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Literacia dos Media e Biblioteca Escolar

Cassia Furtado
Universidade de Aveiro/Portugal

Resumo
Com o avanço vertiginoso das áreas de comunicação e da informática, o mundo presencia
o surgimento de uma nova sociedade, onde a tecnologia de informação e comunicação se
faz omnipresente, mudando nossa forma de pensar e agir. A Sociedade do Conhecimento
não é só um fenómeno tecnológico, tem repercussão política, económica, educacional e
cultural.
Destacamos a convergência dos media, pois a partir desse processo temos importantes
aspectos na educação e na cultura que devem ser prioridades nas políticas sociais dos
países, especialmente os em fase de desenvolvimento. A literacia dos media (media
literacy) deve ser vista com um aprimoramento da literacia tradicional, sendo assim é de
responsabilidade das instituições educacionais, como a biblioteca escolar. O artigo tem
como objetivo fazer um recorte na literatura sobre o papel da biblioteca escolar, na
cultura da convergência, enfatizando seu carácter educacional na Sociedade da
Informação.



Introdução
       O final do Século XX é marcado pelo imenso avanço tecnológico, especialmente
pelo desenvolvimento das telecomunicações e informática, acarretando mudanças na
sociedade, transformando os sistemas sociais e afetando todos as áreas do conhecimento,
em vários níveis. A informação e a comunicação, com destaque para os media, ocupam
lugar central nas nossas vidas.

       Sendo assim, torna-se fundamental os cidadãos adquirirem habilidade e
competências para viverem nesse mundo, marcado por mudanças e transformações na
forma de produzir e consumir informações.

       As instituições educacionais, em especial, a escola e a biblioteca, trabalham agora
nesse cenário e com isso encontram novas responsabilidades, como exemplo: preparar
crianças e jovens para a literacia.

       Uma vez que “a literacia dos media é um complemento a literacia tradicional”
(Wing, 2004), e estando inserida nos campos do conhecimento da educação e ciência da



8º Congresso LUSOCOM                                                                 1957
informação, deve ser objeto de estudo compartilhado de educadores e bibliotecários, num
ambiente formal e informal de aprendizado.

       Este artigo faz um recorte na literatura e destaca o papel da biblioteca escolar,
junto a crianças e jovens, na formação da literacia dos media.




Sociedade da Informação e Educação

       Analisando a história mundial, percebe-se que transformações fazem parte da
humanidade. Os homens pré-históricos viveram da caça de animais selvagens e da coleta
de plantas e frutas durante muito tempo. Uma grande transformação veio mudar esse
panorama pré-histórico: o desenvolvimento da agricultura. Comida abundante e segura
permitiu a população crescer e fixar-se. Como conseqüência, as mudanças resultantes
desse processo foram profundas, dentre elas destacam-se: o aumento do volume de terras
cultivadas, rendimento de colheitas, fixação do homem em aldeias e a domesticação de
animais. Esta última teve um significado essencialmente importante: o deslocamento
humano por longas distâncias foi facilitado, aumentando assim a velocidade da
propagação de informações.

       A revolução agrícola ainda se propagava pelo mundo quando eclodiu a segunda
grande revolução: a revolução industrial. O advento das máquinas a vapor e, um pouco
mais tarde, dos trens e, em seguida, dos automóveis consolidou o domínio dos homens
sobre as máquinas, tendo início assim a produção em massa. Um pouco mais tarde,
desvendado o eletromagnetismo, a velocidade de propagação de informações atingiu
níveis impressionantes graças, sobretudo, ao telégrafo e ao telefone. Mais recentemente,
o surgimento de computadores e de redes de comunicação globais, como a Internet,
coloca a humanidade frente a uma nova onda de transformações.

       Não há atividade humana que resista a esse período de transição; o impacto da
informática, das telecomunicações, das redes de computadores é total; pode ser sentido
no trabalho, na educação, no entretenimento e nas artes. O homem segue como parte
integrante e atuante neste cenário de singularidade e de intensas mudanças tecnológicas.



8º Congresso LUSOCOM                                                               1958
A sociedade é agora pós - industrial e vivemos no que é chamado de Sociedade da
Informação.

       A sociedade da informação baseia-se em um modelo de sociedade onde a
informação encontra-se presente de maneira intensa na vida social dos povos de todos os
países, independente do seu nível de desenvolvimento, tamanho ou filosofia política,
desempenhando um papel central em todas as atividades. Porém, um dos mais
importantes aspectos dessa realidade é a educação.

       Com a presença constante das tecnologias de informação nos mais variados
ambientes, o homem passa a contar com uma diversidade de espaços educacionais e a
educação passa a ter sua abordagem ampliada, ultrapassando os limites da educação
sistematizada, visando agora à formação integral do indivíduo.

       Ensinar não é mais transmitir conhecimentos, o professor não detém mais todas as
informações e o aluno deixa sua posição passiva de aprendiz, onde somente acumulava
informações, na maioria das situações sem compreensão e contextualização com a
realidade.

       Delors e outros, no Relatório sobre Educação para o Século XXI (1999),
estabelecem “quatro pilares do conhecimento”, os quais devem ser objeto de referência
para a educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e
aprender a ser.

       Os autores alertam que “aprender a conhecer visa não tanto à aquisição de um
repertório de saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do
conhecimento (o que) supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a
memória e o pensamento”, isto é, aprender a prestar atenção às coisas, fatos e pessoas; ser
seletivo nos dados a aprender, refletir sobre a aprendizagem, exercitar o encadeamento do
pensamento na combinação dos fatos e ter consciência do modo pessoal de aprender.

       A escola deixa de ser o único espaço de educação, devendo assim, considerar
relevante a variedade e a quantidade de informações recebidas pelas crianças, advinda




8º Congresso LUSOCOM                                                                  1959
dos media, mesmo antes destes chegarem ao ambiente escolar, e que continuaram a
adquiri-las, durante toda a vida.

       Nesse contexto o professor perde o monopólio na transmissão de conhecimento,
passando a ter o papel de guia ou consultor do sistema de auto aprendizado. Estes serão
facilitadores da aprendizagem, no sentido de abrir caminhos, ser o intermediário da
informação, preparar para o confronto com novos problemas, exercitar a ousadia do saber
no educando e incentivar o espírito criativo e crítico dos jovens.

