Os motivos que levaram a OMS e o UNICEF a fazer opção por atuar junto aos hospitais se devem aos fatores envolvidos no desestímulo à amamentação relacionado a informações errôneas e práticas inadequadas atribuídas à unidade de saúde ou ao profissional de saúde. O conjunto de medidas para atingir as metas contidas da Declaração de Innocenti foi denominado de “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”, elaborado por um grupo de especialistas de saúde e nutrição de vários países.
MotivaçãO Para A AmamentaçãO ConstruçãO De Um Instrumento De Medida
Aleitamento Materno, copinho, mamadeiras, complemento e controvérsias por Claudia Xavier e Daniella Maia
1. Fga. Daniella Maia
Fga. Dra. Claudia Xavier
Aleitamento Materno, copinho, mamadeiras, complemento e
controvérsias
I. Introdução
A Região Norte é uma das regiões mais carentes do Brasil, com ampla área
territorial e baixa densidade populacional, apresentando diversas localidades de
difícil acesso. No ano de 1999, a região apresentava uma das maiores taxas de
mortalidade infantil do país, com 33,9 óbitos por 1.000 nascidos vivos, ficando atrás
apenas da região Nordeste, com 52,4 óbitos por 1.000 nascidos vivos, tendo como
uma das causas a ausência de informação sobre a importância do aleitamento
materno(SILVEIRA,2006).
Vale ressaltar que na Região Norte, mais precisamente na Grande Belém é
comum assistirmos mães amamentarem seus filhos recém-nascidos em vias e
logradouros públicos sendo uma prática que adentra a cultura paraense, mas que
quase sempre se restringe a mães de baixa renda e escolaridade, assim o ato de
amamentar é cultural.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que o aleitamento
materno deve ser exclusivo até os 6 meses de idade, e a extensão da prática da
amamentação até 2 anos ou mais, mas há casos em que a mãe não tem leite, ou
ainda, a criança não consegue pegar o bico do seio entre outros fatores que fazem
com que um recém-nascido não seja amamentado. Neste sentido a prática do uso
do copinho tem sido adotada, principalmente nos Hospitais Iniciativa Amigo da
Criança.
O Hospital Amigo da Criança adveio do encontro realizado em Florença, Itália
(Spedale degli Innocenti), em 1990, onde o Brasil juntamente com demais paises
reuniram-se. O Encontro foi promovido pela Organização Mundial da Saúde - OMS e
o Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF no intuito de prover
mecanismos e ações que pudessem ser desenvolvidos para proteção, promoção e
apoio ao aleitamento materno. Neste período, foi produzido e adotado pelos
2. 2
participantes do encontro “Aleitamento Materno na Década de 90: Uma Iniciativa
Global” um conjunto de metas chamado “Declaração de Innocenti”, que resgatava o
direito da mulher de aprender e praticar a amamentação com sucesso.
Os motivos que levaram a OMS e o UNICEF a fazer opção por atuar junto aos
hospitais se devem aos fatores envolvidos no desestímulo à amamentação
relacionado a informações errôneas e práticas inadequadas atribuídas à unidade de
saúde ou ao profissional de saúde. O conjunto de medidas para atingir as metas
contidas da Declaração de Innocenti foi denominado de “Dez Passos para o
Sucesso do Aleitamento Materno”, elaborado por um grupo de especialistas de
saúde e nutrição de vários países. Neste sentido temos:
1- Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineira
transmitida a toda a equipe de saúde;
2- Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para
implementar esta norma;
3- Informar todas as gestantes sobre as vantagens e manejo do
aleitamento;
4- Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora do parto;
5- Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, ,mesmo
se vierem a ser separadas de seus filhos;
6- Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite
materno, a não ser que seja indicado pelo médico;
7- Participar do alojamento conjunto - permitir que mães e bebês
permaneçam juntos 24 horas por dia;
8- Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
9- Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;
10- Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde
as mães devem ser encaminhadas, logo após alta do hospital ou
ambulatório.( LAMOUNIER,2006,p9)
Basicamente, os dez passos consistem de um elenco de medidas que visam
informar a todas as gestantes os benefícios e o correto manejo do aleitamento
materno. As mães devem ser informadas das vantagens do aleitamento e das
desvantagens em vários aspectos do uso de substitutos do leite materno, além de
ter noções sobre a lactação, estímulos para produção do leite materno, dificuldades
e soluções para os problemas na amamentação.
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC pode ser considerada como
uma campanha de caráter mundial que enfatiza a importância dos estabelecimentos
3. 3
de saúde, hospitais e maternidades na tríade proteção, promoção e apoio ao
aleitamento materno, caracterizando-se por reconhecer estabelecimentos de saúde
que ofereçam informações completas e corretas sobre as vantagens da
amamentação natural, bem como o manejo correto dos problemas, visando
melhorar a prática do aleitamento materno.
Os hospitais credenciados como Amigos da Criança já somam mais de quatro
mil em 170 países. No Brasil, em 1992, o Instituto Materno Infantil de Pernambuco -
IMIP, em Recife, foi a primeira instituição de saúde a receber a placa de Hospital
Amigo da Criança. No ano seguinte, foram credenciados o Hospital Guilherme
Álvaro, de Santos, no Estado de São Paulo, e a Maternidade Escola Assis
Chateaubriand, em Fortaleza. Dados do PNIAM de maio 1996, revelaram que 47
instituições credenciadas encontravam-se nos estados do
nordeste(LAMOUNIER,2006).
No Estado do Pará a IHAC foi adotada pelas seguintes instituições: Fundação
Santa Casa de Misericórdia do Pará (1998), Hospital de Clinicas Gaspar Viana,
Hospital da Ordem Terceira, Hospital Beneficente Portuguesa e Hospital Divina
Providencia – Marituba.
Segundo Corrêa (2007) a IHAC vem desmistificar conceitos e pré-conceitos
que mães tinham diante do ato de amamentar, pois não havia uma conscientização
e o devido conhecimento do valor do leite materno e/ou da prática da amamentação
na saúde da mulher e para o desenvolvimento sadio do recém-nascido, ou seja, os
verdadeiros benefícios para mãe e para o recém-nascido. Esta ausência de
informação favorece o desmame precoce com a introdução da alimentação via
mamadeira (bico artificial) prejudicando o desenvolvimento orofacial do recém-
nascido.
Pensou-se portanto em pesquisar sobre a prática atual do aleitamento
materno e o uso do copinho como complemento.
II.Objetivo
O objetivo deste a artigo é discutir sobre o uso do copinho na
complementação da alimentação de recém-nascidos, e também o uso da
mamadeira, na medida em que as duas formas de complemento ainda ocorrem com
essa população.
4. 4
III.Métodos
Pesquisou-se literatura atual sobre amamentação, o uso do copinho e
mamadeira como complemento alimentar a partir de artigos e livros científicos na
área de Fonoaudiologia, Ortodontia e Pediatria.
