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Cultivo
e produção
de grãos
Curso
2018. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/
PROGRAMA PRODUÇÃO VEGETAL
CURSO CULTIVO E PRODUÇÃO DE GRÃOS
PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DO SENAR/AR-GO
José Mário Schreiner
TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO
Daniel Kluppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas Mendonça.
SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO
Wanderley Rodrigues de Siqueira, Marcos Epaminondas Roriz de Moraes, Rogério Azeredo Cardoso D’Avila,
Flávio Roberto de Arruda Costa e Eleandro Borges da Silva.
SUPERINTENDENTE DO SENAR/AR-GO
Antônio Carlos de Souza Lima Neto
GESTOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO DO SENAR/AR-GO
Marcelo Lessa Medeiros Bezerra
GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR/AR-GO
Fernando Couto de Araújo
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Fernando Couto de Araújo e Sílvia Romano Ribeiro
IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S
Conteudista: Juliana Lourenço Nunes Guimarães
TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO
IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO
IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
MÓDULO 01
Manejo e preparo do solo
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
4
Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso Cultivo e produção de grãos!
O objetivo geral deste curso é demonstrar as atividades que envolvem o
planejamento, o plantio, a condução e a colheita de lavouras de produ-
ção de grãos, a fim de reconhecer as técnicas recomendadas, de forma
a garantir melhor produtividade e maior sustentabilidade ambiental.
Veja como essa jornada de aprendizado está dividida:
Módulo 1
Manejo e preparo
do solo
Aula 1: Preparo convencional do solo
Aula 2: Sistema de plantio direto na palha
Aula 3: Rotação de culturas
Módulo 2
Nutrição e adubação
Aula 1: Calagem e gessagem
Aula 2: Exigências nutricionais de culturas de soja e milho
Aula 3: Adubações de correção e manutenção
Módulo 3
Semeadura
Aula 1: Tratamento de sementes
Aula 2: Espaçamento e densidade de semeadura
Aula 3: Época e recomendações de semeadura
Módulo 4
Manejo integrado e
tratos culturais
Aula 1: Controle de plantas daninhas
Aula 2: Manejo integrado de insetos-praga
Aula 3: Doenças e métodos de controle
Aula 4: Irrigação da cultura
Módulo 5
Colheita de grãos
Aula 1: Ponto de colheita
Aula 2: Colheita mecanizada de grãos
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
5
Atividades de aprendizagem
A atividade de aprendizagem tem o objetivo de verificar se você
teve um bom aproveitamento em relação ao conteúdo da aula. É
importante responder à atividade para avançar no conteúdo.
Vamos começar?
Acesse o ambiente de estudos e assista ao vídeo que preparamos
para você. Nele, você saberá mais sobre o Módulo 1.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
6
AULA 1
Preparo convencional do solo
O preparo convencional do solo é prática utilizada em novas áreas, como preparo inicial e con-
dicionamento do solo para plantio de culturas de grãos. Também pode ser aplicada em áreas já
cultivadas, onde se pretenda corrigir uma compactação superficial, incorporar corretivos no perfil
do solo, controlar plantas daninhas ou simplesmente deixar o solo em condições para a semeadura
das culturas de interesse. Essa prática, uma das mais antigas de preparo de solo, deve ser feita com
critérios técnicos para não provocar problemas nas áreas cultivadas.
Objetivo da aula:
Identificar as máquinas e as técnicas recomendadas para o preparo
convencional do solo.
O preparo convencional do solo consiste no
conjunto de operações realizadas no solo com
a finalidade de facilitar a semeadura, a ger-
minação das sementes e o desenvolvimento
das plântulas. É necessário que cada operação
seja realizada com o implemento adequado e
o solo preparado com o mínimo de movimen-
tação, o que não implica diminuição da pro-
fundidade de trabalho, mas sim a redução do
número de operações.
Aração com arado mais as gradagens de nivelamento do solo, geralmente duas ou três. Pode ser
utilizado desde em áreas recém-abertas, como forma inicial de preparo do solo e incorporação de
corretivos, até em áreas já cultivadas.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
7
Veja as vantagens do preparo convencional do solo em áreas de cultivo e produção de grãos:
Preparo e condicionamento do solo para a semeadura da cultura a
ser implantada, o que possibilita seu bom desenvolvimento.
Incorporação e mistura do calcário no perfil do solo, especialmente
a 20 cm de profundidade, para correção da acidez natural de solos
do Cerrado.
Enterrio de restos vegetais, o que favorece sua decomposição.
Eliminação de plantas daninhas infestantes na área e incorpora-
ção das sementes em maior profundidade, para dificultar a emer-
gência delas.
Eliminação de camadas superficiais compactadas, pois elas favore-
cem a infiltração de água e o desenvolvimento radicular das plantas.
Aração
A primeira operação dentro do preparo convencional do solo é a aração, que pode ser realizada por
meio de um arado ou grade aradora. A seguir, veja a diferença entre eles:
Arado
A aração, realizada com arado de aivecas ou arado de discos, permite um prepa-
ro do solo em maior profundidade em virtude das características desses imple-
mentos (até 40 cm). Esta operação possibilita maior inversão da camada arada
do solo, com enterrio dos restos vegetais e sementes de plantas daninhas para di-
ficultar a germinação deles. Também deixa o solo menos resistente à infiltração
de água da chuva e ao desenvolvimento das raízes das plantas em maior profun-
didade. Porém proporciona baixo rendimento operacional, em razão de pequena
faixa útil de preparo em cada passada do equipamento, exige alta potência do
trator e não é recomendada em áreas com presença de tocos ou pedras.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
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Grade
aradora
A aração com grade aradora também visa ao preparo inicial do solo em profundi-
dade, porém menor em comparação àquela obtida com arados. Trata-se de uma
operação com maior rendimento de serviço, que varia de acordo com a largura útil
da grade. É superior aos arados e possibilita um resultado satisfatório, mesmo em
áreas recém-abertas e com presença de tocos, uma vez que os discos passam por
cima deles. Também pica bem a massa vegetal proveniente dos restos da cultura
anterior ou de plantas daninhas e a incorpora ao solo. A grade aradora tem discos
recortados que facilitam a penetração no solo e a passagem por algum obstáculo.
É necessário fazer uma ressalva sobre a grade aradora: as sucessivas operações com grades arado-
ras pesadas na mesma área devem ser evitadas, pois quanto maior o número de gradagens maior
será a pulverização do solo e, consequentemente, sua susceptibilidade à erosão. Além disso, há a
possibilidade de formação do “pé de grade”, que nada mais é do que uma camada compactada em
subsuperfície, abaixo da profundidade de corte da grade aradora.
Gradagem
Na sequência do preparo convencional do solo
vem a gradagem, que pode ser realizada em
uma a três operações. As grades niveladoras
têm duas seções de discos: uma pode ser equi-
pada com discos recortados e a outra com dis-
cos lisos, ou ambas com discos lisos.
