sobretudo, dificultando a circulação de veículos de grandes tonelagem e a comercialização de excedentes agrícolas. A situação do abastecimento de água ainda está aquém de satisfazer as necessidades das populações, pois 57% dos habitantes do distrito beneficiam de água potável. Em Mossurize há escolas, postos de saúde, igrejas e outros serviços, contudo estes não são suficientes em quantidade e qualidade de serviços prestados (MAE, 2005). 3.1.5 Flora e Fauna O distrito possui uma diversidade de espécies vegetais, dos quais se destacam algumas como, Afzelia quanzensí, Albizia versicolor, Cordila africana, Milletia stuhlmannii e Pterocarpus angolenses, Diplorhynchus condylocarpon, Bauhimia galpinii, Combretum fragrans, Julbernardia globiflora. Dentre os principais animais que constituem os recursos faunísticos do distrito contam-se o elefante, a pala-pala, o hipopótamo, o cabrito cinzento e o macaco-cão (MAE, 2005). 3.1.6 Actividades sócio-económicas das populações Este distrito possui potencialidades agrárias, cuja exploração domina a actividade económica das famílias. Dos 502 mil hectares da superfície do distrito, estima-se em cerca de 250 mil hectares o potencial de terra arável deste distrito, dos quais só 19 mil são explorados pelo sector familiar (8% do distrito). A forma mais comum de ocupação da terra é por herança. Muito embora a terra seja um recurso disponível em Mossuríze, tem sido reportado conflitos pela sua posse entre os pequenos agricultores (MAE, 2005). O sistema de produção predominante nos solos de textura pesada e mal drenado é monocultura de batata-doce em regime de camalhões ou matutos, enquanto nos solos moderadamente bem drenados predominam as consociações de milho, mapira, mandioca e feijão nhemba. Algodão, cana-de-açúcar, e girassol são culturas de rendimento, produzidas em regimes de monoculturas. Este sistema de produção é ainda complementado por criação de espécies como gado bovino, caprino, e aves. O comércio, a pequena indústria local (carpintaria e artesanato) e a pesca
  • 26. 14 artesanal surgem como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade. (MAE, 2005). 3.2 Recolha de dados O método seleccionado foi o de amostragem aleatória, em que o número de parcelas necessárias foi seleccionado aleatoriamente sobre uma grelha sistemática de pontos (grelha regular com uma malha de 250 m e orientação NS e EO) com origem aleatória. A utilização desta grelha determinou, portanto, uma distância mínima de 250m entre parcelas. O número de parcelas a medir foi determinado com base na variabilidade de biomassa existente, na estimativa da sua extensão (área, ha), e num erro máximo definido em 20%, neste caso definiu-se a utilização de 125 parcelas circulares simples com raio de 20m (área de 1.256,64 m2 ), onde foram medidas todas as árvores com DAP≥5cm, em seguida estimou-se as alturas e identificou-se os nomes das espécies. Em cada parcela visitada foi realizada uma medição do grau de cobertura da mancha homogénea onde se insere a parcela. O grau de cobertura arbórea florestal traduz o quociente entre a área da projecção horizontal das copas das árvores florestais e a área de terreno, neste caso, a estimativa do grau de cobertura foi realizada recorrendo a um densiómetro de copas e adicionalmente foi também estimado visualmente. Com a medição de cobertura arbórea, a área de recolha de dados foi separada em diferentes classes de cobertura florestal: 10 e 30% da superfície; 30 e 40% da superfície e 40 e 50% da superfície. 3.3 Processamento de dados 3.3.1 Determinação de estrutura horizontal. Os dados de campo foram utilizados para determinar a estrutura horizontal da floresta, na qual foi estabelecida em função dos seguintes parâmetros (Hosokawa, 1986 e Lamprecht, 1990): a) Abundância absoluta A abundância absoluta foi determinada com base no número de árvores por hectare de cada espécie (n/ha).
  • 27. 15 A n AbsAb . Onde: Ab.Abs = Abundância absoluta A = Área em hectare b) Abundância relativa Este parâmetro exprime a participação de cada espécie no povoamento como se indica na fórmula que segue: haN han lativaAb / / (%)Re.  Onde: n/ha = Número de árvores de cada espécie por ha N/ha = Número total de árvores por hectare c) Dominância A dominância exprime a potencialidade produtiva do povoamento e expressa-se através da área basal por hectare de cada espécie. haAB haespecieab RletivaDom / / ..  d) Frequência Este parâmetro exprime a distribuição de cada espécie sobre o terreno através da quantidade de amostras nas quais ocorrem.
