O documento apresenta o plano de aula de Geografia para o 1o trimestre de 2013 da Escola Municipal de Ensino Professor Alcina Dantas Feijão. O conteúdo programático inclui introdução à cartografia, história da cartografia, elementos e técnicas cartográficas como projeções, escalas e curvas de nível. As habilidades e competências esperadas são identificar elementos da linguagem cartográfica e compreender o desenvolvimento histórico da cartografia.
1. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL
Estado de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO PROFESSORA ALCINA DANTAS FEIJÃO
PROFESSORA CATARINA TROIANO
2ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO: CARTOGRAFIA
GEOGRAFIA
1º TRIMESTRE - 2013
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
2. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
• Identificar e utilizar os principais elementos da linguagem
cartográfica.
• Reconhecer as semelhanças e diferenças entre as diferentes
linguagens cartográficas.
• Compreender o desenvolvimento da linguagem cartográfica em
diversos períodos históricos.
• Compreender e utilizar novas ferramentas de orientação
geográficas (GPS, sensoriamento remoto, imagens de satélite).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
3. Conteúdo - 1º Trimestre
Introdução
Cartografia: ciência ou arte?
História da Cartografia: os mapas nas diferentes culturas
A evolução das técnicas e a Cartografia
Orientação Geo-Cartográfica
Coordenadas Geográficas
Fusos Horários
Elementos de Cartografia
Projeções Cartográficas
Escalas Cartográficas
Curvas de Nível
Cartografia Temática
Mapas, saber e poder
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
6. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A vida de quase todos nós é exteriormente disciplinada pelas
exigências da sociedade, pela família, por nosso próprio sofrimento,
nossa própria experiência, pelo ajustamento a certos padrões
ideológicos ou factuais, e essa forma de disciplina é a coisa mais
maléfica que existe. A disciplina deve ser sem controle, sem
repressão, sem nenhuma forma de medo.
Como pode nascer essa disciplina?
Não é primeiro disciplina, depois liberdade; a liberdade
está bem no começo, e não no fim.
Para pensar...
7. Liberdade é disciplina
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Compreender essa liberdade, que significa
estar livre do ajustamento que a disciplina
impõe, é disciplina. O próprio ato de aprender
é disciplina (aliás, a própria raiz da palavra
disciplina significa aprender), o próprio
aprendizado transforma-se em clareza. A
compreensão de toda a natureza e estrutura do
controle, da repressão e da complacência,
requer atenção.
Não é necessário impor disciplina para
estudar, pois já o ato de estudar cria sua
própria disciplina, sem repressão de espécie
alguma (KRISHNAMURTI, 1969).
8. Fazer ciência fazer sentido
“Explicar não basta para compreender. Explicar é utilizar todos
os meios objetivos de conhecimento, que são, porém,
insuficientes para compreender o ser subjetivo. A compreensão
humana nos chega quando sentimos e concebemos os humanos
como sujeitos; ela nos torna abertos a seus sentimentos e suas
alegrias. Permite reconhecer no outro os mecanismos
egocêntricos [...] que estão em nós, bem como as retroações
positivas, que fazem degenerar em conflitos inexplicáveis as
menores querelas. É a partir da compreensão que se pode lutar
contra o ódio e a exclusão” (MORIN, 2011, p. 51).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
9. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Por que estudar Geografia?
?
A Geografia é a ciência que estuda o mundo em que vivemos, e
para a prática desta disciplina é necessário entender que o planeta
está em constante movimento, seja ele físico-natural ou político-
social. E também, que você é parte deste movimento e que ele está
em você.
As pessoas vem e vão, fixam-se nos lugares, criam laços entre si e a
história vai acontecendo a cada dia. Formam-se povos, nações,
estados, pessoas com diferentes culturas e práticas religiosas.
Homens e mulheres habitam o planeta, o transformam e dão vida a
partir das suas vontades, necessidades, ideias, sonhos e desejos.
10. Por isso, é importante:
Compreender e analisar a organização do território mundial e as novas
territorialidades do espaço geográfico, enfocando as formas visíveis e
concretas do espaço atual e do tempo histórico em um contexto político,
econômico e cultural.
Reconhecer as várias formas de organização do espaço geográfico político e
econômico com base na evolução da história social.
De posse desses conhecimentos, observa-se uma análise crítica das
relações da sociedade e do uso do espaço. É possível fazer a diferença
e dar sentido a evolução dos seres humanos.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
11. Geografia 1º Trimestre – Conceitos e Temas da Geografia
O que é
Geografia?
O que é
Geografia?
12. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia e
Cartografia
PONTO COMUMEspaçono centro das preocupações
Geografia: O ESPAÇO GEOGRÁFICO é o elemento central de análise associado ao
aspecto humano, e o seu mapeamento é parte do processo investigativo e discursivo;
O mapa é parte do discurso geográfico.
Cartografia: O Espaço é fonte de informações para o desenvolvimento do
seu objetivo de estudo — o mapa é o fim, objeto da Cartografia.
Não é um espaço qualquer, banal, mas que se dá a partir das relaçõespolíticas,
econômicas e culturais da sociedade entre si e com o meio em que vivem.
Para a Geografia o mapa é um meio, processo, análise ideológico-espacial.
15. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
“Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas
e técnicas, baseado nos resultados de observações
diretas ou de análise de documentação com vistas à
elaboração e preparação de cartas, planos e outras
formas de expressão, bem como sua utilização”.
Fonte: Associação Internacional de Cartografia (ACI), 1964.
CARTOGRAFIA
16. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Desenvolvimento de conhecimentos específicos
Operações de campo e de laboratório
Planejamento das operações
Metodologia de trabalho
Conhecimentos e técnicas de outras ciências
CIÊNCIA
Documento de caráter altamente técnico
17. O jeito de ver, de
fazer. É o olhar do
pesquisador sobre
o fenômeno.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MÉTODO CIENTÍFICO
Expressar fatos e fenômenos
observados na superfície terrestre
utilizando simbologia própria
Cêurio de Oliveira, 1988.
18. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Respeitar determinados aspectos estéticos:
Agradável aos olhos
Boa disposição de seus elementos – harmonia e clareza
Simplicidade
ARTE
Documento esteticamente agradável
Por exemplo, na Cartografia,
a arte manifesta na
composição de um
documento cartográfico.
19. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Especialização da Cartografia separação da Geografia
Geografia: O mapa é parte do discurso geográfico — o mapa é um meio.
Cartografia: O mapa é o fim, objeto da Cartografia.
Cartografia
Disciplina que trata da concepção,
produção, disseminação e estudo
de mapas.
CIÊNCIA TÉCNICA ARTE+ +
20. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
AMPLO USO DOS PRODUTOS
CARTOGRÁFICOS
Instrumentos de planejamento:
Fixar os limites de seu horizonte
espacial, de seu território e de seus
itinerários
Representar o seu meio de forma
duradoura
Instrumentos de dominação:
Ideologia
AVANÇO
CARTOGRÁFICO
Manifestação Cultural de
cada povo, de cada época e de
cada espaço geográfico
Omissões nos mapas
(silêncios)
Presença de mitos, lendas,
interesses estratégicos e
ideológicos
21. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
VELHOS MAPAS, NOVAS LEITURAS: REVISITANDO A HISTÓRIA
DA CARTOGRAFIA
Maria do Carmo Andrade Gomes
GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, pp. 67 - 79, 2004.
Os novos estudos e pesquisas tratam os documentos cartográficos
como objetos técnicos, produtos de construções sociais e culturais e
meios de comunicação dotados de linguagem visual própria (GOMES,
2004).
O artigo abaixo traz os principais autores, eventos e ideias que
promoveram uma nova história da cartografia, um movimento rico e
multifacetado ainda pouco conhecido no Brasil.
Para saber mais...
22. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
História da Cartografia:
Os mapas nas
diferentes culturas
25. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Ao lado, mapa da cidade
de Bedolina, gravado nas
rochas de Valcamonica,
na Lombardia, Itália.
Aproximadamente 2.400
A.C. Abaixo, figura
geométrica do mapa.
Fonte: WALDMAN, 1999. Adaptado.
Gravação rupestre confeccionada
durante o período neolítico europeu.
Foto de Luca Giarelli, 2008.
27. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Este é considerado um dos mapas mais antigos, foi encontrado na região da Mesopotâmia.
Provavelmente representa o rio Eufrates e acidentes geográficos adjacentes. É uma pequena placa de
barro cozido que cabe na palma da mão e que foi descoberta perto da cidade de Harran, no nordeste
do Iraque atual. A gravura é uma reconstituição de seu traçado original.
MAPA DE GA-SUR (por volta de 3.800 a 2.500 A.C.)
28. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O Mundo Clássico
HERÓDOTO (484 A.C. - 425 A.C.)
ERATÓSTENES (276 A.C. - 194 A.C.)
ESTRABÃO (63 A.C. - 25 D.C)
PTOLOMEU (90 DC. - 168 D.C.)
INFLUÊNCIA GREGA
29. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Teoria Geocêntrica
A definição do modelo da Terra como
um corpo que flutuava no centro do
Cosmos onde todos os outros astros
estariam ao seu redor. São leis que
tentaram explicar os movimentos dos
corpos celestes de uma forma racional,
girando com uma regularidade extrema
em torno da Terra com posições fixas,
uns em relação aos outros.
Os Gregos pensavam que a Terra fosse plana e estática
(parada), enquanto os astros giravam em seu entorno
30. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Heródoto foi historiador, geógrafo, cartógrafo, grego,
nascido em Halicarnasso (hoje Bodrum, Turquia).
Mundo de HERÓDOTO, 450 A.C.
31. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Eratóstenes foi matemático,
geógrafo e astrônomo.
Mundo de ERATÓSTENES,
220 A.C. Reconstituição
32. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Comprovou, pela trigonometria, a
esfericidade da Terra e mediu com
engenhosidade e relativa precisão o
perímetro de sua circunferência.
Diagrama do experimento
de Eratóstenes
Ao medir e comparar a sombra das colunas das cidades de
Alexandria e Siena, ao meio dia, percebeu uma diferença
entre elas e que, projetavam uma sombra perfeitamente
mensurável. Conforme concluiu, este fato só poderia ser
possível se a Terra fosse esférica.
33. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Você sabia que...
O termo GEOGRAFIA foi utilizado pela
primeira vez pelo grego Estrabão, que
escreveu a obra intitulada Geographia,
dividida em 17 volumes. Compilando os
conhecimentos científicos e geográficos
do período (ANDRADE, 2008).
Geographia foi, juntamente com a obra de
Ptolomeu, a primeira desse gênero herdada
da Antigüidade. História, religião, costumes
locais e as instituições dos de diferentes
povos estão misturados às descrições
geográficas.ESTRABÃO
34. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Claudius Ptolemaeus ou Ptolomeu é o autor da
obra Geografia, apresentada em oito volumes.
Seu sistema cosmológico ensinava que a Terra
estava no centro do Cosmos e os outros corpos
descreviam círculos concêntricos ao seu redor
(Sistema Geocêntrico). Ptolomeu foi considerado
o primeiro "cientista celeste".