Elas podem ser montadas, acopladas nos três
pontos do trator ou de arraste, com ou sem sis-
tema hidráulico. Sua largura útil de trabalho
varia de acordo com o modelo e, consequente-
mente, a potência disponível do trator. Durante
o deslocamento, elas realizam o seccionamen-
to, a pulverização e o nivelamento do solo, a
fim de deixá-lo pronto para a semeadura e o
deslocamento de máquinas na área.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
9
Tome nota
A gradagem é a operação que complementa ou completa a aração,
com o objetivo de destorroar e nivelar o solo, para facilitar as opera-
ções de semeadura, tratos culturais e até a colheita das culturas de
grãos. Além disso, ela ainda pode ser realizada tanto para a destrui-
ção de restos vegetais, seja da cultura anterior, seja de plantas dani-
nhas, como também para a incorporação de corretivos e fertilizantes.
Você sabia que a utilização da prática de preparo convencional de solo em áreas de produção de
grãos no Estado tem perdido forças nos últimos anos?
Isso acontece por causa da maior adoção da técnica de plantio direto, o que reduz o número de
operações agrícolas necessárias antes da semeadura e possibilita o cultivo e a produção de grãos
em extensas áreas.
Atenção! Em áreas nas quais se adota o preparo convencional do
solo, deve-se ter atenção quanto à conservação do solo, uma vez que
esse preparo o deixa mais pulverizado (desagregado) e com alta sus-
ceptibilidade de erosão hídrica por meio do escorrimento superficial
(enxurradas) formado pelos grandes volumes de chuva, comuns nas
regiões tropicais e em Goiás.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
10
Saiba mais
Você sabia que a camada superficial do solo de 0 a 20 cm, especial-
mente os primeiros 5 a 7 cm, é a mais fértil do solo? Nela estão con-
centrados os maiores teores de nutrientes essenciais às plantas. O
processo de erosão hídrica provoca perdas de solo, inicialmente da
camada superficial, justamente a camada mais fértil, o que provoca
a eutrofização (contaminação por nutrientes) dos cursos d’água e
o enfraquecimento do solo, além de dificultar o deslocamento de
máquinas pela área quando se formam voçorocas.
A seguir, veja os pontos básicos a considerar no manejo convencional do solo.
Preparar o solo
em nível
Durante a aração ou as gradagens, deve-se considerar a declividade do
terreno e realizar o preparo em nível, para evitar a formação de sulcos
a favor da declividade do solo e, consequentemente, o favorecimento do
escoamento da água e da erosão do solo.
Construir terraços
na área
O terraceamento consiste na construção de uma estrutura física formada
por um sulco e um camalhão construídos contra a declividade do terre-
no, de forma a impedir a formação de enxurradas, a energia e a velocida-
de da água durante o escoamento.
Alternar a profun-
didade de ação
dos implementos
O uso implementos de preparo do solo que sejam distintos e que possu-
am diferentes profundidades de trabalho possibilita melhor preparo do
solo e evita a formação de compactação “pé de grade” em subsuperfície.
Observar a condi-
ção de umidade
do solo
Para o trabalho, o solo deverá ter determinado teor de umidade, porém
sem excesso. As operações em solo muito úmido potencializam o pro-
cesso de compactação, seja nas regiões dos rastros da máquina, seja no
limite de ação da grade.
Os sintomas da presença de compactação de solo numa área de produção de grãos podem ser ob-
servados tanto nas plantas quanto no próprio solo.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
11
Na cultura, os sintomas visuais mais frequentes são: emergência
lenta da plântula; plantas com tamanhos variados; quantidade de
plantas pequenas maior do que o normal; plantas com sintomas de
deficiência de água em períodos de pequena estiagem e raízes de-
formadas com grande incidência de pelos absorventes.
Já os sintomas que podem ser observados no solo são: formação de crosta compactada no solo; em-
poçamento de água; erosão excessiva pela água, mesmo em pequenos volumes de chuva; estrutura
do solo degradada abaixo da camada mobilizada e grande resistência do solo à penetração dos
implementos de preparo do solo.
Síntese da aula!
Nesta aula, vimos que o preparo convencional do solo se constitui nas operações mecânicas de
aração seguida de gradagens, quantas forem necessárias, para o condicionamento do solo para se-
meadura, incorporação de corretivos e fertilizantes e incorporação de restos vegetais e de sementes
de plantas daninhas em grandes profundidades, entre outros. Porém, neste sistema, o solo fica al-
tamente sujeito a sofrer o processo de erosão provocado pelo escorrimento das águas das chuvas.
Portanto, deve-se atentar à construção de terraços, ao preparo do solo em nível, à umidade ideal do
solo e à alternância dos implementos utilizados no preparo.
Atividade de aprendizagem
Ao considerar a técnica de preparo convencional do solo, analise as seguintes alternativas e marque
a correta.
a.	 Os arados de discos proporcionam o maior rendimento operacional na operação de aração
do solo.
b.	 As grades aradoras exigem baixa potência dos tratores para a realização da aração.
c.	 O preparo convencional do solo provoca a inversão da sua camada arável, seguida pelo
destorroamento e nivelamento.
d.	 A aração e a gradagem, além de deixarem o solo pronto para o cultivo, são importantes
práticas de conservação do solo.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
12
A região do Estado de Goiás é caracterizada pela presença de solos ondulados a levemente ondula-
dos, com ocorrência de chuvas intensas. Isso possibilita a erosão de solo, caso não forem adotadas
práticas conservacionistas de solo. Nesse sentido, o plantio direto na palha é uma importante prática
dentro do uso racional do solo na agricultura.
Objetivo da aula:
Descrever as técnicas e os conceitos relacionados ao preparo do
solo em sistema de plantio direto na palha.
O plantio direto na palha é um sistema considerado conservacionista de solo, que envolve todas as
técnicas recomendadas para aumentar a produtividade, a fim de conservar ou melhorar continua-
mente o ambiente. Diferentemente do preparo convencional do solo, ele é fundamentado no não
revolvimento do solo, em sua cobertura permanente e na rotação de culturas.
O início do sistema de plantio direto (SPD) na
palha deve ser planejado de tal forma que, em
caso de necessidade, sejam realizadas previa-
mente a descompactação e/ou a calagem. O
SPD não pode ser implantado em solo compac-
tado, pois dificulta o desenvolvimento do siste-
ma radicular das plantas, diminui a aeração do
solo, o que altera as condições físicas e quími-
cas para o desenvolvimento de micro-organis-
mos favoráveis às plantas, além de diminuir a
taxa de infiltração, a permeabilidade do solo e
o armazenamento de água no seu perfil. Prin-
cipalmente no solo argiloso, se isso ocorrer, ra-
pidamente o sistema não se sustentará, o que
ocasionará a diminuição de produtividade, situ-
ação recorrente no cenário brasileiro.
AULA 2
Sistema de plantio direto na palha
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
13
Para iniciar o SPD na palha, o solo não deve apresentar limitações físicas e químicas, principalmente
quanto à correção do solo. Quando o sistema já estiver implantado e sendo conduzido conforme as
recomendações, se houver necessidade de correção do solo, o calcário deve ser aplicado superficial-
mente e sem incorporação.
