Este documento descreve a história do Brasil desde sua independência em 1822 até as rebeliões provinciais no período regencial entre 1831-1840. Ele resume a proclamação da independência pelo príncipe regente Pedro em 1822, o Primeiro Reinado sob seu comando até 1831, o período das Regências de 1831 a 1840 e as rebeliões que ocorreram durante esse período de transição do poder dos portugueses para a elite nacional brasileira.
1. Brasil IV
Índice
Fonte: Museu Imperial, Petrópolis
De colônia a sede do Império Português
A Independência do Brasil
O Primeiro Reinado (1822-1831)
As Regências (1831-1840)
Rebeliões provinciais
Retrato de Dom João VI e sua mulher, Carlota
Joaquina, de 1815. Quadro do pintor Manuel Dias de
Oliveira
Internet
A Independência do Brasil
1
2. O que se pode ver neste quadro?
O grito do Ipiranga, por Pedro Américo em 1888. 2
3. O que se pode ver neste quadro?
Qual a
diferença entre
o quadro de
Pedro Américo?
François-René Moreaux
3
4. De colônia a sede do Império Português
Passagem do
século XVIII para o século XIX
Em boa parte do nosso litoral
já havia vilas e cidades, e até
no interior podiam-se
encontrar núcleos urbanos.
As atividades econômicas
haviam passado por um
processo de expansão e
diversificação.
O mercado interno crescera tanto que a comercialização de gêneros
alimentícios e a formação de rotas de comércio escapavam ao controle da
metrópole. 4
5. FATORES:
A crise do sistema
colonial: Problemas
externos e internos;
Vinda da Família Real
para o Brasil;
Fim do pacto colonial:
Com a abertura dos
portos brasileiros para as
nações amigas;
Março de 1808 - a corte portuguesa foi
Liberação para a instalada no Rio de Janeiro. Muitos
produção e comércio moradores, sob ordem de D. João, foram
despejados para que os imóveis fossem
dentro da colônia. usados pelos funcionários do governo.
5
6. A presença da Corte no Rio
de Janeiro imprimiu uma
nova dinâmica à vida da
cidade. Ruas foram
pavimentadas e equipadas
com iluminação
pública, novos chafarizes e
prédios foram construídos.
A abertura dos portos ao
comércio internacional fez
com que uma grande
quantidade de artigos de
luxo começasse a chegar
ao Rio de Janeiro. Lojas de
roupas
finas, joalherias, salões de
cabeleireiros passaram a
funcionar tendo como
clientela pessoas da Corte
e da elite local. A
população assistia a 6
tudo admirada.
7. A Independência do Brasil
Em Portugal - O descontentamento não era
1808 - Ao chegar ao Brasil, dom pequeno. Com a queda de Napoleão os
João foi recebido com festa pela portugueses não viam mais razão para dom João
população. A “lua de continuar em terras brasileiras. Em 1818 ainda
mel”, entretanto, não durou muito no Rio de Janeiro, foi aclamado rei, recebendo o
tempo. Uma das queixas da título de dom João VI.
população era com relação à pesada
carga tributária.
Dezembro de 1815 - Dom João Agosto de 1820 - Uma guarnição do exército do
assinou um decreto criando o Porto se rebelou e deu início a uma revolução liberal
Reino Unido de Portugal, Brasil e e antiabsolutista. Em Lisboa, uma junta provisória
Algarves. Para muitos assumiu o poder e convocou as Cortes para elaborar
historiadores, essa medida é o uma Constituição. A junta exigia o retorno da família
marco inicial do processo de real e da Corte para Portugal e a restauração do
emancipação política e monopólio comercial com o Brasil.
administrativa do Brasil.
26 de abril 1821- A família real e mais 4 mil nobres e funcionários zarparam rumo a Portugal.
Levavam consigo todo o ouro guardado no Banco do Brasil e muitas outras riquezas.
Em seu lugar, o rei deixou o filho, dom Pedro, que assumiu o poder como príncipe regente.
7
8. José Bonifácio - Enviou Setembro de 1822 -
Dom Pedro - Procurava atrair de São Paulo Despachos vindos de
pessoas com experiência representação a dom Lisboa desautorizavam a
administrativa para ajudá-lo a convocação da
Pedro na qual pedia que
governar. Uma das figuras Assembleia Constituinte e
mais destacadas desse grupo o príncipe permanecesse
no Brasil. No dia 29 de ordenavam o imediato
era José Bonifácio de Andrada
e Silva, que defendia a ideia dezembro era entregue retorno de dom Pedro a
de que o Brasil deveria a dom Pedro um abaixo- Portugal. José Bonifácio
manter-se unido a -assinado com a mesma enviou os despachos ao
Portugal, mas com um exigência subscrito por 8 príncipe, que se
governo próprio e autônomo. mil assinaturas. Onze encontrava em São
A opinião pública se dividiu em Paulo, aconselhando- o a
dias depois, o príncipe
duas correntes: a que apoiava romper com os
José Bonifácio, e a que . anunciou sua decisão de
ficar no Brasil. portugueses. No dia 7 de
apoiava Gonçalves Ledo, que
defendia o rompimento com O episódio, conhecido setembro, o mensageiro
os portugueses. Ambas as como Dia do Fico (9 de alcançou dom Pedro nas
correntes concordavam que janeiro de 1822), foi o proximidades do riacho
dom Pedro deveria resistir às primeiro de uma série de do Ipiranga. Ao receber
pressões das Cortes de atos que levariam à os decretos, o príncipe
Lisboa, recusando-se a voltar proclamou a
ruptura definitiva entre
a Portugal. independência do
brasileiros e
portugueses. Brasil, declarando a
ruptura dos laços com
8
Portugal.
