A Economia do Cedro, novo livro de Carlos Júlio tem uma grande ambição, proporcional à força da árvore que o inspirou. Para alguns, se contenta em ser como a semente, germinará em 90% dos casos e demorará anos para ser notada e transformada em arbusto, mas quando o fizer, terá raízes fortes e condições para enfrentar as adversidades.
Abstrato do Livro de Carlos Julio - A Economia do Cedro
1. A Economia do Cedro
Segredos de um movimento que está revolucionando o nosso mundo
Carlos Alberto Julio
Há mais de um século, a discussão em torno do desafio humano tem se
desenvolvido a partir de um embate dicotômico, em que se opõem capital e
trabalho, liberalismo e socialismo, individualismo e coletivismo, em paradigmas
que normalmente apontam para um pensamento de direita e outro de esquerda.
Genericamente, essa divisão responde por um pensamento “inside de box”,
resultado da intensa propaganda ideológica bipolar que serve de motor à mídia, à
academia e à religião.
Especialmente a partir dos anos 60, constituiu-se uma via alternativa, pavimentada
sobretudo pelos movimentos pacifistas e pela preocupação ecológica e ambiental.
Pelo menos a princípio, no entanto, essa militância pós-hippie romantizou e
reduziu o debate político. Os radicais ganharam rótulos depreciativos (e muitas
vezes injustos) como “ecochatos” e “verdes xiitas”.
Afinal, propostas do tipo “desmatamento zero” estabeleceram feroz oposição a
projetos imprescindíveis ao bem-estar das populações, como a construção de
estradas ou de usinas hidrelétricas. Nesses primórdios da luta em defesa do
planeta, outros grupos elegeram como foco a proteção de um lugar ou espécie, sem
prestar devida atenção aos ecossistemas integrados.
Muitas vezes, o “progresso” econômico foi diretamente associado à degradação de
recursos físicos e dos valores intangíveis. Todo empreendedor era, segundo esse
pensamento, um inimigo cruel da natureza e das pessoas, de modo que deveria ser
combatido e destruído.
Essa conduta rebelde derivava sobretudo da percepção do rápido processo de
deterioração da paisagem, iniciado com a Revolução Industrial e potencializado
com os surtos de urbanização que marcaram o Século 20. Na América Latina,
cidades enegrecidas por fumaça e fuligem, cortadas por rios mortos, compuseram
os cenários de vida daqueles nascidos no período entre-guerras.
Em 1987, no entanto, uma expressão converteu-se em referência de um novo
modelo de pensamento, que eu arriscaria determinar como “outside the box”, no
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2. qual foram contempladas as demandas humanas e, ao mesmo tempo, a atenção ao
patrimônio natural. O termo “desenvolvimento sustentável” é a chave conceitual
do documento Nosso Futuro Comum, também nomeado Relatório Brundtland, numa
homenagem à então chefe da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland.
No decorrer do tempo, essa concepção holística ganharia musculatura e
sofisticação. Aplicada ao universo corporativo, seria associada à ideia de
responsabilidade. Nessa área, cabe citar o ensinamento pioneiro do professor
Michael Porter, da Harvard Business School. Segundo ele, as ações sociais e
ambientais deveriam ser integradas à estratégia econômica das empresas, numa
pauta unificada e dinâmica.
Descompasso e consciência de correção
Nos primeiros anos deste novo milênio, aprofundou-se a consciência acerca dessa
tarefa dual, em que a geração de riqueza e conforto precisa adaptar-se a um
roteiro de preservação e recuperação das fontes de energia e da biodiversidade. Ao
mesmo tempo, entretanto, o aprimoramento de métodos e ferramentas medidores
do impacto ambiental revelou um quadro de enormes descompassos.
Os dados mais assustadores atestaram uma drástica mudança nos padrões
climáticos. O mais completo documento sobre o assunto foi publicado em 2008,
com informações coletadas até o ano anterior, pelo Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC), estabelecido em 1988 pelo United Nations
Environment Programme (UNEP) e pela World Meteorological Organization (WMO),
pouco depois da divulgação do relatório Brundtland (Our Common Future).
Nesse trabalho de avaliação, o IPCC contou com a colaboração de 1200
pesquisadores e autores de artigos científicos e de mais de 2500 especialistas.
A síntese do documento é aberta com a seguinte afirmação:
O aquecimento do sistema climático é inequívoco, como evidenciam já os
aumentos observados na média mundial da temperatura do ar e do oceano, o
derretimento generalizado de neves e geleiras, bem como a elevação da média
mundial do nível do mar.