Tome nota
O SPD deve ser implantado em áreas que apresentam palha, pois elas
reduzem perdas de solo e água pela erosão; diminuem o impacto da
chuva, para proteger o solo contra compactação e desagregação; au-
mentam a capacidade de infiltração da água no solo, para minimizar
os escorrimentos superficiais e amenizar as enchentes; estabilizam
a temperatura do solo, para favorecer os processos biológicos e a
vida no solo; mantêm a umidade do solo ao reduzir a evaporação;
agem como recicladoras de nutrientes, para assegurar alta atividade
biológica; aumentam a matéria orgânica no perfil do solo, a fim de
melhorar a CTC e a estrutura física do solo e ajudam no controle de
plantas daninhas, seja por supressão, seja por alelopatia.
Como o próprio nome já diz, a palhada ou a cobertura vegetal morta na superfície do solo é essen-
cial para o sucesso do SPD. Os restos culturais devem cobrir, pelo menos, 75% da superfície do solo
ou manter, no mínimo, 6 t/ha de matéria seca.
Para o sucesso na implantação e condução do SPD na palha, é necessário atender a alguns requisi-
tos. Veja quais são eles:
Correção da acidez do solo, naturalmente presente em solos do Cerrado,
por meio da aplicação de calcário e incorporação no perfil do solo na
camada de 0 a 20 cm de profundidade.
Eliminação da compactação do solo, independentemente de ser super-
ficial ou subsuperficial, caso for identificada por meio da análise feita
pelo penetrômetro (equipamento utilizado para testar a resistência do
solo à penetração).
Presença de palhada em quantidade e distribuição adequada.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
14
Eliminação de plantas daninhas perenes, pois, além de serem de difícil
controle, afetam o desenvolvimento da cultura.
Adequada drenagem em solos úmidos com lençol freático elevado, es-
pecialmente em solos argilosos.
Correção dos teores de nutrientes para os níveis adequados ao cultivo
de grãos.
Treinamento da mão de obra para operação adequada das máquinas na
semeadura, pulverização e colheita, entre outras.
Mudança de comportamento e qualificação do produtor rural, pois se
trata de um sistema complexo.
Para condução do SPD, deve-se atentar aos cuidados na seleção das espécies de plantas para pro-
dução de palha, seja dentro do sistema de rotação de cultura, seja no cultivo de plantas específicas
para formação da palhada, conforme segue.
•	Produzir grande quantidade de matéria seca.
•	Apresentar elevada taxa de crescimento.
•	Mostrar resistência à seca e ao frio.
•	Ser de fácil manejo e controle.
•	Ter sistema radicular vigoroso e profundo, com
elevada capacidade de reciclar nutrientes.
•	Apresentar boa produção de sementes.
•	Ter alta relação carbono/nitrogênio, o que
proporciona lenta decomposição, entre outros
benefícios.
Na ocasião da semeadura, é necessário utilizar o disco cortador da palhada e o sulcador estilo “bo-
tinha” nas linhas de semeadura, para maior aprofundamento do fertilizante, preparo do sulco e me-
lhor desenvolvimento radicular da cultura a ser instalada.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
15
Saiba mais
O SPD tem sido utilizado mais na cultura da soja, mas é aplicado
também em outras, especialmente naquelas destinadas à produção
de grãos, como o milho, com maiores exigências nutricionais, espe-
cialmente por nitrogênio.
Síntese da aula!
Nesta aula, vimos que o sistema de plantio direto na palha (SPD) baseia-se no cultivo em terreno co-
berto por palha, sem preparo físico do solo, por tempo indeterminado. Nesse sistema, utilizam-se se-
meadoras específicas para o corte da palha e para a abertura de um pequeno sulco para a deposição
de sementes e fertilizantes. A disponibilidade de restos vegetais, em boa quantidade e distribuição, é
essencial para o sucesso e a longevidade do sistema de plantio direto na palha.
Atividade de aprendizagem
Ao considerar a técnica de plantio direto na palha, analise as seguintes alternativas e marque a
correta.
a.	 O sistema de plantio direto na palha permite a aplicação de corretivos e a correção da aci-
dez do solo em profundidade superior a 20 cm.
b.	 O sistema de plantio direto na palha não permite o preparo físico do solo, como a gradagem,
por exemplo.
c.	 Após anos de plantio direto, a palhada na superfície do solo torna-se dispensável, em razão
da estabilidade do sistema.
d.	 O corte da palhada e a abertura do sulco na linha de semeadura não são aceitos no sistema
de plantio direto na palha.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
16
Com a modernização da agricultura brasileira, o sistema de plantio direto na palha vem ganhando
grande expressão, pelos benefícios para as áreas de cultivo de grãos. A utilização de um sistema de
rotação de culturas, de forma planejada e contínua, tem grande importância para a sustentabilidade
do sistema de produção, pois garante a conservação do solo e da água, a conservação ambiental, o
equilíbrio dos organismos infestantes e a viabilidade econômica da atividade.
Objetivo da aula:
Compreender os benefícios e as recomendações para cultivo de
grãos em rotação de culturas na área de cultivo.
A monocultura, caracterizada pelo cultivo da mesma cultura numa determinada área no decorrer
do tempo, tende a provocar a queda da produtividade continuamente, causar a degradação química,
física e biológica do solo, além de favorecer a ocorrência de doenças, pragas e plantas daninhas na
área. As razões desses efeitos negativos provocados pela monocultura são, entre outras:
•	 a absorção seletiva de nutrientes pela
cultura;
•	 a mesma composição dos restos vege-
tais que retornam ao solo;
•	 a persistência de inóculos de doenças
e pragas na área;
•	 menor nível de competição a determi-
nadas espécies de plantas daninhas.
Inóculo é um
patógeno ou parte de
um patógeno capaz de
se propagar e causar
infecção nas plantas.
AULA 3
Rotação de Culturas
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
17
Para aumentar a sustentabilidade no sistema
de produção, recomenda-se a utilização da ro-
tação de culturas. A rotação de culturas consis-
te em alternar culturas de diferentes espécies
na mesma área no decorrer do tempo, de forma
planejada e contínua.
Pelo conceito, a rotação de culturas prevê o re-
torno de uma dada cultura na mesma área de
cultivo após um determinado período de tempo.
O tempo de retorno da cultura pode ser variável
em função de alguns fatores, entre eles a viabi-
lidade de um determinado patógeno ou inóculo
de doença ou a quebra do ciclo de um determi-
nado inseto-praga, para que a cultura possa se
desenvolver livre desses organismos maléficos.
Tais fatores dependem da taxa de decomposição dos resíduos vege-
tais da cultura que os mantêm, mediante influência das condições de
temperatura e umidade e de um maior ou menor contato dos resídu-
os com o solo.
Em resumo, os principais benefícios da rotação de culturas podem ser resumidos conforme segue.
Aumento da matéria orgânica do solo.
Redução de perdas de solo e nutrientes por erosão hídrica.
Controle cultural de plantas daninhas, doenças e insetos-praga.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
18
Melhor aproveitamento dos nutrientes pela cultura.
Otimização do uso de máquinas e implementos agrícolas.
Distribuição da mão de obra mais uniformemente no decorrer do ano.
