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Literatura Romântica  John Everett Millais, Ofélia
Indicadores de aprendizagem ,[object Object],[object Object]
O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, um pouco mais tarde em França.  Mas foi na França, mais precisamente a partir da Revolução Francesa de 1789, que o novo movimento ganhou proporções revolucionárias.  O romantismo foi burguês e proclamou os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O Romantismo está relacionado com o surgimento de um novo público leitor, os burgueses, que liam jornais vendidos a preço acessíveis. A elevação do poder de compra da classe média e um sistema de impressão de livros em escala industrial propiciaram o alargamento do mercado consumidor.  A nova relação entre escritor e público provoca proximidade entre o artista e o consumidor, trazendo novos estilos, novos significados estéticos e novos géneros literários. Em termos sociais, a nobreza perde o poder político e económico, e a burguesia dita novos valores. A euforia provocada pela Revolução Francesa, associada à liberdade de ascensão económica e individual, é o suporte e a inspiração de uma literatura de emoções individuais.  A literatura torna-se sinónimo de diversão, ou então, de fuga do real (sonho) onde nada é absoluto. Adaptado
Contexto histórico do Romantismo ,[object Object],[object Object],[object Object]
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Na literatura, destaquemos: Lord Byron 1788 - 1824 Goethe 1749 - 1832 Victor Hugo “ Os miseráveis” 1802 - 1885
Jane Austen Émile Bronte  “ O monte dos vendavais” Vídeo “ Orgulho e  Preconceito ”
Almeida Garrett 1799 - 1854 Camilo Castelo Branco 1825 - 1820
Em Portugal, a literatura procura também as raízes de uma nova identidade que legitime o nacionalismo liberal. Recorre-se à História para legitimar a fundação de uma nova consciência e de uma nova identidade. O romance histórico é um género muito apreciado em Portugal, tal como no resto da Europa. Alexandre Herculano 1810 - 1877 Vídeos: “Amor de Perdição”
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Não te amo, quero-te: o amor vem da alma.            E eu na alma – tenho a calma,            A calma – do jazigo.            Ai! Não te amo, não. Não te amo, quero-te: o amor é vida.            E a vida – nem sentida            A trago eu já, comigo.            Ai, não te amo, não! Ai! Não te amo, não; e só te quero            De um querer bruto e fero            Que o sangue me devora,            Não chega ao coração. Almeida Garret, Folhas Caídas , 1853 (excerto)   Poema romântico:
“ Está decidido, Charlotte, desejo morrer.(...) Quando leres esta carta, minha querida, a terra fria já estará cobrindo os restos rígidos deste infeliz, deste homem desassossegado que nos seus últimos momentos de vida não conhece doçura maior do que falar contigo. “ Lord Byron  Já é tempo do meu coração não se comover porque aos outros já deixei de emocionar mas embora eu não possa ser amado que possa pelo menos amar.
Às vezes não compreendo como outro possa amá-la, tenha o direito de amá-la, quando eu, somente eu a amo com tanta ternura, tão profundamente, não pensando em outra coisa, querendo apenas esse amor, e não possuindo nada além dele.   Byron “ Oh! na flor da beleza arrebatada, Não há de te oprimir tumba pesada; Em tua relva as rosas criarão Pétalas, as primeiras que virão, E oscilará o cipreste em branda escuridão ” Byron Simão Botelho  foi o homem que durante toda a sua vida amou, perdeu-se  e morreu amando. Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição
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Características do Romantismo ,[object Object],[object Object],[object Object]
Idealização da mulher amada ,[object Object],[object Object],[object Object]
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Exaltação da natureza ,[object Object],[object Object]
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Fuga, evasão ,[object Object],[object Object],Mal do século
O "mal do século" é uma "enfermidade moral" e não física. Resulta do tédio , mas não do tédio comum. A concepção romântica aponta para um aborrecimento desolado e cínico, que ressalta tanto a falta de grandeza da existência quotidiana, quanto o vazio dos corações .  Deve-se às mudanças bruscas e profundas provocadas pela: - revolução industrial que cria cidades  onde as pessoas se sentiam desenraizadas -revoluções liberais  que criaram um ambiente de instabilidade
“ Deus à poesia deu por alvo a pátria, Deu a glória e a virtude.” Alexandre Herculano “ Pouco bastará para nos persuadirmos de que a biografia das famílias ou dos indivíduos nunca pode caracterizar qualquer época; antes pelo contrário , a história dos costumes, das instituições das ideias é que há- de caracterizar os indivíduos ainda quando quisermos estudar a vida do grande indivíduo moral chamado povo ou Nação.” Alexandre Herculano,  História de Portugal Tu, doce liberdade,  Solta dos torpes da ignorância, Tu desprendeste o voo,  E em nossos corações, na voz , nos lábios Vieste enfim pousar! Almeida Garrett, 24 de Agosto de 1820
Culto do passado: Idade Média e exaltação do nacionalismo -o romântico encontra constantemente no passado ideais sublimes e valores que lhe servem de modelo. Caracteriza-se por uma tendência de fuga da realidade, pois tanto o mundo medieval como o mundo infantil representam o paraíso perdido, uma época de ouro na qual as criaturas seriam felizes. -Defesa do nacionalismo e exaltação da liberdade dos povos, o que está ligado à Idade Média , época em que nasceram a maioria das nações europeias  -Defesa da liberdade de criação, expressão, liberdade política, social, económica
E por te amar, por teu desdém, perdi-me... Tresnoitei-me em orgias, macilento, Brindei, blasfemo, ao vício, e da minh'alma Tentei me suicidar, no esquecimento!   Poema

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Literatura romântica

  • 1. Literatura Romântica John Everett Millais, Ofélia
  • 2.
