1) O documento descreve a história das Copas do Mundo de futebol desde sua criação em 1930 até 1974, incluindo os países-sede, campeões e principais acontecimentos de cada edição.
2) A primeira Copa foi realizada no Uruguai em 1930 com poucas seleções europeias devido à crise econômica da época. O Uruguai venceu na final contra o Brasil.
3) A Copa de 1950 no Brasil foi a primeira após a Segunda Guerra e contou com poucas seleções europeias em recuperação. O Urugu
1. ENTENDENDO AS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL.
A história de uma paixão mundial - Depois da fundação da Fifa, em 1905, o desejo de realizar um supercampeonato
envolvendo selecionados de vários países crescia dia após dia. O futebol era o esporte de maior sucesso nos Jogos Olímpicos,
só que estes eram organizados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), portanto, a Fifa perdia um pouco o controle do seu
próprio esporte. Os países europeus gostaram da ideia, mas esta teve de ficar por algum tempo encubada, porque os
constantes conflitos entre os países do Velho Continente - culminando com o advento da Primeira Guerra Mundial - impediam
qualquer tipo de contato amistoso. Em 1921, um francês chamado Jules Rimet assumiu a presidência da FIFA. A Primeira
Guerra já havia acabado fazia alguns anos e, sendo assim, os ânimos estavam mais tranquilos e, talvez, até propensos à
realização do dito torneio de futebol. Em 18 de maio de 1929, o congresso oficial realizado pela FIFA aprovou a realização do
campeonato mundial de futebol no ano seguinte, 1930.
1930 – Uruguai - Mesmo com a oferta de benefícios por parte do governo uruguaio, que comemorava o centenário de sua
independência, a escolha do país-sede não foi um ponto pacífico. Alguns países, como a Itália e a Espanha, achavam que a
Copa deveria ser realizada na Europa. Outros alegavam não ter dinheiro nem tempo para permanecer mais de um mês fora - é
preciso lembrar que a Copa foi realizada apenas um ano depois da crise da bolsa americana, que levou vários países europeus
praticamente à falência devido a seu vínculo de dependência com os EUA. Desemprego, colapso do mercado externo e interno,
manifestações pró-ditaduras e formação de partidos de extrema direita foram alguns dos sintomas apresentados pelos países
europeus mais afetados pela crise. Dessa forma, apenas quatro selecionados do Velho Continente compareceram à primeira
edição do torneio: França, Bélgica, Romênia e Iugoslávia. Financiado pela Fifa, o navio Conte Verde levou as seleções
europeias até o Uruguai, com exceção do selecionado iugoslavo, que não queria cruzar com os romenos, passando no Brasil
para dar uma carona aos jogadores e dirigentes brasileiros. O Brasil compareceu com um selecionado carioca porque houve
divergências entre cariocas e paulistas - estes alegando que existia bairrismo na escolha dos atletas. Até por ser o primeiro, tal
campeonato foi bastante desorganizado. Segundo os relatos da época, as partidas foram muito violentas.
Países participantes: 13
Vice-campeão: Argentina
Campeão: Uruguai
1934 – Itália - Copa foi utilizada como propaganda política do fascismo de Benito Mussolini e, para que esta surtisse efeito, era
necessária a vitória do selecionado italiano. O "Duce", como era chamado o ditador, não mediu esforços para isso. Os
memorialistas dizem, por exemplo, que o jogador Monti, o melhor da Argentina, recebeu na Copa anterior ameaças contra seus
familiares, indo então jogar futebol na Itália, e os ameaçadores eram agentes italianos infiltrados. Outro disse que um general
acompanhou passo a passo o selecionado, pressionando os jogadores a vencer. Três fatos interessantes: pela primeira vez,
houve eliminatórias para decidir quem seriam os 16 países participantes; o Uruguai - atual campeão - resolveu boicotar os jogos
em represália à não-participação italiana em 30; e ocorreu a primeira participação de um país que não era do eixo AméricaEuropa, o Egito, representante da África. O Brasil teve uma participação apática: perdeu na primeira rodada de 3 a 1 para a
Espanha e foi eliminado.Países participantes: 16
/
Vice-campeão: Checoslováquia /
Campeão: Itália
1938 – França - Mesmo com as tensões antecedentes à Segunda Guerra Mundial, resolveu-se dar continuidade às disputas da
Copa do Mundo. A Alemanha havia anexado a Áustria alguns meses antes e, como os dois países estavam confirmados, a
Copa foi realizada com um participante a menos. Além disso, o selecionado alemão foi reforçado por alguns atletas austríacos.
A França realizou o Mundial com muita organização. Pela primeira vez, o país-sede e o último campeão não precisaram
disputar as eliminatórias. Era a primeira vez também que o país anfitrião não disputou a final do campeonato. O Brasil foi bem
nessa Copa, chegou até as semifinais, disputando com a campeã Itália. Perdeu, mas de um apertado 2 a 1 - é preciso lembrar
que o técnico brasileiro não escalou nesse jogo o principal jogador do escrete: Leônidas da Silva. Na disputa pelo terceiro lugar,
o Brasil venceu a Suécia por 4 a 2, ganhando a medalha de bronze. Países participantes: 15, Vice: Hungria, Campeão: Itália
1942 e 1946- Triste pausa - A Segunda Guerra Mundial se estendeu de 1939 a 1945. Seria de se supor que a Copa de 1942
fosse cancelada, já que grande parte dos países europeus e americanos estava envolvida nessa catastrófica guerra. Mesmo já
terminada a guerra, em 1946, a destruição ocasionada por esta em todo o continente europeu e os problemas financeiros dos
países americanos inviabilizava a realização da Copa do Mundo de Futebol.
