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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS CURITIBA
DEPARTAMENTO DE MECÂNICA
METODOLOGIA DE PROJETO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS
EQUIPE B
DESENVOLVIMENTO DE UM BRINQUEDO PARA
CRIANÇAS DE ÁREAS CARENTES
CURITIBA
JUNHO - 2010
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS CURITIBA
DEPARTAMENTO DE MECÂNICA
METODOLOGIA DE PROJETO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS
EQUIPE B
DESENVOLVIMENTO DE UM BRINQUEDO PARA
CRIANÇAS DE ÁREAS CARENTES
CURITIBA
JUNHO - 2010
ADRIANO VITOR DE ALMEIDA
GABRIEL ZANARDINI MARTINS
LUCAS AMONATI KHING KLIEMCZAK
DESENVOLVIMENTO DE UM BRINQUEDO PARA
CRIANÇAS DE ÁREAS CARENTES
Trabalho apresentado como requisito parcial à
aprovação na disciplina de Metodologia de
Projeto de Produtos Industriais, do Curso de
Engenharia Industrial Mecânica, ministrada
pelo Departamento Acadêmico de Mecânica,
do Campus Curitiba, da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
CURITIBA
JUNHO - 2010
(OPCIONAL)
2010METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Epígrafe
(OPCIONAL)
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
RESUMO
Esse trabalho foi feito com o objetivo de desenvolver um brinquedo para
crianças de áreas carentes. Para isso, nele é descrito o uso de uma metodologia de
projeto que permite perceber características de produto que potenciais
consumidores gostariam de encontrar. Feito isso, a rotina da metodologia conduz ao
desenvolvimento de quadros e tabelas para diferentes propósitos.
O primeiro recurso foi o Benchmarking. Com ele é feito um levantamento do
estado da arte, permitindo a comparação de diferentes produtos presentes no
mercado e que servem como formas de soluções para os clientes. Assim já é
possível encontrar demais características que possam eventualmente ser
implementadas na solução final do presente trabalho. Posteriormente, estudando a
função global do produto é possível desmembrá-la em demais funções que são
distribuídas entre os elementos que venham a integrar o produto, que até então é
hipotético.
Mais adiante, pelos requisitos de qualidade, se esboça uma forma de se
transformar desejos abstratos dos clientes em uma linguagem mais técnica,
permitindo um trabalho com mais foco. Isso viabilizará demais tarefas presentes na
metodologia, como a construção da casa da qualidade, que serve para cruzar
requisitos do cliente com requisitos de projeto. Com isso é possível classificar as
características do produto em ordem de importância.
Então, construindo uma tabela de especificação do produto, finalmente
trabalha-se com as características de maneira a trabalhar com idéias mensuráveis.
Assim, chega a hora de idealizar um produto. Isso poderia ser feito por
Brainstorming ou uma Matriz Morfológica. O presente trabalho optou pela matriz
morfológica, que depois de estruturadas diversas funções desmembradas da função
global, propõem-se diferentes maneiras de realizá-la. Nesse trabalho foram
propostas seis alternativas, que podendo ser classificado como diferentes entre si,
permitem um estudo de características a fim de classificar a alternativa que deva
atender da melhor forma possível as vontades dos clientes.
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Tendo feito todos os estudos necessários para o desenvolvimento, chega a
hora de finalmente desenvolver um produto. E isso começa com a construção de um
protótipo. A construção de um protótipo consiste numa realização importante, visto
que para ser feito, serão estudados propagadores de restrição, e descobertos
eventuais dificuldades difíceis de serem percebidas fazendo-se apenas um
planejamento imaginário.
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
ABSTRACT
This Dissertation is about a research made in order to develop a toy for children
from humble places. The research is based on a methodology of Product Design,
which begins interviewing potential costumers allowing the researchers to know the
real interest of them in a product to be designed.
The product had to be a toy, and then some questions were developed to be
answered by children and their parents. After having all the answers, it was possible
to make a variety of tables to organize important information, allowing the team to
understand abstract information as soon as it is converted to measurable variables,
which must be more appropriate for the engineering field.
The tables used were the ones such as House of Quality, Morphologic Matrix,
Quality Requirements, and Product Specification. Being provided with resources of
Product Design, the team was able to build a prototype and verify if it works properly.
Finally, the assignment describes how the prototype was assessed by some
children and their parents. The Assessment was good to realize some features
created by the team on which some children demonstrated a good interest. In this
case, the dissertation suggests new developments for future studies.
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Tamanho do Brinquedo.............................................................................23
Figura 2 - Lugar para brincar.....................................................................................24
Figura 3 – Companhia...............................................................................................24
Figura 4 - Desenho preferido.....................................................................................25
Figura 5 - Tipos de Brincadeiras ...............................................................................25
Figura 6 - Maneira de Brincar....................................................................................26
Figura 7 - Preferência de Brincadeiras......................................................................26
Figura 8 - Local da Atividade.....................................................................................27
Figura 9 - Análise Funcional......................................................................................29
Figura 10 - Alternativa 1 ............................................................................................36
Figura 11 - Alternativa 2 ............................................................................................36
Figura 12 - Alternativa 3 ............................................................................................37
Figura 13 - Alternativa 4 ............................................................................................37
Figura 14 - Alternativa 5 ............................................................................................38
Figura 15 - Alternativa 6 ............................................................................................38
Figura 16 - Carroceria ...............................................................................................43
Figura 17 - Protótipo..................................................................................................44
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Benchmarking ..........................................................................................21
Tabela 2 – Requisitos da Qualidade .........................................................................30
Tabela 3 – Casa da Qualidade..................................................................................30
Tabela 4 - Matríz Morfológica....................................................................................33
Tabela 5 - Alternativas para possíveis soluções .......................................................35
Tabela 6 - Matríz de Avaliação Relativa....................................................................36
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
LISTA DE SÍMBOLOS
R$ Real (Moeda Brasileira)
cm³ Centímetros Cúbicos
Pa Pascal
Kgf Quilograma Força
mm Milímetro
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIs (2010)
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................16
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ............................................................................................... 16
1.2 APRESENTAÇÃO DA OPORTUNIDADE............................................................................. 17
1.2.1............................................................................................................................................... 17
1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 17
1.3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................ 18
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 18
1.4 JUSTIFICATIVAS.................................................................................................................. 18
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO.............................................................................................. 18
2 Entendendo o consumidor..................................................................................20
2.1 TEMA E ASSUNTOS CORRELATOS .................................................................................. 20
2.2 BENCHMARKING ................................................................................................................. 21
2.3 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE..................................................... 21
2.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CLIENTE............................................................................... 22
2.3.2 DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES........................ 22
2.3.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................................ 22
2.3.4 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES
22
2.3.5 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................... 23
2.4 CARACTERIZAÇÃO DA OPORTUNIDADE ......................................................................... 28
3 PROJETO CONCEITUAL...................................................................................29
3.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 29
3.2 DEFINIÇÃO DA TAREFA...................................................................................................... 29
3.2.1 REQUISITOS DA QUALIDADE .................................................................................... 29
3.2.2 CASA DA QUALIDADE................................................................................................. 30
3.2.3 ESPECIFICAÇÃO DO PRODUTO................................................................................ 30
3.3 DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS ........................................................................ 31
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIs (2010)
3.3.1 FUNÇÃO GLOBAL E ESTRUTURA FUNCIONAL ....................................................... 31
3.3.1.1 .............................................................................................................31
3.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .......................................................................................... 31
3.4.1 TÉCNICA EMPREGADA PARA GERAR ALTERNATIVAS.......................................... 32
3.5 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS........................................................................................ 33
3.5.1 SELEÇÃO DA SOLUÇÃO............................................................................................. 33
3.6 DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO E LAYOUT.............................................................................. 39
4 PROJETO PRELIMINAR E PROTÓTIPO...........................................................41
4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 41
4.2 DESCRIÇÃO DOS PROPAGADORES DE RESTRIÇÃO .................................................... 42
4.3 DIMENSIONAMENTO DE UM COMPONENTE................................................................... 42
4.4 PROTÓTIPO ......................................................................................................................... 43
4.4.1 ESTRATÉGIA EMPREGADA........................................................................................ 43
4.4.2 DESCRIÇÃO DO PROTÓTIPO .................................................................................... 44
4.4.3 TESTES PRELIMINARES............................................................................................. 45
4.4.4 RESULTADOS PRELIMINARES .................................................................................. 45
4.5 FECHAMENTO DO CAPÍTULO............................................................................................ 45
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................46
5.1 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 46
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................................... 47
APÊNDICE A – Questionários de pesquisa ..............................................................49
Capítulo 1 Introdução 16
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de um brinquedo apresenta certa importância visto que
permite que ao longo da infância, uma pessoa desenvolva coordenação, imaginação
e raciocínio na medida em que interage com o objeto físico, que no caso seria o
brinquedo. Esse tema passa a se tornar uma oportunidade de desenvolvimento de
projeto, uma vez que muitos pais e educadores buscam desenvolver da melhor
forma possível o amadurecimento de crianças.
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
Sabendo-se da existência de diversas classes sociais e compreendendo a
maior limitação de compra que passa a existir nas camadas sociais mais humildes,
aliando ao aumento gradativo do poder de consumo da classe C, a equipe identifica
uma oportunidade de desenvolvimento de um produto: um brinquedo para crianças
de áreas carentes. Ao mesmo tempo essa oportunidade permite que se possa
implementar benefícios à sociedade, já que estará se criando um produto infantil de
acesso relativamente barato e que pode contribuir para o desenvolvimento da
criança. No Brasil, não existe nenhuma escola específica para a formação de
designers de brinquedos. Fora do País, existem pelo menos quatro faculdades de
formação específica em design de brinquedos. Duas estão localizadas nos Estados
Unidos: a Fashion Institute of Tecnology (FIT), na cidade de Nova Iorque, e a Otis
College of Art and Design, em Los Angeles; na Alemanha: Burg Giebichenstein –
University of Art and Design Halle; e na Índia: NationaInstitute of Design, em Paldi.
Ainda ao longo da história, segundo Philippe Ariès, por muitos anos, não se
tinha a criança como um membro distinto da sociedade, de maneira que os
brinquedos eram produzidos apenas de maneira artesanal.
Jean Jacques Rosseau influenciou a área da pedagogia, o que despertou a
noção de que o brinquedo tenha uma importância na educação da criança.
Principalmente no sentido de que se preserve a natureza boa do indivíduo. Deixou-
se de ter a idéia de que o amadurecimento era resultado apenas de conhecimento,
Capítulo 1 Introdução 17
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
mas envolvia também uma necessidade de estímulos para a formação de alguém
com auto-estima e equilíbrio psicológico dentre outras coisas.
Na infância se constrói os conhecimentos através da interação com o
universo a nossa volta e pelas relações com as pessoas, levando a tomarmos
conhecimento de nossa existência, do próximo e do que está ao nosso redor.
“Quando uma série de gestos significativos se articula, arma-se o discurso corporal;
por isso, dizemos que o corpo é discursivo.”
A indústria de brinquedos brasileira representa um setor dinâmico e de muita
concorrência. Profundamente dependente do setor de entretenimento (desenhos
animados, filmes etc.) e do setor de marketing, está sempre voltada para a criação e
o desenvolvimento de novas linhas que resultem em lançamentos de brinquedos
(aproximadamente 800 novos brinquedos por ano). É formada principalmente por
pequenas e médias empresas, apresentando verticalização de seus processos
produtivos e procurando se especializar no atendimento ao mercado interno.
