3. A cultura romana: pragmatismo e influência
Processo de síntese (original) da cultura :
• etrusca, que lhe legou os fundamentos da vida urbana, da hierarquia social e das
primeiras crenças;
• grega, que lhe forneceu modelos artísticos, literários, filosóficos e religiosos;
• oriental, que lhe incutiu o gosto pela monumentalidade, pelo conforto, pelo luxo e
também pelo misticismo.
Espírito prático (pragmático): ao contrário dos Gregos para quem todas as
coisas tinham que ser belas, os Romanos sentiam que todas as coisas tinham que
ser úteis.
4. A cultura romana: pragmatismo e influência
• A literatura e as ciências conheceram também um grande desenvolvimento,
destacando-se nomes como o de Tito Lívio e Tácito (na História); Virgílio, Horácio ou
Ovídio (autores de ficção), Plauto (escritor de comédias) ou Séneca, um dos filósofos
mais importantes da Antiguidade.
• Muitas vezes, estes autores e outros artistas obtinham a proteção de homens ricos e
poderosos, que lhes concediam patrocínios – eram os Mecenas.
5. A cultura romana: pragmatismo e influência
Também na religião os romanos demonstraram este espírito:
• Politeístas, souberam aproveitar os deuses autóctones dos povos que conquistaram;
• Tornaram “seus” os deuses do panteão grego, mas alteraram-lhes a designação para
nomes e características romanas;
• Deram grande importância à mitologia;
• Estabeleceram uma relação diferente com os deuses, uma espécie de contrato: em
troca das dádivas pedidas, eram prestados pagamentos e recompensas aos deuses
(os ex-votos);
• Celebraram diferentes tipos de cultos: privados (aos Lares, Manes e Penates);
coletivos e primitivos (augures, vestais…)
6. Elementos definidores da urbe
Mas foi no urbanismo que este espírito pragmático mais se evidenciou:
• Obediência a uma planta geométrica, retângular e racional (traçado Hipodâmico):
• traçado perpendicular;
• construção segundo dois eixos:
• fórum (praça pública) no centro;
• Muralha de proteção;
• Edifícios públicos na área do fórum;
• sistema de canalização, abastecimento de águas e rede de esgotos;
• Habitações ricas (Domus) vs pobres (Insulae).
7. A padronização do urbanismo
O urbanismo foi um dos pontos
fundamentais na organização da
civilização romana: o espaço urbano
era pensado segundo as ideias
pragmáticas romanas.
8. A padronização do urbanismo
Os edifícios eram todos construídos tendo por base a sua utilidade: pontes,
aquedutos, fóruns, termas, estradas, saneamento, anfiteatros, teatros, circos… Ou
então, por demonstrarem a importância do Império, como no caso dos Arcos de
Triunfo.
9. A padronização do urbanismo
• Os elementos da cidade distinguem-se de acordo com a sua função:
- Edifícios de lazer: a cidade tinha a função de agradar aos seus cidadãos;
- Edifícios comemorativos: com intenção de comemorar os grandes feitos
romanos mas, simultaneamente, propagandear essa mesma grandeza;
- Edifícios utilitários: com o fim de facilitar a administração da cidade.
10. Edifícios de lazer: Termas
• Espaços públicos dedicados
ao prazer do corpo e do
espírito.
• Frequentados por homens e
mulheres, separadamente.
11. Edifícios de lazer: Anfiteatros
• Resulta da fusão de dois teatros.
• De planta circular, servia para a realização de
espetáculos com feras e de gladiadores.
12. Edifícios de lazer: Teatros
• De planta semicircular, servia para a realização de espetáculos teatrais de comédia e
de tragédia.
13. Edifícios de lazer: Circos
• Inspirado nos hipódromos gregos.
• Usado para representações da
grandeza de Roma: corridas de
carros, animais…
14. Edifícios comemorativos: arcos do triunfo
• Testemunham a grandeza do
império e as façanhas do seu
imperador.
• Portas simbólicas por onde
passam os vencedores na
entrada da cidade.
15. Edifícios comemorativos: colunas
• Tem a mesma finalidade que o arco
de triunfo.
• O fuste é gravado, de forma
helicoidal, com os momentos
principais da história romana.
• A mais importante é a coluna de
Trajano:
16. Edifícios utilitários: Fórum
• No início, era um espaço aberto e sem edifícios onde as pessoas se reunião em dias
de mercado ou festas religiosas.
• Com o tempo, converteu-se no centro político onde se localizavam os principais
edifícios administrativos e religiosos.
17. Edifícios utilitários: Aqueduto
• Obra de engenharia com a função de transportar a água para abastecer a cidade.
• No ínicio e no fim, os aquedutos possuíam depósitos de decantação (piscina
limariae) onde a água depositava as suas impurezas. Daí passavam para os tanques
de distribuição (castella).
18. Edifícios utilitários: Templos
• Local de culto, é onde a influência grega é mais notória.
• Apesar de influenciados, os romanos souberam deixar a sua marca neste edifício:
tornam os edifícios mais altos e mais imponentes, criando um podium onde estes
assentavam.
