O documento discute a evolução da comunicação de massa desde a Revolução Industrial até a atual era digital, marcada pela convergência entre mídias e concentração de poder em grandes conglomerados. A globalização e novas tecnologias transformaram a sociedade em uma civilização da informação, mas também aumentaram a desigualdade digital entre quem tem e não tem acesso à internet.
2. Início da civilização até 1750 - Sociedades agrárias
Quando as pessoas trouxeram para perto de si
seus alimentos e também começaram a surgir as
cidades (10.000 anos);
Deus determinava a cada um o seu lugar, fosse
ele religioso, nobre ou camponês. Informação
concentrada na igreja;
3. Revolução Industrial
A Era da Produção (padronizada); Após a Revolução
Francesa ( 1789);
Democratização da informação;
Surgimento do correio, imprensa escrita e falada,
rádio e televisão;
A escola ganha lugar próprio – educação de massa;
4. Revolução do Conhecimento – após a II G.M. (1945)
Desmassificação da produção, da distribuição, da
diversão, da educação, com predomínio da
diversificação;
Customização – processos para atender
necessidades dos clientes;
Civilização centrada na informação e na
tecnologia;
Modernidade líquida;
5. Mudança na tecnologia intelectual – O conhecimento
passou de meio adicional de produção de riquezas para
meio principal. O conhecimento consegue reduzir a
participação de todos os outros meios de produção;
Globalização – é o ápice da segunda onda e meio de
propagação da terceira onda. Homogeneização do
mundo;
GLOBAL X LOCAL
6. A partir do desenvolvimento industrial
alavancado a partir do século XIX, os meios de
comunicação de massa (MCM), em todo o
mundo, entraram em um processo de
desenvolvimento sem precedentes;
Wilson Dizard Jr., especialista em tecnologia e
comunicação, aborda em ‘A Nova Mídia – a
comunicação de massa na era da informação’, o
impacto das atuais tecnologias sobre as antigas e
o que se pode esperar da chamada hibridização
midiática e convergência tecnológica para a qual
o mundo se encaminha;
7. Associa a comunicação de massa a tecnologia e a
mudança. Tendo em vista que avanço é algo
intrínseco à tecnologia, tal relação acarreta
transformações em todas as esferas da
sociedade;
A nova mídia nada mais é que um fenômeno ou
tendência mundial de uma forma de mídia onde
todos os componentes hibridamente se
convertem para o mesmo fim, tendo em comum
a computação e a internet como principais
tecnologias;
8. Tal contexto tecnológico midiático ocasiona
mudanças em sentido técnico, político e
econômico no cenário mundial da mídia de
massa.
Técnico no sentido da adaptação das mídias
às novas perspectivas impostas pela
digitalização;
9. Político no que se refere às leis e
regulamentos de qualquer esfera
governamental;
E econômico no sentido da concentração do
poder dentro dos grandes conglomerados de
mídia;
10. Podemos prever com certeza o que o futuro
reserva para o rádio, Tv e mesmo para a
imprensa?
Até que ponto o avanço tecnológico satisfaz as
necessidades de cada cidadão?
Conforme problematizado, “a pergunta
decisiva é como todas essas possibilidades
podem nos beneficiar numa democracia pós-
industrial mais complexa.” (DIZARD, 2000,
pág. 15).
11. Tais questionamentos se justificam quando,
apesar de todo avanço e vantagens em
termos de acessibilidade, flexibilidade e
interatividade, a digitalização ainda não
chega a todas as classes e camadas sociais;
O chamado analfabetismo digital, que separa
cada vez mais aqueles que têm dos que não
tem, é algo que precisa ser tratado
urgentemente;
12. A rápida sucessão do avanço tecnológico tira
das camadas sociais a percepção do atual
cenário de mudança e a emergência de novos
padrões de mídia eletrônica de massa e
pessoal, além de dividir a opinião dos
especialistas em comunicação quanto ao
futuro da internet e das comunicações na era
da informação massiva e excessiva.
13. Há quem acredite que teremos uma sociedade
democrática, onde todos serão agentes receptores e
produtores de informação (interagentes) –
integrados;
Já outros ditam o caminho do fim, do desconexo,
principalmente porque a cultura de massa
disseminada pela mídia introduz conceitos, dita
valores e muda a maneira de ser e de agir de milhões
de pessoas, acentuando ainda mais a disparidade e
segregação social e digital que separa o mundo entre
os que têm acesso à comunicação e ao poder e os
que, por não estar incluídos ao ciberespaço, ficam
alienados do desenvolvimento proporcionado pelas
novas tecnologias – apocalípticos;
14. O sistema legislativo de comunicação
brasileiro ainda encontra-se regido por uma
Lei de Imprensa sancionada em plena
repressão do Regime Militar, especialmente
sobre os meios de comunicação de massa,
portanto não contempla, entre outras coisas,
as atuais mídias eletrônicas de massa;
15. Em decorrência do avanço mundial e a
convergência das novas tecnologias da
comunicação, atrelados ao fenômeno da
globalização, os chamados “conglomerados
de mídia” concentram a propriedade no setor
das comunicações em todo o mundo,
resultando na consolidação e emergência de
um pequeno grupo de megaempresas
mundiais;
16. A oligopolização, como um novo padrão universal, é
comparado por estudiosos do setor como o biológico
processo de sinergia que, em tese, trabalha com o
pressuposto de que a interação de duas unidades
“produz algo maior do que a soma de suas duas
partes”. No campo das comunicações, isso equivale à
junção e ação coordenada de várias empresas,
visando uma maior eficiência na atuação das
mesmas. Embora positivo e contemporâneo do ponto
de vista da eficiência e da dinâmica que o setor das
comunicações demanda, tal processo acarreta
conseqüências e mudanças estruturais que afetam
não só a economia de um país, como também a
democrática inserção de outros segmentos no setor
envolvido.
17. No contexto brasileiro, LIMA (2001) diz que
“o novo padrão universal vem assumindo no
Brasil feições particulares” uma vez que
possui como principais características: 1) o
inalterado domínio do setor das
comunicações por grupos familiares e/ou
políticos; 2) a entrada das igrejas no setor
das comunicações e 3) o fortalecimento da
posição hegemônica da Globo.
18. A tendência mundial para o novo século no
contexto da nova mídia é a convergência das
atuais tecnologias da comunicação na
produção e distribuição de informações
propiciada pela computação, digitalização e
internet. Tal convergência reconfigura o
padrão até então adotado pelas mídias
tradicionais, acirrando severa competição na
indústria midiática.
19. O processo de globalização e a convergência
das mídias tornam a sociedade cada vez mais
dependente da comunicação midiática, não
se pode, sob hipótese alguma, minimizar a
importância de sanções políticas no campo
das comunicações, sob pena de ser
seriamente ameaçado o direito à liberdade de
expressão no mundo.
20. DIZARD, Wilson. A Nova Mídia – a comunicação de
massa na era da informação. Tradução: Antonio
Queiroga e Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editores, 2000.
Eco, Umberto. Apocalípticos e Integrados. Coleção
Debates. São Paulo: Perspectiva, 1979.
TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 26ª Ed. Rio de
Janeiro: Record, 2001.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução:
Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.