3. A arte grega é feita à medida do
homem. A sua arquitetura e escultura
não têm qualquer semelhança com a
das civilizações anteriores. As obras
de arte são feitas à escala humana. A
sua execução atinge uma perfeição,
proporção, equilíbrio e harmonia
que servirá de modelo a outras
civilizações, ao longo dos tempos.
4. É uma arte antropocêntrica, pois os
artistas preocupavam-se com o
realismo e procuravam exaltar a
beleza humana, destacando a
perfeição das suas formas.
É racionalista, pois reflete nas
obras as observações concretas dos
elementos que envolvem o Homem.
5. A arte grega da época clássica resulta de um conjunto de
inspirações das civilizações que a precederam:
• A cultura minoica (Cnossos);
• A cultura micénica (e as influências orientais);
• Os povos invasores como os Dórios…
6. Inicialmente, a arquitetura grega usou materiais como a madeira,
depois substituída pela pedra calcária (sobretudo o mármore) a
partir de finais do séc. VII a.C.;
Períodos evolutivos:
período arcaico (séc. VIII a inícios do séc. V a.C.);
período clássico (segunda metade do séc. V ao séc. IV a.C.);
período helenístico (séc. III a.C. ao início da era cristã).
A arquitetura grega possui desde sempre uma forte ligação à
matemática e à geometria, o que conduz às primeiras noções de
medida, proporção e ritmo. Estabelece-se o “número de ouro”.
7. Criaram normas e regras construtivas, cânones (conjuntos de
regras de proporção métrica) para a realização artística, valores
estéticos e modelos, em quais todos os detalhes, pormenores e
aspetos decorativos eram sujeitos ao ritmo do conjunto.
Criaram ainda maquetas, em madeira ou terracota, posteriormente
submetidas a aprovação final, para depois executar a obra.
8. Características:
Racionalismo (concordância entre a estrutura e a forma);
Atenção aos pormenores;
Harmonia e proporção;
Simplicidade e elegância;
Aliança da escultura à arquitetura;
Obediência a uma das três ordens arquitetónicas (conjunto de
regras que definiam as medidas e as relações de proporção entre
todos os elementos de uma construção. Normalmente, são melhor
distinguidas a partir da execução da coluna).
9.
10. Nasceu na Grécia Continental por volta de em 600 a.C.;
Formas geométricas com decoração quase inexistente;
A coluna não possui base, assenta diretamente no estilóbato (último
degrau, superior, onde assenta o edifício);
Apresenta um aspeto sóbrio, pesado e maciço, traduzindo assim a
forma do homem; o fuste é robusto e com caneluras em aresta viva;
O capitel é formado pelo ábaco e equino ou coxim, simples e
geométrico, com forma de almofada. Simboliza a imponência e a
solidez.
O friso está decorado com tríglifos e métopas.
11. Friso dividido em triglifos
e métopas
Arquitrave ou lintel liso
Fuste estriado e com arestas
vivas
(não é um bloco monolítico,está
dividido em peças, chamadas
de “tambor”.
Sem base
(fuste sobre o estilóbato)
Capitel composto por ábaco
e equino)
cornija
Frontão
Tímpano
15. Nasceu na Jónia no séc. VI a.C.;
difere da ordem dórica nas proporções de todos os elementos e na
decoração mais abundante da coluna e do entablamento e pela
coluna assentar numa base;
possui fuste mais longo e delgado, com caneluras semicilíndricas,
sem arestas vivas e em maior número que na ordem dórica;
o capitel possuí ábaco simples e o equino em forma de volutas
enroladas em espiral.
16. Base ática
Fuste cilíndrico
estriado
(monolítico, de uma
peça)
Capitel com 2 volutas,
(Decorado com uma linha
de ovas e um cordão de
Pérolas)
Arquitrave
(dividida em 3 franjas
horizontais escalonadas)
Friso, decorado
com relevo
18. ERECTEION
Templo dedicado a 3 deuses:
Poseidón, Krekrops e Athena.
Jónico, destaca-se aqui o uso
das Cariátides como colunas.
Quando as figuras eram masculinas, eram chamadas de Atlantes.
O seu construtor foi Mnesicles.
19.
20. Apareceu no final do séc. V a.C. e deriva da ordem jónica,
resultado do seu enriquecimento decorativo;
possuí capitel com forma de sino invertido, decorado com folhas de
acanto, coroadas por volutas jónicas;
a base era mais trabalhada e o fuste mais adelgado;
simboliza a ambição, a riqueza, o poder, o luxo e a ostentação.