IV.Resultados
Os resultados da busca da literatura científica atualizada serão expostos nos
seguintes tópicos: benefícios da amamentação, o uso da mamadeira na
alimentação de recém-nascidos e o uso do copinho na alimentação de recém-
nascidos.
Benefícios da amamentação
A amamentação gera a diminuição de perda sanguínea, ou seja, previne as
possíveis hemorragias do pós-parto, proporcionando uma rápida recuperação da
mãe, pela promoção das contrações uterinas causadas pelo estimulo da sucção do
recém-nascido nos mamilos. Esse processo estimula a hipófise a liberar ocitocina,
promovendo a descida do leite, o que contribui para a expulsão da placenta e a
involução uterina.
Na produção de leite os hormônios prolactina e ocitocina são de suma
importância, pois enquanto o corpo se prepara para a lactação, o hormônio bombeia
sangue extra nos alvéolos, fazendo os seios ficarem firmes e cheios.
Assim, cada vez que a criança suga, estimula as terminações nervosas do
mamilo. Estes nervos levam o estímulo para a parte anterior da glândula pituitária
que produz a prolactina, ocorrendo a liberação para hipófise anterior. Esta, por
intermédio da circulação sangüínea, atinge as mamas que produzem o leite. A
prolactina atua depois que a criança mama e produz leite para a próxima mamada.
Essas etapas, desde a estimulação do mamilo até a secreção do leite, são
chamadas: reflexo de produção ou reflexo da prolactina.
5. 5
Com a sucção no peito, há também a liberação de outro hormônio, a
ocitocina, pela hipófise posterior, responsável pela ejeção ou descida do leite. A
ocitocina é responsável também pela contração do útero acelerando sua involução
e, portanto diminuindo o sangramento pós-parto.
A amamentação contribui para a estabilização da endometriose materna,
diminuição da probabilidade de desenvolver câncer uterino e mamário, sem
esquecer que o ato de amamentar promove a saúde bucal do recém-nascido, bem
como, auxilia no amadurecimento das funções orais incluindo o desenvolvimento
cognitivo da criança.
O recém-nascido ao sugar o bico do seio materno estimula o desenvolvimento
da musculatura da face, Ardran et al (_apud Corrêa,2005).
Para Martins Filho (1987) os mecanismos de sucção compreendem: língua,
mamilo, gengivas e desenvolvimento de pressão negativa na cavidade oral. Os
lábios do recém-nascido firmam-se em forma de “C” na junção côncava do mamilo e
da aréola do seio, encaixando-se plenamente enquanto os músculos da face se
contraem. A língua é lançada para frente para pegar o mamilo e a aréola. Em
seguida, o mamilo toca o palato duro e a língua movimenta-se para trás,
introduzindo a aréola dentro da boca. Assim, a pressão negativa é criada pela língua
contra o mamilo e o resultado é a verdadeira sucção. As gengivas comprimem a
aréola, lançando o leite para a parte posterior da cavidade oral, o leite flui em
contraposição ao palato duro favorecendo um sistema de alta pressão (pressão
negativa) na parte posterior da cavidade oral.
Neste sentido, a amamentação promove o correto desenvolvimento das
estruturas do sistema estomatognático por intermédio do equilíbrio das forças
musculares de contenção interna e externa (CARVALHO,1995).
O funcionamento adequado do sistema estomatognático está intimamente
ligado às funções de outros sistemas, como nervoso, o circulatório, o respiratório, o
digestivo entre outros. Assim, qualquer alteração no sistema estomatognático vai
interferir nos outros sistemas e, conseqüentemente, em todo o organismo do recém-
nascido.
A boca do recém-nascido é o sistema sensorial mais ativo, o que a faz ser
utilizada para as funções perceptivas. A zona oral é a que apresenta o maior número
de funções sensoriais motoras integradas.
6. 6
A musculatura orofacial e maxilar é responsável pelas relações de posições
vitais que mantém a aeração. Neste sentido, temos os reflexos orais que podem ser
divididos em adaptativos e protetivos. O reflexo de mordida, tosse e “gag”
(nauseante) são considerados de defesa, pois protegem as vias aéreas durante a
alimentação, enquanto os reflexos de busca, sucção e deglutição são adaptativos
pela importância na aquisição alimentar.
Os reflexos orais do recém-nascido são:
Gag: reflexo de defesa, que presente isoladamente, não pode ser
considerado como condição suficiente para iniciar a alimentação por via oral. Está
presente consistentemente e funcionalmente entre 32º e 33º semanas de idade
gestacional. Diferencia-se do reflexo de vômito por abranger menor extensão da
musculatura da faringe, laringe e língua. Este reflexo persiste durante toda a vida. A
persistência deste em região anterior e/ou sua exacerbação interferem no adequado
desenvolvimento das funções, como a sucção e mastigação.
Mordida: presente ao nascimento, enfraquecendo por volta do terceiro ao
quinto mês; desaparece entre o sétimo e o nono mês quando é substituído pela
mastigação. Não é um reflexo intenso em RN normal, e sua persistência em idades
posteriores ao esperado, pode indicar lesão neurológica e impedir o
desenvolvimento da mastigação. Mordida tônica com aumento de tônus não é
esperado em nenhum momento de vida, só em casos de comprometimento
neurológico.
Busca: é um automatismo que ajuda na orientação e na preensão do mamilo.
Está presente desde o nascimento e persiste até mais ou menos 3 a 4 meses de
idade.
Sucção: é um reflexo existente desde a vida intra-uterina e é capaz de
garantir a nutrição e hidratação desde as primeiras horas de vida. O controle
nervoso é de medula e ponte. A ação de sugar exige uma coordenação de língua,
do hióide, dos músculos da mandíbula e do lábio inferior.
Deglutição: nos primeiros meses de vida sucção e deglutição são
interligadas, agem simultaneamente e integradas à respiração. A deglutição é um
automatismo cujo controle nervoso envolve vários nervos cranianos e um centro
específico de deglutição, o romboencefálico da deglutição localizado no bulbo. Uma
vez ativado pelos impulsos do córtex cerebral e/ou pelos receptores periféricos na
boca e faringe todo o programa é desencadeado.
7. 7
Tosse: existem dois mecanismos que disparam a tosse. O primeiro é a
presença de substancias estranhas em vias áreas superiores ativando receptores
laríngeos, outro é iniciado pela presença de secreções brônquicas excessivas
ativando os receptores brônquicos. A resposta protetiva de tosse é um pré-requisito
para a segurança na alimentação por via oral, mas tosse excessiva sugere a falta de
coordenação sucção-deglutição-respiração.
