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TERMODINÂMICA
ENG
PRO
ENG
PRO
Segunda Lei da Termodinâmica
Máquinas Térmicas
CARLOS ALBERTO ALVES
Segunda Lei da Termodinâmica
ENG
PRO
Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na
construção de máquinas e utilização na indústria, pois trata diretamente do rendimento
das máquinas térmicas.
14%
Introdução à Segunda Lei da Termodinâmica
ENG
PRO
Uma xícara de café não se aquece sozinha em uma sala fria.
Transferir calor a uma roda de pás não fará com que ela gire.
Transferir calor a um fio não gerará eletricidade.
Esses processos não podem acontecer, mesmo se
não violarem a Primeira Lei da Termodinâmica!
19%
Enunciados Alternativos
ENG
PRO
• Não há nenhum enunciado simples que capture todos os aspectos da Segunda Lei da
Termodinâmica
• Diversas formulações alternativas da Segunda Lei são encontradas na literatura:
Enunciado de Clausius
Enunciado de Kelvin-Planck
Enunciado da Entropia24%
Enunciado de Clausius
ENG
PRO
R. Clausius
(1822-1888)
“O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de
temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta.”
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais
alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente
externo realize um trabalho sobre este sistema.
Adaptação
29%
Enunciado de Clausius
ENG
PRO
Fluxo Natural
Agente Externo
33%
Enunciado de Kelvin-Planck
ENG
PRO
“É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo
termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em
trabalho.”
Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um
rendimento de 100%, ou seja, por menor que seja, sempre há uma quantidade de calor
que não se transforma em trabalho efetivo.
W. Thomson Lord Kelvin
(1824-1907)
Adaptação
38%
Enunciado de Kelvin-Planck
ENG
PRO
Desperdício de
energia
100% de rendimento
43%
Enunciado de Kelvin-Planck
ENG
PRO
• É impossível converter (em um ciclo) todo o calor de trabalho útil
• Ciclos não são 100% eficientes
• Sempre existem algumas imperfeições devido a “irreversibilidades”
• A definição de Entropia e da Segunda Lei da Termodinâmica estão diretamente ligadas à
esse enunciado
Cada máquina térmica deve desperdiçar alguma energia transferindo-a para um
reservatório de baixa temperatura a fim de completar o ciclo, mesmo sob condições ideais.
48%
Máquinas térmicas
ENG
PRO
As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a serem utilizados em
larga escala na indústria, por volta do século XVIII. Na forma mais primitiva, era usado o
aquecimento para transformar água em vapor, capaz de movimentar um pistão, que por
sua vez, movimentava um eixo que tornava a energia mecânica utilizável para as indústrias
da época.
Locomotiva 2-8-0
de vapor
superaquecido
E. F. Central do
Brasil
52%
Máquinas térmicas
ENG
PRO
Em termodinâmica, máquinas térmicas são sistemas que realizam a conversão de calor ou
energia térmica em trabalho mecânico.
A fonte térmica fornece uma quantidade de
calor (Q1) que no dispositivo transforma-se
em trabalho (t) mais uma quantidade de
calor que não é capaz de ser utilizado como
trabalho (Q2).
Q1
Q2
t
𝜏 = 𝑄1 − |𝑄2|
57%
Características das máquinas térmicas
ENG
PRO
• Eles recebem calor de uma fonte a alta temperatura (energia solar, forno a óleo, reator
nuclear, etc.)
• Convertem parte desse calor em trabalho (geralmente girando em eixo)
• Rejeitam o calor remanescente em um sumidouro de calor a temperaturas baixas
(atmosfera, rios, etc.)
• Operam em ciclos
Usina
TermonuclearBarco à vapor
Turbinas à
queroseneMotor à gasolina
62%
Rendimento das máquinas térmicas
ENG
PRO
Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação entre a energia utilizada como
forma de trabalho e a energia fornecida:
𝜂 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝜏 = 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑣é𝑠 𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎
𝑄1 = 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑄2 = 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜
Rendimento𝜂 =
𝜏
|𝑄1|
Trabalho 𝜏 = 𝑄1 − |𝑄2|
Rendimento
𝜂 =
𝑄1 − |𝑄2|
|𝑄1|67%
Logo
Rendimento das máquinas térmicas
ENG
PRO
O valor mínimo para o rendimento é 0 se a máquina não realizar nenhum trabalho, e o
máximo 1, se fosse possível que a máquina transformasse todo o calor recebido em
trabalho, mas como visto, isto não é possível. Para sabermos este rendimento em
percentual, multiplica-se o resultado obtido por 100%
Um motor à vapor realiza um trabalho de 12kJ quando lhe é fornecido uma quantidade de
calor igual a 23kJ. Qual a capacidade percentual que o motor tem de transformar energia
térmica em trabalho?