1.2 APRESENTAÇÃO DA OPORTUNIDADE
1.2.1
O desenvolvimento de um brinquedo para criança de áreas carentes se traduz
numa oportunidade de desenvolvimento de produto, uma vez que as pessoas que
habitam essas regiões vêm apresentando um poder de consumo crescente. Esse
aumento não chegou a ser aproveitado com todo o potencial pelo mercado de
vendas. Percebendo que o mercado ainda não tenha percebido essa nova chance,
encontra-se uma oportunidade de realização de negócios, visto a baixa concorrência
que se deve estar propício a encontrar.
1.3 OBJETIVOS
Capítulo 1 Introdução 18
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
1.3.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo desse trabalho é desenvolver um brinquedo que atenda
necessidades de educar e entreter crianças de áreas carentes, que tenha um preço
acessível de compra.
Traduzir as necessidades dos clientes em requisitos de projeto para um
brinquedo.
Descobrir a razão pela qual alguns brinquedos presentes no mercado,
aparentemente não atendem as vontades dos clientes.
Desenvolver um novo brinquedo que satisfaça os clientes, atendendo suas
vontades, ou que até mesmo sirva para cumprir o que outros brinquedos possam
estar deixando de atender.
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descobrir os desejos dos clientes em relação aos brinquedos. A palavra
“clientes” deve se referir ao comprador, que no caso poderiam ser os pais ou
responsáveis e o usuário que são as próprias crianças.
1.4 JUSTIFICATIVAS
O desenvolvimento de um brinquedo para essa classe social abriria uma
oportunidade de negócios, alem de promover um produto que contribua para os
desenvolvimentos de uma criança, no sentido de estimular a concentração,
criatividade, imaginação, além de mantê-la ocupada, evitando envolvê-la em
atividades mais arriscadas que podem ser encontrada nas ruas.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
O Capítulo 2 descreve metodologia usada para o resultado de brinquedo
encontrado no trabalho. A metodologia usada envolve técnicas para
desenvolvimento de produto, através de pesquisas feitas com potenciais futuros
Capítulo 1 Introdução 19
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
consumidores. Sabendo o que o cliente quer, potencializa-se a capacidade de lançar
no mercado algo que venha de fato ser consumido.
Depois de dadas as respostas dos clientes com relação a possíveis produtos, é
feito um levantamento do estado da arte, que seria a verificação de soluções
encontradas no mercado. Esse levantamento é feito por um recurso chamado
Benchmarking.
Juntando as informações das respostas com os levantamentos de
benchmarking tenta-se então produzir uma solução que tenda a cumprir com a maior
intensidade possível, as vontades dos clientes.
Então no capítulo 3, foram feitos diagramas e tabelas que permitem gerar
diversas opções de produto e ponderando suas características, escolher o que
atenderia as vontades dos clientes com mais intensidade. São usados também
métodos que permitem traduzir vontades abstratas em características mais
concretas que possam ser trabalhados por critérios de engenharia.
No Capítulo 4 é que se descreve o desenvolvimento da solução escolhida, pois
se dá inicio à realização do projeto preliminar. São estudados propagadores de
restrição e pela construção de um protótipo, passa a ser possível, descobertas de
eventuais restrições de construção ou funcionalidade.
O Capítulo 5 faz apenas considerações finais quanto ao trabalho, além de
apresentar conclusões a respeito do trabalho desenvolvido.
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 20
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
2 ENTENDENDO O CONSUMIDOR
2.1 TEMA E ASSUNTOS CORRELATOS
De acordo com a definição publicada no diagnóstico realizado pelo Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em março de 2002, a produção
de brinquedos está distribuída nos seguintes segmentos:
1. Produção dos brinquedos genéricos ou tradicionais que se caracterizam
por uma concorrência que leva em conta apenas o preço, descartando o fator marca;
2. Produção dos brinquedos eletrônicos com estreita dependência da indústria
eletrônica e microeletrônica, tendo como fator preponderante a tecnologia do
produto;
3. Produção de videogame, que também desenvolve forte dependência da
indústria microeletrônica, apresentando concentração da indústria em nível
mundial, com padrão de oligopólio.
A crescente influência da televisão e dos jogos eletrônicos tem muitas vezes
substituído junto às crianças o ato de brincar e o brinquedo, agravando na infância o
problema da exclusão social. Algumas fábricas têm achado saídas para preservar o
brinquedo. Elas conseguiram, por meio de soluções criativas, conciliar a nova
tecnologia com os brinquedos garantindo que certos brinquedos estejam sempre na
moda. É o caso dos peões, malabares e iô-iôs, que a cada relançamento aparecem
incrementados com materiais mais sofisticados, luzes e música, mantendo seu uso
tradicional.
Mas o principal problema decorre do fato que muitas crianças perdem o
momento da infância na medida em que tem mão de obra explorada, e muitas vezes
deixam de reconhecer o ato de brincar como uma necessidade humana.
Nesse caso confirma-se a importância do brinquedo no sentido de estimular o
desenvolvimento da criança e permitir que ela tenha seu momento de aprendizado,
manuseando esses objetos que estimulam a imaginação e criatividade.
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 21
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
2.2 BENCHMARKING
O Benchmarking, que é um levantamento do estado da arte, permite fazer uma
comparação de características de uma variedade de produtos. Através dele foram
analisados cinco tipos de brinquedos. Com o Benchmarking, tentamos relacionar
características que possam relacionar aquisição por parte do cliente e outras
características que tendem a manter o cliente envolvido com o produto enquanto ele
está utilizando-o.
Tabela 1 - Benchmarking
Bateria Ben
10 (Douer
Trading)
PulaPula
Inflável
(Intex)
Mini Lava
Rápido Hot-
Wheels
Brincando de
Engenheiro
(Xalingo)
Meu
primeiro
avião (LEGO)
Preço Alto Alto Baixo Baixo Médio
Robustez Média Média Baixa Alta Média
Número de pessoas que brincam Baixo Alto Médio Alto Médio
Tamanho Grande Grande Médio Médio Pequeno
Quantidade de peças Médio Pequeno Médio Grande Média
Diversão Média Alta Média Média Média
2.3 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE
O brinquedo é um tipo de produto que tem nos requisitos de projeto
características que se dividem entre a criança e os pais. As crianças buscam nos
brinquedos, características como cores, forma, funcionalidade e os pais se
preocupam com preço, e condições que garantam a segurança das crianças diante
do uso do brinquedo. A principal dificuldade nesse caso é atender o desejo das
crianças. Para isso a equipe visitou a escola pública Xavier da Silva com a
colaboração da coordenadora de 2ª a 4ª série e distribuiu numa turma de crianças
de oito anos, com a ajuda da professora da turma um questionário sobre os
brinquedos que as crianças gostam mais e demais características que os brinquedos
devam ter. De início, foi difícil obter das crianças o que a equipe buscava no
questionário, porque embora as crianças quisessem cooperar, elas foram marcando
todas as alternativas propostas em cada pergunta. Apesar disso, obter as respostas
das crianças, não foi uma tarefa impossível.
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 22
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
2.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CLIENTE
O produto, por ser um brinquedo, tem que atender dois perfis diferentes de
clientes. Eles seriam os pais e as crianças. O perfil pôde ser mais especificado, na
medida em que foi possível realizar perguntas para pessoas pertencentes á um
perfil. As crianças para o qual o produto desse trabalho se destina, são meninos que
estejam numa faixa etária de sete a nove anos. Primeiramente, essa faixa etária se
deu por conta da amostra crianças que se conseguiu para fazer a pesquisa.
Posteriormente, optou-se pelos meninos devido ao fato de eles terem apresentado
uma tendência de escolher durante as pesquisas, a mesma resposta, al´m também
de já estarem em maior quantidade durante as pesquisas.
Os pais por sua vez são pessoas que vêem no brinquedo um tipo de recurso
que deve estimular o desenvolvimento de coordenação, imaginação, ou se possível,
potencializar o aprendizado de seus filhos. Isso tudo, num brinquedo que tenha
preço acessível, e que não cause lesões.
2.3.2 DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES
Para a captação das informações foi utilizado um questionário composto de 6
perguntas com alternativas múltipla escolha para as crianças e um questionário para
os pais composto de 4 perguntas discursivas. Perguntas de múltipla escolha foram
desenvolvidas para as crianças, pressupondo que elas ainda não conseguiriam dar
respostas objetivas visto que elas se apresentam numa faixa etária entre 8 e 9 anos.
Foi colhida uma amostra de 15 crianças, sendo 10 meninos e 5 meninas.
2.3.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Foi utilizado como amostra 10 alunos do sexo masculino da 2º série do Ensino
Fundamental.
2.3.4 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE
INFORMAÇÕES
Numa terça feira, o que seria um dia útil e em período de aulas, duas pessoas
da equipe visitaram a Escola Estadual Xavier da Silva no bairro Rebouças, levando
questionários que seriam respondidos com base nas opiniões de crianças de 2ª
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 23
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
série e seus pais. A equipe levou em torno de três horas dentro da escola, desde o
momento que começou a procurar uma coordenadora pedagógica responsável, que
foi que coordena o ensino de 2ª a 4ª série até a ocasião de recolher as respostas
dos alunos. Nesse meio tempo a equipe pôde ser encaminhada pela coordenadora
para uma turma onde havia 20 alunos. Dentro da sala a professora ajudou a explicar
o que os alunos fariam com os questionários depois de ser distribuído o material.
Depois de recolhido o material foi entregue mais um questionário com o propósito de
ser respondido pelos pais. Nesse caso, a professora pediu que seus alunos
entregassem para seus pais e retornassem com a folha respondida. Num outro dia
um integrante da equipe procurou a professora que auxiliou o trabalho e recolheu as
perguntas respondidas pelos pais.
2.3.5 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS
Segue então o resultado das crianças:
Qual tamanho de Brinquedo você
prefere?
Grande
pequeno
qualquer tamanho
Figura 1 - Tamanho do Brinquedo
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 24
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Você prefere brincar aonde?
no parquinho
na rua
dentro de cas a
Figura 2 - Lugar para brincar
Você prefere brincar....
s ozinho
com os amigos
Figura 3 – Companhia
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 25
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Qual desenho animado você mais
g osta?
pica-pau
patodonald
dragonballz
harry potter
tico e teco
B ob E s ponja
barbie
três espias
Figura 4 - Desenho preferido
Qual brinquedo você g osta mais?
barraca
animais de brinquedo
carro
avião
bonecos
quebra-cabeça
cas inha
outros
Figura 5 - Tipos de Brincadeiras
A seguir é possível verificar gráficos que se referem ao resultado das respostas
dos pais com base nas perguntas formuladas pela equipe.
Qual tipo de brinquedo você acha que desenvolve mais as habilidades da criança?
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 26
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Figura 6 - Maneira de Brincar
Pode-se concluir que os jogos de montar, os quais incluem jogos tipo lego e
quebra-cabeças juntamente com os jogos pedagógicos predominam na preferência
dos pais quando o importante é desenvolver as habilidades da criança. Os jogos
pedagógicos são jogos que estimulam interesse e coordenação de crianças e
adolescentes envolvendo disciplinas escolares que geralmente elas tem dificuldade
ou não tem interesse.
Qual tipo de brinquedo elas mais gostam?
Figura 7 - Preferência de Brincadeiras
Pode-se concluir aqui que os jogos preferidos das crianças ,segundo os pais,
são os jogos de montar(quebra-cabeças/lego) seguido posteriormente pelos jogos
de computador, bola e video-game.
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 27
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Você prefere que elas brinquem aonde?
Figura 8 - Local da Atividade
Pode-se concluir que para os pais, tanto faz o local em que as crianças brinquem.