O relatório mostra que, entre 1995 e 2006, figuram 11 dos 12 anos mais quentes
registrados na superfície do planeta desde 1850. Entre 1906 e 2005, o aumento da
temperatura foi de 0,74 C., superando a média do período de 1901 a 2000, de 0,6
C., indicada no informe de avaliação anterior.
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3. Dos mais de 29 mil dados coletados em 75 estudos, mais de 89% indicaram
mudanças significativas em sistemas físicos e biológicos em resposta ao
aquecimento. Com um “grau de confiança alto”, os sistemas hídricos também
foram afetados em volume e qualidade pelo fenômeno.
O trabalho do IPCC alerta que o aumento da temperatura exigirá mudanças na
gestão agrícola e florestal em várias regiões, com maior probabilidade de
ocorrência de incêndios e ataques de pragas. A saúde humana também será
afetada. Ondas de calor podem matar na Europa. Ocorrerá uma alteração nos
vetores de enfermidades infecciosas em várias áreas. São previstos danos a vários
ecossistemas terrestres, como a tundra, os bosques boreais e as áreas
montanhosas. Os sistemas costeiros e marinhos também serão afetados, como
mangues, arrecifes de coral e biomas de gelos marinhos.
A face enferrujada da moeda
Muitos desses descompassos se devem à “economia da irresponsabilidade”, que se
manifesta também no campo da gestão e da administração de ativos financeiros. A
crise de 2008-2009, que irradiou-se sobre 2010, confirmou as previsões de Nouriel
Roubini, o economista turco naturalizado norte-americano também conhecido
como Dr. Doom. Já em 2005, ele afirmara que os negócios envolvendo imóveis
residenciais surfavam numa onda especulativa que faria afundar toda a economia.
Previra também uma recessão persistente e uma crise bancária sistêmica e
extensiva.
Convicto, Roubini dissera que a médio prazo presenciaríamos um rearranjo no jogo
das potências econômicas mundiais, com redução do poder do G7 e ampliação da
participação do BRIC. O turco previra ainda que a crise afetaria as economias
avançadas e provocaria uma diminuição no valor das commodities. No entanto,
sublinhara que os mercados emergentes, mesmo experimentando uma
desaceleração, teriam garantida a continuidade do crescimento. Em suma, ele
adivinhava o surgimento de um mundo multipolar.
Na verdade, a “crise do subprime” já tinha se iniciado bem antes. Entre 2002 e
2004, um volume significante de dinheiro estrangeiro entrou nos Estados Unidos,
sobretudo das economias asiáticas emergentes e dos países produtores de petróleo.
Ampliou-se rapidamente o crédito, na forma de hipotecas e também de
empréstimos para a compra de veículos e para o consumo em geral. Facilidades
eram concedidas a clientes que não comprovavam renda e com histórico de
inadimplência.
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4. Logo setores expressivos da população assumiram uma carga de dívidas sem
precedentes. Esse foi o período dourado do crédito fácil. Nesses círculos de
negociações irresponsáveis, incubou-se o vírus da crise.
A virtualidade transformou os agenciadores de crédito em apostadores compulsivos,
que levaram para seus escritórios a irresponsabilidade lúdica dos jogadores de
Banco Imobiliário. Em busca de lucros fantásticos e bônus milionários, esses
profissionais não hesitaram em arriscar o dinheiro dos clientes e a segurança das
instituições que representavam. Muitos deles ajudaram a quebrar seus bancos e, na
cara de pau, ainda se mobilizaram para cobrar as tais polpudas comissões.
Pode-se afirmar que a crise gerou, pelo menos, um benefício. Muita gente
arrogante, supostamente conhecedora de tudo, teve que baixar o queixo e
reaprender com a realidade. Isso valeu para donos de banco, investidores,
diretores de empresas, economistas e jornalistas especializados. A crise aplicou
uma lição de humildade nos sabichões. E estendeu o conceito de sustentabilidade à
gestão corporativa e à administração de capitais.
Mundo de paradoxos
Nos últimos 200 anos, a humanidade experimentou um espetacular processo de
evolução tecnológica, especialmente no campo da produção. Em termos absolutos,
no entanto, nunca tivemos contingentes tão grandes de famintos, de oprimidos e
de desesperançados. Se um extraterrestre resolvesse estudar a Terra, certamente
ficaria perplexo com a desigualdade, a mais marcante característica da
humanidade.
Ele constataria que alguns humanos mantêm adegas com finos vinhos, enquanto
outros não dispõem sequer de água potável em casa. Nos dois primeiros meses de
2010, por exemplo, 860 mil pessoas morreram por conta de enfermidades
associadas ao consumo de água contaminada. Na entrada de março desse ano, 1,3
bilhão de humanos viviam em locais sem acesso regular a água potável.