21. Com Base
Fuste cilíndrico
estriado e
muito trabalhado
Capitel com volutas e
folhas de acanto
Arquitrave
(dividida)
Friso, muito decorado
com relevo
22.
23.
24.
25. O templo foi a expressão máxima da arquitetura grega;
Morada e abrigo do Deus, local onde se colocava a sua imagem,
à qual os fiéis não tinham acesso, pois os rituais eram realizados
ao ar livre, ao redor do templo (Os fiéis apenas subiam ao templo
para entregarem oferendas e realizarem sacrifícios).
Destinados a ser admirados de fora, havia uma maior
preocupação com a decoração exterior do que com a interior;
Embora dedicados aos deuses, refletem a mentalidade
antropocêntrica e racional do homem.
26. A sua forma e
estruturas básicas
evoluíram a partir do
mégaron micénico, o
palácio do rei;
Este era formado por
uma sala quadrangular,
um vestíbulo ou pórtico
suportado por duas
colunas e com telhado
de duas águas.
Megarón de Pilos
27. Exteriormente, o templo era decorado com majestosas esculturas
e pintado com azuis, vermelhos e dourados;
- Utilizava o sistema de construção trilítico definido por pilares
verticais unidos por lintéis (arquitrave) horizontais.
28. Possui uma aximetria axial, criando fachadas simétricas, duas a
duas;
A planta do templo compreendia três espaços: o pronaos (espécie
de pórtico); naos ou cella (local onde se encontrava a estátua da
divindade) e o opistódomos (câmara do tesouro onde eram
guardados os bens preciosos da cidade, assim com as oferendas
ao Deus).
Esta estrutura tripartida era rodeada por um peristilo, uma
espécie de corredor coberto e circundante, por onde circulavam os
fiéis.
As colunas e o entablamento eram construídos segundo os
diferentes estilos ou ordens arquitetónicas.
32. Verificam-se em templos dóricos determinadas deformações óticas
corrigidas matematicamente.
• os elementos horizontais do templo
são ligeiramente encurvados para
cima e para fora;
• os elementos verticais, inclinados
para dentro e para cima; toda a
colunata é construída ligeiramente
inclinada para dentro do templo;
33. • a distância entre as colunas, que aparecem ligeiramente distorcidas ao olho
humano;
• o fuste das colunas era ligeiramente engrossado no primeiro terço da sua
altura (êntase) e o intercolúnio era maior entre as colunas das pontas do que
nas do meio.
34. Inicialmente, as cidades gregas cresceram desordenadas. Todavia,
com o desenvolvimento da Democracia , no período clássico,
surgem em torno da ágora, para além dos templos e das stoa
(pórticos), edifícios dedicados às novas funções: o ecclesiasterion;
o bouleuterion ou o pritaneion (sala de reuniões).
Surgem ainda edifícios ligados ao lazer, como os teatros e os
estádios.
O espaço urbano dividia-se em três grandes zonas: a zona
privada; a zona pública e a área sagrada.
35. Área das casas de habitação: todas elas do mesmo tipo;
Distribuíam-se por ruas labirínticas e não pavimentadas;
Não existiam bairros para ricos e pobres.
A casa grega era construída virada para dentro, em redor de um
pátio interno e constituída por duas zonas distintas:
O androceu (espaço público masculino);
O gineceu (espaço privado feminino).
36. Espaço para:
As reuniões políticas;
As manifestações de
desporto;
O comércio;
O teatro e lazer.
37. Espaço dos santuários e templos, administrado pelos magistrados
do Estado.
38. Hipodamus de Mileto, filósofo e urbanista, elaborou pela primeira
vez um plano para tornar a cidade funcional.
Este viria a ser aplicado em Mileto e outras cidades como Atenas.
Este plano consistia na elaboração de avenidas longas, cortadas
por ruas transversais, em ângulos retos, criando assim um sistema
ortogonal (ou de reticula).
Formavam-se assim quarteirões regulares.
Pág. 53
39. Marcado pelos festivais em honra
de Dionísio, estes acontecimentos
tornam-se muito comuns.
Surge um espaço, dedicado ao
lazer teatral, construído em
espaços abertos, aproveitando as
montanhas, para aí escavar a
bancada para os espetadores.
40. É composto por: Orquestra, uma área circular em torno da qual se
organiza o teatro e onde atua o coro; Proscénio ou palco, plataforma
onde estavam os atores; Cenário ou Escena (estrutura arquitetónica
fingida). Existiam ainda as bancadas e os párodos (acessos laterais).