PTOLOMEU
Astrônomo, matemático e geógrafo, viveu em Alexandria, na época em que era
dominada pelo Império Romano. Considerado o autor do primeiro Atlas
Universal, disseminou o uso das coordenadas (latitude e longitude) e das
projeções cônicas. Seu trabalho foi reproduzido muitas vezes durante a Idade
Média, até que surgisse um mapa com maior precisão, o que só ocorreria 14
(quatorze) séculos depois, com Mercator
35. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Mundo de Ptolomeu,
Século XV, da obra Geographia
Projeção cônica
36. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Mundo de Ptolomeu,
Século XV, da obra Geographia
Projeção cônica
38. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
ORBIS TERRARUM, 20 A.C.
Marcus Vipsanius Agrippa
Para os romanos a
principal utilização dos
mapas era de ordem
prática, isto é, para fins
militares,
administrativos e
comerciais, assim como
recurso de localização,
para a expansão de
fronteiras, rotas e
caminhos.
Visão romana
do mundo
39. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
TABULA ITINERARIA PEUTINGERIANA, Castorius, Século 1 D.C. Biblioteca Nacional de Viena.
Mapa viário da cidade de Roma
40. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
TABULA PEUTINGERIANA, Castorius, Século 1 D.C. Reconstituição.
41. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MEDITERRÂNEO, séc. V
A.C.
Este mapa tem
orientação Sul, pois este
aparece na parte de
“cima” da folha.
Mostrando o contorno da
Europa, norte da África e
Ásia. Observe a
configuração do oceano
Índico, que é circundado
pelo sul da África e parte
da Índia.
AL-IDRISSIINFLUÊNCIA ÁRABE
42. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Na Idade Média, não só a produção
cartográfica, mas como praticamente todo
o campo científico, as artes, e outras
formas de expressão que se opunham ao
status quo, sofreram um período de
estagnação, de repressão. Deste modo
todas as conquistas científicas realizadas
anteriormente foram substituídas por uma
representação simbólica de caráter
religioso.
A IDADE MÉDIA
Período que se estendeu da queda do Império Romano
(476 D.C.) a tomada de Constantinopla (1453 D.C.).
Para saber mais sobre este
período leia Os intelectuais na
Idade Média, de Jacques Le Goff.
43. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O modelo do primeiro mapa T-O (lê-se: “T” com “O”) encontra-se em um dos
volumes da obra Etimologias do bispo Isidoro de Sevilha, impresso no ano de
1472 (ZAMORA, 1993).
Este mapa esquemático tinha o seguinte significado: o "T"
representava os três cursos d'água que dividiam o
ecúmeno, o Mediterrâneo, que separa a Europa da África; o
Nilo, separando a África da Ásia; e o Don, entre a Ásia e a
Europa. O ecúmeno teria sido dividido por Noé entre seus
três filhos após o Dilúvio. Além disso, o "T" também
simbolizava a cruz e na sua junção estaria localizada
Jerusalém, centro do mundo. Esses mapas, em sua maioria,
eram circulares e emoldurados por um grande oceano.
MAPA T-O
44. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Die Ganze Welt in
EinemKleberbat.
Heinrch Bunting,
1581
Tradução: O
mundo Inteiro
numa Folha de
Trevo.
Exemplo de mapa
com simbolismo
religioso, onde o
mundo é
representado por
uma folha de trevo,
que delimita os três
continentes,
destacando-se
Jerusalém ao
centro e a America
à parte deste
mundo.
46. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Rosa dos Ventos. Reprodução de imagem do livro
Cartografia da Conquista do Território das Minas.
A carta marítima ou portulana
apresenta uma feição comum: a
representação da rosa dos ventos,
uma prova de que o emprego da
bússola, na navegação, estava já
generalizado.
Outra propriedade
verdadeiramente notável dos
portulanos é que sua
representação é já independente
dos credos religiosos, podendo
por tanto, considerar-se como
cartografia iconoclasta, dado seu
caráter de ruptura.
Cartas portulanas
48. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para saber mais... GEOGRAFIA E CINEMA
1492, A CONQUISTA DO PARAÍSO é uma produção
norte-americana que narra as motivações de
Cristóvão Colombo e da Espanha nas navegações que
chegaram à América em 1492. O questionamento da
ciência vigente e o uso de cartas e mapas são fatores
decisivos nesta aventura histórica.
49. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Disputa entre cosmógrafos (Alegoria ao
Novo Mundo). José Antonio da Cunha
Couto, 1892. Museu de Arte da Bahia.
A Ciência dos príncipes
50. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MERCATOR
Projeção de Mercator
A projeção cilíndrica de Mercator surgiu com o
objetivo de facilitar a navegação, oferecendo uma
representação do mundo, onde uma linha reta na
carta correspondesse a uma reta de igual rumo no
oceano. Tratava-se, por tanto, de uma carta
orientada. Embora alcançasse seu objetivo inicial (a
orientação marítima), a projeção de Mercator gerou
uma grande distorção nas distâncias, sobretudo nas
regiões polares da Terra.
51. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Orbis Terrae Compendiosa Descriptio, Mercator, 1587. Projeção cilíndrica.
52. Typus Orbis Terrarum. Ortelius, 1571. Tradução: Modelo Completo da Terra. Neste mapa pode-se observar
a grande distorção nos territórios localizados próximos aos polos (altas latitudes).
55. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Sextante –
Jesse Ramsden
Cronômetro
Marinho – John
Harrison
Telescópio refletor
John Hadley
Idade Moderna
Com a Revolução Industrial, que teve inicio na Inglaterra ao final do século XVIII, praticamente
todas as áreas do conhecimento científico produzido na Europa foram impulsionadas por esse
evento. A ciência agora estava a serviço do capital, e não mais em prol da Igreja. Fato este, que
possibilitou o desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos que auxiliaram na
elaboração de cartas mais precisas. Como por exemplo, o telescópio, o cronômetro, o sextante,
entre outros instrumentos para medição e observação do céu e da Terra.
56. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Idade Moderna
O microscópio de Robert Hooke
Um grande desafio que se colocava aos cientistas modernos era o cálculo das
longitudes, fundamental para por fim aos incidentes ocorridos com embarcações.
Embora já se aceitasse a ideia de que a Terra não era uma esfera perfeita, ainda não se
tinha como determinar com precisão sua forma e tamanho.
58. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Com o intuito de verificar se a Terra era mesmo achatada nos polos, como
previra Isaac Newton (1643-1727), foram organizadas pelos franceses duas
importantes expedições geodésicas:
• A primeira, iniciada em 1735, em Quito, buscava medir um arco de
meridiano em um ponto mais central na esfera terrestre.
• A segunda, realizada em 1736, no Golfo de Bótnia, no Ártico, buscava
efetuar medições na região polar.
Expedições Geodésicas
O objetivo de realizar duas expedições era comparar os resultados obtidos para se
chegar a uma definição sobre a forma da Terra. Os ingleses, que também efetuavam
várias medições, chegaram a valores divergentes daqueles obtidos pelos franceses. Para
por fim a essas diferenças, foi realizado um novo levantamento trigonométrico, entre
Londres (Observatório de Greenwich) e Dover (cidade portuária localizada a sudeste de
Londres), alcançando-se finalmente um consenso.
59. História da CartografiaPlaniglobium Terrestre - Weigel, 1730. Tradução: Planisfério Global. Exemplo da produção cartográfica do século XVIII.
61. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Tecnologia Manual
Tecnologia manual pode ser entendida como a
arte de construir algo manualmente com
auxílio de equipamentos simples, manuseados
pelo seu criador. No caso dos mapas usavam-se
equipamentos manuais de desenho como, a
pena molhada na tinta, para fazer mapas sobre
pergaminhos, couro ou papel, a broca para
marcar o metal, ou outros equipamentos de
corte para esculpir na argila, madeira. A
construção de um mapa era de forma artesanal
exigindo conhecimentos específicos e
artísticos.
62. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Por centenas de anos a bússola foi o
principal meio de navegação e é
obrigatório o seu uso até os dias atuais. O
funcionamento da bússola chinesa se
baseia na sua sensibilidade em captar o
campo magnético terrestre e apontar
sempre para o norte magnético.
Tecnologia Magnética
É possível que a bússola magnética seja o mais antigo e seguro meio de
navegação que se conhece. Inventada pelos chineses por volta do ano 1200 D.C.,
causou uma revolução tão grande nos sistemas de navegação na época
equivalente ao impacto que tem causado o GPS nos dias atuais.
Bússola chinesa mais antiga do mundo.
63. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Tecnologia Mecânica
A tecnologia mecânica é marcada pelo
invento da imprensa, as máquinas movidas a
vapor, por equipamentos que usam o
princípio da mecânica. Esses equipamentos
aproveitam o movimento e as condições de
equilíbrio dos corpos, sejam eles sólidos,
líquidos, ou gases. E também são dotados de
certa precisão, o que facilitou o estudo
cartográfico e sua disseminação.
64. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Tecnologia Óptica
Ótica é parte da física que estuda o
comportamento e as propriedades da luz e
a sua interação com a matéria. A origem
das tecnologias ópticas pode ser explicada
a partir da existência de dois modelos
complementares: a óptica clássica, com
origens na Grécia antiga, com produtos
como lentes, prismas, binóculos, óculos,
microscópios, lunetas, câmera fotográfica;
e a óptica moderna criada em 1920,
derivando produtos como CDs, DVDs,
LCDs, câmeras digitais, lasers, etc.
65. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Tecnologia Fotoquímica
A tecnologia fotoquímica baseia-se nos
efeitos provocados pela luz em determinada
substância química, mediante
procedimentos pertencentes a fenômenos
físicos, como é o caso da fotografia. O ano
que marca o surgimento da fotografia é
1939, quando Louis Jacques Mande
Daguerre inventa um método de fixar as
imagens em uma chapa fotográfica. Embora
o princípio de captação da imagem por
projeção já era conhecido desde o século XV.
Foto aérea da região central de Florianópolis, Santa Catarina.
66. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Tecnologia Digital
Hoje após várias evoluções tecnológicas a cartografia é
precisa e conta com a tecnologia digital através de
inúmeros recursos como imagens orbitais, sistema de
posicionamento por satélites, programas e
computadores que facilitam as atividades cartográficas e
também proporcionam uma rápida divulgação de
informações e sua utilização.
Estamos na era da Informação, e a tecnologia na produção de mapas é a digital. A partir
da década de 1960 o mapeamento por computador passa a ser operacional tanto na
produção dos mapas de base (elaborados por fotogrametria) quanto dos mapas
temáticos com a análise matemática e a estatística de massa de dados espacializados em
programas computacionais denominados de Sistema de Informações Geográficas (SIG).
68. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Atualmente, a Cartografia pode contar
com valiosos recursos como,
aerofotos, imagens orbitais, sistemas
de posicionamento por satélites,
programas e computadores, que além
de facilitar as atividades cartográficas,
também possibilitam a rápida
disponibilização das informações
coletadas, assim como a sua mais
eficiente atualização.
