O documento descreve o mistério do "Homem da Máscara de Ferro", um prisioneiro sem registro oficial mantido sob responsabilidade pessoal do comandante da fortaleza de Pignerol durante o reinado de Luís XIV na França. O prisioneiro era mantido com uma máscara de ferro presa ao rosto, escondendo sua identidade, e demonstrava modos refinados sugerindo ser jovem e nobre. Sua prisão permaneceu um enigma sem explicação.
1. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
Nos séculos XVI e XVII assistiu-se ao nascimento de uma economia à escala mundial,
marcada pelo desenvolvimento do comércio.
Contudo, apesar da intensificação dos tráficos comerciais a principal actividade económica
do Antigo regime continuou a ser a agricultura.
A agricultura praticada era arcaica, tecnicamente atrasada. Usava tecnologia tradicional,
produzindo os produtos de primeira necessidade: cereais, vinho, azeite, frutos.
A terra era a base da riqueza e era a posse da terra que determinava a posição das famílias
na pirâmide social.
As terras estavam nas mãos da nobreza e do clero, proprietários com pouca propensão
para investir e modernizar as explorações. A carga fiscal sobre os camponeses era elevada.
Os camponeses ao trabalharem em terras que não eram suas levava-os a não fazerem
investimentos.
1-Lê o seguinte texto:
“ Desde o séc. XV a gadanha começou a substituir a foice. Em algumas partes da
Europa, os cereais continuaram a ser cortados com a foice ao longo do séc. XVIII.
Os ancinhos e forquilhas de madeira mantiveram as suas formas tradicionais desde
a Idade Média.”
Carlo Cipolla, História Económica da
Europa
1.1-Caracteriza a agricultura do Antigo Regime.
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2. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
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2-Analisa a caricatura de acordo com o que estudaste sobre o Antigo Regime.
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3-Comenta a frase “No Antigo Regime a produção era baixíssima” de acordo com a
figura.
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3. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
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O Mercantilismo
Apesar da economia assentar na agricultura , o comércio
colonial era também importante.
Os produtos ultramarinos (especiarias, açúcar, chá,
tabaco, algodão, cacau,…) animavam a vida nas
cidades e enriqueciam a burguesia.
Em França, Colbert, ministro do rei Luís XIV,
desenvolveu um conjunto de políticas
económicas a que se deu o nome de
mercantilismo.
Para Colbert:
• A riqueza de um pais estava na quantidade de ouro
que o pais conseguisse fazer entrar;
• Assim, as exportações deveriam aumentar e as importações diminuir.
4-Observa a figuras :
FIG. A FIG.B
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4. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
4.1-Qual das duas figuras representa uma balança comercial favorável?
Justifica a tua resposta.
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4.2- Diz o nome da política económica adoptada pelos países europeus no
século XVII com o objectivo de obter uma balança comercial favorável.
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6. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
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A sociedade ordens
A sociedade do Antigo Regime era hierarquizada e estratificada em ordens.
A organização das pessoas era feita tendo em conta o nascimento e o
desempenho de determinados cargos ou funções.
CLERO
• Possuía cerca de 1/3 das terras do país e recebia os Dízimos de todos
do reino.
• Não pagavam impostos.
• Dispunham de tribunais próprios.
• Estavam isentos da justiça régia.
Nobreza
-Isenção da maior parte dos impostos.
-Regime penal favorável.
-Acesso exclusivo aos cargos superiores de governação e da Igreja.
-Direitos senhoriais e tenças que o Rei lhes concedia.
-Posse de terras
Terceiro Estado
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7. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
No terceiro estado destacou-se um grupo social a Burguesia.
Olhada com desconfiança pelo clero e pela nobreza, foi-se afirmando pelo seu
poder económico.Os reis recorreram muitas vezes aos grandes burgueses para a
obtenção de empréstimos. Este grupo é ainda constituído pelo povo ( camponeses,
artesãos) que vivem em condições miseráveis.
Apesar deste grupo ser heterogéneo em termos económicos, todos eles pagavam
impostos, não tendo qualquer privilégio.
Apesar da mobilidade social ser escassa ela ocorreu em alguns casos permitindo à
nobreza ascender ao grupo dos privilegiados. A expansão geográfica e comercial
que estimulou o desenvolvimento de uma economia monetária e comercial e o
enriquecimento da burguesia com o comércio colonial, assim como a criação de um
Estado moderno, absoluto e burocratizado levou ao recrutamento da burguesia.
