1. XX COMPÓS: Porto Alegre /RS, 2011 GT Recepção: Processos de Interpretação, uso e consumo midiáticos (Coord. FAUSTO NETO; Nilda JACKS) “Vale Tudo” nas redes sociais ? Ética, Mediação e Cidadania no Ciberespaço Claudio C. Paiva PPGC/UFPB claudiocpaiva@yahoo.com.br
2. O que significa ValeTudonas redes sociais? Uma provocação amistosa acerca: 1) do potencial cognitivo, educativo, político, mercadológico das “mídias sociais”; 2) do status do usuário como agente ativo, colaborador, cidadão; 4) do monitoramento da mídia e da telenovela na circulação das conversações em rede; 3) da crítica da ética e das moralidades na agenda de discussão no espaço público digital;
3. O fenômeno “transmídia” e suas conseqüências Um trabalho de passagem e convergência : da TV aberta ao digital, internet e hipermídia Fenômeno de convergência social e tecnológica;
4. O ciberespaço confere status ao receptor De telespectador-consumidor-cidadãoa e-leitor, prossumidor, cibercidadão. Da comunicação vertical à comunicação colaborativa. Constituição do espaço público informacional: práticas sociais compartilhadas. Expressões de identidade e sociabilidade: cidadania Virtual e Empoderamento Coletivo
5. A importância da teledramaturgia.br Nas estruturas do imaginário coletivo; nos mercados internacionais; na pesquisa acadêmica inter-institucional (NPT; OBITEL, Projeto Globo Universidade); na agenda temática de pesquisadores brasileiros: Máquina de Narciso (Muniz Sodré, 1991); Quem manipula quem? (Marcondes Filho, 1986); O afeto autoritário (Janine Ribeiro 2005).
6. Estudos de Recepção no contexto da teledramaturgia A ficcionalidade e o campo da recepção: Leitura social da novela das oito (LEAL, 1985); O potencial dialógico da televisão (MATTUCK, 1997); Vivendo a telenovela (LOPES; BORELLI; RESENDE, 2000); Matrizes teóricas: Dos Meios às Mediações (Barbéro, 1987); Canclini (1998); Orozco(2002); Estudos culturais (Raymond Williams; Thompson; Hall).
7. Experiências (inter)culturais e convergência de teorias distintas Um novo conceito de cultura, mídia e consumo: Interacionismo simbólico (Escola de Chicago); Cultural Studies(Williams; Hall; Featherstone) Teoria da enunciação (Jakobson; Verón; Fausto Neto); Estética da recepção (Jauss; Escola de Constanza);
8. Contextualização histórica VALE TUDO (1988) VALE TUDO (2011) Guerra nas estrelas; Reagan; Tatcher; Globalização; Redemocratização.br; Inflação em alta: 86% ao mês ou 2.751% ao ano; Plano Cruzado; Fiscais do Sarney; o videocassete, o walkman e a expansão da cultura midiática; Telespectadores-consumidores-cidadãos; O receptor como elemento ativo na comunicação Guerra ao Terror; Primavera Árabe; Crise econômica (Europa e EUA); Estabilidadedemocrática e violência urbana; Uma das taxas de juros mais altas no mundo e retorno da inflação; Escândalos políticos: (mensalões e delitos de iniciados); Conexão, mobilidade , interatividade; Transmídias e mediações colaborativas
9. Blog folha.com monitora a telenovela VALE TUDO Atualização crítica da telenovela: Das mazelas nacionais, corrupção, violência, injustiça social, falta de educação, ética e solidariedade; “Redes sociais são necessárias ao sucesso da novela em novo formato”. (Orkut, FaceBook, Twitter). Migração da indústria cultural para a comunicação pós-massiva, segmentação da audiência; Geração de novas leituras e apropriações; Uma antropossociológica do olhar mediada pela tecnologia
10. Além da esfera midiática ou midiatização global Empresa alimentícia promove concurso premiando quem acertar o nome do assassino; Beatriz Segall faz publicidade para Cia de seguros: “Nunca se sabe o dia de amanhã. Faça seguro!” Vale Tudo foi exibida em mais de 30 países; Cuba: marca fictícia da rede de restaurantes “Paladar” se torna febre de consumo pós abertura econômica (anos 90);
11. Interações sociotécnicas como base para a construção do método A inteligência coletiva conectada gerada pelas redes sociais pode promover competências cognitivas para a elevação do debate sobre a ética, a percepção estética e o consumo crítico da teledramaturgia?
