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 Nome: André Luís da Silva Vieira
 Naturalidade: Ponte de Lima
 Estado Civil: Solteiro
 Profissão: Técnico de Manutenção
 Experiência Profissional: Electricista / Soldador
 Formações:
 princípios básicos de electricidade geral;
 condução de empilhadores;
 socorrismo e incêndios;
 pontos rolantes e plataformas elevatórias;
 moto-redutores;
 hidráulica e pneumática e,
 inspecção de equipamentos de elevação.
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Escolhi frequentar o Curso EFA, pelo facto de querer aumentar os meus
conhecimentos e assim ficar com o 12ºano de escolaridade. Todos os dias se aprende, e
como se costuma dizer, “o conhecimento não ocupa lugar”!
O presente trabalho, inserido na actividade integradora do NG 5 tem como tema:
energias renováveis.
Escolhi este tema porque está relacionado com o meu trabalho mas também pela
importância que tem no nosso dia-a-dia, uma vez que estas energias fazem parte do
presente e indiscutivelmente, do futuro.
Inicialmente, vou abordar alguns tipos de energias renováveis, dando maior relevo à
energia eólica e à sua parte técnica.
Das máquinas a vapor à energia nuclear como combustível do progresso industrial,
muita coisa mudou nos últimos 200 anos. A industrialização movida a combustível fóssil tem
cobrado um preço cada vez mais alto da natureza.
Água, energia nuclear, gás natural, carvão, derivados de petróleo, biomassa, energia eólica
e importação de energia compõem nossa estrutura interna de energia, porém como boa
parte desses recursos é finita e a demanda do planeta é cada vez maior, será necessário
buscar formas de continuar alimentando o voraz apetite da civilização humana.
A energia renovável é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto
virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos recursos não renováveis. São conhecidas pela
imensa quantidade de energia que contêm, tendo a capacidade de se regenerar por meios
naturais.
Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-prima
elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada para a fabricação
do álcool e também óleos vegetais que podem ser usados directamente em motores diesel
com algumas adaptações.
Existem vários tipos de energias renováveis, tais como:
Energia Hidráulica
A energia hidroeléctrica é a que se produz em barragens construídas em cursos de água
(exemplo: a barragem do Alqueva).
Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa que o ar,
requer um lento fluxo corrente de água, ou ondas de mar moderadas, que
podem produzir uma quantidade considerável de energia.
A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser captada
com painéis solares. A cada ano a radiação solar trazida para a terra leva
energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de energia
consumida pela humanidade.
Uma grande vantagem da energia solar é que ele permite a geração de energia, no
mesmo local de consumo, através da integração da arquitectura. Assim, poderemos levar a
sistemas de geração distribuída, em que quase eliminar completamente as perdas ligadas
aos transportes, que representam actualmente cerca de 40% do total, e a dependência
energética.
A utilização dos painéis solares térmicos e foto voltaicos, para a produção de calor e
de energia eléctrica a partir do aproveitamento da energia solar, é uma forma para a qual
Portugal dispõe de recursos de grande abundância, comparando a disponibilidade de horas
de Sol por ano com outros países da União Europeia.
A energia da biomassa é a que se obtém durante a transformação de
produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica
e eléctrica.
Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o
bioálcool e o biodiesel.
Energia Solar
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O potencial da energia acumulada nas cachoeiras pode ser convertido em
electricidade. As centrais hidroeléctricas aproveitam a energia dos rios para pôr a funcionar
uma turbina que move um gerador eléctrico.
Biomassa
Energia Eólica
A energia eólica é obtida pela acção do vento, ou seja, através
da utilização da energia cinética gerada pelas correntes aéreas.
O termo eólico vem do latim aeolicus, pertencente ou relativo a
Éolo, Deus dos ventos na mitologia grega e, portanto,
pertencente ou relativo ao vento.
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Os sítios mais ventosos encontram-se geralmente perto do mar, ou no alto das
montanhas, devido ao efeito de aceleração que o relevo tem sobre o vento.
Em Fevereiro de 2010, Portugal ocupa o sexto lugar no ranking europeu e o nono no
mundial de potência instalada com 3.535 mega watts (MW).
A energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de
energia, principalmente porque é renovável.
Relativamente à parte técnica, uma eólica é constituída por um
aerogerador moderno, constituído por uma torre de 50 a 120 m de altura,
em cima da qual se encontra o rotor, com 3 pás na maior parte dos casos
(cada pá tem um comprimento de 25 a 45 m), e a “nacelle”, que abriga o
gerador propriamente dito, bem como os sistemas de controlo da
máquina.
O vento põe em movimento as pás, que dão entre 10 a 25 voltas por minuto
aproximadamente.
Toda a máquina em si é controlada pelo homem através do programa SCADA. Assim,
consegue-se saber quanto é que a máquina está a produzir, verificar possíveis avarias,
quantificar a velocidade do vento e ajustar as pás consoante a direcção do vento.
Pela importância desta energia e pelo facto de serem máquinas muito poderosas,
estas têm um custo muito elevado. Só para terem uma ideia, o investimento de uma eólica
ronda os 300mil euros.
O incentivo à utilização de energias renováveis, e o grande interesse que este assunto
levantou nestes últimos anos, deve-se principalmente à consciencialização da possível
escassez dos recursos fósseis (como o petróleo) e da necessidade de redução das
emissões de gases nocivos para a atmosfera, os GEE (Gases de efeito de estufa).
Vantagens de se recorrer às fontes de energia renováveis:
•É coerente com a estratégia global de desenvolvimento sustentável;
•Permite reduzir a dependência da União Europeia das importações de energia e
assegurar assim a segurança do aprovisionamento;
•Contribui para melhorar a competitividade global da indústria europeia;
•Tem efeitos positivos no desenvolvimento regional e no emprego;
•A opinião pública é favorável.
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Porém a utilização das energias renováveis confronta-se com os
seguintes obstáculos:
•Os custos de investimento são elevados e os períodos de
recuperação muito longos;
•Uma atitude de resistência geral às mudanças;
•Existem dificuldades associadas às flutuações sazonais de certas
energias (eólica e solar);
•Algumas energias (os biocombustíveis) requerem uma infra-estrutura
apropriada.
Os bens naturais são as fontes de riqueza materiais que o homem dispõe
para satisfazer as suas necessidades sempre em mudança, e são avaliados de
acordo com as utilizações que as sociedades fazem deles. O homem procura
tirar deles as maiores vantagens e, com o seu engenho – tecnologia –
aproveitá-los o melhor possível, tornando-os recursos.
À medida que os recursos, como o petróleo, se forem tornando menos
disponíveis e mais caros, o homem terá de optar cada vez mais pelos recursos
energéticos alternativos e renováveis, como a água, o vento, as ondas do mar,
a energia solar, recursos estes inesgotáveis.
Demos os primeiros passos, ainda há muito que caminhar. É preciso uma
agenda que extrapole ideologias e interesses comerciais, e que caminhe mais
rápido que o aquecimento global.
A sociedade e
A tecnologia
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A sociedade e a
tecnologia
[Escolhe
r a data]
Olá….
O meu Secunome é Andreia Matos, estou inserida na turma 1 do
Curso EFA-NS na Escola ndária de Ponte de Lima a fim de concluir o
12º ano. Trabalho numa confecção têxtil, sou recém-casada e natural de
Fontão a viver actualmente na Seara.
Hobbies: fazer sobremesas; ler; escrever e sonhar.
Sobremesas: gosto de fazê-las, provar antes de
estarem prontas e poder oferecê-las aqueles que me
rodeiam e me são importantes;
Ler: sempre que posso, de tudo um pouco,
actualmente, estou a aventurar-me por obras literárias.
Escrever: cartas, textos que mais parecem
testamentos;
Sonhar: todos os dias, quando durmo, quando
estou acordada, qualquer momento é bom para criar uma
história e refugiar-me nela, afastando assim o tédio, a
monotonia e muitas vezes os problemas.
Optei por fazer este curso para me sentir mais realizada e ter oportunidade de
planear o meu futuro de uma forma mais abrangente.
Com este curso aprendi a ver os problemas de forma diferente e solucioná-los sem
drama, avaliar o meu passado e preparar o meu futuro.
Mas o que realmente quero referir é o companheirismo que se vive entre colegas e
a ajuda que nos tem sido proporcionada por todos os formadores que trabalham ou já
trabalharam connosco. Um muito obrigada a todos.
O trabalho que se segue visa a realização da 6ª Actividade Integradora e relata
uma história que facilmente se encaixava nos nossos dias. Espero que apreciem e que
pensem um pouco na vida que levam e no valor que lhe dão.
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Já passaram quase três dias e continuo perdida por entre estas matas, o que vai
ser de mim, sem comida, encharcada e cheia de frio…. Mais valia ter ficado na avioneta,
era mais seguro e podia ser que me encontrassem lá.
Agora é tarde para arrependimentos, tenho mais é que arranjar forças e seguir em
frente… mas esta fome está a matar-me!!! Vou descansar um bocadinho, já se faz tarde
e as forças que me restam estão a escassear…. Não tenho forças para continuar, vou
parar por aqui e dormir um pouco….
Ao acordar vi dois vultos a olharem fixamente para mim, estranho, já não tenho frio
e sinto-me confortável, onde estou afinal?
- Minha querida, acordaste!
- Onde estou?
- Estás na minha casa, encontramos-te caída no monte, desfalecida e toda
molhada, achamos melhor trazer-te para casa para puderes recompor-te. Filha vai
buscar uma sopinha para a nossa convidada.
- É para já mãe.
- Aqui tens querida. Come e se quiseres dar um banhinho temos água quentinha.
- Gostava muito, se fosse possível.
- Está bem, eu vou preparar o teu banho.
Finalmente estou safa, pensei, morrer sozinha e desolada no meio daquele fim do
mundo não estava propriamente nos meus planos. Mmmm, que bem que isto sabe,
nunca comi uma sopa tão boa!
Ai, mal posso mexer-me, estou toda dorida, um bom banho vai saber-me bem.
- Peço desculpa pela minha indelicadeza, não lhe perguntei o seu nome, nem
sequer lhe agradeci por me ter salvo.
- O meu nome é Rosa mas todos aqui na aldeia me chamam Lola e não te
preocupes com os agradecimentos agora, vais ter muito tempo para isso. O teu banho
está pronto, tens lá toalhas e algumas vestes.
- Obrigada.
A dona Lola indicou-me o caminho para a casa de banho, lá fui, mas rapidamente
voltei para trás.
- Dona Lola, não tem chuveiro?
- Não querida, aqui ainda é tudo à antiga.
Ai, valha-nos Deus, agora tenho que tomar banho de tina, que situação! Bom,
vamos lá ao que interessa, depois do banho de certeza que me vou sentir melhor.
Acabei o banho, enrolei-me na toalha e procurei qualquer coisa que servisse para
secar o cabelo, mas nada encontrei.
Será que não existe um secador ou um alisador de cabelo?
- Dona Lola podia chegar aqui um segundo?
- Diz querida.
- Por acaso não tem um secador?
- Um quê, querida?
- Um secador de cabelo, aquilo que serve para secar o cabelo.
-Não querida, quando queremos arranjar o cabelo, utilizamos um ferro aquecido ao
lume e depois enrolamos o cabelo nele, ou então se for numa altura da cabeleireira
passar por cá, é ela que nos dá um trato ao cabelo.
- Obrigada dona Lola, vou acabar de me preparar e já vou ter consigo.
Isto é uma miséria, não há água canalizada, não tem um simples secador, o que
mais me irá acontecer!
Encaminhei-me para a cozinha.
Na ligação da casa de banho até à cozinha, pude ver que se tratava de uma casa
de família humilde, limpinha e aconchegante, dei uma vista de olhos pelas fotografias
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emolduradas na parede, que deveriam ser, imaginei eu, membros da família!
- Estás bem querida?
- Sim, sim, desculpe, estava para aqui a divagar. Que indelicadeza de minha
parte, ainda nem me apresentei! Que situação. Vamos começar do início. Boa tarde
dona Lola, o meu nome é Nádia, tive um acidente de avioneta e estava perdida até ser
encontrada por si, quero agradecer-lhe por tudo o que fez por mim.
- Então Nádia, não tem nada que agradecer, não a íamos deixar ali largada no
meio do nada à mercê da sua sorte!
- É muito amável de sua parte estar a ajudar-me, mas não quero ser um
incómodo para si.
- Não te preocupes, não és incómodo nenhum, olha eu vou pró campo se
quiseres podes ir dar uma volta pela aldeia, mas não te atrases, temos de cear antes
de escurecer.
- Antes de escurecer?! Porquê dona Lola?
- Então amor, prá ceia. Caso ainda não tenhas reparado ainda dependemos do
sol para quase tudo, a luz eléctrica está prometida há muito mas ainda não chegou.
Não é possível, o que vai ser de mim agora???? Se não há luz, não há telefone e
sem telefone, internet nem vê-la, agora é que estou mesmo perdida….
- Assim sendo dona Lola vou dar uma volta pela aldeia, pode ser?
- Claro, está à vontade, e se te perderes não te esqueças que aqui todos os
caminhos vão dar a Roma.
Começo a andar e a observar a beleza do espaço que circunda aquela aldeia, é
simplesmente maravilhoso, espectacular, que paisagens, parece mesmo um lugar
encantado, por onde o tempo não passou! Já visitei muitas aldeias, mas nenhuma que
se assemelhe a esta, sempre que olho para um lado vejo casinhas de xisto com flores
à janela e com belos jardins bem ornamentados. Isto é um verdadeiro paraíso na terra,
de frente vislumbro uma paisagem incrível, quase intocável pela mão do Homem.
Vou seguindo a minha jornada por aquela terra de ninguém, e deparo-me com
um largo, deve ser o centro da aldeia, onde alberga a única mercearia e uma capela.
Ao passar apercebo-me das pessoas e dos seus olhares indiscretos. Devo ser
novidade por aqui, para atrair tantas atenções, o que não deixa de ser uma coisa
normal, pelo aspecto da aldeia denota-se que não está minimamente preparada para
receber turistas. Nota-se perfeitamente que não tem quaisquer tipos de alojamento
para os albergar.
Hotel inexistente, restaurante nem vê-lo, luz e água apenas de fontes naturais…
não espanta semelhante isolamento, até com um pouco de sorte esta pequena aldeia
nem tem direito a um lugar no mapa de Portugal!
Regresso a casa, mais disposta do que nunca a sair dali para o mundo civilizado.
À chegada fui recebida de uma forma calorosa por toda a família, a dona Lola
veio logo perguntar se tinha corrido bem o passeio, a Maria, a filha mais nova do casal,
estava toda empolgada a ouvir a mãe, Olívia, a filha do meio estava atarefada nos
preparativos da ceia, seguiram-se vindos do campo, o José e o pai. Vinham rodeados
por um rebanho de ovelhas, fiquei ali a observar aqueles animais, tão absorvida com
os meus pensamentos, que nem ouvi a Olívia a chamar. Ao se aperceber desta
situação a Olívia voltou a insistir, mas só quando o José se aproximou de mim é que
eu despertei.
- Nádia… a Olívia está a chamar-nos, vamos?
- Desculpa…estava distraída.
- Anda, deixa-te de conversas José, a ceia está a esfriar.
Entramos, cada um estava sentado no seu lugar, eu fiquei um pouco
constrangida, mas lá me sentei no lugar que me estava reservado. 10
A princípio estava um silêncio quase gélido, mas eis que de repente a pequena Maria
quebra o gelo…
- Nádia conta-me coisas da grande cidade!
- Tu nunca foste à cidade?
A pequena acenou negativamente com a cabeça, eu, apercebendo-me do seu
constrangimento, comecei animadamente a relancear passagens vividas por mim na dita
cidade. Todos se animaram, riram, participaram na conversa e até perguntas colocaram,
posso dizer que foi um desfecho de dia em cheio, sem dúvida.
Fui-me deitar, sempre com as imagens do que tinha visto a passarem, a mil à hora,
na minha cabeça, sempre a fazer planos para um dia voltar àquela aldeia tão pitoresca,
seriam as minhas próximas férias, mas o que realmente interessava agora era descansar
para amanhã arrancar e voltar à minha condição de mulher urbana.
Bem cedo acordei, outra coisa não seria de esperar, os animais começaram a fazer
barulho bem cedo, passarinhos, galos e galinhas….quem precisa de um despertador por
aqui?
Levantei-me em silêncio, para não incomodar os restantes moradores daquela
habitação e dirigi-me à cozinha para beber um copo de água, quando para meu grande
espanto já lá estavam todos.
Todos se apressaram a dar-me bom dia, eu fiquei toda constrangida, ainda estava de
roupão, que situação!
Dona Lola tomou a palavra e disse:
- Querida se não te importares a Olívia vem comigo pró campo e tu ficas aqui a
orientar as coisas de casa.
- Mas dona Lola, como hei-de dizer isto, eu hoje queria organizar a minha ida para a
cidade!
- Mas querida, isso vai ser muito difícil, é que nós não temos forma de comunicar com
o exterior, apenas vem de mês a mês ou de dois em dois meses, na maior parte das
vezes, um carro que nos leva até à aldeia mais próxima.
- Então como faço para sair daqui?
- Vais ter de esperar que alguém passe por cá, ou então esperas pelo próximo carro.
- Bem, sendo assim acordo aceite, só preciso que me oriente as coisa aqui em casa.
A dona Lola assim o fez, e todos saíram com destino às suas tarefas, fiquei apenas
eu, comi qualquer coisa e comecei a organizar as minhas tarefas pondo mãos à obra.
Nem acredito que estou aqui de vassoura na mão, enquanto a minha empregada está
na minha casa de aspirador. Até parece que estou a ouvi-la reclamar, com todas as
comodidades que nos permitem os avanços tecnológicos e eu aqui de vassoura e pano na
mão, com um cesto de roupa para lavar e um almoço para cozinhar. No que eu me fui
meter….
Tombos para aqui, encontrões para ali, lá fui andando e organizando como podia as
tarefas de que me incumbiram, passemos agora para a ceia. Outro desespero… a cebola
queimou três vezes, a fogueira quase que se apagou por outras tantas, enfim uma
autêntica desgraça, será que alguma vez vou dar com a ceia pronta? Agora tenho bem
definida a razão pela qual eu contratei uma empregada, quem dera que ela cá estivesse….
Na hora de cear, todos se apresentaram à espera do petisco que eu tinha para lhes
oferecer, quando comecei a servir a dita ceia a reacção foi unânime, todos torceram o nariz
ainda antes de provar.
É verdade que a apresentação não era das melhores, mas eu também não era das
melhores cozinheiras do mundo! Melhor, devo estar entre as piores, garantidamente que se
fossem atribuídos prémios para a pior dona de casa eu ganhava de certeza.
- Então…. Come-se?
- Sim, está um pouco deslavado mas remedeia, amanhã sai-te melhor. 11
- Amanhã, dona Lola?
- Claro! Amanhã, depois e depois.
Todos se riram com a expressão que eu fiz e a noite até acabou por correr bem.
Dois meses se passaram e eu praticamente perdi as esperanças de sair dali, aprendi a
viver de uma forma mais saudável, que eu pensei, até então, não ser possível. Onde já se
viu, em pleno século XXI não ter luz eléctrica nem água canalizada, sem telefone ou
telemóvel e muito menos Internet. Quando cá cheguei pensei que ia morrer isolada do resto
mundo, agora vejo que reaprendi a viver, voltei a ter tempo para ler, para desenhar e até
mesmo para aprender a trabalhar no campo. É um modo de vida diferente daquele que
estava habituada, mas é tão agradável estar cá, que nem sei se algum dia vou querer sair
daqui. Também… quem vai dar comigo aqui? Não tenho como comunicar com o exterior e
possivelmente as buscas já terminaram e deram-me como morta. Assim seja, se algum dia
me apetecer voltar à vida procuro maneira de sair daqui.
Ao fim de quatro meses, para meu grande espanto avisto uma carrinha que me
parecia familiar!
Não acredito… a carrinha pertence à minha empresa, como chegaram aqui?
Corri em direcção ao veículo a gritar que nem uma louca.
- Joel! Joel! Que fazes aqui? Como chegaste cá? Como descobriste que eu estava
aqui?
- Calma, calma miúda, uma pergunta de cada vez, já respondo a todas as tuas dúvidas
mas primeiro deixa-me recuperar o fôlego. O caminho até aqui tira o fôlego a qualquer um,
mas o teu abraço, deixa que te diga, quase me sufocou…
- Anda, vamos até minha casa, lá conversamos calmamente e aproveito para te
apresentar aos restantes membros da família que me acolheu ao longo destes meses que
fiquei retida nesta terra.
- Nem acredito, miúda, que estejas realmente viva! Até funeral te tínhamos feito!
- Conta, como chegaste até aqui?
- Olha, foi por uma coincidência incrível, fui de férias para uma aldeia, daquelas aldeias
turísticas, tu sabes, e comecei a ouvir histórias de um acidente de avioneta e de como
tinhas sido encontrada no meio do pinhal. Fiquei intrigado e logo que cheguei à revista
conversei com o patrão e cá estou eu.
Conversamos durante longos minutos, rimos, choramos, relatei a minha história, ele
relatou como tinham sido passados estes meses na minha ausência e terminamos num
silêncio ensurdecedor.
- Já tinha saudades das nossas conversas sempre tão animadas e de estar com todos
vós…
- Porque é que não contactaste comigo? Eu vinha cá e levava-te de volta para casa!
- Isso é uma longa história que eu acabarei por te contar com mais tempo.
- Sim mas podias ter dito qualquer coisa, sei lá, para, pelo menos, saber que estavas
viva e de saúde.
- Tens o telemóvel contigo?
- Ah…. Tenho, porquê?
- Pega nele e vais verificar que aqui não apanha rede, e não, não temos telefone
nesta zona, portanto Internet nem pensar, como é que eu te ia contactar?
- Bem… Mas tu caíste aonde!? Isto é pior que o fim do mundo!
- Também não é assim tão mau, conheci muitas pessoas que gostam de estar aqui e
não trocam isto por nada.
- E tu, queres ficar?
Inicialmente hesitei, já não sabia o que queria na realidade, o desejo inicial de fugir
tinha-se desvanecido, mas respondi aquilo que sabia ser o mais certo.
- Eu?... Eu estou desejosa para sair daqui, não imaginas o que é estar isolada do
mundo. Acredita, passamos aqui esta noite e amanhã pomos os pés ao caminho.
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Chegado ao fim da tarde, todos regressaram a casa, apresentei-lhes o Joel e
aproveitei o momento para lhes comunicar a minha decisão. A princípio, vi nas suas caras
desilusão com um misto de tristeza, mas depressa mudaram de atitude, disseram que
estavam felizes por mim, desejaram-me tudo de bom e, principalmente, fizeram questão de
me lembrar que nunca esquecesse esta aldeia e os que nela habitam. É verdade que
mudaram de expressão mas dava para perceber a tristeza em cada palavra que proferiam.
De manhã, fizemos as despedidas, na nostalgia do momento lágrimas surgiram,
promessas vaguearam e a saudade já batia à porta mesmo antes de sair.
Entramos no carro. Esperava-nos uma longa viagem atribulada com muitos tropeços,
buracos e grandes ribanceiras, um verdadeiro caminho de cabras, no verdadeiro sentido da
expressão. Na saída da aldeia, dei uma última olhadela para guardar uma recordação deste
lugar deslumbrante. Pude ver pelo espelho lateral a paisagem a afastar-se e senti, de
repente, nostalgia, nem sei bem explicar, era como se uma parte de mim estivesse a ficar
para trás! É estranho, enquanto lá estava só queria de lá sair, agora que consegui, sinto-me
invadida por este sentimento de perda….
Chegada à cidade, o barulho invadiu os meus tímpanos, a confusão ponha-me
atordoada. Seria possível que, em quatro meses, de mulher urbana que era me tenha
transformado em campónia? Não, isto é um mero choque inicial, foi muito tempo no silêncio,
passado este primeiro impacto, de certeza que tudo volta ao normal.
- Nádia…. Nádia…. Onde tens a cabeça miúda, chegamos! Vamos subir?
- Desculpa Joel, estava a reviver o passado.
- Vá lá miúda, estás de volta à vida, devias era estar a comemorar e não a lamentar-te.
Comemorar, aí está uma palavra que me soa realmente bem, depois destas horas
todas a conduzir não há nada melhor que festejar o teu regresso. Damos uma passada
rápida pela revista, convidamos o pessoal e os teus amigos mais chegados e vamos para
um bar comemorar, o que dizes?
- Pode ser…
- Bem, que desânimo, até parece que estás de novo perdida! Acorda! Estás de volta à
vida.
- Tudo bem, já compreendi, vamos subir, dar um olá, fazer o convite e depois levas-me
a casa, ok?
- Estás mesmo desanimada, se soubesse tinha-te deixado ficar naquele fim do mundo.
- Deixa-te de tretas. Tenho muitas coisas para organizar e ainda quero ir às compras
hoje.
- Bem…afinal estava enganado, tu estás com a pica toda. Vamos já tratar disso.