Assim, dá-se o enobrecimento da burguesia através :
-Aquisição de terras à nobreza endividada
-Compra de cargos públicos
-Obtenção de cargos , títulos e doações dos reis
-Obtenção de títulos através do casamento
5-Observa a pirâmide social:
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8. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
5.1-Com base, na imagem caracteriza a sociedade do Antigo Regime.
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6- Atenta na frase e completa o quadro: “Na sociedade de Antigo Regime , uns
dedicam-se especialmente ao serviço de Deus; outros à defesa do Estado, através
das armas; outros a alimentá-lo e a mantê-lo.”
NOBREZA CLERO TERCEIRO
ESTADO
Funções Combater • •
Direitos • • • Não têm
• •
• Julgados em •
tribunais •
próprios
Deveres Defender a • •
população
7-De que modo é que esta caricatura ilustra a sociedade do Antigo Regime?
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9. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
Este diaporama diz respeito a uma nova forma de governo que surgiu
no Antigo Regime.
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Esta nova forma de governo designou-se de Absolutismo.
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1- Em que século se desenvolveu esta forma de governo?____________
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2-Em que país o Absolutismo atingiu a sua fórmula mais perfeita?
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3-Indica dois exemplos de monarcas absolutistas.
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4-Qual a origem do poder real?
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5- Os monarcas absolutos concentraram na sua pessoa todos os
poderes do reino.
5.1-Indica alguns desses poderes.
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6-“Os monarcas absolutos fizeram-se rodear de um ambiente de
grandeza e opulência.”
6.1- Refere um dos símbolos de grandeza dos reis absolutos.
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11. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
Podemos definir o absolutismo como uma Doutrina e regime
monárquico no qual o soberano se considera legitimado para exercer
o poder livre de controlo, condicionamentos ou limitações.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte
centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial
ajudou muito neste processo, pois interessava-lhe um governo forte
e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu
apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um
sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e
melhorando a segurança dentro de seus reinos.
Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e
chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder
dos monarcas europeus.
-Bodin defende que o rei era o detentor da soberania, tinha um poder absoluto,
indivisível e inalienável . Cabe-lhe a função suprema de legislador e juiz
-Bossuet defende a origem divina do poder real : Os reis são representantes de
Deus na terra, respondendo pelos seus actos apenas perante deus
O desenvolvimento do absolutismo moderno começou com o nascimento dos Estados
nacionais europeus no final do século XV e prolongou-se durante mais de 200 anos.
O melhor exemplo que se tem dele é o reinado de Luís XIV. A sua declaração “o
Estado sou eu” resume com precisão o conceito do direito divino dos reis.
Biografia de Luís XIV . “O Rei- Sol”
Filho de Luís XIII e de Ana de Áustria, Luís XIV nasceu
em Saint-en-laye a 5 de Setembro de 1638. Com apenas 5
anos Luís XIV sobe ao trono, o seu reinado foi o mais
longo da história da França e também aquele que marcou
o seu apogeu, governou como monarca absoluto, não
admitindo nenhum poder superior ao seu, nem nenhum
constrangimento à sua autoridade. Durante a infância, o
país é governado pela mãe, a regente, e pelo primeiro-
ministro, cardeal Mazarine. Em 1660, com 22 anos, casa-
se com Maria Teresa, filha do rei Felipe IV, da
Espanha. Um ano depois, o cardeal Mazarine morre e
Luís assume o trono. Desde o início do governo que adoptou o absolutismo.
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12. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
Transferiu a sua corte para Versalhes e viveu rodeado de luxo e de cortesãos
subservientes. Na governação, Luís XIV estendeu-se a todos os ramos da vida
pública, restringiu os poderes dos privilegiados, atribuiu aos nobres os cargos da
corte e organizou o aparelho político-administrativo. Construiu o imponente e
luxuoso Palácio de Versalhes, perto de Paris, onde viveu a corte francesa.
Príncipe caprichoso, apreciava a etiqueta, festas e belas mulheres. Manteve
duas amantes e sempre manifestou seu desejo de governar sozinho. A ele se
atribui a frase "L'État c'est moi" (O Estado sou eu). Fundou a Academia de
Ciências de Paris, cujos membros eram pagos para produzir ciências,
principalmente,inovações tecnológicas e científicas que tivessem aplicação na
área militar. Luís XIV escolhe para emblema o Sol. É o astro que dá vida a qualquer
coisa, mas é também o símbolo da ordem e da regularidade. Ele reinou como um sol
sobre a corte, sobre os cortesãos e sobre a França.