Vale ressaltar, que as capacidades física e motora do recém-nascido devem
ser pesquisadas rotineira e sistematicamente acerca dos reflexos presentes no
período neonatal, o que permite a informação a respeito da integridade neurológica
do recém-nascido. Cabe avaliar:
Reflexo de Babinski: estimulo - no meio da sola do pé, resposta : os artelhos
se erguem e se abrem em leque;
Reflexo da preensão plantar: estimulo - aperto na proeminência da sola do
pé, resposta: encolhimento dos artelhos;
Reflexo de moro: estimulo - qualquer evento de surpresa, por exemplo, fazer
pender a cabeça, ruído forte, extensão rápida dos membros, resposta : extensão dos
membros superiores e inferiores e depois há volta ao padrão flexor próprio do RN,
tem a função importante, pois são os primeiros movimentos de extensão dos
membros no RN. Some por volta de 12 semanas ou 3 meses;
Reflexo de marcha ou do passo: estimulo - segurar o RN verticalmente
tocando levemente seus pés no colchão, resposta: o RN fará movimentos como se
fossem de passos, isto nada mais é do que flexão de um membro e extensão do
outro;
Reflexo da preensão palmar: estimulo- aplicar pressão ou objeto na planta
da mão, resposta: flexão dos dedos da mão, a mão se fechará e agarrará o objeto;
Reflexo da procura ou dos pontos cardeais: estimulo - acariciar o lado da
face ou os lábios, resposta: o RN virará a cabeça para o lado que está tocado e se
prepara para sugar;
Reflexo de vomito: estimulo - liquido ou sólido colocado na boca, resposta:
vomito. OBS.: presente ao nascimento tem evolução anterior para o terço médio e
depois para região posterior, posterioriza progressivamente com o uso de vários
utensílios, com a mastigação e com as diferentes consistências alimentares;
8. 8
Reflexo de Gallant: estimulo - estimulo tátil na pele do dorso, paralelo a
coluna vertebral de cada lado resposta: encurvamento do dorso se afastando do
estimulo;
Reflexo de extensão cruzada: estimulo - estimulo tátil na planta do pé,
resposta - flexão, seguida de extensão e adução do membro inferior contralateral.
A investigação devida destes reflexos pelo fonoaudiólogo possibilitará o
acompanhamento da evolução sadia do recém-nascido e a possível intervenção
fonoaudiológica caso seja necessário, principalmente referente à alimentação do
recém-nascido. Mas vale lembrar que a amamentação (aleitamento materno) facilita
o vinculo mãe e filho desenvolvendo segurança para as relações futuras, pois
desencadeia efeito positivo em seu desenvolvimento social, físico e mental (ZANINI;
FRANÇA, 2004).
Cabe ao fonoaudiólogo atualizar, desenvolver e aprofundar conhecimentos
teórico-práticos acerca da amamentação, indo ao encontro dos princípios da
Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC e atenção humanizada ao RN baixo
peso (Método Mãe-Canguru), bem como, discutir e informar as mães sobre a
importância do leite e ato de amamentar no desenvolvimento sadio do recém-
nascido.
O aleitamento materno, além de estimular o crescimento ântero-posterior da
mandíbula, reforça o circuito neural fisiológico da respiração nasal. O processo de
amamentação estimula o crescimento da musculatura facial de maneira adequada,
mas há situações em que o recém-nascido não pode ser amamentado ao seio,
assim, a mãe e/ou cuidadores podem lançar mão de métodos alternativos de
alimentação.
Em referência aos métodos alternativos e complementação de alimentação do
recém-nascido tem-se: a alimentação por sonda gástrica, a alimentação em copo ou
com suplementador de mamada, mediante a seringa ou conta-gotas e alimentação
por mamadeira. Nesta discussão iremos nos prender ao uso da mamadeira e ao
copo na alimentação e/ou complementação da alimentação do recém-nascido.
9. 9
O Uso da Mamadeira na Alimentação de recém-nascido.
A Agencia nacional de Vigilância sanitária – ANVISA, por intermédio de uma
das terminações da Resolução nº 221, de 7 de agosto de 2002, estabeleceu
procedimentos de segurança, controle sanitário, rotulagem, propaganda e marketing
para bicos, mamadeiras e chupetas,nos quais os fabricantes são obrigados a
colocarem no rótulos de seus produtos a seguinte advertência: “ O Ministério da
Saúde informa: a criança que mama no peito não necessita de mamadeira, bico ou
chupeta. O uso da mamadeira, bico ou chupeta prejudica a prática do aleitamento
materno”
A referida advertência vai ao encontro das recomendações da Organização
Mundial de Saúde – OMS, que também obrigam a utilização de instruções de uso no
rótulo do produto, incluindo orientações como: “ antes de uso, ferver a chupeta ou
bico por, pelo menos, cinco minutos”, “Examinar se o produto tem rasgo ou
perfuração” e “Não mergulhar a chupeta em doces, para prevenir cáries”, entre
outras informações.
Fischer; P.(2004) chamam a atenção para os tipos de bico de mamadeira
existentes no mercado, bem como, a verificação do tamanho, formato e resistência
do material que é confeccionado o bico, pois o recém-nascido pode ou não se
adaptar a estes. Também deve ser considerado o tamanho do furo que irá sair o
leite, para poder avaliar o nível de esforço que o recém-nascido irá realizar durante a
nutrição.
O bico da mamadeira apresenta formato, tamanho, textura e elasticidade,
diferentes do bico do seio materno, os lábios não conseguem um perfeito
vedamento, o que pode acarretar em respiração mista, lábios curtos e
hipofuncionais. Bebê não leva a língua contra o palato e projeta-a para frente ao
engolir o leite. Também, ao tomar a mamadeira com a cabeça inclinada para trás, e
com o peso da mamadeira sobre os lábios, o bebê simplesmente “deglute” o leite.
Consequentemente, o padrão motor oral , caracterizado pelo “suckling” – movimento
de anteriorização e posteriorização de língua, canolamento, força, entre outros, pode
se alterar. Ou seja, quando o bebê suga o bico da mamadeira, não faz esforço com
os mesmos músculos que são trabalhados no seio materno e não estimula o sistema
estomatognático da mesma forma, e mais especificadamente, não desenvolve
sempre a pressão positiva e negativa, importantes para o bom desenvolvimento
10. 10
motor oral e que é obrigatório para uma amamentação eficiente. Na mamadeira os
músculos bucinadores são os mais trabalhados, enquanto que no seio materno são
os masseteres, que posteriormente serão também trabalhados na mastigação.
Quadro 1 – Atividade dos músculos envolvidos na amamentação e no
aleitamento artificial.