No processo de rotação de culturas, a área pode ser cultivada com diferentes culturas comerciais, ou
também com outra espécie de plantas sem a finalidade de produção de grãos ou de comercialização
de qualquer outro produto, somente com o intuito de se obter os benefícios de sua utilização como
adubação verde.
Adubação verde
A produção de massa vegetal para cobrir e proteger o solo contra a erosão é indispensável, significa
a base para o sucesso da atividade agrícola na região do arenito. Após a sistematização e o preparo
do solo, ou mesmo na ausência de necessidade dessa prática, quando o primeiro cultivo é realizado
já em sistema de plantio direto, recomenda-se implantar uma cultura para formação de massa que
anteceda a cultura comercial (soja ou milho).
Tome nota
Também em sistemas de rotação de culturas já consolidados, uma
espécie vegetal pode ser cultivada como adubação verde, a qual de-
positará sua parte aérea sobre a superfície do terreno após seu pleno
desenvolvimento, mediante o uso de herbicidas ou de qualquer outro
método de controle.
Entre os efeitos positivos do uso da adubação verde, além daqueles obtidos pela própria rotação de
culturas, podemos destacar os que estão mencionados a seguir.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
19
Ciclagem e reciclagem de nutrientes.
Fixação e disponibilização de nitrogênio para a próxima cultura,
caso uma espécie leguminosa seja cultivada como adubo verde.
Possibilidade de integração com a pecuária, com a utilização do
adubo verde como pastagem para a alimentação do gado.
Melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
20
Disponibilização de palhada sobre o solo em alta quantidade
e qualidade.
Redução do banco de nematoides e inóculos de doenças do solo,
dependendo da espécie cultivada.
Para se obter um bom resultado com a adubação verde, a escolha de espécies para a cobertura
vegetal do solo deve ser direcionada à produção de grande quantidade de biomassa. Além disso,
deve-se dar preferência para plantas fixadoras de nitrogênio, com sistema radicular profundo ou
abundante, promotoras de reciclagem de nutrientes, capazes de se sustentar com nutrientes residu-
ais das culturas comerciais anteriores, que sejam de fácil controle, que não apresentem efeito ale-
lopático para as próximas culturas e que não sejam hospedeiras de pragas, doenças e nematoides.
Dentro de um conceito mais amplo de rotação de culturas, podemos
considerar a integração de atividades, como a lavoura com a pecuária,
por exemplo. Mediante a integração da produção de grãos à de gado
que se alimente de uma pastagem ou adubo verde, é possível diver-
sificar a fonte de renda e aumentar a sustentabilidade da produção.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
21
Abaixo apresentamos um exemplo de planejamento de rotação de culturas a curto prazo:
Ano 1 Ano 2
Talhão Verão Safrinha Verão Safrinha
1 Milho Feijão
Milho +
Braquiária
Braquiária
2 Milho Feijão
Milho +
Braquiária
Braquiária
3 Soja Sorgo Soja Milho
4 Soja
Milho +
Braquiária
Braquiária Feijão
5 Soja
Milho +
Braquiária
Braquiária Feijão
6
Milho +
Braquiária
Braquiária Soja Sorgo
Proposta de rotação de culturas nos cultivos de verão e de safrinha, para os diferentes talhões de uma fazenda hipotética.
Saiba mais
O termo “safrinha” se refere ao plantio na entressafra, com seme-
adura realizada no período compreendido entre o mês de janeiro
e meados de março no estado de Goiás, também conhecido como
segunda safra.
Conforme apresentado, a rotação de culturas apresenta uma série de benefícios ao sistema produ-
ção, mas deve ser feita de forma bem planejada e conduzida. É necessário considerar ainda, que
não basta apenas estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas, além de dispô-las nas
diferentes glebas da propriedade. É necessário, também, que o agricultor utilize todas as demais
tecnologias à sua disposição, entre as quais as técnicas específicas para controle de erosão, cala-
gem, adubação, qualidade e tratamento de sementes, época e densidade de semeadura, cultivares
adaptadas e o controle de plantas daninhas, pragas e doenças.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
22
Síntese da aula
A rotação de culturas consiste em alternar espécies vegetais no decorrer do tempo, numa mesma
área agrícola. As espécies escolhidas devem ter propósito comercial e/ou simplesmente de forma-
ção de palhada e adubação verde. Para a obtenção de máxima eficiência da capacidade produtiva
do solo, o planejamento de rotação deve considerar, além das espécies comerciais, aquelas destina-
das à cobertura do solo, que produzam grandes quantidades de biomassa, cultivadas em condição
solteira ou em consórcio com culturas comerciais.
Atividade de aprendizagem
De acordo com o conteúdo de rotação de culturas e outros relacionados à aula, analise as alternati-
vas a seguir e marque a correta.
a.	 A rotação de culturas é caracterizada pelo cultivo da mesma cultura, com plantio no forma-
to circular, numa determinada área no decorrer do tempo.
b.	 As espécies a serem cultivadas no sistema de rotação de culturas devem ser determinadas
de forma aleatória, por sorteio.
c.	 A adubação verde refere-se ao cultivo de plantas com finalidade comercial.
d.	 Entre os benefícios da adubação verde estão a formação de palhada e a redução do proces-
so erosivo do solo.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
23
Gabarito
Módulo 1
Aula 1
Resposta correta: C
Com as operações de aração e gradagem, realizam-se a inversão da camada de solo, o destorroamento
e o nivelamento, para deixar a área pronta para a semeadura, em termos de preparo de solo. A alter-
nativa A está incorreta, pois os arados de discos têm pequena largura útil de trabalho e, consequente-
mente, menor rendimento operacional do que as grades aradoras. A alternativa B está incorreta, pois
as grades aradoras exigem alta potência dos tratores, em razão da grande profundidade de preparo do
solo, em comparação com as grades niveladoras que atuam em menores profundidades. A alternativa D
está incorreta, pois a aração e a gradagem, representadas pelo preparo convencional do solo, deixam o
solo exposto à erosão, portanto, exigem práticas de conservação de solo complementares.
Aula 2
Resposta correta: B
O preparo físico do solo destrói sua estrutura física, criada por anos de adoção e condução do plantio
direto na palha. A alternativa A está incorreta, pois no sistema de plantio direto o calcário é aplicado
em superfície, sem incorporação e, portanto, não se realiza correção em grandes profundidades após a
implantação do sistema. A alternativa C está incorreta, pois a presença de palhada em boa quantidade e
distribuição é indispensável em todos os momentos dentro da condução do plantio direto na palha. Por
fim, a alternativa D está incorreta, pois o corte da palhada e a abertura do sulco na linha de semeadura
são necessários para a boa distribuição de sementes e fertilizantes.
Aula 3
Resposta correta: D
A espécie cultivada como adubo verde depositará sua parte aérea sobre a superfície do terreno após
seu pleno desenvolvimento, em consequência de determinado método de controle, e protegerá o solo
contra erosão. A alternativa A está errada pois a rotação de culturas consiste em alternar espécies
vegetais no decorrer do tempo, numa mesma área agrícola. A alternativa B está errada pois a rotação
de culturas apresenta uma série de benefícios ao sistema de produção, mas deve ser feita de forma bem
planejada e conduzida. Envolve uma sequência ordenada de diferentes culturas no decorrer do tempo
para determinada área. A alternativa C está incorreta pois refere-se ao cultivo de uma espécie de plan-
tas sem a finalidade de produção de grãos ou de comercialização de qualquer outro produto, somente
com o intuito de se obter os benefícios de sua utilização na área como adubação verde.
MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo
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Preparo de solo para cultivo de grãos

  • 2. 2018. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO INFORMAÇÕES E CONTATO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300 (62) 3412-2700 / 3412-2701 E-mail: senar@senargo.org.br http://www.senargo.org.br/ http://ead.senargo.org.br/ PROGRAMA PRODUÇÃO VEGETAL CURSO CULTIVO E PRODUÇÃO DE GRÃOS PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DO SENAR/AR-GO José Mário Schreiner TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Daniel Kluppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas Mendonça. SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Wanderley Rodrigues de Siqueira, Marcos Epaminondas Roriz de Moraes, Rogério Azeredo Cardoso D’Avila, Flávio Roberto de Arruda Costa e Eleandro Borges da Silva. SUPERINTENDENTE DO SENAR/AR-GO Antônio Carlos de Souza Lima Neto GESTOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO DO SENAR/AR-GO Marcelo Lessa Medeiros Bezerra GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR/AR-GO Fernando Couto de Araújo COORDENAÇÃO TÉCNICA Fernando Couto de Araújo e Sílvia Romano Ribeiro IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S Conteudista: Juliana Lourenço Nunes Guimarães TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
  • 3. MÓDULO 01 Manejo e preparo do solo
  • 4. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 4 Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso Cultivo e produção de grãos! O objetivo geral deste curso é demonstrar as atividades que envolvem o planejamento, o plantio, a condução e a colheita de lavouras de produ- ção de grãos, a fim de reconhecer as técnicas recomendadas, de forma a garantir melhor produtividade e maior sustentabilidade ambiental. Veja como essa jornada de aprendizado está dividida: Módulo 1 Manejo e preparo do solo Aula 1: Preparo convencional do solo Aula 2: Sistema de plantio direto na palha Aula 3: Rotação de culturas Módulo 2 Nutrição e adubação Aula 1: Calagem e gessagem Aula 2: Exigências nutricionais de culturas de soja e milho Aula 3: Adubações de correção e manutenção Módulo 3 Semeadura Aula 1: Tratamento de sementes Aula 2: Espaçamento e densidade de semeadura Aula 3: Época e recomendações de semeadura Módulo 4 Manejo integrado e tratos culturais Aula 1: Controle de plantas daninhas Aula 2: Manejo integrado de insetos-praga Aula 3: Doenças e métodos de controle Aula 4: Irrigação da cultura Módulo 5 Colheita de grãos Aula 1: Ponto de colheita Aula 2: Colheita mecanizada de grãos
  • 5. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 5 Atividades de aprendizagem A atividade de aprendizagem tem o objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento em relação ao conteúdo da aula. É importante responder à atividade para avançar no conteúdo. Vamos começar? Acesse o ambiente de estudos e assista ao vídeo que preparamos para você. Nele, você saberá mais sobre o Módulo 1.
  • 6. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 6 AULA 1 Preparo convencional do solo O preparo convencional do solo é prática utilizada em novas áreas, como preparo inicial e con- dicionamento do solo para plantio de culturas de grãos. Também pode ser aplicada em áreas já cultivadas, onde se pretenda corrigir uma compactação superficial, incorporar corretivos no perfil do solo, controlar plantas daninhas ou simplesmente deixar o solo em condições para a semeadura das culturas de interesse. Essa prática, uma das mais antigas de preparo de solo, deve ser feita com critérios técnicos para não provocar problemas nas áreas cultivadas. Objetivo da aula: Identificar as máquinas e as técnicas recomendadas para o preparo convencional do solo. O preparo convencional do solo consiste no conjunto de operações realizadas no solo com a finalidade de facilitar a semeadura, a ger- minação das sementes e o desenvolvimento das plântulas. É necessário que cada operação seja realizada com o implemento adequado e o solo preparado com o mínimo de movimen- tação, o que não implica diminuição da pro- fundidade de trabalho, mas sim a redução do número de operações. Aração com arado mais as gradagens de nivelamento do solo, geralmente duas ou três. Pode ser utilizado desde em áreas recém-abertas, como forma inicial de preparo do solo e incorporação de corretivos, até em áreas já cultivadas.
  • 7. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 7 Veja as vantagens do preparo convencional do solo em áreas de cultivo e produção de grãos: Preparo e condicionamento do solo para a semeadura da cultura a ser implantada, o que possibilita seu bom desenvolvimento. Incorporação e mistura do calcário no perfil do solo, especialmente a 20 cm de profundidade, para correção da acidez natural de solos do Cerrado. Enterrio de restos vegetais, o que favorece sua decomposição. Eliminação de plantas daninhas infestantes na área e incorpora- ção das sementes em maior profundidade, para dificultar a emer- gência delas. Eliminação de camadas superficiais compactadas, pois elas favore- cem a infiltração de água e o desenvolvimento radicular das plantas. Aração A primeira operação dentro do preparo convencional do solo é a aração, que pode ser realizada por meio de um arado ou grade aradora. A seguir, veja a diferença entre eles: Arado A aração, realizada com arado de aivecas ou arado de discos, permite um prepa- ro do solo em maior profundidade em virtude das características desses imple- mentos (até 40 cm). Esta operação possibilita maior inversão da camada arada do solo, com enterrio dos restos vegetais e sementes de plantas daninhas para di- ficultar a germinação deles. Também deixa o solo menos resistente à infiltração de água da chuva e ao desenvolvimento das raízes das plantas em maior profun- didade. Porém proporciona baixo rendimento operacional, em razão de pequena faixa útil de preparo em cada passada do equipamento, exige alta potência do trator e não é recomendada em áreas com presença de tocos ou pedras.
  • 8. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 8 Grade aradora A aração com grade aradora também visa ao preparo inicial do solo em profundi- dade, porém menor em comparação àquela obtida com arados. Trata-se de uma operação com maior rendimento de serviço, que varia de acordo com a largura útil da grade. É superior aos arados e possibilita um resultado satisfatório, mesmo em áreas recém-abertas e com presença de tocos, uma vez que os discos passam por cima deles. Também pica bem a massa vegetal proveniente dos restos da cultura anterior ou de plantas daninhas e a incorpora ao solo. A grade aradora tem discos recortados que facilitam a penetração no solo e a passagem por algum obstáculo. É necessário fazer uma ressalva sobre a grade aradora: as sucessivas operações com grades arado- ras pesadas na mesma área devem ser evitadas, pois quanto maior o número de gradagens maior será a pulverização do solo e, consequentemente, sua susceptibilidade à erosão. Além disso, há a possibilidade de formação do “pé de grade”, que nada mais é do que uma camada compactada em subsuperfície, abaixo da profundidade de corte da grade aradora. Gradagem Na sequência do preparo convencional do solo vem a gradagem, que pode ser realizada em uma a três operações. As grades niveladoras têm duas seções de discos: uma pode ser equi- pada com discos recortados e a outra com dis- cos lisos, ou ambas com discos lisos. Elas podem ser montadas, acopladas nos três pontos do trator ou de arraste, com ou sem sis- tema hidráulico. Sua largura útil de trabalho varia de acordo com o modelo e, consequente- mente, a potência disponível do trator. Durante o deslocamento, elas realizam o seccionamen- to, a pulverização e o nivelamento do solo, a fim de deixá-lo pronto para a semeadura e o deslocamento de máquinas na área.