1950 – Brasil - A primeira Copa pós-guerra foi realizada no Brasil, o único país candidato a sediar o Mundial. Os países
europeus ainda tentavam se reestruturar, por isso, foram muitos os países que desistiram de participar desse torneio. Os
ingleses, que nunca se importaram com o torneio, resolveram participar, demonstrando que estavam se reestruturando após
toda a destruição ocasionada pelos bombardeios nazistas. Mesmo com um selecionado debilitado por causa da morte de vários
atletas durante a guerra, os bretões eram os francos favoritos - afinal, eram eles os inventores do futebol. Mas foram uma
decepção geral. Amargaram uma vexatória derrota para os EUA - selecionados sem tradição nenhuma no futebol. A "zebra" foi
tão grande que alguns jornais ingleses, acreditando que era um erro de telex, anunciaram a vitória da Inglaterra por 10 a 1,
quando, na verdade, o resultado era 1 a 0 contrário. O Brasil, que pouco foi afetado durante a guerra, era o franco favorito. Nas
vésperas da final contra o Uruguai, a euforia tomou conta do país: eram jornais publicando fotos dos futuros campeões
mundiais, políticos querendo posar ao lado dos craques, comemorações antecipadas. Ao término do jogo, com a vitória de 2 a 1
dos uruguaios, o quadro se reverteu completamente. As ruas ficaram vazias, o país entrou em luto - a ponto de o capitão
uruguaio, Obdulio Varela, afirmar que, se soubesse que a tristeza seria tão grande, não lutaria tanto para vencer o jogo.
Países participantes: 13
Vice-campeão: Brasil
Campeão: Uruguai
2. 1954 – Suíça - A Suíça, já no término da Copa de 1950 no Brasil, havia manifestado interesse em organizar o próximo Mundial.
Como esse país havia ficado neutro na guerra, seus danos foram pequenos e sua economia era estável, viabilizando o projeto.
Nessa Copa, começaria uma parceria que, nos anos seguintes, alcançaria o sucesso: a transmissão do futebol pela televisão.
Os favoritos não foram bem, o Brasil foi eliminado pela surpresa da Copa - a Hungria -, enquanto os uruguaios conseguiram
apenas um quarto lugar. Na verdade, boa parte da superioridade húngara vinha de uma revolucionária descoberta feita por seus
preparadores: o aquecimento é de fundamental importância para o rendimento do atleta. Assim, os gols marcados pelo
selecionado húngaro eram quase sempre nos dez primeiros minutos da partida, enquanto os jogadores adversários ainda
estavam frios. Na final, a fenomenal Hungria do craque Puskas foi surpreendida pela Alemanha, que acabou sagrando-se
campeã. Países participantes: 16
Vice-campeão: Hungria
Campeão: Alemanha
1958 – Suécia - O sucesso na Copa anterior, na Suíça, foi fundamental para a escolha do próximo país-sede: a Suécia, que,
por sinal, assim como a Suíça, também tinha ficado neutra durante a Segunda Guerra, não dependendo de recursos externos
para se reconstruir. Outra conseqüência da guerra: o mundo foi dividido em dois segmentos: o bloco socialista -liderado pela
URSS - e o bloco capitalista - liderado pelos EUA. A disputa de poder entre os dois blocos foi chamada de "guerra fria". Na
década de 50, essa divergência se intensificou muito, chegando às disputas esportivas, principalmente às Olimpíadas e à Copa
do Mundo. Assim, em 1958, na Suécia, a equipe da URSS era temida, pois se acreditava que seus jogadores eram produzidos
em laboratório. Ledo engano: já na primeira fase, o Brasil superou o temido adversário por 2 a 0, com um show à parte de
Garrincha. No meio da Copa, lançou no time titular um garoto de apenas 17 anos. Seu nome: Edson Arantes do Nascimento - o
Pelé -, o maior jogador de todos os tempos. O Brasil venceu todos os seus adversários com facilidade. A final contra a anfitriã
Suécia terminou em goleada: 5 a 2. Países participantes: 16
Vice-campeão: Suécia
Campeão: Brasil
1962 – Chile - Depois de muito esforço, o Chile conseguiu trazer novamente a Copa para a América do Sul. Seguindo o slogan
"Porque nada temos, tudo faremos", a comissão organizadora esforçou-se bastante para cumprir todos os requisitos exigidos
pela Fifa. Mas a principal característica do torneio foi a violência. Foram vários os incidentes em campo envolvendo dirigentes,
comissão técnica e, principalmente, os jogadores. Pelé, por exemplo, teve uma distensão muscular no jogo contra a
Checoslováquia, ficando fora do restante da Copa. Felizmente, o Brasil precisou somente da genialidade de Garrincha para
superar os adversários, vencendo na final novamente contra a Checoslováquia com o placar de 3 a 1.
