1) O documento descreve a literatura brasileira da segunda metade do século XX, mencionando tendências como o regionalismo, o realismo fantástico e a análise psicológica.
2) Destaca autores como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, analisando características de suas obras como o fluxo de consciência, a linguagem inventiva e o anti-sentimentalismo.
3) Apresenta trechos da obra de Clarice Lispector, Guimarães Rosa e do po
2. 2
A GERAÇÃO DE 45
Crise do pós-guerra
Guerra fria
Brasil
Suicídio de Getúlio Vargas
Organização das ligas camponesas
Golpe de 1964
3. 3
CARACTERÍSTICAS DA POESIA
João Cabral de Melo Neto, anti-
sentimentalismo, novas
pesquisas formais.
Um grupo de autores retoma o
formalismo clássico
(parnasianismo e simbolismo).
Poesia Concreta
4. 4
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS
A partir de 1945, aproximadamente, surge uma
nova geração de escritores, abrindo caminhos que
nos permitem perceber uma nova etapa na
história do Modernismo. Esse período, chamado
de Pós-Modernismo.
Ainda que seja difícil descrever exatamente
todas as correntes literárias contemporâneas,
podemos apontar algumas tendências que nos
ajudam a compreender os caminhos trilhados pela
prosa a partir da segunda metade do século XX.
5. 5
Em primeiro lugar; destaca-se o interesse pela
análise psicológica das personagens, que leva
os autores a uma abordagem penetrante dos
problemas gerados pela tensão existente entre
os indivíduos e o contexto social.
Essa característica está presente, em maior ou
menor grau, nos romances e contos de Clarice
Lispector; Osman Lins, Lygia Fagundes Telles,
Nélida Piñon, Autran Dourado, Raduan Nassar
e Luiz Vilela, entre outros.
Análise Psicológica
6. 6
ANÁLISE PSICOLÓGICA
continua
A análise dessa tensão entre o indivíduo e
o social realiza-se, por vezes, de forma direta,
numa linguagem objetiva e forte. É o que
ocorre nas obras de Dalton Trevisan, Rubem
Fonseca e João Antônio, por exemplo.
7. 7
O REALISMO FANTÁSTICO
Outra tendência importante é o chamado
realismo fantástico, que expressa - por meio
de narrativas que transfiguram a realidade e
nas quais coexistem o lógico e o absurdo, o
fantástico e o verossímil - uma visão crítica
das relações humanas e sociais. Nessa linha,
destacam-se os contos de Murilo Rubião e
José J. Veiga.
8. 8
O REGIONALISMO
O regionalismo, tendência que, desde o
Romantismo, no século XIX, constitui fonte de
inspiração para os escritores brasileiros,
também está presente no Pós-Modernismo. A
intenção de representar a realidade do interior
do país, com seus tipos humanos e problemas
sociais, é comum a Mário Palmério, Bernardo
Élis, Adonias Filho e, principalmente,
Guimarães Rosa, autor que constitui um marco
na história da prosa regionalista pela
originalidade de sua obra.
9. 9
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é
suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser
um crocodilo vivendo no rio São
Francisco.Gostaria de ser um crocodilo porque
amo os grandes rios, pois são profundos como
a alma de um homem. Na superfície são muito
vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranquilos e
escuros como o sofrimento dos homens."
João GUIMARÃES ROSA
10. 10
a) conceito de sertão: o sertão é o mundo
Características da obra
O sertão criado pelo autor
extrapola limites geográficos
para simbolizar o próprio
universo onde se movem
personagens representativas
não mais de conflitos
regionais, mas de conflitos
eternos do homem.
11. 11
b) Ampliação do conceito de sertanejo
O sertanejo não é simplesmente o
homem que vive em determinada
região, condicionado ao meio físico e
social; é o homem atemporal,
universal, enfrentando dúvidas de
ordem filosófica, procurando a razão
da vida.
12. 12
c) linguagem:transformação radical
a) emprego de expressões coloquiais e de
expressões regionais, recolhidas da fala do
sertanejo de Minas Gerais e da Bahia.
Ex. alembrar, cê, ocê, tororoma (corrente
fluvial forte) encalcar (enfiar, calcar)
13. 13
d) Recuperação do significado etimológico
de palavras já desgastadas pelo cotidiano.