  • 28. 16   Fat AbsolutaFreq lativaFreq . (%)Re. Onde: Fat = frequência absoluta de todas as espécies e) Índice de Valor de Importância altivaFreqlativaDomlativaAbIVI Re.Re.Re.(%)  Em relação a biodiversidade, foi calculado o índice de diversidade comummente utilizado, o índice de Shannon H p pi i' ln  Onde H’ é o índice de Shannon, pi é a proporção da espécie i na amostra ln é o logaritmo natural 3.3.2 Determinação de biomassa e carbono Para cálculo do carbono, primeiro determinou-se a biomassa e depois usou-se a proporção de que 50% de biomassa seca é constituído por carbono (Brown, 1997). BEFWDVB ..t /ha)(  Onde: B =biomassa aérea em (t / ha)
  • 29. 17 V = Volume da madeira em m3/ha WD = Densidade média da madeira de várias espécies na região (WD =0,58 por Reyes et al., 1,992 Citado por Brown 1997) BEF = Factor de expansão de biomassa (BEF=2,03 Por Machoco, 2008) Logo, determinou-se carbono da seguinte maneira: FcB.C  Onde: C =carbono em (t / ha) Fc =factor de conversão de biomassa em carbono (Fc=0,5)
  • 30. 18 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Parâmetros gerais da floresta Na floresta foram medidas 5102 árvores e foram encontradas 132 espécies das quais 3 são desconhecidas. O DAP médio foi de 13,31 Cm, altura média foi de 6m e a área basal média foi de 0.0227m2 . 4.2 Distribuição dimétrica da floresta O maior número de árvores na floresta em causa foi observado nas classes diamétricas inferiores e a medida que os diâmetros aumentam proporcionam diminuição de número de árvores por hectare (Figura 2). Figura 2: Distribuição diamétrica da floresta A curva da distribuição diamétrica da floresta em causa, segue a distribuição que é conhecida como J invertida, o que segundo Schaaf et al. (2006), é um comportamento típico de florestas nativas. A alta concentração de indivíduos nas classes menores de diâmetros pode indicar uma comunidade estável e em regeneração (Oliveira et al., 1989; Oliveira-Filho et al., 1996). Sitoe (1996) verificou que a distribuição diamétrica da mata nativa em Missavanhalo, em Guro província de Manica, concorda com as características de distribuição das matas nativas do tipo J 234 51 23 10 4 2 1 1 0 0 50 100 150 200 250 ]5-15[ [15-25[ [25-35[ [35-45[ [45-55[ [55-65[ [65-75[ [75-85[ [85-95[ Numerodearvoresporhectare Classes diametricas
  • 31. 19 invertida, que indica a presença de muitos individuos com tamanhos pequenos, e poucos com tamanhos grandes como consequência da característica típica daquele tipo de formação florestal que não atinge diâmetros muitos grandes. 4.3 Estrutura horizontal A tabela 2 apresenta os valores da análise da estrutura horizontal da vegetação, estes estão descritos por Frequências relativas, Abundâncias relativas, Dominâncias relativas e Índices de Valor Importância. Contudo, cada espécie apresenta a sua contribuição na floresta em cada indicador referido Tabela 2: Descrição da estrutura Horizontal Espécie Frel Arel Drel IVI Acacia abissinica 0.16 0.16 0.09 0.40 Acacia nigrescens 0.24 0.24 0.43 0.90 Acacia sp. 0.06 0.06 0.02 0.14 Afzelia quanzensis 0.08 0.08 0.54 0.70 Albizia versicolor 0.18 0.18 0.22 0.57 Albizia adianthifolia 0.25 0.25 0.51 1.02 Albizia versicolor 0.10 0.10 0.30 0.50 Amblygonocarpus andongensis 0.61 0.61 3.01 4.22 Annona senegalensis 0.47 0.47 0.09 1.03 Anonaceae 0.04 0.04 0.00 0.08 Antidesma venosum 0.14 0.14 0.03 0.31 Artabotrys brachypetalus 0.94 0.94 0.18 2.07 Azanza garckeana 0.08 0.08 0.03 0.19 Bauhimia galpinii 5.19 5.19 0.81 11.19 Berchemia discolor 0.24 0.24 0.21 0.68 Brachylaena discolor 0.06 0.06 0.03 0.15 Brachystegia boehmii 0.06 0.06 0.14 0.26
  • 32. 20 Brachystegia glaucescens 2.63 2.63 6.13 11.38 Brachystegia spiciformis 5.06 5.06 17.93 28.05 Brackenaidgea zanguebarica 1.10 1.10 0.70 2.89 Breonadia salicina 0.24 0.24 1.68 2.15 Burkea Africana 0.04 0.04 0.01 0.09 Catunaregam spinosa 0.31 0.31 0.04 0.67 Combretum erythrophyllum 1.08 1.08 0.42 2.58 Combretum fragrans 5.84 5.84 3.51 15.19 Combretum molle 3.12 3.12 2.05 8.28 Combretum panicoi 0.73 0.73 0.18 1.63 Cordyla Africana 0.02 0.02 0.35 0.39 Crombretum fragrans 0.06 0.06 0.06 0.18 Crossopterix febrifuga 3.94 3.94 2.76 10.63 Dalbergia nyasea 1.08 1.08 0.20 2.36 Desconhecida 1 0.12 0.12 0.02 0.26 Desconhecida 2 0.04 0.04 0.00 0.08 Desconhecida 3 0.06 0.06 0.03 0.14 Diospyrus quiloensis 0.14 0.14 0.06 0.33 Diplorhynchus condylocarpon 20.82 20.82 9.58 51.21 Dracaena usamberensis 0.12 0.12 0.13 0.37 Erythrophleum africanum 0.12 0.12 0.51 0.75 Erythrophleum lasianthum 1.02 1.02 6.04 8.08 Ficus sp. 0.08 0.08 0.11 0.26 Friesodielsia obovate 0.08 0.08 0.02 0.18 Friodesia obovate 0.04 0.04 0.01 0.09 Gardenia volskei 0.27 0.27 0.04 0.59 Grevia cafra 0.08 0.08 0.01 0.17 Hibiscus canabinus 0.02 0.02 0.01 0.05