       O novo modelo de educação substitui a aprendizagem uniforme e homogênea pela
aprendizagem centrada na individualidade de cada estudante, em um contexto coletivo,
interativo e cooperativo, onde professores e alunos constroem o conhecimento.

       A escola deve fazer dos media parte integrante desse contexto de aprendizagem
cooperativa, uma vez que, com a interatividade permitida pelos media, o indivíduo passa
de mero consumidor para produtor de informações.

               “as pessoas tomaram a mídia em suas próprias mãos e passaram a explorar elas mesmas
               novas ferramentas e plataformas que lhes permitam criar e veicular os seus próprios
               conteúdos. Por trás da cultura da convergência, está uma outra: a participativa” (Jenkins,
               2008).

       A cultura participativa possibilita a comunidade escolar à formação de redes
sociais, onde professores e alunos podem se unir em torno de uma temática comum,
tendo como meio um suporte digital.

       É importante atentamos para o fato de as tecnologias de informação e
comunicação permitem não só produção e acesso à informação, mas também
classificação e organização da mesma pelos indivíduos. Levando isto em consideração,
percebemos que os media oferecem a possibilidade de “aprender a fazer”, o que contribui
para construção de mais um pilar da educação, na versão de Delors (1999), ou seja,
aprender com base na experiência, no resolver, decifrar.

       A sociedade da informação tem como uma de suas ferramentas a educação
permanente, o fato da aprendizagem não estar mais atrelada somente à educação formal,



8º Congresso LUSOCOM                                                                               1960
esta se consistiu numa permanente aquisição de conhecimentos, nos mais variados
espaços educacionais que a sociedade da informação oferece. “Se é preciso educar-se ao
longo da toda a vida, então todos alunos [sempre]” (Tedesco, 2006).

       Outro fator que impulsiona a educação contínua é o fato de que, na Sociedade da
Informação, a quantidade e o tempo útil da informação mudam de maneira radical. A
verdade de hoje pode não ser a verdade de amanhã e o que é suficiente agora, mais tarde
pode deixar de satisfazer. “O aprendizado ao longo da vida é o elemento chave na
construção de uma sociedade baseada no conhecimento e pode diminuir de forma
considerável o desnível entre indivíduos e regiões” (IBICT, 2000: 25).

       Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que a educação, na Sociedade
da Informação, consiste num processo contínuo de transformação, que tem como objetivo
o desenvolvimento integral do homem; desenvolvimento espiritual, intelectual, moral,
individual e social.

       Dessa forma, a transformação social que ocorrerá com a Sociedade da Informação
deve ser resultado de uma política complexa que encontra na educação seu insumo
principal.




Literacia dos Media

       Uma vez que a educação deve incorporar as transformações inerentes à época e
preparar os futuros cidadãos para compreenderem e atuarem na realidade em que vivem,
a educação, na adoção dos novos cenários educacionais, deve ter a literacia como um dos
principais objetivos da escola.

       O termo information literacy foi usado pela primeira vez, em 1974, pelo
bibliotecário Paul Zurkowsk, no texto “The information service environment
relationships and priorities”, como técnicas e habilidades de utilização de ferramentas de
informação no ambiente de trabalho. Desde então, information literacy vem recebendo
traduções diversas; alfabetização tecnológica, alfabetização informacional, letramento e




8º Congresso LUSOCOM                                                                 1961
outros. Porém, damos destaque à competência informacional, termo usado no Brasil e
literacia usado em Portugal.

       Em evento na Universidade de Texas, em 1976, a literacia foi novamente
discutida, agora com maior abrangência, envolvendo a localização e uso da informação.
No mesmo ano, o termo foi associação à emancipação política. Três anos depois, Taylor
e Garfield estabeleceram uma relação entre literacia e tecnologias de informação.
Dudziak (2003: 24) enfatiza que “a década de 70 se caracterizou pela admissão de que a
informação é essencial à sociedade”.

       Já com relação à década de 80, a autora afirma que foi decisiva para estabelecer
“o papel educacional das bibliotecas acadêmicas e a importância dos programas
educacionais em information literacy para a capacitação de estudantes” Dudziak (2003:
26).

       Porém, no trabalho de Carol Kuhlthau, “Information skills for a information
society: a review of research”, que data de 1989, a bibliotecária enfatiza a necessidade da
literacia está inserida na educação formal, sendo foco das bibliotecas escolares, e alerta
para a busca de informações, através das tecnologias de informação e comunicação,
especialmente por parte dos estudantes (Kuhlthau,1989).

       Merece ênfase, devido a grande aceitação pela comunidade acadêmica, a
definição dada pela American Library Assocition - ALA, em 1989, que acentua que o
indivíduo deve;

               “to be information literate, a person must be able to recognize when information is
               needed and have the ability to locate, evaluate, and use effectively the needed
               information… information literate person are those who have learned how to learn”
               (ALA, 1989: 1).

       Os anos 90 foram marcados “pela busca de uma fundamentação teórica e
metodológica sobre a information literacy (onde os) modelos incorporam as atividades
básicas de identificação, acesso, avaliação e uso da informação” (Dudziak, 2003: 26).

       Cristine Bruce, em 1997, estabelece as fases da literacia:



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1.      “the IT experience information;

           2.      the info sources experience;

           3.      the info process experience;

           4.      the info-control experience;

           5.      the knowledge construction experience;

           6.      the knowledge extension experience;

           7.      the wisdom experience”.




       A autora sugere assim um aprofundamento da literacia iniciando por dados,
informação, conhecimento, entendimento, assimilação e inteligência. Com várias
publicações sobre o tema, o trabalho de Bruce se destaca por tratar a literacia como um
fenômeno, dependente das experiências pessoais e do contexto.

       Dudziak, em dissertação apresentada a Universidade de São Paulo, em 2001,
aborda três concepções para literacia:

                1. Nível da informação – ênfase nas habilidades de operação da
       tecnologia da informação;

                2. Nível do conhecimento – ênfase nos processos cognitivos de busca da
       informação para construção do conhecimento;

                3. Nível da inteligência – onde há agregação de valor a informação, com
       base no contexto social de cada individuo. Este seria, ainda segundo a autora, o
       nível mais fiel a literacia, onde o aprendizado é visto como fenômeno social.