  • 9. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 9 Tome nota A gradagem é a operação que complementa ou completa a aração, com o objetivo de destorroar e nivelar o solo, para facilitar as opera- ções de semeadura, tratos culturais e até a colheita das culturas de grãos. Além disso, ela ainda pode ser realizada tanto para a destrui- ção de restos vegetais, seja da cultura anterior, seja de plantas dani- nhas, como também para a incorporação de corretivos e fertilizantes. Você sabia que a utilização da prática de preparo convencional de solo em áreas de produção de grãos no Estado tem perdido forças nos últimos anos? Isso acontece por causa da maior adoção da técnica de plantio direto, o que reduz o número de operações agrícolas necessárias antes da semeadura e possibilita o cultivo e a produção de grãos em extensas áreas. Atenção! Em áreas nas quais se adota o preparo convencional do solo, deve-se ter atenção quanto à conservação do solo, uma vez que esse preparo o deixa mais pulverizado (desagregado) e com alta sus- ceptibilidade de erosão hídrica por meio do escorrimento superficial (enxurradas) formado pelos grandes volumes de chuva, comuns nas regiões tropicais e em Goiás.
  • 10. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 10 Saiba mais Você sabia que a camada superficial do solo de 0 a 20 cm, especial- mente os primeiros 5 a 7 cm, é a mais fértil do solo? Nela estão con- centrados os maiores teores de nutrientes essenciais às plantas. O processo de erosão hídrica provoca perdas de solo, inicialmente da camada superficial, justamente a camada mais fértil, o que provoca a eutrofização (contaminação por nutrientes) dos cursos d’água e o enfraquecimento do solo, além de dificultar o deslocamento de máquinas pela área quando se formam voçorocas. A seguir, veja os pontos básicos a considerar no manejo convencional do solo. Preparar o solo em nível Durante a aração ou as gradagens, deve-se considerar a declividade do terreno e realizar o preparo em nível, para evitar a formação de sulcos a favor da declividade do solo e, consequentemente, o favorecimento do escoamento da água e da erosão do solo. Construir terraços na área O terraceamento consiste na construção de uma estrutura física formada por um sulco e um camalhão construídos contra a declividade do terre- no, de forma a impedir a formação de enxurradas, a energia e a velocida- de da água durante o escoamento. Alternar a profun- didade de ação dos implementos O uso implementos de preparo do solo que sejam distintos e que possu- am diferentes profundidades de trabalho possibilita melhor preparo do solo e evita a formação de compactação “pé de grade” em subsuperfície. Observar a condi- ção de umidade do solo Para o trabalho, o solo deverá ter determinado teor de umidade, porém sem excesso. As operações em solo muito úmido potencializam o pro- cesso de compactação, seja nas regiões dos rastros da máquina, seja no limite de ação da grade. Os sintomas da presença de compactação de solo numa área de produção de grãos podem ser ob- servados tanto nas plantas quanto no próprio solo.
  • 11. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 11 Na cultura, os sintomas visuais mais frequentes são: emergência lenta da plântula; plantas com tamanhos variados; quantidade de plantas pequenas maior do que o normal; plantas com sintomas de deficiência de água em períodos de pequena estiagem e raízes de- formadas com grande incidência de pelos absorventes. Já os sintomas que podem ser observados no solo são: formação de crosta compactada no solo; em- poçamento de água; erosão excessiva pela água, mesmo em pequenos volumes de chuva; estrutura do solo degradada abaixo da camada mobilizada e grande resistência do solo à penetração dos implementos de preparo do solo. Síntese da aula! Nesta aula, vimos que o preparo convencional do solo se constitui nas operações mecânicas de aração seguida de gradagens, quantas forem necessárias, para o condicionamento do solo para se- meadura, incorporação de corretivos e fertilizantes e incorporação de restos vegetais e de sementes de plantas daninhas em grandes profundidades, entre outros. Porém, neste sistema, o solo fica al- tamente sujeito a sofrer o processo de erosão provocado pelo escorrimento das águas das chuvas. Portanto, deve-se atentar à construção de terraços, ao preparo do solo em nível, à umidade ideal do solo e à alternância dos implementos utilizados no preparo. Atividade de aprendizagem Ao considerar a técnica de preparo convencional do solo, analise as seguintes alternativas e marque a correta. a. Os arados de discos proporcionam o maior rendimento operacional na operação de aração do solo. b. As grades aradoras exigem baixa potência dos tratores para a realização da aração. c. O preparo convencional do solo provoca a inversão da sua camada arável, seguida pelo destorroamento e nivelamento. d. A aração e a gradagem, além de deixarem o solo pronto para o cultivo, são importantes práticas de conservação do solo.
  • 12. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 12 A região do Estado de Goiás é caracterizada pela presença de solos ondulados a levemente ondula- dos, com ocorrência de chuvas intensas. Isso possibilita a erosão de solo, caso não forem adotadas práticas conservacionistas de solo. Nesse sentido, o plantio direto na palha é uma importante prática dentro do uso racional do solo na agricultura. Objetivo da aula: Descrever as técnicas e os conceitos relacionados ao preparo do solo em sistema de plantio direto na palha. O plantio direto na palha é um sistema considerado conservacionista de solo, que envolve todas as técnicas recomendadas para aumentar a produtividade, a fim de conservar ou melhorar continua- mente o ambiente. Diferentemente do preparo convencional do solo, ele é fundamentado no não revolvimento do solo, em sua cobertura permanente e na rotação de culturas. O início do sistema de plantio direto (SPD) na palha deve ser planejado de tal forma que, em caso de necessidade, sejam realizadas previa- mente a descompactação e/ou a calagem. O SPD não pode ser implantado em solo compac- tado, pois dificulta o desenvolvimento do siste- ma radicular das plantas, diminui a aeração do solo, o que altera as condições físicas e quími- cas para o desenvolvimento de micro-organis- mos favoráveis às plantas, além de diminuir a taxa de infiltração, a permeabilidade do solo e o armazenamento de água no seu perfil. Prin- cipalmente no solo argiloso, se isso ocorrer, ra- pidamente o sistema não se sustentará, o que ocasionará a diminuição de produtividade, situ- ação recorrente no cenário brasileiro. AULA 2 Sistema de plantio direto na palha
  • 13. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 13 Para iniciar o SPD na palha, o solo não deve apresentar limitações físicas e químicas, principalmente quanto à correção do solo. Quando o sistema já estiver implantado e sendo conduzido conforme as recomendações, se houver necessidade de correção do solo, o calcário deve ser aplicado superficial- mente e sem incorporação. Tome nota O SPD deve ser implantado em áreas que apresentam palha, pois elas reduzem perdas de solo e água pela erosão; diminuem o impacto da chuva, para proteger o solo contra compactação e desagregação; au- mentam a capacidade de infiltração da água no solo, para minimizar os escorrimentos superficiais e amenizar as enchentes; estabilizam a temperatura do solo, para favorecer os processos biológicos e a vida no solo; mantêm a umidade do solo ao reduzir a evaporação; agem como recicladoras de nutrientes, para assegurar alta atividade biológica; aumentam a matéria orgânica no perfil do solo, a fim de melhorar a CTC e a estrutura física do solo e ajudam no controle de plantas daninhas, seja por supressão, seja por alelopatia. Como o próprio nome já diz, a palhada ou a cobertura vegetal morta na superfície do solo é essen- cial para o sucesso do SPD. Os restos culturais devem cobrir, pelo menos, 75% da superfície do solo ou manter, no mínimo, 6 t/ha de matéria seca. Para o sucesso na implantação e condução do SPD na palha, é necessário atender a alguns requisi- tos. Veja quais são eles: Correção da acidez do solo, naturalmente presente em solos do Cerrado, por meio da aplicação de calcário e incorporação no perfil do solo na camada de 0 a 20 cm de profundidade. Eliminação da compactação do solo, independentemente de ser super- ficial ou subsuperficial, caso for identificada por meio da análise feita pelo penetrômetro (equipamento utilizado para testar a resistência do solo à penetração). Presença de palhada em quantidade e distribuição adequada.