Países participantes: 16
Vice-campeão: Checoslováquia
Campeão: Brasil
1966 – Inglaterra - Os novíssimos televisores coloridos mostraram para os lares mais abastados da Europa, pela primeira vez,
o sorteio dos grupos que iriam compor a VIII Copa do Mundo. A influência britânica dentro da Fifa trouxe ao país inventor do
futebol o maior campeonato de todos os tempos. Uma curiosidade: alguns meses antes do início da Copa, a taça Jules Rimet foi
misteriosamente roubada, sendo encontrada pelo faro apurado de uma cadela chamada Pickles. O Brasil não foi bem nessa
Copa, Garrincha já não jogava como antes e Pelé foi literalmente "caçado" no jogo contra Portugal. A final foi entre as
protocolares escolas inglesa e alemã. Depois de um empate no tempo regulamentar, os ingleses fizeram um gol ilegal na
prorrogação: a bola não ultrapassou completamente a linha. No final da prorrogação, ainda seria marcado mais um gol pelos
ingleses, decretando o primeiro título mundial ao país-sede. Final: Inglaterra 4 a 2 sobre a Alemanha.
Países participantes: 16
Vice-campeão: Alemanha
Campeão: Inglaterra
1970 - México
A Copa do México foi transformada pelos mexicanos em mais do que um simples evento esportivo, tornando-se uma grande
festividade. A televisão, pela primeira vez via satélite, transmitiu os jogos para o mundo todo. E, assim, várias pessoas foram
agraciadas, podendo assistir ao vivo a volta do futebol arte. O desacreditado Brasil ressurgiu através da figura de Pelé, que
consolidou nesse Mundial a condição - incomparável até a atualidade - de melhor jogador de futebol de todos os tempos. Não
se pode negar também a importância de craques como Tostão, Jairzinho, Rivelino, entre outros... Foi um espetáculo que
encantou de perto mexicanos e, a distância, todo mundo. Na final, um resultado incontestável: Brasil 4 a 1 no tradicional
selecionado italiano. Como o Brasil foi o primeiro selecionado a conquistar o tricampeonato, a taça Jules Rimet foi entregue
definitivamente ao país (até o momento em que foi roubada e derretida).
Países participantes: 16
Vice-campeão: Itália
Campeão: Brasil
1974 - Alemanha
Os preparativos e a própria Copa do Mundo foram cercados de muita segurança, devido ao atentado ocorrido na Olimpíada de
Munique em 1972, quando revolucionários de um grupo chamado Setembro Negro - que defendia a independência da Palestina
- atacaram o alojamento onde se encontravam os atletas israelitas, o que resultou na morte tanto de atletas quanto dos próprios
terroristas. Assim, com cuidados redobrados, a Copa da Alemanha foi muito organizada. Uma inovação ocorrida nessa edição
da Copa foi o jogo de abertura ser feito pelo último campeão. É interessante destacar o jogo entre as duas Alemanhas, a
Ocidental e a Oriental, já que, após a Segunda Guerra Mundial, foi criado um grande muro na cidade de Berlim que separava a
Alemanha em dois países distintos: de um lado do muro, sob a influência americana, a Alemanha Federal; do outro lado, sob o
comando soviético, a República Democrática. Venceu esse jogo aquela de característica capitalista, por 1 a 0. O Brasil, favorito
devido ao espetáculo exibido na última Copa no México, decepcionou mostrando um estilo novo, que visava somente ao
resultado. Acabou assim, devido a sua tática equivocada, amargando um quarto lugar. A final foi entre o tradicional selecionado
da casa, a Alemanha, e a surpreendente Holanda, batizada de "carrossel holandês". Venceu a tradição.
Países participantes: 16
Vice-campeão: Holanda
Campeão: Alemanha
1978 - Argentina
Em 1966, a Fifa tinha tomado a decisão de alternar as Copas do Mundo entre Europa e América, cabendo a esta, então, ceder
o país que realizaria o torneio. Era a vez da Argentina, equipe tradicional que nunca havia sido anfitriã de uma Copa. Os países
europeus criticaram bastante essa escolha, alegando que a Argentina não oferecia a segurança necessária, pois o regime
político era uma ditadura militar, bastante questionada pelo povo argentino, o que gerava constantes conflitos civis. Além disso,
os selecionados europeus temiam enfrentar o país anfitrião por causa da violência de seus jogadores. Mas não teve jeito, a Fifa
não alterou sua escolha. O Brasil foi bem no torneio, jogando um futebol aguerrido, ficou em terceiro lugar, mas saiu invicto do
3. torneio, sendo chamado por esse motivo pela crônica brasileira de "campeão moral", já que muito se especulava sobre um
acerto de resultados entre Argentina e Peru, garantindo a presença argentina na final. Novamente, o anfitrião faria a final contra
a Holanda, que praticaria o mesmo futebol eficiente da Copa passada. O resultado foi o mesmo da Copa anterior: venceu o time
da casa.
Países participantes: 16
Vice-campeão: Holanda
Campeão: Argentina
1982 - Espanha
Desde a Copa do México, em 1970, a Espanha vinha observando e preparando a organização de um Mundial. Assim, depois da
Copa de 1978, esse país foi confirmado como país-sede. A Fifa, a partir dessa Copa, lançou uma política de expansão: o
número de participantes aumentou significativamente e os investimentos em marketing foram pesados. Os resultados foram os
esperados: a superpopularização do futebol, que era a meta da Fifa, aconteceu. Cabe ressaltar que o nível técnico da
competição foi altíssimo, colaborando ainda mais para o sucesso do torneio. O Brasil era o favorito, pois havia acabado de
revelar uma geração de jogadores que seria considerada por alguns melhor que a geração de Pelé. Nela, figuravam nomes
como Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezzo, Batista, Éder, entre outros craques. A auto-suficiência derrubou
inesperadamente o Brasil diante da Itália numa tarde excepcional de Paolo Rossi. A surpresa e a tristeza no Brasil só foi
superada pela perda da Copa de 1950. Depois do feito, não existia nenhum adversário para a Itália que, naturalmente, sagrouse campeã. Nota: além de superar o Brasil nos gramados, a Itália igualou-se com o Brasil, pois recebeu o título de tricampeã
mundial.