19. Edifícios utilitários: Basílica
• Local de caráter administrativo e comercial.
• Centro de reuniões, possuía uma planta retangular, de nave central com abóbadas de
berço e de arestas nas naves centrais.
20. Edifícios utilitários: Domus
• Residências particulares urbanas dos cidadãos
mais ricos.
• Casas de rés do chão, de planta retangular, segundo um eixo de simetria: a porta
principal que conduzia à rua abria-se para um corredor (o vestíbulum) que continua até
ao atrium (pátio retangular ou quadrado, composto por um peristilo ou pórtico, que
rodeia o espaço vazío com uma abertura no teto -compluvium- inclinando desde o
interior, para facilitar a recolha da água da chuva numa zona retangular (o
implumvium).
21. Edifícios utilitários: Insulae
• Residências coletivas urbanas da plebe.
• Edifícios até cinco pisos, com balcões e varandas para o exterior.
• De má qualiade, a maioria não possuía saneamento nem água.
22. Edifícios utilitários: os esgotos
• Fundamentais para a manutenção das condições higiénicas numa cidade muito
povoada.
26. A fixação de modelos artísticos
A arte romana foi influenciada pela grega e pela etrusca. As grandes construções
belas da Grécia deram lugar a grandes construções com fins úteis na Roma Antiga.
Assim, as principais características são:
• A monumentalidade e grandeza das construções;
• A solidez e durabilidade;
• A utilização de elementos de origem grega;
• O carácter funcional das obras.
27. A arquitetura
• Influenciada pela arte grega, mas com aspetos inovadores (podium, pilastras e frisos
dedicatórios);
• Adopção das três ordens arquitetónicas, com preferência para a Coríntia;
• Monumentalidade das construções;
• Subversão do sentido da proporção;
• Valorização da imponência dos edifícios;
• Introdução de novos materiais e técnicas de construção;
• Construções com intenções comemorativas e propagandísticas.
28. Elementos arquitetónicos
• Elementos de suspensão:
- muros,
- Colunas,
- Pilares e pilastras,
- Uso dos elementos das ordens arquitetónicas gregas (mais a toscana e a
compósita romanas).
• Elementos sustentados:
- cúpulas,
- Arco de volta perfeita;
- Abóbadas de berço…
29. Materiais de construção
• Cimento;
• Betão (opus caementicium);
• Mosaicos;
• Revestimentos de tesselas…
• Aparelho (de acordo com a disposição
dos materiais no muro):
30. A escultura
• Também influenciada pela escultura grega;
• Os escultores romanos reproduziram as estátuas gregas;
• Introdução de algumas alterações/inovações:
- retrato:
- realismo escultórico;
- afirmação do indivíduo;
- estilo oficial, usado para a glorificação do império;
- propício à divinização do poder imperial.
- relevo:
- Caráter histórico-narrativo.
31. A pintura
• Decorativa,
• De dois tipos:
• Pintura mural - técnica do fresco;
• Pintura móvel – sobre tábuas, por exemplo (têmpera)
• Presente na decoração das casas e templos, bem como das cerâmicas ou nos
vidros.
32. O mosaico
• Intimamente ligado à pintura;
• Feito com pequenas tesselas de materiais coloridos como mármores, pedras várias e
vidro, aplicadas sobre a argamassa fresca;
• Os temas foram os mesmos da pintura romana e desenvolveram-se em composições
figurativas: episódios mitológicos, cenas de caça, jogos, cenas de género, naturezas-
mortas e, por vezes, passagens humorísticas, com particular evidência para cenas em
trompe-l'oeil;
• A mais típica decoração em mosaico data dos sécs. III e II a.C. e é formada por uma
espécie de "tapetes" que cobrem o chão de algumas divisões;
• Atingiu o seu apogeu no séc. IV.
33. A apologia do império na épica e na história
• Através do mecenato, verifica-se um grande impulso nas letras e nas artes;
• Usada para glorificar o império romano;
• Forma de propaganda imperial;
• Obras de destaque:
- Poesia épica - Eneida de Virgílio,
- Obra histórica - História de Roma de Tito Lívio.
34. A formação de uma rede escolar urbana
• Desenvolvia-se em três níveis diferentes, para rapazes e raparigas, num
período de 9 meses:
• Escola primária:
- Dos 7 aos 11 anos,
- Litterator / calculator - aprendizagem da escrita, leitura e cálculo.
• Ensino secundário:
- Dos 12 aos 17 anos,
- Gramaticus – obras literárias, matemática, geometria, música e astronomia.
• Ensino superior (especialmente para os rapazes):
- A partir dos 17 anos,
- Rethor – centrado no ensino da retórica e do direito.
35. A difusão da rede escolar
• Poderoso meio de unificação cultural do império, o ensino foi desde cedo
incentivado:
• Criação de escolas municipais (suportadas pela administração);
• Concessão de proteção e privilégios fiscais aos professores;
• Pagamento das atividades do alguns destacados gramáticos e retóricos,
tornando os seus serviços gratuitos.