1) Uma jazida com pegadas de dinossauros foi descoberta em 1996 na Praia do Salgado em Portugal, datada do período Jurássico.
2) As pegadas pertenciam a dinossauros bípedes e quadrúpedes que viviam em uma área florestada e úmida com influência de água doce e salgada.
3) Em 2018, os pesquisadores voltaram ao local e concluíram que as pegadas pertenciam a terópodes, possivelmente aves, com base em características como t
1. Jazida da praia do Salgado – pegadas de “galinhas com dentes”?
Grupo de Paleontologia (GP) – 2018
Agrupamento Escolas Paço de Arcos
A jicnoazida da Praia do Salgado foi descoberta em 1996 por
colegas do GP, depois de terem encontrado nesse ano a jazida de
Famalicão da Nazaré, acerca de 4 km de distância.
As pegadas surgem em três estratos calcários na zona sul da
praia do Salgado, concelho de Alcobaça, datados do Jurássico
superior (transição Oxfordiano – Kimmeridgiano - cerca de 155
M.a.).
Os colegas procederam aos
trabalhos de limpeza, remoção de
pedras, mapeamento, recolha
fotográfica e descreveram a amostra.
.
Estas pegadas foram atribuídas a
dinossáurios bípedes (terópodes
e ornitópodes) e a quadrúpedes
(saurópodes).
Em 2018, voltámos ao local, para verificar o estado da
amostra, inferir o habitat frequentado pelos produtores das
pegadas e reanalisar as conclusões dos colegas.
Os dinossáurios visitavam ambientes com bastantes árvores, encharcados, com aportes de água doce /
salobra. Os corais encontrados nos estratos sobrejacentes sugerem transgressão por águas marinhas,
pouco profundas e bem agitadas, sempre em clima tropical.
A comparação entre as pegadas descobertas em 1996 com os
exemplares que observámos em 2018 sugere que a influência dos
agentes erosivos no desgaste dos icnitos foi pouco significativa.
As pegadas mais salientes dos bípedes (pistas a vermelho e
azul) são tridátilas, com comprimento e largura de 33 cm e 31,5
cm, ângulo de divergência II – IV de 91º. Os dígitos (II e IV com
comprimentos idênticos) terminam por impressões de garras
aguçadas, sem impressões de almofadas falangeais e são muito
estreitos.
A velocidade é elevada - para uma passada média de 2,7m (SL), a
velocidade rondava os 11 km/h - apesar do ângulo (PA) de passo
ser baixo (144º).
Estas caraterísticas levaram os colegas a atribuírem as pegadas
a dinossáurios terópodes, provavelmente aves.
1996 2018
(I)
Inês Amaral, Manuel Cabrita,
João Cazalta, Beatriz Lory