  • 3. O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, um pouco mais tarde em França. Mas foi na França, mais precisamente a partir da Revolução Francesa de 1789, que o novo movimento ganhou proporções revolucionárias. O romantismo foi burguês e proclamou os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O Romantismo está relacionado com o surgimento de um novo público leitor, os burgueses, que liam jornais vendidos a preço acessíveis. A elevação do poder de compra da classe média e um sistema de impressão de livros em escala industrial propiciaram o alargamento do mercado consumidor. A nova relação entre escritor e público provoca proximidade entre o artista e o consumidor, trazendo novos estilos, novos significados estéticos e novos géneros literários. Em termos sociais, a nobreza perde o poder político e económico, e a burguesia dita novos valores. A euforia provocada pela Revolução Francesa, associada à liberdade de ascensão económica e individual, é o suporte e a inspiração de uma literatura de emoções individuais. A literatura torna-se sinónimo de diversão, ou então, de fuga do real (sonho) onde nada é absoluto. Adaptado
  • 4.
  • 5.
  • 6. Na literatura, destaquemos: Lord Byron 1788 - 1824 Goethe 1749 - 1832 Victor Hugo “ Os miseráveis” 1802 - 1885
  • 7. Jane Austen Émile Bronte “ O monte dos vendavais” Vídeo “ Orgulho e Preconceito ”
  • 8. Almeida Garrett 1799 - 1854 Camilo Castelo Branco 1825 - 1820
  • 9. Em Portugal, a literatura procura também as raízes de uma nova identidade que legitime o nacionalismo liberal. Recorre-se à História para legitimar a fundação de uma nova consciência e de uma nova identidade. O romance histórico é um género muito apreciado em Portugal, tal como no resto da Europa. Alexandre Herculano 1810 - 1877 Vídeos: “Amor de Perdição”
  • 10.
  • 11.
  • 12. Não te amo, quero-te: o amor vem da alma.            E eu na alma – tenho a calma,            A calma – do jazigo.            Ai! Não te amo, não. Não te amo, quero-te: o amor é vida.            E a vida – nem sentida            A trago eu já, comigo.            Ai, não te amo, não! Ai! Não te amo, não; e só te quero            De um querer bruto e fero            Que o sangue me devora,            Não chega ao coração. Almeida Garret, Folhas Caídas , 1853 (excerto)   Poema romântico:
  • 13. “ Está decidido, Charlotte, desejo morrer.(...) Quando leres esta carta, minha querida, a terra fria já estará cobrindo os restos rígidos deste infeliz, deste homem desassossegado que nos seus últimos momentos de vida não conhece doçura maior do que falar contigo. “ Lord Byron Já é tempo do meu coração não se comover porque aos outros já deixei de emocionar mas embora eu não possa ser amado que possa pelo menos amar.
  • 14. Às vezes não compreendo como outro possa amá-la, tenha o direito de amá-la, quando eu, somente eu a amo com tanta ternura, tão profundamente, não pensando em outra coisa, querendo apenas esse amor, e não possuindo nada além dele. Byron “ Oh! na flor da beleza arrebatada, Não há de te oprimir tumba pesada; Em tua relva as rosas criarão Pétalas, as primeiras que virão, E oscilará o cipreste em branda escuridão ” Byron Simão Botelho foi o homem que durante toda a sua vida amou, perdeu-se e morreu amando. Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21.
  • 22. O "mal do século" é uma "enfermidade moral" e não física. Resulta do tédio , mas não do tédio comum. A concepção romântica aponta para um aborrecimento desolado e cínico, que ressalta tanto a falta de grandeza da existência quotidiana, quanto o vazio dos corações . Deve-se às mudanças bruscas e profundas provocadas pela: - revolução industrial que cria cidades onde as pessoas se sentiam desenraizadas -revoluções liberais que criaram um ambiente de instabilidade
  • 23. “ Deus à poesia deu por alvo a pátria, Deu a glória e a virtude.” Alexandre Herculano “ Pouco bastará para nos persuadirmos de que a biografia das famílias ou dos indivíduos nunca pode caracterizar qualquer época; antes pelo contrário , a história dos costumes, das instituições das ideias é que há- de caracterizar os indivíduos ainda quando quisermos estudar a vida do grande indivíduo moral chamado povo ou Nação.” Alexandre Herculano, História de Portugal Tu, doce liberdade, Solta dos torpes da ignorância, Tu desprendeste o voo, E em nossos corações, na voz , nos lábios Vieste enfim pousar! Almeida Garrett, 24 de Agosto de 1820
  • 24. Culto do passado: Idade Média e exaltação do nacionalismo -o romântico encontra constantemente no passado ideais sublimes e valores que lhe servem de modelo. Caracteriza-se por uma tendência de fuga da realidade, pois tanto o mundo medieval como o mundo infantil representam o paraíso perdido, uma época de ouro na qual as criaturas seriam felizes. -Defesa do nacionalismo e exaltação da liberdade dos povos, o que está ligado à Idade Média , época em que nasceram a maioria das nações europeias -Defesa da liberdade de criação, expressão, liberdade política, social, económica
  • 25. E por te amar, por teu desdém, perdi-me... Tresnoitei-me em orgias, macilento, Brindei, blasfemo, ao vício, e da minh'alma Tentei me suicidar, no esquecimento! Poema