- Subimos?
- Claro…vamos.
- As senhoras, primeiro.
- Sempre um cavalheiro….
Quando cheguei à redacção, foi um alvoroço, não é que não estivessem à espera
mas, mesmo assim, foi uma recepção fria, tão diferente de tudo aquilo que eu tinha vivido
naquela aldeia. Bom, por que estarei eu a fazer semelhante comparação? Que estranho!
Sorrisinhos para aqui, sorrisinhos para ali, é tudo tão vazio, sem sentimento, estranho no
mínimo…Depressa a normalidade voltou à redacção, fui tratar de algumas burocracias com
o meu sócio, activar de novo os cartões de crédito e, finalmente, estava pronta para me
enterrar nas lojas do shopping, fazer compras desenfreadas e esquecer o mundo. Enfim,
voltar à minha rotina.
Peguei num carro da revista e lá fui eu. Estava tudo tão diferente, um caos. Estacionar
era quase impossível, gente por todo o lado, e as lojas…as lojas estavam lá, mas faltava
qualquer coisa, entrei numa, duas, três e nada me agradava, era tudo tão estranho, as
roupas eram demasiado incómodas, não sei como descrever. Fui para casa, disposta a dar
um longo banho, relaxar e esquecer os quatro meses que passei isolada do mundo.
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Assim fiz. A minha empregada fez-me uma recepção que eu já não tinha expectativa
de encontrar, depois de tudo que se tinha passado na redacção. É estranho, trabalha para
mim há mais de cinco anos e eu nada sabia de sua vida, é verdade que nunca tive grande
interesse em saber, só agora durante este reencontro caloroso que ela me proporcionou é
que eu me apercebi do sotaque, daquela forma desconchavada de andar e daqueles
provérbios engraçados que ela estava sempre a dizer…depressa lhe perguntei se era de
Cascais ou vinha de fora.
Ela fez logo questão de relatar, sem parar, que vinha de uma aldeia do norte, que
procurava na cidade uma vida melhor e que, sempre que podia, voltava a sua santa
terrinha.
Foi tão bom ouvi-la falar, senti-me mais perto daqueles que tinham ficado para trás
na aldeia: a Dona Lola, o Senhor Manuel, a Olívia, a pequena Maria e o José.
Saudades… Apenas tinham passado algumas horas e só desejava rever aquela gente, a
sua simplicidade e simpatia. Isto vai passar, melhor ainda, isto tem de passar. Agora tenho
a Bernardete para matar saudades dos hábitos da aldeia, sei que não é a mesma coisa,
mas sempre que quiser basta pedir que ela faz-me uns jantarezinhos típicos da terra, isto
dito por ela, tenho mais é que aproveitar tal oferta. E quem sabe, um dia vou com ela
conhecer a aldeia!
Mais tarde, o Joel passou por casa, fartou-se de me fazer elogios, daqueles que já
não ouvia há muito. Fomos para a festa mas depressa me cansei, não que não estivesse
animada, bem pelo contrário, estavam todos muito alegres, de copo na mão na maior das
disposições, já eu….bem cedo tive de me despedir, estava cansada e não me sentia
confortável ali. Ficaram todos com pena mas nem por isso perderam a oportunidade de
me gozarem por esta indisponibilidade da minha parte. Sempre fui a primeira a chegar
aos eventos e a última a sair, mas agora era eu a primeira a bater em retirada. Ignorei,
apanhei um táxi e vim para casa. Mal cheguei, já tinha o Joel a ligar para o meu telemóvel
a perguntar se estava tudo bem, se queria companhia ou se precisava de alguma coisa.
Depressa o despachei, em tempos aceitaria, mas estes meses mudaram a minha maneira
de ver as coisas e agora tenho bem definidas as minhas prioridades. Sei o que ele sente
por mim e não tenho direito de me aproveitar disso quando não tenho qualquer interesse
em levar avante um relacionamento sério.
Uma semana após o meu regresso, eis que tomo a decisão mais importante da
minha vida. Não é rodeada de toda a tecnologia, de todas as comodidades que sou feliz.
Preciso de procurar o meu lugar, o meu espaço. Sei que só vou encontrar a paz que
busco naquela aldeia que deixei para trás. Rapidamente comecei a organizar a minha
vida de forma a poder voltar para aquele cantinho onde me senti tão bem.
Aluguei uma avioneta para fazer o reconhecimento da área circundante da aldeia,
para analisar a possibilidade de aterrar. Vendi a minha parte da revista, comprei uma
casinha na aldeia, decorei-a a meu gosto, consegui arranjar empresas interessadas em
levar algumas comodidades à população, como asfalto para as estradas de acesso à vila
e painéis solares para gerar energia suficiente para todos. Passados dois meses, voltei
para a aldeia e pude ver com os meus próprios olhos a felicidade daquela gente por terem
finalmente luz eléctrica em casa, no entanto, os hábitos mantêm-se, as ceias continuam a
depender da luz do sol, o despertar ainda é tarefa dos animais e a vida mantém o ritmo de
sempre.
Hoje, passados nove meses do acidente, dou graças a Deus por ter tido a sorte de
encontrar pessoas tão maravilhosas que me apoiaram e ajudaram quando precisei e,
principalmente, por me terem recebido de braços abertos quando para lá voltei. É bom
sentir que somos queridos e amados sem segundas intenções.
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Estamos em pleno inverno, as pessoas refugiam-se em suas casas, eu pelo
contrário, adoro ver a chuva a cair, sentir o vento a bater na cara, sensações que
desconhecia até então. Sempre que penso nestas novas descobertas interiores,
pergunto-me como pude viver tantos anos afastada desta harmonia existente entre o
Homem e a Natureza.
Hoje, convidei a dona Lola para jantar em minha casa. Por incrível que pareça,
trouxe a energia comigo e pouco uso lhe dou. O fogão mantêm-se a lenha, a água é
aquecida através dele, a luz ou é proveniente do sol ou de velas. É tão agradável este
modo de vida que creio não ser capaz de mudar nada.
Voltando ao jantar, convidei a dona Lola e sua família, é um imenso prazer recebê-
los em minha casa. Pequeno gesto de agradecimento mas, principalmente, um profundo
desejo de partilhar com eles a minha nova aptidão: aprendi a cozinhar e estou ansiosa por
ouvir o veredicto. Será que futuros convites serão aceites?
Nesta minha nova vida, dediquei-me a um sonho antigo: a escrita. Tenho o meu
primeiro livro quase pronto. É a história de uma aldeia esquecida pelo mundo moderno, tal
como esta, onde permanece o encanto e a essência da vida no seu estado natural.
Os meus amigos vêm visitar-me e ficam impressionados com a forma de vida que
levo actualmente. Tentam convencer-me de que esta forma de existência em nada é
compatível com a da nossa era, não compreendem como pude adaptar-me aquelas
circunstâncias. Já o Joel tem sido impecável, apoiou-me na minha decisão, com isso
conseguiu conquistar o meu coração e o melhor de tudo é que está disposto a abrir mão
da vida que tem para vir viver ao meu lado.
Moral da história: o ser humano aprende a viver em sociedade, aprende
a ultrapassar obstáculos mas também a passar por cima de todos os que o
rodeiam para chegar onde querem, não sabem viver sem as comodidades
decorrentes dos avanços tecnológicos e esquecem as maravilhas que o
mundo tem para oferecer, esquecem as suas raízes, esquecendo,
inclusivamente, o respeito mútuo. É triste constatar tal facto, mas é uma
realidade cada vez mais presente na nossa sociedade tecnológica e
consumista.
15
Chamo-me Fernando da Costa Pereira, tenho
42 anos de idade, sou natural de Ponte de Lima,
moro em Fontão, sou casado, tenho um filho com 6
anos e trabalho na COOPALIMA.
Frequento o curso EFA S1 porque, acima de
tudo, achei que poderia melhorar a minha realização
pessoal. Aqui, descobri o gosto pela arte, pela escrita
e pela literatura e quanto ao mundo literário
apercebi-me que, para o conhecer, levo um atraso
de 500 anos…
Dizem dos homens que, para se sentirem completos, devem gostar de futebol, carros,
cerveja e “Gajas”. Pois é, de futebol não gosto, cerveja até vai, os carros troco-os pelas
motos e as gajas, essas, são a minha razão de viver.
Por isso, nesta reflexão para a actividade integradora, vou cingir-me àquilo que mais
gosto na vida: GAJAS E MOTOS.
AS GAJAS
Gajas… nome brejeiro que identifica a mulher, normalmente, na gíria utilizada no
convívio masculino. É uma forma de identificar o sexo oposto sem sequer se reflectir na
profundidade do termo. É uma maneira de dizer que as mulheres existem sem se pensar
nas suas singularidades. Por isso, para mim, as gajas passam a ser mulheres a partir do
momento em que a sua identidade é revelada: mãe, filha, irmã, mulher, amiga,
conhecida… ou seja, as mulheres que conhecemos, mas que de facto MULHERES o
sejam. Porque para algumas, esse termo (gajas), é um elogio. Mulheres, são aquelas que
se destacam pelas suas qualidades mais básicas ou mais empíricas, aquelas que, de
uma forma ou de outra, transformam a nossa vida, aquelas que passaram do comum para
a excepção. São as que se revelam pelos seus dotes afectivos, artísticos, profissionais,
políticos, desportivos e pela sua aparência. Porém, a beleza, como sabemos, vale o que
vale, é relativa e efémera, serve mais para as coisas de engate e sedução e para libertar
o nosso libido atento e machista. A atracção que um homem sente por “gajas boas”, no
fundo, não passa de um básico instinto animal. Uma fêmea “perfeita”, no seu todo, aos
olhos do macho, é alguém que, pela sua natureza, irá parir uma cria exemplar e saudável,
é a selecção natural.
Para mim, a melhor mulher deve ser bonita, mas a beleza exterior deve reflectir-se
no interior, mas com maior intensidade, deve brilhar como o sol, a sua luz deve
resplandecer no seu jeito de ver o mundo e de se ver a si mesma. Se for confiante, feliz e
realizada esse estado de espírito nota-se e contagia os outros, apaixona-os.
Na minha condição masculina, a mulher representa o amor e a vida: mãe, esposa e
filhos. O amor de um filho pela mãe é ternurento e incondicional. O amor pela esposa
conquista-se, cultiva-se, representa um compromisso para um futuro aconchegante. O
amor de um pai por um filho, que só é obtido se possuir uma mulher, é o amor por
excelência, nada é mais importante, é o nosso futuro, é como uma rosa no deserto, mas
isso é outra história…
16
Por isso, se não fossem as mulheres, eu não sabia o que é o amor e o bem que ele
sabe.
AMOR - Palavra abstracta que, numa conjugação de quatro letras apenas, compõe
a pauta de uma linda e etérea sinfonia, que a todos alenta e enfeitiça. O amor define o
estado mais puro do sentimento e representa a mais alta das nossas aspirações: amar e
ser amado. Não tem medida, também não tem razão, ama-se, mais nada, ama-se e goza-
se toda a sua envolvência, o seu aconchego, o seu abraço e o seu domínio sobre o nosso
corpo. A consciência e a razão, na presença do amor, não existem, são sensações
primárias à beira desse sentimento que nos domina, ele faz-nos apaixonar, vibrar,
emocionar, chorar e por vezes enlouquecer. Todos o procurámos, mas não adianta, ele
encontra-nos, como os rios encontram o mar, por mais tortuoso que o vale possa ser. Não
há palavra tão grandiosa, inspira escritores, poetas, músicos, cineastas e todos nós, todos
adoramos o seu sentido e o seu sentimento, sem ele não haveria esperança e
prosperidade, estaríamos mortos sem saber, a vida sem amor não faria sentido. Desse
modo, também não seriamos humanos, talvez o espectro de um cão porque até esse sabe
amar.
AS MOTOS
Sempre gostei de motos, a sensação de potência aliada à irreverência, à sensação
de independência e consequente risco de vida, deixa-me nos píncaros da minha
existência. É difícil compreender, mas a sensação de levar a minha vida em duas rodas
numa fragilidade exposta pela velocidade, controlada pelo meu instinto e saber, deixa-me
em êxtase, em estado de nirvana, talvez. Reconheço que é uma conduta errónea para
quem ama a vida, mas o que é a vida sem risco, sem aventura, sem conhecer o bem e o
mal.
Desde muito cedo que possuo motos, já tive motos Chopers, de Pista e, agora, de
MotoCross. Já conduzi a velocidades superiores a 300 km hora, já fiz corridas de arranque,
Enduro e MotoCross. Já tive quedas e acidentes, fui multado por diversas razões, fui
compreendido e rejeitado pela sociedade, mas foi com as motos que conheci a maior parte
de Portugal e Espanha (concentrações) e com elas me afirmei ao mundo, fazem parte de
mim, da minha essência, não parece, mas quando as cavalgo transformo-me, fico
anarquista, com elas, a assertividade, que me assegura o direito de eu ser quem sou, vem
ao de cima, por isso não hesito nem temo, usufruo.
Yamaha WR426F, nome da minha actual
moto, libertadora de pressões e de stress e
que evidencia e solta o piloto que há em
mim, quando a conduzo, sinto-me capaz de
tudo. Só eu, a moto e os trilhos, que ora
me elevam a adrenalina aos píncaros como
tão depressa me deixam cair estatelado no
chão, assim a cavalgo pelos montes e
“trialeiras”, nestas montanhas marcadas
por caminhos indelicados, estreitos e
castanhos, rodeados por um sublime verde,
Onde as vilas e aldeias se afundam na paisagem rural, numa aparente harmonia
com a natureza
Que loucura! Que prazer! Momentos destes só quem os experimenta sabe o que
valem, rejuvenescem a mente e revitalizam o corpo, dão-nos alento para a vida, que o
tempo se encarrega de devorar.
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Seja vício ou tara, a questão é que sem moto não me sinto preenchido, algo falta em
mim quando ela avaria. Posso não a conduzir, mas o facto de saber que, onde repousa,
fervilha em prontidão mecânica e em força bruta para agradar aos meus intentos de
condução selvagem e radical, faz-me sentir completo e apto para a aventura.
Assim ando pelas montanhas como uma criatura endiabrada, vivo o calor da
explosão mecânica, potente, vibrante e sonora que me impele pelos seus trilhos e rampas
quase impossíveis de transpor, que me projectam para o espaço dos sentidos, onde ficam
todos alerta, extasiados, loucos, desnorteados e enraivecidos, sentimentos estes que
despertam toda a minha irascibilidade e o meu ser animal.
Porém, para que se entenda o que é andar de moto, passo a descrever, de uma
forma aproximada, o que é um dia de aventura nas montanhas:
O despertador tocou às 6.30 da manhã sem causar surpresa. O sono da noite
tornara-se numa penumbra entre o sonho e a realidade, na ansiedade e na expectativa da
aventura programada para o dia que acabara de romper. O encontro estava marcado,
através de uma mensagem recebida no dia anterior no telemóvel: “Às oito em Fontão”. O
chamamento não revelou surpresa, o evento já estava marcado há muitos dias, só faltava
mesmo acertar o local e a hora.
Levantei-me, então, sem procurar dormitar mais um segundo que fosse. Tomei o
pequeno-almoço e fiz os cuidados de higiene habituais. Fui-me equipar. Primeiro as
joalheiras, depois as calças, de seguida as botas, vesti o colete protector por cima de uma
t-shirt e, por fim, vesti o casaco. Dirigi-me à moto e verifiquei os níveis de óleo, água e
combustível, lubrifiquei a corrente e coloquei-a lá fora. Certifiquei-me de que o meu
equipamento estava bem ajustado, de seguida, coloquei o capacete e os óculos. Abri a
torneira de gasolina, fechei o ar e subi para a máquina que parecia pronta a fervilhar.
Carreguei ao de leve no pedal que a põe a trabalhar a fim de procurar o ponto do motor,
achei-o, elevei-me e, com o peso do meu corpo em cima do meu pé direito, desferi uma
valente patada no pedal, porém o motor não respondeu. Voltei a procurar o ponto e
apliquei outra patada ainda com mais firmeza. Desta vez, surtiu efeito, os quatro tempos
iniciaram o seu ciclo. O ronco começara de leve, parecia doente, mas conforme a
temperatura o aconchegava, ia-se revelando num ser cada vez mais barulhento e cheio de
raiva, foi o sinal de prontidão que eu esperava para poder arrancar.
Cheguei cedo ao destino. A maior parte do pessoal já lá se encontrava, se calhar o
sono também os abandonou durante a noite, parei a moto e cumprimentei-os, um a um.
Perguntei quantos faltavam chegar e logo o líder fez a soma: - “Estamos quinze, faltam
cinco”. Durante a espera, foram-se trocando bocas e piadas, então, disse-me um: -
“Trouxeste o ‘kit de unhas’?” E outro: - “Sentes-te com energia e coragem para aguentar o
percurso que se aproxima?” A resposta era óbvia: - “ Se vocês aguentarem também eu
aguentarei, no final é que veremos”. Os restantes elementos acabaram por chegar, quase
todos antes das oito. Estava na hora de partir. Os motores ligaram-se, uma barulheira
tremenda, quase ensurdecedora, instalou-se naquele espaço, o ar tornara-se numa mistura
de fumo e poeira, irrespirável até. As moto 4 faziam piões em forma de remoinhos
imparáveis, alguns das motos de duas rodas já começavam a mostrar os seus dotes
artísticos: cavalinhos, éguas e derrapagens. Mantive-me sossegado até ser dada a ordem
para arrancar. As motos de duas rodas arrancam em primeiro – prática normal porque são
mais rápidas e levantam menos poeira – depois de dois arrancarem, os restantes deram-
me a minha vez. Engrenei a primeira mudança, passei para a segunda e, com uma
aceleração brusca, atravessei a traseira até ao limite, meti a terceira e, mal endireitei a
moto, ergui a roda da frente, as rotações depressa chegaram ao máximo e, ainda com a
roda no ar, meti a quarta e até a quinta.
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Uma curva fechada aproximava-se a grande velocidade, foi quando eu tive que
pousar a roda e fazer uma travagem forçada, simultaneamente, aproveitei a força da
inércia e premi o travão da frente ainda com mais força, mas controlada, dei um impulso
com o corpo para a frente e a roda de trás ergueu-se. Que bem que me correu aquela
égua, longa e espectacular! Depois de demonstrar que o meu “kit” estava afiado, com
certeza que os restantes já não iriam duvidar da minha aptidão como bom motard, mas
acho que não passa mesmo é de uma atitude exibicionista, uma tentativa para me afirmar
e me evidenciar, para assim ser um dos mais consagrados e admirados do grupo, coisas
de homens…
Depois de andarmos por estradões e caminhos, o líder orientou a sua montada por
um caminho estreito e íngreme, cheio de pedras soltas, fazendo adivinhar o grau de
dificuldade do percurso que vinha a seguir, o qual se revelou deveras elevado. Quase
sempre no limite, fazia curvas apertadas e acelerava quando ia a meio das mesmas para
fazer derrapar a traseira a fim de ganhar velocidade no seu final, subia e descia
“trialeiras”, desviava-me de ramos, paus, pedras, regos e das pedradas que os pneus, na
tentativa de alcançarem tracção, me arremessavam, enfim, ocorreu-me, muitas vezes, se
iria conseguir chegar ao final incólume.
À minha frente seguiam cinco colegas, a luta por ser o mais rápido tornara-se numa
questão de orgulho, coisa que não perdi, pois a sombra deles diluía-se com a minha. De
repente, antes de uma curva à direita, fazem-me sinal para abrandar. De início, temi o
pior, um acidente, não foi o caso, mas pouco menos, num percurso que parecia uma
tormenta encontrara o Adamastor, afinal, ele é anfíbio! Depois de fazer a curva que o
escondia, ergueu-se, à minha frente, na forma de uma “subida impossível” – é assim
chamada devido ao seu grau de inclinação e de dificuldade de a concretizar, poucos
conseguem dominá-la. Fiquei paralisado, o medo apoderara-se de mim, acabara de
aprisionar os meus sentidos. A rampa era enorme, mais de duzentos metros de subida
com regos e pedras soltas, no entanto, tinha que ser dominada. O primeiro arrancou,
acelerou ao máximo e, com a perícia e experiência que adquiriu através de muitos anos
neste tipo de incursões, com grande mestria e dificuldade lá conquistou o cume. O
segundo, mal arrancou, acelerou demais e estatelou-se logo no chão, sem danos físicos,
vá lá! O seguinte apontou para mim, estava a dar-me a vez, insisti que fosse primeiro mas
ele não vacilou. Eu tremia de medo e emoção, mas desta vez o ego falou mais alto,
ganhei coragem e apontei a besta para a grande muralha. Tinha pouco espaço para
arrancar, razão porque o fiz em segunda para logo meter a terceira. Consegui um bom
embalo, mas, a meio, deparei-me com dois grandes regos que a água esculpiu em
profundidade. Tive que alterar a trajectória e, para isso, reduzi um pouco a velocidade,
voltei a acelerar, mas fui impetuoso com o acelerador e a traseira da moto derrapou.
“Merda! Vou cair!” - pensei de imediato. A adrenalina alagou-me o corpo, deixei de sentir,
parecia que tudo acabava ali, mas para quem tem experiência, o subconsciente, mesmo
sem pensar, por vezes arranja forma de nos safar, foi o que aconteceu. Dei por mim já
quase na berma da rampa, a roçar no mato, quando recuperei a posse da moto, reduzi
para segunda, acelerei amiúde e, mal meto a terceira, com muita perícia, concentração e
cautela lá consegui chegar ao topo. O orgulho era tanto que parecia estar entalado dentro
do fato, não o deixei sair; umas vezes sobe-se, outras não.
Até todos tentarem subir, levou cerca de uma hora, uns venceram o monstro, outros
ficaram-se pelo seu pé, foi um espectáculo ao melhor nível. As motos de duas rodas onde
caiam ali ficavam, era o cabo dos trabalhos para as remover de lá.
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As moto 4 eram mais impetuosas, quando a subida era interrompida por falta de
perícia ou azar, estas despenhavam-se rolando pela rampa abaixo, como uma rocha em
derrocada, e só quando a vegetação alta que se encontrava no final da descida as
amparava é que a saga terminava. Foram momentos de muitas quedas e de muito
esforço físico, sempre com o espírito de entreajuda presente, com algumas manetes e
guarda-lamas partidos, mas, acima de tudo, num ambiente de muita galhofa.
A manhã precipitou-se ao encontro da tarde, já era hora do almoço.
Dirigimo-nos então para o restaurante que se situava em São Lourenço da Montaria. À
chegada, brindamos, martini com cerveja, aos momentos que tínhamos acabado de viver.
O almoço foi Cozido à Portuguesa regado com muito vinho. Não tínhamos pressa, a
comida era boa e o convívio estava animado, talvez pela casta da pinga que se revelara
boa e abundante.
Logo a seguir ao almoço e ao digestivo, retomamos a missiva com a
promessa do “manda mais” de que o passeio da tarde seria mais ameno. Começamos por
subir ao alto da serra de Arga, o dia era de sol, a paisagem deslumbrante. Os líderes
deviam ter a barriga cheia para andarem tão devagar dando-me tempo para apreciar a
paisagem. Enganei-me! Mais à frente, paramos, foi-nos dada a indicação de que iríamos
entrar numa antiga pista de MotoCross. Quem quisesse ia andar, os outros ficavam a
assistir. Todas as motos de duas rodas entraram, azar o meu, a minha também as tinha.
Não dei parte de fraco, entrei. Primeira, segunda, terceira, curva à esquerda, cuidado!
Um salto, não me posso esquecer que quando estou no ar devo acelerar para erguer a
roda da frente e travar no pedal de trás para a baixar a fim de aterrar com as duas rodas
ao mesmo tempo. Reduzo para segunda, travo para a curva à direita, outro salto,
atenção! Uma moto à frente, tenho que ultrapassá-la, terceira, quarta, já está, curva
fechada, travo a fundo e reduzo para segunda, grande salto, que emoção! Parecia que a
força da gravidade enfraquecia a cada salto, o álcool da hora do almoço bebera-me o
medo, o calor da corrida fundira-me com a moto, éramos a mesma engrenagem. Estava
possesso! Uma longa recta à frente, outra moto, cá vou eu, quarta, quinta a fundo, está
no papo! Ao longe, reparo numa sombra de árvore que cruza a minha rota, mas, ao
aproximar-me, esta materializou-se, travo a fundo, não sei se vou escapar. Subitamente,
sinto um grande embate na minha traseira, que me projecta pelo ar, a adrenalina
transborda, parece que toda a minha vida passa pela minha mente. Tudo fica calmo e
resignado, até me aperceber que o chão que me ia amparar também me iria castigar. Foi
implacável! Embati com tanta violência que quase perdi os sentidos. De início, não senti
dor, não percebi o que acabara de me acontecer. A lucidez foi-se clareando e, quando dei
por mim, à minha volta e do meu rival estavam os restantes colegas. Estavam em pânico,
não sabiam o que fazer, se chamar a ambulância, se ligar às nossas famílias, se nos
prestar os primeiros socorros… O meu colega queixava-se do joelho, eu só estava dorido,
o equipamento que vestia tinha provado o seu valor. Acabamos por nos levantar, pegar
nas motos e continuar a viagem, porém a euforia tinha-se esmorecido. Depois do aparato,
pouco mais caminho percorremos, o nosso incidente havia aturdido os outros, seguimos
para o tasco.