Esses contrastes têm gerado preocupação, e também vergonha. Essa reação de
saudável inconformismo está na base do que convencionei chamar de Economia do
Cedro, uma revolução sem líderes, sem cartilha e sem propaganda oficial, mas que
ganha adeptos a cada dia. Ora, mas por que foi assim batizada?
Porque o cedro, natural de uma região que abrange Líbano, Síria e Turquia, tem
uma história fantástica. Ele está presente, por exemplo, na origem do comércio
regular. Afinal, sua madeira compacta e homogênea foi utilizada pelos fenícios, na
Antiguidade, para a construção de suas embarcações. Os egípcios empregavam sua
resina nos trabalhos de mumificação, ou seja, na preparação para a vida eterna.
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5. Serviu como base estrutural a monumentais construções. Afirma-se que foi usado
no famoso Templo de Salomão, em Jerusalém, e também nos palácios dos reis Davi
e Salomão. A Bíblia, aliás, faz 75 menções à árvore.
O cedro, porém, costuma frustrar quem a cultiva sem conhecer suas singulares
características. Nos três primeiros anos, alcança uma altura média de 4 e 5
centímetros. Aparentemente, pouco. Nesse mesmo período, entretanto, suas raízes
avançam até 1,3 metro dentro da terra. Aos quatro anos, tem início uma nova fase
de crescimento, lento e contínuo, de cerca de 20 centímetros anuais.
Entre os 20 e 40 anos, são geradas as primeiras sementes. Aí, vem a maturidade. O
cedro pode chegar a 40 metros de altura e seu tronco talvez supere os 2,5 metros
de diâmetro. A copa tende a desenvolver vários patamares. Em alguns casos, a
árvore apresentar-se-á tão larga quanto alta, constituindo uma imagem de
harmonia, vigor e solidez. O cedro vive por séculos e séculos, com viço e saúde.
Um emblema do novo tempo
A biografia do cedro inspirou um pensamento ainda mais complexo sobre o
necessário processo de aperfeiçoamento das relações entre pessoas e pessoas, bem
como entre pessoas e natureza. Se quisermos vencer os desafios do mundo atual,
precisaremos, de alguma forma, aprender algumas lições com a boa árvore
libanesa. Somente com solidez, integralidade e harmonia poderemos vencer os
cinco grandes desafios binomiais da atualidade:
1. prosperidade + sustentabilidade;
2. geração de riqueza + justa distribuição;
3. geração de resultados + qualidade de vida no trabalho;
4. concorrência + valores e princípios;
5. pensar + fazer.
De certa forma, a busca desses equilíbrios já orienta vários modelos de reciclagem
da economia capitalista, alguns deles locais, outros setoriais. Aqui e acolá, as
pessoas já lhes dão nomes, tais como economia wiki, capitalismo distributivo ou
supercapitalismo. Alguns falam em “Era da Sustentabilidade” ou “Era da
Responsabilidade”.
Essas expressões, entretanto, designam apenas algumas das características dessa
revolução, e não dão conta de sua complexidade. Por isso, tenho preferido utilizar
o termo simbólico “Economia do Cedro”. As lições oferecidas pela “árvore das
árvores” servem perfeitamente à confecção de um projeto de mudança consistente
na gestão dos negócios humanos.
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6. Depois de 40 anos de trabalho, alternados entre a academia e a direção de grandes
empresas, acredito que esses são os cinco inputs básicos para a implantação desse
modelo dinâmico de economia. Para muitos de nós, no entanto, a pergunta
recorrente ainda será: “por que preciso cuidar disso tudo se não vou estar aqui
para ver no que vai dar?”
A resposta é simples: já sentimos, no presente, os efeitos do velho sistema da
irresponsabilidade. São as turbas de imigrantes que vagam pelo mundo sem rumo.
São os grupos de jovens descolados de suas famílias e, por extensão, dos valores
éticos. São as doenças do trabalho, graves, ceifando vidas diariamente. São as
mudanças climáticas adulterando cenários. São as tristezas e sofrimentos
associados ao modo de vida vigente.
O descompasso já nos afeta e, claramente, coloca em risco as vidas de nossos filhos
e netos, pessoas que conhecemos e amamos. É difícil conceber, por exemplo, que
furacões e praias inundadas serão parte da vida de nossos herdeiros imediatos.