  • 33. 21 Hibiscus sp. 0.02 0.02 0.02 0.06 Hollarrhena pubescens 0.33 0.33 0.15 0.82 Hymenocardia acida 0.78 0.78 0.16 1.73 Julbernardia globiflora 7.64 7.64 9.21 24.50 Kaya nyasica 0.14 0.14 0.49 0.76 Lannea schweinfurthii 0.41 0.41 0.21 1.03 Lonchocarpus bussei 0.04 0.04 0.00 0.08 Lonchocarpus capensis 0.02 0.02 0.01 0.05 Markhamia obtusifolia 1.37 1.37 0.22 2.97 Markhamia zanzibarica 0.24 0.24 0.04 0.51 Maytenus heterophylla 0.04 0.04 0.03 0.10 Millettia stuhlmannii 4.33 4.33 5.18 13.84 Monotes glaber 0.08 0.08 0.04 0.20 Ormocarpum kirkii 0.04 0.04 0.01 0.09 Parinari curatellifolia 0.73 0.73 1.05 2.50 Pavetta sp. 0.31 0.31 0.03 0.66 Peltophorum africanum 0.02 0.02 0.03 0.07 Pericopsis angolensis 1.43 1.43 1.43 4.30 Piliostigma thonningii 3.70 3.70 2.41 9.82 Pseudolachnostylis maprouneifolia 1.86 1.86 2.38 6.10 Pteleopsis myrtifolia 1.86 1.86 2.44 6.16 Pterocarpus angolensis 0.61 0.61 0.70 1.92 Pterocarpus rotundifolius 3.35 3.35 4.81 11.51 Rhus chimindensis 0.08 0.08 0.01 0.17 Rhus natalensis 0.04 0.04 0.01 0.08 Sclerocarya birrea 0.31 0.31 0.74 1.37 Securinega sp. 0.12 0.12 0.05 0.29 Sporobolus panicoides 0.04 0.04 0.01 0.09
  • 34. 22 Strychnos coculoides 0.18 0.18 0.05 0.40 strychnos madagascariensis 0.98 0.98 0.49 2.45 Strychnos potatorum 0.96 0.96 0.19 2.11 Strychnos sp. 0.16 0.16 0.03 0.34 Strychnos spinosa 0.47 0.47 0.10 1.04 Strychnos usamborensis 0.02 0.02 0.01 0.05 Swartzia madagascariensis 1.29 1.29 0.56 3.14 Syzigium guineense 0.04 0.04 0.11 0.19 Tabernaemontana elegans 1.14 1.14 0.31 2.58 Tarenna supra-axillaris 0.08 0.08 0.01 0.16 Terminalia sericea 4.08 4.08 4.09 12.24 Terminalia stenostachya 0.02 0.02 0.01 0.04 Trema orientalis 0.29 0.29 0.07 0.66 Uapaca kirkiana 0.06 0.06 0.05 0.16 Vangueria infausta 0.35 0.35 0.06 0.76 Vernonia miriantha 0.04 0.04 0.00 0.08 Vitex doniana 0.73 0.73 0.54 1.99 Wrightia natalensis 0.06 0.06 0.02 0.14 Xanthocercis zambesiaca 0.14 0.14 0.70 0.98 Xeroderris stuhlmannii 0.86 0.86 1.23 2.95 Ximenia Americana 0.31 0.31 0.05 0.68 zizyphus sp. 0.71 0.71 0.22 1.63 TOTAL 100 100 100 300 Os resultados mostram que a Diplorhynchus condylocarpon apresentou maior frequência com cerca de 20,82%, seguida por Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, Bauhimia galpinii, com 7,64%, 5,84%, 5,19%, respectivamente. Valores altos de frequência (61% - 100%) indicam uma composição florística homogénea, valores baixos (1% - 40%) significam alta
  • 35. 23 heterogeneidade (Zavala, 2013). Tomo (2012), em floresta de Miombo, em Gondola, verificou que as espécies mais frequentes são a Diplorhynchus condylocarpon e Pseudolachnostylis maprouneifolia, que ambas foram encontradas em parcelas observadas com frequência relativa por espécie de 4.8%, seguida da Brachystegia spiciformis e Pterocarpus angolensis, com 3.8% de cada espécie. A Diplorhynchus condylocarpon apresentou-se com maior abundância, cerca de 20,82%, seguida por Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, Bauhimia galpinii, com 7,64%, 5,84%, 5,19%, respectivamente. Matusse (2013), em Lugela na província da Zambézia, verificou que abundância diminui à medida que as espécies se tornam raras, neste caso, constatou a Brachystegia bohemii, Diplorhynchus condylocarpon, Combretum colinum como sendo as mais abundantes. Tomo (2012), em floresta de Miombo, em Gondola, em todas as classes de uso e cobertura verificou que a espécie mais abundante foi Diplorhynchus condylocarpon que apresentou 16,6% do total das árvores medidas nas parcelas, seguindo a Albizia adianthifolia e Cussonia arbórea com 8,9 % e 5,3 % respectivamente. A espécie mais dominante foi a Brachystegia spiciformis com cerca de 17,93%, seguida de Diplorhynchus condylocarpon, Julbernardia globiflora, Brachystegia glaucescens, com 9,58%, 9,21%, 6,13%, respectivamente. Matusse (2013), em um estudo em Lugela na província da Zambézia verificou que espécies dominantes na floresta são Terminalia