Músculos Amamentação Mamadeira Bico ortodôntico
Masseter +++ + ++
Pterigóideo lateral +++++ - -
Pterigóideo medial ++++ + ++
Temporal fibras ++++ + ++
verticais
Temporal fibras ++++ - -
horizontais
Língua Antero- +++++ +++ -
posterior
Língua transversal +++++ +++ +
(concha)
Língua + +++ +++++
Vert.(elevação
dorsal)
Lábio superior +++++ + +
Lábio inferior ++ + +
Mentalis + ++++ +++++
Bucinador + ++++ +++++
Fonte: Alcântara; Xavier(2007)
11. 11
Quadro 2 – Atividades dos músculos na amamentação versus bicos artificiais
Músculos Amamentação Bico Comum Bico ortodôntico
Masseter Normal Muito hipotônico Hipotônico
Pterigóideo lateral Normal Muito hipotônico Muito hipotônico
Pterigóideo medial Normal Hipotônico Hipotônico
Temporal verticais Normal Hipotônico Hipotônico
Temporal Normal Hipotônico Hipotônico
horizontal
Língua Antero- Anteriorizada Posteriorizada Muito post.
posterior
Língua (concha) Normal Hipotonificada Muito hipotônico
Língua Vertical Dorso baixo Dorso elevado Dorso muito
elevado
Lábio superior Normal Encurtado Encurtado
Lábio inferior Normal Hipotônico Hipotônico
Mentalis Normal Hipertônico Hipertônico
Bucinador Normal Hipertônico Hipertônico
Fonte: Carvalho (1995)
Segundo estudo realizado com dois bicos ortodônticos (o bico Playtex e
Gerber Nuk), o bico Playtex, demonstrou favorecer alto fluxo de leite, que leva o
recém-nascido a obter maior volume de leite por minuto.Isto sugere que o bico
Playtex pode ser inadequado para recém-nascidos que sejam incapazes de
coordenar sucção, deglutição e respiração (FADAVI et al,1997)
Estes dados são coerentes ao relacionar com a experiência onde o recém-
nascido reduz a pressão de sucção intra-oral quando exposto ao fluxo de leite
intenso e necessita de pausas longas para deglutir este volume de leite e em
seguida respirar. Assim, não coordena adequadamente
sucção/deglutição/respiração, mas não por um problema clínico e sim pelo fluxo de
leite intenso.
Com relação, ao bico Gerber Nuk constatou-se baixo fluxo de leite, o que
favorece o padrão motor oral e a coordenação sucção, deglutição e respiração. No
entanto, se o bebê se cansar, por um problema anatômico e ou por alguma patologia
12. 12
envolvendo as habilidades de sucção e de deglutição, ele pode vir a não conseguir
extrair a quantidade necessária de leite para o seu desenvolvimento.
Os recém-nascidos pré-termo normalmente apresentam maior dificuldade na
coordenação da sucção, deglutição, e respiração, sendo importante que o terapeuta
e os demais profissionais ao oferecerem a mamadeira, dêem as pausas necessárias
para ajudar o recém-nascido pré-termo a não acumular o leite na cavidade oral, não
apresentar escape de leite, permanecendo com o padrão adequado de sucção e boa
coordenação do fluxo de leite. Quando são expostos ao seio materno é diferente,
pois o fluxo é menos intenso e não é constante, sofrendo variações durante a
mamada decorrentes também da pressão e atividades exercidas pelo RN, o que
favorece melhor coordenação sucção/deglutição e respiração. Por outro lado exige
que o bebê apresente padrão motor oral adequado, presença das duas pressões
(positiva e negativa), para que consiga extrair o leite do seio materno e mamar com
eficiência. O número de sucções que o bebê realiza na alimentação por intermédio
da mamadeira pode até ser semelhante ao seio materno dependendo do tipo de bico
que é utilizado, no entanto, a musculatura envolvida na sucção do seio materno
comparada com a mamadeira foi demonstrada como sendo diferente.
A experiência mostra que alguns pais citam benefícios ao utilizar a
mamadeira, como facilidade e praticidade na oferta do leite para o bebê, maior
aceitação do leite pela mamadeira e o maior controle da quantidade de leite recebida
pelo bebê. Estes pais referem se sentir mais tranqüilos, porque podem medir a
quantidade de leite que seu filho ingeriu o que garante a sua nutrição. Portanto,
acredita-se que os pais quando expostos desde o inicio às duas formas de
alimentação por via oral, seio materno e mamadeiras, podem se sentir inseguros
quanto ao aleitamento materno, nesta fase inicial, quando algumas dificuldades
podem ocorrer, favorecendo o desmame precoce.
Alguns estudos citam que para garantir a continuidade da amamentação no
seio materno quando o recém-nascido é exposto a outras formas de alimentação na
fase hospitalar, o ideal seria só oferecer a mamadeira ao bebê quando a mãe não
estiver presente na unidade Neonatal para evitar que a mãe pense que a quantidade
de leite que ela ofertou não tenha sido suficiente para nutrir o seu filho, ou que o seu
leite seja fraco, ou que o bebê apresenta mais facilidade para sugar na mamadeira.
Outro critério possível de ser utilizado com RNPT durante a hospitalização,
para a prevenção do desmame precoce seria, por exemplo, complementar a
13. 13
mamada no seio materno com sonda gástrica e sucção não nutritiva se o recém-
nascido aceitar, evitando que o bebê seja exposto a dois padrões de via oral
diferentes seguidamente (seio materno e mamadeira), como ainda é realizado em
alguns centros hospitalares (XAVIER,2004).
Expor o recém-nascido a dois padrões de sucção pode gerar “confusão de
bicos”. A “confusão de bicos” refere-se aos recém-nascidos com dificuldades de
alcançar correta configuração oral e padrão de “suckling” necessário para o sucesso
da amamentação após ser exposto a outros bicos artificiais (LAURENCE et al,1995).
As hipóteses citadas para explicar a possível “confusão de bicos” são:
1. Quando o recém-nascido é exposto a um bico artificial para sugar pode
induzir uma ação psicológica “negativa” sobre a amamentação no seio materno, pois
o bebê pode se reajustar para um padrão de “suckling” que comprimi e controla o
bico da mamadeira e não para o bico do seio materno. Além disso, se há grande
volume e fluxo rápido do leite pela mamadeira, diferentemente do seio materno, o
recém-nascido pode adaptar-se a uma configuração oral para controlar o rápido
fluxo de leite.
2. Se a primeira forma de alimentação do recém-nascido, após o nascimento
foi pela mamadeira o bebê é capaz de imediatamente “imprimir” uma forma de
configuração oral voltada para o bico artificial, conseqüentemente a tentativa do
recém-nascido ser amamentado no seio materno pode ser mais difícil.
3. O recém-nascido pode estar mais vulnerável a “confusão de bicos”, porque
não foi exposto ao colostro do seio materno nos primeiros dias de vida.
