1. O documento discute as noções de território, territorialidade, desterritorialização e reterritorialização, explicando como grupos marginalizados constroem novas territorialidades nos espaços urbanos.
2. É destacado que os espaços urbanos são ocupados de forma dinâmica e conflituosa por diferentes grupos durante o dia e a noite, e que a desterritorialização permite compreender novas formas de apropriação do espaço pelos excluídos.
3. Exemplos de desterritorialização em vários países são dados, como ac
1. TÓPICO 1 TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE
Hab-1.1.Reconhecer em imagens/fotos de tempos diferentes as mudanças ocorridas na produção do espaço urbano
e rural, sabendo explicar a sua temporalidade. 6
Hab- 1.2.Compreender no cotidiano as noções de território e territorialidade, aplicando-as nas situações que
produzem a vida na cidade e no campo.
Glossário:
Território- espaço demarcado por relações de poder.
Territorialidade- É o uso que é feito do território. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por grupos
sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a territórios de contravenção como o tráfico de
drogas.
Desterritorializados- Sãogrupos sociais ou indivíduos que se encontram marginalizados do processo
socioecoômico/cultural/político. Estão desenraizados no lugar em que vivem, sem pátria, sem terra, sem casa. Isto não significa
ausência de luta e conquistas. EX: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras.
Reterritorializados- são os grupos sociais ou indivíduos que tentam, lutam, buscam desesperadamente conquistar e dominar
um espaço/lugar onde possam recriar sua identidade. Isso acontece quando se conquista um território ocorrendo a organização
social, econômica, cultural e política dos indivíduos ou grupos que exercem seu domínio.
Territórios fora da lei- espaços demarcados por relações de poder paralelo que ameaçam a vida social regulada pelo poder
democrático tais como os territórios das drogas, da prostituição, das máfias.
Fronteiras: limite territorial de um Estado e do exercício do poder territorial. Na representação simbólica do território pode
significar as delimitações espaciais da segregação/discriminação, das resistências, dos valores, das identidades.
Limite-Linha que marca o fim de uma extensão. È uma linha comum a dois países ou a dois terrenos contíguos.
Os territórios têm relações sociais projetadas no espaço, estáveis ou instáveis, podendo formar-se e dissolver-se em rápido
intervalo de tempo, tendo existência regular ou apenas periódica, podendo ser contínuos ou não, conter um poder exclusivo ou
não, como territorialidades flexíveis. Para entender essa noção de território deve–se compreender territórios como propriedade
coletiva, pública, além da idéia de posse e de poder. Deve-se ter noção de limites, fronteiras, vizinhança, acesso, convergência,
territorialidade. A noção de territorialidade ainda deve ser explorada na lógica da ocupação e demarcação de poder legal e ilegal
de acordo com os interesses estabelecidos.
R E D T L M S
E U I V E I A O
T S E I E R M R D
E T L D L R I V A
R M A R E E I T I Z
R O D E S D T E L I
I A A S E A Ó H L
T T R P V D R O A
O U O B E I I P I
R E F O R L O R
I S O N J A D O
A P I F F I J T
L O R I S R U I
I D Ó E T O O S R
Z J T U S T N A R
A E I N A I T N E
D U R I N R E E T
O S R C O R I L S
S L E V N E R S E
G D T R I T A D
O que ensinar
1. As mudanças ocorridas na produção do espaço urbano do lazer em diferentes escalas e tempos.
2. As relações de poder implícitas na produção do espaço urbano, em especial no tocante ao lazer.
2. 3. As noções de território e territorialidade em situações que produzem a qualidade de vida na cidade: os territórios
de poder, os territórios das instituições, os territórios públicos, os territórios fora da lei.
4. Os processos de preservação e depredação do território expressos na paisagem: os territórios das Igrejas, a
ciclovia como território do lazer, as Vias Públicas(em algumas cidades em certos horários fechadas) para a
caminhada.
Objetivos:
- Reconhecer em imagens e fotos de tempos diferentes as mudanças ocorridas na produção do espaço urbano do
lazer em diferentes escalas sabendo explicar a sua temporalidade e as relações de poder nelas implícitas.
Desdobramentos da habilidade:
- Conhecer e identificar na paisagem urbana as territorialidades construídas em diferentes temporalidades no centro
das metrópoles como as gangues, mendigos, crianças de rua e outros sujeitos excluídos do processo de produção.
- Conhecer os territórios urbanos preservados e os depredados , identificando o papel das políticas públicas na
revitalização ou abandono.