stenostachya (9%), Diplorhynchus condylocarpon (8,1%) e Pseudolachnostrylis maprounefolia (7,3%) e são típicas da floresta de miombo. A Diplorhynchus condylocarpon apresentou-se como a mais importante na floresta em causa, com maior índice de valor de importância, cerca de 51,21%, seguida por Brachystegia spiciformis, Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, com 28,05%, 24,50%, 15,19% respectivamente. Matusse (2013), em Lugela na província da Zambézia mostrou que as espécies mais importantes na área estudada são: Brachystegia boehmii, Diplorhynchus condylocarpon e Pseudolachnostrylis maprounefolia, Terminalia stenostachya. Nos trabalhos realizados por Giliba et al. (2011) encontrou espécies do género Brachystegia como as mais importantes, isto mostra que as espécies deste género são um elemento muito importante no miombo. Ribeiro et al. (2013), em estudo de Monitoramento da dinâmica da vegetação e densidade de estoque carbono em florestas de miombo, encontrou como espécies importantes a Julbernardia globiflora, Diplorhynchus condilocarpon, Brachystegia boehmii, Pseudolachnostylis maprouneifolia,
  • 36. 24 Sclerocarya birrea, Burkea africana, Diospyros kirkii, Pterocarpus angolensis,Terminalia stenostachya. O Índice de diversidade de shannon foi de 3,345431. De acordo com (Barbour et al., 1999), um ecossistema com índice de Shannon (H’) maior do que 2 tem diversidade de espécies média a alta. Guedes, (2004) em Moribane, Zomba e Maronga (Província de Manica) encontrou índices de diversidade de 3,71 a 4,09. Williams et al., (2007) encontrara em Nhambita 2.7. Giliba et al., (2011) encontrara índice de diversidade (H’) igual a 4,27. 4.4 Biomassa e carbono A tabela 3 apresenta os diferentes graus de cobertura arbórea e as variações de quantidades de biomassa e carbono em toneladas por hectare. A quantidade de biomassa variou de 8,86 a 60,48 ton/ha e o carbono variou de 4,43 a 30,24 ton/ha. A floresta com cobertura arbórea 30-40% possui maior quantidade de biomassa 60,48 ton/ha e carbono 30,24 ton/ha, seguida por floresta com cobertura de 40-50% com biomassa de cerca de 11,14 ton/ha e 5,57ton/ha de carbono, por último a floresta com cobertura de 10-30% apresentou menor quantidade de biomassa com cerca de 8,86 ton/ha e 4,43 ton/ha de carbono. Tabela 3: Valores de biomassa e carbono. Grau de cobertura arbórea Biomassa em ton/ha Carbono em ton/ha 10-30% 8,86 4,43 30-40% 60,48 30,24 40-50% 11,14 5,57 Comparado o carbono determinado no local, verificou-se que o carbono encontrado na classe com cobertura de 10 a 30% é menor em relação ao carbono obtido por Matusse (2013), que estimou cerca de 16,02 ton/ha em Floresta com mesma cobertura arbórea de 10 a 30%. O carbono obtido na classe com cobertura 30 a 40% é maior em ralação ao carbono obtido por Matusse (2013), que estimou cerca de 18,63 ton/ha em Florestas com mesma cobertura de 30 a 40%. O carbono obtido em florestas com cobertura arbórea de 40 a 50% é menor em relação ao carbono obtida por Matusse (2013), em áreas com mesma cobertura arbórea, que teve cerca de 30,97 ton/ha. Este autor observou que a variação da quantidade de carbono nos três tipos de cobertura
  • 37. 25 florestal pode estar ligada a variação do grau de exposição da degradação do homem, diferença de idade das espécies traduzida pela diferença de diâmetro e o tipo de miombo envolvido, neste caso verificou que o género Brachystegia foi a que sequestrou maior quantidade de carbono, e no estudo em causa o mesmo género Brachystegia sequestrou maior quantidade de carbono. No entanto verificou-se ainda que as diferenças de teor de carbono obtido no presente estudo com o carbono obtido por Matusse (2013) explica-se por diferenças de equações usadas para determinar o carbono. Em geral o carbono na floresta variou de 4,43 a 30,24 ton/ha, comparando com Williams et al. (2007), que estudaram o sequestro de carbono e biodiversidade de regeneração de florestas de miombo em Moçambique, na comunidade de N'hambita, nas proximidades do Parque nacional de Gorongosa, na província de Sofala, estimaram valores de 8-19 ton/ha de carbono para tronco nas florestas, Marzoli e Del Lungo (2009) encontraram 10,9 a 15,3 t /ha no miombo aberto e 14,6 a 20 t /ha no miombo denso, Ryan (2009) em miombo em Mocambique encontrou 1,4-21,3 ton/ha de carbono.
