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Paciente com Rutura de Cisto Hepático Infectado
com Formação de Fístula Pleural e Empiema
associado à Choque Séptico Grave por E.coli




Marcos Knibel, Chrishian Roderjan, Márcia Murta, Andressa Salviano, Micheli Ponte,
Oswaldo Tolesani, Paulo Henrique Xavier
Anamnese
   Identificação: MCWG, sexo feminino, 46 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, reside
    em Teresópolis há 11 anos

   HDA: Paciente transferida para Hospital São Lucas no dia 02/04/11 para prosseguimento
    de investigação de febre de origem obscura de inicio há aproximadamente 2 anos.
    Apresentava dor abdominal em HCD associado a piora do padrão da febre (elevação da
    temperatura e aumento da freqüência), desnutrição, dispneia e cansaço.
    Iniciou ciprofloxacino devido E.coli multissensível presente em hemocultura realizada
    na admissão.
    No dia 15/04/11, 10 hs após punção de veia jugular interna direita, evoluiu com pico
    Hipertensivo associado a Dispnéia e queda da saturação não responsiva a VNI.
    Necessitando de IOT e transferência para CTI.
   HPP:
    Doença Renal Policística com cistos Renais e Hepáticos e Insuficiência Renal Crônica
    em acompanhamento com nefrologista desde 2004, período em que apresentava
    Clearance de Creatinina 52 ml/min e anemia (Htc:34% Hg: 11,4)

    Em Maio de 2005 apresentou anemia desproporcional ao grau de comprometimento
    renal sendo investigada com EDA que evidenciou Pangastrite e H. pylori que foi tratado.

    Em Abril de 2007 persistia com anemia sendo iniciado reposição de Eritropoetina com
    melhora posterior.

    Em Agosto de 2009 apresentou ITU e novo episódio de anemia sendo tratado com
    ciprofloxacino e aumento da dose de eritropoetina.
Admissão no CTI
 Ao Exame: PCT sem sedação, intubada, mal adaptada a
 prótese ventilatória em modo PCV(Ppico: 18 Peep: 8 Fio2:
 0,8% VC: 600 P/F: 105), hipocorada 3+/4+, desidratada 2+/4+,
 emagrecida, acianótica, anictérica, afebril
 S.Vitais: PA: 110x76 FC: 146 FR:24 Sat O2: 94%
 AR: MV Reduzido em HT D com roncos difusos
 ACV: RCR 2T BNF
 ABD: Ascitico, peristalse presente
 MMIIS: Presença de hematomas em ambas as coxas, sem
 edemas

 Realizado sedação, punção de veia profunda(Jugular Esquerda
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 transfusão de 2 unidades de plasma e associação de
 antibióticos (Ciprofloxacino + Vancomicina + Tazocin) visando
 cobertura para E.coli, GRAN positivos, Anaeróbio e GRAN
 negativo incluindo Pseudomonas aeruginosa.
Evolução no CTI
   No dia 21/04 apresentou piora do padrão ventilatório
   associado a queda da saturação, necessidade de aumento do
   suporte de O2 (Sat O2: 84% e FIO2: 100%), e instabilidade
   hemodinâmica.
   Feito Aspiração de Secreção Traqueal (Espessa e purulenta),
   Aumento da dose de amina, Rx Tórax, GSA (PO2: 87 e PCO2:
   47,2) e contato com Cirurgia Torácica que avaliou a paciente
   e optou por não abordar cirurgicamente, naquele momento,
   devido instabilidade e risco de sangramento (Hg:7,6 Htc: 24,2
   Plq: 79.000 Leucócitos: 15.800 TAP:42% INR: 1,55 PTT: 1,6).
   Realizado desobstrução do circuito.



Hipotransparência Heterogênea HTD sugestiva de Septações Pleurais
Evolução no CTI
 Após Transfusão de Criopreciptado paciente evoluiu com
 recuperação dos níveis séricos de plaquetas, mantendo-se
 fora de Ventilação Mecânica, estável hemodinamicamente
 com expressiva melhora laboratorial.
 No dia 13/05 foi suspenso Tigeciclina, recebendo alta para
 UVC no dia 16/05.