Países participantes: 24
Vice-campeão: Alemanha
Campeão: Itália
1986 - México
Em 1978, a Colômbia foi escolhida como sede do Mundial de 1986, mas as crises do petróleo da década de 70 (os países
árabes membros da OPEP causaram um aumento artificial nos preços do petróleo), que causaram o colapso de várias
economias latino-americanas, afetaram a Colômbia, que, não tendo condições financeiras para a realização do Mundial, teve
que abnegar seu direito adquirido. Por causa da desistência da Colômbia, o México foi o primeiro país a organizar uma Copa do
Mundo pela segunda vez. O México também encontrou muitas dificuldades. A crise do petróleo afetou a economia mexicana
também e, em 1982, houve uma grande desvalorização da moeda mexicana, culminando com a declaração da moratória (isto é,
o México não tinha dinheiro para pagar as suas dívidas) pelo governo mexicano. Além dos problemas econômicos, meses antes
do início das disputas, ocorreu um grande terremoto que abalou o país inteiro. Mesmo com todas essas dificuldades, a
organização mexicana foi impecável. Os brasileiros esperavam que a seleção - que tinha a mesma base da Copa anterior, só
que com os jogadores já em final de carreira - suprisse a decepção na Espanha, há quatro anos. Nada disso ocorreu. O Brasil
foi eliminado num jogo dramático contra a França: o ídolo Zico desperdiçou um pênalti no tempo regulamentar, e Sócrates,
displicentemente, outro na decisão por penalidades máximas. O destaque não foi um selecionado, e sim, um único jogador:
Diego Armando Maradona, responsável pela vitória da Argentina.
Países participantes: 24
Vice-campeão: Alemanha
Campeão: Argentina
1990 - Itália
A Itália foi escolhida como país-sede da Copa de 1990 naturalmente, já que na ordem de alternância de continentes
era a vez do europeu e o tabu de não repetir um país como sede havia sido quebrado no México quatro anos antes.
A novidade era o sorteio dirigido, evitando que os favoritos se enfrentassem antes das etapas decisivas. O Brasil,
através do técnico Sebastião Lazaroni, favorecia a marcação e não a técnica individual do jogador brasileiro. A
imprensa batizou essa característica da seleção com a alcunha "geração Dunga". Aconteceu o que era evidente: o
Brasil foi eliminado pela Argentina de Maradona e Caniggia. A mesma final da Copa passada se repetiu: Alemanha
contra Argentina. Maradona não apresentou o mesmo futebol: vitória alemã - 1 a 0.
Países participantes: 24
Vice-campeão: Argentina
Campeão: Alemanha
1994 – EUA - Pela primeira vez, a Fifa resolveu escolher um país-sede com alta tecnologia, mas de pouca tradição
futebolística. Interessante é que tal evento pode ser visto de dois ângulos opostos: um sucesso se a referência for o
fator econômico, pois gerou muito lucro, mas um fracasso se sua finalidade era aumentar o número de espectadores
americanos, já que, embora o futebol fosse popular em número de praticantes, os esportes mais assistidos nesse
país são o basquetebol, o beisebol e o futebol americano. Para se ter uma idéia disso, a maioria da população
americana nem estava ciente da realização da Copa no seu país, e alguns americanos, quando indagados sobre o
"soccer", perguntavam se Pelé iria jogar nesse campeonato. O Brasil jogou um futebol que, embora não encantasse,
foi bastante eficiente. Chegou com resultados magros até a final, disputada num jogo sem muita emoção contra a
Itália. Quem ganhasse ficaria como o único detentor do título de tetracampeão mundial. Ficou para nós, mas com
um pouquinho de sorte na "loteria da disputa por pênaltis"...
Países participantes: 24
Vice-campeão: Itália
Campeão: Brasil
1998 – França - Apesar de se candidatar à sede do Mundial de 1998, a França não era um ponto pacífico nem dentro do seu
próprio país, pois grande parte da população era contra a realização do torneio. Mesmo assim, a organização foi muito boa, com
exceção da distribuição dos ingressos que, devido a falhas, acabou deixando muitos torcedores que atravessaram oceanos de
fora dos estádios. O número de equipes participantes novamente cresceu, atendendo às necessidades da Fifa de abrir mais
vagas para os emergentes continentes africano e asiático. O Brasil não convencia, a derrota na primeira fase para a Noruega
deixou a torcida receosa, mas chegou, aos trancos e barrancos, à final. Interessante é que a final em Paris foi mais
emocionante antes do jogo - nos bastidores - do que durante a partida propriamente dita. O polêmico caso envolvendo o jogador
Ronaldinho, que tivera convulsões horas antes da partida, até hoje tem vários pontos a serem explicados. Moral da história: um
acachapante 3 a 0 favorável aos franceses.