Imagem extraída de uma Ortofoto da
cidade do Rio de Janeiro, em destaque a
ponte Lúcio Costa na Barra da Tijuca.
Cartografia
Contemporânea
69. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O ambiente precisa ser entendido e administrado como um
sistema de processos inter-relacionados. A complexidade do
mundo atual exige mapas especializados e rigorosos, pois a
informação é uma ferramenta poderosa nas questões de
inventário e manejo de nosso planeta.
A contaminação do meio ambiente, as espécies em extinção,
sustentabilidade econômica, aquecimento global, entre outros
fatores, apontam o prevalecimento de sistemas globais
de pensamento. Pense sobre isso...
71. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Mafalda e seus amigos discutem sobre a orientação que a
humanidade deve seguir. Qual a direção correta? Por quê?
É fácil orientar outras pessoas?
?Para pensar...
72. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A ORIENTAÇÃO PELO SOL
Com base na observação
dos astros, especialmente
o Sol, os seres humanos
criaram pontos de
orientação, como norte,
sul, leste e oeste.
Se estendermos o braço direito para o sentido que nasce o Sol, encontraremos o
leste, o braço esquerdo estendido apontará o oeste. À frente, estará o norte,
também chamado setentrional ou boreal, e às costas, o sul, também conhecido
por meridional ou austral.
FORMAS DE ORIENTAÇÃO
Orientação pelo Sol. Fonte: PASSOS, 1988, p. 14.
73. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
FORMAS DE ORIENTAÇÃO
A ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
Durante a noite podemos nos
orientar pelas estrelas
Hemisfério Sul: O Cruzeiro do Sul
é um conjunto de cinco estrelas
em forma de cruz, cuja ponta
inferior aponta para o Sul.
Hemisfério Norte: Na constelação
da Ursa Menor existe uma estrela
que aponta a direção norte, é a
Estrela Polar, a mais brilhante de
todas.
74. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
FORMAS DE ORIENTAÇÃO
Observar a natureza e as feições da Terra, as plantas, os animais, a
forma dos relevos, o sentido dos ventos, entre outros fatores,
também podem servir de referência direcional para nos localizarmos
na superfície terrestre.
Musgo. Fonte: Google Imagens, 2012.
Um exemplo de outras técnicas de
orientação, ainda que menos preciso,
é a direção em que cresce o musgo,
sempre voltada a parte norte dos
muros e árvores. Porque é a parte que
nunca recebe sol diretamente,
tornando-se assim, mais úmida e
propicia ao seu crescimento.
75. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A IMPORTÂNCIA DOS PONTOS DE
REFERÊNCIA
Pontos Cardeais: são pontos principais
utilizados como padrão de localização ou
pontos de referência.
Através deles é possível localizar qualquer
lugar sobre a superfície da Terra, são eles:
a) o Norte e o Sul que apontam na
direção dos polos terrestres;
b) o Leste e o Oeste que apontam para o
lado do nascer e do pôr do Sol, cruzando
a linha Norte-Sul.
O PONTO DE REFERÊNCIA
NORTE
SUL
LESTEOESTE
76. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
FRENTE, COSTAS...
DE QUEM?
Os pontos de referência são relativos ao padrão de localização assumido.
Fonte: IBGE Teen, Adaptado.
OCEANO
ATLÂNTICO
Observe a imagem ao
lado. No canto
inferior direito há a
indicação do sentido
“Norte”.
NORTE
SUL
LESTEOESTE
77. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Fonte: IBGE Teen, Adaptado.
OCEANO
ATLÂNTICO
Neste exemplo, qual é o referencial assumido?
ENCIMA, EMBAIXO...
DO QUE?
O Oceano Atlântico
banha o Oeste do
continente africano
e o Leste do Brasil.
O Brasil está a Oeste
do Oceano Atlântico,
enquanto que o
continente africano
está a Leste.
78. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O homem, para se deslocar sobre a superfície da terra, tomou por
base o nascer e o pôr do sol, criando os pontos de orientação.
O conceito de orientação está associado à determinação da posição
do elemento no espaço geográfico e sua relação com os pontos
cardeais, colaterais e subcolaterais. Veja o desenho da Rosa-dos-
ventos a seguir.
ORIENTAÇÃO
RUMO
DIREÇÃO
79. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Os pontos de orientação norte (N),
sul (S), leste (L) e oeste (O) são
chamados de pontos cardeais.
Para facilitar a orientação sobre a
superfície terrestre, foram
estabelecidos, entre os pontos
cardeais, outros pontos de
orientação: os colaterais, os
subcolaterias e os intermediários.
A junção de todos esses pontos dá origem
a figura denominada rosa-dos-ventos.
Na figura acima os pontos
intermediários estão representados
pelas setas azuis.
CARDEAL em latim
significa PRINCIPAL
80. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Pontos colaterais:
• nordeste (NE), entre o norte e o leste;
• noroeste (NO), entre o norte e o oeste;
• sudeste (SE), entre o sul e o leste;
• sudoeste (SO), entre o sul e o oeste.
Pontos subcolaterais:
• nor-nordeste (NNE);
• és-nordeste (ENE);
• és-sudeste (ESE);
• su-sudeste (SSE);
• su-sudoeste (SSO);
• oés-sudoeste (OSO);
• oés-noroeste (ONO);
• nor-nordeste (NNO).
Pontos cardeais:
• norte (N)
• sul (S)
• leste (L)
• oeste (O)
Legenda
Pontos de
orientação da
Rosa-dos-
ventos
Principais pontos
de referência
81. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
É construída a partir da identificação dos pontos cardeais.
Os pontos colaterais são identificados entre dois pontos cardeais.
Os pontos sub-colaterais são identificados entre um ponto cardeal e
um ponto colateral.
A Rosa dos Ventos é a base de orientação de todos os instrumentos
atuais de navegação e localização.
A Rosa dos Ventos é a representação
gráfica dos principais pontos de
orientação. É assim chamada por
indicar as diversas direções que o
vento pode tomar.
82. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
EQUIPAMENTOS DE ORIENTAÇÃO
Entre os séculos XV e XVI, com a intensificação das
viagens marítimas de longa distância, a exigência por
equipamentos de navegação mais precisos foi se
tornando cada vez maior.
A bússola, um dos instrumentos de orientação, foi
inventada pelos chineses.
Ela é formada por uma agulha imantada que se apoia em
um eixo vertical. Essa agulha gira sobre um fundo onde
estão indicados os pontos de orientação. A ponta da
agulha sempre indica, aproximadamente, a direção norte.
Dizemos aproximadamente porque a orientação norte da
agulha não corresponde exatamente ao polo Norte
geográfico ou verdadeiro.
83. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A agulha da bússola é
atraída para um ponto
chamado polo Norte
magnético, ou Norte
magnético, que está um
pouco distante do polo
Norte verdadeiro ou
geográfico.
Ilustração com cores fantasia, sem proporção de tamanho
e de distância.
EQUIPAMENTOS DE ORIENTAÇÃO
84. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Atualmente vem sendo usado um aparelho
localizador digital chamado GPS, das iniciais
em inglês de Global Positioning System, isto
é, Sistema Global de Posicionamento, que
permite a determinação exata da posição
na superfície terrestre, informando a
latitude e longitude, além de determinar a
altitude. Esse aparelho informa também a
direção que o usuário está seguindo e a sua
velocidade.
Aparelho de GPS
GPS
86. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Parte integrante da coleção Geografia homem & espaço, Editora Saraiva, 2010. Adaptado.
Observe a figura
Imagine que você
precisasse ir até o
sítio das Flores e
uma pessoa lhe
informasse que
essa propriedade
fica a leste do rio
Preto e ao norte
do córrego da
Velha.
As informações são suficientes para você chegar ao sítio das Flores? Por quê?
LOCALIZANDO-SE
COM PRECISÃO
87. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para localizar com precisão um lugar de um
determinado espaço geográfico, a informação
baseada apenas nos pontos de orientação não é
suficiente, pois eles indicam somente a direção.
Em uma cidade é possível encontrar os lugares utilizando o endereço, que
indica os nomes do bairro e da rua e o número da casa.
Para ir de uma cidade para outra, mesmo que elas estejam situadas a centenas
de quilômetros de distância, os motoristas se orientam por placas nas estradas,
consultam o guia rodoviário ou pedem informações às pessoas.
Então, como as pessoas que controlam navios e aviões podem obter sua localização de
forma precisa e atingir com facilidade seus locais de destino?
E as pessoas que estão andando na floresta, no deserto ou em auto mar, como
conseguem definir caminhos com direções corretas para atingir os locais aos quais
desejam ir?
88. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A orientação das pessoas depende das características de cada espaço
geográfico, da cultura de um povo e do tipo de meio de transporte
utilizado.
Os pilotos de navios e aviões e as pessoas que caminham por florestas e desertos se
orientam por meio de equipamentos que lhe fornecem a localização.
Para fornecer a localização, esses equipamentos precisam
basear-se em um sistema de coordenadas, ou seja, linhas
imaginárias que se cruzam sobre a esfera terrestre.
As linhas que vão de um polo a
outro da Terra são chamadas
de meridianos.
As linhas que dão uma volta
completa ao redor da esfera
terrestre no sentido leste-oeste são
chamadas de paralelos.
Paralelos e Meridianos
89. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
LOCALIZANDO-SE COM EXATIDÃO
Os elementos geográficos que nos dão condições para localizar qualquer
ponto sobre a superfície terrestre são as coordenadas geográficas.
Foram determinadas por meio de observações astronômicas e satélites
geodésicos. Suas informações são expressas em graus, minutos e segundos.
A coordenada geográfica é indicada através de duas variáveis:
a longitude (meridianos)
e a latitude (paralelos)
91. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PARALELOS
O Equador, é um circulo imaginário equidistante dos
polos, que divide a Terra em hemisfério Norte e Sul.
Paralelamente ao Equador são traçados
outros círculos menores chamados
paralelos.
Além do Equador, quatro outros
paralelos recebem nomes, por serem
considerados mais importantes.
Hemisfério Norte:
• Círculo polar Ártico
• Trópico de Câncer
Hemisfério Sul:
• Trópico de Capricórnio
• Círculo polar Antártico
92. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Monumento que simboliza a linha imaginária do Equador que divide os hemisférios Norte e
Sul. Está localizado na cidade de Macapá, Estado do Amapá, Brasil.
MARCO ZERO DO EQUADOR
Ao lado, foto noturna
e abaixo vista aérea
do monumento.
93. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MERIDIANOS
Os meridianos são linhas traçadas
perpendicularmente ao Equador e
vão de um polo a outro. Cada
meridiano equivale à metade de
um círculo. Todos os meridianos
têm o mesmo tamanho, o que não
acontece com os paralelos.
A cada meridiano corresponde outro
oposto, chamado antimeridiano, com
o qual se completa uma
circunferência em torno da Terra,
passando pelos polos.
94. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O meridiano de Greenwich e seu
antimeridiano dividem a Terra em
hemisfério Ocidental (Oeste) e
hemisfério Oriental (Leste).