Os pais querem que elas tenham a oportunidade de brincar ao ar livre em contato
com a natureza e também em casa.
No questionário dos pais foi concluiu-se que os brinquedos de maior
preferência, tanto para os pais quanto para as crianças, são os que envolvem
quebra-cabeças e lego, ou seja, jogos de montar que possam envolver
preferencialmente disciplinas escolares.
Alguns pontos citados pelos pais no questionário que eles responderam
merecem uma importância especial, visto que fala de segurança de certa forma.
Poderia ser um exemplo de segurança alguma característica que evite que as
crianças engolissem as peças do brinquedo. Porém, para a faixa etária com a qual a
equipe trabalhou, não existiria esse perigo especificamente e o que foi mencionado
por alguns pais, é que o brinquedo poderia não ter peças pontiagudas, arestas, ou
cantos vivos, para evitar que a criança se machuque com o brinquedo.
Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 28
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
2.4 CARACTERIZAÇÃO DA OPORTUNIDADE
A pesquisa envolveu o estudo de interesse de meninos, meninas e seus pais,
mas do grupo pesquisado pela equipe, houve maior quantidade de meninos, e a
resposta dos meninos incidiram com mais intensidade nas mesmas características.
Isso fez com que a equipe identificasse com meninos de sete a nove anos, um perfil
de brinquedo. As palavras associadas ao perfil de brinquedos são de acordo com as
crianças: grande, para brincar em casa, para brincar com amigos, que seja um carro
e que seja de montagem. De acordo com a opinião dos pais, o brinquedo tem que
ser educativo. Para alguns pais seria bom que o brinquedo mantenha a criança
“ocupada” em casa, mas uma parte significante preferia que elas brincassem ao ar
livre.
Percebendo a necessidade de que o brinquedo deveria ser didático, só o fato
de ele ser montável já poderia servir de requisito dos pais, mas, além disso, o
brinquedo poderia ter algum mecanismo por onde se visualizasse funcionalidade de
um eventual mecanismo presente no brinquedo, o que poderia tornar mais
interessante um carro montável funcional e que fosse transparente em algumas
partes.
Capítulo 3 Projeto Conceitual 29
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
3 PROJETO CONCEITUAL
3.1 INTRODUÇÃO
No projeto conceitual são organizadas as informações coletadas ao longo das
pesquisas. Com base em recursos do campo da metodologia do projeto como casa
da qualidade e matriz morfológica é possível planejar o produto, estruturando
características citadas por clientes e cruzando-as com requisitos de projeto para
posteriormente, trabalhar com uma “hierarquia” de funções que é direcionada a cada
componente e conjunto de maneira a obter um único produto que serve para cumprir
uma função chamada global, que é cumprida pela organização das demais funções
contidas no produto como um sistema.
Função Global: Conectar partes
Figura 9 - Análise Funcional
3.2 DEFINIÇÃO DA TAREFA
3.2.1 REQUISITOS DA QUALIDADE
Na tabela abaixo há uma relação que permite obter uma linguagem mais
técnica com base nas vontades dos clientes que por muitas vezes se apresentam
abstratas.
Capítulo 3 Projeto Conceitual 30
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Tabela 2 – Requisitos da Qualidade
Unidade Correlação
Número de cores número Positiva
Preço R$ Negativa
Número de usuários número Positiva
Tamanho das peças cm³ Positiva
Quantidade de peças número Positiva
Resistência do material Pa Positiva
Peso Kgf Negativa
3.2.2 CASA DA QUALIDADE
Tabela 3 – Casa da Qualidade
Relacionamento nulo
Relacionamento fraco
Relacionamento médio
Relacionamento forte
Permitir utilização dentro de casa 8
Permitir utilização de mais de 1
criança
7
Que possa movimentar 5
Montável 7
Peso baixo 5
Não tenha partes cortantes 10
Material que não se fragmente 10
Várias cores 8
Tamanho Grande 7
Valor de importância 40 147 109 106 125 121 92
Classificação de importância 7º 1º 4º 5º 2º 3º 6º
Operação
Segurança
Aparência
Resistênciadomaterial
Peso
Valordoconsumidor
Requisitos de qualidadade X
Necessidades do cliente
Númerodecores
Preço
Númerodeusuários
Tamanho
Quantidadedepeças
3.2.3 ESPECIFICAÇÃO DO PRODUTO
As especificações de produto permitem estabelecer um objetivo para cada
requisito, o que possibilitaria medi-lo e transformá-lo em algo mensurável. A
especificação de produto se torna importante, uma vez que apesar de todo o avanço
obtido pelos requisitos de produto, transformando informações abstratas em uma
Capítulo 3 Projeto Conceitual 31
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
linguagem apropriada para engenharia, não apresentem um meio de medir esses
valores.
Tabela 4 – Especificação de Produto
Objetivos Sensores Saídas indesejáveis Observações
5 peças no mínimo Inspeção visual Poucas peças
Resistir a quedas e manter
integridade
Teste de impacto Material frágil
Material que não ofereça riscos tóxicos
nem mecânicos para as crianças
1 a 2 usuários no mínimo Inspeção visual Usuário único
Volume total com no mínimo
20x20x20 cm³
Medição métrica Brinquedo pequeno
Peso máximo de 1 kg Pesagem na balança Brinquedo pesado
3 cores no mínimo Inspeção visual Poucas cores
3.3 DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS
3.3.1 FUNÇÃO GLOBAL E ESTRUTURA FUNCIONAL
3.3.1.1
O produto se trata de um brinquedo de montar que tenha uma funcionalidade
de deslocamento, visto que muitas crianças indicaram o “carro” como uma de suas
brincadeiras favoritas. Nesse caso, um brinquedo que seja um carro poderia servir
para atender uma parte dos requisitos de projeto, mas considerando a principal
característica dos carros de brinquedo existentes no mercado, e conferindo demais
opções de brinquedos que apresentem essa característica que é mobilidade em
virtude da presença de rodas, é identificado como outras possibilidades, brinquedos
em forma de outros tipos de veículos.
A ilustração abaixo esquematiza um desmembramento de funções que se
relacionam com uma função global para o produto, que seria montar.
3.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Capítulo 3 Projeto Conceitual 32
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
3.4.1 TÉCNICA EMPREGADA PARA GERAR ALTERNATIVAS
A geração de alternativas poderia ser feita por um “brainstorming” ou por um
recurso conhecido como matriz morfológica. A equipe, porem, é composta por
apenas três integrantes e que ainda são da mesma área profissional, o que de certa
forma limitaria o potencial do “brainstorming”, visto que pessoas de uma mesma área
estão sempre sujeitas aos mesmos paradigmas.
Desta forma, o método usado para o desenvolvimento do produto, foi o da
matriz morfológica, que estruturada de maneira a cruzar elementos do produto com
formas de atender a mesma função, permite traçar uma imensa possibilidade de
produtos com a mesma função global.
Como o direcionamento de nossas perguntas para o consumidor já indicava
brinquedo com forma veículo, a construção da matriz morfológica já foi produzida
com alternativas para o desenvolvimento desse tipo de brinquedo.
Capítulo 3 Projeto Conceitual 33
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Tabela 5 - Matriz Morfológica
A B C D E
Conectar
Rodas
Eixo
Carcaça
3.5 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS
3.5.1 SELEÇÃO DA SOLUÇÃO
Tendo feita a Matriz Morfológica, é necessário escolher uma opção das várias
possíveis de serem criadas pelo cruzamento, para cada maneira existente de
cumprir cada função encontrada no desmembramento da função global. A seleção
de uma alternativa pode ser feita com a matriz de avaliação relativa ou a matriz de
avaliação absoluta.
Nesse trabalho foi escolhida a matriz de avaliação relativa, que permite a
realização da melhor escolha com base em uma alternativa como referência. A
Matriz de Avaliação Relativa permite que cada característica de cada produto possa
Capítulo 3 Projeto Conceitual 34
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
ser ponderada a fim de se viabilizar a realização de comparações entre as
alternativas e isso permite escolher um tipo de produto de uma maneira mais
criteriosa.
Foram escolhidas seis alternativas, todas para o desenvolvimento de um carro
de brinquedo. Essas alternativas podem ser vistas na tabela 5.
A avaliação para a escolha final foi feita marcando as opções que fossem
melhores ou piores que alternativa de referência, atribuindo apenas pontos variando
entre -1 e +1. A escolha final é dada pela alternativa número 6.
Capítulo 3 Projeto Conceitual 35
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Tabela 6 - Alternativas para possíveis soluções
Foram feitos uns esboços para a realização de protótipo além da matriz de
avaliação relativa.
Capítulo 3 Projeto Conceitual 36
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Figura 10 - Alternativa 1
Figura 11 - Alternativa 2
Capítulo 3 Projeto Conceitual 37
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Figura 12 - Alternativa 3
Figura 13 - Alternativa 4
Capítulo 3 Projeto Conceitual 38
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Figura 14 - Alternativa 5
Figura 15 - Alternativa 6
Capítulo 3 Projeto Conceitual 39
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Tabela 7 - Matriz de Avaliação Relativa
Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3 Alternativa 4 Alternativa 5 Alternativa 6
Peso - - R - - -
Preço - - E = - =
Design + + F = = +
Tempo de montagem = - E = = =
Cor agradável = = R - = +
Tamanho - - Ê - + -
Facilidade de encaixar = - N = = =
Resistência + + C + - +
Segurança = = I = = +
A
Somatório de + 2 2 1 1 4
Somatório de = 4 2 5 5 3
Somatório de - 3 5 3 3 2
Cálculo Líquido -1 -3 -2 -2 2
Ordenação das concepções 3º 6º 2º 4º 5º 1º
3.6 DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO E LAYOUT
A opção escolhida como solução para essa oportunidade consiste em um
produto com uma forma que imita um carro. Então ele vai ter três tipos principais de
peças: carroceria, rodas e eixos para as rodas. Para o projeto, a “carroceria” é
composta de apenas duas peças idênticas que podem ser fixadas uma na outra pela
presença de velcro. A carroceria apresentaria também dois furos transversais na
parte de baixo da sua geometria. Isso permitirá a passagem dos eixos. O eixo por
sua vez, tem as rodas nele fixadas através de uma leve interferência para que as
peças possam ser montadas e desmontadas apenas com a força de uma criança de
oito anos.
Além disso, o brinquedo pode ser montado de uma forma diferente, devido à
geometria simples, viabilizando uma montagem apenas por encaixe. Nesse caso, o
brinquedo levaria nele montado um eixo que tem um segmento com um diâmetro
maior, podendo ser movido aproveitando-se o giro das rodas. O movimento desse
eixo seria apenas para enriquecer o produto, propondo a solução uma
funcionalidade. Nesse caso, a transmissão seria dada ao referido eixo por elásticos
de dinheiro, que acabariam tendo uma função de correia. É interessante lembrar que
o elástico poderá não ter uma vida tão longa quanto o restante das peças, mas é
fácil de conseguir, garantido a diversão da criança.
Capítulo 3 Projeto Conceitual 40
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
A carroceria do protótipo foi feita de madeira, mas o brinquedo poderá ter todas
as suas peças feitas de polipropileno e eixos de madeira.
Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 41
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
4 PROJETO PRELIMINAR E PROTÓTIPO
4.1 INTRODUÇÃO
É na fase do projeto preliminar do protótipo que se dá início ao
desenvolvimento efetivo do produto. Para isso é necessário verificar propagadores
de restrições no mesmo que podem, por exemplo, estar relacionado à geometria de
cada componente de maneira a inviabilizar algum encaixe. Se por ventura, no
projeto é decidida a utilização de uma peça vinda de fornecedores, é sempre
importante estar atento à necessidade de se desenvolver o sistema de maneira a ser
compatível com a dada peça fornecida.