Países participantes: 32
Vice-campeão: Brasil
Campeão: França
4. 2002 - Japão e Coréia
Para a realização da Copa do Mundo de 2002, o comitê organizador da Fifa preferiu, assim como em 1994, investir em países
que não tinham muita tradição no futebol, mas onde o esporte se desenvolvia rapidamente e as condições financeiras eram
favoráveis. Assim, duas novidades foram lançadas na escolha do país-sede: pela primeira vez, esse campeonato seria realizado
fora do eixo Europa—América, sendo levado para o continente asiático. E, como nesse continente existiam dois países
interessados em sediá-lo, ambos com condições de organização bastante parecidas, também pela primeira vez, a Copa seria
disputada em dois países-sede, a Coréia do Sul e o Japão.
Os dois investiram na associação da organização e em alta tecnologia. Muitos estádios foram construídos, todos primando pela
modernidade, e hoje estão entre os mais avançados do mundo. Outra preparação que envolveu alta tecnologia foi a segurança,
desde o treinamento policial para evitar os temidos hooligans ingleses e alemães até o monitoramento aéreo contra o
terrorismo, muito temido, já que esse campeonato foi realizado menos de um ano após os ataques de 11 de setembro.
Alguns meses antes da Copa, enquanto o povo coreano vivia a euforia de ser o anfitrião do torneio mais importante do mundo,
os japoneses pareciam não estar muito ligados ao evento. O entusiasmo dos coreanos foi marcante e fundamental para a
seleção sul-coreana terminar o campeonato num surpreendente quarto lugar. Aliás, surpresas não faltaram nessa Copa. A
França, principal favorita e detentora do título, foi eliminada na primeira fase, tendo sido incapaz de marcar sequer um gol. Em
contrapartida, a Alemanha e o Brasil, que chegaram à Copa totalmente desacreditados e sofreram muito para conseguir
classificar-se, disputaram a final do campeonato. Foi a primeira vez que as duas seleções com melhores campanhas na história
das Copas do Mundo se enfrentaram em uma Copa, e o Brasil saiu vitorioso. Ronaldinho, que até poucos meses antes da
estreia nesse campeonato era considerado acabado para o futebol por causa de uma sequência de graves lesões, deu a volta
por cima, foi artilheiro da Copa e marcou os dois gols da final.
Países participantes: 32
Vice-campeão: Alemanha
Campeão: Brasil
2006 - Alemanha
Em 2006, a Copa do Mundo voltava à Europa tendo como país-sede a Alemanha, com tradição no futebol, detentora de três
títulos mundiais. A Alemanha tem a oportunidade de organizar a Copa do Mundo de Futebol pela segunda vez – a primeira foi
em 1974, na Alemanha Ocidental – após 28 anos de divisão geopolítica, representada pelo Muro de Berlim (1961-1989). Em
2006, a Alemanha, considerada então a maior economia da zona do euro, teve a oportunidade, por meio da Copa do Mundo de
Futebol, de mostrar-se ao mundo unificada.
O país germânico foi exemplar e metódico na realização dos compromissos e na organização da Copa, no que diz respeito à
construção dos estádios, à qualidade do transporte público, entre outros. Apesar de todo ele ter-se realizado com primor, a
indicação da Alemanha em 2006 foi um tanto controversa, pois desde aquele ano esperava-se um torneio de Copa do Mundo
no continente africano.
Naquele ano, a seleção canarinho era a favorita a mais um título mundial. Considerava-se o hexacampeonato por vários
motivos: o Brasil era o então campeão mundial, confirmando sua hegemonia como único país a participar de todas as Copas;
em 2005, foi campeão da Copa das Confederações, esta também organizada pela Fifa; além disso, o Brasil tinha a considerada
seleção das estrelas. Na verdade, a seleção brasileira teve uma participação muito aquém das expectativas mundiais: passou
da primeira fase sem grandes problemas, mas não mostrou um bom futebol; nas oitavas de final, venceu Gana por 3x0,
carimbando seu “passaporte” para as quartas de final. Então, foi no fatídico 1.o de julho de 2006, no Fifa WM Stadion Frankfurt,
que o Brasil jogou contra a França, em uma possível revanche de 1998. Muitos dos jogadores da partida de 2006 estiveram em
98 também, inclusive um velho conhecido dos brasileiros: Zinédine Zidane (Zizu). Porém, Zidane não foi o protagonista desse
jogo, pois, aos 12 minutos do segundo tempo, Henry, atacante francês, marca o destino do Brasil naquela Copa. A França
elimina o Brasil e os brasileiros lembram da imperdoável ajeitadinha na meia do nosso lateral esquerdo Roberto Carlos, que
deixou Henry livre para marcar 1x0 para a França.
A França seria a protagonista na final da Copa de 2006, ao lado da Itália, e os italianos seriam os campeões nas penalidades
máximas por 5x3. Um dos fatos marcantes na final foi a famosa cabeçada de Zidane no zagueiro italiano, que acabou na
expulsão do craque francês e marcou a sua última participação em Copas do Mundo.
Países participantes: 32
Vice-campeão: França
Campeão: Itália
2010 — África do Sul - De 11 de junho a 11 de julho de 2010, mais uma vez estaremos em frente à televisão, roendo as unhas,
angustiados e torcendo por 11 jogadores que representam a única seleção que conquistou cinco títulos mundiais, participou de
todas as Copas do Mundo FIFA e mais uma vez vai em busca do hexacampeonato.
Desta vez o mundial chega finalmente a um continente que cresce a cada ano em se tratando de bons jogadores e grandes
seleções. A Copa do Mundo terá como anfitriã a África do Sul, um país com 1.219.090 km2 de área, com uma população de
48,7 milhões de habitantes e cuja capital é a Cidade do Cabo.