        O Relatório Learning for the 21st century (2008), que identifica competências
para o aprendizado, aponta competência de literacia para a informação e para os media,
como necessidade dos alunos aprenderem a selecionar e criar informações, onde está
incluso, não somente textos, mas também imagens, áudio e animação.

       Portanto, a educação, especialmente a educação básica, desempenha um papel de
destaque no sentido de assegurar e atualizar as competências necessárias aos indivíduos,




8º Congresso LUSOCOM                                                                   1963
para identificar as informações relevantes e cognitivas, nesse novo panorama com
abundância de informações.

       O Office of Communications – OFCOM (2006) inclui como componentes da
literacia dos media o acesso, a compreensão e a criação de informações em vários
contextos.

       O acesso aos media, especialmente nos países em desenvolvimento, é um grave
problema, haja vista que a grande maioria da população não utiliza as chamadas “novas
tecnologias de informação e comunicação”. Merece preocupação a realidade brasileira,
que ainda não teve grandes avanços com relação à inclusão nas tecnologias de
informação e comunicação no sistema educacional, especialmente na formação inicial de
seus professores. Em tese de Doutorado, pela UNESP, Barros (2005: 160) analisou os
professores e percebeu que “57% deles na formação inicial e 77,1%, na formação
continuada, embora tenham interesse, não sabem manusear bem o computador”.

       A compreensão da informação, como componente da literacia dos media, envolve
a atitude crítica do seu conteúdo, passando pela reflexão, análise e avaliação. Percebemos
que as crianças e jovens não estão sendo preparados no ambiente escolar e familiar para
esse contexto. É competência da escola e da família orientá-los para selecionar e usar as
informações de maneira correta, desenvolvendo o espírito crítico e senso de cidadania,
incluindo aqui, direito e deveres com relação às fontes (Bindé, 2007).

       A criação de conteúdos está relacionada à participação, a produção e a
disseminação de informações em ambientes de media. A interatividade, sendo uma das
características da convergência dos media, possibilita a participação ativa do cidadão
enquanto membro de uma comunidade. Direito à informação e a liberdade de expressão,
hoje envolvem, também, crianças e jovens (Pereira, 2008).

       A escola não deve ficar a margem da sociedade atual, ser omissa a essa realidade
e ao papel que os media desempenham na formação dos seus alunos. As crianças e jovens
tem acesso a uma enorme variedade e quantidade de informações, que recebem,
principalmente fora do ambiente escolar, e a escola deve prepará-los para indagações
como: fonte, pertinência, relevância, atualidade e segurança dessas informações.


8º Congresso LUSOCOM                                                                 1964
Biblioteca e Literacia

          Dentre as inovações ocorridas nas instituições educacionais com a Sociedade da
Informação, considera-se que a biblioteca será uma das mais atingidas, haja vista que
sofrerá transformações significativas no seu papel dentro do sistema educacional, para
tanto precisa encarar o desafio de abandonar o paradigma custodial, de organização e
preservação de livros, para se tornar numa rede multimídia de aprendizagem. Data de
1980, por ocasião da primeira edição, o Manifesto da UNESCO sobre as Mediatecas
Escolares, esse conceito ligado à educação.

          Autores como Silva (1995)8, Calixto (1996)9 e Campelo (2005)10 já enfatizavam,
há algum tempo, que com base no paradigma da Sociedade da Informação, a biblioteca
da escolar deve funcionar como um núcleo do sistema escolar.

          A biblioteca sendo uma instituição que faz parte do sistema de informação e de
educação de um país deve ser um centro dinâmico de informação, organizando e
fornecendo a informação nos mais variados formatos e espaços, permitindo assim, a
formação de uma rede de conhecimentos, ou seja, funcionando em parceria com outras
bibliotecas, em especial com a biblioteca pública, e instituições educacionais e culturais,
para criar um ambiente educacional e lúdico em torno do universo informacional.

                    “Numa abordagem sistêmica, a biblioteca deve extrapolar sua dimensão física
                   influenciando e sendo influenciada pelo meio em que está inserida. Além de instrumento
                   de apoio pedagógico - cultural da escola, cabe também a ela ampliar suas limitações de
                   atuação, subsidiando o desenvolvimento de uma educação não formal” Barros (1998:
                   17).

          Lembrando que a literacia nasceu no âmbito da Biblioteconomia e que a
informação é o cerne das bibliotecas, acreditamos que as mesmas têm como principal

8
    SILVA, Waldeck Carneiro - Miséria da biblioteca escolar. São Paulo; Cortez, 1995. 118p.
9
  CALIXTO, José António - A biblioteca escolar e a sociedade de informação. Lisboa: Caminhos da
educação, 1996.
10
  CAMPELLO, Bernadete Santos - A biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2005. 64 p.



8º Congresso LUSOCOM                                                                                1965
desafio no século XXI preparar os indivíduos para literacia. Nesse aspecto, a biblioteca
escolar tem extrema relevância, pois a sua atuação terá reflexos decisivos por toda a vida
das crianças e jovens.

         A literatura destaca, com muita ênfase, a responsabilidade da escola e da
biblioteca em preparar a comunidade escolar, especialmente os professores e alunos, para
compreender os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos da convergência dos
media.

         A literacia dos media está sendo implantada, com muita timidez, em alguns
países, como uma disciplina curricular, especialmente nos cursos de ensino superior.
Podemos citar como exemplo, alguns modelos criados por cientistas da área: Marland,
em 1981, desenvolveu os “nove passos” para serem realizados no momento de uma
pesquisa; Herring, com o modelo PLUS, em 1996, propõe como etapas da pesquisa:
propósito, localização, utilização e auto-avaliação e, também temos o BIG 6, com seis
etapas, desenvolvido nos Estados Unidos (Calixto, 2008). Vale citar também o exemplo
da Inglaterra, que desde 1983, introduziu a temática na disciplina Inglês, para crianças a
partir dos cinco anos (Santos, 2003).

         Damos destaque especial ao modelo Kuhlthau's Model of the Stages of the
Information Process, desenvolvido em 1993 por Carol Kuhlthau, com as etapas de: Task
Initiation, Topic Selection, Prefocus Exploration, Focus Formulation, Information
Collection e Search Closure, onde a autora enfatiza a participação da biblioteca escolar
nesse processo (Kuhlthau, 2008).