Depois de conhecidos os propagadores de restrição, é possível estabelecer
formas compatíveis com encaixes para a ocasião da montagem. A partir daí a
continuidade do desenvolvimento alcança o dimensionamento com base nos
conceitos de resistência dos materiais. Porem, o dimensionamento por critérios de
resistência dos materiais é conveniente para um projeto, na medida em que se
trabalha com limitações de custo, produto e segurança de maior magnitude.
O desenvolvimento de um brinquedo para dentro de casa para crianças de
8anos, não atinge um nível de complexidade que requeira dimensionamentos tão
detalhados a ponto de exigir cálculos minuciosos de resistência, visto que apenas
visualmente já seria possível propor dimensões suficientemente resistentes e que
acabem tendo altíssimos coeficientes de segurança sem deixar de ter um preço final
acessível, se for escolhido materiais como plásticos, ou madeira. Esse trabalho
apresenta o dimensionamento de um componente, usando apenas critérios de
movimento, ergonomia e desejo de cliente.
Quando se trata de Metodologia de Projeto, é de grande importância que o
desenvolvimento do produto apresente a construção de um protótipo já que essa
medida permitiria a descoberta de erros que poderiam se propagar para o produto
final. Feito um protótipo, é possível testar eventuais funcionalidades, bem como
corrigir defeitos que não tenham sido percebidos previamente evitando-se assim
Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 42
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
gastos excessivos ou até mesmo desperdício de recursos com o projeto, reforçando
a capacidade de conseguir um produto que seja o mais barato possível.
4.2 DESCRIÇÃO DOS PROPAGADORES DE RESTRIÇÃO
No caso do brinquedo desenvolvido nesse trabalho, os propagadores de
restrição estão principalmente relacionados com a montagem, mas também há
alguns com o atrito, uma vez que cada eixo tem que deslizar em cada furo,
viabilizando o movimento do brinquedo. É interessante que o atrito presente nos
eixos seja reduzido o bastante para que o carro possa preservar alguma inércia
quando solto depois de ser empurrado.
Para que o brinquedo funcione adequadamente, foram listados os
propagadores de restrição, que podem ser vistos abaixo:
a) Furos menores que eixos, com uma folga, para que o eixo deslize facilmente
b) Rodas com furos que tenham interferência com o eixo, assim as rodas nas
duas extremidades do eixo poderão girar juntas e na mesma velocidade.
c) Baixo atrito nos furos, garantindo o deslizamento dos eixos.
d) Elásticos razoavelmente tencionados permitindo que a velocidade radial do
eixo da roda se transmita para o eixo livre.
4.3 DIMENSIONAMENTO DE UM COMPONENTE
O dimensionamento apresentado nesse trabalho é o da placa da carroceria.
Visto que o brinquedo tinha que ser grande, a carroceria poderia ser a peça que tem
maiores condições de permitir que o brinquedo como um todo atenda esse tipo de
especificação. Para que então o produto possa ser considerado grande, determinou-
se que ele tinha que ter mais de 300 mm de comprimento. Porem, para mantê-lo
prático, ergonômico e leve o bastante para que a criança possa levá-lo a outros
lugares. Para isso, pensou-se que as peças maiores poderiam ter um tamanho que
permita que ele seja guardado em algum tipo de bolsa. Nesse caso, as peças
maiores poderiam ter menos de 400 mm de comprimento. Assim sendo, a carroceria
passa a apresentar as dimensões representadas abaixo.
Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 43
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
Figura 16 - Carroceria
4.4 PROTÓTIPO
4.4.1 ESTRATÉGIA EMPREGADA
Para a construção do protótipo, a principal estratégia, foi construir um sistema
que pudesse imitar da melhor forma possível, o resultado desejado. Sabendo que o
brinquedo tinha que ser grande, foi cortado placas de madeira que tivessem uma
geometria semelhante à forma proposta pelo projeto.
Para as rodas, foi procurado no mercado, algum objeto que tenha forma
apropriada para isso e que atendesse com razoável aproximação ao formato da roda
idealizada para o brinquedo. O objeto achado foi um copo portátil com tampa, feito
de anéis e que é armado de uma maneira que lembra uma projeção telescópica.
Então foram removidos os anéis, que eram irrelevantes para o propósito de roda e
feitos furos no fundo e na tampa que acompanha o produto. A tampa foi presa ao
copo por meio de fitas adesivas. Para o eixo livre, o objeto encontrado para atender
a forma esperada foi um pote de filme fotográfico. A escolha dos materiais envolveu
os seguintes critérios:
a) Preço
Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 44
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
b) Facilidade de corte e realização de furos
c) Viabilização de manuseio, de forma a evitar lesões
d) Atender funcionalidades presentes no projeto
4.4.2 DESCRIÇÃO DO PROTÓTIPO
O protótipo consiste de quatro copos portáteis para atuar como rodas. Dois
lápis foram usados como eixos para as rodas. Um terceiro lápis foi usado para ser
um eixo que gira sem ter contato direto com rodas, sendo descrito nesse trabalho
como eixo livre. Duas placas de acrílico com perfil de pessoas também foram
cortadas para serem anexadas do lado de dentro do brinquedo, que imitasse a
posição de um tripulante de brinquedo. O tripulante pode então ser preso ao carro
pela presença de velcro.
A fotografia abaixo ilustra uma idéia de como deve ser o produto, uma vez que
ele seja um protótipo.
Figura 17 - Protótipo
Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 45
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
4.4.3 TESTES PRELIMINARES
Os testes preliminares foram feitos no parque São Lourenço. Para isso o
protótipo foi deixado nas mãos de algumas crianças que brincavam pelo parque
acompanhado dos pais. O que encantou bastante as crianças foi o fato de o
brinquedo ter peças de várias formas, de onde muitos pais não viam claramente a
possibilidade de se armar um carro. Entretanto, as crianças conseguiram construir o
carro, e demonstrar um encantamento pelo produto, pela combinação de cores,
movimento de uma peça que não tinha contato com o chão, e a possibilidade de
prender demais peças ao carro pela presença do velcro.
4.4.4 RESULTADOS PRELIMINARES
Com a boa aceitação do protótipo nos testes preliminares foram atingidos os
objetivos do projeto que eram produzir um brinquedo com as características exigidas
por esse grupo de consumidores. Mesmo não utilizando os materiais especificados
no projeto a funcionalidade não foi prejudicada.
4.5 FECHAMENTO DO CAPÍTULO
Mesmo com a intenção de não fabricar esse produto em escala industrial, com
o protótipo construído foi possível verificar todas as virtudes e possíveis melhorias
que o projeto possui. Foram satisfatórios os resultados obtidos e com isso
comprovado que com um bom embasamento teórico de desenvolvimento de produto
é possível construir um protótipo com grande chance de ser a solução viável para a
oportunidade avaliada.
Capítulo 5 Conclusões e Recomendações5 46
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 CONCLUSÕES
Durante o desenvolvimento do projeto foi observado a importância de
realmente ter as informações necessárias relativas às necessidades do cliente em
potencial. Com isso toda a pesquisa no levantamento do estado da arte, do
benchmarking e do levantamento dessas necessidades do cliente é de vital
importância para obter sucesso no desenvolvimento de um produto. Utilizando a
técnica apresentada em sala de aula junto com a literatura foi possível transformar
todas as informações adquiridas junto aos clientes e transformá-las em
especificações para o produto desenvolvido.
Com o projeto conceitual foi possível estabelecer de uma forma concreta todas
as características que obrigatoriamente teriam que estar no produto bem como sua
viabilidade teórica e construtiva. Estabelecendo as alternativas viáveis e
selecionando a melhor opção utilizando a matriz de avaliação relativa foi possível
identificar a melhor solução para o brinquedo exigido no projeto.
Todo o processo de desenvolvimento do produto foi enriquecedor para a
equipe de forma a entender na prática como funciona esse tipo de projeto na
indústria. Foi possível aplicar na prática conhecimentos adquirido na sala de aula e
na literatura. Também foi comprovado que ao utilizar uma metodologia adequada e
criteriosamente atender todas as etapas do desenvolvimento é possível atingir uma
solução boa de produto mesmo para desenvolvedores de produto inexperientes e
sem talento nato.
No final, ao atender as expectativas do cliente e poder aprender todo o
processo de desenvolvimento de um produto a equipe chega a resultados
satisfatórios para o produto final. Com isso foi acrescentado experiência para os
alunos e viabilidade prática de todo conteúdo aprendido na disciplina de metodologia
de projeto.
Capítulo 5 Conclusões e Recomendações5 47
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Para o próximo projeto poderia ser desenvolvido um brinquedo com mais itens
que fazem parte do dia-a-dia das crianças de forma a facilitar a sua construção.
Também a possibilidade de mais configurações de uso é um grande fator de
encantamento para as crianças junto com a quantidade de cores. Há também a
possibilidade de se desenvolver um carro de fricção desmontável, com tração vinda
por molas, como é o caso de soluções entradas no mercado, ou criar uma nova
solução de tração, que fosse por elásticos.
Referências 48
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
REFERÊNCIAS
1. Back, Nélson; FORCELLINI, Fernando Antônio. Projeto de Produtos – Curso
de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. Florianópolis: UFSC.
2. PAHL, Gerhard; BEITZ, Wolfgang. Engineering Design: A Systematic
Approach. Ed: Springer, 1995.
3. BYTHEWAY, Charles W. Fast Creativity and Innovation: rapidly improving
processes, product development, and solving and solving complex
problems. J. Ross Publishing, Inc.
4. SARKAR, Soumodip. O Empreendedor Inovador. Ed. Elsevier.
5. MEFANO, Ligia. O Design de Brinquedos no Brasil: Uma Arqueologia do
Projeto e suas origens, Rio de Janeiro.
6. Brinquedos Estrela < http://www.estrela.com.br/> acesso em 9 de março de
2010
7. Ri Happy brinquedos < www.rihappy.com.br> acesso em 12 de março de 2010
8. Brinquedos Mattel < http://www.mattel.com/> acesso em 12 de março de 2010
9. RiHappy Brinquedos, Brincando de Engenheiro
<http://www.rihappy.com.br/ch/prod/27480/brincando-de-engenheiro---73-
pecas.aspx > acesso em 23 de maio de 2010
10. RiHappy Brinquedos, Playmobil Cavaleiros do Dragão
<http://www.rihappy.com.br/ch/prod/27480/brincando-de-engenheiro---73-
pecas.aspx>, acessado em 23 de novembro de 2010.
Apêndice A Título do Apêndice A 49
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIOS DE PESQUISA
Questionário
1-Qual destes brinquedos você prefere?
Lava-car/ Peão / io-io/
Bola ou Boneca
Montar palavras/decifrar palavras
Jogo da Memória
Lego
2-Qual tamanho de brinquedo você prefere?
Grande
Pequeno
Qualquer tamanho
3-Voçê prefere brincar aonde?
No parquinho.
Na rua.
Dentro de casa.
4-Voçê prefere brincar...
Sozinho.
Com os amigos.
5-De qual desenho animado você mais gosta?
Pica pau
Pato Donald’s Outro_________
6-Que brinquedo você gosta mais?
Barraca Maquete(casinha,lava-car ferrorama)
Apêndice A Título do Apêndice A 50
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
animais de brinquedo quebra-cabeças bonecos
carro avião Barco
Outro:_______
QUESTIONÁRIO DOS PAIS(ORIENTADORES)
1-Qual tipo de brinquedo você acha que desenvolve mais as habilidades
da criança?