Passa pelo Observatório Real de
Londres, onde possui uma marcação
física no solo (observe a foto).
Por convenção de um acordo
internacional realizado em 1884, o
meridiano é adotado como referência
para as longitudes e fusos horários,
sendo o “primeiro meridiano”.
Todos os meridianos e seus antimeridianos dividem a Terra em duas partes, mas ficou estabelecido
que um deles seria usado como referência para essa divisão. Esse meridiano, que passa pela cidade
de Londres, na Inglaterra, é chamado de Meridiano de Greenwich ou Principal.
95. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Podemos localizar com precisão qualquer lugar da superfície terrestre com base nas
coordenadas geográficas determinadas pelos paralelos e meridianos. As medidas em
graus das coordenadas geográficas de um lugar dão sua latitude e longitude.
LATITUDE E LONGITUDE
A latitude é a distância em graus de um lugar
qualquer da superfície terrestre até o Equador.
Todos os lugares situados em um mesmo
paralelo têm a mesma latitude.
A linha do Equador divide o planeta em
dois hemisférios: setentrional (Norte) e
meridional (Sul);
A latitude varia de 0° (na linha do Equador)
a 90° para norte e 90° para sul.
96. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A longitude de um lugar da superfície é
a distância em graus desse lugar até o
meridiano de Greenwich.
Todos os lugares situados em um
mesmo meridiano têm a mesma
longitude.
Como na esfera terrestre o meridiano
de Greenwich é o meridiano de 0º, a
longitude pode ser de leste (oriental)
ou oeste (ocidental), variando até 180º.
Antimeridiano de Greenwich
Meridiano de Greenwich
97. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
É possível localizar qualquer lugar da superfície terrestre
determinando sua latitude e longitude, ou seja o paralelo e o
meridiano que se cruzam naquele lugar.
Para localizar um ponto na superfície terrestre, identificamos primeiro suas
coordenadas geográficas, isto é, a latitude e a longitude.
É o cruzamento de um paralelo com um meridiano que nos dará sua posição
exata.
Como proceder para determinar as
coordenadas geográficas de um local?
Localizando os pontos
98. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
LATITUDE
60º Latitude Norte
30º Latitude Norte
0º Latitude
15º Latitude Sul
45º Latitude Sul
99. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Longitude
120º Longitude
Leste
45º Longitude
Leste
130º Longitude
Oeste
15º Longitude
Oeste
100. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Localizando os pontos
A
B
C
D
A
40º Latitude Norte
60º Longitude Leste
B
20º Latitude Sul
20º Longitude Oeste
C
80º Latitude Norte
40º Longitude Oeste
EUROPA
Qual o continente que
está localizado
a 60º Latitude Norte
e 40º Longitude Leste?
0º Latitude - Equador
0º Longitude – Meridiano de Greenwich
D
20º Latitude Sul
140º Longitude
Leste
102. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Você já reparou que o sol parece se movimentar durante o dia?
Foi a partir deste movimento
aparente que os homens
começaram a estabelecer a
contagem do tempo.
Na verdade quem se desloca é o planeta Terra em torno do Sol e a
hora marcada em nossos relógios está relacionada à este movimento.
103. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Rotação: movimento que a
Terra faz em torno de seu
próprio eixo. Determina a
duração dos dias e das noites.
MOVIMENTOS DA TERRA
O movimento de Rotação ocorre de Oeste para Leste e dura exatamente 23 horas, 56 minutos e
4 segundos, porém para facilitar, convencionou-se arredondar este valor para 24 horas.
A terra gira sobre si mesma a uma velocidade de 32 km por minuto na linha do equador, logo,
quem mora sobre a linha do Equador gira a 1.920 km por hora (SCHÄFFER, 2005).
Os movimentos da Terra - Atlas
Geográfico Escolar - IBGE
104. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Translação: corresponde ao giro da Terra ao redor do sol. Determina as quatro
estações do ano, além de influenciar na adoção do “horário de verão ” no Brasil e
em outros países.
O movimento de translação se realiza em exatos 365 dias, 5 horas e 48 minutos.
MOVIMENTOS DA TERRA
106. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PARA ENTENDER OS FUSOS
HORÁRIOS
O planeta Terra possui o formato aproximado ao de uma esfera
(Geoide) que possui 360°. Dividiu-se este valor pelo número de
horas que um dia possui (24 horas), resultando em 24 “faixas” de
15° cada.
108. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Cada fuso horário possui uma hora de diferença em relação ao fuso que se
encontra ao seu lado. Os fusos situados a Leste de Greenwich, possuem uma hora
a mais a cada 15º de longitude; já os fusos situados a Oeste do meridiano de
Greenwich possuem uma hora a menos a cada 15º de longitude.
A determinação da hora parte do princípio de que a Terra é uma circunferência perfeita,
medindo 360°, e de que a rotação terrestre dura 24 horas. É o tempo necessário para que
todos os meridianos passem, num determinado momento, frente ao Sol. Dividindo-se os
360° da Terra pelas 24 horas de duração do movimento de rotação, resultam 15°.
Portanto, a cada 15° que a Terra gira, passa-se uma hora.
Desta forma, teoricamente o sol ilumina uma parte da superfície terrestre a cada
15° de longitude, quando se passa a ter um fuso horário diferente.
Padronizou-se assim, as horas em qualquer lugar do mundo, facilitando
principalmente, a vida de viajantes e das relações comerciais nacionais e
internacionais.
Alguns globos trazem sobre o polo norte um disco plástico, dividido em 24 partes
que correspondem às horas do dia, este é denominado “seletor de tempo” e permite
calcular o horário de qualquer local do globo com relação ao meridiano de Greenwich.
117. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O Congresso de Washington (1884), convencionou que a Linha Internacional
da Mudança da Data se situaria no espaço antimeridiano, ou seja, ao longo
do meridiano de valor 180º, que se encontra sobre o oceano pacífico.
LINHA INTERNACIONAL DA MUDANÇA DA DATA (LID)
A Linha Internacional da Mudança da Data é conhecida também pelas siglas
LID ou LIMD.
Somente quando é meia noite na Linha Internacional de Mudança de Data
ocorre o mesmo dia no mundo todo; logo após há dois dias acontecendo no
planeta Terra ao mesmo momento.
118. No planisfério destacam-se as 24 faixas de 15º cada que correspondem aos fusos horários; o horário
universal de Greenwich; os países que possuem horário fracionado; e a Linha Internacional da
Mudança de data (em vermelho).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
119. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Inicialmente é bom ter em mente que o movimento aparente do sol é de Leste
para Oeste, desta forma, a Leste é “mais cedo” que a Oeste onde é “mais tarde”;
Atravessando a Linha Internacional de Mudança de Data do Leste para o Oeste,
subtrai-se um dia à data; e ao contrário, se a travessia for de Oeste para Leste,
acrescenta-se um dia.
Como funciona A LINHA DE MUDANÇA DE DATA?
O OL L
LID
125. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
BRASIL
Em território nacional, uma
sanção publicada no Diário
Oficial da União, no dia 24
de Abril de 2008, aprovou
uma lei que determinou
que o Brasil passa a contar
com três e não mais quatro
fusos horários.
Esta mudança atinge três
estados da região Norte do
país. O Acre e parte do
Amazonas que possuíam
duas horas de atraso em
relação a Brasília, passam a
ter apenas uma hora de
diferença, e todo o estado
do Pará passa a adotar
horário igual ao da capital
Federal (Brasília).
127. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O horário de verão consiste no adiantamento dos ponteiros do relógio
em uma hora, o que cria uma defasagem em relação ao horário normal.
Este ajuste permite um melhor aproveitamento da luz do sol nas regiões
mais afastadas do Equador, onde em determinadas estações do ano, devido
à inclinação da Terra, os dias são mais longos que as noites e o nascer do sol
acontece muito cedo.
É interessante notar que em períodos de horário de verão, no
Brasil, é possível haver dois horários diferentes dentro do mesmo
fuso, citando como exemplo o horário dos estados da região Sul e
Sudeste que diferem de algumas cidades do Nordeste, que estão no
mesmo fuso. No início do horário de verão, os relógios são
adiantados em uma hora, com o intuito de reduzir o consumo de
energia, aproveitando desta forma, melhor a claridade solar.
128. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para saber mais...
PARA SE LOCALIZAR: TABELA DE SINÔNIMOS
LESTE OESTE NORTE SUL
ORIENTE OCIDENTE SETENTRIONAL MERIDIONAL
ORIENTAL OCIDENTAL BOREAL AUSTRAL
NASCENTE POENTE ÁRTICO ANTÁRTICO
Fusos horários
Entenda como se determina a hora em cada país
Ângelo Tiago de Miranda – UOL Educação
Este pequeno artigo do professor e geógrafo Ângelo Tiago de Miranda explica de forma
simplificada como funcionam os fusos horários e como entender a hora exata em cada país.
132. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
Modo de expressão diz respeito a cada tipo específico de representação
cartográfica e está relacionado ao objetivo da construção e a escala.
Globo
Mapa
Carta
Planta
Cartograma
Anamorfose
Croqui
Maquete
Formas de
representação
cartográfica
133. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
GLOBO - representação cartográfica sobre uma superfície esférica,
em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma
figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa (IBGE, 2012).
O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra,
e que mais se aproxima da realidade, apesar de não ser a
mais utilizada. Suas vantagens são:
GLOBO
1) Sendo esférico, dá uma ideia bastante real;
2) Mostra todos os continentes, seus oceanos;
3) Permite a localização correta das principais linhas imaginárias;
4) Possibilita a simulação dos movimentos da Terra;
5) Apresenta as distâncias em latitudes e longitudes com exatidão;
6) As distâncias serão mais exatas, pois haverá mínima distorção das projeções.
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
134. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
Mapa - documento mais
simples, sem grande
detalhamento, como por
exemplo, os mapas políticos.
Brasil – Regiões Metropolitanas 2009
IBGE, Atlas escolar.
Características: Representação plana;
geralmente em escala pequena; área
delimitada por acidentes naturais,
político-administrativos; destinação a
fins temáticos, culturais ou
ilustrativos.
“Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos,
naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura planetária,
delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados usos,
temáticos, culturais e ilustrativos” (IBGE, Noções de Cartografia).
135. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Carta - documento de finalidade
especial, maior detalhamento, co-
mo as cartas topográficas, náu-
ticas e aeronáuticas.
136. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Características das Cartas:
Representação plana;
Escala média ou grande;
Desdobramento em folhas
articuladas de maneira sistemática;
Limites das folhas constituídos por
linhas convencionais, destinada à
avaliação precisa de direções,
distâncias e localização de pontos,
áreas e detalhes.
“Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais
de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas
convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliação de
pormenores, com grau de precisão compatível com a escala” (IBGE, Noções de Cartografia).
137. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para saber mais...
MUSEU DE TOPOGRAFIA
PROF. LAUREANO IBRAHIM CHAFFE – UFRGS
Equipamentos de topografia
TOPOGRAFIA é a ciência que trata do
estudo da representação detalhada de
uma porção da superfície terrestre.