         Deste modo, consideramos que a literacia dos media deve fazer parte da educação,
tendo início na educação básica, não como uma disciplina isolada, mas sim, inclusa em
todas as disciplinas através de currículo interdisciplinar e projetos comuns, com a
participação efetiva da biblioteca escolar.

         Consideramos que a fragmentação do currículo em disciplinas estanques provoca
a fragmentação do conhecimento, dificultando por parte dos estudantes o elo entre os
conteúdos. Enquanto a adoção de um currículo interdisciplinar pode ser o caminho para a
literacia, uma vez que o mesmo tem por base a pesquisa e o uso da informação.


8º Congresso LUSOCOM                                                                 1966
“O que se estimula nos alunos não é a memorização passiva de dados e sim a
               investigação e compreensão dos problemas, melhor dizendo, a construção de seu próprio
               conhecimento através da participação ativa neste processo. São indubitáveis os avanços
               em termos pedagógicos que se realizam através da elaboração de um currículo por
               assuntos ou interdisciplinar” (Davini, 2009).

        O currículo interdisciplinar valoriza a adoção de projetos em torno de temáticas,
possibilitando a interação dos alunos, através de trabalho conjunto, tendo como
facilitadores o professor e o bibliotecário. A aprendizagem envolvendo projetos temáticos
deve ser centrada no contexto dos alunos, o que justifica a inclusão dos media, pois na
realidade atual os mesmos têm presença permanente na rotina de crianças e jovem.

       Além do que, este processo requer que a criação do conhecimento seja uma
conseqüência da pesquisa. O que subentendemos como investigação em fontes, autores,
idéias e formatos diversos, desta forma a presença dos media é evidente.

       Nesse contexto, a biblioteca escolar aparece como pilar do processo de
aprendizagem e da literacia, já que sua essência é a informação.

       A biblioteca por concentrar informações diversas e ser um ambiente de
aprendizagem mais informal que a sala de aula, pode explorar toda a cultura dos media,
que o educando carrega a chegar à escola, e trabalhar a literacia, abordando temáticas de
interesse comuns, desenvolvendo a análise crítica e comparativa desses conteúdos,
formando grupos de participação e aumentando a interação social na comunidade escolar.




Considerações Finais

       Com base nos estudos realizados, percebemos que a sociedade está em processo
permanente de mudanças, tendo conseqüências decisivas no papel da escola e da
biblioteca.

       Consideramos ser urgente uma reflexão nos modelos atuais que dominam no
sistema educacional, pois, grande parte das informações e conhecimentos que o educando
recebe hoje tem origem fora do ambiente escolar. Nesse contexto, a biblioteca fica




8º Congresso LUSOCOM                                                                            1967
excluída, pois os mesmos têm como principal fonte de informação os media, os quais não
fazem parte dos recursos da biblioteca.

       Drabenstott, Burman e Macedo, desde 1997, sugerem que as bibliotecas devem:

                   o “formular políticas que visem à cooperação para tomar o acesso cada vez mais
               aberto e levado aos locais longínquos;

                    o não centrar-se em si mesma como uma instituição, mas como provedora da
               informação;

                    o usar novas tecnologias de informática não apenas para automatizar
               atividades bibliotecárias, dentro de quatro paredes, mas fazendo uso delas para o
               aumento de acesso a informação (grifo nosso);

                   o tornar a rede local de bibliotecas em rede de áreas para todos os tipos de fontes
               provedoras de informação”.

       Em consonância com essas iniciativas, acrescentamos que para colocá-las em
prática, torna-se relevante e urgente estudar o uso das tecnologias de informação e
comunicação na biblioteca escolar, para ultrapassar o estágio básico em que as mesmas se
encontram, uma vez que só utilizam as tecnologias para o tratamento, organização e
recuperação dos seus acervos bibliográficos.

       Colocar a literacia dos media como um dos objetivos da biblioteca representa uma
inovação educacional no sistema educativo, o que certamente contribuirá para aumentar
sua eficácia, além de que, numa atuação pro ativa a biblioteca estará diminuindo o fosso
que a separa do mundo das crianças e jovens.




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Kuhlthau's Model of the Stages of the Information Process. Disponível em:
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Learning      for     the      21st      century     (2008)     .    Disponível  em:
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8º Congresso LUSOCOM                                                                 1969
Pereira, Sara. (2008). Educação para os media e cidadania. Disponível em:
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http://www.ofcom.org.uk/advice/media_literacy/medlitpub/medlitpubrss/children/   .
Acesso em: 17 dez. 2008.
Tedesco, Juan Carlos (2006). Educar na sociedade do conhecimento. São Paulo, 2006.
UNESCO (1980). Manifesto da UNESCO para Bibliotecas Escolares. IFLA Journal, v.6,
n.5, 1980.
Wing, Cathy (2008). An Introduction to Internet Literacy. In: The Media Freedom
Internet                 Cookbook.                  Disponível                   em:
http://www.osce.org/publications/rfm/2004/12/12239_89_en.pdf. Acesso em: dez. 2008.




8º Congresso LUSOCOM                                                             1970