12. Site “M de Mulher” (Editora Abril) “Celebração dos prazeres da audiência” (RONSINI, 2008); Para entender o consumo: reconhecer o nível de gratificação dos usuários; respeitar as escolhas das “comunidades de afeto” reunidas em torno das mitologias e iconicidades da sociedade globalizada. Interação entre as comunidades e o mercado; Acessos, postagens e recomendações registrados no website leitores-fãs-assinantes; O consumo das estrelas: (Edgar Morin); Mitoironias (Baudrillard); Idolatrias (Maffesoli)
13. Site da UOL introduz Quiz: Quem é você na novela “Vale Tudo”? Usuários convocados a encarnar na pele os ídolos, personagens, os avatares da trama ficcional;
14. Site UOLTelevisão(STYCER, colunista da Folha online 2010) Canal Viva, da Globosat, “Vale Tudo” : bons índices de audiência na TV paga; (não significa muita coisa); E causa frisson nas redes sociais, em especial o Twitter, e anima conversas na madrugada. As intervenções são breves (140 toques mas sinaliza tendências); Horário ingrato: 0h45 e reapresentação às 12h; O ambiente hipertextual favorece mediações e avaliações críticas Comentários mediados pelas ferramentas digitais; Interpretações do conteúdo temático da narrativa; O problema da ética, corrupção, narcisismo e falta de solidariedade Os “sistemas de resposta”, gerados pelos internautas: capturados, refutados ou respaldados.
15. A sociedade enfrenta a sua mídia (BRAGA, 2006) Estratégia metodológica: a) observar empiricamente as lógicas do processo crítico-interpretativo da mídia pela sociedade; b) desenvolver o conceito de sistema de resposta social sobre a mídia; c) estabelecer bases mínimas para uma perspectiva praxiológica, para comentar criticamente as práticas do sistema.
16. Site UOL – Televisão (depoimentos) Gilberto Braga “Vale Tudo nasceu da distorção dos que acham que quem não é corrupto é babaca”. E gira em torno de uma questão de fundo ético: “Vale a pena ser honesto num país onde todo mundo é desonesto ?” Stycer (colunista site UOL televisão) “É destinada a vender uma mensagem moralista, escrita didaticamente; Braga acreditava que, na exposição exagerada da maldade dos personagens, daria uma lição ao público; É politicamente incorreta, engraçada e divertida, mas boba, exagerada e apelativa”.
17. A hora e a vez dos telespectadores, usuários, cidadãos Twitter, FaceBook, Orkut, YouTube Postagens, críticas, aplausos e recomendações Comentários entre os leitores imersivos, O exame dos expedientes e protocolos interativos; As hibridações e convergências geradas pelo hipertexto modificam o estilo de leitura e interação dos telespectadores;
18. Blog folha.com monitora a telenovela VALE TUDO Das mazelas nacionais, corrupção, violência, injustiça social, falta de educação, de ética e solidariedade; “As redes sociais são fundamentais ao sucesso da telenovela em novo formato”. (MATTOS, colunista da Folha.com, 31.10.2010). Migração da indústria cultural para a instância pós-massiva, segmentada da ciber-audiência; Geração de novas leituras e (re)apropriações; Um novo olhar estético mediado pela tecnologia
19. Crônicas da Vida Financeira (blog de Danilo Thomaz) Da Galaxiade McLuhan à Galaxia Internet uma revolução aconteceu; Crônicas da Vida Financeira (blog de Danilo Thomaz) Inteligência e criatividade conectadas, resgate histórico e tratamento da informação; Jornalismo Econômico: Vale Tudo no contexto social e financeiro dos anos 80 Parâmetros para análise comparativa do contexto atual; alto nível de interacionalidade; uso da convergência das redes sociais; Um modusoperandi compartilhado e colaborativo;
20. O YouTube: convergência minimalista, tecnologia da interatividade Transformação nos processos de criação, difusão e consumo dos audiovisuais migração dos conteúdos da TV analógica aos meios digitais; modalidades inéditas de interação mediada por computador; Código aberto de acesso aos conteúdos do fechado domínio do broadcasting; processos de transmigração e compartilhamento; transcodificação das fitas de videocassete para a linguagem digitalizada; “redistribuição” realizada por hackers e especialistas em informática;
21. Democratização da informação e da comunicação Nascem novos estilos de cidadania (digital ) e de comunidades (virtual); YouTube: aplicativos técnicos, utilitários operacionais, convergências midiáticas, conexão dos atores sociais através do e-mail, Twitter, Facebook, etc. e outros dispositivos de redes sociais; “cultura de convergência” (JENKINS, 2008),; “cultura de interface” (JOHNSON, 2001) ; “cultura da virtualidade real”. experiência geradora de empoderamento social (CASTELLS, 2009).