  • 38. 26 A figura 3 apresenta o comportamento das espécies em termos de sequestro de carbono na floresta com grau de cobertura arbórea 10-30%, neste caso, são ilustradas as espécies que se destacaram maioritariamente pela sua capacidade de sequestro de carbono, portanto verificou-se que a Brachystegia spiciformis, Erythrophleum lasianthum, Julbernardia globiflora contribuem mais em termos de sequestro de carbono. Embora as espécies desta classe de cobertura arbórea tenham contribuído para sequestro de carbono, verifica-se que espécies desta classe de cobertura são as que têm menor potencialidade de sequestro de carbono em toda a floresta em causa. 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 Brachystegiaspiciformis Erythrophleumlasianthum Julbernardiaglobiflora Sclerocaryabirrea Diplorhynchuscondylocarpon Millettiastuhlmannii Pterocarpusrotundifolius Albiziaversicolor Terminaliasericea Combretumfragrans Pseudolachnostylismaprouneifolia Piliostigmathonningii Kayanyasica Albiziaadianthifolia Pteleopsismyrtifolia Crossopterixfebrifuga Albiziaversicolor Xanthocerciszambesiaca strychnosmadagascariensis Xeroderrisstuhlmannii Swartziamadagascariensis Pericopsisangolensis Vitexdoniana Tabernaemontanaelegans Combretumerythrophyllum Parinaricuratellifolia Carbonoemton/ha Especies
  • 39. 27 Figura 3: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 10-30% de cobertura
  • 40. 28 A figura 4 apresenta o comportamento das espécies em termos de sequestro de carbono na floresta com grau de cobertura arbórea 30-40%, neste caso, são ilustradas as espécies que se destacaram maioritariamente pela sua capacidade de sequestro de carbono, portanto a partir do gráfico verificou-se que a Brachystegia spiciformis, Julbernardia globiflora, Brachystegia glaucescens contribuem mais em termos de sequestro de carbono, verifica-se ainda que a floresta com este grau de cobertura arbórea, a Brachystegia spiciformis tem o potencial do sequestro de carbono muito acentuado, isto se deve a maior contribuição de biomassa que a espécie em causa possui, portanto a maior potencialidade destas espécies contribuiu bastantemente para que esta classe seja a que sequestra maior carbono em toda floresta. Figura 4: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 30-40% de cobertura arbórea. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Carbonoemton/ha Especies
  • 41. 29 A figura 5 apresenta o comportamento das espécies em termos de sequestro de carbono na floresta com grau de cobertura arbórea 40-50%, neste caso, são ilustradas as espécies que se destacaram maioritariamente pela sua capacidade de sequestro de carbono. Portanto a partir do gráfico verificou-se que a Breonadia salicina, Brachystegia glaucescens e Erythrophleum lasianthum contribuem mais em sequestro de carbono nesta classe de cobertura arbórea. Embora as espécies acima descritas tenham contribuído significativamente em sequestro de carbono, mostra-se que a capacidade destas espécies é menor em relação aos das espécies da classe com cobertura arbórea 30-40%, conforme são ilustradas na figura 4. Figura 5: Espécies que contribuem mais em carbono na classe de 40-50% de cobertura arbórea 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 Carbonoemton/ha Especies
  • 42. 30 5 CONCLUSÕES Com base nos resultados apresentados e discutidos, em concordância com os objectivos deste trabalho constatou-se que:  Quanto aos parâmetros da estrutura horizontal verificou-se que a Diplorhynchus condylocarpon, Julbernardia globiflora, Combretum fragrans, Bauhimia galpinii, apresentaram maiores frequências, e as percentagens ilustram que há alta heterogeneidade da vegetação na floresta em causa. A Brachystegia spiciformis, Diplorhynchus condylocarpon, Julbernardia globiflora, Brachystegia glaucescens, apresentaram-se com maiores abundâncias, neste caso, verificou-se que abundância diminui à medida que as espécies se tornam raras. As espécies mais dominantes foram a Diplorhynchus condylocarpon, Bauhimia galpinii, Combretum fragrans, Julbernardia globiflora, e estas espécies são típicas da floresta de miombo. As espécies mais importantes são a Diplorhynchus condylocarpon, Brachystegia spiciformis, Julbernardia globiflora, Combretum fragrans. A floresta tem índice de diversidade de espécie média a alta.  Quanto ao carbono verificou-se que, a quantidade de carbono variou de 4,43 a 30,24 ton/ha, da qual a floresta com cobertura arbórea 30-40% possui maior quantidade de carbono 30,24 ton/ha, seguida do tipo florestal com grau de cobertura arbórea de 40-50% com cerca de 5,57ton/ha de carbono, por último a classe com cobertura arbórea de 10- 30% apresentou menor quantidade de carbono de 4,43 ton/ha.