Já outros estudos discutem a “confusão das mães”, como sendo fator crucial
para o desmame precoce. A partir da experiência com recém-nascidos pré-termo,
expostos ao seio materno e mamadeira em Unidade Neonatal, foi possível observar
que as mães ficam confusas principalmente quando visualizam seus bebês sendo
expostos às duas formas de alimentação. Elas muitas vezes visualizam a rapidez
com que eles conseguem deglutir o leite e a quantidade exata ingerida e concluem
erroneamente que eles apresentam melhor desempenho na mamadeira. É
normalmente mais difícil para a mãe visualizar que os bebês alteram com maior
freqüência o padrão respiratório ao serem expostos à mamadeira, não coordenam
tão bem sucção, deglutição e respiração, apresentam também com maior freqüência
escape de leite, engasgos e irritabilidade após as mamadas. Elas acabam muitas
vezes aí desanimando com o aleitamento materno e posteriormente
14. 14
complementando as mamadas em SM com mamadeira, o que poderá acarretar em
desmame precoce se não muito bem discutido e orientado por profissionais
capacitados para a avaliação do processo de alimentação e deglutição de lactentes.
Ou seja, a experiência prática mostra que os bebês conseguem as duas formas de
alimentação com desempenhos diferentes, na medida em que ambas exigem
aspectos também diferentes relacionados ao padrão motor oral e deglutição. No
entanto, a mãe e a equipe de saúde é que realmente vão definir o desmame, e não
os lactentes com suas especificidades. Aí está o grande erro, pois o que deveria
definir a necessidade de formas diferentes de alimentação deveria ser a condição do
RN. Portanto, a conduta da equipe de saúde é sem dúvida alguma crucial neste
processo, e o profissional envolvido na avaliação e orientação da alimentação e
deglutição deve conhecer a fundo as habilidades e dificuldades do RN. Expor um RN
a várias formas de alimentação é muito mais complexo do que simplesmente a
hipótese levantada sobre “confusão de bicos” (Xavier, 2004).
Tanto a mamadeira quanto a chupeta com bico convencional ou ortodôntico
dependendo da intensidade, freqüência e período de utilização, poderão trazer
prejuízos na dentição, na fala (aquisição) e músculos da face, pois afetam o
desenvolvimento adequado das estruturas orais (JUNQUEIRA,2002). Além da
utilização em si, existem as questões genéticas que podem favorecer também o
desenvolvimento inadequado futuro.
Fatores que devem ser analisados na utilização de mamadeiras ou chucas
são as conseqüências que os bicos artificiais podem provocar junto ao recém-
nascido, como vários autores colocam (Haddad,1992; Pastor e Montanha,1994;
Carvalho,1995; Martins Filho,1987; Corrêa,2007). Estes afirmam que as
conseqüências podem ser:
- Crescimento e desenvolvimento insuficientes do sistema mastigatório em crianças;
- Alta incidência de maloclusão com discrepância dos dentes em relação à base
Óssea;
- Protrusão dentária;
- Anulação da excitação da ATM;
- Desordens temporomandibulares juvenis( inclusive luxação e sub-luxação)
- impactação dental;
- Falta de estimulo ântero-posterior da mandíbula;
- Modelos de deglutição anormais;
15. 15
- Diminuição da circulação no ouvido, predispondo a otites;
- Otites de repetição, pela má posição da língua, introduzindo pressão no palato
mole e compressão da trompa de Eustáquio ou evitando a contração adequada do
músculo tensor do palato, causando dificuldades em equilibrar as pressões no
ouvido médio;
- Propensão a respiração bucal;
- Desarmonia entre respiração, sucção e deglutição.
O uso do “copinho” na alimentação do recém-nascido.
Sabe-se que a nutrição tem um significado crucial no primeiro ano de vida da
criança, por se tratar de um período critico para o desenvolvimento cerebral, o qual
pode ser garantido por meio de promoção do melhor crescimento somático possível,
no período anterior ao primeiro aniversario (HERNANDEZ,1996).
Vale ressaltar que estão sendo realizadas várias campanhas de incentivo ao
aleitamento materno no Brasil e no mundo. A UNICEF juntamente com a
Organização Mundial de Saúde (OMS) tem investido em publicações e programas
de incentivo ao aleitamento materno em hospitais, os Hospitais Amigos da Criança
(HAC). Estes possuem programas específicos de incentivo ao aleitamento materno
quando o bebê não pode ser alimentado ao seio ( por exemplo nos casos de recém-
nascido prematuros) e ai orienta-se o uso de copo (“copinho”), pois o programa
adverte sobre as conseqüências do uso de bicos artificiais(LÓPEZ et al ,2003).
Um recém-nascido prematuro possui as seguintes características: Sucção
débil, cansaço durante as mamadas, falta de coordenação das funções de sucção,
deglutição e respiração e imaturidade global (LANG,1999,p122).
Quando o recém-nascido é prematuro tem dificuldade para se alimentar ao
seio materno inicialmente, e a opção estabelecida pelo IHAC, é o uso do copinho
para a nutrição do mesmo. Vale lembrar, que o recém-nascido prematuro além das
dificuldades iniciais relativas à alimentação e deglutição poderá apresentar
posteriormente dificuldades de aprendizagem, atraso no desenvolvimento de
linguagem, alterações cognitivas e de funcionamento neuromotor somado ao déficit
de atenção (BUHLER,2004). Para a autora, somente o fonoaudiólogo possui
capacitação para avaliar e atuar em unidade neonatal com as funções alimentares e
de deglutição, capacidade de aquisição de linguagem expressiva e receptiva
posteriormente, interação pais e recém-nascidos.
16. 16
Foram estabelecidos alguns critérios para a introdução de alimentação por via
oral com o uso do copinho nos Hospitais Amigos da Criança (HAC) com recém-
nascidos prematuros, que são: presença de movimentos rítmicos de sorver, pausas
regulares, reflexo de deglutição; ausência de sinais de penetração laríngea, acúmulo
de leite na cavidade oral, respiração ruidosa durante ou após a oferta de leite, tosse,
cianose, palidez, taquicardia, bradicardia, apnéia e queda de saturação de oxigênio
maior de 5% do valor em repouso (BUHLER,2004,p237).
A partir dos critérios acima mencionados o fonoaudiólogo poderá
desempenhar seu papel junto à avaliação de alimentação por via oral utilizando o
copinho, sabendo que o mesmo é um recurso temporário de alimentação para o
recém-nascido prematuro ou, quando as mães não conseguirem alimentar seu filho
no seio.
Outros autores relatam sobre Indicações gerais para o uso do copo:
proporcionar ao recém-nascido uma experiência oral positiva; método de
alimentação alternativo durante a ausência da mãe para alimentar o bebê ao seio;
evita a possibilidade de o bebê apresentar problemas com a alimentação ao seio,
em virtude da introdução de técnicas diferentes de sucção; reduz a indicação para o
uso da sonda nasogástrica ou orogástrica (LANG,1999,pp 143 -144).