22. Consumo: ética, direito e política Procedimentos infocomunicacionais demandam “estratégias financeiras”, jurídico-administrativas (da parte das empresas) e também “ajustamentos” tecnossociais e políticos (da sociedade civil conectada): atinge a ação da economia-política, direitos autorais, interesses mercadológicos e direito à informação; “software livre”, dos “creativecommons”, da liberdade de expressão, do livre fluxo da informação (cf. ANTOUN, 2011; SILVEIRA, 2011; LEMOS, 2004; MORAES, 2010);
23. A estratégia da paródia e a subversão dos clichês Paródias, sátiras e carnavalizações, virando do avesso a programaticidade do sistema midiático hegemônico. Derrisão dos clichês dos vilões e mocinhos. A paródia como estratégia de subversão e remontagem do sentido (FELINTO); Os vídeos com as imagens de Heleninha Roitman, a personagem alcoólatra de Renata Sorrah, compartilhados na internet, multiplicam a potência comunicacional do YouTube, devido aos acessos, exibições e comentários interativos, que chegam à casa dos milhares!
24. As iconicidades éticas e os pecados capitais A morte de Odete Roitman; o gesto obsceno do corrupto em fuga
25. O FaceBook, o empoderamento coletivo e os estilhaços da Política Mediação sociopolítica, empoderamento, agenciamentos sociotécnicos; Inteligências conectadas desarmam os “aparelhos ideológicos do Estado”; Mediação e avaliação epistemológica das experiências e acontecimentos de ordem tecno-info-política
26. Epistemologia da recepção e ativismo no ciberespaço COGO; BRIGNOL. Redes Sociais e Estudos de Recepção na Internet. Compós 2010. FRAGOSO, S; RECUERO, R; AMARAL, A. Métodos de pesquisa para internet. 2011. RECUERO, R. Redes Sociais na Internet., 2009; MORAIS (O concreto e o virtual, 2006); ANTOUN (2004); BRUNO (2006); democratização do ciberespaço
27. O ciber e o ethos comunitário FaceBook: armazena e compartilha opiniões e críticas; interação, estimulando a percepção cognitiva, o ethos comunitário e a ação comunicacional colaborativa; Utilitários técnico-operacionais do site, instrumentos sócio-técnico-sensoriais e neuro-cognitivos do FaceBook: consumo, mediação e interacionalidade;
28. O Twitter: a ficção, a mediação e o ethos midiatico Protocolo de escolhas, decisões e ações tecnocomunicacionais; conseqüências ético-cognitivas e sociopolíticas; potencialidades e dinâmicas performativas: Mutações no mercado, educação e política; equipamentos sociotécnicos de midiatização: ações cognitivas comunitárias;
29. Para concluir: mídias sensíveis e comunidades virtuais interconexão sensível e inteligente entre seres humanos e as tecnologias interativas, as mediações, estratégias e ajustamentos; recepção pelas bordas da circulação (Fausto Neto); hipertextualidade, inteligência conectiva e potência agregadora dos saberes e fazeres sociais; comunidades virtuais: consumo de um produto complexo VALE TUDO: representação da condição humana, hiperbolizaçãoos vícios e virtudes; liberação do desejo através de uma realidade digitalmente imaginada
30. Comunidade virtual da telenovela Vale Tudo no ORKUT 5.119 membros, foi criada por Flávio Michelazzo, em 31.10.2006, é monitorada (e atualizada) por cinco moderadores, na categoria Artes e Entretenimento. Fóruns de Discussão: centenas de Tópicos: volume de 3.515 postagens; função fática (ou de contato) da linguagem; pulsão tecno-sensorial-comunicante; táctil-sociabilidade Natureza polifônica, hipertextual e colaborativa, que estilhaça o paradigma de uma matriz industrial e organizativa do desejo, da ideologia, do discurso; Estratégia sensível, racional, inteligente; insights da inteligência coletiva conectada à sensibilidade sócio-tecnológica.