Luís XIV morreu em 1 de Setembro de 1715 de gangrena, poucos dias antes de seu
septuagésimo sétimo aniversário e com 72 anos e 100 dias de reinado - o mais longo
reinado e governo do mundo ocidental. Seu corpo foi sepultado na basílica de
Saint-Denis, em Paris.
1-Faz um pequeno resumo sobre a vida de Luís XIV.
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Um dos grandes enigmas da História:
“Quem era o Homem da máscara de
Ferro?”
A Bastilha, foi construída em 1370 e tornou-se
uma prisão durante o reinado de Carlos VI;
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13. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
durante a Regência do Cardeal Richelieu, no século XVII, tornou-se uma
prisão para nobres ou letrados, opositores à religião oficial, adversários
políticos, agitadores políticos, etc. No dia 14 de Julho de 1789 o povo de
Paris saiu às ruas e invadiu a Bastilha, fortaleza que simbolizava o
Absolutismo Real, libertando seus 7 prisioneiros. Esse feito ficou conhecido
como "A Queda da Bastilha", data comemorada pelos franceses .
Por volta de 1679, durante o reinado de Luís XIV, um prisioneiro foi
colocado sob a responsabilidade pessoal do Sr. De Saint-Mars, na época, era
comandante da fortaleza e prisão de Pignerol, na Savóia. O prisioneiro, sem
qualquer registo oficial da prisão, além do nome, tinha a sua idade
desconhecida, sendo conhecido, simplesmente, pelos seus companheiros e
pelos carcereiros da prisão, como sendo o "Máscara de Ferro".Era sem
dúvida alguma, fora do comum, mesmo para os locais, onde figuras impares
eram "armazenadas", a peculiaridade deste preso, o requinte de maldade,
numa tortura, aparentemente não dolorosa, mas infinitamente incómoda;
pois o rosto do prisioneiro ficava totalmente escondido sob uma espécie de
máscara aveludada preta, ligada mecanicamente a um "colarinho"de ferro,
cujo mecanismo, impossibilitava a sua remoção sem ajuda de alguém.
Embora o reconhecimento facial do preso fosse nulo, os seus movimentos
ágeis e maneiras refinadas e elegantes, conduziam a um raciocínio, mesmo
subjectivo, de ser ainda jovem e da nobreza.
Por questões específicas, o "Máscara de Ferro" , na
maior parte do tempo, era mantido bem longe das
vistas dos demais presos, inclusive, sendo a ala do
calabouço, na qual ficava a sua cela, muito bem
guardada, e, para completar a segurança, um contacto
restrito com os carcereiros, sendo apenas uma pessoa
escolhida para tal serviço. Apesar do zelo extremo
na segurança do "Mascara de Ferro", era tratado
por todos com gentileza e respeito, principalmente pelo Sr.De Saint-Mars,
comandante do presídio.
Em 1698, Saint Mars, foi designado para dirigir a prisão "A Bastilha",
construída em 1370, situada em Paris, já célebre por ter abrigado os mais
diversos e notáveis personagens.
Como das vezes anteriores, tornando-se um procedimento usual, recebeu
ordens expressas para levar o "Mascara de Ferro" para a Bastilha.
Conforme procedimentos anteriores, também na Bastilha, nenhum registo
do infeliz prisioneiro foi feito, permanecendo dessa forma, por mais cinco
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14. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
longos anos; em Novembro de 1703, subitamente e de uma forma totalmente
misteriosa, o Máscara de Ferro adoece num dia e morre no outro, tendo sido
enterrado no cemitério de Saint-Paul, e aí sim, pela primeira vez, seu
suposto nome foi revelado, constando dos registos , como sendo De
Marchiel, com 45 anos de idade.
Qual era a verdadeira identidade do misterioso homem da Máscara de
Ferro? Em 1711 a cunhada do rei, a Princesa Palatine, mencionou a história
numa carta à sua tia. O prisioneiro foi tratado muito bem, mas dois
mosqueteiros vigiavam-no o tempo todo, prontos para matá-lo caso ele
tentasse tirar a máscara. Ele odiava máscara, dormia com a máscara, e
provavelmente morreu com a máscara.
Durante os mais de vinte anos que esteve preso, por mais sigilo que se tenha
tomado, os rumores fossem espalhados, por toda a França, no reinado de
Luís XIV.