- “Espectáculo este dia, se não fosse o tombo”, dizia um.
- “Temos que ser duros”, dizia o outro.
- “Não aguento do joelho”, queixava-se o ex-rival.
Com as abundantes “Minis”, as conversas perdiam a seriedade e tudo eram bocas,
brincadeira e risota, o convívio acendera-se. Todos falamos das nossas façanhas e
aventuras e todos tínhamos no olhar uma expressão de satisfação, além de estarmos
orgulhosamente sujos como uma estátua humana castanha clara, cor de terra.
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Acabado o convívio, dirigi-me para casa, arrumei a moto, sem dó, estava exausto,
só queria um banho e dormir. Para meu regozijo, a minha mulher esperava-me à porta
da cozinha, olhei-a nos olhos, momento lindo, devia ter saudades minhas, pensei, disse-
lhe “olá”, inclinei-me e procurei o beijo, ela respondeu desviando a cara: -“ Sim senhor,
vens lindo! Não penses sequer entrar em casa nesse estado, despe-te aí e depois vai
directo ao banho, depois falamos!”
É o amor, umas vezes aconchega, outras deixa-nos de rastos…
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Identificação
Henrique Manuel Lima Pais
Natural de Fornelos Ponte de Lima
Casado, pai de um menino de quatro meses
“Henrique Júnior”
Profissão: Carpinteiro
Experiência Profissional: Ao longo do meu
percurso profissional trabalhei sempre numa
empresa familiar no ramo da carpintaria, da
qual sou sócio, sediada em Fornelos,
concelho de Ponte de Lima.
Razão da Frequência do Curso EFA: Realização pessoal, desenvolvimento das minhas
competências e aprendizagens e, obviamente, concluir o 12º ano;
Sugestões e críticas: Reconheço que ao longo do meu percurso na frequência do Curso
EFA, adquiri competências, concretizei novas aprendizagens, conheci novas pessoas com
quem estabeleci laços de amizade e companheirismo. Porém, creio que os referenciais, são
repetitivos, e muitas vezes, não são adequados ao nível dos formandos e contrariaram as
minhas expectativas de aprendizagens. Não obstante, a frequência do Curso EFA tem
contribuído para o meu enriquecimento pessoal e tem-me proporcionado excelentes
conhecimentos que de outra forma dificilmente adquiriria.
Hobbies: Nos meus tempos livres, actualmente escassos devido ao facto de ter sido
recentemente pai, dedico-me à caça e à pesca como amador.
Opção pelo tema: Paternidade recentemente fui pai, o meu quotidiano e a minha pessoa
sofreram algumas alterações.
22
TEMA: Como a paternidade transforma!
É uma experiência única e maravilhosa.
Nunca eu imaginei que um filho pudesse transformar a vida de tal forma que é difícil
para mim descrevê-la. As mudanças começam no tempo de gestação, a barriga da mãe
vai crescendo e à minha volta reparo em todas as mulheres que estão grávidas, é nesta
altura que nos damos conta das mesmas situações que nos rodeiam.
O dia do parto foi chegando e esta espera causa stress e ansiedade. Mas vale a
pena! Só quem passa por esta experiência é que sabe o que é receber nos braços o seu
filho!
Posso dizer que nesse dia a minha felicidade era imensa, ter o meu filho nos
braços, ouvir o primeiro choro e o primeiro sono.
O nascimento foi de cesariana, o que causou um pouco de angústia, é claro que
são coisas que dizem respeito à mulher, mas causa uma certa inquietação. Até ao
momento crucial, a preocupação era praticamente só da mãe, mas a partir desse dia
passou a ser dos dois. Durante a noite acordava várias vezes preocupado em saber se
estava tudo bem com ele, à medida que o tempo vai passando, o carinho vai crescendo
cada vez mais. Actualmente, meu filho tem quatro meses e já desenvolveu muito, é uma
fase muito delicada o que implica uma grande dedicação de tempo para o acompanhar
o seu crescimento e proporcionar-lhe o bem estar inerente á sua idade. É sem dúvida a
minha prioridade dando-lhe todo o meu carinho, pegar nele ao colo, ser presenteado
com os seus sorrisos e poder adormecê-lo no meu colo.
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Identificação: Laurinda da Conceição Fernandes Cerqueira Pais
Natural de Fornelos, concelho de Ponte de Lima
Casada, mãe de um menino de quatro meses
“Henrique Júnior”
Profissão: Funcionária Administrativa
Experiência Profissional: Actualmente, exerço
a minha actividade profissional numa empresa
familiar do ramo da carpintaria, da qual o meu
marido é sócio, está sediada em Fornelos,
concelho de Ponte de Lima.
Razão da Frequência do Curso EFA: Conclusão do 12º ano, Realização pessoal e
desenvolvimento das minhas competências e aprendizagens.
Sugestões e críticas: Ao longo do meu percurso formativo, cresci como pessoa,
desenvolvendo novas competências e novas aprendizagens. Em simultâneo, travei novos
conhecimentos pessoais e sociais com os formandos e formadores.
Hobbies: Nos meus tempos livres, acompanhava o meu marido à caça e pesca
aproveitando esses espaços para ler e caminhar, ocasionalmente, dava passeios em
bicicleta. Actualmente e devido à minha recente maternidade, dedico todo o meu tempo ao
meu filho e ao sue respectivo crescimento, pois o tempo de criança é muito curto e eu não
quero perder nenhum momento das aprendizagens e descobertas do meu filho.
Opção pelo tema: Deve-se ao facto de ter sido recentemente mãe e da maternidade me ter
transformado como pessoa, mulher e mãe.
24
TEMA: “A descoberta de ser mãe”
A descoberta de ser mãe foi uma grande alegria. Sentir algo dentro de mim a
desenvolver-se é gratificante.
Os primeiros meses são de bastantes enjoos, mas nada que eu não esperasse, e
logo a barriguinha começa a crescer e o bebé começa a dar os primeiros movimentos é
aqui que, verdadeiramente, se começa a sentir, a responsabilidade do que carregamos
dentro de nós.
O mais emocionante é a eco grafia em que se pode ver, nitidamente, o bebé e os
seus movimentos, a descoberta do sexo, logo se começa a tirar as suas feições.
Nos últimos tempos de gravidez, o bebé está desenvolvido e os movimentos
sentem-se cada vez mais, a barriga é cada vez maior, o desejo que ele nascesse era
grande mas nem assim ele se apressou. Foi para a maternidade com o tempo acabado e
ele não queria nascer, ao fim de algumas tentativas para o fazer sair cá para fora fui para
uma cesariana muito cansada e os sinais vitais do bebe eram bastante fracos. Ao fim de
algumas horas de sono, finalmente, acordo e vejo o meu marido. Estava com ar de
felicidade e cuidadosamente segurava um embrulhinho no colo, que delicadamente o
põe nos meus braços para dar a primeira mamada. Apesar de estar muito fraca, senti uma
felicidade imensa.
É aqui que começa a verdadeira mudança nas nossas vidas, as noites mal
dormidas, os choros a qualquer hora, as mamadas, a muda de fraldas, tudo é novo para
nós.
Toda a minha dedicação é para o meu filho. Nestes últimos quatro meses vivi uma
experiência extraordinária: acompanhar o crescimento, um simples sorriso dele, sentir e
conhecer as suas vontades.
Sinto-me uma mulher realizada por ter concebido uma criatura tão maravilhosa que
me dá tanta alegria, e sinto que é o principio de um longo caminho juntos.
25
O suspeito do costume
Chamo-me José Caçador.
Sou natural de Ponte de Lima.
Casado.
2 Filhos.
Sou Assistente Operacional (Condutor de Pesados e Veículos Especiais).
Hobbies /Interesses: música, coleccionar histórias de bandas musicais, filmes e jogar
futebol.
Frequento o curso EFA - Nível Secundário para valorização pessoal e caso apareça uma
oportunidade para concorrer a outro género de trabalho que não seja conduzir camiões.
Digitalizei alguns dos bilhetes, passes de concertos e festivais que guardo
religiosamente para os apresentar neste livro. Deixei para o fim o bilhete do concerto que
vou ver este ano.
A minha paixão pela música
Gostar muito de música faz parte integrante da minha vida.
Creio que já nasci a gostar de música. Não
concebo a minha vida sem ela! A música tem-me
fornecido marcos de referência para memórias
pessoais, as quais as associo muitas vezes a
situações bem reais.
Na casa dos meus pais havia um "velho" rádio
de válvulas que era pouco usado até eu começar a
interessar-me por ele. Era o único em casa que o
usava. Ainda recordo o som que saía do velho
aparelho a válvulas, aquecia muito com o calor das
válvulas acesas e dava uma luz fraca, mas isso não
importava desde de que funcionasse. Mais tarde, o
meu pai comprou um aparelho, parecia um baú
abrace a tampa e lá dentro tinha um gira discos de
um lado e um rádio do outro, esse aparelho ainda
funciona. 26
Foi nesta estação emissora onde
começaram a romper, com o tempo,
figuras ascendentes do “pop” e do
“rock” nos finais dos anos 60 e inícios
de 70. Havia um programa chamado
“Musical Cassete”, tinha a duração de
uma hora, não falava. Os ouvintes
enviavam uma lista com os grupos
que queriam ouvir e ao fim de 30
minutos davam tempo para virarmos a
cassete para gravar do lado “B”.
Rádio Popular de Vigo emitia
aquela “música”, a que eu queria
ouvir. Foi onde comecei a ouvir
grupos estrangeiros de “rock”, porque
as emissoras nacionais não
passavam desse tipo de música.
Os programas das rádios da época não eram muito bons, passava pouca música
“rock”, recordo-me que a emissora que mais sintonizava era a “Rádio Popular de Vigo”
conselho dado por o meu tio que sabia que eu gostava de música.
Nos anos 80, passei a ter uma aparelhagem HI-FI com comando, constituída por
módulos com gira discos, amplificador, sintonizador de rádio, equalizador, compact disc,
duplo deck de cassetes e 2 colunas de 100W cada uma, à qual liguei também à televisão
para o som sair nas colunas do aparelho, agora também ligo o “mp4”. Sempre acompanhei
a evolução dos aparelhos de música. Foi nesta época que iniciei as minhas idas a
concertos e a festivais, principalmente, ao de “Vilar de Mouros”, considerado o “woodstock”
português.
Nessa época, comecei a comprar discos de vinil dos “Pink Floyd”, “Rolling Stones”,
“Supertramp”, “Jethro Tull”, “Led zepplin”.
Depois, apareceram os “CDs”, cada vez que comprava um
gravava uma cassete. Agora gravo um “CD”para não estragar o
original, tenho na garagem caixas cheias de cassetes.
Gosto de ser considerado como uma pessoa apreciadora de música porque é aquilo
que mais me preenche, ocupando-me a maior parte do tempo.
O som acompanha-me para todo o lado, durante
o meu trabalho, nos momentos de lazer, entro no carro
ligo a chave e começa logo a “deitar música”. Um dia
destes, fui buscar o meu pai e como ele não gosta
muito de música desliguei o rádio e ele, pelo barulho
da roda do meu carro, disse:
- “Tu não ouves?”
–“ Não, não ouço nada” - respondi.
– “O carro tem o rolamento da roda direita gripado!”-
afirmou o meu pai
Como é que podia ouvir que o rolamento estava
gripado se a música anda sempre ligada. 27
É com isto que me identifico. A música para mim
é mais do que as melodias ou os acordes, faz
parte da minha vida, porque, quando se faz uma
coisa durante quarenta anos, ela fica a fazer
parte de nós, torna-se uma extensão do nosso
corpo. Nunca estudei nem aprendi a tocar
nenhum instrumento, o meu interesse é apenas
pela música em si, é a única coisa que me
desperta a atenção. É uma questão de
adrenalina.
Há uns grupos musicais que gosto mais do que outros mas ouço de tudo de um modo
espontâneo e verdadeiro porque a música também é comunicação, faz me sentir seguro.
A música faz-me acertar as ideias e ter disciplina, gosto de diferentes estilos e sonoridades
integrando cada um deles no seu contexto. Dá-me imenso prazer, apesar de estar a lidar
por vezes com sons e conceitos completamente diferentes. A possibilidade de lidar com a
diversidade de estilos sonoros e passar de um para o outro é essencial para mim. Acho que
a música tem vindo progressivamente a evoluir e nunca se fez tão boa e variada música
como nos anos 60 e 70, época em que aparecem os melhores grupos, isto na minha
opinião.
A música é magia, tem o poder de influenciar o nosso estado de espírito.
É difícil encontrar uma única parte do corpo que não sofra a influência dos sons musicais.
Algumas notas produzem estímulos que levam à
euforia como o rock, as notas musicais mais
suaves levam as pessoas a ficarem mais calmas
e mais felizes. Outras estimulam a criatividade,
mexem com os neurónios e estes ficam mais
activos e raciocinamos com mais clareza, outras
ainda dão concentração, os sons libertam
vibrações que proporcionam prazer e
relaxamento. A música tem o poder de induzir
estados emocionais gerando bem-estar, mas o
contrário pode também acontecer, algumas
transmitem desconforto e tristeza, principalmente
as canções de amor que estão sempre centradas
no "outro" que se perdeu ou na tristeza que ficou
pelo afastamento. Ouvir música faz bem, faz
levantar a nossa auto-estima, traz-nos boas
vibrações (good vibrations).
Temos de ouvir um bocadinho de tudo desde “Bach”, “Mozart”, “Strauss” até “Heavy metal”
para "descarregar", um vira para divertir ou um samba para abanar o esqueleto.
A música invade os nossos pensamentos sobre (focando) momentos, situações, gerações,
locais e torna-se libertadora.
28
Quantas vezes recordamos uma música que
nos fez passar bons momentos com determinada
pessoa; ao som da música, choramos, saltamos
da cama fazendo-nos começar bem o dia,
estudamos, viajamos, sorrimos com determinada
música, apaixonamo-nos, criamos fantasias,
dançamos, pulamos. A música mexe connosco,
com todos os nossos sentidos.
Há uma infinidade de estilos musicais mas o
que gosto mais é de “rock” em todos os seus
géneros e subgéneros em que se dividiu ao longo
dos tempos.
Rock é um termo que define o género musical mais popular que se desenvolveu
durante e após a década de 1950. As suas raízes encontram-se no “rock & roll” e no
“rockabilly”, tendo aparecido nos Estados Unidos da América no final dos anos quarenta e
início dos cinquenta. Evoluiu do blues, da música “country” e do “rhythm & blues”, entre
outras influências que ainda incluem o “folk”, o “gospel”, o “jazz” e a “música clássica”.
Todas estas influências deram origem a uma mais simples baseada nos blues, forma
musical vocal ou instrumental que se baseia no uso de notas tocadas ou cantadas numa
frequência baixa, com fins expressivos, evitando notas de escala maior e que utiliza sempre
uma estrutura repetitiva. Nos Estados Unidos, surgiu a partir dos cantos de fé religiosa,
chamados espirituais e de outras formas parecidas, como os cânticos, gritos e canções de
trabalho, cantados pelos escravos da África Ocidental.
No final da década de 1960 e início dos anos 70, o rock desenvolveu diferentes
subgéneros. Quando foi misturado com a “folk music” ou com o blues ou com o jazz, este
originou o “folk rock”, o “blues-rock” e o “ jazz-rock”. Na década de 1970, o rock sofreu
novas influências de outros géneros como a “soul music”, o” funk” e de diversos ritmos de
países latino-americanos. Ainda nesta década, o rock criou uma série de outros subgéneros,
tais como o “soft rock”, o “glam rock”, o “heavy metal”, o “hard rock”, o “rock progressivo” e o
“punk rock”. Já nos anos oitenta, os subgéneros que surgiram foram a “New Wave”, o “punk
hardcore” e “rock alternativo”. Por fim, na década de 1990, os subgéneros criados foram o
“grunge”, o “britpop”, o “indie rock” e o “nu metal”.
Para além dos clássicos do Rock & Roll da década de 50 como: “Chuck Berry”, “Little
Richard”, “Jerry Lee Lewis”, “Fats Domino”, “Bill Haley and thecomets”, “Car Perkins”, “The
Evrly Brothers”, “The Beacheboys” e tantos outros da mesma época, também admiro o
Rock sinfónico, subgénero do rock progressivo, que inclui a maior parte dos artistas do
género, especialmente no fim dos anos 60 e durante a década de 70 quando atingiu o seu
pico. O rock progressivo teve o seu principal foco
na Inglaterra mas com repercussões no mundo
inteiro, especialmente na Itália, Estados Unidos e
Suécia. O rock tem uma forte influência da
música clássica com adições psicadélicas e
experimentais, comuns no fim dos anos 1960. O
termo sinfónico vem do uso de orquestras
sinfónicas na composição da música, porém raras
eram as bandas que tocavam ou compunham
com orquestras. Uma excepção é o Deep Purple,
ainda na sua fase progressiva, quando compôs a
música April.
29
Este subgénero extraído do rock é sinónimo de rock progressivo clássico (ou clássico
progressivo). De facto, com excepção de bandas como Jethro Tull e Pink Floyd, a maioria
das bandas da década de 70 pertencem ao estilo, tais como Yes, Genesis, Camel,
Renaissance e Emerson, Lake and Palmer.
Rock progressivo (também abreviado por prog rock ou prog) é um estilo de rock que
surgiu no fim da década de 60, na Inglaterra. Conseguiu tornar-se muito popular na década
de 70, possuindo ainda hoje muitos admiradores.
Há composições longas, por vezes atingindo 20 minutos ou mesmo a duração de um
álbum inteiro, como é o caso de Echoes, Shine on you Crazy Diamond e Atom Heath Mother
do Pink Floyd, Thick as a Brick da banda Jethro Tull, com melodias e harmonias complexas.
Estas são muitas vezes chamadas de épicos e são a melhor aproximação do género à
música clássica.
Também admiro bastante o “Blues” o qual sempre foi rodeado de lendas e mistérios.
Há quem diga que o demónio é quem concede o dom e a inspiração aos “Bluesmans”. Esse
argumento além de místico contradiz os factos históricos. Se o Blues surgiu da
instrumentalização das “Work-songs” (canções de trabalho) e dos Espirituais que não eram
mais do que cantos religiosos praticados pelos negros escravos no sul dos Estados Unidos,
fica no mínimo incompatível associar a primeira hipótese com a segunda, a menos que
Deus e o diabo andem de mãos dadas, mas que para mim é muito bom disso não tenho a
menor duvida.
Este é o bilhete para assistir ao concerto do ano.
A música também é uma forma de arte e cultura.
“Se eu podia viver sem a música? Podia, mas não era a mesma coisa”
“Os filhos do Rock & Roll sejam bem-vindos”. (Miguel Rios)
Histórias de músicas, factos e curiosidades por detrás das bandas
Conforme ouvia histórias acerca de determinadas bandas ia apontando numa agenda.
Comecei a escrever da última para a primeira página das quais resolvi reproduzir algumas,
assim como uma música da respectiva banda.
30
13 Ruas da cidade de Dartford, uma cidade
situada no Condado de Kent, no sudeste da
Inglaterra, a 25 kms do centro de Londres,
vão ser baptizadas com o nome das
canções dos Rolling Stones. Já se viu a
passear pela rua “Satisfaction”em
homenagem à canção ou pela “I Can’t Get
No Satisfaction”, ou pela “Sympathy” da
canção “Sympathy For The Devil”?
Março de 1965, o pianista Português Sérgio
Varela Sid dá uma conferência de imprensa
onde expressa o seu ódio pelos Rolling
Stones devido ao fracasso do seu recital
numa das salas do City Hall Sheffield em
Inglaterra, a causa de tão grave problema:
os Rolling Stones tinham dado um concerto
à mesma hora noutro canto do local.
Depois de uma noite de copos em casa do guitarrista Keith Richards, o
líder e vocalista dos “Rolling Stones”, Mick Jagger, acordou de manhã
com um barulho e perguntou:
- Que barulho é este?
– Não te preocupes que é o Jack o meu jardineiro. – respondeu Keith
E assim surgiu a música “Jumpin' Jack Flash”.
Em Março de 1976, o guitarrista dos “Free”, Paul Kossoff,
morreu de ataque cardíaco durante um voo entre Londres e
Nova York tendo apenas 26 anos de idade, no entanto, já tinha
uma longa história com drogas. Meses antes, durante um
espectáculo desmaiou e o seu coração parou de bater durante
35 minutos.
ZZ Top é uma banda de Rock formada no ano de
1969 no Texas.
A imagem que identifica os “ZZ Top”é as
gigantescas barbas de Billy e Dusty. Já Frank
Beard não usa barba (curiosamente Beard
significa” barba” em inglês).
Em 1984, a marca ‘Gillette’ ofereceu 1 milhão de
dólares para Billy e Dusty aparecerem num
anúncio sem barba mas eles recusaram.
31
Janis Joplin, quando foi apresentada ao empresário de Bob
Dylan, caiu ao chão num estado deplorável de embriaguez.
Só foi contratada no dia seguinte. Joplin morreu de overdose
de heroína pura e álcool.
Kris Kristofferson, actor e cantor Country, autor da música
“Me and Bobby McGee” popularizado por Janis Joplin, de
tão embriagado que estava no fim de um concerto, disse ao
público para passar pela bilheteira para levantar o dinheiro
do bilhete.
Sid Vicious que fazia parte dos “Sex Pistols”, banda punk rock, interpretou a canção de
Claude François “Comme d'habitude” em 1968, Frank Sinatra lançou a versão Inglesa,
adaptada por Paul Anka, foi um dos seus maiores clássicos “My way” (À minha maneira).
Sid Vicious era um jovem selvagem e perturbado, pretendia
atingir a fama muito rapidamente. Sid personificou tudo o
que os “Sex Pistols” desejavam representar; era cruel e
autodestrutivo, viciado em heroína, praticava a
autoflagelação e vivia de modo perturbador. Sid e a
namorada, Nancy Spungen, foram considerados o casal
mais perturbado do ano, a sua relação era muito
problemática. Nancy trabalhava como prostituta para
sustentar o seu estilo de vida e a sua dependência química,
numa manhã de Outubro Sid telefonou para a recepção do
hotel a informar que quando acordou, encontrou a namorada
morta. Quando a polícia chegou, encontrou Nancy deitada
na banheira, encharcada em sangue, com uma faca de
churrasco espetada no abdómen. Ainda drogado, Sid foi
indiciado por assassinato. Foi preso, mas poucos dias depois foi libertado quando o ex-
empresário da banda pagou a fiança de cinquenta mil dólares, graças à Virgin Records. Sid
voltou a drogar-se deitando-se na cama. Sua mãe, Berverly, saiu de Inglaterra para tomar
conta dele por recear que Sid fosse preso com drogas na rua. Era a própria mãe que lhe
fornecia as drogas. Sid morreu aos 21 anos, na manhã de 2 de Fevereiro de 1979 de
overdose de heroína. Suicidou-se por não conseguir viver sem Nancy. “ Este romance
tornou-se na versão de Romeu e Julieta do mundo do punk rock”.
Os Pink Floyd, para a música Another Brick in the Wall (Parte II), precisavam de um grupo
coral estudantil, foram ao professor Alun Renshaw da Islington Green School que ficava
perto da Britannia Row Studios. A meio de uma aula, fizeram o convite para os alunos
participarem no coro, o que os deixou muito contentes, mas foram impedidos de ouvir o
resto da música depois de cantarem, ficaram decepcionados pois gostariam de ouvir o
solo de guitarra de David Gilmour.
32
As vozes do grupo coral foi sobreposta doze vezes para
dar a impressão que havia muitos alunos a cantarem.
Apesar de o colégio receber mil libras pela actuação dos
alunos, estes só receberam o equivalente a quinhentas
libras e uma cópia do disco The Wall.
Ofereceram US$250 milhões para que os Pink Floyd
fizessem uma tournée mundial, mas a banda deixou
bem claro que não tinha intenções de se reunir, a não
ser por motivos de beneficência como no Live 8.
Os irmãos Malcolm e Angus Young não sabiam que nome dar
à sua banda e como ensaiavam na garagem tiraram o nome
“AC/DC” da parte de trás da máquina de costura da irmã
mais velha, Margaret Young. "AC/DC" é a abreviatura de
"alternating current/direct current" (que em português significa
"corrente alternada/corrente contínua").
Pete Townshend, o guitarrista dos “The Who”estava a
fazer experiências com o amplificador para fazer
feedback e como tinha o hábito de pôr a guitarra para
cima, esta bateu no tecto e partiu-se, ficando furioso
esmagou-a ao bater com ela contra o palco, houve
pessoas que gostaram e passou a ser a forma artística
de Pete se exprimir. Por acidente, os “The Who”
descobriram a sua imagem de marca: destruir os
instrumentos durante os concertos, o que no início da
carreira só lhes dava prejuízo.