  • 43. 31 6 RECOMENDAÇÕES  Recomenda-se que ajuste-se uma equação local para estimativa de carbono, uma vez que os coeficientes usados foram desenvolvidos em outros locais, logo surge a necessidade que se desenvolva coeficientes locais de modo a estimar o carbono com maior precisão;  Recomenda-se que se faça estudo de estimativa do carbono sequestrado pelo solo, uma vez que em florestas do miombo o solo sequestra mais carbono em relação as árvores, no entanto há necessidade de conhecer o potencial de carbono sequestrado por solo.
  • 44. 32 7 REFERÊNCIAS Barbour, M.T., Gerritsen, J., Snyder, B.D. & Stribling, J.B. 1999. Rapid bioassessment protocols for use in streams and wadeable rivers: periphyton, benthic macroinvertebrates and fish. 2a ed. E. U.S. Environmental Protection Agency, Office of Water, Washington. Barreto, L. V.; Freitas, A. C. S.; Paiva, L. C. 2009. Sequestro de carbono. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Brasil. Brown, S. (1997) Estimating biomass and biomassa change of tropical forests. Forest Resources Assessment Publication. A primer. FAO No 134. Roma. Italy. Brown, S. and A. E. Lugo. 1984. Biomass of tropical forests: A new estimate based on forest volumes. Brown, S.; Gillespie, A. J. R.; Lugo, A.E. 1989. Biomass estimation methods for tropical forests with applications to forest inventory data. Forest Science, Lawrence, 1989. Caldeira, M. V. W. 2003. Determinação de biomassa e nutrientes em uma Floresta Ombrófila Mista Montana em General Carneiro, Paraná. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. Campbell B. 1996. The miombo in transition: Woodlands and welfare in África, CIFOR, Bagor, Indonésia. Coraiola, M. 1997. Caracterização estrutural de uma floresta estacional semidecidual localizada no município de cássia. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba. Fearnside, P.M. 2002. Greenhouse gas emissions from a hydroelectric reservoir (Brazil’s Tucurui Dam) and the energy. Finol, U.H. 1969. Possibilidades de Manejo Silvicultural para las reservas Forestales de la Region Occidental. Frost, P. 1996. The ecology of miombo woodlands, in: Campbell, B. (ed), The Miombo in Transition: Woodlands and Welfare in Africa, CIFOR, Bogor. Fujihara, M. A.; Lopez, F. G. 2009. Sustentabilidade e Mudanças Climáticas. SENAC, São Paulo.
  • 45. 33 Gibbs, H K., Brown, S., Foley.J. A and Niles, J.O. 2007. Monitoring and estimating tropical forest carbon stocks: making REDD and reality. USA. Gilibaba, R.A., Boon, E.K., Kayombo, C.J., Musamba, E.B.,Kashindye, A.M., Shayo, P.F. 2011. Species Composition, Richness and Diversity in Miombo Woodland of Bereku Forest Reserve, Tanzania. Forest Training Institute, Olmotonyi, Tanzania. Gomes e Sousa, A. 1967. Dendrologia de Moçambique. Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique. Imprensa Nacional de Moçambique. Lourenço Marques. Guedes, B. S. 2004. Caracterização silvicultural e comparação das reservas florestais de Maronga, Moribane e Zomba, Provincia de Manica. UEM/FAEF.Maputo Havemann, T. 2009. Measuring and Monitoring Terrestrial Carbon. USA. Higuchi, N.; Carvalho Jr., J. A. 1994. Fitomassa e Conteúdo de Carbono de Espécies Arbóreas da Amazônia. Brasil. Hosokawa, R.T. 1986. Maneio e economia da floresta. Roma. FAO Intergovernamental Panel on Climate Change. (2007) Climate Change. Valencia. Júris Ambientis. 2012. Complementação do Inventario Florestal, Levantamentos Florísticos em Areas de Cerrados e Florestas Estacionais e Censo de Arvores Isoladas. Curitiba. Koehler, H. S.; Watzlawick, L. F.; Kirchner, F. F. 2002. Fontes e níveis de erros nas estimativas do potencial de fixação de carbono. In: Sanqueta, C. R. et al. (Eds.). As florestas e o carbono. Curitiba:p. 251-264. Lamprecht, H. 1990. Silvicultura Nos Trópicos. RFA. Eschborn Larcher, W. 2001. Physiological Plant Ecology. Lima, R. C. C.; Cavalcante, A. M. B.; Marin, A. M.P. 2011. Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro. Instituto Nacional do Semiárido, Campina Grande. Lisboa, S. N. M. 2014. Estimativa de Biomassa e Carbono em Floresta Sempre Verde de Montanha da Reserva Florestal de Moribane. Projecto final de Licenciatura. FAEF/UEM Maputo.
