1. 5 DICAS PARA REDIGIR TEXTOS
COM MAIS
BOSSA
Cícero Nogueira
Fevereiro de 2014
2. Você já percebeu que estamos vivendo a era da ATENÇÃO?
Em tempos em que não se faz nada sem consultar a
internet, despertar a curiosidade da audiência é o prêmio de todo
e qualquer comunicador– profissional ou amador. A humanidade
nunca esteve tão conectada com a leitura e a comunicação.
Assim, só quem realmente cativa o público consegue mantê-lo fiel
diante do leque infinito de opções.
A BOSSA é o ziriguidum; é o que vai além da
retina e desperta interesse e atenção.
É a habilidade de comunicar com leveza e espiritualidade.
Veja, a seguir, algumas dicas para acrescentar mais BOSSA em
seus escritos:
3. EVITE PROLIXIDADE
Seja inimigo da redundância, vá direto ao ponto. Desde que
surgiu o e-mail, não se começa mais uma carta com
“saudações, prezado senhor”.
Você pode ir direto ao assunto sendo gentil e educado. Pesar a
mão na introdução não o tornará mais simpático.
Esboce tudo e depois elenque as informações mais
importantes para colocá-las em evidência.
4. ABUSE DO BOM HUMOR
Seja bem humorado, provoque um sorriso no canto da boca
do seu leitor. Tem coisa melhor do que ler um texto - longo
ou curto – que te levanta o astral?
Cuidado para não parecer irônico ou sarcástico
(ou seja, se julgar necessário).
Até as situações mais pitorescas ou esdrúxulas podem ser
tratadas com bom humor. Veja este exemplo:
„Vibrador ecologicamente correto...‟
5. USE METÁFORAS
Não economize nas figuras de linguagem, especialmente as
metáforas. Será um divisor de águas em seu ofício de escriba.
Elas acrescentam uma pitada de poesia; um verniz de
musicalidade e sofisticação (percebeu a quantidade delas neste
parágrafo?).
Inspire-se na obra de Machado de Assis; perceba as imagens
mentais que o grande mestre da literatura
brasileira nos proporciona.
“Guiomar, que estava de pé defronte dele, com as mãos
presas nas suas, deixou-se cair lentamente sobre os joelhos do
marido, e as duas ambições trocaram o ósculo fraternal.
Ajustavam-se ambas, COMO SE AQUELA LUVA TIVESSE SIDO
FEITA PARA AQUELA MÃO” (A Mão e a Luva, 1874).
6. LIVRE-SE DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Aceite que a língua está em plena evolução e a fala não se
prende, necessariamente, às regras gramaticais.
Acrescente em seus textos o modo de falar das pessoas
sobre as quais está escrevendo. Se for algo muito diferente
do que seu leitor está acostumado, coloque entre aspas.
Lembre-se: a rigidez da gramática matou o “Latim
original”. Né não?
7. RESPIRE E DEIXE RESPIRAR
Se seu texto passar de duas laudas, ponha-lhe intertítulos.
Faça conexões e dê ao seu leitor a chance de parar a
leitura, tomar um café, para voltar com as ideias mais
arejadas.
O uso de metáforas e outros recursos subjetivos é
sempre bem-vindo.
Está discursando sobre a obra musical de Cazuza? Que tal
um intertítulo assim: “O tempo não para”?