Foram os autores da ópera rock “Tommy” que obteve
um grande sucesso ao misturarem música clássica
com rock. Esta composição conta a história de um
miúdo que presenciou o padrasto a matar o seu pai, no
entanto, a mãe e o padrasto insistem que ele não viu
nada, assim ele torna-se cego, surdo e mudo. Já
adolescente, Tommy é campeão de pinball (flippers)
trazendo fama e fortuna para a sua família.
Os “Led Zepplin” reuniam-se na mansão do guitarrista
Jimmy Page para ensaiar e numa dessas ocasiões, em
Setembro de 1980, John Bonham, o baterista morreu
sufocado pelo próprio vómito após ter bebido 40 doses
de vodka com sumo de laranja. Os colegas só o
encontram no dia seguinte pondo fim à carreira
dos Led Zepplin.
33
A pequena localidade de exploração mineira de
Fochriw no sul do País de Gales perdoou Tom
Jones por ter, alegadamente, roubado uma
galinha em 1963. Depois de uma actuação de
Jones em Fochriw, terá havido um concurso de
rifas, no qual o vencedor levaria o dito galináceo
para casa como prémio. A seguir ao término do
espectáculo gerou-se uma grande confusão,
momento em que Tom Jones aproveitou para se
'escapulir' levando consigo a galinha.
Len Davies, 80 anos, residente nessa pequena vila, testemunhou os acontecimentos que
resultaram na expulsão do cantor da localidade. As suas recordações do incidente não são
exactamente as mesmas de quem nessa altura expulsou Tom Jones: "Houve uma luta e a
galinha tinha desaparecido. Tom ficou com as culpas.”
David Bowie, mais conhecido como "o camaleão do rock", em
1977 encontrava-se em Berlim para gravar um álbum, o qual foi
inspirado na observação, através da janela da editora discográfica,
de um encontro de dois amantes que se reuniam à sombra do
"Muro da Vergonha" sempre à mesma hora, chegava uma mulher,
sentava-se num banco junto ao muro, esperava pelo amante vindo
do outro lado e no fim do dia ia um para cada lado. O álbum tem o
nome de “Heroes” .
Os Milli Vanilli tiveram de devolver o grammy que ganharam
pela canção “Girl you know it’s true” de 1989 quando foram
descobertos que não eram eles que cantavam numa actuação
ao vivo na MTV, na frente de uma audiência, a música ficou
presa, começou a saltar e a repetir sempre o mesmo verso.
Jimi Hendrix é considerado o maior guitarrista da história do rock,
deu um concerto em 1968 na escola de Seattle de onde tinha sido
expulso e até lhe deram a chave da cidade.
Hendrix tinha o hábito de queimar as guitarras no final dos
concertos. Uma das guitarras que ele destruiu no fim do Miami Pop
Festival em 1968 deu-a a Frank Zappa, que, mais tarde, a
reconstruiu e tocou com ela durante os anos 70 e 80.
34
Bob Marley, cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o músico
mais conhecido de reggae de todos os tempos, quando andava
em digressão comprava equipamentos de futebol para os miúdos
pobres de Kingston. Descobriu que estava canceroso quando
espetou um prego no pé a jogar descalço. Gostava tanto de jogar
futebol que, mesmo doente, um mês antes de morrer, em Maio de
1981 ainda ia jogar futebol.
Ainda pouco conhecidos, os “U2” faziam a 1ªparte dos concertos dos “Stranglers” e, em 3
de Agosto de 1982, estiveram no festival de Vilar de Mouros em que o cabeça de cartaz
era Elton John. «Gloria», «Rejoyce», «I Will Follw»,
«Fire», «Celebration» foram temas que puseram a
assistência ao rubro. Foi perguntado a Bono se ainda
se lembrava desse concerto, o qual respondeu que
sim, em especial do Vinho Verde. Na parte final do
concerto, Bono tinha subido para as colunas de som e
contagiado pelo ambiente de euforia que se vivia,
gritava «The next time you are in Dublin, ask for me!»
(quando estiverem em Dublin perguntem por mim),
equilibrando-se lá bem em cima, fingindo que se ia
atirar sobre o público.
A música "Smoke on the Water" (fumo na água) da
banda britânica de rock Deep Purple foi lançada pela
primeira vez no seu álbum Machine Head, de 1972,
ficando famosa por ter um dos “riffs” de guitarra mais
conhecidos e tocados da história do rock. A letra da
canção fala de uma história verídica: em 4 de Dezembro
de 1971, os Deep Purple chegaram a Montreux, na
Suíça, para gravar um álbum usando o estúdio de
gravação móvel (alugado dos Rolling Stones e
conhecido como Rolling Stones Mobile Studio, chamado
de "Rolling truck Stones thing" e "the mobile" na letra da
música) no complexo de entretenimento que fazia parte
do Casino de Montreux (chamado de "the gambling house", "casa de apostas", na letra). Na
tarde da sessão de gravação, os Deep Purple estavam a assistir a actuação do Frank
Zappa e The Mothers of Invention no teatro do casino, durante o concerto, no meio do solo
de sintetizador de "King Kong", este incendiou-se e alguém na plateia disparou um
sinalizador no tecto de ratã (o que é mencionado no verso "some stupid with a flare gun",
"um idiota com um sinalizador"). O incêndio destruiu todo o complexo do casino, juntamente
com todo o equipamento dos Mothers. O"fumo na água" que se tornou no título da canção
(atribuído ao baixista Roger Glover) referia-se à fumaça vinda do fogo, que se espalhou pelo
lago de Genebra.
35
O nome da banda Jethro Tull vem do agricultor que inventou
a semeadora. Ian Anderson, líder, cantor, compositor,
guitarrista e flautista britânico, mais conhecido por ser o líder
da banda de Rock Progressivo, Art Rock, Folk Rock,
Celtic/Medieval, Hard Rock, é um bem-sucedido como
empresário sendo dono de diversas quintas com viveiros de
salmão. De acordo com o jornal Sunday Herald, o seu grupo
de empresas está avaliado em mais de 1,8 milhão de libras.
A história da música “Billie Jean” é baseada em factos reais: uma
admiradora de Michael Jackson fica grávida, escreve dizendo-lhe
que se não aceitar ser o pai da criança suicida-se. Na canção,
Mickael Jackson tenta desmentir a mulher mas, ao mesmo tempo,
fica em dúvida se realmente é o pai da criança.
Peter Gabriel fundou o “Genesis” em 1967 enquanto ainda era aluno da
Charterhouse School aos 17 anos. Tornou-se famoso por ser vocalista,
flautista e líder da banda de rock progressivo. Em 1975, saiu da banda
zangado com os demais elementos. Peter também esteve envolvido em
diversas causas humanitárias. Em 1980, escreveu uma canção de
protesto intitulada "Biko" dedicada a Steve Biko um conhecido negro
sul-africano anti-apartheid activista. Biko foi detido pela polícia sul-
africana no fim de Agosto de 1977. Após ter sido detido por vários dias,
foi interrogado na sala 619 da Rua Walmer, prisão em Port Elizabeth,
Eastern Cape, durante o qual sofreu ferimentos graves na cabeça. Biko
foi transferido para uma prisão em Pretória, onde morreu pouco depois,
em 12 de Setembro de 1977. Gabriel costuma tocar a música no final
dos concertos, incentivando o público a cantar.
Sonny Boy Williamson adoptou o nome de um artista já falecido, o
primeiro Sonny Boy Williamson (John Lee Wiliamson). A resposta só
surgiu em 1997 por William E. Donoghue. O verdadeiro nome de Sonny
é Rice Miller, foi preso por roubar uma mula preta de uma quinta. Para
não ser apanhado, pintou o animal de branco.
A mula, com o suor e a chuva, voltou à sua cor normal e Rice Miller
acabou na prisão de Angola, a mais terrível prisão para negros do sul
dos EUA. Apesar do crime ser pouco significante, Rice Miller apanhou
uma pena longa porque era negro. Miller conseguiu fugir e quando
começou a fazer um programa na rádio KFFA de Helena, teve que
arranjar outro nome para não ser identificado. Escolheu o nome de um
músico famoso em todo o sul dos EUA mas que já tinha falecido, a
escolha deve-se ao facto da sua morte não ter sido amplamente
divulgada. Nascia, nesse momento, o mito Sonny Boy Williamson II
36
Eric Patrick Clapton nasceu no dia 30 de Março de 1945 na Inglaterra.
Ganhou sua primeira guitarra aos 13 anos e interessou-se pelos
Blues tocados por Robert Johnson e Muddy Watters. Quando Clapton
e George Harrison gravam os solos de “While My guitar Gently
Weeps”, do álbum branco dos Beatles, Clapton apaixona-se pela
mulher de Harrison. Um álbum ao vivo da tournée com Delaney &
Bonnie é lançado em 1970 e, no mesmo ano, saiu o primeiro álbum a
solo do guitarrista. Juntamente com dissidentes da banda, forma o
“Derek and The Dominos”, com quem lançou um de seus maiores
sucessos, “Layla”, uma declaração explícita à esposa de George
Harrison com quem viria a casar mais tarde. É considerado um dos
melhores guitarristas da história.
Buddy Guy nasceu em George Guy em 30 de Julho de 1936
em Lettsworth, Louisiana, é um guitarrista e cantor norte-
americano de Blues e Rock. Conhecido por servir de inspiração
a Jimi Hendrix e outras lendas dos anos 60, Guy é considerado
um expoente do chamado Chicago Blues, tornando-se famoso
por Muddy Waters e Howlin' Wolf. Cresceu sob os conflitos da
segregação racial onde as casas de banho, restaurantes e os
assentos dos autocarros eram separados para brancos e
negros. Com sete anos de idade, Buddy fez a sua primeira
“guitarra”, um pedaço de madeira com duas cordas amarradas
com os ganchos de prender o cabelo de sua mãe. Passava o
tempo nas plantações e desenvolvia as suas “técnicas”
musicais. Só ganhou a sua primeira guitarra verdadeira, um
violão acústico Harmony que hoje se encontra no Hall da Fama
do Rock and Roll em Cleveland, nos EUA, em 1955, com 19
anos, quando trabalhava na Universidade Estadual da
Louisiana.
Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King,
nasceu numa plantação de algodão a 16 de Setembro
de 1925 em Itta Bena, perto de Indianola no
Mississippi, Estados Unidos da América. Teve uma
infância difícil. Aos nove anos de idade, o bluesman
vivia sozinho e colhia algodão, trabalho que lhe rendia
35 centavos de dólar por dia. Começou a tocar em
troco de algumas moedas na esquina da Igreja com a
Second Street. No ano de 1947, partiu para Memphis,
no Tennessi, apenas com sua guitarra e $2,50
dólares. Como pretendia seguir a carreira musical, a
cidade de Memphis era o local onde se cruzavam
todos os músicos importantes do Sul, sustentando
uma vasta e competitiva comunidade musical em que
todos os estilos musicais negros eram ouvidos.
37
Os “Black sabth”, conhecidos principalmente pelos seus “riffs”
vigorosos e pesados, tem como guitarrista Tony Iommi sendo
que a sua trajectória poderia ter tido fim logo na juventude.
Iommi trabalhava na indústria metalúrgica e cortou as pontas
dos dedos numa máquina compressora de metais. Iommi
ficou com os dedos médio e anelar da mão direita nas
engrenagens da máquina. Tony consultou vários médicos, os
quais o desencorajam de poder voltar a tocar guitarra. Tony
vai até a casa de um amigo onde lhe é apresentado um
guitarrista de música “underground” britânica o qual
interpretava músicas de Blues apenas com os dedos
indicadores e médio. Ao ouvir aquilo, sentiu - se encorajado
novamente e resolveu tocar de novo. Para isso, Tony usa
próteses de metal.
Little Richard é um cantor, compositor e pianista considerado
chave na transição do Rhythm and Blues para o Rock and Roll
na década de 50. O Rock and Roll Hall of Fame site entrada
em estados Richard que é o "arquitecto do Rock and Roll ".Em
1957, quando fazia uma viagem de avião, viu a asa direita a
incendiar-se prometeu abdicar dos seus direitos e tornar-se
pastor evangélico.
A turbulenta vida pessoal de Jerry Lee Lewis era mantida
em segredo do público até que, durante uma tournée
britânica em 1958, a imprensa descobriu que a esposa do
astro, então com 13 anos, era Myra Gale Brown, sua prima
em segundo grau. A situação provocou um escândalo
público e a tournée foi cancelada. O escândalo seguiu
Lewis para casa na América e, como resultado, ele quase
foi expulso do cenário musical.
Quando era jovem, Chuck Berry passou três anos num
reformatório por tentativa de assalto. Mas acusação pior viria
em 1959, quando convidou uma índia apache de 14 anos, que
conheceu no México, para trabalhar no seu clube nocturno em
St. Louis. A moça acabaria por ser apanhada pela polícia,
assim como Berry que foi acusado de entrar com uma menor
nos limites do Estado com propósitos sexuais. Foi condenado a
cinco anos de prisão e multado em 5,000 dólares. Chuck só
saiu da prisão em 1963 e os seus dias de glória ficaram para
trás.
38
The Beach Boys, banda de “surf rock”, era formada por 5
membros dos quais 3 eram irmãos: Brian, Carl e Dennis Wilson.
Dennis (bateria, teclado e vocal) era o único que praticava surf,
desporto que lhe fez ganhar o segundo lugar num torneio no
Hawaii.
Há muitas histórias para contar porque o cenário musical
é imenso e está cheio delas, de músicos e de músicas,
algumas caricatas, algumas mais alegres e outras mais
tristes…
(O mundo da música é infinito, assim sendo as suas
histórias são inesgotáveis, algumas caricatas, algumas
alegres e outras mais tristes…)
39
Eu sou a Cecília. Sou formanda da turma 1 dos cursos
EFA-Nível Secundário, da Escola Secundária de Ponte de
Lima.
Em cada núcleo gerador é-nos proposto fazer uma
actividade em grupo sobre o tema que estamos a dar nos
DR’s, para ser apresentado no final do núcleo gerador às
outras turmas dos cursos EFA. Assim, nesta actividade foi-
nos solicitado a produção de um texto com tema à nossa
escolha, posteriormente vai ser produzido um livro digital
com os nossos trabalhos.
No final do Núcleo Gerador em causa, vamos apresentá-los.
Vou falar um pouco sobre a falta de civismo e responsabilidade dos
condutores e dos peões.
Cada vez mais se encontram carros mal estacionados e parados na rua
de qualquer maneira. Chegou e parou como bem lhe apeteceu, quem quiser
que se desenrasque para passar ou estacionar. Vê-se muito destas
situações na nossa vila, que até nem é uma vila grande, nem tem muita
confusão ou trânsito. Por vezes, as autoridades até multam alguns
condutores que comentam tais infracções, mas se identificarem os carros
como sendo de alguém conhecido já não o multam. As multas devem ser
iguais para todos e as autoridades não podem ligar ao estatuto da pessoa,
mas por vezes, aquelas que nós achamos sendo mais cultas, são as que
mais infracções cometem, mas porquê?
É uma falta de civismo e desrespeito pelos outros condutores e até
para os peões quando um condutor pára o veículo de qualquer maneira só
para ir à caixa de multibanco levantar dinheiro ou à padaria comprar pão e
parou ali porque é mais perto e cómodo e não tem de andar à procura de
estacionamento, quem quiser passar que espere, afinal ele está parado na
passadeira e os peões têm primeiro que deixar passar os veículos e só
depois é que podem atravessar. Uma das situações é um condutor buzinar
como sinal de protesto em situações inoportunas como em filas de trânsito,
A falta de civismo dos condutores e dos peões
Será civismo ou educação, onde anda um desses dois princípios
fundamentais de interacção social? Quando um condutor se senta ao volante
do seu veículo será que tem a plena consciência do que está a fazer? Como
é possível nos dias de hoje, com tanta informação que temos, ainda haver
tantos acidentes nas nossas estradas? Será falta de civismo e educação das
pessoas?
Todos os dias, vejo coisas que não são possíveis de
entender, nós que somos um País que quer competir
com as potências mundiais, as pessoas não têm
respeito, paciência para com os outros condutores.
40
quando um condutor deixa ir o veículo abaixo e não o consegue pôr a
trabalhar, pois se os condutores fossem mais compreensivos as pessoas não
ficariam tão nervosas e de certa forma acalmariam, e já não tinham tanta
dificuldade em concluir a manobra.
É de lamentar quando os condutores entram em conflitos uns com os
outros, até chegam mesmo a tratarem-se mal verbalmente e por vezes partem
para a agressividade, chegando mesmo a fazer uma perseguição ao outro
condutor até conseguirem que esse pare, e daí partirem para a violência.
A maioria das mortes nas estradas portuguesas devem-se à falta de
civismo, quer pela velocidade alucinante a que determinadas pessoas se
deslocam em estradas que não o permitem, quer pelas manobras feitas sem
pensar nas consequências. Os condutores que conduzem sob o efeito do
álcool, tornam-se pessoas mais optimistas, sensação de bem-estar,
desinibidas, acham-se os melhores condutores do mundo, ficam eufóricas, e
estes podem ser alguns dos factores mais perigosos para a condução, pois a
pessoa sente-se melhor do que na realidade se encontra, adoptando, assim,
comportamentos inadequados. Esses condutores põem a sua vida e a dos
outros em risco. Como diz o velho ditado “mais vale prevenir do que remediar”
e se conduzir não beba.
No que diz respeito aos peões e condutores, verifica-se uma falta de
civismo tanto por parte de uns como de outros. Os peões têm obrigações
perante os condutores, dão-se muitos atropelamentos porque alguns não se
dispõem a andar 5-10 metros até uma passadeira, no entanto, também
sabemos que há condutores que não respeitam as passadeiras nem a
intenção dos peões. Ainda há dias parei para deixar passar um peão e quase
provocava um atropelamento porque o veículo ao meu lado não parou e
aproveitou até a minha paragem para fazer uma ultrapassagem em cima da
passadeira. Mas muitos peões também não ajudam nada, circulam pela
estrada quando há passeios, atravessam as ruas onde muito bem lhes
apetece, às vezes pelo meio dos cruzamentos, etc.
Os peões não devem parar na faixa de rodagem ou utilizar os passeios de
modo a prejudicar ou perturbar o trânsito. Os peões não cumprem a lei,
aproximam-se das passadeiras e, sem verificar se o fazem em segurança,
iniciam a marcha obrigando muitas vezes os veículos a terem que fazer
travagens bruscas para que o acidente não se verifique. Outra situação que se
vê frequentemente são os jovens a atravessar a passadeira, vão
completamente entretidos a mandar mensagens no telemóvel sem se
preocuparem se estão a fazê-lo em segurança. A travessia da passadeira deve
fazer-se o mais rápido possível.
41
Em relação à condução sob a influência do álcool, vou aproveitar por
relatar uma carta escrita por um repórter que presenciou um acidente,
causado por um jovem que conduzia embriagado e teve um grave acidente
com uma jovem. A vítima, enquanto agonizava, falava e o jornalista anotava...
Muito chocado.
CARTA DE UMA JOVEM
“Fui à festa, mãe. Fui à festa, e lembrei-me do que me disseste. Pediste-
me que eu não bebesse álcool, mãe... Então, bebi uma 'Sprite'. Senti orgulho
de mim mesma, exactamente do modo como me disseste que eu me sentiria.
E que não deveria beber e de seguida conduzir. Ao contrário do que alguns
amigos me disseram. Fiz uma escolha saudável, e o teu conselho foi correcto.
Quando a festa finalmente acabou e o pessoal começou a conduzir sem
condições, fui para o meu carro, na certeza de que iria para casa em paz. Eu
nunca poderia esperar... Agora estou deitada na rua e ouvi o policia dizer: 'O
rapaz que causou este acidente estava bêbado'. Mãe, a voz parecia tão
distante... O meu sangue está por todo o lado e eu estou a tentar com todas
as minhas forças não chorar... Posso ouvir os paramédicos dizerem: 'A
rapariga vai morrer'...Tenho a certeza de que o rapaz não tinha a menor ideia
do que iria acontecer, enquanto ele estava a toda velocidade, afinal, ele
decidiu beber e conduzir! E agora eu tenho que morrer.
Então... Porque é que as pessoas fazem isso, mãe? Sabendo que isto vai
arruinar vidas? A dor está a cortar-me como uma centena de facas afiadas.
Diz à minha irmã para não ficar assustada, mãe, diz ao pai que ele tem que
ser forte.
Quando eu partir, escreva 'Menina do Pai' na minha sepultura...Alguém
deveria ter dito àquele rapaz que é errado beber e conduzir. Talvez, se ospais
deles o tivessem avisado, eu ainda estivesse viva... A minha respiração está a
ficar cada vez mais fraca mãe, e estou a ficar realmente com medo. Estes são
os meus momentos finais e sinto-me tão desesperada... Gostaria que tu me
pudesses abraçar mãe, enquanto estou aqui esticada a morrer, gostaria de te
poder dizer que te amo mãe...então Adeus.”
42
Lembrem-se desta mensagem quando forem conduzir, se não ligarem à
mensagem podem estar a destruir uma boa forma de consciencializar um
grande número de pessoas, fazendo com que a tua vida, TAMBÉM CORRA
PERIGO! Com este pequeno gesto podes marcar a diferença. Então, divulga-a
para todas as pessoas, principalmente, para os jovens que são os que mais
conduzem. Se as pessoas parassem para pensar (eu sei que isso implica
utilizar uma parte do corpo que normalmente a generalidade das pessoas não
utiliza) nada disto aconteceria.
Não é só conduzir sob o efeito do álcool que se provocam acidentes é
também conduzir com velocidade excessiva, sendo esta uma das principais
causas de acidentes.
Pessoalmente, acho que a maioria dos acidentes é provocada, também,
por outros factores que não o álcool e a velocidade excessiva, tais como
manobras perigosas, desrespeito pela sinalização, etc.
Naturalmente que a velocidade excessiva potencia o risco de ocorrência de
acidente e o agravamento das suas consequências. Ou seja, se um condutor
desrespeita grosseiramente a sinalização (um STOP, por exemplo) e
entretanto se aproximar outro condutor a velocidade substancialmente superior
à permitida para o local, é muito mais provável que ocorra um acidente do que
se esse condutor circulasse a velocidade adequada.
Mas, mais uma vez digo, se as pessoas conduzissem com a plena
consciência de que têm um automóvel sob a sua direcção, com o civismo
exigível numa vivência em sociedade, com o bom senso que nos devia
caracterizar a todos, certamente que a sinistralidade e as mortes nas estradas
seriam inferiores e as suas consequências menos graves.
A falta de consciencialização e de civismo são os principais factores de
inúmeros acidentes. No entanto, os acidentes mais trágicos na estrada são
associados a pessoas mais jovens. Podem-se dar por felizes aqueles que
conseguem ultrapassar esta fase, pois aqueles que passam por estes
acidentes muitos deles nem foi dado réstia de vida para se arrependerem, pois
existem erros para toda a vida.
A causa de a situação estar como está é devido à falta de civismo e diria
até de ignorância de certos condutores, e enquanto não houver evolução de
mentalidades a situação irá manter-se.
A maior parte dos condutores não têm educação, responsabilidade e
civismo, talvez porque os princípios básicos de viver em sociedade foram
postos de lado…. A educação é sem dúvida um bem fundamental para orientar
a nossa conduta ao longo da vida.
Trabalho realizado por: Mara Cecília Gonçalves de Lima Rêgo 43
Eu chamo-me Maria Celeste Silva Mendes, tenho 32 anos e sou
natural e residente no concelho de Ponte de Lima.
Sou aluna da turma 1 do curso EFA (Educação e Formação para
Adultos) do nível secundário, a decorrer na Escola Secundária de
Ponte de Lima.
Iniciei este curso em Outubro de 2008, a sua duração é de dois anos, está prestes a
chegar ao fim. Por isso, quero deixar o apelo que é uma boa aposta para quem pretende
alargar os seus conhecimentos a nível básico ou secundário.
As Novas Oportunidades já são conhecidas há algum tempo, mas os cursos EFA são
recentes, deste modo, a turma 1 foi pioneira na ESPL. Não teve dúvidas que não só os
formandos mas, também, os formadores tiveram um pouco de dificuldade em se adaptarem
a este tipo de ensino, com o tempo tudo se superou.
Como é habitual, no final de cada Núcleo Gerador temos de apresentar um trabalho
para a realização da Actividade Integradora. Esta actividade deve retratar a aprendizagem
efectuada ao longo das sessões.
Assim, para a realização da próxima actividade integradora dos núcleos geradores 5
de CLC e STC e o 8 de CP, os nossos formadores sugeriram que a turma construi-se um
livro digital, no qual cada aluno terá que criar um texto pessoal com um tema a sua escolha.
Nesta perspectiva, achei interessante falar sobre Desporto, mais concretamente
Natação.