Esse raciocínio vale para a maior parte dos empreendimentos corporativos. A
prosseguir o processo de degradação do planeta, inúmeras atividades serão
gravemente afetadas ou simplesmente desaparecerão, do turismo à produção de
papel e celulose, do agronegócio à indústria da construção civil. Como imaginar
uma economia divorciada de grandes segmentos da indústria de transformação e
desfalcada de significativos contingentes de consumidores?
Ao refletir seriamente sobre esses acontecimentos, passamos a revalorizar os
processos sustentáveis de produção e crescimento. E reitero que o símbolo perfeito
desse novo paradigma é justamente o cedro. Ele é paciente e persistente. É lento,
mas convicto. É pequeno, mas sabe que vai tomar corpo. Vive de forma modesta
durante muito tempo, mas projeta suas raízes profundamente. Durante anos, nem
belo é, mas não duvida de que será o Adônis da floresta futura.
O lugar do Brasil nessa revolução
A Economia do Cedro, não importa o nome que ganhará no futuro, será
fundamental ao rearranjo da nossa casa global. Converter-se-á numa revolução de
conhecimentos compartilhados, de conciliação e de inovação permanente. Tudo vai
mudar, num movimento vertiginoso de destruição criativa de modelos e condutas.
O marketing, por exemplo, já experimenta transformações profundas. Hoje, a
ordem é estabelecer uma integração harmônica entre produção, logística, vendas,
controle de dados, finanças e sistemas de comunicação interna e externa. Se a
meta é criar uma percepção positiva da organização, todos devem tomar parte no
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7. esforço para a constituição de modelos de ação que tenham como pilares a oferta
de qualidade com responsabilidade.
Essa metamorfose também descentralizará poderes e definirá novos centros
criativos no planeta. Não se despreza a contribuição da Europa e dos Estados
Unidos à construção do bem-estar relativo alcançado pela via do capitalismo. Hoje,
no entanto, as fontes de ideias estão distribuídas por todo o planeta,
especialmente em razão do avanço da comunicação digital. Bons projetos
industriais iniciados numa fábrica japonesa, por exemplo, são aperfeiçoados na
Índia, ganham contribuições na Rússia, recebem correções na Austrália e acabam
recebendo um toque de design brasileiro ou mexicano.
Esse processo exibe o modelo de raiz, em que a grande árvore da economia recebe
nutrientes captados por diferentes terminais de alimentação. Nesse cenário de
mudanças, o Brasil certamente está se transformando em protagonista,
fortalecendo e diversificando sua economia.
Mas vale aqui uma observação de caráter antropológico. Por natureza, somos
antropofágicos. Devoramos as coisas com gosto. Importamos, sim, mas submetemos
tudo a uma digestão crítica. Trata-se de uma tradição de reinvenção e
reelaboração, em que os elementos da cultura nativa se fundem organicamente
com a cultura dos outros.
A rigor, se misturamos mais, é porque temos essa vocação nata. Não somos uma
justaposição, tampouco uma coleção de tipos humanos puros. Com quase 190
milhões de habitantes, o Brasil é um país mestiço, aliás, muito mestiço. Se há
mistura genética, há também mistura cultural. Aqui, nunca para de girar a roda da
reinvenção.
Somos, pois, o povo do mundo inteiro, aglutinado num espetacular laboratório de
convivência. Somos os nativos que há 9 mil anos chegaram à América do Sul, depois
de uma caminhada de gerações iniciada na Ásia. Estes índios, vindos do Oeste do
continente, também eram desbravadores. Nas bordas do Atlântico, procuravam a
Terra Sem Males, onde havia paz e solo fértil.
Somos os europeus portugueses, aqui instalados desde 1500, cuja imigração
alcançou até a metade do Século 20. Somos o povo da África, agregados aos
milhões, entre 1530 e 1850. Somos os europeus de outras nacionalidades,
sobretudo italianos, espanhóis e alemães que aqui desembarcaram a partir da
segunda metade do Século 19. Somos os imigrantes japoneses, aqui estabelecidos
desde 1908. Somos a gente do Oriente Médio, como os sírios e libaneses. E somos os
imigrantes recentes, sobretudo os coreanos, chineses e bolivianos.
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8. Nós, brasileiros, patinamos na “caixa de brita” quando toleramos o “jeitinho”,
associado à enganação, à embromação e à gambiarra. Também nos atrapalhamos
ao cultivar o gosto pelo provisório e certo desprezo por normas e regulações. No
entanto, também colecionamos características que nos credenciam a assumir
papéis de liderança na Economia do Cedro. Somos versáteis, adaptáveis, criativos,
inventivos, mobilizáveis, solidários e conciliadores.
Esses atributos nos dão velocidade competitiva na revolução em curso. E, acredite,
podem ser encontrados também longe dos clubes de futebol e das escolas de
samba. São responsáveis pelo sucesso de grandes empresas, de fábricas de aviões a
mineradoras.
