1. CONTOS DO SÉCULOS XX
VERGÍLIO FERREIRA
Apresentação oral Português
2013/2014
2. VIDA
Vergílio Ferreira nasceu em Melo, aldeia do concelho de Gouveia, na Beira Alta no dia 28 de
janeiro de 1916. É filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira que, mais tarde, em 1927,
emigraram para o Canadá, em busca de uma vida melhor, ficando Vergílio com os irmãos mais novos
(descrito em Nítido Nulo).
Aos 12 anos, após uma peregrinação a Lourdes, entra no seminário do Fundão, que
frequentará durante seis anos. Em 1936, deixa o seminário e acaba o Curso Liceal no Liceu da
Guarda. Entra para a Faculdade de Letras na Universidade de Coimbra. Licenciou-se
em Filologia Clássica em 1940 e concluiu o Estágio no Liceu D. João III (1942), em Coimbra.
Começa a lecionar em Faro. Em 1944, passa a lecionar no Liceu de Bragança. Em 1946 casou-
se com Regina Kasprzykowsky, professora polaca que se encontrava refugiada em Portugal da guerra e,
com quem Vergílio fica até à sua morte.
Após uma passagem pelo liceu de Gouveia (onde escreveu o romance Manhã Submersa), fixa-
se como docente em Lisboa, lecionando o resto da sua carreira no Liceu Camões. Em 1992 recebeu,
pelo conjunto da obra, o "Prémio Camões“.
Vergílio faleceu no dia 1 de março de 1996, em sua casa, em Lisboa, na freguesia de Alvalade.
O funeral foi realizado no cemitério de Melo, sua terra-natal e, a seu pedido, o caixão fora enterrado
virado para a Serra da Estrela.
3. OBRA
» 1943 - O Caminho fica Longe
» 1954 - Manhã Submersa
» 1959 - Aparição
» 1962 - Estrela Polar
» 1965 - Alegria Breve
» 1971 - Nítido Nulo
» 1972 - Apenas Homens
» 1976 - Contos
» 1983 - Para Sempre
» 1986 - Uma Esplanada Sobre o Mar
» 1987 - Até ao Fim
» 1990 - Em Nome da Terra
» 1993 - Na Tua Face
» 1976 - A Palavra Mágica (publicada em separado, no
entanto faz parte do livro Contos)
4. RESUMO DO CONTO
Silvestre, um pacato viúvo sem filhos, vive numa vila. Um dia, envolve-se numa discussão (do
tipo de taberna) com o Ramos da loja, que o trata de inócuo, palavra que ouvira algures (num folhetim).
O rumor faz com que a palavra maldita se espalhe pela freguesia, conotada de sentidos
desagradáveis e pronunciada de maneiras diversas. Começa por significar vadio, passando a bêbedo na
boca da mulher do Paulino. Mais tarde, quando um vigarista vendedor de drogas entra na aldeia, a
palavra ganha o sentido de trampolineiro ou ladrão dos finos e, quando a Rainha mata o marido da
amante, é catalogada com o mesmo termo, “inoque” já significa devasso e assassino.
Como uma bola de neve, a palavra transforma-se num insulto terrível adquirindo sempre,
perante as situações novos significados como parricida, incendiário, pederasta ou escroque, sendo até
utilizada para desabafos do género possas ou bolas.
Quando começaram a ser julgadas as primeiras queixas no tribunal da vila contra a injúria de
“noque”, “inóque” ou “inoquo”, o juiz, apercebendo-se do verdadeiro significado da palavra, fica
incrédulo perante a confusão gerada, pois inócuo significa “que não faz dano, inofensivo”.
» Destacar uma personagem e justificar
5. CITAÇÃO
“Toda a gente conhecia já a opinião do dicionário. Mas o furor era sempre mais forte do que o
simples livro impresso.”
6. LOCALIZAR O CONTO
Espaço
Espaço físico - Uma pequena aldeia montanhesa portuguesa.
Espaço social - Ambiente rural com uma população, maioritariamente, quase analfabeta.
Tempo
Referentes temporais - Neste conto não existem referentes temporais.
Ação
Ação fechada - não há dúvidas quanto ao desfecho, o verdadeiro significado da palavra é desvendado.
» Opinião e moral do conto