Esta escolha deve-se à constatação do grave problema da actualidade, obesidade,
stress, entre muitos outros problemas de saúde. Em grande percentagem, muitos destes
casos provêm da falta de exercício físico.
Por vezes, as crianças passam o dia em frente ao computador bem como muitos
adultos, alguns estão 7/8 horas ou mais a trabalhar, tendo posturas inadequadas para a
saúde, por isso é importante que no final do dia não nos esqueçamos de tratar um pouco do
nosso corpo e mente.
A natação é considerada um dos desportos mais completos, pois promove a leveza do
corpo e favorece a resistência dos movimentos. Desde a Natação à hidroginástica, as
actividades de piscina são divertidas, diversificadas e grandes aliadas do nosso bem-estar.
Qualquer pessoa, independentemente da idade, sexo ou profissão, pode fazer natação
sem problemas uma vez que a água é um meio muito benéfico para o corpo. É relaxante,
sem efeitos agressivos e favorece as funções orgânicas.
A natação é um dos desportos mais procurados visto oferecer muitos momentos de
lazer e ser uma actividade que aumenta a resistência cardiovascular sem qualquer tipo de
impacto nas articulações do corpo.
Este desporto é uma das poucas modalidades indicada para uma grande variedade
pessoas, desde atletas de alta competição, idosos, bebés, grávidas e mesmo crianças
portadoras de alguma deficiência.
A natação ajuda a:
- Reduzir o risco de episódios cardiovasculares; melhora o sistema respiratório; fortalece as
articulações; aumenta a auto-estima; reduz a dor e o risco de lesões e retarda os efeitos de
envelhecimento.
44
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Livro de curso efa1 ESPL

  • 1.
  • 2. 2  Nome: André Luís da Silva Vieira  Naturalidade: Ponte de Lima  Estado Civil: Solteiro  Profissão: Técnico de Manutenção  Experiência Profissional: Electricista / Soldador  Formações:  princípios básicos de electricidade geral;  condução de empilhadores;  socorrismo e incêndios;  pontos rolantes e plataformas elevatórias;  moto-redutores;  hidráulica e pneumática e,  inspecção de equipamentos de elevação.
  • 3. 3 Escolhi frequentar o Curso EFA, pelo facto de querer aumentar os meus conhecimentos e assim ficar com o 12ºano de escolaridade. Todos os dias se aprende, e como se costuma dizer, “o conhecimento não ocupa lugar”! O presente trabalho, inserido na actividade integradora do NG 5 tem como tema: energias renováveis. Escolhi este tema porque está relacionado com o meu trabalho mas também pela importância que tem no nosso dia-a-dia, uma vez que estas energias fazem parte do presente e indiscutivelmente, do futuro. Inicialmente, vou abordar alguns tipos de energias renováveis, dando maior relevo à energia eólica e à sua parte técnica. Das máquinas a vapor à energia nuclear como combustível do progresso industrial, muita coisa mudou nos últimos 200 anos. A industrialização movida a combustível fóssil tem cobrado um preço cada vez mais alto da natureza. Água, energia nuclear, gás natural, carvão, derivados de petróleo, biomassa, energia eólica e importação de energia compõem nossa estrutura interna de energia, porém como boa parte desses recursos é finita e a demanda do planeta é cada vez maior, será necessário buscar formas de continuar alimentando o voraz apetite da civilização humana. A energia renovável é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos recursos não renováveis. São conhecidas pela imensa quantidade de energia que contêm, tendo a capacidade de se regenerar por meios naturais. Os combustíveis renováveis são combustíveis que usam como matéria-prima elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada para a fabricação do álcool e também óleos vegetais que podem ser usados directamente em motores diesel com algumas adaptações. Existem vários tipos de energias renováveis, tais como: Energia Hidráulica A energia hidroeléctrica é a que se produz em barragens construídas em cursos de água (exemplo: a barragem do Alqueva). Uma vez que a água é aproximadamente 800 vezes mais densa que o ar, requer um lento fluxo corrente de água, ou ondas de mar moderadas, que podem produzir uma quantidade considerável de energia.
  • 4. A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser captada com painéis solares. A cada ano a radiação solar trazida para a terra leva energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de energia consumida pela humanidade. Uma grande vantagem da energia solar é que ele permite a geração de energia, no mesmo local de consumo, através da integração da arquitectura. Assim, poderemos levar a sistemas de geração distribuída, em que quase eliminar completamente as perdas ligadas aos transportes, que representam actualmente cerca de 40% do total, e a dependência energética. A utilização dos painéis solares térmicos e foto voltaicos, para a produção de calor e de energia eléctrica a partir do aproveitamento da energia solar, é uma forma para a qual Portugal dispõe de recursos de grande abundância, comparando a disponibilidade de horas de Sol por ano com outros países da União Europeia. A energia da biomassa é a que se obtém durante a transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica e eléctrica. Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel. Energia Solar 4 O potencial da energia acumulada nas cachoeiras pode ser convertido em electricidade. As centrais hidroeléctricas aproveitam a energia dos rios para pôr a funcionar uma turbina que move um gerador eléctrico. Biomassa Energia Eólica A energia eólica é obtida pela acção do vento, ou seja, através da utilização da energia cinética gerada pelas correntes aéreas. O termo eólico vem do latim aeolicus, pertencente ou relativo a Éolo, Deus dos ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao vento.
  • 5. 5 Os sítios mais ventosos encontram-se geralmente perto do mar, ou no alto das montanhas, devido ao efeito de aceleração que o relevo tem sobre o vento. Em Fevereiro de 2010, Portugal ocupa o sexto lugar no ranking europeu e o nono no mundial de potência instalada com 3.535 mega watts (MW). A energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente porque é renovável. Relativamente à parte técnica, uma eólica é constituída por um aerogerador moderno, constituído por uma torre de 50 a 120 m de altura, em cima da qual se encontra o rotor, com 3 pás na maior parte dos casos (cada pá tem um comprimento de 25 a 45 m), e a “nacelle”, que abriga o gerador propriamente dito, bem como os sistemas de controlo da máquina. O vento põe em movimento as pás, que dão entre 10 a 25 voltas por minuto aproximadamente. Toda a máquina em si é controlada pelo homem através do programa SCADA. Assim, consegue-se saber quanto é que a máquina está a produzir, verificar possíveis avarias, quantificar a velocidade do vento e ajustar as pás consoante a direcção do vento. Pela importância desta energia e pelo facto de serem máquinas muito poderosas, estas têm um custo muito elevado. Só para terem uma ideia, o investimento de uma eólica ronda os 300mil euros. O incentivo à utilização de energias renováveis, e o grande interesse que este assunto levantou nestes últimos anos, deve-se principalmente à consciencialização da possível escassez dos recursos fósseis (como o petróleo) e da necessidade de redução das emissões de gases nocivos para a atmosfera, os GEE (Gases de efeito de estufa). Vantagens de se recorrer às fontes de energia renováveis: •É coerente com a estratégia global de desenvolvimento sustentável; •Permite reduzir a dependência da União Europeia das importações de energia e assegurar assim a segurança do aprovisionamento; •Contribui para melhorar a competitividade global da indústria europeia; •Tem efeitos positivos no desenvolvimento regional e no emprego; •A opinião pública é favorável.
  • 6. 6 Porém a utilização das energias renováveis confronta-se com os seguintes obstáculos: •Os custos de investimento são elevados e os períodos de recuperação muito longos; •Uma atitude de resistência geral às mudanças; •Existem dificuldades associadas às flutuações sazonais de certas energias (eólica e solar); •Algumas energias (os biocombustíveis) requerem uma infra-estrutura apropriada. Os bens naturais são as fontes de riqueza materiais que o homem dispõe para satisfazer as suas necessidades sempre em mudança, e são avaliados de acordo com as utilizações que as sociedades fazem deles. O homem procura tirar deles as maiores vantagens e, com o seu engenho – tecnologia – aproveitá-los o melhor possível, tornando-os recursos. À medida que os recursos, como o petróleo, se forem tornando menos disponíveis e mais caros, o homem terá de optar cada vez mais pelos recursos energéticos alternativos e renováveis, como a água, o vento, as ondas do mar, a energia solar, recursos estes inesgotáveis. Demos os primeiros passos, ainda há muito que caminhar. É preciso uma agenda que extrapole ideologias e interesses comerciais, e que caminhe mais rápido que o aquecimento global.
  • 7. A sociedade e A tecnologia 7
  • 8. A sociedade e a tecnologia [Escolhe r a data] Olá…. O meu Secunome é Andreia Matos, estou inserida na turma 1 do Curso EFA-NS na Escola ndária de Ponte de Lima a fim de concluir o 12º ano. Trabalho numa confecção têxtil, sou recém-casada e natural de Fontão a viver actualmente na Seara. Hobbies: fazer sobremesas; ler; escrever e sonhar. Sobremesas: gosto de fazê-las, provar antes de estarem prontas e poder oferecê-las aqueles que me rodeiam e me são importantes; Ler: sempre que posso, de tudo um pouco, actualmente, estou a aventurar-me por obras literárias. Escrever: cartas, textos que mais parecem testamentos; Sonhar: todos os dias, quando durmo, quando estou acordada, qualquer momento é bom para criar uma história e refugiar-me nela, afastando assim o tédio, a monotonia e muitas vezes os problemas. Optei por fazer este curso para me sentir mais realizada e ter oportunidade de planear o meu futuro de uma forma mais abrangente. Com este curso aprendi a ver os problemas de forma diferente e solucioná-los sem drama, avaliar o meu passado e preparar o meu futuro. Mas o que realmente quero referir é o companheirismo que se vive entre colegas e a ajuda que nos tem sido proporcionada por todos os formadores que trabalham ou já trabalharam connosco. Um muito obrigada a todos. O trabalho que se segue visa a realização da 6ª Actividade Integradora e relata uma história que facilmente se encaixava nos nossos dias. Espero que apreciem e que pensem um pouco na vida que levam e no valor que lhe dão. 8
  • 9. Já passaram quase três dias e continuo perdida por entre estas matas, o que vai ser de mim, sem comida, encharcada e cheia de frio…. Mais valia ter ficado na avioneta, era mais seguro e podia ser que me encontrassem lá. Agora é tarde para arrependimentos, tenho mais é que arranjar forças e seguir em frente… mas esta fome está a matar-me!!! Vou descansar um bocadinho, já se faz tarde e as forças que me restam estão a escassear…. Não tenho forças para continuar, vou parar por aqui e dormir um pouco…. Ao acordar vi dois vultos a olharem fixamente para mim, estranho, já não tenho frio e sinto-me confortável, onde estou afinal? - Minha querida, acordaste! - Onde estou? - Estás na minha casa, encontramos-te caída no monte, desfalecida e toda molhada, achamos melhor trazer-te para casa para puderes recompor-te. Filha vai buscar uma sopinha para a nossa convidada. - É para já mãe. - Aqui tens querida. Come e se quiseres dar um banhinho temos água quentinha. - Gostava muito, se fosse possível. - Está bem, eu vou preparar o teu banho. Finalmente estou safa, pensei, morrer sozinha e desolada no meio daquele fim do mundo não estava propriamente nos meus planos. Mmmm, que bem que isto sabe, nunca comi uma sopa tão boa! Ai, mal posso mexer-me, estou toda dorida, um bom banho vai saber-me bem. - Peço desculpa pela minha indelicadeza, não lhe perguntei o seu nome, nem sequer lhe agradeci por me ter salvo. - O meu nome é Rosa mas todos aqui na aldeia me chamam Lola e não te preocupes com os agradecimentos agora, vais ter muito tempo para isso. O teu banho está pronto, tens lá toalhas e algumas vestes. - Obrigada. A dona Lola indicou-me o caminho para a casa de banho, lá fui, mas rapidamente voltei para trás. - Dona Lola, não tem chuveiro? - Não querida, aqui ainda é tudo à antiga. Ai, valha-nos Deus, agora tenho que tomar banho de tina, que situação! Bom, vamos lá ao que interessa, depois do banho de certeza que me vou sentir melhor. Acabei o banho, enrolei-me na toalha e procurei qualquer coisa que servisse para secar o cabelo, mas nada encontrei. Será que não existe um secador ou um alisador de cabelo? - Dona Lola podia chegar aqui um segundo? - Diz querida. - Por acaso não tem um secador? - Um quê, querida? - Um secador de cabelo, aquilo que serve para secar o cabelo. -Não querida, quando queremos arranjar o cabelo, utilizamos um ferro aquecido ao lume e depois enrolamos o cabelo nele, ou então se for numa altura da cabeleireira passar por cá, é ela que nos dá um trato ao cabelo. - Obrigada dona Lola, vou acabar de me preparar e já vou ter consigo. Isto é uma miséria, não há água canalizada, não tem um simples secador, o que mais me irá acontecer! Encaminhei-me para a cozinha. Na ligação da casa de banho até à cozinha, pude ver que se tratava de uma casa de família humilde, limpinha e aconchegante, dei uma vista de olhos pelas fotografias 9
  • 10. emolduradas na parede, que deveriam ser, imaginei eu, membros da família! - Estás bem querida? - Sim, sim, desculpe, estava para aqui a divagar. Que indelicadeza de minha parte, ainda nem me apresentei! Que situação. Vamos começar do início. Boa tarde dona Lola, o meu nome é Nádia, tive um acidente de avioneta e estava perdida até ser encontrada por si, quero agradecer-lhe por tudo o que fez por mim. - Então Nádia, não tem nada que agradecer, não a íamos deixar ali largada no meio do nada à mercê da sua sorte! - É muito amável de sua parte estar a ajudar-me, mas não quero ser um incómodo para si. - Não te preocupes, não és incómodo nenhum, olha eu vou pró campo se quiseres podes ir dar uma volta pela aldeia, mas não te atrases, temos de cear antes de escurecer. - Antes de escurecer?! Porquê dona Lola? - Então amor, prá ceia. Caso ainda não tenhas reparado ainda dependemos do sol para quase tudo, a luz eléctrica está prometida há muito mas ainda não chegou. Não é possível, o que vai ser de mim agora???? Se não há luz, não há telefone e sem telefone, internet nem vê-la, agora é que estou mesmo perdida…. - Assim sendo dona Lola vou dar uma volta pela aldeia, pode ser? - Claro, está à vontade, e se te perderes não te esqueças que aqui todos os caminhos vão dar a Roma. Começo a andar e a observar a beleza do espaço que circunda aquela aldeia, é simplesmente maravilhoso, espectacular, que paisagens, parece mesmo um lugar encantado, por onde o tempo não passou! Já visitei muitas aldeias, mas nenhuma que se assemelhe a esta, sempre que olho para um lado vejo casinhas de xisto com flores à janela e com belos jardins bem ornamentados. Isto é um verdadeiro paraíso na terra, de frente vislumbro uma paisagem incrível, quase intocável pela mão do Homem. Vou seguindo a minha jornada por aquela terra de ninguém, e deparo-me com um largo, deve ser o centro da aldeia, onde alberga a única mercearia e uma capela. Ao passar apercebo-me das pessoas e dos seus olhares indiscretos. Devo ser novidade por aqui, para atrair tantas atenções, o que não deixa de ser uma coisa normal, pelo aspecto da aldeia denota-se que não está minimamente preparada para receber turistas. Nota-se perfeitamente que não tem quaisquer tipos de alojamento para os albergar. Hotel inexistente, restaurante nem vê-lo, luz e água apenas de fontes naturais… não espanta semelhante isolamento, até com um pouco de sorte esta pequena aldeia nem tem direito a um lugar no mapa de Portugal! Regresso a casa, mais disposta do que nunca a sair dali para o mundo civilizado. À chegada fui recebida de uma forma calorosa por toda a família, a dona Lola veio logo perguntar se tinha corrido bem o passeio, a Maria, a filha mais nova do casal, estava toda empolgada a ouvir a mãe, Olívia, a filha do meio estava atarefada nos preparativos da ceia, seguiram-se vindos do campo, o José e o pai. Vinham rodeados por um rebanho de ovelhas, fiquei ali a observar aqueles animais, tão absorvida com os meus pensamentos, que nem ouvi a Olívia a chamar. Ao se aperceber desta situação a Olívia voltou a insistir, mas só quando o José se aproximou de mim é que eu despertei. - Nádia… a Olívia está a chamar-nos, vamos? - Desculpa…estava distraída. - Anda, deixa-te de conversas José, a ceia está a esfriar. Entramos, cada um estava sentado no seu lugar, eu fiquei um pouco constrangida, mas lá me sentei no lugar que me estava reservado. 10
  • 11. A princípio estava um silêncio quase gélido, mas eis que de repente a pequena Maria quebra o gelo… - Nádia conta-me coisas da grande cidade! - Tu nunca foste à cidade? A pequena acenou negativamente com a cabeça, eu, apercebendo-me do seu constrangimento, comecei animadamente a relancear passagens vividas por mim na dita cidade. Todos se animaram, riram, participaram na conversa e até perguntas colocaram, posso dizer que foi um desfecho de dia em cheio, sem dúvida. Fui-me deitar, sempre com as imagens do que tinha visto a passarem, a mil à hora, na minha cabeça, sempre a fazer planos para um dia voltar àquela aldeia tão pitoresca, seriam as minhas próximas férias, mas o que realmente interessava agora era descansar para amanhã arrancar e voltar à minha condição de mulher urbana. Bem cedo acordei, outra coisa não seria de esperar, os animais começaram a fazer barulho bem cedo, passarinhos, galos e galinhas….quem precisa de um despertador por aqui? Levantei-me em silêncio, para não incomodar os restantes moradores daquela habitação e dirigi-me à cozinha para beber um copo de água, quando para meu grande espanto já lá estavam todos. Todos se apressaram a dar-me bom dia, eu fiquei toda constrangida, ainda estava de roupão, que situação! Dona Lola tomou a palavra e disse: - Querida se não te importares a Olívia vem comigo pró campo e tu ficas aqui a orientar as coisas de casa. - Mas dona Lola, como hei-de dizer isto, eu hoje queria organizar a minha ida para a cidade! - Mas querida, isso vai ser muito difícil, é que nós não temos forma de comunicar com o exterior, apenas vem de mês a mês ou de dois em dois meses, na maior parte das vezes, um carro que nos leva até à aldeia mais próxima. - Então como faço para sair daqui? - Vais ter de esperar que alguém passe por cá, ou então esperas pelo próximo carro. - Bem, sendo assim acordo aceite, só preciso que me oriente as coisa aqui em casa. A dona Lola assim o fez, e todos saíram com destino às suas tarefas, fiquei apenas eu, comi qualquer coisa e comecei a organizar as minhas tarefas pondo mãos à obra. Nem acredito que estou aqui de vassoura na mão, enquanto a minha empregada está na minha casa de aspirador. Até parece que estou a ouvi-la reclamar, com todas as comodidades que nos permitem os avanços tecnológicos e eu aqui de vassoura e pano na mão, com um cesto de roupa para lavar e um almoço para cozinhar. No que eu me fui meter…. Tombos para aqui, encontrões para ali, lá fui andando e organizando como podia as tarefas de que me incumbiram, passemos agora para a ceia. Outro desespero… a cebola queimou três vezes, a fogueira quase que se apagou por outras tantas, enfim uma autêntica desgraça, será que alguma vez vou dar com a ceia pronta? Agora tenho bem definida a razão pela qual eu contratei uma empregada, quem dera que ela cá estivesse…. Na hora de cear, todos se apresentaram à espera do petisco que eu tinha para lhes oferecer, quando comecei a servir a dita ceia a reacção foi unânime, todos torceram o nariz ainda antes de provar. É verdade que a apresentação não era das melhores, mas eu também não era das melhores cozinheiras do mundo! Melhor, devo estar entre as piores, garantidamente que se fossem atribuídos prémios para a pior dona de casa eu ganhava de certeza. - Então…. Come-se? - Sim, está um pouco deslavado mas remedeia, amanhã sai-te melhor. 11
  • 12. - Amanhã, dona Lola? - Claro! Amanhã, depois e depois. Todos se riram com a expressão que eu fiz e a noite até acabou por correr bem. Dois meses se passaram e eu praticamente perdi as esperanças de sair dali, aprendi a viver de uma forma mais saudável, que eu pensei, até então, não ser possível. Onde já se viu, em pleno século XXI não ter luz eléctrica nem água canalizada, sem telefone ou telemóvel e muito menos Internet. Quando cá cheguei pensei que ia morrer isolada do resto mundo, agora vejo que reaprendi a viver, voltei a ter tempo para ler, para desenhar e até mesmo para aprender a trabalhar no campo. É um modo de vida diferente daquele que estava habituada, mas é tão agradável estar cá, que nem sei se algum dia vou querer sair daqui. Também… quem vai dar comigo aqui? Não tenho como comunicar com o exterior e possivelmente as buscas já terminaram e deram-me como morta. Assim seja, se algum dia me apetecer voltar à vida procuro maneira de sair daqui. Ao fim de quatro meses, para meu grande espanto avisto uma carrinha que me parecia familiar! Não acredito… a carrinha pertence à minha empresa, como chegaram aqui? Corri em direcção ao veículo a gritar que nem uma louca. - Joel! Joel! Que fazes aqui? Como chegaste cá? Como descobriste que eu estava aqui? - Calma, calma miúda, uma pergunta de cada vez, já respondo a todas as tuas dúvidas mas primeiro deixa-me recuperar o fôlego. O caminho até aqui tira o fôlego a qualquer um, mas o teu abraço, deixa que te diga, quase me sufocou… - Anda, vamos até minha casa, lá conversamos calmamente e aproveito para te apresentar aos restantes membros da família que me acolheu ao longo destes meses que fiquei retida nesta terra. - Nem acredito, miúda, que estejas realmente viva! Até funeral te tínhamos feito! - Conta, como chegaste até aqui? - Olha, foi por uma coincidência incrível, fui de férias para uma aldeia, daquelas aldeias turísticas, tu sabes, e comecei a ouvir histórias de um acidente de avioneta e de como tinhas sido encontrada no meio do pinhal. Fiquei intrigado e logo que cheguei à revista conversei com o patrão e cá estou eu. Conversamos durante longos minutos, rimos, choramos, relatei a minha história, ele relatou como tinham sido passados estes meses na minha ausência e terminamos num silêncio ensurdecedor. - Já tinha saudades das nossas conversas sempre tão animadas e de estar com todos vós… - Porque é que não contactaste comigo? Eu vinha cá e levava-te de volta para casa! - Isso é uma longa história que eu acabarei por te contar com mais tempo. - Sim mas podias ter dito qualquer coisa, sei lá, para, pelo menos, saber que estavas viva e de saúde. - Tens o telemóvel contigo? - Ah…. Tenho, porquê? - Pega nele e vais verificar que aqui não apanha rede, e não, não temos telefone nesta zona, portanto Internet nem pensar, como é que eu te ia contactar? - Bem… Mas tu caíste aonde!? Isto é pior que o fim do mundo! - Também não é assim tão mau, conheci muitas pessoas que gostam de estar aqui e não trocam isto por nada. - E tu, queres ficar? Inicialmente hesitei, já não sabia o que queria na realidade, o desejo inicial de fugir tinha-se desvanecido, mas respondi aquilo que sabia ser o mais certo. - Eu?... Eu estou desejosa para sair daqui, não imaginas o que é estar isolada do mundo. Acredita, passamos aqui esta noite e amanhã pomos os pés ao caminho. 12