Desde os primórdios da civilização, ainda em seu
estágio primitivo, o homem tratou de demarcar
sua posição e seu domínio. Sem saber, ele já
aplicava a Topografia.
Os babilônicos, os egípcios, os gregos, os chineses, os árabes e os romanos foram os povos
que nos legaram instrumentos e processos que, embora rudimentares, serviram para
descrever, delimitar e avaliar propriedades tanto urbanas como rurais, com finalidades
cadastrais.
A palavra TOPOGRAFIA tem sua origem na escrita grega, onde TOPOS significa lugar e
GRAPHEN significa descrição, escrita. Desta maneira pode-se dizer que a
138. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Planta – documento que exprime uma área
restrita, como cidades, casas ou jardins. Zoneamento estratégico da cidade
de São Caetano do Sul, 2010.
PLANTA - a planta é um caso particular
de carta. A representação se restringe a
uma área muito limitada e a escala é
grande, consequentemente o nº de
detalhes é bem maior.
139. A anamorfose cartográfica ou
geográfica é uma figura que expõe o
contorno dos espaços
representados de forma distorcida
para realçar o tema. A área das
unidades espaciais é alterada de
forma proporcional ao respectivo
valor, mantendo-se as relações
topológicas entre unidades
contíguas.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Anamorfose
Cartograma ou mapa diagrama é uma das
denominações que recebe um mapa que
representa dados quantitativos em forma de
gráfico sobre mapas de áreas extensas como
estados, países, regiões.
Cartograma
140. Croqui do Pão de açúcar
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Trata-se de representação
cartográfica elementar que
pode representar paisagens
e/ou trajetos de uma
localidade a outra.
Croqui corresponde a uma representação
cartográfica aproximada, que permite ao
leitor a orientação e localização de objetos
de interesse.
CROQUI - é um esboço e não obedece a rotina técnica para a elaboração de
mapas. Não tem como finalidade a divulgação para o público; contém
informações sobre uma pequena área e supre a falta de uma representação
cartográfica detalhada (IBGE, Noções de Cartografia).
CROQUI
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
141. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A maquete é um modelo concreto, reduzido e em
três dimensões (3D), de setor da superfície
terrestre, que representa os objetos e feições que
se pretende estudar.
As maquetes apresentam os objetos de forma
reduzida, respeitando ou não uma relação precisa
de escala no registro dos objetos que a compõem.
Em muitos casos a maquete pode ser construída
em escala, com algumas feições decorativas
exageradas para que sejam visíveis. Sempre que
possível deve representar a realidade com
fidelidade, no que se refere à forma, tamanho e
proporção de objetos.
Maquete do CT de atletismo em SCS/SP.
Transformação do centro esportivo São Jo-
sé, em uma instalação esportiva de ponta e
ecologicamente correta, com investimento
de R$ 15 milhões. UOL Esporte, 20/10/2010.
MAQUETE
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
143. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
ELEMENTOS DO MAPA
MAPAS: TEXTOS CHEIOS DE ESTILOS
Os cinco elementos básicos dos mapas:
TÍTULO: informa o tema, o local e o tempo (data de ocorrência do
fenômeno).
LEGENDA: detalha as informações do título em acordo com as
representações utilizadas no mapa.
ESCALA: permite visualizar a proporção entre o real e o abstrato.
ORIENTAÇÃO: indica as referências internas de localização: Norte, Sul, Leste
e/ou Oeste.
FONTE: credencia a informação do mapa, dá respaldo técnico e científico.
145. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Título: Traz informações
que identificam o mapa
1
ELEMENTOS DO MAPA
146. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
DECIFRANDO OS MAPAS:
A LEGENDA
Entendendo as legendas
São elementos informativos do
mapa que traduzem as
informações gerais do título.
Detalham a informação do
mapa.
A legenda transforma seu
ponto de referência abstrato em
uma referência concreta.
2
A Legenda indica o significado dos
símbolos e das cores utilizados no
mapa.
147. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Escala: Indica quantas vezes o
tamanho real foi reduzido para
ser representado no mapa.
Orientação: Indica a direção e o
sentido do mapa. Geralmente
indica o Norte.
3 4
ELEMENTOS DO MAPA
148. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Fonte: Fornece a origem das
informações apresentadas no mapa
5
ELEMENTOS DO MAPA
150. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O ESTUDO DAS PROJEÇÕES
CARTOGRÁFICAS
Todo mapa é um processo de
alteração da superfície terrestre. Esta
distorção será maior quanto maior
for a área cartografada.
O problema das projeções cartográficas exige,
portanto, uma grande dose de imaginação.
Ao tentarmos desenvolver uma esfera (ou
parte de uma esfera) sobre um plano,
observamos que os limites externos de sua
superfície são os mais sacrificados,
apresentando maiores alterações, enquanto
que o centro da mesma não apresentará
deformações. Portanto, o centro de uma
projeção é a parte – que pode ser um ponto
ou uma linha (um paralelo ou um
meridiano) – em verdadeira grandeza, sem
alterações de escala.
O DESENVOLVIMENTO DE UMA ESFERA
A maior dificuldade em cartografia é transferir o que existe numa superfície curva, que é a
Terra, para uma superfície plana, que é o mapa. Só podemos conseguir essa transferência,
essa passagem, de maneira imperfeita, infiel, com algumas alterações.
151. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Como a esfera não se desenvolve sobre o plano, utilizamos superfícies intermediárias
que tenham a propriedade de se desenvolver. Temos, então, que procurar figuras
semelhantes à esfera, que sejam passíveis de desenvolvimento. O cilindro, o cone e o
azimute constituem esses tipos de figuras.
Cônicas
Azimutal (tangente ou polar)
Cilíndricas
As projeções cartográficas costumam ser reunidas em três tipos básicos:
CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
CONFORME: São projeções que conservam os ângulos, ou seja, são mantidas as formas
ou as fisionomia dos elementos cartografados.
Ex: Projeção de Mercator
EQUIVALENTE: São as que conservam as áreas, mantendo a proporção do tamanho entre
a superfície real e a representada no mapa.
Ex: Projeção de Peters
EQUIDISTANTE: Os comprimentos são representados em escala constante, ou se ja, é
mantida a relação de comprimento entre meridianos e paralelos.
Ex: Projeção Azimutal
153. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Na projeção cônica, a esfera projeta-se a partir do Equador, tangenciando de um
dos paralelos. São observados as seguintes consequências:
• A única linha de verdadeira grandeza
é o paralelo de tangência.
• O polo é projetado, graças à forma
própria do cone.
• Os meridianos projetados se cruzam
no polo, semelhantemente ao que
acontece na esfera.
• As linhas traçadas na esfera são
projetadas para a superfície cônica de
desenvolvimento a partir de um certo
ponto do interior da esfera.
Observe a projeção cônica: os países que apresentam maiores
distorções são aqueles localizados próximos ao Equador.
Este tipo de projeção é ótima para representar mapas regionais,
onde aparecem apenas pequenas partes da superfície terrestre.
PROJEÇÃO CÔNICA
155. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROJEÇÃO AZIMUTAL
OU POLAR
Na projeção plano ou azimutal, as linhas traçadas na esfera são projetadas no
plano, partidas de um certo ponto do interior da esfera, a partir do polo. São
observados as seguintes consequências:
• Os meridianos, irradiando-se do polo,
são projetados em linha reta.
• À medida que se afastam do ponto de
tangência - o polo – o espaçamento e
as dimensões dos paralelos e dos
meridianos crescem rapidamente.
• O polo, ponto em que a esfera é
tangente, é projetado no centro do
plano.
• Os paralelos são arcos de círculos
concêntricos, como na esfera terrestre.
A projeção azimutal destina-se a representar as regiões
polares e suas proximidades.
156. Esquema utilizado para representar a superfície da Terra sobre um plano tangente
a mesma. A tangência pode ser nos Polos, no Equador ou em qualquer ponto da
superfície terrestre (horizontal), como mostra a figura acima.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
157. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROJEÇÃO AZIMUTAL
OU POLAR
Símbolo da ONU
Projeção Azimutal
Plana Horizontal
Plana Polar
159. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
As linhas traçadas na esfera são transferidas para a superfície cilíndrica de
desenvolvimento, através de projeções partidas do centro da esfera.
A projeção cilíndrica, também conhecida como Projeção de Mercator,
apresenta os paralelos e os meridianos cruzando-se em ângulos de 90º e é
bastante utilizada na navegação e na confecção de mapas-múndi.
PROJEÇÃO CILINDRICA
Os países localizados nas mais altas latitudes apresentam-
se bastante deformados, ao contrário daqueles situados ao
longo ou próximo da linha do Equador, que apresentam
pequenas alterações.
160. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROJEÇÃO CILINDRICA
Projeção de cilíndrica de Mercator, século XVI
Projeção cilíndrica
Conforme:
Prioriza os ângulos
PROJEÇÃO DE MERCATOR
Na projeção de Mercator há
uma valorização do
continente Europeu,
localizado ao centro superior
do mapa. Nota-se uma
distorção acentuada dos
países do hemisfério Norte
(em relação às suas medidas
reais) em detrimento do
hemisfério Sul.
161. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROJEÇÃO CILINDRICA
• Apenas o Equador tangencia a superfície. Por isso, é a única linha projetada de real
grandeza (que conserva a dimensão original).
• As áreas próximas aos polos e mesmo os polos não têm possibilidade de serem projetadas
na superfície cilíndrica ou são projetadas com grande distorção.
• Os demais paralelos projetados não conservam as medidas originais, guardando iguais
comprimentos em relação ao Equador.
Em uma projeção cilíndrica, observam-se as seguintes conseqüências:
162. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Projeção de cilíndrica de Peters, século XX
Projeção cilíndrica
Equivalente:
Prioriza as áreas
PROJEÇÃO DE PETERS
Na projeção de Peters,
países e continentes do
hemisfério Sul
(subdesenvolvidos)
ganham destaque em suas
proporções e distorções
em relação a projeção
elaborada por Mercator.
PROJEÇÃO CILINDRICA
163. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O Alemão Amo Peters (nascido em 1916) apresenta um mapa que valoriza
o Terceiro Mundo. A principal qualidade deste planisfério é que cada cm²
dentro do formato 113 x 72 cm representa exatamente 63.550 Km². Assim,
as regiões temperadas do planeta não aparecem maiores do que as outras,
como ocorre nos mapas tradicionais. Outra boa qualidade é que a linha do
Equador está equidistante dos polos e todas as regiões terrestres aparecem
representadas.
Esta projeção também facilita uma compreensão mais real da relação entre
os tamanhos dos países. A projeção de Peters não é uma projeção
conforme. É uma projeção cilíndrica equidistante (de área igual). Isso
significa que as áreas dos continentes e países aparecem em escala igual,
conservando suas dimensões relativas.
PROJEÇÃO CILINDRICA
164. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROJEÇÃO DE
MOLLWEIDE
Apresenta
formato elíptico,
com distorções
das formas
menores que na
projeção de
Peters.
165. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROJEÇÃO DE GOODE
Também chamada de
Projeção
interrompida,
mostrando
equivalência entre as
áreas oceânicas e
continentais.
169. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado
no papel e sua medida real.
Noção de Escala – Relação entre a distância
no mapa e a correspondente distância real.
Tipos de Escalas
Numéricas Gráficas
0 10 20 30 40m
0 5 10 15 20 Km
0 2 4 Km
1:100 000
1/ 25 000
1
5 000 000
170. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Conversão de Escalas
Converter escalas numéricas em escalas gráficas
1: 100 000 = 1000 m = 1 km
centímetros
0 1 2 3 4 km
km hm dam m dm cm
Kilometro Hectometro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro
1 0 0 0 0 0
1 0 0 0
1
171. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Tipos de Escalas
Numéricas Gráficas
1: 250 000
1/10 000
1
7 000 000
0 100 200 m
0 2,5 5 km
0 70 140 210 280 km
0 50 100 150 200 Km
1: 5 000 000
172. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
ESCALAS GRANDES
E PEQUENAS
As representações cartográficas mudam de nome conforme a escala
Quanto ao
tamanho
Quanto a
representação
Escala Aplicações
Escala Grande Escala de Detalhe até 1:25.000 Plantas Cadastrais
Escala Média
Escala de
Semi-detalhe
de 1:25.000 até
1:250.000
Cartas topográficas
Escala Pequena
Escala de
Reconhecimento ou
de síntese
de 1:250.000 e
menores.
Cartas Topográficas e
cartas gerais.
Você pode usar o seguinte raciocínio: 1 dividido por 5 mil é maior que 1 dividido por
30 milhões. Quanto maior a escala, maior o número de detalhes representados.
Ao contrário do que se pensa uma escala grande não é
aquela que possui um número enorme. A escala 1:5.000 é
grande pois a representação da realidade foi diminuída
apenas 5.000 vezes, enquanto na escala 1:30.000.000 a
representação da realidade foi diminuída 30 milhões de
vezes, portanto a E=1:5.000 é maior que a E=1:30.000.000.
173. ESCALAS
uma questão de
ponto de vista
QUANTO MAIOR A ESCALA,
MAIOR O NÍVEL DE DETALHAMENTO.
QUANTO MENOR A ESCALA,
MENOR O NÍVEL DE DETALHAMENTO.
Áreas da Europa vistas em
diferentes escalas.
Escala
Continental
Escala
Local
Escala
Regional
Escala
Nacional
187. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROBLEMAS COM ESCALAS
Relembrando: Escala Relação entre a distância no mapa e a
correspondente distância real.
Os problemas de escala têm sempre três elementos:
E – Escala Numérica
D – Distância Real
d – Distância no mapa
188. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Cálculo da Escala
Problema: Sabendo que a distância real (D) entre
o Funchal (Madeira) e Lisboa é de 900 km,
calcule a Escala do mapa onde a distância entre
essas duas cidades é de 2 cm.
189. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Problema: A distância
medida no mapa entre
Viseu e Beja é de 5 cm.
Sabendo que a Escala do
mapa é de 1:7 000 000,
calcule a Distância Real (D).
Cálculo de Distâncias Reais
190. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Problema: A distância real entre Lisboa e
Madrid é de 600 Km. A que distância se
encontram separadas estas duas cidades
num mapa de com Escala de 1/20 000 000?
Cálculo de Distâncias no Mapa
192. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
São superfícies terrestres que não podemos
representar por meio de equações devido a
sua forma geométricamente indeterminada.
LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO
É a projeção plana que
contempla as informações
do relevo do terreno
estudado.
Curva de nível é uma
linha imaginária
marcada em planta ou
mapa topográfico e
que representam os
pontos de mesma
altitude do terreno.
193. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
É o método utilizado
para representar o
relevo terrestre, que
permite ao usuário,
ter um valor
aproximado da
altitude em qualquer
parte do mapa.
As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas entre si.
Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma elevação.
Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma.
As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos d'água ou despenhadeiros.
Em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos d'água em forma de "V", com o vértice
apontando para a nascente.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
194. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Perfil topográfico de uma área da
cidade do Rio de Janeiro
As linhas traçadas no mapa são chamadas isoípsas,
sendo que quanto mais próximas estiverem, mais
abrupto (inclinado) se apresenta o relevo. Observe
que entre as duas elevações existentes na figura, na
direção leste-oeste, encontra-se uma depressão
relativa.
As curvas de nível permitem
uma representação
cartográfica do relevo
tridimensional de uma
superfície para visualização
das formas do terreno numa
superfície plana (a carta).
195. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
FINALIDADE E APLICAÇÃO
ÁREAS AMBIENTAIS
Definição e demarcação de áreas de
preservação permanente; Projeto de matas
ciliares; Demarcação e projeção de reserva
permanente de áreas verdes.
ENGENHARIA
Importante recurso para aplicações em obras
de engenharia como Terraplenagem; Estradas;
Edificações; Obras sanitárias e hidráulicas e
ambientais.
AGRICULTURA
É utilizada para Talhonamento; Sistematização do terreno;
Terraços e camalhões; Arruamento de plantio em nível e
desnível; Sistema de irrigação; Implantação de carreadores.
196.
197. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para saber mais...
A NOÇÃO DE CURVA DE NÍVEL NO MODELO TRIDIMENSIONAL
E O ENSINO-APRENDIZAGEM DO MAPA DE RELEVO
Sérgio Luiz MIRANDA
Rosângela Doin de ALMEIDA
O mapa é um instrumento fundamental para pensar, decidir, planejar e agir
racionalmente sobre o espaço, sobretudo quando a escala ultrapassa a dimensão
do lugar imediato, do lugar de vida do sujeito, quando, então, o mapa possibilita
pensar o espaço ausente, distante, desconhecido empiricamente. A evolução
tecnológica possibilitou o desenvolvimento de novas formas de se registrar
informações espaciais, como as fotografias aéreas e as imagens de satélite. No
entanto, essas novas técnicas, que têm suas vantagens e aplicações específicas de
grande importância nos dias de hoje, não possuem a seletividade do mapa e, em
vez de substituí-lo, contribuíram para seu aperfeiçoamento, possibilitando maior
grau de precisão dos documentos cartográficos.
199. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Características da
Cartografia Temática
Cartografia temática corresponde a todos os mapas que tratam de outro assunto
além da simples representação do terreno (JOLY, 1990).
Mapas temáticos são aqueles que representam qualquer tema;
Atendem usuários específicos;
Geralmente os dados são superados com rapidez;
Requerem conhecimento específico para sua compreensão. Interpretação complexa;
Utilizam cores de acordo com as relações entre os dados que apresentam;
Uso de símbolos gráficos, especialmente planejados para facilitar a compreensão de
diferenças quantitativas e qualitativas;
Raramente servem de base para outras representações. Fonte:SANCHEZ,1981 apud ARCHELA 2000, adaptado.
200. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Instrumento de expressão dos re-
sultados adquiridos pela Geografia e pelas demais ciências que têm a
necessidade de se expressar na forma gráfica. Tem como preocupação
básica a elaboração e o uso dos mapeamentos temáticos, abrangendo
a coleta, análise, interpretação e a representação das informações
sobre uma carta base. Importa-se mais com o conteúdo que vai ser
representado no mapa do que com a precisão dos contornos ou da
rede de paralelos e meridianos (ARCHELA, 2000).
CARTOGRAFIA TEMÁTICA
201. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MÉTODOS DE
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
PRINCÍPIOS DA SEMIOLOGIA GRÁFICA, por Jacques Bertin (1962)
• Normatização da representação gráfica: diagramas, redes e mapas;
• Linguagem gráfica monossêmica é diferente da linguagem polissêmica (pintura,
fotografia, etc.);
• Monossemia é importante para que não haja dúvida sobre o que está representado
(porém a interpretação não é única);
• Legenda é responsável pela padronização do significado de cada signo;
• A gráfica auxilia na comunicação e compreensão das informações, por exemplo: uma
tabela demanda muito mais tempo para compreensão e leitura do que um gráfico.
Monossemia: um símbolo, um significado
Polissemia: um símbolo, muitos significados
SEMIOLOGIA
Estudo dos signos
(símbolos, significados)
202. A semiologia gráfica se baseia na percepção lógica, ou seja, a representação gráfica deve
ser feita de modo que em apenas um instante de percepção seja compreendida.
Variáveis
visuais e
níveis de
organização,
propriedades
de percepção
203. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
VARIÁVEIS VISUAIS - tamanho, valor, granulação, cor, orientação e forma
IMPLANTAÇÃO - forma de implantar as variáveis visuais, podem ser pontos,
linhas ou áreas (zona).
ELEMENTOS DA
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
PROPRIEDADES PERCEPTIVAS
Classificação das variáveis
visuais segundo os quatro
níveis de organização
204. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Nível qualitativo (ou nominal): objetos ou fenômenos que têm relação de
igualdade ou diferença mútua.
Questão “o quê?”. Ex: usina nuclear, mina de carvão, poço de petróleo; budista,
católico, muçulmano, hinduísta) – não são ordenadas.
Deve ser representada por uma variável visual seletiva (≠) ou associativa (≡).
Representação Qualitativa
SELETIVO (≠): permite isolar todas as correspondências da mesma categoria (a família dos
signos vermelhos, a família dos signos verdes; a família dos signos escuros, a família dos
signos claros).
ASSOCIATIVO (≡): permite o agrupamento imediato de todas as correspondências
diferenciadas por esta variável (todas as variáveis visuais são associativas, porém em
diferentes graus).
205. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Expressa a existência,
localização e extensão de
ocorrência dos fenômenos.
Variável visual deve ser seletiva
(≠) ou associativa (≡).
Exemplo :
Tipo de implantação: área
Componente: qualitativo
Variável visual: cor (≠ seletiva)
Mapa corocromático com informação
seletiva no modo de implantação zonal
Representação Qualitativa
Fonte: ARCHELA e THÉRY, 2007.
206. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Representação Ordenada
Nível ordenado: elementos que tenham relação de grandeza ou hierarquia entre si.
Questão “em que ordem?”. Envolve conceitos que permitem um ordenamento dos
elementos de maneira universalmente conhecida (frio-quente-morno; preto-cinza-
branco; pequeno-médio-grande; bom-médio-ruim).
Deve ser representado por uma variável visual ordenada (O).
ORDENADO (O): permite a classificação visual de suas categorias (cinza é
intermediário dentre o preto e o branco (variável valor); o médio é
intermediário entre o pequeno e o grande (variável tamanho).
207. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Expressa fenômenos que apresen-
tam ordem hierárquica entre os
elementos.
Variável visual deve ser ordenada
(o tamanho, embora seja ordena-
do, deve ser reservado à propor-
cionalidade). A cor pode ser explo-
rada (clara e escura/fria e quente).
Exemplo:
Tipo de implantação: área
Componente: ordenado
Variável visual: valor (ordenado)
Mapa coroplético com informação
ordenada no modo de implantação zonal
Fonte: ARCHELA e THÉRY, 2007.