Algumas das conseqüências relacionadas ao uso da mamadeira (ou bicos
artificiais) discutidas em tópico anterior, não se dão com o uso do copo na
alimentação de recém-nascidos. No entanto, o uso do copinho requer alguns
cuidados:
- Lavar as mãos antes de oferecer leite no copinho para o recém-nascido;
- observar a temperatura do leite, caso não seja da mãe e retirado no mesmo
momento;
- Colocar o recém-nascido em posição semi-sentado;
- Apoiar a borda do copo no lábio superior do recém-nascido para evitar que
empurre o copo para fora com a língua;
- Aguardar que o recém-nascido sorva o leite. Não se deve forçar a deglutição do
mesmo.
Segundo Gomes (2006), o uso do copinho promove os mesmos benefícios da
amamentação no seio, pois o copo favorece o crescimento e desenvolvimento das
funções e estruturas da face (ossos, músculos, língua e palato), além de promover a
17. 17
formação correta dos espaços para erupção dentária, estimula a respiração nasal e
prepara o bebê para a mastigação e fala.
O estudo mostrou que existem semelhanças entre a atividade muscular do
grupo de bebês em aleitamento materno e bebês sendo alimentados por copo,
através da utilização de eletromiografia com eletrodos de captação de superfície
durante a alimentação. Os recém-nascidos obtiveram média de contração do
músculo masseter semelhante quando expostos ao seio materno e copo. Os valores
referentes à amplitude de contração de masseter, amplitude e média de contração
temporal já não foram semelhantes.
Em relação à amplitude de contração do bucinador, os recém-nascidos
quando expostos à mamadeira, trabalham estes músculos de forma intensa.
Observou-se que o seio materno e copo apresentam resultados diferentes quando
comparados com a mamadeira.
É muito importante que se avalie com precisão esta técnica de utilização do
copo com recém-nascidos e principalmente com RNPT. Os estudos objetivos vão
sem duvida alguma facilitar futuras conclusões. No entanto, o presente estudo
(Gomes, 2006) não apresentou resultados suficientes para sugerir a utilização do
copo como método alternativo de alimentação de prematuros. Esta conclusão pode
gerar inúmeras confusões com relação às necessidades dos RNS e RNPT. Cabe
principalmente ressaltar que a utilização do copo foi iniciada para complementar a
alimentação em seio materno e não como método alternativo de alimentação.
Recém-nascidos passaram a obter sua dieta através do copo e inclusive passaram a
receber alta hospitalar sem dieta exclusiva em seio materno. A partir daí
profissionais iniciaram movimentos para questionar esta forma de alimentação não
compatível com as necessidades dos RNPT.
Levin (1999), coloca bem especificadamente em seu artigo, que os recém-
nascidos doentes, prematuros, entre outros, apresentam necessidades diferentes
dos RNT saudáveis, e portanto, estas diferenças devem ser consideradas nos HAC.
Não basta pensar de forma generalizada no aleitamento materno. A população de
recém-nascidos de risco exige outras estratégias.
Lopes (2001), em sua dissertação, ao submeter recém-nascidos pré-termo a
vídeofluoroscopia da deglutição quando expostos à mamadeira e copo, não
observou ocorrência de aspiração em nenhum dos casos. No entanto, os resultados
dessa pesquisa revelam que a maior parte dos recém-nascidos avaliados não foram
18. 18
capazes de sorver o líquido com a língua. Além disso, os lactentes que realizaram o
movimento de sorver ingeriram quantidades mínimas, com grande esforço,
dificuldade e maior tempo. Foi observado ainda que alguns recém-nascidos
apresentaram irritação e movimentação excessiva de cabeça e membros durante a
alimentação com o copo.
Por outro lado, o estudo revelou que a maioria dos recém-nascidos se
mostrou apta a sugar, com movimentos vigorosos, ritmados e coordenados. Bicos
de mamadeiras atuais possuem um formato mais anatômico e são mais parecidos
com o bico do seio materno, além de apresentar um orifício muito pequeno que
obriga a criança a sugar com mais força.
Será que não seria mais lesivo para o recém-nascido que não consegue se
alimentar pelo seio materno, por tempo prolongado, privá-lo de realizar a sucção?
Estudos controlados devem ser realizados com a finalidade de rever o papel
atual do copo na alimentação e complementação da mesma com o recém-nascido
prematuro e revelar outros utensílios que proporcionem o exercício da sucção.
É importante ressaltar, que a literatura comenta a respeito da forma adequada
de se oferecer o copinho, porém, não discute com detalhes sobre o treino do
cuidador para o oferecimento do complemento através do copinho, uma vez que as
maiores dificuldades ocorrem quando a mãe (ou responsável) vai para a casa com o
seu bebê e a partir de então, inicia-se efetivamente esta prática (GONÇALVES e
XAVIER, 2008). Em estudo recente, no seguimento de RNPT nascidos em HAC,
resultados mostram que mães entrevistadas, que tinham seus bebês com idade para
se alimentar no seio materno exclusivo (1º semestre de vida), revelaram, durante
entrevista, apresentar dificuldades para utilizar o copo. Apenas 18,18% destes
bebês recebiam aleitamento materno exclusivo.
Cabe também discutir aqui o fato de que não podemos confundir
complemento com alimentação por via oral. Dependendo da quantidade que o
lactente esteja recebendo pelo “copinho”, o complemento deixa de ser complemento
e passa a ser a forma de alimentação principal. Ou seja, aí o utensílio inicialmente
proposto para uma finalidade (forma específica de complemento para evitar o
desmame precoce), acaba levando ao desmame. E, o que esta forma de
alimentação no período inicial de vida iria acarretar para o desenvolvimento global e
motor oral não se tem dados na literatura por esta prática ser ainda muito recente e
com poucos estudos longitudinais
19. 19
Também, é preciso entender claramente as razões que podem levar o
lactente a não conseguir obter toda a quantidade de leite prescrita por via oral, para
que se possa optar de forma segura por estratégias e formas de alimentação que
mais favorecerão o seu desenvolvimento e ganho de peso. É um problema de fluxo/
produção e leite materno, tipo de bico que não favorece o RN, cansaço do RN no
decorrer da mamada, pouca força de sucção para conseguir obter a quantidade
necessária em tempo hábil, falta de prontidão nas mamadas, não sustenta a sucção
por tempo necessário, alteração na coordenação entre sucção/deglutição e
respiração, e outras especificidades.
Para complementar o raciocínio relacionado à utilização de complemento, é
preciso entender que quando o RN é exposto ao SM e finaliza a mamada, ele
FINALIZOU. Não devemos complementar a mamada com outro utensílio, qualquer
que seja este, por via oral. Se o profissional define que a mamada precisa ser
complementada, cabe aqui um comentário muito importante. Não devemos
complementar a mamada em SM com outro utensílio seguidamente. O
complemento ofertado sempre seguido ao SM fará com que o RN internalize que a
mamada é composta por duas etapas (SM + complemento). Seu cérebro capta esta
informação rapidamente e ele sempre vai requisitar o complemento após o SM, o
que vai favorecer o desmame precoce. Quando a mãe não oferta seguidamente o
complemento (copo ou mamadeira), o RN não internaliza da mesma forma. Ele
vivencia mamadas em SM (sem complemento), e mamadas com outro utensílio,
aumentando a chance de permanecer em SM até conseguir SM exclusivo. A
experiência prática vem mostrando este resultado.