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  • 1. Literacia dos Media e Biblioteca Escolar Cassia Furtado Universidade de Aveiro/Portugal Resumo Com o avanço vertiginoso das áreas de comunicação e da informática, o mundo presencia o surgimento de uma nova sociedade, onde a tecnologia de informação e comunicação se faz omnipresente, mudando nossa forma de pensar e agir. A Sociedade do Conhecimento não é só um fenómeno tecnológico, tem repercussão política, económica, educacional e cultural. Destacamos a convergência dos media, pois a partir desse processo temos importantes aspectos na educação e na cultura que devem ser prioridades nas políticas sociais dos países, especialmente os em fase de desenvolvimento. A literacia dos media (media literacy) deve ser vista com um aprimoramento da literacia tradicional, sendo assim é de responsabilidade das instituições educacionais, como a biblioteca escolar. O artigo tem como objetivo fazer um recorte na literatura sobre o papel da biblioteca escolar, na cultura da convergência, enfatizando seu carácter educacional na Sociedade da Informação. Introdução O final do Século XX é marcado pelo imenso avanço tecnológico, especialmente pelo desenvolvimento das telecomunicações e informática, acarretando mudanças na sociedade, transformando os sistemas sociais e afetando todos as áreas do conhecimento, em vários níveis. A informação e a comunicação, com destaque para os media, ocupam lugar central nas nossas vidas. Sendo assim, torna-se fundamental os cidadãos adquirirem habilidade e competências para viverem nesse mundo, marcado por mudanças e transformações na forma de produzir e consumir informações. As instituições educacionais, em especial, a escola e a biblioteca, trabalham agora nesse cenário e com isso encontram novas responsabilidades, como exemplo: preparar crianças e jovens para a literacia. Uma vez que “a literacia dos media é um complemento a literacia tradicional” (Wing, 2004), e estando inserida nos campos do conhecimento da educação e ciência da 8º Congresso LUSOCOM 1957
  • 2. informação, deve ser objeto de estudo compartilhado de educadores e bibliotecários, num ambiente formal e informal de aprendizado. Este artigo faz um recorte na literatura e destaca o papel da biblioteca escolar, junto a crianças e jovens, na formação da literacia dos media. Sociedade da Informação e Educação Analisando a história mundial, percebe-se que transformações fazem parte da humanidade. Os homens pré-históricos viveram da caça de animais selvagens e da coleta de plantas e frutas durante muito tempo. Uma grande transformação veio mudar esse panorama pré-histórico: o desenvolvimento da agricultura. Comida abundante e segura permitiu a população crescer e fixar-se. Como conseqüência, as mudanças resultantes desse processo foram profundas, dentre elas destacam-se: o aumento do volume de terras cultivadas, rendimento de colheitas, fixação do homem em aldeias e a domesticação de animais. Esta última teve um significado essencialmente importante: o deslocamento humano por longas distâncias foi facilitado, aumentando assim a velocidade da propagação de informações. A revolução agrícola ainda se propagava pelo mundo quando eclodiu a segunda grande revolução: a revolução industrial. O advento das máquinas a vapor e, um pouco mais tarde, dos trens e, em seguida, dos automóveis consolidou o domínio dos homens sobre as máquinas, tendo início assim a produção em massa. Um pouco mais tarde, desvendado o eletromagnetismo, a velocidade de propagação de informações atingiu níveis impressionantes graças, sobretudo, ao telégrafo e ao telefone. Mais recentemente, o surgimento de computadores e de redes de comunicação globais, como a Internet, coloca a humanidade frente a uma nova onda de transformações. Não há atividade humana que resista a esse período de transição; o impacto da informática, das telecomunicações, das redes de computadores é total; pode ser sentido no trabalho, na educação, no entretenimento e nas artes. O homem segue como parte integrante e atuante neste cenário de singularidade e de intensas mudanças tecnológicas. 8º Congresso LUSOCOM 1958
  • 3. A sociedade é agora pós - industrial e vivemos no que é chamado de Sociedade da Informação. A sociedade da informação baseia-se em um modelo de sociedade onde a informação encontra-se presente de maneira intensa na vida social dos povos de todos os países, independente do seu nível de desenvolvimento, tamanho ou filosofia política, desempenhando um papel central em todas as atividades. Porém, um dos mais importantes aspectos dessa realidade é a educação. Com a presença constante das tecnologias de informação nos mais variados ambientes, o homem passa a contar com uma diversidade de espaços educacionais e a educação passa a ter sua abordagem ampliada, ultrapassando os limites da educação sistematizada, visando agora à formação integral do indivíduo. Ensinar não é mais transmitir conhecimentos, o professor não detém mais todas as informações e o aluno deixa sua posição passiva de aprendiz, onde somente acumulava informações, na maioria das situações sem compreensão e contextualização com a realidade. Delors e outros, no Relatório sobre Educação para o Século XXI (1999), estabelecem “quatro pilares do conhecimento”, os quais devem ser objeto de referência para a educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. Os autores alertam que “aprender a conhecer visa não tanto à aquisição de um repertório de saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento (o que) supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento”, isto é, aprender a prestar atenção às coisas, fatos e pessoas; ser seletivo nos dados a aprender, refletir sobre a aprendizagem, exercitar o encadeamento do pensamento na combinação dos fatos e ter consciência do modo pessoal de aprender. A escola deixa de ser o único espaço de educação, devendo assim, considerar relevante a variedade e a quantidade de informações recebidas pelas crianças, advinda 8º Congresso LUSOCOM 1959