R:
2-Qual tipo de brinquedo elas mais gostam?
R:
3-Voçê prefere que elas brinquem aonde? Ou tanto faz.
R:
4-Qual brinquedo você gostaria de poder dar para elas e porquê?
R:
Anexo A Título do Anexo A 51
METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)

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Desenvolvimento de brinquedo para crianças carentes

  • 1. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA DEPARTAMENTO DE MECÂNICA METODOLOGIA DE PROJETO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS EQUIPE B DESENVOLVIMENTO DE UM BRINQUEDO PARA CRIANÇAS DE ÁREAS CARENTES CURITIBA JUNHO - 2010
  • 2. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA DEPARTAMENTO DE MECÂNICA METODOLOGIA DE PROJETO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS EQUIPE B DESENVOLVIMENTO DE UM BRINQUEDO PARA CRIANÇAS DE ÁREAS CARENTES CURITIBA JUNHO - 2010
  • 3. ADRIANO VITOR DE ALMEIDA GABRIEL ZANARDINI MARTINS LUCAS AMONATI KHING KLIEMCZAK DESENVOLVIMENTO DE UM BRINQUEDO PARA CRIANÇAS DE ÁREAS CARENTES Trabalho apresentado como requisito parcial à aprovação na disciplina de Metodologia de Projeto de Produtos Industriais, do Curso de Engenharia Industrial Mecânica, ministrada pelo Departamento Acadêmico de Mecânica, do Campus Curitiba, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CURITIBA JUNHO - 2010
  • 5. 2010METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)
  • 6. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Epígrafe (OPCIONAL)
  • 7. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) RESUMO Esse trabalho foi feito com o objetivo de desenvolver um brinquedo para crianças de áreas carentes. Para isso, nele é descrito o uso de uma metodologia de projeto que permite perceber características de produto que potenciais consumidores gostariam de encontrar. Feito isso, a rotina da metodologia conduz ao desenvolvimento de quadros e tabelas para diferentes propósitos. O primeiro recurso foi o Benchmarking. Com ele é feito um levantamento do estado da arte, permitindo a comparação de diferentes produtos presentes no mercado e que servem como formas de soluções para os clientes. Assim já é possível encontrar demais características que possam eventualmente ser implementadas na solução final do presente trabalho. Posteriormente, estudando a função global do produto é possível desmembrá-la em demais funções que são distribuídas entre os elementos que venham a integrar o produto, que até então é hipotético. Mais adiante, pelos requisitos de qualidade, se esboça uma forma de se transformar desejos abstratos dos clientes em uma linguagem mais técnica, permitindo um trabalho com mais foco. Isso viabilizará demais tarefas presentes na metodologia, como a construção da casa da qualidade, que serve para cruzar requisitos do cliente com requisitos de projeto. Com isso é possível classificar as características do produto em ordem de importância. Então, construindo uma tabela de especificação do produto, finalmente trabalha-se com as características de maneira a trabalhar com idéias mensuráveis. Assim, chega a hora de idealizar um produto. Isso poderia ser feito por Brainstorming ou uma Matriz Morfológica. O presente trabalho optou pela matriz morfológica, que depois de estruturadas diversas funções desmembradas da função global, propõem-se diferentes maneiras de realizá-la. Nesse trabalho foram propostas seis alternativas, que podendo ser classificado como diferentes entre si, permitem um estudo de características a fim de classificar a alternativa que deva atender da melhor forma possível as vontades dos clientes.
  • 8. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Tendo feito todos os estudos necessários para o desenvolvimento, chega a hora de finalmente desenvolver um produto. E isso começa com a construção de um protótipo. A construção de um protótipo consiste numa realização importante, visto que para ser feito, serão estudados propagadores de restrição, e descobertos eventuais dificuldades difíceis de serem percebidas fazendo-se apenas um planejamento imaginário.
  • 9. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) ABSTRACT This Dissertation is about a research made in order to develop a toy for children from humble places. The research is based on a methodology of Product Design, which begins interviewing potential costumers allowing the researchers to know the real interest of them in a product to be designed. The product had to be a toy, and then some questions were developed to be answered by children and their parents. After having all the answers, it was possible to make a variety of tables to organize important information, allowing the team to understand abstract information as soon as it is converted to measurable variables, which must be more appropriate for the engineering field. The tables used were the ones such as House of Quality, Morphologic Matrix, Quality Requirements, and Product Specification. Being provided with resources of Product Design, the team was able to build a prototype and verify if it works properly. Finally, the assignment describes how the prototype was assessed by some children and their parents. The Assessment was good to realize some features created by the team on which some children demonstrated a good interest. In this case, the dissertation suggests new developments for future studies.
  • 10. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Tamanho do Brinquedo.............................................................................23 Figura 2 - Lugar para brincar.....................................................................................24 Figura 3 – Companhia...............................................................................................24 Figura 4 - Desenho preferido.....................................................................................25 Figura 5 - Tipos de Brincadeiras ...............................................................................25 Figura 6 - Maneira de Brincar....................................................................................26 Figura 7 - Preferência de Brincadeiras......................................................................26 Figura 8 - Local da Atividade.....................................................................................27 Figura 9 - Análise Funcional......................................................................................29 Figura 10 - Alternativa 1 ............................................................................................36 Figura 11 - Alternativa 2 ............................................................................................36 Figura 12 - Alternativa 3 ............................................................................................37 Figura 13 - Alternativa 4 ............................................................................................37 Figura 14 - Alternativa 5 ............................................................................................38 Figura 15 - Alternativa 6 ............................................................................................38 Figura 16 - Carroceria ...............................................................................................43 Figura 17 - Protótipo..................................................................................................44
  • 11. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Benchmarking ..........................................................................................21 Tabela 2 – Requisitos da Qualidade .........................................................................30 Tabela 3 – Casa da Qualidade..................................................................................30 Tabela 4 - Matríz Morfológica....................................................................................33 Tabela 5 - Alternativas para possíveis soluções .......................................................35 Tabela 6 - Matríz de Avaliação Relativa....................................................................36
  • 12. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) LISTA DE SÍMBOLOS R$ Real (Moeda Brasileira) cm³ Centímetros Cúbicos Pa Pascal Kgf Quilograma Força mm Milímetro
  • 13. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIs (2010) SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE SÍMBOLOS SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................16 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ............................................................................................... 16 1.2 APRESENTAÇÃO DA OPORTUNIDADE............................................................................. 17 1.2.1............................................................................................................................................... 17 1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 17 1.3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................ 18 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 18 1.4 JUSTIFICATIVAS.................................................................................................................. 18 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO.............................................................................................. 18 2 Entendendo o consumidor..................................................................................20 2.1 TEMA E ASSUNTOS CORRELATOS .................................................................................. 20 2.2 BENCHMARKING ................................................................................................................. 21 2.3 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE..................................................... 21 2.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CLIENTE............................................................................... 22 2.3.2 DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES........................ 22 2.3.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................................ 22 2.3.4 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES 22 2.3.5 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................... 23 2.4 CARACTERIZAÇÃO DA OPORTUNIDADE ......................................................................... 28 3 PROJETO CONCEITUAL...................................................................................29 3.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 29 3.2 DEFINIÇÃO DA TAREFA...................................................................................................... 29 3.2.1 REQUISITOS DA QUALIDADE .................................................................................... 29 3.2.2 CASA DA QUALIDADE................................................................................................. 30 3.2.3 ESPECIFICAÇÃO DO PRODUTO................................................................................ 30 3.3 DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS ........................................................................ 31
  • 14. METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIs (2010) 3.3.1 FUNÇÃO GLOBAL E ESTRUTURA FUNCIONAL ....................................................... 31 3.3.1.1 .............................................................................................................31 3.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .......................................................................................... 31 3.4.1 TÉCNICA EMPREGADA PARA GERAR ALTERNATIVAS.......................................... 32 3.5 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS........................................................................................ 33 3.5.1 SELEÇÃO DA SOLUÇÃO............................................................................................. 33 3.6 DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO E LAYOUT.............................................................................. 39 4 PROJETO PRELIMINAR E PROTÓTIPO...........................................................41 4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 41 4.2 DESCRIÇÃO DOS PROPAGADORES DE RESTRIÇÃO .................................................... 42 4.3 DIMENSIONAMENTO DE UM COMPONENTE................................................................... 42 4.4 PROTÓTIPO ......................................................................................................................... 43 4.4.1 ESTRATÉGIA EMPREGADA........................................................................................ 43 4.4.2 DESCRIÇÃO DO PROTÓTIPO .................................................................................... 44 4.4.3 TESTES PRELIMINARES............................................................................................. 45 4.4.4 RESULTADOS PRELIMINARES .................................................................................. 45 4.5 FECHAMENTO DO CAPÍTULO............................................................................................ 45 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................46 5.1 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 46 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................................... 47 APÊNDICE A – Questionários de pesquisa ..............................................................49
  • 15. Capítulo 1 Introdução 16 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de um brinquedo apresenta certa importância visto que permite que ao longo da infância, uma pessoa desenvolva coordenação, imaginação e raciocínio na medida em que interage com o objeto físico, que no caso seria o brinquedo. Esse tema passa a se tornar uma oportunidade de desenvolvimento de projeto, uma vez que muitos pais e educadores buscam desenvolver da melhor forma possível o amadurecimento de crianças. 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA Sabendo-se da existência de diversas classes sociais e compreendendo a maior limitação de compra que passa a existir nas camadas sociais mais humildes, aliando ao aumento gradativo do poder de consumo da classe C, a equipe identifica uma oportunidade de desenvolvimento de um produto: um brinquedo para crianças de áreas carentes. Ao mesmo tempo essa oportunidade permite que se possa implementar benefícios à sociedade, já que estará se criando um produto infantil de acesso relativamente barato e que pode contribuir para o desenvolvimento da criança. No Brasil, não existe nenhuma escola específica para a formação de designers de brinquedos. Fora do País, existem pelo menos quatro faculdades de formação específica em design de brinquedos. Duas estão localizadas nos Estados Unidos: a Fashion Institute of Tecnology (FIT), na cidade de Nova Iorque, e a Otis College of Art and Design, em Los Angeles; na Alemanha: Burg Giebichenstein – University of Art and Design Halle; e na Índia: NationaInstitute of Design, em Paldi. Ainda ao longo da história, segundo Philippe Ariès, por muitos anos, não se tinha a criança como um membro distinto da sociedade, de maneira que os brinquedos eram produzidos apenas de maneira artesanal. Jean Jacques Rosseau influenciou a área da pedagogia, o que despertou a noção de que o brinquedo tenha uma importância na educação da criança. Principalmente no sentido de que se preserve a natureza boa do indivíduo. Deixou- se de ter a idéia de que o amadurecimento era resultado apenas de conhecimento,
  • 16. Capítulo 1 Introdução 17 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) mas envolvia também uma necessidade de estímulos para a formação de alguém com auto-estima e equilíbrio psicológico dentre outras coisas. Na infância se constrói os conhecimentos através da interação com o universo a nossa volta e pelas relações com as pessoas, levando a tomarmos conhecimento de nossa existência, do próximo e do que está ao nosso redor. “Quando uma série de gestos significativos se articula, arma-se o discurso corporal; por isso, dizemos que o corpo é discursivo.” A indústria de brinquedos brasileira representa um setor dinâmico e de muita concorrência. Profundamente dependente do setor de entretenimento (desenhos animados, filmes etc.) e do setor de marketing, está sempre voltada para a criação e o desenvolvimento de novas linhas que resultem em lançamentos de brinquedos (aproximadamente 800 novos brinquedos por ano). É formada principalmente por pequenas e médias empresas, apresentando verticalização de seus processos produtivos e procurando se especializar no atendimento ao mercado interno. 1.2 APRESENTAÇÃO DA OPORTUNIDADE 1.2.1 O desenvolvimento de um brinquedo para criança de áreas carentes se traduz numa oportunidade de desenvolvimento de produto, uma vez que as pessoas que habitam essas regiões vêm apresentando um poder de consumo crescente. Esse aumento não chegou a ser aproveitado com todo o potencial pelo mercado de vendas. Percebendo que o mercado ainda não tenha percebido essa nova chance, encontra-se uma oportunidade de realização de negócios, visto a baixa concorrência que se deve estar propício a encontrar. 1.3 OBJETIVOS
  • 17. Capítulo 1 Introdução 18 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 1.3.1 OBJETIVO GERAL O objetivo desse trabalho é desenvolver um brinquedo que atenda necessidades de educar e entreter crianças de áreas carentes, que tenha um preço acessível de compra. Traduzir as necessidades dos clientes em requisitos de projeto para um brinquedo. Descobrir a razão pela qual alguns brinquedos presentes no mercado, aparentemente não atendem as vontades dos clientes. Desenvolver um novo brinquedo que satisfaça os clientes, atendendo suas vontades, ou que até mesmo sirva para cumprir o que outros brinquedos possam estar deixando de atender. 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descobrir os desejos dos clientes em relação aos brinquedos. A palavra “clientes” deve se referir ao comprador, que no caso poderiam ser os pais ou responsáveis e o usuário que são as próprias crianças. 1.4 JUSTIFICATIVAS O desenvolvimento de um brinquedo para essa classe social abriria uma oportunidade de negócios, alem de promover um produto que contribua para os desenvolvimentos de uma criança, no sentido de estimular a concentração, criatividade, imaginação, além de mantê-la ocupada, evitando envolvê-la em atividades mais arriscadas que podem ser encontrada nas ruas. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO O Capítulo 2 descreve metodologia usada para o resultado de brinquedo encontrado no trabalho. A metodologia usada envolve técnicas para desenvolvimento de produto, através de pesquisas feitas com potenciais futuros
  • 18. Capítulo 1 Introdução 19 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) consumidores. Sabendo o que o cliente quer, potencializa-se a capacidade de lançar no mercado algo que venha de fato ser consumido. Depois de dadas as respostas dos clientes com relação a possíveis produtos, é feito um levantamento do estado da arte, que seria a verificação de soluções encontradas no mercado. Esse levantamento é feito por um recurso chamado Benchmarking. Juntando as informações das respostas com os levantamentos de benchmarking tenta-se então produzir uma solução que tenda a cumprir com a maior intensidade possível, as vontades dos clientes. Então no capítulo 3, foram feitos diagramas e tabelas que permitem gerar diversas opções de produto e ponderando suas características, escolher o que atenderia as vontades dos clientes com mais intensidade. São usados também métodos que permitem traduzir vontades abstratas em características mais concretas que possam ser trabalhados por critérios de engenharia. No Capítulo 4 é que se descreve o desenvolvimento da solução escolhida, pois se dá inicio à realização do projeto preliminar. São estudados propagadores de restrição e pela construção de um protótipo, passa a ser possível, descobertas de eventuais restrições de construção ou funcionalidade. O Capítulo 5 faz apenas considerações finais quanto ao trabalho, além de apresentar conclusões a respeito do trabalho desenvolvido.