Várias foram as versões que apareceram referente a lenda do homem da
Máscara de Ferro;
Era o irmão gémeo do Rei, tendo sido aprisionado, pelo cardeal Richelieu, para
poder preservar a integridade do governo da França; o motivo da colocação de
uma máscara, foi o de proteger a sua verdadeira identidade, evitando que os
cidadãos percebessem a grande semelhança com o Rei.
Outra versão dos factos afirmava que Ana, da Áustria, mãe de Luis XIV,
tinha casado de forma secreta, com Mazarine, seu ministro, tendo, como
resultado da união, um filho, um irmão consanguíneo de Luis XIV.
Também, uma colocação muito divulgada sobre a lenda do Máscara de Ferro ,
era de que seria o duque de Mommouth, um pretendente ao trono da
Inglaterra.
Diziam outros, por sua vez, que o desafortunado prisioneiro era, nada mais
nada menos, do que o ex-ministro da Finanças, Fouquet, que fora destituído e
preso.
Uma das versões fantásticas e até preferida era de que o intrigante
prisioneiro seria o filho natural do Rei, com uma das suas amantes (Lavaltiere,
Montespan ou Maintenon).
Sendo assim, o mistério do "Máscara de Ferro", através dos séculos, permanece
praticamente insolúvel, perfilando entre os grandes enigmas da história.
Os poderes do rei Absoluto:
Poder sagrado O seu poder provém de Deus , este escolheu-os para
governarem em seu nome e são representantes Dele na
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15. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
Terra.
Atentar contra a pessoa do rei é considerado um
sacrilégio e deve-se obedecer-lhe sem o contestar
Poder paternal O rei é como um pai para o seu povo devendo-o proteger
Poder absoluto Governa sem prestar contas a ninguém. Detém o poder
legislativo, executivo, judicial, económico, financeiro ,
poder de cunhar moeda, cobrar impostos, poder militar e
poder de decidir sobre a guerra e a paz.
No entanto, deve assegurar o respeito pelas leis, evitar a
anarquia que retira aos homens os seus direitos
A encenação do poder do rei
A Corte, nomeadamente o Palácio de Versalhes era o espelho do poder do rei. A
Corte instalada em Versalhes atrai a camada superior da nobreza tradicional que
passa a beneficiar de pensões e doações do rei, estando assim completamente
dominada por ele. Quem pretendia um cargo só poderia obtê-lo na Corte, quem
virava as costas à Corte virava as costas ao poder e ao dinheiro que o rei
distribuía .Mas este luxo da corte arruinou a nobreza que rivalizava no traje, na
ostentação, esquecendo-se que a sua influência política desaparecia, tornando-se
numa espécie de prisão para a nobreza. A nobreza ao ir viver para a corte que
exigia demasiados gastos, depressa vai verificar que tem que se submeter ao
poder do rei e fazer tudo para lhe agradar, já que é através dos cargos e doações
que o rei assegura a sua sobrevivência .
A sociedade da corte tinha que obedecer a normas impostas por um protocolo
rígido. Era desta forma que a corte era utilizada para encenar o poder do rei; era
o meio que este tinha de fazer publicidade a si mesmo, aparecendo em todas as
situações como chefe supremo.Com Luís XIV,criou-se em torno do rei um
cerimonial cujo objectivo era exaltar a sua imagem divina. Cada gesto do monarca
adquiria um significado político , social e diplomático: todos estavam dependentes
de um sorriso , de uma palavra de agrado Um acto simples como o levantar do rei
era um grande acontecimento, tecendo-se intrigas junto ao rei para que este
escolhesse quem ia estar presente nos momentos mais vulgares da vida de um ser
humano ( ex: acordar do rei).Desta forma, o rei aproveitava-se destas rivalidades
para dividir os grupos sociais e poder reinar sem temer conspirações .
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16. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
O CERIMONIAL NA CORTE DE LUÍS XIV
Luís XIV era acordado em geral às 8 horas da manhã, pelo primeiro criado de
quarto que dormia junto ao leito real. Arrumava o sofá em que dormia e dirigia-se
às cortinas bordadas a ouro que envolviam o leito real:
-Sire, são horas!
Abriam-se as portas para deixar entrar os pajens. Um destes ia avisar a cozinha
da Corte, outro ficava à porta de guarda para só deixar entrar os senhores que
tivessem esse privilégio.