  • 4. dos media, mesmo antes destes chegarem ao ambiente escolar, e que continuaram a adquiri-las, durante toda a vida. Nesse contexto o professor perde o monopólio na transmissão de conhecimento, passando a ter o papel de guia ou consultor do sistema de auto aprendizado. Estes serão facilitadores da aprendizagem, no sentido de abrir caminhos, ser o intermediário da informação, preparar para o confronto com novos problemas, exercitar a ousadia do saber no educando e incentivar o espírito criativo e crítico dos jovens. O novo modelo de educação substitui a aprendizagem uniforme e homogênea pela aprendizagem centrada na individualidade de cada estudante, em um contexto coletivo, interativo e cooperativo, onde professores e alunos constroem o conhecimento. A escola deve fazer dos media parte integrante desse contexto de aprendizagem cooperativa, uma vez que, com a interatividade permitida pelos media, o indivíduo passa de mero consumidor para produtor de informações. “as pessoas tomaram a mídia em suas próprias mãos e passaram a explorar elas mesmas novas ferramentas e plataformas que lhes permitam criar e veicular os seus próprios conteúdos. Por trás da cultura da convergência, está uma outra: a participativa” (Jenkins, 2008). A cultura participativa possibilita a comunidade escolar à formação de redes sociais, onde professores e alunos podem se unir em torno de uma temática comum, tendo como meio um suporte digital. É importante atentamos para o fato de as tecnologias de informação e comunicação permitem não só produção e acesso à informação, mas também classificação e organização da mesma pelos indivíduos. Levando isto em consideração, percebemos que os media oferecem a possibilidade de “aprender a fazer”, o que contribui para construção de mais um pilar da educação, na versão de Delors (1999), ou seja, aprender com base na experiência, no resolver, decifrar. A sociedade da informação tem como uma de suas ferramentas a educação permanente, o fato da aprendizagem não estar mais atrelada somente à educação formal, 8º Congresso LUSOCOM 1960
  • 5. esta se consistiu numa permanente aquisição de conhecimentos, nos mais variados espaços educacionais que a sociedade da informação oferece. “Se é preciso educar-se ao longo da toda a vida, então todos alunos [sempre]” (Tedesco, 2006). Outro fator que impulsiona a educação contínua é o fato de que, na Sociedade da Informação, a quantidade e o tempo útil da informação mudam de maneira radical. A verdade de hoje pode não ser a verdade de amanhã e o que é suficiente agora, mais tarde pode deixar de satisfazer. “O aprendizado ao longo da vida é o elemento chave na construção de uma sociedade baseada no conhecimento e pode diminuir de forma considerável o desnível entre indivíduos e regiões” (IBICT, 2000: 25). Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que a educação, na Sociedade da Informação, consiste num processo contínuo de transformação, que tem como objetivo o desenvolvimento integral do homem; desenvolvimento espiritual, intelectual, moral, individual e social. Dessa forma, a transformação social que ocorrerá com a Sociedade da Informação deve ser resultado de uma política complexa que encontra na educação seu insumo principal. Literacia dos Media Uma vez que a educação deve incorporar as transformações inerentes à época e preparar os futuros cidadãos para compreenderem e atuarem na realidade em que vivem, a educação, na adoção dos novos cenários educacionais, deve ter a literacia como um dos principais objetivos da escola. O termo information literacy foi usado pela primeira vez, em 1974, pelo bibliotecário Paul Zurkowsk, no texto “The information service environment relationships and priorities”, como técnicas e habilidades de utilização de ferramentas de informação no ambiente de trabalho. Desde então, information literacy vem recebendo traduções diversas; alfabetização tecnológica, alfabetização informacional, letramento e 8º Congresso LUSOCOM 1961
  • 6. outros. Porém, damos destaque à competência informacional, termo usado no Brasil e literacia usado em Portugal. Em evento na Universidade de Texas, em 1976, a literacia foi novamente discutida, agora com maior abrangência, envolvendo a localização e uso da informação. No mesmo ano, o termo foi associação à emancipação política. Três anos depois, Taylor e Garfield estabeleceram uma relação entre literacia e tecnologias de informação. Dudziak (2003: 24) enfatiza que “a década de 70 se caracterizou pela admissão de que a informação é essencial à sociedade”. Já com relação à década de 80, a autora afirma que foi decisiva para estabelecer “o papel educacional das bibliotecas acadêmicas e a importância dos programas educacionais em information literacy para a capacitação de estudantes” Dudziak (2003: 26). Porém, no trabalho de Carol Kuhlthau, “Information skills for a information society: a review of research”, que data de 1989, a bibliotecária enfatiza a necessidade da literacia está inserida na educação formal, sendo foco das bibliotecas escolares, e alerta para a busca de informações, através das tecnologias de informação e comunicação, especialmente por parte dos estudantes (Kuhlthau,1989). Merece ênfase, devido a grande aceitação pela comunidade acadêmica, a definição dada pela American Library Assocition - ALA, em 1989, que acentua que o indivíduo deve; “to be information literate, a person must be able to recognize when information is needed and have the ability to locate, evaluate, and use effectively the needed information… information literate person are those who have learned how to learn” (ALA, 1989: 1). Os anos 90 foram marcados “pela busca de uma fundamentação teórica e metodológica sobre a information literacy (onde os) modelos incorporam as atividades básicas de identificação, acesso, avaliação e uso da informação” (Dudziak, 2003: 26). Cristine Bruce, em 1997, estabelece as fases da literacia: 8º Congresso LUSOCOM 1962
  • 7. 1. “the IT experience information; 2. the info sources experience; 3. the info process experience; 4. the info-control experience; 5. the knowledge construction experience; 6. the knowledge extension experience; 7. the wisdom experience”. A autora sugere assim um aprofundamento da literacia iniciando por dados, informação, conhecimento, entendimento, assimilação e inteligência. Com várias publicações sobre o tema, o trabalho de Bruce se destaca por tratar a literacia como um fenômeno, dependente das experiências pessoais e do contexto. Dudziak, em dissertação apresentada a Universidade de São Paulo, em 2001, aborda três concepções para literacia: 1. Nível da informação – ênfase nas habilidades de operação da tecnologia da informação; 2. Nível do conhecimento – ênfase nos processos cognitivos de busca da informação para construção do conhecimento; 3. Nível da inteligência – onde há agregação de valor a informação, com base no contexto social de cada individuo. Este seria, ainda segundo a autora, o nível mais fiel a literacia, onde o aprendizado é visto como fenômeno social. O Relatório Learning for the 21st century (2008), que identifica competências para o aprendizado, aponta competência de literacia para a informação e para os media, como necessidade dos alunos aprenderem a selecionar e criar informações, onde está incluso, não somente textos, mas também imagens, áudio e animação. Portanto, a educação, especialmente a educação básica, desempenha um papel de destaque no sentido de assegurar e atualizar as competências necessárias aos indivíduos, 8º Congresso LUSOCOM 1963