A IHAC (Iniciativa Hospital Amigo da Criança) visa a mudança na rotina e
condutas dos hospitais “Amigos da Criança” e pretendentes a este titulo,
favorecendo o aleitamento materno exclusivo prolongado. Inicialmente os critérios
para garantir e promover o AME (aleitamento materno exclusivo) eram estabelecidos
com bebês a termo saudáveis. Posteriormente estes critérios e procedimentos
passaram a ser utilizados em RNs e RNPTs em UTIs neonatais.
Deve-se ressaltar a importância e necessidade de critérios específicos para
esta população. O embasamento sobre o desenvolvimento normal é fundamental
para que se desenvolvam técnicas e procedimentos específicos de acordo com as
habilidades e alterações observadas. Porém não se pode generalizar os cuidados e
procedimentos para todos os bebês. Atualmente o copo como complemento vem
20. 20
sendo utilizado com maior freqüência com a população de RNPT, exatamente por
apresentarem maior dificuldade na transição da alimentação de sonda gástrica para
via oral exclusiva. Mas esta é uma população de “risco” para problemas de
deglutição e com risco elevado de aspiração de leite, desorganização geral do
padrão motor oral, entre outros.
A utilização de métodos ainda não comprovados como eficientes expõe esta
população a riscos de aspiração, desenvolvimento de padrões alterados na
movimentação e pressão de língua, desenvolvimento de problemas pulmonares,
desnutrição, irritabilidade global, entre outros.
Da maneira geral, existem poucos dados comprovados quanto ao uso,
segurança e eficácia do copo, assim como sua significância para sucesso do
aleitamento materno. Estudo já mencionado observou que o número de bebês que
utilizaram o copo como complemento e que chegaram ao aleitamento materno
exclusivo não foi significativo (18,18% / Gonçalves e Xavier, 2008).
Em relação às dificuldades apresentadas na oferta do copo, o derramamento
de leite foi o aspecto mais citado (100%). No mesmo estudo, os autores relatam que
a atitude de expulsão do liquido pode ser explicada pela inabilidade do recém-
nascido em administrar o fluxo de leite que atinge a cavidade oral de outra forma
que não através da sucção. O RN desorganiza o seu padrão motor oral, altera o
“suckling”(padrão inicial de sucção), o canolamento de língua, entre outros aspectos,
e o leite se espalha pela cavidade oral, ocorrendo muitas vezes o escape oral. É
importante ressaltar que não se trata apenas da dificuldade quanto ao volume de
leite e inabilidade do bebê no momento para organizar o bolo alimentar. Tragar no
copo com adequação exige habilidade das estruturas motoras orais, além de
maturidade neurológica para a dissociação de estruturas envolvidas (lábios, língua,
mandíbula), habilidade esta esperada a partir do sexto mês de vida
aproximadamente.
Até o final do primeiro semestre de vida, as estruturas movimentam-se em
bloco, ou seja, de forma totalmente associada e a pressão ou força durante a sucção
é realizada pela língua. A sucção ocorre geralmente com elevação das bordas
laterais linguais (canolamento de língua) favorecendo o transporte de todo o liquido
da parte anterior para a posterior da cavidade oral, sem apresentar escape de leite
para os vestíbulos ou extra-oral. Por volta dos seis meses, a língua é capaz de
realizar movimentos diferenciados e vai conseguir lidar com alimentos pastosos, que
21. 21
não se espalham tão rapidamente pela cavidade oral, dificultando o escape do
alimento, proporcionando chances para a organização e transporte e finalmente o
disparo do reflexo de deglutição. Nesta etapa o bebê já não apresenta sempre a
elevação das bordas laterais linguais e “suckling” tão freqüente, na medida em que
ele já consegue outros movimentos e também já é exposto a outros utensílios e
formas de alimentação.
É apenas por volta dos seis meses de idade que o bebê apresenta controle
postural para se sentar, necessitando ainda de apoio. Neste período ainda não
consegue ficar com inclinação de 90º, permanece com inclinação menor e
gradativamente vai modificando seu padrão global, respiratório e motor oral. Assim,
vai conseguindo maior estabilidade global e oral, favorecendo a modificação da
forma de alimentação, utensílios e consistências alimentares. Até mesmo as
atividades gerais do dia-a-dia e os interesses, vão modificando.
O RN não consegue extrair o leite do copo, assim o cuidador é quem realiza
esta tarefa, introduzindo gradativamente o conteúdo em sua boca. É um processo
que poderia se chamar de “tentativa e erro”, necessitando de atenção para os sinais
comportamentais do RN. As teorias até o momento aceitas mostram que sorver no
copo é diferente de sugar o SM e ou mamadeira.
Estudo anterior (Lopez, 2001), também relata o derramamento de leite
durante a oferta com copo em 57,5% de sua amostra, sendo o volume oferecido de
3 ml, e o desperdício médio de 12% do volume oferecido. A prática mista
(amamentação + complemento) mostra o quanto os pais, em geral, se preocupam
com peso e a nutrição de seus bebês e se sentem inseguros quando não sabem o
quanto exatamente o bebê está ingerindo de leite.
Muitas vezes, mães relatam a insegurança em relação ao AM porque não
visualizavam o leite que o bebê recebe, outras acham que o aleitamento materno
gera mais trabalho e acabam optando, muitas vezes, pela mamadeira.
Acredita-se que exista dificuldade maior de aceitação do AM como prática
natural em função da propaganda e estilo de vida atual. E em relação ao copo, além
de não facilitar o RN, parece não facilitar também o cuidador e/ou mãe. Se o
Aleitamento materno não flui adequadamente por um problema materno, cultural ou
pelo próprio RN, a mãe quer uma opção prática e eficiente. Estudos mostram que o
copo acaba não sendo a opção mais adequada (Gonçalves e Xavier; Monteiro e
Xavier).
22. 22
Em se tratando de recém-nascidos de “risco”, o estado nutricional deve ser
considerado. Afinal é sabido que RNPT está no grupo de maior propensão para
desenvolver disfagia, infecções e desnutrição.
A condição de alimentação é vital e em especial para esta população. Não
cabe generalizar procedimentos. Toda e qualquer atitude deve ser realmente
estudada e comprovada, antes de ser imposta a este grupo de risco.