- Ler nas pichações , na mendicância, na violência do trânsito e no comércio informal das vias de circulação a
territorialidades das classes sociais excluídas.
- Perceber o fluxo cotidiano de pessoas na temporalidade diurna e noturna das ruas e avenidas que geram
diferentes territorialidades em função da apropriação dos serviços e comércio urbanos.
-Identificar os processos de preservação e de depredação do território expressos na paisagem.
-Compreender no cotidiano a noção de território e territorialidade, aplicando-a na análise das situações que
produzem a vida na cidade em forma de postal.
- Criar postais que revelam a identidade recuperada dos patrimônios abandonados.
- Avaliar o papel das políticas públicas nas ações sociais destinadas aos desterritorializados.
Providências para a realização da atividade:
Materiais:
- Máquina fotográfica, filme, revelação, folha de papel ofício, lápis de cor e/ou cera, papel reciclado para postal, fotos,
etc.
-Planejamento da atividade extra-classe – trilha urbana: entrevistas, registro em fotos, ( revelação)
- Caderno para registros
- Textos xerocados para leitura.
- Pesquisa em sites na sala de informática
Pré-requisitos:
- Identificar na paisagem urbana os territórios demarcados por faixas etárias e classe social em diferentes bairros,
ruas, avenidas e periferias.
- Ter noção da paisagem cultural urbana, identificando seus elementos.
-Reconhecer na espacialidade da cidade diferentes grupos sociais e sua territorialidade.
- Identificar na paisagem urbana os espaços de lazer da juventude e dos velhos.
- Interpretar fotos para compreender o real.
Saber usar máquina fotográfica e tomar fotos relacionadas ao trabalho.
Texto – AS CONTRADIÇÕES NO USO DO TERRITÓRIO
A sociedade demarca novas e antigas paisagens caracterizadas, pelo desenraizamento e pela exclusão. Seus atores são os
sem teto, os refugiados, os camelôs, as gangues, as prostitutas, os doentes, os loucos, os pivetes, os mafiosos, os criminosos,
os ladrões, representando os desterritorializados.
Esses grupos que sobrevivem nas fronteiras da marginalidade e articulam-se com os lugares, criam territorialidades
clandestinas denominadas de reterritorialização. Eles se espacializam nos guetos, na rua, nos becos, nos asilos, nos hospitais,
nos presídios, nos clubes, nas sarjetas, praças numa relação conflitante com os outros usuários/incluídos no espaço.
A mobilidade e a flexibilidade dos desterritorializados envolvem o espaço e o tempo. O espaço diurno é preenchido pela
movimentação do comércio, dos serviços, dos transportes e pelos transeuntes na rotina cotidiana do trabalho e das compras. O
espaço noturno é ocupado por outros personagens que atuam na prostituição, em gangues, na mendicância ou na busca do
lazer noturno em bares e cafés. Assim, o fenômeno da desterritorialização possibilita a compreensão de novas territorialidades
em processo de reterritorialização do lugar.
A paisagem excluída ganha visibilidade na desterritorialização dos acampamentos dos Sem Terra, no Brasil, dos refugiados
balcânicos na Itália, dos desempregados africanos, na Espanha, nos acampamentos provisórios dos ruandeses na Tanzânia;
dos palestinos, no Líbano; de curdos na Lituânia; dos refugiados sudaneses no Quênia.
Análise do texto:
1- Explicar o entendimento de território e seu desdobramento em territorialidade, desterritorialidade e
reteritorialidade. Exemplificar.
2- Inferir da leitura do texto a relação entre os excluídos na cidade e no campo.
3- Explicar como se dá a exclusão na cidade. Quais as conseqüências dessa segregação no patrimônio
arquitetônico, no planejamento urbano e distribuição dos bens sociais públicos.
Atividade de Problematização
3. Considerando a segregação que ocorre no espaço urbano, questione por que os moradores empobrecidos das
favelas e dos bairros populares metropolitanos estão presentes mais freqüentemente nas associações comunitárias
de base residencial e religiosa, ao mesmo tempo em que apresentam baixa participação nos sindicatos, associações
profissionais e nos partidos políticos.
Atividade de Educação patrimonial e ambiental.
- Apresentar exemplos pelo Brasil e o mundo onde houve revitalização e os moradores de rua foram
expulsos, eliminando-se a violência e gerando outras relações produtivas no local. . EX: Cracolândia