  • 19. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 20 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 2 ENTENDENDO O CONSUMIDOR 2.1 TEMA E ASSUNTOS CORRELATOS De acordo com a definição publicada no diagnóstico realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em março de 2002, a produção de brinquedos está distribuída nos seguintes segmentos: 1. Produção dos brinquedos genéricos ou tradicionais que se caracterizam por uma concorrência que leva em conta apenas o preço, descartando o fator marca; 2. Produção dos brinquedos eletrônicos com estreita dependência da indústria eletrônica e microeletrônica, tendo como fator preponderante a tecnologia do produto; 3. Produção de videogame, que também desenvolve forte dependência da indústria microeletrônica, apresentando concentração da indústria em nível mundial, com padrão de oligopólio. A crescente influência da televisão e dos jogos eletrônicos tem muitas vezes substituído junto às crianças o ato de brincar e o brinquedo, agravando na infância o problema da exclusão social. Algumas fábricas têm achado saídas para preservar o brinquedo. Elas conseguiram, por meio de soluções criativas, conciliar a nova tecnologia com os brinquedos garantindo que certos brinquedos estejam sempre na moda. É o caso dos peões, malabares e iô-iôs, que a cada relançamento aparecem incrementados com materiais mais sofisticados, luzes e música, mantendo seu uso tradicional. Mas o principal problema decorre do fato que muitas crianças perdem o momento da infância na medida em que tem mão de obra explorada, e muitas vezes deixam de reconhecer o ato de brincar como uma necessidade humana. Nesse caso confirma-se a importância do brinquedo no sentido de estimular o desenvolvimento da criança e permitir que ela tenha seu momento de aprendizado, manuseando esses objetos que estimulam a imaginação e criatividade.
  • 20. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 21 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 2.2 BENCHMARKING O Benchmarking, que é um levantamento do estado da arte, permite fazer uma comparação de características de uma variedade de produtos. Através dele foram analisados cinco tipos de brinquedos. Com o Benchmarking, tentamos relacionar características que possam relacionar aquisição por parte do cliente e outras características que tendem a manter o cliente envolvido com o produto enquanto ele está utilizando-o. Tabela 1 - Benchmarking Bateria Ben 10 (Douer Trading) PulaPula Inflável (Intex) Mini Lava Rápido Hot- Wheels Brincando de Engenheiro (Xalingo) Meu primeiro avião (LEGO) Preço Alto Alto Baixo Baixo Médio Robustez Média Média Baixa Alta Média Número de pessoas que brincam Baixo Alto Médio Alto Médio Tamanho Grande Grande Médio Médio Pequeno Quantidade de peças Médio Pequeno Médio Grande Média Diversão Média Alta Média Média Média 2.3 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE O brinquedo é um tipo de produto que tem nos requisitos de projeto características que se dividem entre a criança e os pais. As crianças buscam nos brinquedos, características como cores, forma, funcionalidade e os pais se preocupam com preço, e condições que garantam a segurança das crianças diante do uso do brinquedo. A principal dificuldade nesse caso é atender o desejo das crianças. Para isso a equipe visitou a escola pública Xavier da Silva com a colaboração da coordenadora de 2ª a 4ª série e distribuiu numa turma de crianças de oito anos, com a ajuda da professora da turma um questionário sobre os brinquedos que as crianças gostam mais e demais características que os brinquedos devam ter. De início, foi difícil obter das crianças o que a equipe buscava no questionário, porque embora as crianças quisessem cooperar, elas foram marcando todas as alternativas propostas em cada pergunta. Apesar disso, obter as respostas das crianças, não foi uma tarefa impossível.
  • 21. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 22 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 2.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CLIENTE O produto, por ser um brinquedo, tem que atender dois perfis diferentes de clientes. Eles seriam os pais e as crianças. O perfil pôde ser mais especificado, na medida em que foi possível realizar perguntas para pessoas pertencentes á um perfil. As crianças para o qual o produto desse trabalho se destina, são meninos que estejam numa faixa etária de sete a nove anos. Primeiramente, essa faixa etária se deu por conta da amostra crianças que se conseguiu para fazer a pesquisa. Posteriormente, optou-se pelos meninos devido ao fato de eles terem apresentado uma tendência de escolher durante as pesquisas, a mesma resposta, al´m também de já estarem em maior quantidade durante as pesquisas. Os pais por sua vez são pessoas que vêem no brinquedo um tipo de recurso que deve estimular o desenvolvimento de coordenação, imaginação, ou se possível, potencializar o aprendizado de seus filhos. Isso tudo, num brinquedo que tenha preço acessível, e que não cause lesões. 2.3.2 DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES Para a captação das informações foi utilizado um questionário composto de 6 perguntas com alternativas múltipla escolha para as crianças e um questionário para os pais composto de 4 perguntas discursivas. Perguntas de múltipla escolha foram desenvolvidas para as crianças, pressupondo que elas ainda não conseguiriam dar respostas objetivas visto que elas se apresentam numa faixa etária entre 8 e 9 anos. Foi colhida uma amostra de 15 crianças, sendo 10 meninos e 5 meninas. 2.3.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA Foi utilizado como amostra 10 alunos do sexo masculino da 2º série do Ensino Fundamental. 2.3.4 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES Numa terça feira, o que seria um dia útil e em período de aulas, duas pessoas da equipe visitaram a Escola Estadual Xavier da Silva no bairro Rebouças, levando questionários que seriam respondidos com base nas opiniões de crianças de 2ª
  • 22. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 23 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) série e seus pais. A equipe levou em torno de três horas dentro da escola, desde o momento que começou a procurar uma coordenadora pedagógica responsável, que foi que coordena o ensino de 2ª a 4ª série até a ocasião de recolher as respostas dos alunos. Nesse meio tempo a equipe pôde ser encaminhada pela coordenadora para uma turma onde havia 20 alunos. Dentro da sala a professora ajudou a explicar o que os alunos fariam com os questionários depois de ser distribuído o material. Depois de recolhido o material foi entregue mais um questionário com o propósito de ser respondido pelos pais. Nesse caso, a professora pediu que seus alunos entregassem para seus pais e retornassem com a folha respondida. Num outro dia um integrante da equipe procurou a professora que auxiliou o trabalho e recolheu as perguntas respondidas pelos pais. 2.3.5 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS Segue então o resultado das crianças: Qual tamanho de Brinquedo você prefere? Grande pequeno qualquer tamanho Figura 1 - Tamanho do Brinquedo
  • 23. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 24 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Você prefere brincar aonde? no parquinho na rua dentro de cas a Figura 2 - Lugar para brincar Você prefere brincar.... s ozinho com os amigos Figura 3 – Companhia
  • 24. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 25 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Qual desenho animado você mais g osta? pica-pau patodonald dragonballz harry potter tico e teco B ob E s ponja barbie três espias Figura 4 - Desenho preferido Qual brinquedo você g osta mais? barraca animais de brinquedo carro avião bonecos quebra-cabeça cas inha outros Figura 5 - Tipos de Brincadeiras A seguir é possível verificar gráficos que se referem ao resultado das respostas dos pais com base nas perguntas formuladas pela equipe. Qual tipo de brinquedo você acha que desenvolve mais as habilidades da criança?
  • 25. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 26 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Figura 6 - Maneira de Brincar Pode-se concluir que os jogos de montar, os quais incluem jogos tipo lego e quebra-cabeças juntamente com os jogos pedagógicos predominam na preferência dos pais quando o importante é desenvolver as habilidades da criança. Os jogos pedagógicos são jogos que estimulam interesse e coordenação de crianças e adolescentes envolvendo disciplinas escolares que geralmente elas tem dificuldade ou não tem interesse. Qual tipo de brinquedo elas mais gostam? Figura 7 - Preferência de Brincadeiras Pode-se concluir aqui que os jogos preferidos das crianças ,segundo os pais, são os jogos de montar(quebra-cabeças/lego) seguido posteriormente pelos jogos de computador, bola e video-game.