Na literatura, constata-se sobre o risco de broncoaspiração se a técnica e a
postura do bebê não forem adequadas durante a oferta do copo, assim como a
ocorrência de escape de leite. Toda a possibilidade de “risco” pelo processo em si,
alem das condições desfavoráveis de saúde o RNPT são fatores importantes para
se estudar e aprofundar cada vez mais sobre os mecanismos dos RNPT e suas
reais possibilidades.
Alguns estudos já apontam este fator, inclusive sugerindo que os RNs que
mamam no seio materno adequadamente, com eficiência, são RNs com padrão de
sucção / deglutição “gold”, mas não são todos. Alguns bebês, mesmo com o
trabalho terapêutico e disponibilidade materna para o AME, não conseguem
eficiência em seio materno (Rodrigues e Xavier).
Não se pode concluir, por exemplo, que a partir de algumas semelhanças no
processo de tragar / sorver no copo e sucção no seio materno, que este método
possa ser usado como rotina durante a hospitalização e até mesmo após a alta
hospitalar com RNPT.
Cabem aos fonoaudiólogos e demais profissionais membros das equipes
estudar, o processo de sucção e deglutição em sua complexidade antes de aceitar
resultados e conclusões de pesquisas ainda não comprovadas.
Gonçalves e Xavier apontam em seu estudo a questão da orientação quanto
a utilização do copo como complemento alimentar. Sobre as orientações recebidas à
respeito da utilização do copo para o complemento alimentar, observou-se que as
orientações foram incompletas e insuficientes para se atingir uma oferta segura e
eficiente através deste utensílio (27,27% das mães referiram não receber nenhum
tipo de orientação).
Os dados sugerem que a utilização do copo em casa não persiste por muito
tempo, o que se faz pensar que sua administração não seja fácil ou confortável para
a mãe. Em contrapartida tem-se o lado do bebê, muito pouco discutido na literatura.
23. 23
Não se pode deixar de destacar a sucção como um ato reflexo, inato que se
inicia ainda intra-útero por volta de 15-20ª semana de gestação. Quando o RNPT é
submetido à utilização de copo, é privado de sua necessidade de sucção, sendo
exposto ao ato de sorver. Tais mecanismos por serem distintos, podem levar o bebê
a uma função que ainda não está preparado, havendo grandes chances de
desorganização do RN.
Resultados de estudos anteriores demonstram uma tendência a uma maior
eficiência no uso do copo em lactentes entre 10-12 meses de idade (Averdson and
Brodsky; Gonçalves e Xavier; Alves e Guedes)
Autores relatam a importância da participação e inclusão do fonoaudiólogo na
equipe da Unidade Neonatal, no que diz respeito à avaliação clinica para o trabalho
com as funções de alimentação e de deglutição sempre que necessário, assim
como, o acompanhamento da transição da alimentação de sonda gástrica para a via
oral de forma segura.
Também, o ministério da saúde inclui o fonoaudiólogo como membro da
equipe de saúde. No entanto, não é sempre que se observa sua atuação efetiva e
decisiva na transição alimentar segura de recém-nascido pré-termo.
Acredita-se que em algumas UTIS neonatais que seguem a IHAC, a posição
do fonoaudiólogo talvez não esteja bem definida. O fonoaudiólogo além de oferecer
suporte com relação ao preparo para o aleitamento materno exclusivo, como os
demais membros da equipe da UTI neonatal, ele deve avaliar todos os RNPT,
considerados de risco, com o intuito de verificar quais RNS necessitam de trabalho
motor oral para posteriormente iniciar a alimentação por via oral, através do SM
sempre que possível. Não basta orientar e dar suporte quanto ao aleitamento. O RN
precisa ser avaliado e trabalhado na maioria das vezes. A literatura aponta que
78,12% dos RNPT necessitam de trabalho terapêutico para só ai terem condições
de iniciar alimentação por via oral (Xavier, 2002).
É importante ressaltar a necessidade de estudos aprofundados dentro deste
tema, visando a forma mais segura e eficiente de se alimentar o RNPT, levando-se
em consideração as diferenças e dificuldades individuais, assim como uma forma
funcional de se orientar e treinar a mãe ( ou responsável por este bebê) sobre a
maneira de administração do complemento em casa quando necessário, para que
não ocorra o desmame precoce.
24. 24
Seja qualquer a postura adotada pela equipe da UTI neonatal, esta deve levar
em consideração a fisiologia do recém-nascido pré-termo e a maturação das
estruturas e funções do sistema estomatognático.
Segurança, confiança e envolvimento dos pais, além do grau de suporte
oferecido pelos profissionais de saúde são fundamentais para o sucesso no
aleitamento materno e ou outra forma de alimentação.
V.Considerações Finais
O leite materno é de principal importância no desenvolvimento sadio do
recém-nascido, seja este prematuro ou não.
Na grande Belém, há grandes áreas de segregação socioeconômica onde há
um número expressivo de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos onde a fonte
principal de alimento é o leite materno.
O leite materno é sem duvida a melhor fonte de alimento para recém-
nascidos, pois além de possuir nutrientes necessários à saúde infantil, os
movimentos de ordenha realizados pelo bebê, favorecem o crescimento e o
desenvolvimento harmônico das estruturas orais.
Quando a alimentação é realizada através da mamadeira, a língua mantém
uma postura inadequada e há ausência de movimentos mandibulares e propulsivos,
que podem dar origem à desarmonia no crescimento da mandíbula e maxilar dentre
outros comprometimentos.
Além das conseqüências provocadas pelo esforço muscular reduzido e/ou
diferente, o recém-nascido ao ser alimentado através da mamadeira inicialmente
poderá não aceitar posteriormente o seio materno, pela questão mencionada
anteriormente, “confusão de bicos” e/ou pela insegurança materna quanto ao
aleitamento materno.
Os HIAC recomendam que na ausência do aleitamento materno exclusivo, a
nutrição do recém-nascido seja realizada via copinho, que não dificultará o retorno
ou estabelecimento da alimentação exclusiva em seio materno.
A literatura existente discorre sobre o uso do copo com recém nascidos e
explica que para realizar o movimento de “sorver” o lactente precisaria ter maior
habilidade, maturidade neurológica, coordenação das estruturas orais e experiência
para fazê-lo, para assim acionar grupos musculares e estruturas de forma
25. 25
dissociada e organizada. Toda a literatura relacionada ao desenvolvimento do
sistema estomatognático, desenvolvimento da deglutição, mastigação e
desenvolvimento neurológico, sugere que o bebê terá esta habilidade por volta do
sexto mês de vida.
Conseqüentemente, ainda há pouca pesquisa referente ao uso do copo na
nutrição de recém-nascidos e recém-nascidos prematuros com resultados
favoráveis, além de pouquíssimos estudos longitudinais. Cabe portanto aos
profissionais da área da saúde, refletirem e discutirem com as famílias sobre as
especificidades de cada caso na hora de solicitar complemento.
26. 26
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