A Copa de 2010 é a primeira a respeitar a rotação continental — ou seja, um rodízio entre todas as confederações mundiais de
futebol — determinada pela FIFA. No ano de 2004, em Zurique, na Suíça, a África do Sul foi eleita como país sede da Copa do
Mundo de 2010. O país se preparou construindo cinco estádios de alta qualidade, comparáveis aos europeus. Foi a primeira vez
que a África do Sul edificou estádios especificamente voltados ao futebol, pois as grandes construções esportivas eram
dedicadas somente aos esportes de elite como o rúgbi e o críquete, praticados apenas pela elite dominante do país,
principalmente na época do apartheid. Os melhores e mais modernos estádios estão localizados em Johannesburgo: no Soccer
City e no Ellis Park será realizado o maior número de partidas durante a Copa.
Nesse mundial, o Brasil apresentará uma característica diferente das últimas competições: a palavra de ordem renovação.
Dunga, ex-jogador e atual técnico da seleção canarinho, renovou grande parte do elenco que quatro anos atrás fracassou na
Copa de Alemanha. Após esse ano, houve a saída do técnico Carlos Alberto Parreira, atualmente à frente da seleção sulafricana em substituição a Joel Santana. Com a saída de Parreira, Dunga, sem experiência alguma como técnico, assumiu a
seleção, sofreu críticas pesadas, mas seguiu em frente com sua conduta forte já demonstrada em outra época como jogador.
Juntamente com Jorginho, fiel parceiro e atualmente membro da comissão técnica, começou a desenvolver um bom trabalho
que resultou em uma seleção com espírito competitivo. O time obteve, assim, um dos melhores resultados de sua história nas
eliminatórias para a Copa, manteve sua invencibilidade por um período muito longo e demonstrou que, ao contrário da Seleção
de 2006, está com os pés no chão, pronta para realmente buscar o título mundial de futebol de 2010. Países participantes: 32
5. Parceiros inseparáveis: a mídia e as Copas do Mundo
O grande parceiro do futebol, que colabora substancialmente para sua popularidade, é sem dúvida a mídia. Desde as primeiras
Copas com as transmissões radiofônicas até a moderna tecnologia via satélite usada na atualidade para as transmissões
televisivas, os meios de comunicação de massa contribuem para que o futebol se torne, cada vez mais, o esporte número 1 do
mundo. Mas essa relação não é unilateral: em contrapartida, o futebol na Copa proporciona altíssimos rendimentos para as
redes de TV através da venda de comerciais. Para se ter uma idéia: estatísticas estimam que aproximadamente 3 bilhões de
pessoas assistiram à final da Copa do Mundo da França em 1998 - nada mais do que metade da população mundial.
Mas essa relação também não é só harmonia. Volta e meia, surgem atitudes antidesportivas e mercantilistas que prejudicam, às
vezes, os próprios atletas. Alguns exemplos: as marcas de material esportivo digladiam-se para ocupar os melhores espaços na
mídia, seja com placas de publicidade nos campos, seja para fornecer material esportivo para os selecionados ou até mesmo
para patrocinar algum atleta famoso. Alguns estudiosos do futebol especulam até que determinados jogadores evitam passar a
bola para jogadores patrocinados por empresas concorrentes. Também afirmam que as empresas de material esportivo
influenciam nas convocações dos selecionados patrocinados por elas, privilegiando, obviamente, atletas também contratados
pela mesma empresa. Outro caso polêmico são os horários dos jogos. Hoje em dia, são marcados de acordo com os melhores
horários para transmissão - principalmente para a Europa. Assim, pegando-se, por exemplo, a Copa dos EUA, em 1994,
visualiza-se um grande número de partidas realizadas no horário próximo ao almoço, entre 12h e 14h, correspondente ao início
da noite nas principais cidades européias. Dessa forma, como no período era o verão americano, o rendimento do atleta ficava
comprometido devido ao calor exaustivo.
Curiosidades
- Nas primeiras Copas do Mundo, não eram permitidas substituições. Assim, caso algum jogador se contundisse, o selecionado
ficava com um jogador a menos em campo. Os jogadores que não jogavam sequer ficavam em campo, assistiam às partidas na
tribuna de honra.
- Ainda nas primeiras Copas, alguns selecionados permitiam que jogadores que não tinham a nacionalidade do país - e sim
simplesmente a descendência - fossem convocados. Outros permitiam a convocação de jogadores que simplesmente
estivessem jogando no país. Posteriormente, a Fifa e a International Board estabeleceram que o jogador só pode participar em
jogos oficiais de um único selecionado e, para isso, deve ter necessariamente um dos seguintes requisitos: ser natural do país
ou ser naturalizado cidadão do país que vai defender.
- Alguns jornalistas que cobriram a Copa de 1958 afirmam ter ouvido de Garrincha, após o jogo contra a URSS, que jogava com
o tradicional uniforme vermelho com calções brancos: "Não acredito que viajei tanto para jogar com o América!" (time do Rio de
Janeiro que tinha um uniforme parecido).
- Outras histórias sobre Garrincha: dizem que, ingenuamente, na Copa da Suécia, ele vendeu um rádio pelo qual havia pagado
muito caro para o massagista do selecionado brasileiro - o motivo: após ligar o aparelho, ele observou que a transmissão era
numa língua que não entendia. Fala-se também que, no meio da euforia dos jogadores diante da conquista da primeira Copa do
Mundo pelo Brasil, Garrincha, impassível afirmou: "Mas que campeonato sem-vergonha, não tem nem segundo turno".