Ex. figurar (parecer); jurar (praguejar);
cursar (percorrer); encobrir (disfarçar)
e) Emprego de neologismos
Ex. perrenguice = perrengue (teimoso);
bubuiar (flutuar, boiar);
14. 14
f) Utilização notável de figuras de estilo e
recursos da poesia : gradação , antítese,
aliteração, assonância, personificação e
paradoxo.
15. “Suponho que me entender não é uma
questão de inteligência e sim de sentir, de
entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.”
Clarice Lispector
15
17. 17
Clarice Lispector
1) Sondagem psicológica
Em sua obra o que interessa é a sondagem
psicológica do indivíduo, a análise de suas
angústias e seus dramas existenciais. O fato em si
pouco interessa à narrativa: “o importante é a
repercussão do fato do indivíduo”. Na verdade, um
fato ocorrido provoca o mergulho da personagem
no seu mundo interior, em direção ao
subconsciente e ao inconsciente. Cada fato
ocorrido no mundo exterior leva a personagem a
um momento de reflexão e auto análise.
18. 18
2) Ruptura com a linearidade da narrativa
Clarice rompe com a linearidade da
narrativa. À escritora interessa a narrativa
baseada na memória e na emoção, isto é, no
FLUXO DA CONSCIÊNCIA da personagem, e
esse fluxo não segue a ordem cronológica.
19. 19
4) Monólogo interior
O monólogo também é uma
característica marcante de sua prosa, já que
é uma técnica adequada a apreender a
introspecção das personagens. O diálogo
ocorre com menor frequência
3) Epifania
20. João Cabral de Melo Neto (1920-
1999).
Nasceu em Recife, Pernambuco.
Estreou em 1942 com o livro Pedra do
sono.
Em 1945 publicou O engenheiro. Em
que se manifestam os rumos
definitivos de sua obra.
20
21. Nesse mesmo ano prestou concurso
para a carreira diplomática, servindo
na Espanha, Inglaterra, França e no
Senegal.
A poesia de João Cabral só ganhou
reconhecimento popular na década de
1960 com Morte e vida Severina.
Em 1969, foi eleito por unanimidade
para a Academia Brasileira de Letras.
21
22. Apresenta três grandes temas em sua
obra: o Nordeste, a Espanha e a Arte.
Preocupação com a estética, com a
arquitetura da poesia.
É o “poeta-engenheiro”, que constrói uma
poesia calculada, racional.
Utiliza uma linguagem enxuta, concisa,
elíptica, que constitui o próprio falar do
sertanejo.
A partir de 1950, o poeta passa a produzir
uma poesia mais engajada, aprofundando
a temática social.
22
23. 23
1) PEDRA DO SONO,
seu primeiro livro, apresenta
elementos do surrealismo.
Mulheres vão e vêm nadando
em rios invisíveis.
Automóveis como peixes cegos
compõem minhas visões mecânicas.
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Segundo o próprio poeta, o que se pretendeu
neste livro foi “compor um buquê de imagens
em cada poema; as imagens revelam matéria
surrealista no sentido de oníricas,
subconscientes...”
2) O engenheiro, embora inclua ainda poemas
surrealistas, traz já as bases de sua nova
concepção de poesia, segundo a qual o poema
deve resultar de uma atitude racionalista,
objetiva, diante da realidade concreta. Uma
atitude de quem controla racionalmente as
emoções.
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Segundo o próprio poeta, o que se
pretendeu neste livro foi “compor um buquê
de imagens em cada poema; as imagens
revelam matéria surrealista no sentido de
oníricas, subconscientes...”
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2) O engenheiro, embora inclua ainda
poemas surrealistas, traz já as bases de sua
nova concepção de poesia, segundo a qual
o poema deve resultar de uma atitude
racionalista, objetiva, diante da realidade
concreta. Uma atitude de quem controla
racionalmente as emoções.
Mulheres vão e vêm nadando
em rios invisíveis.
Automóveis como peixes cegos
compõem minhas visões mecânicas.
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O poeta sempre guiado pela lógica, pelo
raciocínio, seus poemas evitam a análise e
exposição do eu e voltam-se para o universo
dos objetos, das paisagens, dos fatos
sociais, no entanto apelando para o
sentimentalismo.
Ruptura com o lirismo - antilirismo
Suas descrições acabam adquirindo valor
simbólico , ora acabam denunciando a
critica social que o poeta pretende levar a
efeito.
28. — O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
28
Morte e vida Severina