  • 14. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 14 Eliminação de plantas daninhas perenes, pois, além de serem de difícil controle, afetam o desenvolvimento da cultura. Adequada drenagem em solos úmidos com lençol freático elevado, es- pecialmente em solos argilosos. Correção dos teores de nutrientes para os níveis adequados ao cultivo de grãos. Treinamento da mão de obra para operação adequada das máquinas na semeadura, pulverização e colheita, entre outras. Mudança de comportamento e qualificação do produtor rural, pois se trata de um sistema complexo. Para condução do SPD, deve-se atentar aos cuidados na seleção das espécies de plantas para pro- dução de palha, seja dentro do sistema de rotação de cultura, seja no cultivo de plantas específicas para formação da palhada, conforme segue. • Produzir grande quantidade de matéria seca. • Apresentar elevada taxa de crescimento. • Mostrar resistência à seca e ao frio. • Ser de fácil manejo e controle. • Ter sistema radicular vigoroso e profundo, com elevada capacidade de reciclar nutrientes. • Apresentar boa produção de sementes. • Ter alta relação carbono/nitrogênio, o que proporciona lenta decomposição, entre outros benefícios. Na ocasião da semeadura, é necessário utilizar o disco cortador da palhada e o sulcador estilo “bo- tinha” nas linhas de semeadura, para maior aprofundamento do fertilizante, preparo do sulco e me- lhor desenvolvimento radicular da cultura a ser instalada.
  • 15. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 15 Saiba mais O SPD tem sido utilizado mais na cultura da soja, mas é aplicado também em outras, especialmente naquelas destinadas à produção de grãos, como o milho, com maiores exigências nutricionais, espe- cialmente por nitrogênio. Síntese da aula! Nesta aula, vimos que o sistema de plantio direto na palha (SPD) baseia-se no cultivo em terreno co- berto por palha, sem preparo físico do solo, por tempo indeterminado. Nesse sistema, utilizam-se se- meadoras específicas para o corte da palha e para a abertura de um pequeno sulco para a deposição de sementes e fertilizantes. A disponibilidade de restos vegetais, em boa quantidade e distribuição, é essencial para o sucesso e a longevidade do sistema de plantio direto na palha. Atividade de aprendizagem Ao considerar a técnica de plantio direto na palha, analise as seguintes alternativas e marque a correta. a. O sistema de plantio direto na palha permite a aplicação de corretivos e a correção da aci- dez do solo em profundidade superior a 20 cm. b. O sistema de plantio direto na palha não permite o preparo físico do solo, como a gradagem, por exemplo. c. Após anos de plantio direto, a palhada na superfície do solo torna-se dispensável, em razão da estabilidade do sistema. d. O corte da palhada e a abertura do sulco na linha de semeadura não são aceitos no sistema de plantio direto na palha.
  • 16. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 16 Com a modernização da agricultura brasileira, o sistema de plantio direto na palha vem ganhando grande expressão, pelos benefícios para as áreas de cultivo de grãos. A utilização de um sistema de rotação de culturas, de forma planejada e contínua, tem grande importância para a sustentabilidade do sistema de produção, pois garante a conservação do solo e da água, a conservação ambiental, o equilíbrio dos organismos infestantes e a viabilidade econômica da atividade. Objetivo da aula: Compreender os benefícios e as recomendações para cultivo de grãos em rotação de culturas na área de cultivo. A monocultura, caracterizada pelo cultivo da mesma cultura numa determinada área no decorrer do tempo, tende a provocar a queda da produtividade continuamente, causar a degradação química, física e biológica do solo, além de favorecer a ocorrência de doenças, pragas e plantas daninhas na área. As razões desses efeitos negativos provocados pela monocultura são, entre outras: • a absorção seletiva de nutrientes pela cultura; • a mesma composição dos restos vege- tais que retornam ao solo; • a persistência de inóculos de doenças e pragas na área; • menor nível de competição a determi- nadas espécies de plantas daninhas. Inóculo é um patógeno ou parte de um patógeno capaz de se propagar e causar infecção nas plantas. AULA 3 Rotação de Culturas
  • 17. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 17 Para aumentar a sustentabilidade no sistema de produção, recomenda-se a utilização da ro- tação de culturas. A rotação de culturas consis- te em alternar culturas de diferentes espécies na mesma área no decorrer do tempo, de forma planejada e contínua. Pelo conceito, a rotação de culturas prevê o re- torno de uma dada cultura na mesma área de cultivo após um determinado período de tempo. O tempo de retorno da cultura pode ser variável em função de alguns fatores, entre eles a viabi- lidade de um determinado patógeno ou inóculo de doença ou a quebra do ciclo de um determi- nado inseto-praga, para que a cultura possa se desenvolver livre desses organismos maléficos. Tais fatores dependem da taxa de decomposição dos resíduos vege- tais da cultura que os mantêm, mediante influência das condições de temperatura e umidade e de um maior ou menor contato dos resídu- os com o solo. Em resumo, os principais benefícios da rotação de culturas podem ser resumidos conforme segue. Aumento da matéria orgânica do solo. Redução de perdas de solo e nutrientes por erosão hídrica. Controle cultural de plantas daninhas, doenças e insetos-praga.