  • 13. Chegado ao fim da tarde, todos regressaram a casa, apresentei-lhes o Joel e aproveitei o momento para lhes comunicar a minha decisão. A princípio, vi nas suas caras desilusão com um misto de tristeza, mas depressa mudaram de atitude, disseram que estavam felizes por mim, desejaram-me tudo de bom e, principalmente, fizeram questão de me lembrar que nunca esquecesse esta aldeia e os que nela habitam. É verdade que mudaram de expressão mas dava para perceber a tristeza em cada palavra que proferiam. De manhã, fizemos as despedidas, na nostalgia do momento lágrimas surgiram, promessas vaguearam e a saudade já batia à porta mesmo antes de sair. Entramos no carro. Esperava-nos uma longa viagem atribulada com muitos tropeços, buracos e grandes ribanceiras, um verdadeiro caminho de cabras, no verdadeiro sentido da expressão. Na saída da aldeia, dei uma última olhadela para guardar uma recordação deste lugar deslumbrante. Pude ver pelo espelho lateral a paisagem a afastar-se e senti, de repente, nostalgia, nem sei bem explicar, era como se uma parte de mim estivesse a ficar para trás! É estranho, enquanto lá estava só queria de lá sair, agora que consegui, sinto-me invadida por este sentimento de perda…. Chegada à cidade, o barulho invadiu os meus tímpanos, a confusão ponha-me atordoada. Seria possível que, em quatro meses, de mulher urbana que era me tenha transformado em campónia? Não, isto é um mero choque inicial, foi muito tempo no silêncio, passado este primeiro impacto, de certeza que tudo volta ao normal. - Nádia…. Nádia…. Onde tens a cabeça miúda, chegamos! Vamos subir? - Desculpa Joel, estava a reviver o passado. - Vá lá miúda, estás de volta à vida, devias era estar a comemorar e não a lamentar-te. Comemorar, aí está uma palavra que me soa realmente bem, depois destas horas todas a conduzir não há nada melhor que festejar o teu regresso. Damos uma passada rápida pela revista, convidamos o pessoal e os teus amigos mais chegados e vamos para um bar comemorar, o que dizes? - Pode ser… - Bem, que desânimo, até parece que estás de novo perdida! Acorda! Estás de volta à vida. - Tudo bem, já compreendi, vamos subir, dar um olá, fazer o convite e depois levas-me a casa, ok? - Estás mesmo desanimada, se soubesse tinha-te deixado ficar naquele fim do mundo. - Deixa-te de tretas. Tenho muitas coisas para organizar e ainda quero ir às compras hoje. - Bem…afinal estava enganado, tu estás com a pica toda. Vamos já tratar disso. - Subimos? - Claro…vamos. - As senhoras, primeiro. - Sempre um cavalheiro…. Quando cheguei à redacção, foi um alvoroço, não é que não estivessem à espera mas, mesmo assim, foi uma recepção fria, tão diferente de tudo aquilo que eu tinha vivido naquela aldeia. Bom, por que estarei eu a fazer semelhante comparação? Que estranho! Sorrisinhos para aqui, sorrisinhos para ali, é tudo tão vazio, sem sentimento, estranho no mínimo…Depressa a normalidade voltou à redacção, fui tratar de algumas burocracias com o meu sócio, activar de novo os cartões de crédito e, finalmente, estava pronta para me enterrar nas lojas do shopping, fazer compras desenfreadas e esquecer o mundo. Enfim, voltar à minha rotina. Peguei num carro da revista e lá fui eu. Estava tudo tão diferente, um caos. Estacionar era quase impossível, gente por todo o lado, e as lojas…as lojas estavam lá, mas faltava qualquer coisa, entrei numa, duas, três e nada me agradava, era tudo tão estranho, as roupas eram demasiado incómodas, não sei como descrever. Fui para casa, disposta a dar um longo banho, relaxar e esquecer os quatro meses que passei isolada do mundo. 13
  • 14. Assim fiz. A minha empregada fez-me uma recepção que eu já não tinha expectativa de encontrar, depois de tudo que se tinha passado na redacção. É estranho, trabalha para mim há mais de cinco anos e eu nada sabia de sua vida, é verdade que nunca tive grande interesse em saber, só agora durante este reencontro caloroso que ela me proporcionou é que eu me apercebi do sotaque, daquela forma desconchavada de andar e daqueles provérbios engraçados que ela estava sempre a dizer…depressa lhe perguntei se era de Cascais ou vinha de fora. Ela fez logo questão de relatar, sem parar, que vinha de uma aldeia do norte, que procurava na cidade uma vida melhor e que, sempre que podia, voltava a sua santa terrinha. Foi tão bom ouvi-la falar, senti-me mais perto daqueles que tinham ficado para trás na aldeia: a Dona Lola, o Senhor Manuel, a Olívia, a pequena Maria e o José. Saudades… Apenas tinham passado algumas horas e só desejava rever aquela gente, a sua simplicidade e simpatia. Isto vai passar, melhor ainda, isto tem de passar. Agora tenho a Bernardete para matar saudades dos hábitos da aldeia, sei que não é a mesma coisa, mas sempre que quiser basta pedir que ela faz-me uns jantarezinhos típicos da terra, isto dito por ela, tenho mais é que aproveitar tal oferta. E quem sabe, um dia vou com ela conhecer a aldeia! Mais tarde, o Joel passou por casa, fartou-se de me fazer elogios, daqueles que já não ouvia há muito. Fomos para a festa mas depressa me cansei, não que não estivesse animada, bem pelo contrário, estavam todos muito alegres, de copo na mão na maior das disposições, já eu….bem cedo tive de me despedir, estava cansada e não me sentia confortável ali. Ficaram todos com pena mas nem por isso perderam a oportunidade de me gozarem por esta indisponibilidade da minha parte. Sempre fui a primeira a chegar aos eventos e a última a sair, mas agora era eu a primeira a bater em retirada. Ignorei, apanhei um táxi e vim para casa. Mal cheguei, já tinha o Joel a ligar para o meu telemóvel a perguntar se estava tudo bem, se queria companhia ou se precisava de alguma coisa. Depressa o despachei, em tempos aceitaria, mas estes meses mudaram a minha maneira de ver as coisas e agora tenho bem definidas as minhas prioridades. Sei o que ele sente por mim e não tenho direito de me aproveitar disso quando não tenho qualquer interesse em levar avante um relacionamento sério. Uma semana após o meu regresso, eis que tomo a decisão mais importante da minha vida. Não é rodeada de toda a tecnologia, de todas as comodidades que sou feliz. Preciso de procurar o meu lugar, o meu espaço. Sei que só vou encontrar a paz que busco naquela aldeia que deixei para trás. Rapidamente comecei a organizar a minha vida de forma a poder voltar para aquele cantinho onde me senti tão bem. Aluguei uma avioneta para fazer o reconhecimento da área circundante da aldeia, para analisar a possibilidade de aterrar. Vendi a minha parte da revista, comprei uma casinha na aldeia, decorei-a a meu gosto, consegui arranjar empresas interessadas em levar algumas comodidades à população, como asfalto para as estradas de acesso à vila e painéis solares para gerar energia suficiente para todos. Passados dois meses, voltei para a aldeia e pude ver com os meus próprios olhos a felicidade daquela gente por terem finalmente luz eléctrica em casa, no entanto, os hábitos mantêm-se, as ceias continuam a depender da luz do sol, o despertar ainda é tarefa dos animais e a vida mantém o ritmo de sempre. Hoje, passados nove meses do acidente, dou graças a Deus por ter tido a sorte de encontrar pessoas tão maravilhosas que me apoiaram e ajudaram quando precisei e, principalmente, por me terem recebido de braços abertos quando para lá voltei. É bom sentir que somos queridos e amados sem segundas intenções. 14
  • 15. Estamos em pleno inverno, as pessoas refugiam-se em suas casas, eu pelo contrário, adoro ver a chuva a cair, sentir o vento a bater na cara, sensações que desconhecia até então. Sempre que penso nestas novas descobertas interiores, pergunto-me como pude viver tantos anos afastada desta harmonia existente entre o Homem e a Natureza. Hoje, convidei a dona Lola para jantar em minha casa. Por incrível que pareça, trouxe a energia comigo e pouco uso lhe dou. O fogão mantêm-se a lenha, a água é aquecida através dele, a luz ou é proveniente do sol ou de velas. É tão agradável este modo de vida que creio não ser capaz de mudar nada. Voltando ao jantar, convidei a dona Lola e sua família, é um imenso prazer recebê- los em minha casa. Pequeno gesto de agradecimento mas, principalmente, um profundo desejo de partilhar com eles a minha nova aptidão: aprendi a cozinhar e estou ansiosa por ouvir o veredicto. Será que futuros convites serão aceites? Nesta minha nova vida, dediquei-me a um sonho antigo: a escrita. Tenho o meu primeiro livro quase pronto. É a história de uma aldeia esquecida pelo mundo moderno, tal como esta, onde permanece o encanto e a essência da vida no seu estado natural. Os meus amigos vêm visitar-me e ficam impressionados com a forma de vida que levo actualmente. Tentam convencer-me de que esta forma de existência em nada é compatível com a da nossa era, não compreendem como pude adaptar-me aquelas circunstâncias. Já o Joel tem sido impecável, apoiou-me na minha decisão, com isso conseguiu conquistar o meu coração e o melhor de tudo é que está disposto a abrir mão da vida que tem para vir viver ao meu lado. Moral da história: o ser humano aprende a viver em sociedade, aprende a ultrapassar obstáculos mas também a passar por cima de todos os que o rodeiam para chegar onde querem, não sabem viver sem as comodidades decorrentes dos avanços tecnológicos e esquecem as maravilhas que o mundo tem para oferecer, esquecem as suas raízes, esquecendo, inclusivamente, o respeito mútuo. É triste constatar tal facto, mas é uma realidade cada vez mais presente na nossa sociedade tecnológica e consumista. 15
  • 16. Chamo-me Fernando da Costa Pereira, tenho 42 anos de idade, sou natural de Ponte de Lima, moro em Fontão, sou casado, tenho um filho com 6 anos e trabalho na COOPALIMA. Frequento o curso EFA S1 porque, acima de tudo, achei que poderia melhorar a minha realização pessoal. Aqui, descobri o gosto pela arte, pela escrita e pela literatura e quanto ao mundo literário apercebi-me que, para o conhecer, levo um atraso de 500 anos… Dizem dos homens que, para se sentirem completos, devem gostar de futebol, carros, cerveja e “Gajas”. Pois é, de futebol não gosto, cerveja até vai, os carros troco-os pelas motos e as gajas, essas, são a minha razão de viver. Por isso, nesta reflexão para a actividade integradora, vou cingir-me àquilo que mais gosto na vida: GAJAS E MOTOS. AS GAJAS Gajas… nome brejeiro que identifica a mulher, normalmente, na gíria utilizada no convívio masculino. É uma forma de identificar o sexo oposto sem sequer se reflectir na profundidade do termo. É uma maneira de dizer que as mulheres existem sem se pensar nas suas singularidades. Por isso, para mim, as gajas passam a ser mulheres a partir do momento em que a sua identidade é revelada: mãe, filha, irmã, mulher, amiga, conhecida… ou seja, as mulheres que conhecemos, mas que de facto MULHERES o sejam. Porque para algumas, esse termo (gajas), é um elogio. Mulheres, são aquelas que se destacam pelas suas qualidades mais básicas ou mais empíricas, aquelas que, de uma forma ou de outra, transformam a nossa vida, aquelas que passaram do comum para a excepção. São as que se revelam pelos seus dotes afectivos, artísticos, profissionais, políticos, desportivos e pela sua aparência. Porém, a beleza, como sabemos, vale o que vale, é relativa e efémera, serve mais para as coisas de engate e sedução e para libertar o nosso libido atento e machista. A atracção que um homem sente por “gajas boas”, no fundo, não passa de um básico instinto animal. Uma fêmea “perfeita”, no seu todo, aos olhos do macho, é alguém que, pela sua natureza, irá parir uma cria exemplar e saudável, é a selecção natural. Para mim, a melhor mulher deve ser bonita, mas a beleza exterior deve reflectir-se no interior, mas com maior intensidade, deve brilhar como o sol, a sua luz deve resplandecer no seu jeito de ver o mundo e de se ver a si mesma. Se for confiante, feliz e realizada esse estado de espírito nota-se e contagia os outros, apaixona-os. Na minha condição masculina, a mulher representa o amor e a vida: mãe, esposa e filhos. O amor de um filho pela mãe é ternurento e incondicional. O amor pela esposa conquista-se, cultiva-se, representa um compromisso para um futuro aconchegante. O amor de um pai por um filho, que só é obtido se possuir uma mulher, é o amor por excelência, nada é mais importante, é o nosso futuro, é como uma rosa no deserto, mas isso é outra história… 16
  • 17. Por isso, se não fossem as mulheres, eu não sabia o que é o amor e o bem que ele sabe. AMOR - Palavra abstracta que, numa conjugação de quatro letras apenas, compõe a pauta de uma linda e etérea sinfonia, que a todos alenta e enfeitiça. O amor define o estado mais puro do sentimento e representa a mais alta das nossas aspirações: amar e ser amado. Não tem medida, também não tem razão, ama-se, mais nada, ama-se e goza- se toda a sua envolvência, o seu aconchego, o seu abraço e o seu domínio sobre o nosso corpo. A consciência e a razão, na presença do amor, não existem, são sensações primárias à beira desse sentimento que nos domina, ele faz-nos apaixonar, vibrar, emocionar, chorar e por vezes enlouquecer. Todos o procurámos, mas não adianta, ele encontra-nos, como os rios encontram o mar, por mais tortuoso que o vale possa ser. Não há palavra tão grandiosa, inspira escritores, poetas, músicos, cineastas e todos nós, todos adoramos o seu sentido e o seu sentimento, sem ele não haveria esperança e prosperidade, estaríamos mortos sem saber, a vida sem amor não faria sentido. Desse modo, também não seriamos humanos, talvez o espectro de um cão porque até esse sabe amar. AS MOTOS Sempre gostei de motos, a sensação de potência aliada à irreverência, à sensação de independência e consequente risco de vida, deixa-me nos píncaros da minha existência. É difícil compreender, mas a sensação de levar a minha vida em duas rodas numa fragilidade exposta pela velocidade, controlada pelo meu instinto e saber, deixa-me em êxtase, em estado de nirvana, talvez. Reconheço que é uma conduta errónea para quem ama a vida, mas o que é a vida sem risco, sem aventura, sem conhecer o bem e o mal. Desde muito cedo que possuo motos, já tive motos Chopers, de Pista e, agora, de MotoCross. Já conduzi a velocidades superiores a 300 km hora, já fiz corridas de arranque, Enduro e MotoCross. Já tive quedas e acidentes, fui multado por diversas razões, fui compreendido e rejeitado pela sociedade, mas foi com as motos que conheci a maior parte de Portugal e Espanha (concentrações) e com elas me afirmei ao mundo, fazem parte de mim, da minha essência, não parece, mas quando as cavalgo transformo-me, fico anarquista, com elas, a assertividade, que me assegura o direito de eu ser quem sou, vem ao de cima, por isso não hesito nem temo, usufruo. Yamaha WR426F, nome da minha actual moto, libertadora de pressões e de stress e que evidencia e solta o piloto que há em mim, quando a conduzo, sinto-me capaz de tudo. Só eu, a moto e os trilhos, que ora me elevam a adrenalina aos píncaros como tão depressa me deixam cair estatelado no chão, assim a cavalgo pelos montes e “trialeiras”, nestas montanhas marcadas por caminhos indelicados, estreitos e castanhos, rodeados por um sublime verde, Onde as vilas e aldeias se afundam na paisagem rural, numa aparente harmonia com a natureza Que loucura! Que prazer! Momentos destes só quem os experimenta sabe o que valem, rejuvenescem a mente e revitalizam o corpo, dão-nos alento para a vida, que o tempo se encarrega de devorar. 17
  • 18. Seja vício ou tara, a questão é que sem moto não me sinto preenchido, algo falta em mim quando ela avaria. Posso não a conduzir, mas o facto de saber que, onde repousa, fervilha em prontidão mecânica e em força bruta para agradar aos meus intentos de condução selvagem e radical, faz-me sentir completo e apto para a aventura. Assim ando pelas montanhas como uma criatura endiabrada, vivo o calor da explosão mecânica, potente, vibrante e sonora que me impele pelos seus trilhos e rampas quase impossíveis de transpor, que me projectam para o espaço dos sentidos, onde ficam todos alerta, extasiados, loucos, desnorteados e enraivecidos, sentimentos estes que despertam toda a minha irascibilidade e o meu ser animal. Porém, para que se entenda o que é andar de moto, passo a descrever, de uma forma aproximada, o que é um dia de aventura nas montanhas: O despertador tocou às 6.30 da manhã sem causar surpresa. O sono da noite tornara-se numa penumbra entre o sonho e a realidade, na ansiedade e na expectativa da aventura programada para o dia que acabara de romper. O encontro estava marcado, através de uma mensagem recebida no dia anterior no telemóvel: “Às oito em Fontão”. O chamamento não revelou surpresa, o evento já estava marcado há muitos dias, só faltava mesmo acertar o local e a hora. Levantei-me, então, sem procurar dormitar mais um segundo que fosse. Tomei o pequeno-almoço e fiz os cuidados de higiene habituais. Fui-me equipar. Primeiro as joalheiras, depois as calças, de seguida as botas, vesti o colete protector por cima de uma t-shirt e, por fim, vesti o casaco. Dirigi-me à moto e verifiquei os níveis de óleo, água e combustível, lubrifiquei a corrente e coloquei-a lá fora. Certifiquei-me de que o meu equipamento estava bem ajustado, de seguida, coloquei o capacete e os óculos. Abri a torneira de gasolina, fechei o ar e subi para a máquina que parecia pronta a fervilhar. Carreguei ao de leve no pedal que a põe a trabalhar a fim de procurar o ponto do motor, achei-o, elevei-me e, com o peso do meu corpo em cima do meu pé direito, desferi uma valente patada no pedal, porém o motor não respondeu. Voltei a procurar o ponto e apliquei outra patada ainda com mais firmeza. Desta vez, surtiu efeito, os quatro tempos iniciaram o seu ciclo. O ronco começara de leve, parecia doente, mas conforme a temperatura o aconchegava, ia-se revelando num ser cada vez mais barulhento e cheio de raiva, foi o sinal de prontidão que eu esperava para poder arrancar. Cheguei cedo ao destino. A maior parte do pessoal já lá se encontrava, se calhar o sono também os abandonou durante a noite, parei a moto e cumprimentei-os, um a um. Perguntei quantos faltavam chegar e logo o líder fez a soma: - “Estamos quinze, faltam cinco”. Durante a espera, foram-se trocando bocas e piadas, então, disse-me um: - “Trouxeste o ‘kit de unhas’?” E outro: - “Sentes-te com energia e coragem para aguentar o percurso que se aproxima?” A resposta era óbvia: - “ Se vocês aguentarem também eu aguentarei, no final é que veremos”. Os restantes elementos acabaram por chegar, quase todos antes das oito. Estava na hora de partir. Os motores ligaram-se, uma barulheira tremenda, quase ensurdecedora, instalou-se naquele espaço, o ar tornara-se numa mistura de fumo e poeira, irrespirável até. As moto 4 faziam piões em forma de remoinhos imparáveis, alguns das motos de duas rodas já começavam a mostrar os seus dotes artísticos: cavalinhos, éguas e derrapagens. Mantive-me sossegado até ser dada a ordem para arrancar. As motos de duas rodas arrancam em primeiro – prática normal porque são mais rápidas e levantam menos poeira – depois de dois arrancarem, os restantes deram- me a minha vez. Engrenei a primeira mudança, passei para a segunda e, com uma aceleração brusca, atravessei a traseira até ao limite, meti a terceira e, mal endireitei a moto, ergui a roda da frente, as rotações depressa chegaram ao máximo e, ainda com a roda no ar, meti a quarta e até a quinta. 18
  • 19. Uma curva fechada aproximava-se a grande velocidade, foi quando eu tive que pousar a roda e fazer uma travagem forçada, simultaneamente, aproveitei a força da inércia e premi o travão da frente ainda com mais força, mas controlada, dei um impulso com o corpo para a frente e a roda de trás ergueu-se. Que bem que me correu aquela égua, longa e espectacular! Depois de demonstrar que o meu “kit” estava afiado, com certeza que os restantes já não iriam duvidar da minha aptidão como bom motard, mas acho que não passa mesmo é de uma atitude exibicionista, uma tentativa para me afirmar e me evidenciar, para assim ser um dos mais consagrados e admirados do grupo, coisas de homens… Depois de andarmos por estradões e caminhos, o líder orientou a sua montada por um caminho estreito e íngreme, cheio de pedras soltas, fazendo adivinhar o grau de dificuldade do percurso que vinha a seguir, o qual se revelou deveras elevado. Quase sempre no limite, fazia curvas apertadas e acelerava quando ia a meio das mesmas para fazer derrapar a traseira a fim de ganhar velocidade no seu final, subia e descia “trialeiras”, desviava-me de ramos, paus, pedras, regos e das pedradas que os pneus, na tentativa de alcançarem tracção, me arremessavam, enfim, ocorreu-me, muitas vezes, se iria conseguir chegar ao final incólume. À minha frente seguiam cinco colegas, a luta por ser o mais rápido tornara-se numa questão de orgulho, coisa que não perdi, pois a sombra deles diluía-se com a minha. De repente, antes de uma curva à direita, fazem-me sinal para abrandar. De início, temi o pior, um acidente, não foi o caso, mas pouco menos, num percurso que parecia uma tormenta encontrara o Adamastor, afinal, ele é anfíbio! Depois de fazer a curva que o escondia, ergueu-se, à minha frente, na forma de uma “subida impossível” – é assim chamada devido ao seu grau de inclinação e de dificuldade de a concretizar, poucos conseguem dominá-la. Fiquei paralisado, o medo apoderara-se de mim, acabara de aprisionar os meus sentidos. A rampa era enorme, mais de duzentos metros de subida com regos e pedras soltas, no entanto, tinha que ser dominada. O primeiro arrancou, acelerou ao máximo e, com a perícia e experiência que adquiriu através de muitos anos neste tipo de incursões, com grande mestria e dificuldade lá conquistou o cume. O segundo, mal arrancou, acelerou demais e estatelou-se logo no chão, sem danos físicos, vá lá! O seguinte apontou para mim, estava a dar-me a vez, insisti que fosse primeiro mas ele não vacilou. Eu tremia de medo e emoção, mas desta vez o ego falou mais alto, ganhei coragem e apontei a besta para a grande muralha. Tinha pouco espaço para arrancar, razão porque o fiz em segunda para logo meter a terceira. Consegui um bom embalo, mas, a meio, deparei-me com dois grandes regos que a água esculpiu em profundidade. Tive que alterar a trajectória e, para isso, reduzi um pouco a velocidade, voltei a acelerar, mas fui impetuoso com o acelerador e a traseira da moto derrapou. “Merda! Vou cair!” - pensei de imediato. A adrenalina alagou-me o corpo, deixei de sentir, parecia que tudo acabava ali, mas para quem tem experiência, o subconsciente, mesmo sem pensar, por vezes arranja forma de nos safar, foi o que aconteceu. Dei por mim já quase na berma da rampa, a roçar no mato, quando recuperei a posse da moto, reduzi para segunda, acelerei amiúde e, mal meto a terceira, com muita perícia, concentração e cautela lá consegui chegar ao topo. O orgulho era tanto que parecia estar entalado dentro do fato, não o deixei sair; umas vezes sobe-se, outras não. Até todos tentarem subir, levou cerca de uma hora, uns venceram o monstro, outros ficaram-se pelo seu pé, foi um espectáculo ao melhor nível. As motos de duas rodas onde caiam ali ficavam, era o cabo dos trabalhos para as remover de lá. 19
  • 20. As moto 4 eram mais impetuosas, quando a subida era interrompida por falta de perícia ou azar, estas despenhavam-se rolando pela rampa abaixo, como uma rocha em derrocada, e só quando a vegetação alta que se encontrava no final da descida as amparava é que a saga terminava. Foram momentos de muitas quedas e de muito esforço físico, sempre com o espírito de entreajuda presente, com algumas manetes e guarda-lamas partidos, mas, acima de tudo, num ambiente de muita galhofa. A manhã precipitou-se ao encontro da tarde, já era hora do almoço. Dirigimo-nos então para o restaurante que se situava em São Lourenço da Montaria. À chegada, brindamos, martini com cerveja, aos momentos que tínhamos acabado de viver. O almoço foi Cozido à Portuguesa regado com muito vinho. Não tínhamos pressa, a comida era boa e o convívio estava animado, talvez pela casta da pinga que se revelara boa e abundante. Logo a seguir ao almoço e ao digestivo, retomamos a missiva com a promessa do “manda mais” de que o passeio da tarde seria mais ameno. Começamos por subir ao alto da serra de Arga, o dia era de sol, a paisagem deslumbrante. Os líderes deviam ter a barriga cheia para andarem tão devagar dando-me tempo para apreciar a paisagem. Enganei-me! Mais à frente, paramos, foi-nos dada a indicação de que iríamos entrar numa antiga pista de MotoCross. Quem quisesse ia andar, os outros ficavam a assistir. Todas as motos de duas rodas entraram, azar o meu, a minha também as tinha. Não dei parte de fraco, entrei. Primeira, segunda, terceira, curva à esquerda, cuidado! Um salto, não me posso esquecer que quando estou no ar devo acelerar para erguer a roda da frente e travar no pedal de trás para a baixar a fim de aterrar com as duas rodas ao mesmo tempo. Reduzo para segunda, travo para a curva à direita, outro salto, atenção! Uma moto à frente, tenho que ultrapassá-la, terceira, quarta, já está, curva fechada, travo a fundo e reduzo para segunda, grande salto, que emoção! Parecia que a força da gravidade enfraquecia a cada salto, o álcool da hora do almoço bebera-me o medo, o calor da corrida fundira-me com a moto, éramos a mesma engrenagem. Estava possesso! Uma longa recta à frente, outra moto, cá vou eu, quarta, quinta a fundo, está no papo! Ao longe, reparo numa sombra de árvore que cruza a minha rota, mas, ao aproximar-me, esta materializou-se, travo a fundo, não sei se vou escapar. Subitamente, sinto um grande embate na minha traseira, que me projecta pelo ar, a adrenalina transborda, parece que toda a minha vida passa pela minha mente. Tudo fica calmo e resignado, até me aperceber que o chão que me ia amparar também me iria castigar. Foi implacável! Embati com tanta violência que quase perdi os sentidos. De início, não senti dor, não percebi o que acabara de me acontecer. A lucidez foi-se clareando e, quando dei por mim, à minha volta e do meu rival estavam os restantes colegas. Estavam em pânico, não sabiam o que fazer, se chamar a ambulância, se ligar às nossas famílias, se nos prestar os primeiros socorros… O meu colega queixava-se do joelho, eu só estava dorido, o equipamento que vestia tinha provado o seu valor. Acabamos por nos levantar, pegar nas motos e continuar a viagem, porém a euforia tinha-se esmorecido. Depois do aparato, pouco mais caminho percorremos, o nosso incidente havia aturdido os outros, seguimos para o tasco. - “Espectáculo este dia, se não fosse o tombo”, dizia um. - “Temos que ser duros”, dizia o outro. - “Não aguento do joelho”, queixava-se o ex-rival. Com as abundantes “Minis”, as conversas perdiam a seriedade e tudo eram bocas, brincadeira e risota, o convívio acendera-se. Todos falamos das nossas façanhas e aventuras e todos tínhamos no olhar uma expressão de satisfação, além de estarmos orgulhosamente sujos como uma estátua humana castanha clara, cor de terra. 20