Exemplo
𝜂 =
𝜏
|𝑄1|
× 100%
71%
𝜂 =
12000
23000
× 100%
𝜂 = 57,17%
Ciclo de Carnot
ENG
PRO
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção de
uma máquina térmica ideal, que seria capaz de transformar toda a
energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento total (100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês Nicolas
Carnot (1796-1832) propôs uma máquina térmica teórica que se
comportava como uma máquina de rendimento total, estabelecendo
um ciclo de rendimento máximo, que mais tarde passou a ser
chamado Ciclo de Carnot.
Nicolas Carnot
(1796-1832)
76%
Ciclo de Carnot
ENG
PRO
Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é
fornecida pela fonte de aquecimento e a quantidade cedida à
fonte de resfriamento são proporcionais às suas
temperaturas absolutas, assim:
|𝑄2|
|𝑄1|
=
𝑇1
𝑇2
Rendimento
𝜂 = 1 −
𝑄2
𝑄1
𝑒
|𝑄2|
|𝑄1|
=
𝑇2
𝑇1
𝜂 = 1 −
𝑇2
𝑇1
T1 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒
T2 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑟𝑖𝑎
81%
Logo
Ciclo de Carnot
ENG
PRO
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo o calor vindo da fonte de
aquecimento deverá ser transformado em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte
de resfriamento deverá ser 0 K.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para um sistema físico.
86%
Exercícios
ENG
PRO
Em uma máquina térmica são fornecidos 3kJ de calor pela fonte quente para o início do
ciclo e 780J passam para a fonte fria. Qual o trabalho realizado pela máquina, se
considerarmos que toda a energia que não é transformada em calor passa a realizar
trabalho?
𝜏 = 𝑄1 − |𝑄2|
3kj = 3000j
𝜂 =
𝜏
|𝑄1|
90%
𝜏 = 3000𝐽 − 780𝐽
𝜏 = 2220𝐽
Qual o rendimento da máquina térmica? 𝜂 =
2220
3000
𝑥 100 = 74%
Exercícios
ENG
PRO
Uma máquina que opera em ciclo de Carnot tem a temperatura de sua fonte quente igual a
330°C e fonte fria à 10°C. Qual é o rendimento dessa máquina?
𝜂 = 1 −
𝑇2
𝑇1
T1 = 273 + 330 = 603𝑘
T2 = 273 + 10 = 283𝑘
𝜂 = 1 −
283
603
𝜂 = 0,53 = 53%
95%
Conversão Graus x Kelvin
ENG
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Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas

  • 2. ENG PRO Segunda Lei da Termodinâmica Máquinas Térmicas CARLOS ALBERTO ALVES
  • 3. Segunda Lei da Termodinâmica ENG PRO Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria, pois trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas. 14%
  • 4. Introdução à Segunda Lei da Termodinâmica ENG PRO Uma xícara de café não se aquece sozinha em uma sala fria. Transferir calor a uma roda de pás não fará com que ela gire. Transferir calor a um fio não gerará eletricidade. Esses processos não podem acontecer, mesmo se não violarem a Primeira Lei da Termodinâmica! 19%
  • 5. Enunciados Alternativos ENG PRO • Não há nenhum enunciado simples que capture todos os aspectos da Segunda Lei da Termodinâmica • Diversas formulações alternativas da Segunda Lei são encontradas na literatura: Enunciado de Clausius Enunciado de Kelvin-Planck Enunciado da Entropia24%
  • 6. Enunciado de Clausius ENG PRO R. Clausius (1822-1888) “O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta.” Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema. Adaptação 29%
  • 7. Enunciado de Clausius ENG PRO Fluxo Natural Agente Externo 33%
  • 8. Enunciado de Kelvin-Planck ENG PRO “É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em trabalho.” Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por menor que seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em trabalho efetivo. W. Thomson Lord Kelvin (1824-1907) Adaptação 38%
  • 9. Enunciado de Kelvin-Planck ENG PRO Desperdício de energia 100% de rendimento 43%
  • 10. Enunciado de Kelvin-Planck ENG PRO • É impossível converter (em um ciclo) todo o calor de trabalho útil • Ciclos não são 100% eficientes • Sempre existem algumas imperfeições devido a “irreversibilidades” • A definição de Entropia e da Segunda Lei da Termodinâmica estão diretamente ligadas à esse enunciado Cada máquina térmica deve desperdiçar alguma energia transferindo-a para um reservatório de baixa temperatura a fim de completar o ciclo, mesmo sob condições ideais. 48%