O nome do jogo
Pouco antes de concluir o livro que inspirou este artigo, recebi um arquivo de vídeo
com uma entrevista em que um senhor de cabelos brancos falava sobre o sentido
da vida. Comecei a assistir, sem prestar muita atenção, mas logo percebi que ali
havia um bom conteúdo. As palavras eram simples, mas profundas.
A estrela do registro de 9 minutos e 54 segundos era Robert Happé, um holandês
cuja história decidi pesquisar. Nasceu durante a II Guerra Mundial, evento que
esfacelou sua família. Estudou Psicologia, serviu o exército e resolveu viajar pelo
mundo. Foi cozinheiro, garçom e trabalhou em mesas de pôquer. Andou pelo
Líbano, estudou filosofia oriental na Índia e pesquisou as culturas do Nepal, Tibet e
Camboja.
Esse filósofo da práxis, hoje sexagenário, conheceu o vedanta, o budismo e o
taoísmo, convivendo e trabalhando com nativos de diferentes países. Depois de
mais de 30 anos de peregrinação, resolveu dividir seus conhecimentos por meio de
livros, seminários e palestras em universidades, centros de estudo e entidades não
governamentais.
Seguindo a metodologia que me facilita a vida de educador, separei algumas ideias
de Happé que merecem uma reflexão.
1) Todas as pessoas do mundo querem ser amadas. Porém, de alguma forma, é
difícil para as pessoas amarem umas às outras e trocarem coisas de uma
forma honesta.
2) O mundo ficou “louco” e ninguém respeita mais ninguém. As pessoas passam
12 horas por dia no trabalho preocupadas em ganhar dinheiro para pagar
suas contas.
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9. 3) Chegamos a um período da evolução em que as pessoas começam a perceber
que deve ocorrer uma mudança de consciência para que tenhamos um
mundo melhor.
4) Hoje, ainda estamos amarrados a opiniões cristalizadas sobre pessoas ou
situações, de modo que estamos sempre julgando e apontado o dedo para os
outros. Esse é um jogo viciado e que não nos favorece. O bom jogo, ao
contrário, é o jogo do amor, do aprendizado para a integração.
Realmente, tornar-se difícil discordar de Happé. Gostaria apenas de comentar
algumas dessas opiniões. De fato, a Economia assumiu um papel decisivo na história
da humanidade. No entanto, é importante notar que o próprio conceito está
retornando magicamente a suas raízes. Pouca gente sabe, mas sua origem grega
está associada ao conceito de administração de um lar ou família.
Certamente, vivemos uma era de descompassos, como exposto no início deste
texto. A humanidade não tem trocado as coisas de forma honesta. E, sim, o mundo
das finanças nem sempre tem servido a fomentar o desenvolvimento. Muitas vezes,
a posse da moeda tem permitido a ascensão de tiranos, irresponsáveis e
aproveitadores, muitos deles totalmente apartados do verdadeiro mundo
produtivo.
Pessoalmente, porém, não creio que a busca do lucro seja algo pecaminoso. O
lucro deveria constituir-se em justo prêmio concedido ao trabalho decente.
Costumo dizer que hoje se confunde a busca do lucro com a ganância, esta
altamente destrutiva. O grande pensador Peter Drucker, disse mais de uma vez que
o lucro não é uma causa, e sim uma consequência. Theodore Levitt, da Harvard
Business School, também professava essa teoria. Ensinava que os negócios deviam
focar na satisfação e manutenção dos clientes e condenava a busca do “lucro pelo
lucro”. Segundo ele, se não puder ser determinado um objetivo maior, a empresa
não pode justificar moralmente sua existência.
Não tenho dúvida de que o problema do mundo atual não é a empresa. Na verdade,
acredito piamente que ela esteja na base da solução para os problemas globais. No
entanto, precisamos modificar condutas, redefinir missões e constituir companhias
diferentes, que não sejam fontes de destruição, dor e angústia.
Happé tem plena razão ao identificar o nascimento de uma nova consciência e uma
mudança de postura. De fato, o aprendizado em curso deve conduzir à paz de
espírito que permitirá o despertar de nossas incríveis capacidades criativas. Mais
importante, no entanto, é que reconheçamos, de uma vez por todas, que
carregamos todos a essência do divino. Provaremos essa bênção no dia em que
gerarmos prosperidade por meio da partilha e da cooperação, sem destruir o lindo
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10. lar que nos foi entregue por Deus. O jogo da Economia do Cedro é, certamente, o
jogo do amor.
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