  • 46. 34 Lorenzi, H. 2002. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Brasil Machado, E. L. M. et al. 2004. Análise comparativa da estrutura e flora do compartimento arbóreo-arbustivo de um remanescente florestal na Fazenda Beira Lago, Lavras, MG. Revista Árvore, v.28, n.4, p.499-516. Machoco, R. de S. 2008. Factor de Expansão de Biomassa Florestal na Região do Corredor da Beira. Projecto Final para o grau de Licenciatura em Engenharia Florestal. FAEF/UEM. Maputo. MAE. 2005. Perfil do Distrito de Mossurize Província de Manica. Maputo. Marengo, J. 2006. Mudanças Climática Globais e Seus Efeitos Sobre Biodiversidade: Caracterização do Clima Actual e Definição das Alterações Climáticas para o Território Brasileiro ao longo do Século XXI. Brasília. Martinelli, L. A. et al. 1994. Incertezas associadas às estimativas de biomassa em florestas tropicais. Seminário Emissão X Seqüestro De Co2 – Uma Nova Oportunidade De Negócios Para O Brasil, Rio De Janeiro. Anais...Rio de Janeiro Marzoli, A. 2007. Relatório do inventário florestal nacional: Direcção Nacional de Terras e Florestas. Ministério da Agricultura. Maputo. Marzoli, A., Del Lungo, P. 2009. Evaluation of N’hambita Pilot Project. Mozambique. Matusse, E. J. 2013. Quantificação de carbono em terrenos florestais: Estudo de caso de Lugela, Provincia da Zambézia. Projecto de Licenciatura UEM/FAEF. Maputo. Oliveira, P. E. A. M.; Ribeiro, J. F.; Gonzales, M. I. 1989. Estrutura e distribuição espacial de uma população de Kielmeyera coriacea Mart. de cerrados de Brasília. Revista Brasileira de Botânica, v.12, n.1, p.39-47. Oliveira-Filho, A. T.; Camisão-Neto, A. A.; Volpato, M. M. L. 1996. Structure and dispersion of four tree populations in an area of montane semi-deciduous forest in southeastern Brazil. Biotropica, v.28, n.4, p.762-769. Raven, P.H.; Evert, R.F.; Eichhom, S. E. 2001. Biologia Vegetal. 6a ed. Editora: Guanabara Koogan.
  • 47. 35 Ribeiro, N. S.; et al. 2013. Monitoring vegetation dynamics and carbon stock density in miombo woodlands. Department of Forest Engineering, Eduardo Mondlane University. Maputo. Ribeiro, N; Sitoe, A. A.; Guedes, B. S; Staiss, C. 2002. Manual de Silvicultura Tropical. UEM. FAEF/DEF. Maputo. Ribeiro, S. et al. 2010. Quantificação de biomassa e estimativa de estoque de carbono em uma capoeira da zona da mata mineira, Brasil. Russo, R. O. 1983. Mediciones de biomassa em sistemas agroflorestales. Turrialba: CATIE. Ryan, C. M. 2009. Carbon cycling, fire and phenology in a tropical Savanna woodland in Nhambita, Mozambique. PhD thesis, University of Edinburgh, Edinburgh. Sanquetta, C. R. 2002. Métodos de determinação de biomassa florestal. In: Sanquetta, C. R. et al. (Eds.). As florestas e o carbono. Curitiba. Schaaf, L. B. et al. 2006. Alteração na estrutura diamétrica de uma floresta ombrófila mista no período entre 1979 e 2001. Revista Árvore, v.30, n.2, p.283-295. Silva, R. W.C., Paula, B.L 2009. Causa do aquecimento global: antropogénica versus natural. Terra didáctica, Brasil. Silveira, P., Koehler, H.S., Sanqueta, R.C. e Arce, J.E. 2008. O estado da arte na estimativa de biomassa e carbono em formações florestais. Curitiba. Sitoe, A. A.; Tchaúque, F. 2007. Medição de Biomassa Florestal Utilizando Informação do Inventário Florestal. Maputo. Sitoe, A.; Salomão, A.; Wertz-Kanounnikoff, S. 2012. O contexto de REDD+ em Moçambique: Causas, actores e instituições. Maputo. Somogyi, Z.; Cienciala, E.; Mäkipää, Muukkonen, P.; Lehtonen A.; Weiss, P. 2006. Indirect methods of large forest biomass estimation. Europe Journal Forest Research. Tolentino, M., Rocha-Filho, R.C. 1998. A química no efeito estufa. Tomo, F. A. 2012. Estimativas de stock de carbono nas florestas de miombo em Gondola. Projecto final de Licenciatura. FAEF/UEM Maputo