43. Tal como a arquitetura, também existem grandes períodos na
evolução da escultura da Grécia Antiga:
Arcaico (séc. VIII a VI a.C.);
Clássico (séc. V a.C.);
Pós-clássico (séc. IV a.C.)
Helenístico (séc. III a.C.).
44. A escultura abarca duas características distintas, mas ambas
importantes:
As peças em vulto redondo (a estatuária, propriamente dita);
Os relevos. Estes enquadravam-se na arquitetura: na ordem
dórica, nas métopas e tímpanos dos frontões; na Jónica, nos
frisos contínuos. Os mais antigos eram de terracota e pintados
com cores vibrantes. Estilisticamente, no entanto, aproximam-
-se da rigidez da estatuária.
45. Inspirados na mitologia, os temas
mais comuns da escultura grega
eram as narrativas dos feitos dos
grandes deuses e dos
semideuses.
Inspiravam-se ainda nas guerras
de Troia.
A partir do séc. V a.C.,
representam-se também os
atletas e os heróis.
Niké ajustando a
sandália, Fídias
46. A - arcaica - primitiva (figuras
estilizadas de corpo triangular e
longo pescoço) e matura ou tardia
(séc. VII/VI a.C.). Caracteriza-se:
pelo sentido de volume e
desenho;
figuras de influência egípcia e
suméria;
simetria rigorosa, rigidez e falta de naturalidade;
utilização de corpos cilíndricos, rosto triangular ovoidal, braços
ligados ao longo do corpo. Cabelos em caracóis agarrados à cabeça,
sem leveza. São características as Kóre (femininas) e os Kouros
(masculinos).
47. B - fase de transição - fins do séc. VI à segunda metade do séc. V a.C.
A escultura mantém características
simples, mas já com novo realismo.
É o período severo.
Sobriedade no tratamento dos
corpos e rostos (a ação parece
congelada num momento);
Abandono da rigidez e da estática
do corpo, que agora é representado
com um pequeno torção de cabeça.
48.
49. C - clássica - da segunda metade do séc. V e séc. IV a.C.
Caracteriza-se:
pela representação de uma beleza idealizada e perfeita. É a
perfeição dos deuses humanizados. As vestes são suaves,
delicadas e transparentes, dando a ideia de movimento, vida e
volume por debaixo delas;
50. a anatomia do corpo é atentamente
estudada de modo a ser representada
de forma realista.
Durante o século IV a.C, as figuras
tornam-se mais delicadas e graciosas.
O artista consegue fazer do material
aquilo que quer, criando obras de uma
graça natural e coesão perfeita.
A lei da frontalidade é finalmente
quebrada, dando lugar ao contrapostto.
O Discobolo de Miron, um dos
grandes escultores da época.
51. Procura-se imitar a natureza
através da seleção do ideal.
Estabelecem-se então cânones
para assim obter um todo
harmonioso e belo.
O Cânone de Policleto
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52. Com a chegada do classicismo,
surgem novos autores, como
Escopas, Praxisteles – o
primeiro a representar o nu
feminino e criador do eixo
praxisteliano (contrapostto mais
acentuado) – ou Lisipo (pág.
62). Este cria também um novo
cânone de beleza.
53. D - helenística - dos fins do séc. IV ao séc. II a.C.
Tem como características, a expressividade, a emoção, ação,
sentimento, dor, angústia, alegria... Por outro lado, movimento,
teatralidade, realismo, são o comum deste período.
O séc. III é um século racionalista, onde os deuses olímpicos já não
têm razão de existir. Criou-se uma arte à medida do homem e
virada para a realidade da vida. Agora, os temas são o homem e a
vida na terra, desde o seu nascimento à sua morte, retratando o
sofrimento e a alegria.
Gal moribundo
55. Restam muito poucos vestígios da pintura mural grega.
Serviria para decorar as paredes internas das casas,
templos e túmulos.
Os temas seriam ligados ao quotidiano.
56. Da pintura grega só já nos restam os desenhos
que decoram as peças cerâmicas. Estas peças eram
decoradas com temas inspirados na mitologia e no
quotidiano. Até ao séc. VI a.C., o fundo dos vasos era
pintado a vermelho e as figuras a negro. A partir do
séc. V a.C., esta tendência inverteu-se. Agora, as
figuras apresentam-se a vermelho sobre
um fundo negro.
57. A palavra cerâmica vem do termo grego kéramos, que
significa "argila".