 Exames Laboratoriais em 16/05:
 Hg: 6,9 Htc:23% Plq: 128.000
 Leucócitos: 13.500 (0/4/0/0/8/69/12/7)
 Ureia: 45 Creatinina: 1,1
 Na: 137   K: 3,3    Mg: 1,6
 PCR: 3,1
Evolução no CTI
  Em 01/05 após redução significativa dos níveis séricos de
  plaquetas (28.000) Hg: 6,7 e Htc: 22,7% juntamente com cultura
  de secreção traqueal positiva para Acinetobacter, opta-se pela
  substituição do Meropenem pela Tigeciclina, realização de EDA
  que evidenciou Gastrite Hemorrágica Grave e Transfusão de 2
  Concentrados de Hemácias e 8 UI de Plasma.
  Paciente evoluiu com melhora do padrão ventilatório e da troca
  gasosa, conseguindo suportar desmame de Ventilação Mecânica
  e estabilidade clínica e hemodinâmica com doses decrescente de
  amina. Entretanto, manteve plaquetopenia e alargamento do
  TAP e PTT sendo solicitado no dia 07/05 parecer da
  Hematologia por suspeita de CIVD associada ao quadro
  infeccioso, dosagem de D-dimero e fibrinogênio.
  Por orientação da Hematologia foi reposto Criopreciptado
D-dímero: > 9.000 (VR: 68-500) Fibrinogênio: 95,5 (VR:180-350)
  (1UI/10kg) para manter fibrinogênio > 100
Resultado de exames
   Rx Torax
    ◦ 02/04: Elevação de hemicupula diafragmática direita +
      Lâminas de Atelectasia em base
    ◦   15/04:Velamento Total HT D (Sem Imagem Disponível)


   Exames Laboratoriais:
    Hemograma Completo, PCR, GSA e Lactato, Ureia e
    Creatinina, Eletrolitos, Coagulograma,TGO,TGP, BR
    Totais e Frações, LDH, Proteínas Totais e Frações
   Ecocardiograma Transtorácico e Doppler de MMIIS
   Toracocentese para Diagnóstico e Tratamento
   TC Crânio,Tórax, Abdômen e pelve
Diagnóstico Sindrômico

  Insuficiência Respiratória Aguda
                   +
  Síndrome Febril à esclarecer
                   +
  Doença Policística (Renal e Hepática) com
    Insufuciência Renal Crônica
Evolução no CTI

