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Teorias realistas do
cinema
DFCH456 – Teorias do Cinema e do Audiovisual I
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Prof. Cristiano Canguçu
1
Contexto
Pós-II guerra mundial:
• Cinema sonoro (e alguns filmes coloridos);
• Hollywood vs. movimentos “realistas” europeus;
• Consolidação da ideia de “sétima arte”.
Exceção:
Béla Balázs defende ideias realistas já nos anos 1920.
2
Contexto
Principais teóricos realistas:
• André Bazin (ensaios de 1940-50);
• Béla Balázs (ensaios de 1920 e “Estética do filme” em
1945);
• Siegfried Kracauer (“Teoria do Filme” em 1960);
• Stanley Cavell (“The World Viewed”, 1971).
Todos críticos culturais ou filósofos (Cavell).
3
O realismo no cinema
Principais movimentos realistas:
• Manifestos Cine-olho (Dziga Vertov, 1922-23);
• Documentaristas: Flaherty, Grierson e Paul Rotha;
• Realismo poético na França de 1930;
• Neo-realismo italiano (Zavattini, Rossellini, De Sica...);
• Novo Cinema Alemão (1970);
• Cinema iraniano de 1990.
4
Tese dos teóricos realistas
Função artística do cinema:
revelar a realidade preexistente.
• Natureza fotográfica e sonora do cinema
(não mais um problema);
• Revelar a continuidade espaço-tempo do mundo
(Bazin, Kracauer);
• Nos “desfamiliarizar” com o já-visto e revelar o mundo
gestual que ignoramos (Balázs).
5
Como revelar a realidade?
Por um estilo não-intervencionista e revelatório;
• Close-up (Balázs);
• Profundidade de campo e planos-sequências
(Kracauer, Bazin);
• Enredos “encontrados”, cotidianos (Kracauer).
6
O que rejeitavam ?
Técnicas “enganadoras” do cinema formalista
(Bazin, Kracauer):
• Mise-en-scène expressionista;
• Atuação estilizada, artificial;
• Montagem que quebre a unidade espaço-tempo “sem
necessidade”.
7
O que rejeitavam?
Filmes de gêneros “irrealistas” (Kracauer);
• Impõem a técnica sobre a natureza fotográfica do
cinema;
• Determinados pelo zeitgeist e pela ideologia
dominante (em vez da sensibilidade artística);
• Porém revelam a realidade psicológica de sua
sociedade.
8
O que o realismo não é
Desinteresses das teorias realistas:
• Potencial transformador da realidade pelo
cinema;
• Movimentos politicamente engajados (exceto o
neorrealismo);
• O documentário propriamente dito, além da
“ficção realista”.
9
Continuidades com o formalismo
• Essencialismo: busca por uma especificidade,
uma “função essencial” do cinema como arte;
• Normatividade: haveria filmes mais e menos
“cinemáticos”;
• Teleologia: a história do cinema teria uma lógica e
uma direção predefinida.
10

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Realismo (introdução)

  • 1. Teorias realistas do cinema DFCH456 – Teorias do Cinema e do Audiovisual I Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Prof. Cristiano Canguçu 1
  • 2. Contexto Pós-II guerra mundial: • Cinema sonoro (e alguns filmes coloridos); • Hollywood vs. movimentos “realistas” europeus; • Consolidação da ideia de “sétima arte”. Exceção: Béla Balázs defende ideias realistas já nos anos 1920. 2
  • 3. Contexto Principais teóricos realistas: • André Bazin (ensaios de 1940-50); • Béla Balázs (ensaios de 1920 e “Estética do filme” em 1945); • Siegfried Kracauer (“Teoria do Filme” em 1960); • Stanley Cavell (“The World Viewed”, 1971). Todos críticos culturais ou filósofos (Cavell). 3
  • 4. O realismo no cinema Principais movimentos realistas: • Manifestos Cine-olho (Dziga Vertov, 1922-23); • Documentaristas: Flaherty, Grierson e Paul Rotha; • Realismo poético na França de 1930; • Neo-realismo italiano (Zavattini, Rossellini, De Sica...); • Novo Cinema Alemão (1970); • Cinema iraniano de 1990. 4
  • 5. Tese dos teóricos realistas Função artística do cinema: revelar a realidade preexistente. • Natureza fotográfica e sonora do cinema (não mais um problema); • Revelar a continuidade espaço-tempo do mundo (Bazin, Kracauer); • Nos “desfamiliarizar” com o já-visto e revelar o mundo gestual que ignoramos (Balázs). 5
  • 6. Como revelar a realidade? Por um estilo não-intervencionista e revelatório; • Close-up (Balázs); • Profundidade de campo e planos-sequências (Kracauer, Bazin); • Enredos “encontrados”, cotidianos (Kracauer). 6
  • 7. O que rejeitavam ? Técnicas “enganadoras” do cinema formalista (Bazin, Kracauer): • Mise-en-scène expressionista; • Atuação estilizada, artificial; • Montagem que quebre a unidade espaço-tempo “sem necessidade”. 7
  • 8. O que rejeitavam? Filmes de gêneros “irrealistas” (Kracauer); • Impõem a técnica sobre a natureza fotográfica do cinema; • Determinados pelo zeitgeist e pela ideologia dominante (em vez da sensibilidade artística); • Porém revelam a realidade psicológica de sua sociedade. 8
  • 9. O que o realismo não é Desinteresses das teorias realistas: • Potencial transformador da realidade pelo cinema; • Movimentos politicamente engajados (exceto o neorrealismo); • O documentário propriamente dito, além da “ficção realista”. 9
  • 10. Continuidades com o formalismo • Essencialismo: busca por uma especificidade, uma “função essencial” do cinema como arte; • Normatividade: haveria filmes mais e menos “cinemáticos”; • Teleologia: a história do cinema teria uma lógica e uma direção predefinida. 10