- Um fato comum são os técnicos contratados pelos países árabes - geralmente europeus e sul-americanos reconhecidos
mundialmente - serem dispensados porque não escalam os jogadores preferidos dos príncipes. Os xeques são tão
acostumados a manipular o futebol nos seus países que, na Copa de 1982, na Espanha, um deles, originário do Kuwait, invadiu
o campo quando sua equipe acabava de tomar o quarto gol do selecionado francês. Ele exigiu que o juiz anulasse o gol: o
incrível é que sua ordem foi obedecida. Não adiantou nada, placar final: França 4, Kuwait 1, uma goleada. Por sinal, os estádios
dos países árabes são os mais luxuosos do mundo: alguns têm quartos para os príncipes cravejados com jóias; em um desses
estádios, foi construído um hospital porque, em determinada situação, um xeque sentiu um pequeno mal-estar e não pôde ser
atendido dentro do estádio.
- Na Copa dos EUA, em 1994, o jogador da Arábia Saudita Owairan driblou vários jogadores do selecionado belga, marcando
um dos gols mais bonitos de todos os tempos. Logo após a Copa, o jogador desapareceu dos gramados. Mais tarde, soube-se
que ele estava preso por cometer um dos crimes mais hediondos do mundo árabe: a infidelidade.
- Em 1954, na Suíça, houve um fato cômico: o Brasil jogava na primeira fase contra a Iugoslávia, e ambos os times precisavam
somente do empate para se classificar. Por falta de instrução, os dirigentes e jogadores brasileiros acreditavam que tinham de
vencer a partida para o selecionado não ser eliminado. Assim, o jogo começou com o Brasil "a todo vapor" e os iugoslavos
pedindo calma aos jogadores brasileiros. Ao final do jogo, depois do 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, os brasileiros
saíram de cabeça baixa, para só saberem posteriormente que estavam classificados. O apresentador Jô Soares - na época, um
menino - estudava em um colégio interno na Suíça. Conta ele que, ao entrar no ônibus para pedir autógrafos antes do jogo,
observando a interpretação errônea dos brasileiros, tentou avisá-los de que o empate também servia. A resposta: "Fica quieto
menino, não diz besteira!".
- João Saldanha foi técnico do selecionado brasileiro até há alguns meses antes da Copa de 1970, quando foi substituído por
Zagallo. Vejamos alguns dos seus feitos que culminaram com a sua demissão: não ia convocar Pelé porque este teria um
problema sério de visão. Detalhe: Pelé não fez nenhum exame de vista - o técnico acreditava que, quando um jogador ficava
muito tempo em um determinado segmento do campo, era porque ele não enxergava direito. Saldanha também não convocava
jogadores com cabelo black-power - a moda da época. Depois que os jornalistas pediram uma explicação, ele pegou uma bola e
começou a andar pelas ruas do Rio de Janeiro seguido pelos curiosos jornalistas. Logo encontrou o que queria: um careca e
uma pessoa com cabelo tipo black-power. Pegando a bola, Saldanha arremessou-a com força contra a cabeça do careca.
Depois, lançou-a vagarosamente contra a cabeça do "cabeludo". "Estão vendo, já pensou se na Copa um jogador tem um
cabelo desses? Ele vai ter que cabecear para marcar um gol para o Brasil e a bola fica amortecida para o goleiro! Vai ser um
desastre!", afirmava. Mais uma, depois de pressionado pelo presidente da República, Costa e Silva, que, fã incondicional do
jogador Dadá Maravilha, exigia sua convocação: "Eu não escalo o ministério do senhor presidente, não é? Então, ele pode
deixar, que a seleção escalo eu".
fonte: Escola Ninho.
6. Parceiros inseparáveis: a mídia e as Copas do Mundo
O grande parceiro do futebol, que colabora substancialmente para sua popularidade, é sem dúvida a mídia. Desde as primeiras
Copas com as transmissões radiofônicas até a moderna tecnologia via satélite usada na atualidade para as transmissões
televisivas, os meios de comunicação de massa contribuem para que o futebol se torne, cada vez mais, o esporte número 1 do
mundo. Mas essa relação não é unilateral: em contrapartida, o futebol na Copa proporciona altíssimos rendimentos para as
redes de TV através da venda de comerciais. Para se ter uma idéia: estatísticas estimam que aproximadamente 3 bilhões de
pessoas assistiram à final da Copa do Mundo da França em 1998 - nada mais do que metade da população mundial.
Mas essa relação também não é só harmonia. Volta e meia, surgem atitudes antidesportivas e mercantilistas que prejudicam, às
vezes, os próprios atletas. Alguns exemplos: as marcas de material esportivo digladiam-se para ocupar os melhores espaços na
mídia, seja com placas de publicidade nos campos, seja para fornecer material esportivo para os selecionados ou até mesmo
para patrocinar algum atleta famoso. Alguns estudiosos do futebol especulam até que determinados jogadores evitam passar a
bola para jogadores patrocinados por empresas concorrentes. Também afirmam que as empresas de material esportivo
influenciam nas convocações dos selecionados patrocinados por elas, privilegiando, obviamente, atletas também contratados
pela mesma empresa. Outro caso polêmico são os horários dos jogos. Hoje em dia, são marcados de acordo com os melhores
horários para transmissão - principalmente para a Europa. Assim, pegando-se, por exemplo, a Copa dos EUA, em 1994,
visualiza-se um grande número de partidas realizadas no horário próximo ao almoço, entre 12h e 14h, correspondente ao início
da noite nas principais cidades européias. Dessa forma, como no período era o verão americano, o rendimento do atleta ficava
comprometido devido ao calor exaustivo.