  • 18. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 18 Melhor aproveitamento dos nutrientes pela cultura. Otimização do uso de máquinas e implementos agrícolas. Distribuição da mão de obra mais uniformemente no decorrer do ano. No processo de rotação de culturas, a área pode ser cultivada com diferentes culturas comerciais, ou também com outra espécie de plantas sem a finalidade de produção de grãos ou de comercialização de qualquer outro produto, somente com o intuito de se obter os benefícios de sua utilização como adubação verde. Adubação verde A produção de massa vegetal para cobrir e proteger o solo contra a erosão é indispensável, significa a base para o sucesso da atividade agrícola na região do arenito. Após a sistematização e o preparo do solo, ou mesmo na ausência de necessidade dessa prática, quando o primeiro cultivo é realizado já em sistema de plantio direto, recomenda-se implantar uma cultura para formação de massa que anteceda a cultura comercial (soja ou milho). Tome nota Também em sistemas de rotação de culturas já consolidados, uma espécie vegetal pode ser cultivada como adubação verde, a qual de- positará sua parte aérea sobre a superfície do terreno após seu pleno desenvolvimento, mediante o uso de herbicidas ou de qualquer outro método de controle. Entre os efeitos positivos do uso da adubação verde, além daqueles obtidos pela própria rotação de culturas, podemos destacar os que estão mencionados a seguir.
  • 19. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 19 Ciclagem e reciclagem de nutrientes. Fixação e disponibilização de nitrogênio para a próxima cultura, caso uma espécie leguminosa seja cultivada como adubo verde. Possibilidade de integração com a pecuária, com a utilização do adubo verde como pastagem para a alimentação do gado. Melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.
  • 20. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 20 Disponibilização de palhada sobre o solo em alta quantidade e qualidade. Redução do banco de nematoides e inóculos de doenças do solo, dependendo da espécie cultivada. Para se obter um bom resultado com a adubação verde, a escolha de espécies para a cobertura vegetal do solo deve ser direcionada à produção de grande quantidade de biomassa. Além disso, deve-se dar preferência para plantas fixadoras de nitrogênio, com sistema radicular profundo ou abundante, promotoras de reciclagem de nutrientes, capazes de se sustentar com nutrientes residu- ais das culturas comerciais anteriores, que sejam de fácil controle, que não apresentem efeito ale- lopático para as próximas culturas e que não sejam hospedeiras de pragas, doenças e nematoides. Dentro de um conceito mais amplo de rotação de culturas, podemos considerar a integração de atividades, como a lavoura com a pecuária, por exemplo. Mediante a integração da produção de grãos à de gado que se alimente de uma pastagem ou adubo verde, é possível diver- sificar a fonte de renda e aumentar a sustentabilidade da produção.
  • 21. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 21 Abaixo apresentamos um exemplo de planejamento de rotação de culturas a curto prazo: Ano 1 Ano 2 Talhão Verão Safrinha Verão Safrinha 1 Milho Feijão Milho + Braquiária Braquiária 2 Milho Feijão Milho + Braquiária Braquiária 3 Soja Sorgo Soja Milho 4 Soja Milho + Braquiária Braquiária Feijão 5 Soja Milho + Braquiária Braquiária Feijão 6 Milho + Braquiária Braquiária Soja Sorgo Proposta de rotação de culturas nos cultivos de verão e de safrinha, para os diferentes talhões de uma fazenda hipotética. Saiba mais O termo “safrinha” se refere ao plantio na entressafra, com seme- adura realizada no período compreendido entre o mês de janeiro e meados de março no estado de Goiás, também conhecido como segunda safra. Conforme apresentado, a rotação de culturas apresenta uma série de benefícios ao sistema produ- ção, mas deve ser feita de forma bem planejada e conduzida. É necessário considerar ainda, que não basta apenas estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas, além de dispô-las nas diferentes glebas da propriedade. É necessário, também, que o agricultor utilize todas as demais tecnologias à sua disposição, entre as quais as técnicas específicas para controle de erosão, cala- gem, adubação, qualidade e tratamento de sementes, época e densidade de semeadura, cultivares adaptadas e o controle de plantas daninhas, pragas e doenças.
  • 22. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 22 Síntese da aula A rotação de culturas consiste em alternar espécies vegetais no decorrer do tempo, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter propósito comercial e/ou simplesmente de forma- ção de palhada e adubação verde. Para a obtenção de máxima eficiência da capacidade produtiva do solo, o planejamento de rotação deve considerar, além das espécies comerciais, aquelas destina- das à cobertura do solo, que produzam grandes quantidades de biomassa, cultivadas em condição solteira ou em consórcio com culturas comerciais. Atividade de aprendizagem De acordo com o conteúdo de rotação de culturas e outros relacionados à aula, analise as alternati- vas a seguir e marque a correta. a. A rotação de culturas é caracterizada pelo cultivo da mesma cultura, com plantio no forma- to circular, numa determinada área no decorrer do tempo. b. As espécies a serem cultivadas no sistema de rotação de culturas devem ser determinadas de forma aleatória, por sorteio. c. A adubação verde refere-se ao cultivo de plantas com finalidade comercial. d. Entre os benefícios da adubação verde estão a formação de palhada e a redução do proces- so erosivo do solo.
  • 23. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 23 Gabarito Módulo 1 Aula 1 Resposta correta: C Com as operações de aração e gradagem, realizam-se a inversão da camada de solo, o destorroamento e o nivelamento, para deixar a área pronta para a semeadura, em termos de preparo de solo. A alter- nativa A está incorreta, pois os arados de discos têm pequena largura útil de trabalho e, consequente- mente, menor rendimento operacional do que as grades aradoras. A alternativa B está incorreta, pois as grades aradoras exigem alta potência dos tratores, em razão da grande profundidade de preparo do solo, em comparação com as grades niveladoras que atuam em menores profundidades. A alternativa D está incorreta, pois a aração e a gradagem, representadas pelo preparo convencional do solo, deixam o solo exposto à erosão, portanto, exigem práticas de conservação de solo complementares. Aula 2 Resposta correta: B O preparo físico do solo destrói sua estrutura física, criada por anos de adoção e condução do plantio direto na palha. A alternativa A está incorreta, pois no sistema de plantio direto o calcário é aplicado em superfície, sem incorporação e, portanto, não se realiza correção em grandes profundidades após a implantação do sistema. A alternativa C está incorreta, pois a presença de palhada em boa quantidade e distribuição é indispensável em todos os momentos dentro da condução do plantio direto na palha. Por fim, a alternativa D está incorreta, pois o corte da palhada e a abertura do sulco na linha de semeadura são necessários para a boa distribuição de sementes e fertilizantes. Aula 3 Resposta correta: D A espécie cultivada como adubo verde depositará sua parte aérea sobre a superfície do terreno após seu pleno desenvolvimento, em consequência de determinado método de controle, e protegerá o solo contra erosão. A alternativa A está errada pois a rotação de culturas consiste em alternar espécies vegetais no decorrer do tempo, numa mesma área agrícola. A alternativa B está errada pois a rotação de culturas apresenta uma série de benefícios ao sistema de produção, mas deve ser feita de forma bem planejada e conduzida. Envolve uma sequência ordenada de diferentes culturas no decorrer do tempo para determinada área. A alternativa C está incorreta pois refere-se ao cultivo de uma espécie de plan- tas sem a finalidade de produção de grãos ou de comercialização de qualquer outro produto, somente com o intuito de se obter os benefícios de sua utilização na área como adubação verde.
  • 24. MÓDULO 01 | Manejo e preparo do solo 24