  • 8. para identificar as informações relevantes e cognitivas, nesse novo panorama com abundância de informações. O Office of Communications – OFCOM (2006) inclui como componentes da literacia dos media o acesso, a compreensão e a criação de informações em vários contextos. O acesso aos media, especialmente nos países em desenvolvimento, é um grave problema, haja vista que a grande maioria da população não utiliza as chamadas “novas tecnologias de informação e comunicação”. Merece preocupação a realidade brasileira, que ainda não teve grandes avanços com relação à inclusão nas tecnologias de informação e comunicação no sistema educacional, especialmente na formação inicial de seus professores. Em tese de Doutorado, pela UNESP, Barros (2005: 160) analisou os professores e percebeu que “57% deles na formação inicial e 77,1%, na formação continuada, embora tenham interesse, não sabem manusear bem o computador”. A compreensão da informação, como componente da literacia dos media, envolve a atitude crítica do seu conteúdo, passando pela reflexão, análise e avaliação. Percebemos que as crianças e jovens não estão sendo preparados no ambiente escolar e familiar para esse contexto. É competência da escola e da família orientá-los para selecionar e usar as informações de maneira correta, desenvolvendo o espírito crítico e senso de cidadania, incluindo aqui, direito e deveres com relação às fontes (Bindé, 2007). A criação de conteúdos está relacionada à participação, a produção e a disseminação de informações em ambientes de media. A interatividade, sendo uma das características da convergência dos media, possibilita a participação ativa do cidadão enquanto membro de uma comunidade. Direito à informação e a liberdade de expressão, hoje envolvem, também, crianças e jovens (Pereira, 2008). A escola não deve ficar a margem da sociedade atual, ser omissa a essa realidade e ao papel que os media desempenham na formação dos seus alunos. As crianças e jovens tem acesso a uma enorme variedade e quantidade de informações, que recebem, principalmente fora do ambiente escolar, e a escola deve prepará-los para indagações como: fonte, pertinência, relevância, atualidade e segurança dessas informações. 8º Congresso LUSOCOM 1964
  • 9. Biblioteca e Literacia Dentre as inovações ocorridas nas instituições educacionais com a Sociedade da Informação, considera-se que a biblioteca será uma das mais atingidas, haja vista que sofrerá transformações significativas no seu papel dentro do sistema educacional, para tanto precisa encarar o desafio de abandonar o paradigma custodial, de organização e preservação de livros, para se tornar numa rede multimídia de aprendizagem. Data de 1980, por ocasião da primeira edição, o Manifesto da UNESCO sobre as Mediatecas Escolares, esse conceito ligado à educação. Autores como Silva (1995)8, Calixto (1996)9 e Campelo (2005)10 já enfatizavam, há algum tempo, que com base no paradigma da Sociedade da Informação, a biblioteca da escolar deve funcionar como um núcleo do sistema escolar. A biblioteca sendo uma instituição que faz parte do sistema de informação e de educação de um país deve ser um centro dinâmico de informação, organizando e fornecendo a informação nos mais variados formatos e espaços, permitindo assim, a formação de uma rede de conhecimentos, ou seja, funcionando em parceria com outras bibliotecas, em especial com a biblioteca pública, e instituições educacionais e culturais, para criar um ambiente educacional e lúdico em torno do universo informacional. “Numa abordagem sistêmica, a biblioteca deve extrapolar sua dimensão física influenciando e sendo influenciada pelo meio em que está inserida. Além de instrumento de apoio pedagógico - cultural da escola, cabe também a ela ampliar suas limitações de atuação, subsidiando o desenvolvimento de uma educação não formal” Barros (1998: 17). Lembrando que a literacia nasceu no âmbito da Biblioteconomia e que a informação é o cerne das bibliotecas, acreditamos que as mesmas têm como principal 8 SILVA, Waldeck Carneiro - Miséria da biblioteca escolar. São Paulo; Cortez, 1995. 118p. 9 CALIXTO, José António - A biblioteca escolar e a sociedade de informação. Lisboa: Caminhos da educação, 1996. 10 CAMPELLO, Bernadete Santos - A biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 64 p. 8º Congresso LUSOCOM 1965
  • 10. desafio no século XXI preparar os indivíduos para literacia. Nesse aspecto, a biblioteca escolar tem extrema relevância, pois a sua atuação terá reflexos decisivos por toda a vida das crianças e jovens. A literatura destaca, com muita ênfase, a responsabilidade da escola e da biblioteca em preparar a comunidade escolar, especialmente os professores e alunos, para compreender os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos da convergência dos media. A literacia dos media está sendo implantada, com muita timidez, em alguns países, como uma disciplina curricular, especialmente nos cursos de ensino superior. Podemos citar como exemplo, alguns modelos criados por cientistas da área: Marland, em 1981, desenvolveu os “nove passos” para serem realizados no momento de uma pesquisa; Herring, com o modelo PLUS, em 1996, propõe como etapas da pesquisa: propósito, localização, utilização e auto-avaliação e, também temos o BIG 6, com seis etapas, desenvolvido nos Estados Unidos (Calixto, 2008). Vale citar também o exemplo da Inglaterra, que desde 1983, introduziu a temática na disciplina Inglês, para crianças a partir dos cinco anos (Santos, 2003). Damos destaque especial ao modelo Kuhlthau's Model of the Stages of the Information Process, desenvolvido em 1993 por Carol Kuhlthau, com as etapas de: Task Initiation, Topic Selection, Prefocus Exploration, Focus Formulation, Information Collection e Search Closure, onde a autora enfatiza a participação da biblioteca escolar nesse processo (Kuhlthau, 2008). Deste modo, consideramos que a literacia dos media deve fazer parte da educação, tendo início na educação básica, não como uma disciplina isolada, mas sim, inclusa em todas as disciplinas através de currículo interdisciplinar e projetos comuns, com a participação efetiva da biblioteca escolar. Consideramos que a fragmentação do currículo em disciplinas estanques provoca a fragmentação do conhecimento, dificultando por parte dos estudantes o elo entre os conteúdos. Enquanto a adoção de um currículo interdisciplinar pode ser o caminho para a literacia, uma vez que o mesmo tem por base a pesquisa e o uso da informação. 8º Congresso LUSOCOM 1966