10. Pós (IN)dependência
• Embora tenha sido de grande
• Os primeiros países que valor, este fato histórico não
reconheceram a foram os Estados provocou rupturas sociais no
Unidos e o México. Brasil.
• Portugal exigiu do Brasil o • O povo mais pobre se quer
pagamento de 2 milhões de libras acompanhou ou entendeu o
esterlinas para reconhecer a significado da independência.
independência de sua ex-colônia.
• A estrutura agrária continuou a
• Sem este dinheiro, D. Pedro mesma, a escravidão se manteve e
recorreu a um empréstimo da a distribuição de renda continuou
Inglaterra. desigual.
• O dinheiro voltaria a Inglaterra • A elite agrária, que deu suporte D.
devido a “fuga” da Família Real Pedro I, foi a camada que mais se
em 1808. beneficiou.
10
11. Primeiro Reinado (1822-1831)
1822 - O imperador Pedro I reconhecia que “tudo está por
fazer. Não há Constituição, códigos legais, sistema de
educação.
Dom Pedro - Aprovou a convocação de uma Assembleia
Constituinte destinada a elaborar a primeira Carta Magna
do Brasil. Em novembro de 1823 o imperador dissolveu a
Assembleia e criou um Conselho de Estado, que se
encarregou de elaborar outra Constituição. Em 25 de março
de 1824 o imperador outorgou a primeira Carta Magna
brasileira.
No Recife - O jornalista Cipriano Barata (1762-1838) foi
preso por fazer críticas a dom Pedro e defender ideias
republicanas. Revoltados com a dissolução da
Constituinte e com o autoritarismo do imperador, os
habitantes do Recife deram início a uma rebelião que
logo se alastrou para as províncias da Paraíba, do Rio
Grande do Norte, Ceará e Piauí.
Em represália, dom Pedro I enviou para a região tropas
terrestres e em novembro de 1824 a resistência
pernambucana foi sufocada.
11
12. 13 de março 1831- Brasileiros e portugueses entraram
As críticas ao imperador não em choque nas ruas do Rio de Janeiro. O
cessaram em diversas partes do episódio, conhecido como Noite das Garrafadas, marcou o
Brasil. Então, começaram a início de uma série de conflitos entre oposicionistas e
ocorrer motins contra os altos partidários do imperador.
preços dos gêneros de primeira 6 de abril - Dom Pedro destituiu seu ministério, composto
necessidade. apenas de brasileiros, e o substituiu por outro, formado por
Reaberta em 1826, a Assembleia defensores do absolutismo
Geral, formada pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado, tornou-
-se uma das caixas de ressonância
da insatisfação popular contra o
absolutismo do imperador.
Um dos fatores que contribuíram
para o aumento da insatisfação
popular foi a guerra em 1825, pelo
domínio da Província Cisplatina.
Para os brasileiros, o ônus da
guerra foi extremamente elevado
– carestia, aumento da inflação e
a falência do Banco do Brasil –, o
que só fez aumentar o
descontentamento contra o
governo de dom Pedro I.
12
13. As Regências (1831-1840)
• Regência Trina Provisória - A abdicação de dom Pedro I ocorreu durante as férias
parlamentares. Para que não houvesse um vazio de poder, deputados e senadores
formaram uma Regência Trina Provisória, encarregada de governar interinamente o
Brasil. A Regência Trina Provisória governou até 17 de junho de 1831.
• A Regência Trina Permanente - João Bráulio Muniz, José da Costa Carvalho e o
brigadeiro Francisco de Lima e Silva foram escolhidos para assumir a Regência Trina
Permanente. O novo governo assumiu em meio a um clima de tensão em diversos
pontos do país. Para manter a paz interna, medidas enérgicas foram tomadas, como a
proibição de ajuntamentos noturnos nas praças e ruas e a suspensão de algumas
garantias constitucionais. Foi criada a Guarda Nacional.
• A Regência Una - Padre Diogo Antônio Feijó eleito por meio de voto popular, assumiu
o governos. Em algumas províncias, a situação era de guerra civil. Em setembro de
1837 Feijó renunciou à Regência. O cargo de regente foi ocupado pelo ministro do
Interior, Pedro de Araújo Lima. A imposição de uma política regressista não foi capaz
de diminuir as tensões que ameaçavam o Império. A partir de 1837, novas rebeliões
eclodiram em diferentes províncias - na Bahia, teve início a Sabinada (1837-1838); no
Maranhão, eclodiu a Balaiada (1838-1841).
• Golpe da Maioridade - Em abril de 1840 formou-se o chamado Clube da Maioridade,
A campanha defendia a maioridade do jovem príncipe. No dia 23 de julho de 1840, a
Câmara e o Senado aprovaram o projeto liberal, concedendo a maioridade a dom Pedro
de Alcântara declarando o imperador do Brasil.
15. Rebeliões provinciais
O período regencial
caracterizou-se por ser uma
época de transição marcada
pela passagem do poder das
mãos dos portugueses para as
da elite nacional. As
acomodações e tensões
resultantes desse processo
político, o agravamento da
situação econômica, além das
condições precárias e
desumanas em que os pobres
e os escravos viviam, criaram
o clima para a eclosão de
rebeliões em quase todas as
regiões do país.
15