Curiosidades
- Nas primeiras Copas do Mundo, não eram permitidas substituições. Assim, caso algum jogador se contundisse, o selecionado
ficava com um jogador a menos em campo. Os jogadores que não jogavam sequer ficavam em campo, assistiam às partidas na
tribuna de honra.
- Ainda nas primeiras Copas, alguns selecionados permitiam que jogadores que não tinham a nacionalidade do país - e sim
simplesmente a descendência - fossem convocados. Outros permitiam a convocação de jogadores que simplesmente
estivessem jogando no país. Posteriormente, a Fifa e a International Board estabeleceram que o jogador só pode participar em
jogos oficiais de um único selecionado e, para isso, deve ter necessariamente um dos seguintes requisitos: ser natural do país
ou ser naturalizado cidadão do país que vai defender.
- Alguns jornalistas que cobriram a Copa de 1958 afirmam ter ouvido de Garrincha, após o jogo contra a URSS, que jogava com
o tradicional uniforme vermelho com calções brancos: "Não acredito que viajei tanto para jogar com o América!" (time do Rio de
Janeiro que tinha um uniforme parecido).
- Outras histórias sobre Garrincha: dizem que, ingenuamente, na Copa da Suécia, ele vendeu um rádio pelo qual havia pagado
muito caro para o massagista do selecionado brasileiro - o motivo: após ligar o aparelho, ele observou que a transmissão era
numa língua que não entendia. Fala-se também que, no meio da euforia dos jogadores diante da conquista da primeira Copa do
Mundo pelo Brasil, Garrincha, impassível afirmou: "Mas que campeonato sem-vergonha, não tem nem segundo turno".
- Um fato comum são os técnicos contratados pelos países árabes - geralmente europeus e sul-americanos reconhecidos
mundialmente - serem dispensados porque não escalam os jogadores preferidos dos príncipes. Os xeques são tão
acostumados a manipular o futebol nos seus países que, na Copa de 1982, na Espanha, um deles, originário do Kuwait, invadiu
o campo quando sua equipe acabava de tomar o quarto gol do selecionado francês. Ele exigiu que o juiz anulasse o gol: o
incrível é que sua ordem foi obedecida. Não adiantou nada, placar final: França 4, Kuwait 1, uma goleada. Por sinal, os estádios
dos países árabes são os mais luxuosos do mundo: alguns têm quartos para os príncipes cravejados com jóias; em um desses
estádios, foi construído um hospital porque, em determinada situação, um xeque sentiu um pequeno mal-estar e não pôde ser
atendido dentro do estádio.
- Na Copa dos EUA, em 1994, o jogador da Arábia Saudita Owairan driblou vários jogadores do selecionado belga, marcando
um dos gols mais bonitos de todos os tempos. Logo após a Copa, o jogador desapareceu dos gramados. Mais tarde, soube-se
que ele estava preso por cometer um dos crimes mais hediondos do mundo árabe: a infidelidade.
- Em 1954, na Suíça, houve um fato cômico: o Brasil jogava na primeira fase contra a Iugoslávia, e ambos os times precisavam
somente do empate para se classificar. Por falta de instrução, os dirigentes e jogadores brasileiros acreditavam que tinham de
vencer a partida para o selecionado não ser eliminado. Assim, o jogo começou com o Brasil "a todo vapor" e os iugoslavos
pedindo calma aos jogadores brasileiros. Ao final do jogo, depois do 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, os brasileiros
saíram de cabeça baixa, para só saberem posteriormente que estavam classificados. O apresentador Jô Soares - na época, um
menino - estudava em um colégio interno na Suíça. Conta ele que, ao entrar no ônibus para pedir autógrafos antes do jogo,
observando a interpretação errônea dos brasileiros, tentou avisá-los de que o empate também servia. A resposta: "Fica quieto
menino, não diz besteira!".
- João Saldanha foi técnico do selecionado brasileiro até há alguns meses antes da Copa de 1970, quando foi substituído por
Zagallo. Vejamos alguns dos seus feitos que culminaram com a sua demissão: não ia convocar Pelé porque este teria um
problema sério de visão. Detalhe: Pelé não fez nenhum exame de vista - o técnico acreditava que, quando um jogador ficava
muito tempo em um determinado segmento do campo, era porque ele não enxergava direito. Saldanha também não convocava
jogadores com cabelo black-power - a moda da época. Depois que os jornalistas pediram uma explicação, ele pegou uma bola e
começou a andar pelas ruas do Rio de Janeiro seguido pelos curiosos jornalistas. Logo encontrou o que queria: um careca e
uma pessoa com cabelo tipo black-power. Pegando a bola, Saldanha arremessou-a com força contra a cabeça do careca.
Depois, lançou-a vagarosamente contra a cabeça do "cabeludo". "Estão vendo, já pensou se na Copa um jogador tem um
cabelo desses? Ele vai ter que cabecear para marcar um gol para o Brasil e a bola fica amortecida para o goleiro! Vai ser um
desastre!", afirmava. Mais uma, depois de pressionado pelo presidente da República, Costa e Silva, que, fã incondicional do
jogador Dadá Maravilha, exigia sua convocação: "Eu não escalo o ministério do senhor presidente, não é? Então, ele pode
deixar, que a seleção escalo eu".
fonte: Escola Ninho.