  Apesar de melhora em transparência pulmonar, paciente
  mantinha padrão ventilatório e troca gasosa ruim (Peep e FIO2
  elevadas) associado a piora clinica e laboratorial importante.
  Aguardava estabilização do quadro para drenagem de cisto
  hepático guiada por TC. Após 11 dias de Ventilação Mecânica foi
  submetida a traqueostomia.
  Em 28/04 foi realizado TC de Crânio, Tórax e Abdômen além da
Em 25/04:
  Drenagem do Cisto Hepático com colocação de pigtail em selo
Hg: 9,8 Htc: 31,7 Plq:coletado material para cutura que mostrou
  d’água em HTD e 59.000
Leucócitos:66.500 (0/0/1/2/20/66/5/6) Pseudomonas
  crescimento      de   E.coli    e                   alcaligenes
PTT: 1,5 TAP: 71% INR:1,18
  multissensíveis.
PH: 7,42 PCO2: 37,3 PO2: 79,8 ABE: 0,1 HCO3: 23,9 SO2: 96,7
Evolução na UVC
 Paciente mantendo estabilidade clinica com melhora
 significativa, iniciou dieta pastosa de prova com boa aceitação
 e realizou TC de controle no dia 20/05, retirou cânula de TQT,
 completou curso de antibiótico terapia de 40 dias com
 ciprofloxacino no dia 25/05 e retirou Dreno de Tórax no dia
 28/05.
 No dia 29/05 foi transferida para quarto e fez uso de Clavulin
 por 10 dias devido Sinusite vista em TC.
 No dia 07/07 foi submetida a confecção de FAV para HD em
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  • 1. Paciente com Rutura de Cisto Hepático Infectado com Formação de Fístula Pleural e Empiema associado à Choque Séptico Grave por E.coli Marcos Knibel, Chrishian Roderjan, Márcia Murta, Andressa Salviano, Micheli Ponte, Oswaldo Tolesani, Paulo Henrique Xavier
  • 2. Anamnese  Identificação: MCWG, sexo feminino, 46 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, reside em Teresópolis há 11 anos  HDA: Paciente transferida para Hospital São Lucas no dia 02/04/11 para prosseguimento de investigação de febre de origem obscura de inicio há aproximadamente 2 anos. Apresentava dor abdominal em HCD associado a piora do padrão da febre (elevação da temperatura e aumento da freqüência), desnutrição, dispneia e cansaço. Iniciou ciprofloxacino devido E.coli multissensível presente em hemocultura realizada na admissão. No dia 15/04/11, 10 hs após punção de veia jugular interna direita, evoluiu com pico Hipertensivo associado a Dispnéia e queda da saturação não responsiva a VNI. Necessitando de IOT e transferência para CTI.  HPP: Doença Renal Policística com cistos Renais e Hepáticos e Insuficiência Renal Crônica em acompanhamento com nefrologista desde 2004, período em que apresentava Clearance de Creatinina 52 ml/min e anemia (Htc:34% Hg: 11,4) Em Maio de 2005 apresentou anemia desproporcional ao grau de comprometimento renal sendo investigada com EDA que evidenciou Pangastrite e H. pylori que foi tratado. Em Abril de 2007 persistia com anemia sendo iniciado reposição de Eritropoetina com melhora posterior. Em Agosto de 2009 apresentou ITU e novo episódio de anemia sendo tratado com ciprofloxacino e aumento da dose de eritropoetina.
  • 3. Admissão no CTI Ao Exame: PCT sem sedação, intubada, mal adaptada a prótese ventilatória em modo PCV(Ppico: 18 Peep: 8 Fio2: 0,8% VC: 600 P/F: 105), hipocorada 3+/4+, desidratada 2+/4+, emagrecida, acianótica, anictérica, afebril S.Vitais: PA: 110x76 FC: 146 FR:24 Sat O2: 94% AR: MV Reduzido em HT D com roncos difusos ACV: RCR 2T BNF ABD: Ascitico, peristalse presente MMIIS: Presença de hematomas em ambas as coxas, sem edemas Realizado sedação, punção de veia profunda(Jugular Esquerda pela possibilidade de compressão devido a discrasia), transfusão de 2 unidades de plasma e associação de antibióticos (Ciprofloxacino + Vancomicina + Tazocin) visando cobertura para E.coli, GRAN positivos, Anaeróbio e GRAN negativo incluindo Pseudomonas aeruginosa.