Representação Ordenada
208. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Representação Quantitativa
Nível quantitativo (métrico): usado quando fazemos uso de
unidades contáveis (número de habitantes, valor em dinheiro,
vezes).
Questão: “Quanto?”
Deve ser representado pelo tamanho, isto é, uma variável visual
quantitativa (Q).
QUANTITATIVO (Q): revela a relação de proporcionalidade entre
elementos (A é duas vezes maior do que B).
209. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Expressa relação de proporcionalida-
de entre os componentes.
Variável visual deve ser quantitativa
(somente o tamanho)
Método dos círculos proporcionais;
Exemplo:
Tipo de implantação: ponto
Componente: quantidade
Variável visual: tamanho (quantida-
de).
Mapa de círculos proporcionais com informação
quantitativa no modo de implantação pontual
Fonte: ARCHELA e THÉRY, 2007.
Representação Quantitativa
210. A linguagem do mapa é a gráfica, através de linhas e cores passa suas
mensagens sobre a representação do Mundo. A cartografia ocupa-se
em analisar e desenhar os mapas e as cartas topográficas de maneira
mais adequada à sua comunicação e utilização.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Leitura, análise e
interpretação de
mapas temáticos
Usando as normas e possibilidades da representação cartográfica
apresentadas, o mapa deve ser pensado como um todo.
Todos os elementos citados devem ser levados em
consideração no momento da concepção e estudo dos mapas.
211. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MAPA PARA VER
Responde: o
componente X, onde
está?
Fácil visualização
MAPA PARA LER
Responde: o lugar x, o
que tem?
Poderia ser
representado por
formas, cores,
desenhos, por exemplo.
212. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A leitura do mapa pelo usuário
1º Momento: compreensão do título e verificação da escala.
O que significa o título?
A escala é grande ou pequena?
A escala favorece ou dificulta a leitura?
2º Momento: Entendimento da Legenda
Quais os símbolos que ela representa? É completa? É Clara?
3º momento: observação atenta do mapa a fim de criar uma setorização para
a decodificação/descrição.
4º Momento: decodificação do mapa.
5º Momento: reconstrução mental do mapa.
213. Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Mapas, saber
e poder
MAPAS, SABER E PODER por Brian Harley
Introdução
Perspectivas teóricas
Os contextos políticos dos mapas
Mapas e Império
Os mapas e o Estado-nação
Mapas e direitos de propriedade
O conteúdo dos mapas no exercício do poder
Distorções intencionais do conteúdo dos mapas
Distorções “inconscientes” do conteúdo dos mapas
Geometria subliminar
Os silêncios dos mapas
A representação de hierarquias
O simbolismo cartográfico do poder
Os mapas na pintura
A ideologia da decoração cartográfica
O “fato” cartográfico como símbolo
Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
214. Introdução
Dê-me um mapa; depois mostre-me
Tudo o que me resta para conquistar o mundo...
Christopher Marlowe, Tamburlaine, Segunda parte (VIII, p. 123).
O presente estudo convida a uma viagem ao universo ideológico dos mapas e da
cartografia. Os mapas existem há muito tempo, porém, raramente são lidos como
textos ou formas de saber socialmente construídas, dotados de ideologias, suas
mensagens carregam interesses políticos, econômicos e culturais.
Resgatar a eloquência dos mapas.
Sf. Arte de bem falar. Faculdade de dizer, de
forma que se domine o ânimo de quem ouve.
MAPAS
• Ênfase na representação das características geográficas,
científicas e técnicas.
• Em segundo plano, as impressões que as pessoas tem
sobre essas características geográficas transmitidas pelos
mapas e a investigação do saber que as constituíram.
“O que podemos fazer para que os
mapas falem dos mundos sociais do
passado?”
215. Perspectivas teóricas
“Pela seletividade de seu conteúdo e por seus símbolos e estilos de representação,
os mapas são um meio de imaginar, articular e estruturar o mundo dos homens”.
Há três formas de ver os mapas que destacam seus contornos ideológicos:
1. Os mapas como uma forma de linguagem.
2. A representação iconológica do discurso dos mapas, isto é, perceber o que
representam ideologicamente as imagens dos mapas (simbolismos das imagens).
3. Cartografia como forma de conhecimento e poder.
Linha de pesquisa: Iconológica
ICONOLOGIA – estudo da imagem
ICONO - ícone, do Grego eikon, imagem
LOGIA – do Grego logus, conhecimento,
estudo
Os mapas são considerados:
• parte do conjunto das imagens carregadas de
um juízo de valor (ideia, intenção);
• imagens que contribuem para o diálogo num
mundo socialmente construído.
216. 1. Os mapas como forma de linguagem
O autor crítica a Semiologia Gráfica desenvolvida por BERTIN (1967) e diz que a
linguagem cartográfica vai muito mais além da melhor forma de representar
graficamente as informações. Pois, consiste no universo ideológico que estas
representam.
Considera não só a evolução
técnica e científica dos mapas,
como também o contexto
histórico-social e ideológico a que
pertencem. Além de observar
também a evolução dos leitores e
usuários desses mapas.
LINGUAGEM CARTOGRÁFICA
Força política dos
mapas na sociedade
Produto histórico, socialmente
produzido, dotado de diferentes
visões de mundo.
“LITERATURA DOS MAPAS”
Perspectivas teóricas
217. “Um mapa pode carregar em sua imagem um simbolismo passível de ser associado à zona,
à característica geográfica, à cidade ou ao lugar particular que ele representa. É neste nível
simbólico em geral que o poder político dos mapas é mais eficazmente reproduzido,
comunicado e percebido”.
2. A representação iconológica do discurso dos mapas
3. Cartografia como forma de conhecimento e poder
Os especialistas em medir e representar a Terra não reproduzem apenas as características
geográficas, sejam elas, físicas, políticas, econômicas ou culturais, no sentido abstrato, mas
também, todos os imperativos territoriais de um sistema político.
Todos os mapas, científicos ou não, estão envolvidos no
processo do poder, e contribuem diretamente para a
formação dos territórios, no âmbito físico e ideológico.
Perspectivas teóricas
Erwin Panofsky
Faz uma leitura Iconológica, a partir do ponto de vista que permite
não só identificar um nível “superficial”, como também um nível
“mais aprofundado” dos significados da imagem e suas conexões.
218. Conhecimento é poder
PODER E SABER
Anthony Giddens
“[...] Os mapas foram uma invenção similar no controle do espaço; eles facilitaram
a expressão geográfica dos sistemas sociais e são um meio de consolidar o poder
do Estado. Como instrumentos de vigilância, eles se prestam ao mesmo tempo à
coleta de informações pertinentes para o controle dos cidadãos pelo Estado e à
vigilância direta de sua conduta”.
Michel Foucault
Os mapas, também, se prestam a
atos de vigilância dos governos:
• Guerra à propaganda política;
• Delimitação de fronteiras;
• Preservação da ordem pública.
Explica como os sistemas sociais se dão no
tempo e no espaço, isto é, a questão das
estruturas sociais nas quais se encontra o
indivíduo, e como essas estruturas se
mantêm e/ou se modificam.
O Estado exerce seu poder através do
controle dos:
• Recursos materiais
• Recursos de autoridade
Perspectivas teóricas
219. As imagens cartográficas sob o ângulo de sua
influência política na sociedade
• A universalidade dos contextos políticos na história da
cartografia;
• A maneira pela qual o exercício do poder estrutura o
conteúdo dos mapas, e
• A maneira pela qual a comunicação cartográfica, num nível
simbólico, pode reforçar este poder por intermédio do
conhecimento cartográfico.
Compreendidos como saber assimilado a um poder, os mapas
são explorados sob três ângulos:
Perspectivas teóricas
220. Os contextos políticos
dos mapas
CONTEXTO = AUTOR + OBRA + SOCIEDADE
QUADROS FÍSICOS
E SOCIAIS
Produtores e
usuários dos mapas
no tempo e no
espaço
CARTÓGRAFO
Pessoas envolvidas
na elaboração dos
mapas, de forma
técnica ou política
MAPA
Imagens que
transmitem
informações,
conhecimento,
ideias, impressões
“[...] as
circunstâncias
nas quais os
mapas foram
elaborados e
utilizados”.
A história da cartografia revela a influência do poder político, religioso e social:
• Documentos utilizados em estratégias de inteligência: para defesa e para guerra;
• Privilégio das elites - legitimadores do poder de poucos sobre muitos.
221. “As funções específicas dos mapas no exercício do poder confirmam
também a onipresença desses contextos políticos por meio das escalas
geográficas. Essas funções vão da construção de um Império mundial à
manutenção do Estado-nação e à afirmação local dos direitos de
propriedade individuais. Em cada um desses contextos, as dimensões do
regime político e do território são compiladas em imagens que, assim
como o ordenamento jurídico, fazem parte do arsenal intelectual do
poder”.
Os contextos políticos
dos mapas
Cartografia, a “Ciência dos Príncipes”
Ao observarmos as diversas culturas, do oriente ao ocidente, passando pelos
chineses, árabes, europeus, e todos os outros povos, percebemos os mapas como
objetos de controle e poder, sempre ligados às elites econômicas, políticas e
intelectuais. Influenciam diretamente nos limites políticos e nas concepções de
mundo de todas as pessoas ao longo da história da humanidade.
223. Mapas e Império
“Os geômetras marchavam ao lado
dos soldados, elaborando primeiro os
mapas para as missões de
reconhecimento, depois com
informações gerais, antes de fazê-los
instrumento de pacificação, civilização
e de exploração dessas colônias”.
Com a dominação territorial, os
mapas começaram a ter grande
importância nas sociedades.
Os mapas anteciparam o Império e
também foram uma de suas
principais armas.
Prestam-se a legitimar a realidade e
contribuem em mitos.
Assim, como os discursos, os jornais,
as canções populares, os contos,
eram uma forma de comunicação, os
mapas também complementavam as
mensagens sobre o Império.
“Os mapas prestam-se a legitimar a realidade da conquista e do império”.
224. Mapa do Brasil de 1556 com orientação a Oeste (Poente). O ponto de vista do
cartógrafo português é claramente expresso na orientação assumida, além de
representar o modo de vida das povos indígenas e a gloriosa “descoberta”.
UFRGS-CampusdoVale,InstitutodeGeociências,DepartamentodeGeodésia.2012.
225. Mapas e Império
“[...] os mapas apoiaram sistematicamente o exercício direto do poder territorial”.
A seguir, mapa do mundo representando a extensão do Império Britânico e suas
rotas marítimas, ao final do século XIX. Projeção de Mercator (cilíndrica conforme),
com decorações demonstrando a Grã-Bretanha, a “Rainha dos Mares”, sentada
sobre o globo no centro, com a mensagem do “Novo imperialismo”, isto é, quem
estava no comando do mundo (naquele momento histórico).