  • 26. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 27 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Você prefere que elas brinquem aonde? Figura 8 - Local da Atividade Pode-se concluir que para os pais, tanto faz o local em que as crianças brinquem. Os pais querem que elas tenham a oportunidade de brincar ao ar livre em contato com a natureza e também em casa. No questionário dos pais foi concluiu-se que os brinquedos de maior preferência, tanto para os pais quanto para as crianças, são os que envolvem quebra-cabeças e lego, ou seja, jogos de montar que possam envolver preferencialmente disciplinas escolares. Alguns pontos citados pelos pais no questionário que eles responderam merecem uma importância especial, visto que fala de segurança de certa forma. Poderia ser um exemplo de segurança alguma característica que evite que as crianças engolissem as peças do brinquedo. Porém, para a faixa etária com a qual a equipe trabalhou, não existiria esse perigo especificamente e o que foi mencionado por alguns pais, é que o brinquedo poderia não ter peças pontiagudas, arestas, ou cantos vivos, para evitar que a criança se machuque com o brinquedo.
  • 27. Capítulo 2 Entendendo o Consumidor 28 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 2.4 CARACTERIZAÇÃO DA OPORTUNIDADE A pesquisa envolveu o estudo de interesse de meninos, meninas e seus pais, mas do grupo pesquisado pela equipe, houve maior quantidade de meninos, e a resposta dos meninos incidiram com mais intensidade nas mesmas características. Isso fez com que a equipe identificasse com meninos de sete a nove anos, um perfil de brinquedo. As palavras associadas ao perfil de brinquedos são de acordo com as crianças: grande, para brincar em casa, para brincar com amigos, que seja um carro e que seja de montagem. De acordo com a opinião dos pais, o brinquedo tem que ser educativo. Para alguns pais seria bom que o brinquedo mantenha a criança “ocupada” em casa, mas uma parte significante preferia que elas brincassem ao ar livre. Percebendo a necessidade de que o brinquedo deveria ser didático, só o fato de ele ser montável já poderia servir de requisito dos pais, mas, além disso, o brinquedo poderia ter algum mecanismo por onde se visualizasse funcionalidade de um eventual mecanismo presente no brinquedo, o que poderia tornar mais interessante um carro montável funcional e que fosse transparente em algumas partes.
  • 28. Capítulo 3 Projeto Conceitual 29 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 3 PROJETO CONCEITUAL 3.1 INTRODUÇÃO No projeto conceitual são organizadas as informações coletadas ao longo das pesquisas. Com base em recursos do campo da metodologia do projeto como casa da qualidade e matriz morfológica é possível planejar o produto, estruturando características citadas por clientes e cruzando-as com requisitos de projeto para posteriormente, trabalhar com uma “hierarquia” de funções que é direcionada a cada componente e conjunto de maneira a obter um único produto que serve para cumprir uma função chamada global, que é cumprida pela organização das demais funções contidas no produto como um sistema. Função Global: Conectar partes Figura 9 - Análise Funcional 3.2 DEFINIÇÃO DA TAREFA 3.2.1 REQUISITOS DA QUALIDADE Na tabela abaixo há uma relação que permite obter uma linguagem mais técnica com base nas vontades dos clientes que por muitas vezes se apresentam abstratas.
  • 29. Capítulo 3 Projeto Conceitual 30 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Tabela 2 – Requisitos da Qualidade Unidade Correlação Número de cores número Positiva Preço R$ Negativa Número de usuários número Positiva Tamanho das peças cm³ Positiva Quantidade de peças número Positiva Resistência do material Pa Positiva Peso Kgf Negativa 3.2.2 CASA DA QUALIDADE Tabela 3 – Casa da Qualidade Relacionamento nulo Relacionamento fraco Relacionamento médio Relacionamento forte Permitir utilização dentro de casa 8 Permitir utilização de mais de 1 criança 7 Que possa movimentar 5 Montável 7 Peso baixo 5 Não tenha partes cortantes 10 Material que não se fragmente 10 Várias cores 8 Tamanho Grande 7 Valor de importância 40 147 109 106 125 121 92 Classificação de importância 7º 1º 4º 5º 2º 3º 6º Operação Segurança Aparência Resistênciadomaterial Peso Valordoconsumidor Requisitos de qualidadade X Necessidades do cliente Númerodecores Preço Númerodeusuários Tamanho Quantidadedepeças 3.2.3 ESPECIFICAÇÃO DO PRODUTO As especificações de produto permitem estabelecer um objetivo para cada requisito, o que possibilitaria medi-lo e transformá-lo em algo mensurável. A especificação de produto se torna importante, uma vez que apesar de todo o avanço obtido pelos requisitos de produto, transformando informações abstratas em uma
  • 30. Capítulo 3 Projeto Conceitual 31 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) linguagem apropriada para engenharia, não apresentem um meio de medir esses valores. Tabela 4 – Especificação de Produto Objetivos Sensores Saídas indesejáveis Observações 5 peças no mínimo Inspeção visual Poucas peças Resistir a quedas e manter integridade Teste de impacto Material frágil Material que não ofereça riscos tóxicos nem mecânicos para as crianças 1 a 2 usuários no mínimo Inspeção visual Usuário único Volume total com no mínimo 20x20x20 cm³ Medição métrica Brinquedo pequeno Peso máximo de 1 kg Pesagem na balança Brinquedo pesado 3 cores no mínimo Inspeção visual Poucas cores 3.3 DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS 3.3.1 FUNÇÃO GLOBAL E ESTRUTURA FUNCIONAL 3.3.1.1 O produto se trata de um brinquedo de montar que tenha uma funcionalidade de deslocamento, visto que muitas crianças indicaram o “carro” como uma de suas brincadeiras favoritas. Nesse caso, um brinquedo que seja um carro poderia servir para atender uma parte dos requisitos de projeto, mas considerando a principal característica dos carros de brinquedo existentes no mercado, e conferindo demais opções de brinquedos que apresentem essa característica que é mobilidade em virtude da presença de rodas, é identificado como outras possibilidades, brinquedos em forma de outros tipos de veículos. A ilustração abaixo esquematiza um desmembramento de funções que se relacionam com uma função global para o produto, que seria montar. 3.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
  • 31. Capítulo 3 Projeto Conceitual 32 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 3.4.1 TÉCNICA EMPREGADA PARA GERAR ALTERNATIVAS A geração de alternativas poderia ser feita por um “brainstorming” ou por um recurso conhecido como matriz morfológica. A equipe, porem, é composta por apenas três integrantes e que ainda são da mesma área profissional, o que de certa forma limitaria o potencial do “brainstorming”, visto que pessoas de uma mesma área estão sempre sujeitas aos mesmos paradigmas. Desta forma, o método usado para o desenvolvimento do produto, foi o da matriz morfológica, que estruturada de maneira a cruzar elementos do produto com formas de atender a mesma função, permite traçar uma imensa possibilidade de produtos com a mesma função global. Como o direcionamento de nossas perguntas para o consumidor já indicava brinquedo com forma veículo, a construção da matriz morfológica já foi produzida com alternativas para o desenvolvimento desse tipo de brinquedo.
  • 32. Capítulo 3 Projeto Conceitual 33 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Tabela 5 - Matriz Morfológica A B C D E Conectar Rodas Eixo Carcaça 3.5 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS 3.5.1 SELEÇÃO DA SOLUÇÃO Tendo feita a Matriz Morfológica, é necessário escolher uma opção das várias possíveis de serem criadas pelo cruzamento, para cada maneira existente de cumprir cada função encontrada no desmembramento da função global. A seleção de uma alternativa pode ser feita com a matriz de avaliação relativa ou a matriz de avaliação absoluta. Nesse trabalho foi escolhida a matriz de avaliação relativa, que permite a realização da melhor escolha com base em uma alternativa como referência. A Matriz de Avaliação Relativa permite que cada característica de cada produto possa
  • 33. Capítulo 3 Projeto Conceitual 34 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) ser ponderada a fim de se viabilizar a realização de comparações entre as alternativas e isso permite escolher um tipo de produto de uma maneira mais criteriosa. Foram escolhidas seis alternativas, todas para o desenvolvimento de um carro de brinquedo. Essas alternativas podem ser vistas na tabela 5. A avaliação para a escolha final foi feita marcando as opções que fossem melhores ou piores que alternativa de referência, atribuindo apenas pontos variando entre -1 e +1. A escolha final é dada pela alternativa número 6.
  • 34. Capítulo 3 Projeto Conceitual 35 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Tabela 6 - Alternativas para possíveis soluções Foram feitos uns esboços para a realização de protótipo além da matriz de avaliação relativa.
  • 35. Capítulo 3 Projeto Conceitual 36 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Figura 10 - Alternativa 1 Figura 11 - Alternativa 2
  • 36. Capítulo 3 Projeto Conceitual 37 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Figura 12 - Alternativa 3 Figura 13 - Alternativa 4
  • 37. Capítulo 3 Projeto Conceitual 38 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Figura 14 - Alternativa 5 Figura 15 - Alternativa 6
  • 38. Capítulo 3 Projeto Conceitual 39 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Tabela 7 - Matriz de Avaliação Relativa Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3 Alternativa 4 Alternativa 5 Alternativa 6 Peso - - R - - - Preço - - E = - = Design + + F = = + Tempo de montagem = - E = = = Cor agradável = = R - = + Tamanho - - Ê - + - Facilidade de encaixar = - N = = = Resistência + + C + - + Segurança = = I = = + A Somatório de + 2 2 1 1 4 Somatório de = 4 2 5 5 3 Somatório de - 3 5 3 3 2 Cálculo Líquido -1 -3 -2 -2 2 Ordenação das concepções 3º 6º 2º 4º 5º 1º 3.6 DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO E LAYOUT A opção escolhida como solução para essa oportunidade consiste em um produto com uma forma que imita um carro. Então ele vai ter três tipos principais de peças: carroceria, rodas e eixos para as rodas. Para o projeto, a “carroceria” é composta de apenas duas peças idênticas que podem ser fixadas uma na outra pela presença de velcro. A carroceria apresentaria também dois furos transversais na parte de baixo da sua geometria. Isso permitirá a passagem dos eixos. O eixo por sua vez, tem as rodas nele fixadas através de uma leve interferência para que as peças possam ser montadas e desmontadas apenas com a força de uma criança de oito anos. Além disso, o brinquedo pode ser montado de uma forma diferente, devido à geometria simples, viabilizando uma montagem apenas por encaixe. Nesse caso, o brinquedo levaria nele montado um eixo que tem um segmento com um diâmetro maior, podendo ser movido aproveitando-se o giro das rodas. O movimento desse eixo seria apenas para enriquecer o produto, propondo a solução uma funcionalidade. Nesse caso, a transmissão seria dada ao referido eixo por elásticos de dinheiro, que acabariam tendo uma função de correia. É interessante lembrar que o elástico poderá não ter uma vida tão longa quanto o restante das peças, mas é fácil de conseguir, garantido a diversão da criança.
  • 39. Capítulo 3 Projeto Conceitual 40 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) A carroceria do protótipo foi feita de madeira, mas o brinquedo poderá ter todas as suas peças feitas de polipropileno e eixos de madeira.