  • 48. 36 Walker, W. 2011. Guião de campo para Estimativa de Biomassa Florestal e Estoque de Carbono. Centro de Pesquisas Woods Hole, Falmouth, Massachusetts, USA. Williams, C. A.; Hanan, N. P.; Neff, J. C.; Scholes, R. J.; Berry, J. A.; Denning, A. S.; Baker, D. F. 2007. Africa and the global carbon cycle. Carbon Balance and Management. Yu, C. M. 2004. Sequestro florestal de carbono no brasil – dimensões políticas, socioeconômicas e ecológicas. Tese de Doutoramento em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Curitiba. Zavale, M. S. 2013. Caracterização Fitossociológica e Relações Hipsométricas da Plantação de Chanfuta em Michafutene no Distrito de Maracuene . Projecto Final de Licenciatura. UEM/FAEF Maputo. Zolho, R. 2010. Mudanças Climáticas e as Florestas em Moçambique. Amigos da Floresta/Centro de Integridade Pública. Maputo.
  • 49. 37 ANEXOS Anexo 1. Lista de espécies Nome científico Acacia abissínica Acacia nigrescens Albizia adianthifolia Albizia versicolor Amblygonocarpus andongensis Annona senegalensis Antidesma venosum Artabotrys brachypetalus Azanza garckeana Bauhinia galpinii Berchemia discolor Brachylaena discolor Brachystegia boehmii Brachystegia glaucescens Brachystegia spiciformis Brackenaidgea zanguebarica Breonadia salicina Catunaregam spinosa Combretum erythrophyllum Combretum fragrans Combretum molle Cordyla Africana Crossopterix febrifuga Cussonia arborea Cymbopogon excavatus Dalbergiella nyassae Desmondium salicifolium Dicrostachys cinerea
  • 50. 38 Diospyros mespiliformis Diospyrus quiloensis Diplorhynchus condylocarpon Dracaena usamberensis Entada rheedii Eragrostis aspera Eragrostis rigidon Erythrophleum africanum Erythrophleum lasianthum Eugenia natalensis Ficus sp. Friesodielsia obovata Friodesia obovate Gardenia volskei Grevia cafra Hibiscus canabinus Hollarrhena pubescens Hymenocardia acida Hyparrhemia filipendula Hyparrhemia hirta Indigofera sp. Ipomeia aquatica Julbernardia globiflora Justica flava Justicia betonica Kaya nyasica Kyphocarpa angustifolia Landolphia kirkii Lannea schweinfurthii Lantana camara Lippia javanica
  • 51. 39 Lonchocarpus bussei Macaranga capensis Markhamia obtusifolia Markhamia zanzibarica Maytenus heterophylla ou Gymnosponia heterophylla Melhanea sp. Millettia stuhlmannii Mucuna coriacea Nidorella sp. Ormocarpum kirkii Panicum coloratum Panicum maximum Panicum natalense Parinari curatellifolia Pavetta sp. Peltophorum africanum Percicopsis angolensis Phyllanthus sp. Piliostigma thonningii Pseudolachnostylis maprouneifolia Pteleopsis myrtifolia Pterocarpus angolensis Pterocarpus rotundifolius Rhus chimindensis Sclerocarya birrea Securinega sp. Senecio panduriformis Senecio panduriformis Setaria megaphylla Sporobolus panicoides Strychnos coculoides
  • 52. 40 Strychnos madagascariensis Strychnos potatorum Strychnos sp. Strychnos spinosa Strychnos usamborensis Surilax anceps Swartzia madagascariensis Tabernaemontana elegans Tabernaemontana ventricosa Tarenna supra-axillaris Tephrosia purpurea Terminalia sericea Terminalia stenostachya Tinta lartabro Trema orientalis Uapaca kirkiana Vangueria infausta Vernonia centaureoisdes Vernonia colonata Vernonia myriantha Vigna luteola Vitex doniana Wrightia natalensis Xanthocercis zambesiaca Xeroderris stuhlmannii Ximenia americana Zanthoxylum dugoense Zauricurcas zacurifolia
  • 53. 41 Anexo 2. Ficha do campo Província Posto administrativo_______________ . Tipo de Floresta Parcela________________________ . Lat: Log:_ Data /_ / . Nome da Espécie DAP (cm) Altura (m) Obs. : Científico Local