Sistema de coordenadas geográficas (Ptolomeu) Localização
Projeção Cilíndrica (Mercator), facilita a navegação marítima Cartas orientadas
Roma – os agrimensores romanos desenharam todo controle territorial do Império
Estados Unidos – o traçado topográfico determinou ”a ordem sobre a terra”
Grã-Bretanha – a simples mudança de um traço no mapa influenciou diretamente
na vida de milhões de pessoas, indianos, africanos, entre outros povos.
Impulsionaram, ao mesmo tempo, o desenvolvimento da
Cartografia e o controle da expansão territorial dos Impérios
226. Figura 1: Extensão do Império Britânico em 1886. Reproduzido com a autorização da Coleção Mansell.
227. “Existem inúmeros contextos nos
quais os mapas tornaram-se a
moeda de ”negociações” políticas,
de divisões, vendas e tratados
feitos sobre os territórios
coloniais, e nos quais, uma vez
tornados permanentes pela
imagem, estes mapas adquiriam
frequentemente força de lei.”
Mapas e Império
• Os usuários imperiais encontravam
nos mapas um poder sem limite,
separado de responsabilidades
sociais e suas consequências.
• A superfície terrestre poderia ser
dividida sobre o papel.
• Não importavam as pessoas nem os
lugares, apenas os interesses
políticos e econômicos em jogo.
Podemos observar nos contornos e nas ”linhas” dos mapas manifestações do
poder do processo imperialista, pois foram impostas nos continentes sem
referências às populações e, até mesmo, sem referências aos próprios territórios.
228. Os mapas e o
Estado-nação
Ao representar os conhecimentos sobre determinada área geográfica, os mapas,
traziam consigo um valor simbólico, demonstrando o poder e o domínio de
determinado grupo social.
HISTÓRIA DOS MAPAS Os mapas Europeus antigos destacavam os
caminhos, vias, rotas e distâncias, mostravam
também fronteiras políticas e os continentes.
Esse conjunto de imagens (mapas) constituíram
as dimensões político-econômicas e ideológicas
da sociedade européia.
Afirmação do
Estado-nação
“Os primeiros teóricos da política relacionavam os mapas aos homens de Estado,
que foram os primeiros a colecioná-los sistematicamente”
Conhecimento
Cartográfico
Privilégio
Os mapas eram
produzidos e utilizados
como recurso geopolítico
pela elite político-
econômica.
Controlado
pelo Estado
229. Os mapas e o
Estado-nação
Até os dias de hoje, o Estado é o maior detentor, organizador e legislador das
operações cartográficas de um país.
“Segredo Cartográfico” Século XVI, Portugal e Espanha, os cartógrafos de
cada coroa criavam chaves e códigos que apenas
eles poderiam decifrar, evitando assim, que um
tivesse acesso a informação do outro.
Monopólio do
saber cartográfico
HISTÓRIA DA
TECNOLOGIA MILITAR
Ligação entre os mapas e o regime político
Para o exército (órgão de segurança do Estado) os mapas
eram uma importante fonte de conhecimento: instrumento
fundamental para pensar, decidir, planejar e agir sobre o
espaço, além de facilitar a condução técnica de guerras,
amenizando o sentimento de culpa que estas produzem,
pois “[...] as linhas silenciosas da paisagem de papel
favorecem a ideia de um espaço socialmente vazio”.
Mas nem todos os
mapas militares são
silenciosos, alguns
proclamam alto e em
bom som os lugares
da glória nacional.
230. Mapas e direitos de
propriedade
Métodos técnicos de divi-
são de terras e instrumento
social para regulamentar
legalmente as propriedades
e coletar impostos.
Desenhados para tornar
permanente uma ordem
social, separando homens
livres e escravos, funda-
mentado na divisão do
território.
Servia ao processo de regulação de
direitos, num contexto sócio-
jurídico e era um meio de controlar
os conflitos sobre os direitos de
propriedade privados.
Documentos
geográficos
assumem força de
lei, conhecimento
é poder.
A nova lógica da
economia mundial e
sua divisão territorial
do trabalho
É um meio de explorar a
terra de forma eficaz,
visando o aumento dos
lucros, e de se fazer
cumprir e respeitar as
regras e leis.
Propriedade privada
Controle de pessoas
e lugares
Estado ou
proprietários
privados
MAPA
Passagem do feudalismo
para o capitalismo
231. Mapas e direitos de
propriedade
Os traçados feitos sobre os mapas excluíam ao mesmo tempo em que limitavam,
pois determinavam hierarquias territoriais segundo o poder dos Estados e dos
proprietários privados, influenciando diretamente na vida das pessoas, as quais,
em sua maioria, não possuíam conhecimentos suficientes para contestá-los.
DISCIPLINA DO TEMPO
DISCIPLINA DO ESPAÇO
“Os mapas invadem de maneira invisível a vida cotidiana”.
232. Os mapas
representavam o
direito de
propriedade
privada,
adquiriram a aura
da ciência e, com
isso, ética e
virtude ligadas à
definição cada vez
mais precisa da
superfície
terrestre: do
globo à
habitação, nos
aspectos físicos,
políticos,
econômicos e
culturais.
“[...] Neste fragmento de mapa fundiário de Garnetts, em Essex (1622), atribuído a
Samuel Walker, os detalhes das propriedades [...], sua delimitação fixa e sua
medida precisa [...] transformam os direitos de propriedade em uma imagem
tangível e legalmente constrangedora”.
Figura 2. Mapa fundiário em grande escala
233. Good Morning, Miss Dove (O acaso de uma alma), 1955.
“É o mesmo mapa?” Perguntou Jincey. Ela
mostrou o grande mapa do mundo que pendia,
enrolado para o verão, acima do quadro negro,
atrás de Miss Dove. ”A China ainda é laranja?”.
“É um novo mapa”, disse Miss Dove. ”A China é
púrpura”.
“Eu gostava do antigo mapa”, disse Jincey, “Eu
amo o mundo antigo”.
“A cartografia é uma arte fluida”, respondeu
Miss Dove.
Frances Patton, Good Moring, Miss Dove (New York: Dodd Mead, 1954).
O conteúdo dos mapas
no exercício do poder
Os mapas produzem uma imagem ”cientificamente”
correta, exata e inquestionável do mundo.
MITO CULTURAL
“Reconhecer que toda cartografia é uma ficção complexa, controlada, não nos impede de
conservar uma distinção entre as apresentações do conteúdo dos mapas que são
deliberadamente induzidos por um artifício cartográfico e aqueles em que o conteúdo
estruturante da imagem não é examinado.”
234. HISTÓRIA FINS POLÍTICOS
ESTRATÉGIAS DE PROPAGANDA
“[...] Adaptando as projeções individuais,
manipulando as escalas, aumentando
excessivamente ou deslocando os sinais ou
a topografia, utilizando cores com forte
poder emotivo, os elaboradores de mapas
de propaganda foram defensores de uma
visão geopolítica de único sentido.”
RELAÇÕES DE PODERARTISTA
TÉCNICO
POLÍTICO
Mesmo simples mapas temáticos podem veicular sutis mensagens de propaganda. Figura 3.
CARTÓGRAFO
MAPAS
235. Os mapas podem ser usados como um veículo de comunicação ideológico, por
exemplo, em propagandas políticas. Em 1968, auge da guerra no Vietnã e da
Guerra Fria, ocorreu a elaboração e distribuição do mapa acima nos EUA.
236. Motivos de segurança nacional
Oponentes do Status quo territorial
Concorrência política ou de necessidade comercial
Justificativa de natureza militar
Século
XIX
Esconde os locais de deposição de dejetos nucelaresEstados Unidos
ESCONDER INFORMAÇÕES DAS SÉRIES DE MAPAS OFICIAIS
Instalações militares e certos lugares que não existem oficialmente e,
por isso, não podem aparecer nos mapas.
Rússia
Cidades foram intencionalmente localizadas em lugares
errados no período da Guerra Fria.
ESTADO
CENSURA CARTOGRÁFICA
237. “Há muitas informações que mostram que as geografias da língua, da ”raça” e
da religião foram representadas em conformidade com as crenças dominantes.
Existem numerosos casos em que os nomes dos lugares indígenas de grupos
minoritários são substituídos nos mapas topográficos por topônimos padrão do
grupo que detém o poder”.
FRONTEIRAS
Meios de
propaganda
política
Mapas Escolares
Selos de correio
Objeto de distorções
geográficas
Utilizados por antecipação
para projetar e legitimar
futuras ambições territoriais
OS MAPAS
FALSIFICAÇÕES INTENCIONAIS
Tentativas de afirmação
dos territórios nacionais
Questões políticas
238. Distorções “inconscientes”
do conteúdo dos mapas
Apresentamos os três aspectos destas estruturas ocultas nos mapas:
• A geometria dos mapas
• Os silêncios nos conteúdos dos mapas
• As tendências à hierarquização na representação cartográfica
“Toda a história social dos mapas deve se interessar por essas regras ocultas
do conjunto de imagens cartográficas e por suas consequências.”
Entender como os valores sociais
influenciam diretamente no
conteúdo dos mapasPROCESSO SUTIL,
QUASE IMPERCEPTÍVEL
Interessante ao estudo da
iconologia cartográfica
239. Geometria subliminar
“Os mapas tendem a focalizar a atenção do observador sobre o centro e
a promover assim o desenvolvimento de visões de mundo exclusivas [...]”.
SÍNDROME DO OMPHALO ”UMBIGO DO MUNDO”
Determina o lugar que
está representado no
centro e o tipo de
projeção utilizada
Amplifica o impacto
político de uma imagem
ESTRUTURA GEOMÉTRICA
DOS MAPAS
240. Projeções cartográficas
oficiais da Europa durante a
Renascença
Geometria subliminar
“[...] um mapa estrutura a geografia que ele
representa segundo um conjunto de crenças
sobre o que deveria ser o mundo, a verdade.”
Mercator
Será que teve consciência da influência
de seu mapa sobre a visão hegemônica
mundial dos Europeus?
”Estados
colonialistas”
aparecem relativamente
maiores sobre o mapa
VISÃO EUROCÊNTRICA
”Colônias”
representadas ”muito
pequenas”
DIFERENTES VISÕES GEOPOLÍTICAS DO MUNDO
CLIQUE
AQUI
241. Exclusão de pequenas
propriedades rurais
Os silêncios dos mapas
“[...] assim como certos exemplos de escritas ou de falas, os mapas exercem
uma influência social, tanto por suas omissões quanto pelos elementos que
elas representam e valorizam.”
Mensagens políticas ocultas
O QUE O MAPA NÃO MOSTRA
Tensões religiosas e relações de
classe no campo irlandês
ESCALA, FATORES
TÉCNICOS E HISTÓRICOS
INGLATERRA
Século XVII
Os geômetras que
trabalhavam para os
proprietários ingleses
excluíam as cabanas dos
autóctones irlandeses
Geografia do poder
Século XVIII
242. América do Norte, século XVIII, acima carta da Virgínia, elaborada por Fry e Jefferson
(1751), os povos e aldeias indígenas não aparecem na representação (silêncio!),
passando a ideia de que os Europeus sempre ocuparam essas terras.
Os silêncios dos mapas