O uso da cerâmica entre os Gregos foi introduzido desde
o Oriente, a partir do Neolítico (c. 6000 a. C.).
Os recipientes de cerâmica mais antigos eram cobertos a
negro ou tons muito escuros, evoluindo depois para cores
mais claras. Algum tempo depois, na Tessália, começaram a
aparecer as primeiras pinturas a vermelho com decoração
linear (já com espirais e encurvamentos).
58. No início, apenas os vasos utilizados como oferendas
fúnebres eram pintados. Com o tempo, os vasos de uso do
dia a dia passaram a ser também decorados em quase toda
a sua superfície com motivos geométricos, figuras de
animais, cenas mitológicas e cenas do dia-a-dia.
São estas cenas tão elaboradas que distinguem
a decoração dos vasos gregos em relação aos
vasos produzidos pelas demais civilizações
antigas.
59. Podem considerar-se cinco fases distintas na cerâmica
grega:
• Proto Geométrico,
• Geométrico,
• Arcaico (figuras negras sob fundo vermelho),
• Clássico (figuras vermelhas sob fundo preto / branco),
• Helenístico (até ao inicio da era cristã).
Todavia, neste módulo apenas iremos considerar as três
mais características.
72. A forma e tipo de vaso gregos foram muitas ao longo do
tempo:
73. A ânfora era um jarro de armazenagem de tamanho médio,
com alças dos dois lados.
A hídria tinha três alças e servia para carregar água; uma
das alças, a vertical, ajudava a verter o líquido.
A cratera caracterizava-se pela boca muito larga e servia
para misturar o vinho e a água.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
74. A enócoa era uma espécie de jarra e, assim como o cálice,
uma espécie de prato fundo com pé e alças, servia para
beber vinho.
O skýphos era uma taça um tanto funda, semelhante a
uma caneca com duas alças, e era também usado para
beber.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
75. O alabastro, alongado, de fundo ovalado e sem alças;
o lécito era também alongado, mas com pé, alças e
gargalo estreito; ambos serviam para guardar perfumes e
essências e era em geral usado por mulheres.
Um tipo especial, o lécito de fundo branco, era usado para
guardar o óleo oferecido aos mortos.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
76. O aríbalo, pequeno e redondo, era utilizado pelos homens
para carregar o óleo usado para a limpeza após
exercícios.
O enorme lutróforo, de forma semelhante
a uma ânfora de pescoço fino e alongado,
servia para levar a água utilizada no
banho ritual das noivas. Ocasionalmente,
servia para marcar o túmulo de moças
que morriam solteiras.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
77. Os vasos eram feitos da seguinte forma:
• primeiro, a argila era preparada e o pote moldado, em
partes separadas, numa roda simples de oleiro, posta a girar
pelo próprio ceramista ou um ajudante.
• Depois a peça era deixada a secar ao ar.
• Após secar algum tempo, eram novamente levadas à roda,
para dar a forma final.
• As peças eram então unidas com argila líquida, as alças
eram colocadas e as superfícies alisadas. Só dpois disso
vinha a pintura, efetuada com diversas técnicas.
• Na última etapa, o vaso era levado ao fogo.
78. Durante os períodos Protogeométrico e Geométrico a
cerâmica grega foi decorada com projetos abstratos. Exemplos
de obras deste período podem ser encontradas no sítio
arqueológico de Lefcandi e no cemitério de Dypilon, em
Atenas.
Com as mudanças ao nível estético os temas mudaram,
passando a ser figuras humanas. A batalha e cenas de caçada
também eram populares. Em períodos posteriores, temas
eróticos, tanto homossexual quanto heterossexual, tornaram-
se comuns.
79.
80.
81. Tal como na escultura, no Período Arcaico a pintura grega
era muito semelhante à egípcia, com todos os símbolos e
detalhes usados de forma a simplificar o desenho:
- Uso da lei da frontalidade (os pés sempre de lado - são
mais difíceis de serem desenhados vistos de frente - e os
rostos de perfil com o olho virado para a frente.
As pinturas representavam o quotidiano das pessoas e
cenas mitológicas, como deuses e semideuses.
A pintura grega de vasos servia assim para contar as
histórias.
82.
83. • deposição das cinzas dos defuntos;
• armazenamento de produtos alimentares;
• transporte comercial de produtos;
• conservação e armazenamento de óleos, de perfumes e de
cosméticos;
• utilização em rituais religiosos;
• utilização como recipiente para beber.