Comunicação apresentada nos XXXIII Colóquios de Relações Internacionais da Universidade do Minho, a 20 de Março de 2012. Sessão "Internet e Redes Sociais: as novas armas do povo".
1. A Primavera Árabe e a
revolução semântica
Inês Amaral – Instituto Superior Miguel Torga / CECS (Centro de Estudos
de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho)
XXXIII Colóquios de Relações Internacionais da Universidade do Minho
Março 2012
2. Revolução Social @ curso
Sociedades infoincluídas e infoexcluídas
Dinâmicas próprias: novos espaços
sociotecnológicos
Potencial de disseminação de informação e
conhecimento através das tecnologias
Geografia sóciotecnológica de redes e nós
interligados por fluxos de informação
3. A rede em números
Os números das sociedades infoincluídas
2010: 28.7% da população mundial tem
acesso à Internet
2000 a 2010: projecção de crescimento de
444.8%
31 de Dezembro de 2011: 32.7% da
população mundial tem acesso à Internet
Twitter: 1 milhão de tweets por semana
Facebook: 845 milhões de utilizadores
5. Web Social
Mudança social e comunicacional
Comunicação e interacção em modelo
colectivo
Modelo alternativo e emergente de
comunicação
Esferas “tecnosociais” na vida quotidiana
Alterações no panorama da comunicação
6. A era da cultura da convergência
Novos [velhos] rótulos para a Internet
A sabedoria das multidões (Surowiecki)
Inteligência colectiva (Lévy)
Inteligência conectiva (Kerchove)
Intercriatividade (Berners-Lee)
7. Modelação pela técnica
Comunicação orientada à sociabilização
Plataformas participativas
Reformulação do processo tradicional de
comunicação
Mutação do conceito de esfera pública
Novas formas de sociabilidade
Novas práticas e relações sociais
Perspectiva multi-canal da comunicação
9. Novas palavras-chave
Era da velocidade
Mobilidade
Interacção
Convergência
Intersecção
Multimédia
Multi-canais
Multi-plataformas
10. Novo ecossistema
Espaço de convivência e convergência
Audiências
Media profissionais
Fontes de informação
Novos gatekeepers
11. “We the Media”?
Evidências
Aparecimento de novos gatekeepers,
maioritariamente profissionais
Fortalecimento da centralidade dos
media profissionais
Espaço público complexo e multifacetado
12. Participação em rede
Media Sociais
Consumers 2.0
Prosumers
User-generated media
13. Novas plataformas
Acção colectiva baseada em práticas
sociais
Streamings múltiplos
Utilizadores como filtro
Utilizadores como amplificadores
14. Modelo de comunicação em rede
Informação distribuída em rede
Distribuição descontextualizada
Produção distribuída
Consumo colectivo e em mobilidade
15. Primavera Árabe
O fenómeno da glocalização
Assunto na agenda mediática mundial
Media sociais como determinantes
enquanto veículo de mensagens
Credibilização pelos media profissionais
Aparecimento de novos gatekeepers com
poder de influência e acesso directo aos
meios e audiências
16. A Primavera Árabe na rede
Revoluções com vários actores sociais
Forma de exercer pressão sobre as
esferas de poder
Complemento à participação cívica
2 momentos: i). Utilização das redes
para veicular a mensagem e procurar
credibilização pelos media profissionais;
ii). Gerar conversação viral em torno dos
assuntos à escala mundial
Comunicação com o exterior: o papel
crucial dos dispositivos móveis e satélites
17. O meio já não é a mensagem?
Do fenómeno Wikileaks à Primavera
Árabe
Repositórios de informação
contextualizada pouco atractiva para o
público
O jornalista como curador de conteúdo?
Necessidade de tratamento da
informação, distribuição e credibilização
do produto final
18. A Primavera Árabe em números
Revolução Facebook?
Tunísia: acesso à rede = 33.9%
(Março.2010) > 22.2% no Facebook
(Março.2011)
Egipto: acesso à rede = 24.5%
(Março.2010) > 8% no Facebook
(Março.2011)
Líbia: acesso à rede = 5.4% (Junho.2010)
> 1.1% no Facebook (Março.2011)
19. Revolução dos media sociais?
A necessidade de desmistificar
Os media sociais não foram o principal
impulso das revoluções no mundo árabe
A utilização dos media sociais, em
particular do Twitter, ocorreu numa
perspectiva externa
A massa crítica do Twitter e os media
profissionais foram audiência de uma
utilização perfeita da técnica pelos novos
gatekeepers
21. A apropriação da técnica
Novas práticas sociais ao serviço da
mensagem: WEB SEMÂNTICA - #
Novos meios para difundir informação
Potencial disseminação viral de
conteúdos
Os media profissionais como audiência
Evolução dos grafos sociais para os grafos
de interesses, actividades e conversação
22. Uma revolução semântica
O papel das hashtags na Primavera
Árabe
Promover a adesão a movimentos sociais
e políticos
Publicitar as revoluções como um todo
organizado
Assegurar streamings de informação
Indexar mensagens a conteúdos
Disseminar informação por canais de
comunicação que promovem a acção
colectiva
23. Do-It-Yourself Media = Power to the
People
A utilização perfeita de ferramentas
para disseminar informação
Canais de comunicação para promover a
acção colectiva através de interacções
sociais
Perspectiva de esfera pública refugiada
de eventuais censuras
Criação de comunidades de laços que
sustentam e mobilização a acção cívica e
política
24. A rede não é uma arma directa do povo
Revoluções com vários actores sociais –
a apropriação da técnica como forma
de propaganda
A técnica não é uma arma directa do povo
A utilização dos media sociais não pode
ser interpretada como uma causa directa
nas mudanças políticas
As revoluções foram feitas pelas pessoas
O ciberespaço foi o elo de ligação entre
diferentes redes
25. A rede é um mundo de incertezas
A questão não será se as
revoluções aconteceriam
sem a Internet mas antes se
teriam o mesmo impacto
no mundo.