O acesso ao quarto do rei estava rigorosamente hierarquizado. Havia seis
categorias de pessoas que podiam entrar, por ordem. A primeira entrada era a
familiar, a que tinham direito filhos e netos e o médico. A segunda entrada estava
reservada aos nobres que iam vestir o rei. Depois as outras quatro entradas
faziam-se por esta ordem: primeiro os que liam para o rei e os que tratavam das
festas, seguidamente, os ministros e secretários de Estado. A quinta entrada
estava reservada a alguns privilegiados e dependia da benevolência do rei. Estes
tinham assim o privilégio de se aproximarem do rei antes dos outros. Por fim,
entravam os filhos ilegítimos do rei e genros.
Tudo estava impecavelmente organizado. Os dois primeiros grupos eram
admitidos quando o rei ainda estava deitado, mas já tinha vestido uma pequena
cabeleira, pois nunca se apresentava sem peruca, mesmo na cama. Depois de se ter
levantado eram-lhe trazidos os trajes. Entravam então os nobres a quem o rei
tinha concedido o privilégio de o vestir: um tirava-lhe a camisa pela manga direita,
outro pela manga esquerda. Depois enfiava-se a camisa . Ajudavam-no a vestir as
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17. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
meias, os calções, a calçar os sapatos e a vestir o casaco. Um desses privilegiados
apertava-lhe os sapatos. O rei levantava-se da cadeira e era-lhe entregue de
joelhos a sua espada. O relojoeiro real dava corda ao relógio e entregava-lho.
Depois de vestido, seguia-se o grande passeio até à capela. Através de
infindáveis corredores, o rei era assinalado pelo bater do seu bastão e seguiam-se
as vénias e cortesias. Neste cerimonial cada gesto tinha um valor de prestígio e
simbolizava a repartição do poder. O rei usava os seus gestos mais íntimos para
reforçar as diferenças de posição social, para confirmar prestígios, para conceder
favores ou manifestar o seu desagrado.
Norbert Elias, A Sociedade de Corte( adaptado)
2-Explica a necessidade deste cerimonial em torno de Luís XIV.
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3-Lê os documentos:
Há três características essenciais na autoridade real. Em primeiro lugar a
autoridade real é sagrada, em segundo lugar é paternal e em terceiro lugar é
absoluta.
Deus estabelece os reis como seus ministros e reina través deles sobre os
povos. Os príncipes agem como ministros de Deus. É por isso que nós
consideramos o trono real não como o trono de um homem, mas como o trono do
próprio Deus.
Decorre de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada e que atentar contra ela
é um sacrilégio.
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Bossuet
18. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
3.1-Para Bossuet , qual era a base do poder do rei. Justifica com expressões
do documento.
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4- Lê o documento:
É Somente na minha pessoa que reside o poder soberano. A soberania consiste
no poder absoluto, quer dizer, perfeito, e completo em todos os factos. É
somente de mim que os tribunais recebem a sua existência e autoridade. Só a
mim, pertence todo o poder legislativo sem dependência nem partilha. Toda a
ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da Nação estão
necessariamente unidos aos meus e repousam apenas nas minhas mãos. O rei
tomou o lugar do Estado, o rei é tudo, o Estado não é nada. É um ídolo ao qual se
sacrificam as províncias, as cidades, as finanças, os grandes, os pequenos, tudo!
Luís XIV
4.1-Caracteriza o poder do rei no Antigo Regime.
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5-Lê os documentos:
O rei , dizem, absorvem o homem; em
Uma nobreza cativa na “ gaiola
compensação exigiu muito dos grandes e
dourada” de Versalhes
dos nobres estabilizados na corte. A
O rei olhava à direita e `a esquerda , ao nobreza deixou aí todo o seu poder
levantar-se , ao deitar-se , às refeições, político, ao mesmo tempo que a sua vida
ao passar pelos salões e jardins de pessoal; aí ganhou as graças de um
Versalhes. Via e observava toda a gente, senhor omnipresente que tudo sabe dos
ninguém lhe escapava . Era um demérito segredos das famílias.
para os que ele distinguira , não fazer
parte da corte sua residência habitual. Philippe Ariés,
Saint Simon, Mémoires História da Vida Privada
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19. Ficha Informativa/Trabalho nº 1
5.1-Através da análise dos documentos redige um texto em que explique:
-o título do documento
-o papel da corte como instrumento de poder
-as relações entre o rei absoluto e os privilegiados
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