  • 21. Acabado o convívio, dirigi-me para casa, arrumei a moto, sem dó, estava exausto, só queria um banho e dormir. Para meu regozijo, a minha mulher esperava-me à porta da cozinha, olhei-a nos olhos, momento lindo, devia ter saudades minhas, pensei, disse- lhe “olá”, inclinei-me e procurei o beijo, ela respondeu desviando a cara: -“ Sim senhor, vens lindo! Não penses sequer entrar em casa nesse estado, despe-te aí e depois vai directo ao banho, depois falamos!” É o amor, umas vezes aconchega, outras deixa-nos de rastos… 21
  • 22. Identificação Henrique Manuel Lima Pais Natural de Fornelos Ponte de Lima Casado, pai de um menino de quatro meses “Henrique Júnior” Profissão: Carpinteiro Experiência Profissional: Ao longo do meu percurso profissional trabalhei sempre numa empresa familiar no ramo da carpintaria, da qual sou sócio, sediada em Fornelos, concelho de Ponte de Lima. Razão da Frequência do Curso EFA: Realização pessoal, desenvolvimento das minhas competências e aprendizagens e, obviamente, concluir o 12º ano; Sugestões e críticas: Reconheço que ao longo do meu percurso na frequência do Curso EFA, adquiri competências, concretizei novas aprendizagens, conheci novas pessoas com quem estabeleci laços de amizade e companheirismo. Porém, creio que os referenciais, são repetitivos, e muitas vezes, não são adequados ao nível dos formandos e contrariaram as minhas expectativas de aprendizagens. Não obstante, a frequência do Curso EFA tem contribuído para o meu enriquecimento pessoal e tem-me proporcionado excelentes conhecimentos que de outra forma dificilmente adquiriria. Hobbies: Nos meus tempos livres, actualmente escassos devido ao facto de ter sido recentemente pai, dedico-me à caça e à pesca como amador. Opção pelo tema: Paternidade recentemente fui pai, o meu quotidiano e a minha pessoa sofreram algumas alterações. 22
  • 23. TEMA: Como a paternidade transforma! É uma experiência única e maravilhosa. Nunca eu imaginei que um filho pudesse transformar a vida de tal forma que é difícil para mim descrevê-la. As mudanças começam no tempo de gestação, a barriga da mãe vai crescendo e à minha volta reparo em todas as mulheres que estão grávidas, é nesta altura que nos damos conta das mesmas situações que nos rodeiam. O dia do parto foi chegando e esta espera causa stress e ansiedade. Mas vale a pena! Só quem passa por esta experiência é que sabe o que é receber nos braços o seu filho! Posso dizer que nesse dia a minha felicidade era imensa, ter o meu filho nos braços, ouvir o primeiro choro e o primeiro sono. O nascimento foi de cesariana, o que causou um pouco de angústia, é claro que são coisas que dizem respeito à mulher, mas causa uma certa inquietação. Até ao momento crucial, a preocupação era praticamente só da mãe, mas a partir desse dia passou a ser dos dois. Durante a noite acordava várias vezes preocupado em saber se estava tudo bem com ele, à medida que o tempo vai passando, o carinho vai crescendo cada vez mais. Actualmente, meu filho tem quatro meses e já desenvolveu muito, é uma fase muito delicada o que implica uma grande dedicação de tempo para o acompanhar o seu crescimento e proporcionar-lhe o bem estar inerente á sua idade. É sem dúvida a minha prioridade dando-lhe todo o meu carinho, pegar nele ao colo, ser presenteado com os seus sorrisos e poder adormecê-lo no meu colo. 23
  • 24. Identificação: Laurinda da Conceição Fernandes Cerqueira Pais Natural de Fornelos, concelho de Ponte de Lima Casada, mãe de um menino de quatro meses “Henrique Júnior” Profissão: Funcionária Administrativa Experiência Profissional: Actualmente, exerço a minha actividade profissional numa empresa familiar do ramo da carpintaria, da qual o meu marido é sócio, está sediada em Fornelos, concelho de Ponte de Lima. Razão da Frequência do Curso EFA: Conclusão do 12º ano, Realização pessoal e desenvolvimento das minhas competências e aprendizagens. Sugestões e críticas: Ao longo do meu percurso formativo, cresci como pessoa, desenvolvendo novas competências e novas aprendizagens. Em simultâneo, travei novos conhecimentos pessoais e sociais com os formandos e formadores. Hobbies: Nos meus tempos livres, acompanhava o meu marido à caça e pesca aproveitando esses espaços para ler e caminhar, ocasionalmente, dava passeios em bicicleta. Actualmente e devido à minha recente maternidade, dedico todo o meu tempo ao meu filho e ao sue respectivo crescimento, pois o tempo de criança é muito curto e eu não quero perder nenhum momento das aprendizagens e descobertas do meu filho. Opção pelo tema: Deve-se ao facto de ter sido recentemente mãe e da maternidade me ter transformado como pessoa, mulher e mãe. 24
  • 25. TEMA: “A descoberta de ser mãe” A descoberta de ser mãe foi uma grande alegria. Sentir algo dentro de mim a desenvolver-se é gratificante. Os primeiros meses são de bastantes enjoos, mas nada que eu não esperasse, e logo a barriguinha começa a crescer e o bebé começa a dar os primeiros movimentos é aqui que, verdadeiramente, se começa a sentir, a responsabilidade do que carregamos dentro de nós. O mais emocionante é a eco grafia em que se pode ver, nitidamente, o bebé e os seus movimentos, a descoberta do sexo, logo se começa a tirar as suas feições. Nos últimos tempos de gravidez, o bebé está desenvolvido e os movimentos sentem-se cada vez mais, a barriga é cada vez maior, o desejo que ele nascesse era grande mas nem assim ele se apressou. Foi para a maternidade com o tempo acabado e ele não queria nascer, ao fim de algumas tentativas para o fazer sair cá para fora fui para uma cesariana muito cansada e os sinais vitais do bebe eram bastante fracos. Ao fim de algumas horas de sono, finalmente, acordo e vejo o meu marido. Estava com ar de felicidade e cuidadosamente segurava um embrulhinho no colo, que delicadamente o põe nos meus braços para dar a primeira mamada. Apesar de estar muito fraca, senti uma felicidade imensa. É aqui que começa a verdadeira mudança nas nossas vidas, as noites mal dormidas, os choros a qualquer hora, as mamadas, a muda de fraldas, tudo é novo para nós. Toda a minha dedicação é para o meu filho. Nestes últimos quatro meses vivi uma experiência extraordinária: acompanhar o crescimento, um simples sorriso dele, sentir e conhecer as suas vontades. Sinto-me uma mulher realizada por ter concebido uma criatura tão maravilhosa que me dá tanta alegria, e sinto que é o principio de um longo caminho juntos. 25
  • 26. O suspeito do costume Chamo-me José Caçador. Sou natural de Ponte de Lima. Casado. 2 Filhos. Sou Assistente Operacional (Condutor de Pesados e Veículos Especiais). Hobbies /Interesses: música, coleccionar histórias de bandas musicais, filmes e jogar futebol. Frequento o curso EFA - Nível Secundário para valorização pessoal e caso apareça uma oportunidade para concorrer a outro género de trabalho que não seja conduzir camiões. Digitalizei alguns dos bilhetes, passes de concertos e festivais que guardo religiosamente para os apresentar neste livro. Deixei para o fim o bilhete do concerto que vou ver este ano. A minha paixão pela música Gostar muito de música faz parte integrante da minha vida. Creio que já nasci a gostar de música. Não concebo a minha vida sem ela! A música tem-me fornecido marcos de referência para memórias pessoais, as quais as associo muitas vezes a situações bem reais. Na casa dos meus pais havia um "velho" rádio de válvulas que era pouco usado até eu começar a interessar-me por ele. Era o único em casa que o usava. Ainda recordo o som que saía do velho aparelho a válvulas, aquecia muito com o calor das válvulas acesas e dava uma luz fraca, mas isso não importava desde de que funcionasse. Mais tarde, o meu pai comprou um aparelho, parecia um baú abrace a tampa e lá dentro tinha um gira discos de um lado e um rádio do outro, esse aparelho ainda funciona. 26
  • 27. Foi nesta estação emissora onde começaram a romper, com o tempo, figuras ascendentes do “pop” e do “rock” nos finais dos anos 60 e inícios de 70. Havia um programa chamado “Musical Cassete”, tinha a duração de uma hora, não falava. Os ouvintes enviavam uma lista com os grupos que queriam ouvir e ao fim de 30 minutos davam tempo para virarmos a cassete para gravar do lado “B”. Rádio Popular de Vigo emitia aquela “música”, a que eu queria ouvir. Foi onde comecei a ouvir grupos estrangeiros de “rock”, porque as emissoras nacionais não passavam desse tipo de música. Os programas das rádios da época não eram muito bons, passava pouca música “rock”, recordo-me que a emissora que mais sintonizava era a “Rádio Popular de Vigo” conselho dado por o meu tio que sabia que eu gostava de música. Nos anos 80, passei a ter uma aparelhagem HI-FI com comando, constituída por módulos com gira discos, amplificador, sintonizador de rádio, equalizador, compact disc, duplo deck de cassetes e 2 colunas de 100W cada uma, à qual liguei também à televisão para o som sair nas colunas do aparelho, agora também ligo o “mp4”. Sempre acompanhei a evolução dos aparelhos de música. Foi nesta época que iniciei as minhas idas a concertos e a festivais, principalmente, ao de “Vilar de Mouros”, considerado o “woodstock” português. Nessa época, comecei a comprar discos de vinil dos “Pink Floyd”, “Rolling Stones”, “Supertramp”, “Jethro Tull”, “Led zepplin”. Depois, apareceram os “CDs”, cada vez que comprava um gravava uma cassete. Agora gravo um “CD”para não estragar o original, tenho na garagem caixas cheias de cassetes. Gosto de ser considerado como uma pessoa apreciadora de música porque é aquilo que mais me preenche, ocupando-me a maior parte do tempo. O som acompanha-me para todo o lado, durante o meu trabalho, nos momentos de lazer, entro no carro ligo a chave e começa logo a “deitar música”. Um dia destes, fui buscar o meu pai e como ele não gosta muito de música desliguei o rádio e ele, pelo barulho da roda do meu carro, disse: - “Tu não ouves?” –“ Não, não ouço nada” - respondi. – “O carro tem o rolamento da roda direita gripado!”- afirmou o meu pai Como é que podia ouvir que o rolamento estava gripado se a música anda sempre ligada. 27
  • 28. É com isto que me identifico. A música para mim é mais do que as melodias ou os acordes, faz parte da minha vida, porque, quando se faz uma coisa durante quarenta anos, ela fica a fazer parte de nós, torna-se uma extensão do nosso corpo. Nunca estudei nem aprendi a tocar nenhum instrumento, o meu interesse é apenas pela música em si, é a única coisa que me desperta a atenção. É uma questão de adrenalina. Há uns grupos musicais que gosto mais do que outros mas ouço de tudo de um modo espontâneo e verdadeiro porque a música também é comunicação, faz me sentir seguro. A música faz-me acertar as ideias e ter disciplina, gosto de diferentes estilos e sonoridades integrando cada um deles no seu contexto. Dá-me imenso prazer, apesar de estar a lidar por vezes com sons e conceitos completamente diferentes. A possibilidade de lidar com a diversidade de estilos sonoros e passar de um para o outro é essencial para mim. Acho que a música tem vindo progressivamente a evoluir e nunca se fez tão boa e variada música como nos anos 60 e 70, época em que aparecem os melhores grupos, isto na minha opinião. A música é magia, tem o poder de influenciar o nosso estado de espírito. É difícil encontrar uma única parte do corpo que não sofra a influência dos sons musicais. Algumas notas produzem estímulos que levam à euforia como o rock, as notas musicais mais suaves levam as pessoas a ficarem mais calmas e mais felizes. Outras estimulam a criatividade, mexem com os neurónios e estes ficam mais activos e raciocinamos com mais clareza, outras ainda dão concentração, os sons libertam vibrações que proporcionam prazer e relaxamento. A música tem o poder de induzir estados emocionais gerando bem-estar, mas o contrário pode também acontecer, algumas transmitem desconforto e tristeza, principalmente as canções de amor que estão sempre centradas no "outro" que se perdeu ou na tristeza que ficou pelo afastamento. Ouvir música faz bem, faz levantar a nossa auto-estima, traz-nos boas vibrações (good vibrations). Temos de ouvir um bocadinho de tudo desde “Bach”, “Mozart”, “Strauss” até “Heavy metal” para "descarregar", um vira para divertir ou um samba para abanar o esqueleto. A música invade os nossos pensamentos sobre (focando) momentos, situações, gerações, locais e torna-se libertadora. 28
  • 29. Quantas vezes recordamos uma música que nos fez passar bons momentos com determinada pessoa; ao som da música, choramos, saltamos da cama fazendo-nos começar bem o dia, estudamos, viajamos, sorrimos com determinada música, apaixonamo-nos, criamos fantasias, dançamos, pulamos. A música mexe connosco, com todos os nossos sentidos. Há uma infinidade de estilos musicais mas o que gosto mais é de “rock” em todos os seus géneros e subgéneros em que se dividiu ao longo dos tempos. Rock é um termo que define o género musical mais popular que se desenvolveu durante e após a década de 1950. As suas raízes encontram-se no “rock & roll” e no “rockabilly”, tendo aparecido nos Estados Unidos da América no final dos anos quarenta e início dos cinquenta. Evoluiu do blues, da música “country” e do “rhythm & blues”, entre outras influências que ainda incluem o “folk”, o “gospel”, o “jazz” e a “música clássica”. Todas estas influências deram origem a uma mais simples baseada nos blues, forma musical vocal ou instrumental que se baseia no uso de notas tocadas ou cantadas numa frequência baixa, com fins expressivos, evitando notas de escala maior e que utiliza sempre uma estrutura repetitiva. Nos Estados Unidos, surgiu a partir dos cantos de fé religiosa, chamados espirituais e de outras formas parecidas, como os cânticos, gritos e canções de trabalho, cantados pelos escravos da África Ocidental. No final da década de 1960 e início dos anos 70, o rock desenvolveu diferentes subgéneros. Quando foi misturado com a “folk music” ou com o blues ou com o jazz, este originou o “folk rock”, o “blues-rock” e o “ jazz-rock”. Na década de 1970, o rock sofreu novas influências de outros géneros como a “soul music”, o” funk” e de diversos ritmos de países latino-americanos. Ainda nesta década, o rock criou uma série de outros subgéneros, tais como o “soft rock”, o “glam rock”, o “heavy metal”, o “hard rock”, o “rock progressivo” e o “punk rock”. Já nos anos oitenta, os subgéneros que surgiram foram a “New Wave”, o “punk hardcore” e “rock alternativo”. Por fim, na década de 1990, os subgéneros criados foram o “grunge”, o “britpop”, o “indie rock” e o “nu metal”. Para além dos clássicos do Rock & Roll da década de 50 como: “Chuck Berry”, “Little Richard”, “Jerry Lee Lewis”, “Fats Domino”, “Bill Haley and thecomets”, “Car Perkins”, “The Evrly Brothers”, “The Beacheboys” e tantos outros da mesma época, também admiro o Rock sinfónico, subgénero do rock progressivo, que inclui a maior parte dos artistas do género, especialmente no fim dos anos 60 e durante a década de 70 quando atingiu o seu pico. O rock progressivo teve o seu principal foco na Inglaterra mas com repercussões no mundo inteiro, especialmente na Itália, Estados Unidos e Suécia. O rock tem uma forte influência da música clássica com adições psicadélicas e experimentais, comuns no fim dos anos 1960. O termo sinfónico vem do uso de orquestras sinfónicas na composição da música, porém raras eram as bandas que tocavam ou compunham com orquestras. Uma excepção é o Deep Purple, ainda na sua fase progressiva, quando compôs a música April. 29
  • 30. Este subgénero extraído do rock é sinónimo de rock progressivo clássico (ou clássico progressivo). De facto, com excepção de bandas como Jethro Tull e Pink Floyd, a maioria das bandas da década de 70 pertencem ao estilo, tais como Yes, Genesis, Camel, Renaissance e Emerson, Lake and Palmer. Rock progressivo (também abreviado por prog rock ou prog) é um estilo de rock que surgiu no fim da década de 60, na Inglaterra. Conseguiu tornar-se muito popular na década de 70, possuindo ainda hoje muitos admiradores. Há composições longas, por vezes atingindo 20 minutos ou mesmo a duração de um álbum inteiro, como é o caso de Echoes, Shine on you Crazy Diamond e Atom Heath Mother do Pink Floyd, Thick as a Brick da banda Jethro Tull, com melodias e harmonias complexas. Estas são muitas vezes chamadas de épicos e são a melhor aproximação do género à música clássica. Também admiro bastante o “Blues” o qual sempre foi rodeado de lendas e mistérios. Há quem diga que o demónio é quem concede o dom e a inspiração aos “Bluesmans”. Esse argumento além de místico contradiz os factos históricos. Se o Blues surgiu da instrumentalização das “Work-songs” (canções de trabalho) e dos Espirituais que não eram mais do que cantos religiosos praticados pelos negros escravos no sul dos Estados Unidos, fica no mínimo incompatível associar a primeira hipótese com a segunda, a menos que Deus e o diabo andem de mãos dadas, mas que para mim é muito bom disso não tenho a menor duvida. Este é o bilhete para assistir ao concerto do ano. A música também é uma forma de arte e cultura. “Se eu podia viver sem a música? Podia, mas não era a mesma coisa” “Os filhos do Rock & Roll sejam bem-vindos”. (Miguel Rios) Histórias de músicas, factos e curiosidades por detrás das bandas Conforme ouvia histórias acerca de determinadas bandas ia apontando numa agenda. Comecei a escrever da última para a primeira página das quais resolvi reproduzir algumas, assim como uma música da respectiva banda. 30
  • 31. 13 Ruas da cidade de Dartford, uma cidade situada no Condado de Kent, no sudeste da Inglaterra, a 25 kms do centro de Londres, vão ser baptizadas com o nome das canções dos Rolling Stones. Já se viu a passear pela rua “Satisfaction”em homenagem à canção ou pela “I Can’t Get No Satisfaction”, ou pela “Sympathy” da canção “Sympathy For The Devil”? Março de 1965, o pianista Português Sérgio Varela Sid dá uma conferência de imprensa onde expressa o seu ódio pelos Rolling Stones devido ao fracasso do seu recital numa das salas do City Hall Sheffield em Inglaterra, a causa de tão grave problema: os Rolling Stones tinham dado um concerto à mesma hora noutro canto do local. Depois de uma noite de copos em casa do guitarrista Keith Richards, o líder e vocalista dos “Rolling Stones”, Mick Jagger, acordou de manhã com um barulho e perguntou: - Que barulho é este? – Não te preocupes que é o Jack o meu jardineiro. – respondeu Keith E assim surgiu a música “Jumpin' Jack Flash”. Em Março de 1976, o guitarrista dos “Free”, Paul Kossoff, morreu de ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Nova York tendo apenas 26 anos de idade, no entanto, já tinha uma longa história com drogas. Meses antes, durante um espectáculo desmaiou e o seu coração parou de bater durante 35 minutos. ZZ Top é uma banda de Rock formada no ano de 1969 no Texas. A imagem que identifica os “ZZ Top”é as gigantescas barbas de Billy e Dusty. Já Frank Beard não usa barba (curiosamente Beard significa” barba” em inglês). Em 1984, a marca ‘Gillette’ ofereceu 1 milhão de dólares para Billy e Dusty aparecerem num anúncio sem barba mas eles recusaram. 31
  • 32. Janis Joplin, quando foi apresentada ao empresário de Bob Dylan, caiu ao chão num estado deplorável de embriaguez. Só foi contratada no dia seguinte. Joplin morreu de overdose de heroína pura e álcool. Kris Kristofferson, actor e cantor Country, autor da música “Me and Bobby McGee” popularizado por Janis Joplin, de tão embriagado que estava no fim de um concerto, disse ao público para passar pela bilheteira para levantar o dinheiro do bilhete. Sid Vicious que fazia parte dos “Sex Pistols”, banda punk rock, interpretou a canção de Claude François “Comme d'habitude” em 1968, Frank Sinatra lançou a versão Inglesa, adaptada por Paul Anka, foi um dos seus maiores clássicos “My way” (À minha maneira). Sid Vicious era um jovem selvagem e perturbado, pretendia atingir a fama muito rapidamente. Sid personificou tudo o que os “Sex Pistols” desejavam representar; era cruel e autodestrutivo, viciado em heroína, praticava a autoflagelação e vivia de modo perturbador. Sid e a namorada, Nancy Spungen, foram considerados o casal mais perturbado do ano, a sua relação era muito problemática. Nancy trabalhava como prostituta para sustentar o seu estilo de vida e a sua dependência química, numa manhã de Outubro Sid telefonou para a recepção do hotel a informar que quando acordou, encontrou a namorada morta. Quando a polícia chegou, encontrou Nancy deitada na banheira, encharcada em sangue, com uma faca de churrasco espetada no abdómen. Ainda drogado, Sid foi indiciado por assassinato. Foi preso, mas poucos dias depois foi libertado quando o ex- empresário da banda pagou a fiança de cinquenta mil dólares, graças à Virgin Records. Sid voltou a drogar-se deitando-se na cama. Sua mãe, Berverly, saiu de Inglaterra para tomar conta dele por recear que Sid fosse preso com drogas na rua. Era a própria mãe que lhe fornecia as drogas. Sid morreu aos 21 anos, na manhã de 2 de Fevereiro de 1979 de overdose de heroína. Suicidou-se por não conseguir viver sem Nancy. “ Este romance tornou-se na versão de Romeu e Julieta do mundo do punk rock”. Os Pink Floyd, para a música Another Brick in the Wall (Parte II), precisavam de um grupo coral estudantil, foram ao professor Alun Renshaw da Islington Green School que ficava perto da Britannia Row Studios. A meio de uma aula, fizeram o convite para os alunos participarem no coro, o que os deixou muito contentes, mas foram impedidos de ouvir o resto da música depois de cantarem, ficaram decepcionados pois gostariam de ouvir o solo de guitarra de David Gilmour. 32
  • 33. As vozes do grupo coral foi sobreposta doze vezes para dar a impressão que havia muitos alunos a cantarem. Apesar de o colégio receber mil libras pela actuação dos alunos, estes só receberam o equivalente a quinhentas libras e uma cópia do disco The Wall. Ofereceram US$250 milhões para que os Pink Floyd fizessem uma tournée mundial, mas a banda deixou bem claro que não tinha intenções de se reunir, a não ser por motivos de beneficência como no Live 8. Os irmãos Malcolm e Angus Young não sabiam que nome dar à sua banda e como ensaiavam na garagem tiraram o nome “AC/DC” da parte de trás da máquina de costura da irmã mais velha, Margaret Young. "AC/DC" é a abreviatura de "alternating current/direct current" (que em português significa "corrente alternada/corrente contínua"). Pete Townshend, o guitarrista dos “The Who”estava a fazer experiências com o amplificador para fazer feedback e como tinha o hábito de pôr a guitarra para cima, esta bateu no tecto e partiu-se, ficando furioso esmagou-a ao bater com ela contra o palco, houve pessoas que gostaram e passou a ser a forma artística de Pete se exprimir. Por acidente, os “The Who” descobriram a sua imagem de marca: destruir os instrumentos durante os concertos, o que no início da carreira só lhes dava prejuízo. Foram os autores da ópera rock “Tommy” que obteve um grande sucesso ao misturarem música clássica com rock. Esta composição conta a história de um miúdo que presenciou o padrasto a matar o seu pai, no entanto, a mãe e o padrasto insistem que ele não viu nada, assim ele torna-se cego, surdo e mudo. Já adolescente, Tommy é campeão de pinball (flippers) trazendo fama e fortuna para a sua família. Os “Led Zepplin” reuniam-se na mansão do guitarrista Jimmy Page para ensaiar e numa dessas ocasiões, em Setembro de 1980, John Bonham, o baterista morreu sufocado pelo próprio vómito após ter bebido 40 doses de vodka com sumo de laranja. Os colegas só o encontram no dia seguinte pondo fim à carreira dos Led Zepplin. 33