  • 40. Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 41 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 4 PROJETO PRELIMINAR E PROTÓTIPO 4.1 INTRODUÇÃO É na fase do projeto preliminar do protótipo que se dá início ao desenvolvimento efetivo do produto. Para isso é necessário verificar propagadores de restrições no mesmo que podem, por exemplo, estar relacionado à geometria de cada componente de maneira a inviabilizar algum encaixe. Se por ventura, no projeto é decidida a utilização de uma peça vinda de fornecedores, é sempre importante estar atento à necessidade de se desenvolver o sistema de maneira a ser compatível com a dada peça fornecida. Depois de conhecidos os propagadores de restrição, é possível estabelecer formas compatíveis com encaixes para a ocasião da montagem. A partir daí a continuidade do desenvolvimento alcança o dimensionamento com base nos conceitos de resistência dos materiais. Porem, o dimensionamento por critérios de resistência dos materiais é conveniente para um projeto, na medida em que se trabalha com limitações de custo, produto e segurança de maior magnitude. O desenvolvimento de um brinquedo para dentro de casa para crianças de 8anos, não atinge um nível de complexidade que requeira dimensionamentos tão detalhados a ponto de exigir cálculos minuciosos de resistência, visto que apenas visualmente já seria possível propor dimensões suficientemente resistentes e que acabem tendo altíssimos coeficientes de segurança sem deixar de ter um preço final acessível, se for escolhido materiais como plásticos, ou madeira. Esse trabalho apresenta o dimensionamento de um componente, usando apenas critérios de movimento, ergonomia e desejo de cliente. Quando se trata de Metodologia de Projeto, é de grande importância que o desenvolvimento do produto apresente a construção de um protótipo já que essa medida permitiria a descoberta de erros que poderiam se propagar para o produto final. Feito um protótipo, é possível testar eventuais funcionalidades, bem como corrigir defeitos que não tenham sido percebidos previamente evitando-se assim
  • 41. Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 42 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) gastos excessivos ou até mesmo desperdício de recursos com o projeto, reforçando a capacidade de conseguir um produto que seja o mais barato possível. 4.2 DESCRIÇÃO DOS PROPAGADORES DE RESTRIÇÃO No caso do brinquedo desenvolvido nesse trabalho, os propagadores de restrição estão principalmente relacionados com a montagem, mas também há alguns com o atrito, uma vez que cada eixo tem que deslizar em cada furo, viabilizando o movimento do brinquedo. É interessante que o atrito presente nos eixos seja reduzido o bastante para que o carro possa preservar alguma inércia quando solto depois de ser empurrado. Para que o brinquedo funcione adequadamente, foram listados os propagadores de restrição, que podem ser vistos abaixo: a) Furos menores que eixos, com uma folga, para que o eixo deslize facilmente b) Rodas com furos que tenham interferência com o eixo, assim as rodas nas duas extremidades do eixo poderão girar juntas e na mesma velocidade. c) Baixo atrito nos furos, garantindo o deslizamento dos eixos. d) Elásticos razoavelmente tencionados permitindo que a velocidade radial do eixo da roda se transmita para o eixo livre. 4.3 DIMENSIONAMENTO DE UM COMPONENTE O dimensionamento apresentado nesse trabalho é o da placa da carroceria. Visto que o brinquedo tinha que ser grande, a carroceria poderia ser a peça que tem maiores condições de permitir que o brinquedo como um todo atenda esse tipo de especificação. Para que então o produto possa ser considerado grande, determinou- se que ele tinha que ter mais de 300 mm de comprimento. Porem, para mantê-lo prático, ergonômico e leve o bastante para que a criança possa levá-lo a outros lugares. Para isso, pensou-se que as peças maiores poderiam ter um tamanho que permita que ele seja guardado em algum tipo de bolsa. Nesse caso, as peças maiores poderiam ter menos de 400 mm de comprimento. Assim sendo, a carroceria passa a apresentar as dimensões representadas abaixo.
  • 42. Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 43 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) Figura 16 - Carroceria 4.4 PROTÓTIPO 4.4.1 ESTRATÉGIA EMPREGADA Para a construção do protótipo, a principal estratégia, foi construir um sistema que pudesse imitar da melhor forma possível, o resultado desejado. Sabendo que o brinquedo tinha que ser grande, foi cortado placas de madeira que tivessem uma geometria semelhante à forma proposta pelo projeto. Para as rodas, foi procurado no mercado, algum objeto que tenha forma apropriada para isso e que atendesse com razoável aproximação ao formato da roda idealizada para o brinquedo. O objeto achado foi um copo portátil com tampa, feito de anéis e que é armado de uma maneira que lembra uma projeção telescópica. Então foram removidos os anéis, que eram irrelevantes para o propósito de roda e feitos furos no fundo e na tampa que acompanha o produto. A tampa foi presa ao copo por meio de fitas adesivas. Para o eixo livre, o objeto encontrado para atender a forma esperada foi um pote de filme fotográfico. A escolha dos materiais envolveu os seguintes critérios: a) Preço
  • 43. Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 44 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) b) Facilidade de corte e realização de furos c) Viabilização de manuseio, de forma a evitar lesões d) Atender funcionalidades presentes no projeto 4.4.2 DESCRIÇÃO DO PROTÓTIPO O protótipo consiste de quatro copos portáteis para atuar como rodas. Dois lápis foram usados como eixos para as rodas. Um terceiro lápis foi usado para ser um eixo que gira sem ter contato direto com rodas, sendo descrito nesse trabalho como eixo livre. Duas placas de acrílico com perfil de pessoas também foram cortadas para serem anexadas do lado de dentro do brinquedo, que imitasse a posição de um tripulante de brinquedo. O tripulante pode então ser preso ao carro pela presença de velcro. A fotografia abaixo ilustra uma idéia de como deve ser o produto, uma vez que ele seja um protótipo. Figura 17 - Protótipo
  • 44. Capítulo 4 Projeto Preliminar e Protótipo 45 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 4.4.3 TESTES PRELIMINARES Os testes preliminares foram feitos no parque São Lourenço. Para isso o protótipo foi deixado nas mãos de algumas crianças que brincavam pelo parque acompanhado dos pais. O que encantou bastante as crianças foi o fato de o brinquedo ter peças de várias formas, de onde muitos pais não viam claramente a possibilidade de se armar um carro. Entretanto, as crianças conseguiram construir o carro, e demonstrar um encantamento pelo produto, pela combinação de cores, movimento de uma peça que não tinha contato com o chão, e a possibilidade de prender demais peças ao carro pela presença do velcro. 4.4.4 RESULTADOS PRELIMINARES Com a boa aceitação do protótipo nos testes preliminares foram atingidos os objetivos do projeto que eram produzir um brinquedo com as características exigidas por esse grupo de consumidores. Mesmo não utilizando os materiais especificados no projeto a funcionalidade não foi prejudicada. 4.5 FECHAMENTO DO CAPÍTULO Mesmo com a intenção de não fabricar esse produto em escala industrial, com o protótipo construído foi possível verificar todas as virtudes e possíveis melhorias que o projeto possui. Foram satisfatórios os resultados obtidos e com isso comprovado que com um bom embasamento teórico de desenvolvimento de produto é possível construir um protótipo com grande chance de ser a solução viável para a oportunidade avaliada.
  • 45. Capítulo 5 Conclusões e Recomendações5 46 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1 CONCLUSÕES Durante o desenvolvimento do projeto foi observado a importância de realmente ter as informações necessárias relativas às necessidades do cliente em potencial. Com isso toda a pesquisa no levantamento do estado da arte, do benchmarking e do levantamento dessas necessidades do cliente é de vital importância para obter sucesso no desenvolvimento de um produto. Utilizando a técnica apresentada em sala de aula junto com a literatura foi possível transformar todas as informações adquiridas junto aos clientes e transformá-las em especificações para o produto desenvolvido. Com o projeto conceitual foi possível estabelecer de uma forma concreta todas as características que obrigatoriamente teriam que estar no produto bem como sua viabilidade teórica e construtiva. Estabelecendo as alternativas viáveis e selecionando a melhor opção utilizando a matriz de avaliação relativa foi possível identificar a melhor solução para o brinquedo exigido no projeto. Todo o processo de desenvolvimento do produto foi enriquecedor para a equipe de forma a entender na prática como funciona esse tipo de projeto na indústria. Foi possível aplicar na prática conhecimentos adquirido na sala de aula e na literatura. Também foi comprovado que ao utilizar uma metodologia adequada e criteriosamente atender todas as etapas do desenvolvimento é possível atingir uma solução boa de produto mesmo para desenvolvedores de produto inexperientes e sem talento nato. No final, ao atender as expectativas do cliente e poder aprender todo o processo de desenvolvimento de um produto a equipe chega a resultados satisfatórios para o produto final. Com isso foi acrescentado experiência para os alunos e viabilidade prática de todo conteúdo aprendido na disciplina de metodologia de projeto.
  • 46. Capítulo 5 Conclusões e Recomendações5 47 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Para o próximo projeto poderia ser desenvolvido um brinquedo com mais itens que fazem parte do dia-a-dia das crianças de forma a facilitar a sua construção. Também a possibilidade de mais configurações de uso é um grande fator de encantamento para as crianças junto com a quantidade de cores. Há também a possibilidade de se desenvolver um carro de fricção desmontável, com tração vinda por molas, como é o caso de soluções entradas no mercado, ou criar uma nova solução de tração, que fosse por elásticos.
  • 47. Referências 48 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) REFERÊNCIAS 1. Back, Nélson; FORCELLINI, Fernando Antônio. Projeto de Produtos – Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. Florianópolis: UFSC. 2. PAHL, Gerhard; BEITZ, Wolfgang. Engineering Design: A Systematic Approach. Ed: Springer, 1995. 3. BYTHEWAY, Charles W. Fast Creativity and Innovation: rapidly improving processes, product development, and solving and solving complex problems. J. Ross Publishing, Inc. 4. SARKAR, Soumodip. O Empreendedor Inovador. Ed. Elsevier. 5. MEFANO, Ligia. O Design de Brinquedos no Brasil: Uma Arqueologia do Projeto e suas origens, Rio de Janeiro. 6. Brinquedos Estrela < http://www.estrela.com.br/> acesso em 9 de março de 2010 7. Ri Happy brinquedos < www.rihappy.com.br> acesso em 12 de março de 2010 8. Brinquedos Mattel < http://www.mattel.com/> acesso em 12 de março de 2010 9. RiHappy Brinquedos, Brincando de Engenheiro <http://www.rihappy.com.br/ch/prod/27480/brincando-de-engenheiro---73- pecas.aspx > acesso em 23 de maio de 2010 10. RiHappy Brinquedos, Playmobil Cavaleiros do Dragão <http://www.rihappy.com.br/ch/prod/27480/brincando-de-engenheiro---73- pecas.aspx>, acessado em 23 de novembro de 2010.
  • 48. Apêndice A Título do Apêndice A 49 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) APÊNDICE A – QUESTIONÁRIOS DE PESQUISA Questionário 1-Qual destes brinquedos você prefere? Lava-car/ Peão / io-io/ Bola ou Boneca Montar palavras/decifrar palavras Jogo da Memória Lego 2-Qual tamanho de brinquedo você prefere? Grande Pequeno Qualquer tamanho 3-Voçê prefere brincar aonde? No parquinho. Na rua. Dentro de casa. 4-Voçê prefere brincar... Sozinho. Com os amigos. 5-De qual desenho animado você mais gosta? Pica pau Pato Donald’s Outro_________ 6-Que brinquedo você gosta mais? Barraca Maquete(casinha,lava-car ferrorama)
  • 49. Apêndice A Título do Apêndice A 50 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010) animais de brinquedo quebra-cabeças bonecos carro avião Barco Outro:_______ QUESTIONÁRIO DOS PAIS(ORIENTADORES) 1-Qual tipo de brinquedo você acha que desenvolve mais as habilidades da criança? R: 2-Qual tipo de brinquedo elas mais gostam? R: 3-Voçê prefere que elas brinquem aonde? Ou tanto faz. R: 4-Qual brinquedo você gostaria de poder dar para elas e porquê? R:
  • 50. Anexo A Título do Anexo A 51 METODOLOGIA DE PROJETOS DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (2010)