  • 11. “O que se estimula nos alunos não é a memorização passiva de dados e sim a investigação e compreensão dos problemas, melhor dizendo, a construção de seu próprio conhecimento através da participação ativa neste processo. São indubitáveis os avanços em termos pedagógicos que se realizam através da elaboração de um currículo por assuntos ou interdisciplinar” (Davini, 2009). O currículo interdisciplinar valoriza a adoção de projetos em torno de temáticas, possibilitando a interação dos alunos, através de trabalho conjunto, tendo como facilitadores o professor e o bibliotecário. A aprendizagem envolvendo projetos temáticos deve ser centrada no contexto dos alunos, o que justifica a inclusão dos media, pois na realidade atual os mesmos têm presença permanente na rotina de crianças e jovem. Além do que, este processo requer que a criação do conhecimento seja uma conseqüência da pesquisa. O que subentendemos como investigação em fontes, autores, idéias e formatos diversos, desta forma a presença dos media é evidente. Nesse contexto, a biblioteca escolar aparece como pilar do processo de aprendizagem e da literacia, já que sua essência é a informação. A biblioteca por concentrar informações diversas e ser um ambiente de aprendizagem mais informal que a sala de aula, pode explorar toda a cultura dos media, que o educando carrega a chegar à escola, e trabalhar a literacia, abordando temáticas de interesse comuns, desenvolvendo a análise crítica e comparativa desses conteúdos, formando grupos de participação e aumentando a interação social na comunidade escolar. Considerações Finais Com base nos estudos realizados, percebemos que a sociedade está em processo permanente de mudanças, tendo conseqüências decisivas no papel da escola e da biblioteca. Consideramos ser urgente uma reflexão nos modelos atuais que dominam no sistema educacional, pois, grande parte das informações e conhecimentos que o educando recebe hoje tem origem fora do ambiente escolar. Nesse contexto, a biblioteca fica 8º Congresso LUSOCOM 1967
  • 12. excluída, pois os mesmos têm como principal fonte de informação os media, os quais não fazem parte dos recursos da biblioteca. Drabenstott, Burman e Macedo, desde 1997, sugerem que as bibliotecas devem: o “formular políticas que visem à cooperação para tomar o acesso cada vez mais aberto e levado aos locais longínquos; o não centrar-se em si mesma como uma instituição, mas como provedora da informação; o usar novas tecnologias de informática não apenas para automatizar atividades bibliotecárias, dentro de quatro paredes, mas fazendo uso delas para o aumento de acesso a informação (grifo nosso); o tornar a rede local de bibliotecas em rede de áreas para todos os tipos de fontes provedoras de informação”. Em consonância com essas iniciativas, acrescentamos que para colocá-las em prática, torna-se relevante e urgente estudar o uso das tecnologias de informação e comunicação na biblioteca escolar, para ultrapassar o estágio básico em que as mesmas se encontram, uma vez que só utilizam as tecnologias para o tratamento, organização e recuperação dos seus acervos bibliográficos. Colocar a literacia dos media como um dos objetivos da biblioteca representa uma inovação educacional no sistema educativo, o que certamente contribuirá para aumentar sua eficácia, além de que, numa atuação pro ativa a biblioteca estará diminuindo o fosso que a separa do mundo das crianças e jovens. Referências Bibliográficas ALA (1989) Presential Committe on Information Literacy; final report. Chicaco, Ala, 1989. Disponível em: http://www.ala.org/ala/mgrps/divs/acrl/publications/whitepapers/presidential.cfm. Acesso em: 30 jan. 2009. Barros, Daniela Melaré Vieira (2005). Tecnologias da inteligência: gestão da competência pedagógica virtual. Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, 2005. Disponível em: http://www.fclar.unesp.br/poseduesc/tesesdissertacoes.php?id=poseduesc. Acesso: mar. 2007. Tese de Mestrado. 8º Congresso LUSOCOM 1968
  • 13. Bindé, Jérôme (Org) (2008). Rumo às Sociedades do Conhecimento: relatório mundial da UNESCO. Lisboa, 2008. Bruce, Cristine (2009). Sevem faces of information literacy. Disponível em: http://crm.hct.ac.ae/events/archive/2003/speakers/bruce.pdf. Acesso em: 30 jan. 2009 Calixto, José (2008). Literacia da informação: um desafio para bibliotecas. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/4768. Acesso em: dez. 2008 Darnton, Robert (20080. O aluno depende demais do Google. Revista Época, 28 ago. 2008. Delors, Jacques (1999). Educação: um tesouro a descobrir, relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI. 2.ed. São Paulo: Cortez, MEC, UNESCO, 1999. Davini, Maria Cristina (2009). Currículo integrado. Disponível em: http://naeg.prg.usp.br/gap/textos_agosto/curriculo_davini.pdf . Acesso em: 20 fev. 2009. Drabenstott, Karen M., Burman, Celeste M., Macedo, Neuza Dias de. (1997). Revisão analítica da biblioteca do futuro. Ciência da Informação, Brasília, DF, v.26,n.2 , p. , 1997. Dudziak, Elisabeth Adriana (2001). A information literacy e o papel educacional das bibliotecas. 2001. Dissertação (Mestrado em Ciência da Comunicação) – Universidade de São Paulo. Dudziak, Elisabeth Adriana (2003). Information literacy. Ciência da Informação, v.32, n.1, p.23-35, jan./abr. 2003. INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Programa Sociedade da Informação (2000). Ciência e Tecnologia para a Construção da Sociedade da Informação no Brasil. Disponível em: http://www.socinfo.org.br/documentos/. Acesso em: 20 jun. 2008. Kuhlthau, Carol (1989). Information Search Process: A Summary of Research and Implications for School Library Media Programs. SLMQ, v. 18, n. 1, 1989. Kuhlthau, Carol (2006). Kuhlthau's Model of the Stages of the Information Process Kuhlthau's Model of the Stages of the Information Process. Disponível em: http://library.humboldt.edu/~ccm/fingertips/kuhlthau.html. Acesso em: dez. 2008. Jenkins, Henry (2006). Cultura da convergência. São Paulo, 2006. Learning for the 21st century (2008) . Disponível em: http:llk.media.mit.edu/projects/scratch/paper/Scratch-21stcentury. Acesso em: 15 dez. 2008. 8º Congresso LUSOCOM 1969
  • 14. Pereira, Sara. (2008). Educação para os media e cidadania. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/4768. Acesso em: 15 dez. 2008. Santos, Maria Manuela Castro (2003). A educação para os media no contexto educativo. Lisboa, Ministério da Educação, 2003. OFCOM (2008). Media Literacy Audit: Report on media literacy amongst children. Disponível em: http://www.ofcom.org.uk/advice/media_literacy/medlitpub/medlitpubrss/children/ . Acesso em: 17 dez. 2008. Tedesco, Juan Carlos (2006). Educar na sociedade do conhecimento. São Paulo, 2006. UNESCO (1980). Manifesto da UNESCO para Bibliotecas Escolares. IFLA Journal, v.6, n.5, 1980. Wing, Cathy (2008). An Introduction to Internet Literacy. In: The Media Freedom Internet Cookbook. Disponível em: http://www.osce.org/publications/rfm/2004/12/12239_89_en.pdf. Acesso em: dez. 2008. 8º Congresso LUSOCOM 1970