  • 34. A pequena localidade de exploração mineira de Fochriw no sul do País de Gales perdoou Tom Jones por ter, alegadamente, roubado uma galinha em 1963. Depois de uma actuação de Jones em Fochriw, terá havido um concurso de rifas, no qual o vencedor levaria o dito galináceo para casa como prémio. A seguir ao término do espectáculo gerou-se uma grande confusão, momento em que Tom Jones aproveitou para se 'escapulir' levando consigo a galinha. Len Davies, 80 anos, residente nessa pequena vila, testemunhou os acontecimentos que resultaram na expulsão do cantor da localidade. As suas recordações do incidente não são exactamente as mesmas de quem nessa altura expulsou Tom Jones: "Houve uma luta e a galinha tinha desaparecido. Tom ficou com as culpas.” David Bowie, mais conhecido como "o camaleão do rock", em 1977 encontrava-se em Berlim para gravar um álbum, o qual foi inspirado na observação, através da janela da editora discográfica, de um encontro de dois amantes que se reuniam à sombra do "Muro da Vergonha" sempre à mesma hora, chegava uma mulher, sentava-se num banco junto ao muro, esperava pelo amante vindo do outro lado e no fim do dia ia um para cada lado. O álbum tem o nome de “Heroes” . Os Milli Vanilli tiveram de devolver o grammy que ganharam pela canção “Girl you know it’s true” de 1989 quando foram descobertos que não eram eles que cantavam numa actuação ao vivo na MTV, na frente de uma audiência, a música ficou presa, começou a saltar e a repetir sempre o mesmo verso. Jimi Hendrix é considerado o maior guitarrista da história do rock, deu um concerto em 1968 na escola de Seattle de onde tinha sido expulso e até lhe deram a chave da cidade. Hendrix tinha o hábito de queimar as guitarras no final dos concertos. Uma das guitarras que ele destruiu no fim do Miami Pop Festival em 1968 deu-a a Frank Zappa, que, mais tarde, a reconstruiu e tocou com ela durante os anos 70 e 80. 34
  • 35. Bob Marley, cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o músico mais conhecido de reggae de todos os tempos, quando andava em digressão comprava equipamentos de futebol para os miúdos pobres de Kingston. Descobriu que estava canceroso quando espetou um prego no pé a jogar descalço. Gostava tanto de jogar futebol que, mesmo doente, um mês antes de morrer, em Maio de 1981 ainda ia jogar futebol. Ainda pouco conhecidos, os “U2” faziam a 1ªparte dos concertos dos “Stranglers” e, em 3 de Agosto de 1982, estiveram no festival de Vilar de Mouros em que o cabeça de cartaz era Elton John. «Gloria», «Rejoyce», «I Will Follw», «Fire», «Celebration» foram temas que puseram a assistência ao rubro. Foi perguntado a Bono se ainda se lembrava desse concerto, o qual respondeu que sim, em especial do Vinho Verde. Na parte final do concerto, Bono tinha subido para as colunas de som e contagiado pelo ambiente de euforia que se vivia, gritava «The next time you are in Dublin, ask for me!» (quando estiverem em Dublin perguntem por mim), equilibrando-se lá bem em cima, fingindo que se ia atirar sobre o público. A música "Smoke on the Water" (fumo na água) da banda britânica de rock Deep Purple foi lançada pela primeira vez no seu álbum Machine Head, de 1972, ficando famosa por ter um dos “riffs” de guitarra mais conhecidos e tocados da história do rock. A letra da canção fala de uma história verídica: em 4 de Dezembro de 1971, os Deep Purple chegaram a Montreux, na Suíça, para gravar um álbum usando o estúdio de gravação móvel (alugado dos Rolling Stones e conhecido como Rolling Stones Mobile Studio, chamado de "Rolling truck Stones thing" e "the mobile" na letra da música) no complexo de entretenimento que fazia parte do Casino de Montreux (chamado de "the gambling house", "casa de apostas", na letra). Na tarde da sessão de gravação, os Deep Purple estavam a assistir a actuação do Frank Zappa e The Mothers of Invention no teatro do casino, durante o concerto, no meio do solo de sintetizador de "King Kong", este incendiou-se e alguém na plateia disparou um sinalizador no tecto de ratã (o que é mencionado no verso "some stupid with a flare gun", "um idiota com um sinalizador"). O incêndio destruiu todo o complexo do casino, juntamente com todo o equipamento dos Mothers. O"fumo na água" que se tornou no título da canção (atribuído ao baixista Roger Glover) referia-se à fumaça vinda do fogo, que se espalhou pelo lago de Genebra. 35
  • 36. O nome da banda Jethro Tull vem do agricultor que inventou a semeadora. Ian Anderson, líder, cantor, compositor, guitarrista e flautista britânico, mais conhecido por ser o líder da banda de Rock Progressivo, Art Rock, Folk Rock, Celtic/Medieval, Hard Rock, é um bem-sucedido como empresário sendo dono de diversas quintas com viveiros de salmão. De acordo com o jornal Sunday Herald, o seu grupo de empresas está avaliado em mais de 1,8 milhão de libras. A história da música “Billie Jean” é baseada em factos reais: uma admiradora de Michael Jackson fica grávida, escreve dizendo-lhe que se não aceitar ser o pai da criança suicida-se. Na canção, Mickael Jackson tenta desmentir a mulher mas, ao mesmo tempo, fica em dúvida se realmente é o pai da criança. Peter Gabriel fundou o “Genesis” em 1967 enquanto ainda era aluno da Charterhouse School aos 17 anos. Tornou-se famoso por ser vocalista, flautista e líder da banda de rock progressivo. Em 1975, saiu da banda zangado com os demais elementos. Peter também esteve envolvido em diversas causas humanitárias. Em 1980, escreveu uma canção de protesto intitulada "Biko" dedicada a Steve Biko um conhecido negro sul-africano anti-apartheid activista. Biko foi detido pela polícia sul- africana no fim de Agosto de 1977. Após ter sido detido por vários dias, foi interrogado na sala 619 da Rua Walmer, prisão em Port Elizabeth, Eastern Cape, durante o qual sofreu ferimentos graves na cabeça. Biko foi transferido para uma prisão em Pretória, onde morreu pouco depois, em 12 de Setembro de 1977. Gabriel costuma tocar a música no final dos concertos, incentivando o público a cantar. Sonny Boy Williamson adoptou o nome de um artista já falecido, o primeiro Sonny Boy Williamson (John Lee Wiliamson). A resposta só surgiu em 1997 por William E. Donoghue. O verdadeiro nome de Sonny é Rice Miller, foi preso por roubar uma mula preta de uma quinta. Para não ser apanhado, pintou o animal de branco. A mula, com o suor e a chuva, voltou à sua cor normal e Rice Miller acabou na prisão de Angola, a mais terrível prisão para negros do sul dos EUA. Apesar do crime ser pouco significante, Rice Miller apanhou uma pena longa porque era negro. Miller conseguiu fugir e quando começou a fazer um programa na rádio KFFA de Helena, teve que arranjar outro nome para não ser identificado. Escolheu o nome de um músico famoso em todo o sul dos EUA mas que já tinha falecido, a escolha deve-se ao facto da sua morte não ter sido amplamente divulgada. Nascia, nesse momento, o mito Sonny Boy Williamson II 36
  • 37. Eric Patrick Clapton nasceu no dia 30 de Março de 1945 na Inglaterra. Ganhou sua primeira guitarra aos 13 anos e interessou-se pelos Blues tocados por Robert Johnson e Muddy Watters. Quando Clapton e George Harrison gravam os solos de “While My guitar Gently Weeps”, do álbum branco dos Beatles, Clapton apaixona-se pela mulher de Harrison. Um álbum ao vivo da tournée com Delaney & Bonnie é lançado em 1970 e, no mesmo ano, saiu o primeiro álbum a solo do guitarrista. Juntamente com dissidentes da banda, forma o “Derek and The Dominos”, com quem lançou um de seus maiores sucessos, “Layla”, uma declaração explícita à esposa de George Harrison com quem viria a casar mais tarde. É considerado um dos melhores guitarristas da história. Buddy Guy nasceu em George Guy em 30 de Julho de 1936 em Lettsworth, Louisiana, é um guitarrista e cantor norte- americano de Blues e Rock. Conhecido por servir de inspiração a Jimi Hendrix e outras lendas dos anos 60, Guy é considerado um expoente do chamado Chicago Blues, tornando-se famoso por Muddy Waters e Howlin' Wolf. Cresceu sob os conflitos da segregação racial onde as casas de banho, restaurantes e os assentos dos autocarros eram separados para brancos e negros. Com sete anos de idade, Buddy fez a sua primeira “guitarra”, um pedaço de madeira com duas cordas amarradas com os ganchos de prender o cabelo de sua mãe. Passava o tempo nas plantações e desenvolvia as suas “técnicas” musicais. Só ganhou a sua primeira guitarra verdadeira, um violão acústico Harmony que hoje se encontra no Hall da Fama do Rock and Roll em Cleveland, nos EUA, em 1955, com 19 anos, quando trabalhava na Universidade Estadual da Louisiana. Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, nasceu numa plantação de algodão a 16 de Setembro de 1925 em Itta Bena, perto de Indianola no Mississippi, Estados Unidos da América. Teve uma infância difícil. Aos nove anos de idade, o bluesman vivia sozinho e colhia algodão, trabalho que lhe rendia 35 centavos de dólar por dia. Começou a tocar em troco de algumas moedas na esquina da Igreja com a Second Street. No ano de 1947, partiu para Memphis, no Tennessi, apenas com sua guitarra e $2,50 dólares. Como pretendia seguir a carreira musical, a cidade de Memphis era o local onde se cruzavam todos os músicos importantes do Sul, sustentando uma vasta e competitiva comunidade musical em que todos os estilos musicais negros eram ouvidos. 37
  • 38. Os “Black sabth”, conhecidos principalmente pelos seus “riffs” vigorosos e pesados, tem como guitarrista Tony Iommi sendo que a sua trajectória poderia ter tido fim logo na juventude. Iommi trabalhava na indústria metalúrgica e cortou as pontas dos dedos numa máquina compressora de metais. Iommi ficou com os dedos médio e anelar da mão direita nas engrenagens da máquina. Tony consultou vários médicos, os quais o desencorajam de poder voltar a tocar guitarra. Tony vai até a casa de um amigo onde lhe é apresentado um guitarrista de música “underground” britânica o qual interpretava músicas de Blues apenas com os dedos indicadores e médio. Ao ouvir aquilo, sentiu - se encorajado novamente e resolveu tocar de novo. Para isso, Tony usa próteses de metal. Little Richard é um cantor, compositor e pianista considerado chave na transição do Rhythm and Blues para o Rock and Roll na década de 50. O Rock and Roll Hall of Fame site entrada em estados Richard que é o "arquitecto do Rock and Roll ".Em 1957, quando fazia uma viagem de avião, viu a asa direita a incendiar-se prometeu abdicar dos seus direitos e tornar-se pastor evangélico. A turbulenta vida pessoal de Jerry Lee Lewis era mantida em segredo do público até que, durante uma tournée britânica em 1958, a imprensa descobriu que a esposa do astro, então com 13 anos, era Myra Gale Brown, sua prima em segundo grau. A situação provocou um escândalo público e a tournée foi cancelada. O escândalo seguiu Lewis para casa na América e, como resultado, ele quase foi expulso do cenário musical. Quando era jovem, Chuck Berry passou três anos num reformatório por tentativa de assalto. Mas acusação pior viria em 1959, quando convidou uma índia apache de 14 anos, que conheceu no México, para trabalhar no seu clube nocturno em St. Louis. A moça acabaria por ser apanhada pela polícia, assim como Berry que foi acusado de entrar com uma menor nos limites do Estado com propósitos sexuais. Foi condenado a cinco anos de prisão e multado em 5,000 dólares. Chuck só saiu da prisão em 1963 e os seus dias de glória ficaram para trás. 38
  • 39. The Beach Boys, banda de “surf rock”, era formada por 5 membros dos quais 3 eram irmãos: Brian, Carl e Dennis Wilson. Dennis (bateria, teclado e vocal) era o único que praticava surf, desporto que lhe fez ganhar o segundo lugar num torneio no Hawaii. Há muitas histórias para contar porque o cenário musical é imenso e está cheio delas, de músicos e de músicas, algumas caricatas, algumas mais alegres e outras mais tristes… (O mundo da música é infinito, assim sendo as suas histórias são inesgotáveis, algumas caricatas, algumas alegres e outras mais tristes…) 39
  • 40. Eu sou a Cecília. Sou formanda da turma 1 dos cursos EFA-Nível Secundário, da Escola Secundária de Ponte de Lima. Em cada núcleo gerador é-nos proposto fazer uma actividade em grupo sobre o tema que estamos a dar nos DR’s, para ser apresentado no final do núcleo gerador às outras turmas dos cursos EFA. Assim, nesta actividade foi- nos solicitado a produção de um texto com tema à nossa escolha, posteriormente vai ser produzido um livro digital com os nossos trabalhos. No final do Núcleo Gerador em causa, vamos apresentá-los. Vou falar um pouco sobre a falta de civismo e responsabilidade dos condutores e dos peões. Cada vez mais se encontram carros mal estacionados e parados na rua de qualquer maneira. Chegou e parou como bem lhe apeteceu, quem quiser que se desenrasque para passar ou estacionar. Vê-se muito destas situações na nossa vila, que até nem é uma vila grande, nem tem muita confusão ou trânsito. Por vezes, as autoridades até multam alguns condutores que comentam tais infracções, mas se identificarem os carros como sendo de alguém conhecido já não o multam. As multas devem ser iguais para todos e as autoridades não podem ligar ao estatuto da pessoa, mas por vezes, aquelas que nós achamos sendo mais cultas, são as que mais infracções cometem, mas porquê? É uma falta de civismo e desrespeito pelos outros condutores e até para os peões quando um condutor pára o veículo de qualquer maneira só para ir à caixa de multibanco levantar dinheiro ou à padaria comprar pão e parou ali porque é mais perto e cómodo e não tem de andar à procura de estacionamento, quem quiser passar que espere, afinal ele está parado na passadeira e os peões têm primeiro que deixar passar os veículos e só depois é que podem atravessar. Uma das situações é um condutor buzinar como sinal de protesto em situações inoportunas como em filas de trânsito, A falta de civismo dos condutores e dos peões Será civismo ou educação, onde anda um desses dois princípios fundamentais de interacção social? Quando um condutor se senta ao volante do seu veículo será que tem a plena consciência do que está a fazer? Como é possível nos dias de hoje, com tanta informação que temos, ainda haver tantos acidentes nas nossas estradas? Será falta de civismo e educação das pessoas? Todos os dias, vejo coisas que não são possíveis de entender, nós que somos um País que quer competir com as potências mundiais, as pessoas não têm respeito, paciência para com os outros condutores. 40
  • 41. quando um condutor deixa ir o veículo abaixo e não o consegue pôr a trabalhar, pois se os condutores fossem mais compreensivos as pessoas não ficariam tão nervosas e de certa forma acalmariam, e já não tinham tanta dificuldade em concluir a manobra. É de lamentar quando os condutores entram em conflitos uns com os outros, até chegam mesmo a tratarem-se mal verbalmente e por vezes partem para a agressividade, chegando mesmo a fazer uma perseguição ao outro condutor até conseguirem que esse pare, e daí partirem para a violência. A maioria das mortes nas estradas portuguesas devem-se à falta de civismo, quer pela velocidade alucinante a que determinadas pessoas se deslocam em estradas que não o permitem, quer pelas manobras feitas sem pensar nas consequências. Os condutores que conduzem sob o efeito do álcool, tornam-se pessoas mais optimistas, sensação de bem-estar, desinibidas, acham-se os melhores condutores do mundo, ficam eufóricas, e estes podem ser alguns dos factores mais perigosos para a condução, pois a pessoa sente-se melhor do que na realidade se encontra, adoptando, assim, comportamentos inadequados. Esses condutores põem a sua vida e a dos outros em risco. Como diz o velho ditado “mais vale prevenir do que remediar” e se conduzir não beba. No que diz respeito aos peões e condutores, verifica-se uma falta de civismo tanto por parte de uns como de outros. Os peões têm obrigações perante os condutores, dão-se muitos atropelamentos porque alguns não se dispõem a andar 5-10 metros até uma passadeira, no entanto, também sabemos que há condutores que não respeitam as passadeiras nem a intenção dos peões. Ainda há dias parei para deixar passar um peão e quase provocava um atropelamento porque o veículo ao meu lado não parou e aproveitou até a minha paragem para fazer uma ultrapassagem em cima da passadeira. Mas muitos peões também não ajudam nada, circulam pela estrada quando há passeios, atravessam as ruas onde muito bem lhes apetece, às vezes pelo meio dos cruzamentos, etc. Os peões não devem parar na faixa de rodagem ou utilizar os passeios de modo a prejudicar ou perturbar o trânsito. Os peões não cumprem a lei, aproximam-se das passadeiras e, sem verificar se o fazem em segurança, iniciam a marcha obrigando muitas vezes os veículos a terem que fazer travagens bruscas para que o acidente não se verifique. Outra situação que se vê frequentemente são os jovens a atravessar a passadeira, vão completamente entretidos a mandar mensagens no telemóvel sem se preocuparem se estão a fazê-lo em segurança. A travessia da passadeira deve fazer-se o mais rápido possível. 41
  • 42. Em relação à condução sob a influência do álcool, vou aproveitar por relatar uma carta escrita por um repórter que presenciou um acidente, causado por um jovem que conduzia embriagado e teve um grave acidente com uma jovem. A vítima, enquanto agonizava, falava e o jornalista anotava... Muito chocado. CARTA DE UMA JOVEM “Fui à festa, mãe. Fui à festa, e lembrei-me do que me disseste. Pediste- me que eu não bebesse álcool, mãe... Então, bebi uma 'Sprite'. Senti orgulho de mim mesma, exactamente do modo como me disseste que eu me sentiria. E que não deveria beber e de seguida conduzir. Ao contrário do que alguns amigos me disseram. Fiz uma escolha saudável, e o teu conselho foi correcto. Quando a festa finalmente acabou e o pessoal começou a conduzir sem condições, fui para o meu carro, na certeza de que iria para casa em paz. Eu nunca poderia esperar... Agora estou deitada na rua e ouvi o policia dizer: 'O rapaz que causou este acidente estava bêbado'. Mãe, a voz parecia tão distante... O meu sangue está por todo o lado e eu estou a tentar com todas as minhas forças não chorar... Posso ouvir os paramédicos dizerem: 'A rapariga vai morrer'...Tenho a certeza de que o rapaz não tinha a menor ideia do que iria acontecer, enquanto ele estava a toda velocidade, afinal, ele decidiu beber e conduzir! E agora eu tenho que morrer. Então... Porque é que as pessoas fazem isso, mãe? Sabendo que isto vai arruinar vidas? A dor está a cortar-me como uma centena de facas afiadas. Diz à minha irmã para não ficar assustada, mãe, diz ao pai que ele tem que ser forte. Quando eu partir, escreva 'Menina do Pai' na minha sepultura...Alguém deveria ter dito àquele rapaz que é errado beber e conduzir. Talvez, se ospais deles o tivessem avisado, eu ainda estivesse viva... A minha respiração está a ficar cada vez mais fraca mãe, e estou a ficar realmente com medo. Estes são os meus momentos finais e sinto-me tão desesperada... Gostaria que tu me pudesses abraçar mãe, enquanto estou aqui esticada a morrer, gostaria de te poder dizer que te amo mãe...então Adeus.” 42
  • 43. Lembrem-se desta mensagem quando forem conduzir, se não ligarem à mensagem podem estar a destruir uma boa forma de consciencializar um grande número de pessoas, fazendo com que a tua vida, TAMBÉM CORRA PERIGO! Com este pequeno gesto podes marcar a diferença. Então, divulga-a para todas as pessoas, principalmente, para os jovens que são os que mais conduzem. Se as pessoas parassem para pensar (eu sei que isso implica utilizar uma parte do corpo que normalmente a generalidade das pessoas não utiliza) nada disto aconteceria. Não é só conduzir sob o efeito do álcool que se provocam acidentes é também conduzir com velocidade excessiva, sendo esta uma das principais causas de acidentes. Pessoalmente, acho que a maioria dos acidentes é provocada, também, por outros factores que não o álcool e a velocidade excessiva, tais como manobras perigosas, desrespeito pela sinalização, etc. Naturalmente que a velocidade excessiva potencia o risco de ocorrência de acidente e o agravamento das suas consequências. Ou seja, se um condutor desrespeita grosseiramente a sinalização (um STOP, por exemplo) e entretanto se aproximar outro condutor a velocidade substancialmente superior à permitida para o local, é muito mais provável que ocorra um acidente do que se esse condutor circulasse a velocidade adequada. Mas, mais uma vez digo, se as pessoas conduzissem com a plena consciência de que têm um automóvel sob a sua direcção, com o civismo exigível numa vivência em sociedade, com o bom senso que nos devia caracterizar a todos, certamente que a sinistralidade e as mortes nas estradas seriam inferiores e as suas consequências menos graves. A falta de consciencialização e de civismo são os principais factores de inúmeros acidentes. No entanto, os acidentes mais trágicos na estrada são associados a pessoas mais jovens. Podem-se dar por felizes aqueles que conseguem ultrapassar esta fase, pois aqueles que passam por estes acidentes muitos deles nem foi dado réstia de vida para se arrependerem, pois existem erros para toda a vida. A causa de a situação estar como está é devido à falta de civismo e diria até de ignorância de certos condutores, e enquanto não houver evolução de mentalidades a situação irá manter-se. A maior parte dos condutores não têm educação, responsabilidade e civismo, talvez porque os princípios básicos de viver em sociedade foram postos de lado…. A educação é sem dúvida um bem fundamental para orientar a nossa conduta ao longo da vida. Trabalho realizado por: Mara Cecília Gonçalves de Lima Rêgo 43
  • 44. Eu chamo-me Maria Celeste Silva Mendes, tenho 32 anos e sou natural e residente no concelho de Ponte de Lima. Sou aluna da turma 1 do curso EFA (Educação e Formação para Adultos) do nível secundário, a decorrer na Escola Secundária de Ponte de Lima. Iniciei este curso em Outubro de 2008, a sua duração é de dois anos, está prestes a chegar ao fim. Por isso, quero deixar o apelo que é uma boa aposta para quem pretende alargar os seus conhecimentos a nível básico ou secundário. As Novas Oportunidades já são conhecidas há algum tempo, mas os cursos EFA são recentes, deste modo, a turma 1 foi pioneira na ESPL. Não teve dúvidas que não só os formandos mas, também, os formadores tiveram um pouco de dificuldade em se adaptarem a este tipo de ensino, com o tempo tudo se superou. Como é habitual, no final de cada Núcleo Gerador temos de apresentar um trabalho para a realização da Actividade Integradora. Esta actividade deve retratar a aprendizagem efectuada ao longo das sessões. Assim, para a realização da próxima actividade integradora dos núcleos geradores 5 de CLC e STC e o 8 de CP, os nossos formadores sugeriram que a turma construi-se um livro digital, no qual cada aluno terá que criar um texto pessoal com um tema a sua escolha. Nesta perspectiva, achei interessante falar sobre Desporto, mais concretamente Natação. Esta escolha deve-se à constatação do grave problema da actualidade, obesidade, stress, entre muitos outros problemas de saúde. Em grande percentagem, muitos destes casos provêm da falta de exercício físico. Por vezes, as crianças passam o dia em frente ao computador bem como muitos adultos, alguns estão 7/8 horas ou mais a trabalhar, tendo posturas inadequadas para a saúde, por isso é importante que no final do dia não nos esqueçamos de tratar um pouco do nosso corpo e mente. A natação é considerada um dos desportos mais completos, pois promove a leveza do corpo e favorece a resistência dos movimentos. Desde a Natação à hidroginástica, as actividades de piscina são divertidas, diversificadas e grandes aliadas do nosso bem-estar. Qualquer pessoa, independentemente da idade, sexo ou profissão, pode fazer natação sem problemas uma vez que a água é um meio muito benéfico para o corpo. É relaxante, sem efeitos agressivos e favorece as funções orgânicas. A natação é um dos desportos mais procurados visto oferecer muitos momentos de lazer e ser uma actividade que aumenta a resistência cardiovascular sem qualquer tipo de impacto nas articulações do corpo. Este desporto é uma das poucas modalidades indicada para uma grande variedade pessoas, desde atletas de alta competição, idosos, bebés, grávidas e mesmo crianças portadoras de alguma deficiência. A natação ajuda a: - Reduzir o risco de episódios cardiovasculares; melhora o sistema respiratório; fortalece as articulações; aumenta a auto-estima; reduz a dor e o risco de lesões e retarda os efeitos de envelhecimento. 44