  • 11. Máquinas térmicas ENG PRO As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a serem utilizados em larga escala na indústria, por volta do século XVIII. Na forma mais primitiva, era usado o aquecimento para transformar água em vapor, capaz de movimentar um pistão, que por sua vez, movimentava um eixo que tornava a energia mecânica utilizável para as indústrias da época. Locomotiva 2-8-0 de vapor superaquecido E. F. Central do Brasil 52%
  • 12. Máquinas térmicas ENG PRO Em termodinâmica, máquinas térmicas são sistemas que realizam a conversão de calor ou energia térmica em trabalho mecânico. A fonte térmica fornece uma quantidade de calor (Q1) que no dispositivo transforma-se em trabalho (t) mais uma quantidade de calor que não é capaz de ser utilizado como trabalho (Q2). Q1 Q2 t 𝜏 = 𝑄1 − |𝑄2| 57%
  • 13. Características das máquinas térmicas ENG PRO • Eles recebem calor de uma fonte a alta temperatura (energia solar, forno a óleo, reator nuclear, etc.) • Convertem parte desse calor em trabalho (geralmente girando em eixo) • Rejeitam o calor remanescente em um sumidouro de calor a temperaturas baixas (atmosfera, rios, etc.) • Operam em ciclos Usina TermonuclearBarco à vapor Turbinas à queroseneMotor à gasolina 62%
  • 14. Rendimento das máquinas térmicas ENG PRO Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação entre a energia utilizada como forma de trabalho e a energia fornecida: 𝜂 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝜏 = 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑣é𝑠 𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑄1 = 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑄2 = 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 Rendimento𝜂 = 𝜏 |𝑄1| Trabalho 𝜏 = 𝑄1 − |𝑄2| Rendimento 𝜂 = 𝑄1 − |𝑄2| |𝑄1|67% Logo
  • 15. Rendimento das máquinas térmicas ENG PRO O valor mínimo para o rendimento é 0 se a máquina não realizar nenhum trabalho, e o máximo 1, se fosse possível que a máquina transformasse todo o calor recebido em trabalho, mas como visto, isto não é possível. Para sabermos este rendimento em percentual, multiplica-se o resultado obtido por 100% Um motor à vapor realiza um trabalho de 12kJ quando lhe é fornecido uma quantidade de calor igual a 23kJ. Qual a capacidade percentual que o motor tem de transformar energia térmica em trabalho? Exemplo 𝜂 = 𝜏 |𝑄1| × 100% 71% 𝜂 = 12000 23000 × 100% 𝜂 = 57,17%
  • 16. Ciclo de Carnot ENG PRO Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção de uma máquina térmica ideal, que seria capaz de transformar toda a energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento total (100%). Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma máquina térmica teórica que se comportava como uma máquina de rendimento total, estabelecendo um ciclo de rendimento máximo, que mais tarde passou a ser chamado Ciclo de Carnot. Nicolas Carnot (1796-1832) 76%
  • 17. Ciclo de Carnot ENG PRO Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida pela fonte de aquecimento e a quantidade cedida à fonte de resfriamento são proporcionais às suas temperaturas absolutas, assim: |𝑄2| |𝑄1| = 𝑇1 𝑇2 Rendimento 𝜂 = 1 − 𝑄2 𝑄1 𝑒 |𝑄2| |𝑄1| = 𝑇2 𝑇1 𝜂 = 1 − 𝑇2 𝑇1 T1 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 T2 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑟𝑖𝑎 81% Logo
  • 18. Ciclo de Carnot ENG PRO Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo o calor vindo da fonte de aquecimento deverá ser transformado em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de resfriamento deverá ser 0 K. Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para um sistema físico. 86%
  • 19. Exercícios ENG PRO Em uma máquina térmica são fornecidos 3kJ de calor pela fonte quente para o início do ciclo e 780J passam para a fonte fria. Qual o trabalho realizado pela máquina, se considerarmos que toda a energia que não é transformada em calor passa a realizar trabalho? 𝜏 = 𝑄1 − |𝑄2| 3kj = 3000j 𝜂 = 𝜏 |𝑄1| 90% 𝜏 = 3000𝐽 − 780𝐽 𝜏 = 2220𝐽 Qual o rendimento da máquina térmica? 𝜂 = 2220 3000 𝑥 100 = 74%
  • 20. Exercícios ENG PRO Uma máquina que opera em ciclo de Carnot tem a temperatura de sua fonte quente igual a 330°C e fonte fria à 10°C. Qual é o rendimento dessa máquina? 𝜂 = 1 − 𝑇2 𝑇1 T1 = 273 + 330 = 603𝑘 T2 = 273 + 10 = 283𝑘 𝜂 = 1 − 283 603 𝜂 = 0,53 = 53% 95% Conversão Graus x Kelvin