  • 4. Evolução no CTI No dia 21/04 apresentou piora do padrão ventilatório associado a queda da saturação, necessidade de aumento do suporte de O2 (Sat O2: 84% e FIO2: 100%), e instabilidade hemodinâmica. Feito Aspiração de Secreção Traqueal (Espessa e purulenta), Aumento da dose de amina, Rx Tórax, GSA (PO2: 87 e PCO2: 47,2) e contato com Cirurgia Torácica que avaliou a paciente e optou por não abordar cirurgicamente, naquele momento, devido instabilidade e risco de sangramento (Hg:7,6 Htc: 24,2 Plq: 79.000 Leucócitos: 15.800 TAP:42% INR: 1,55 PTT: 1,6). Realizado desobstrução do circuito. Hipotransparência Heterogênea HTD sugestiva de Septações Pleurais
  • 5. Evolução no CTI Após Transfusão de Criopreciptado paciente evoluiu com recuperação dos níveis séricos de plaquetas, mantendo-se fora de Ventilação Mecânica, estável hemodinamicamente com expressiva melhora laboratorial. No dia 13/05 foi suspenso Tigeciclina, recebendo alta para UVC no dia 16/05. Exames Laboratoriais em 16/05: Hg: 6,9 Htc:23% Plq: 128.000 Leucócitos: 13.500 (0/4/0/0/8/69/12/7) Ureia: 45 Creatinina: 1,1 Na: 137 K: 3,3 Mg: 1,6 PCR: 3,1
  • 6. Evolução no CTI Em 01/05 após redução significativa dos níveis séricos de plaquetas (28.000) Hg: 6,7 e Htc: 22,7% juntamente com cultura de secreção traqueal positiva para Acinetobacter, opta-se pela substituição do Meropenem pela Tigeciclina, realização de EDA que evidenciou Gastrite Hemorrágica Grave e Transfusão de 2 Concentrados de Hemácias e 8 UI de Plasma. Paciente evoluiu com melhora do padrão ventilatório e da troca gasosa, conseguindo suportar desmame de Ventilação Mecânica e estabilidade clínica e hemodinâmica com doses decrescente de amina. Entretanto, manteve plaquetopenia e alargamento do TAP e PTT sendo solicitado no dia 07/05 parecer da Hematologia por suspeita de CIVD associada ao quadro infeccioso, dosagem de D-dimero e fibrinogênio. Por orientação da Hematologia foi reposto Criopreciptado D-dímero: > 9.000 (VR: 68-500) Fibrinogênio: 95,5 (VR:180-350) (1UI/10kg) para manter fibrinogênio > 100
  • 7. Resultado de exames  Rx Torax ◦ 02/04: Elevação de hemicupula diafragmática direita + Lâminas de Atelectasia em base ◦ 15/04:Velamento Total HT D (Sem Imagem Disponível)  Exames Laboratoriais: Hemograma Completo, PCR, GSA e Lactato, Ureia e Creatinina, Eletrolitos, Coagulograma,TGO,TGP, BR Totais e Frações, LDH, Proteínas Totais e Frações  Ecocardiograma Transtorácico e Doppler de MMIIS  Toracocentese para Diagnóstico e Tratamento  TC Crânio,Tórax, Abdômen e pelve
  • 8. Diagnóstico Sindrômico Insuficiência Respiratória Aguda + Síndrome Febril à esclarecer + Doença Policística (Renal e Hepática) com Insufuciência Renal Crônica
  • 9. Evolução no CTI Apesar de melhora em transparência pulmonar, paciente mantinha padrão ventilatório e troca gasosa ruim (Peep e FIO2 elevadas) associado a piora clinica e laboratorial importante. Aguardava estabilização do quadro para drenagem de cisto hepático guiada por TC. Após 11 dias de Ventilação Mecânica foi submetida a traqueostomia. Em 28/04 foi realizado TC de Crânio, Tórax e Abdômen além da Em 25/04: Drenagem do Cisto Hepático com colocação de pigtail em selo Hg: 9,8 Htc: 31,7 Plq:coletado material para cutura que mostrou d’água em HTD e 59.000 Leucócitos:66.500 (0/0/1/2/20/66/5/6) Pseudomonas crescimento de E.coli e alcaligenes PTT: 1,5 TAP: 71% INR:1,18 multissensíveis. PH: 7,42 PCO2: 37,3 PO2: 79,8 ABE: 0,1 HCO3: 23,9 SO2: 96,7
  • 10. Evolução na UVC Paciente mantendo estabilidade clinica com melhora significativa, iniciou dieta pastosa de prova com boa aceitação e realizou TC de controle no dia 20/05, retirou cânula de TQT, completou curso de antibiótico terapia de 40 dias com ciprofloxacino no dia 25/05 e retirou Dreno de Tórax no dia 28/05. No dia 29/05 foi transferida para quarto e fez uso de Clavulin por 10 dias devido Sinusite vista em TC. No dia 07/07 foi submetida a confecção de FAV para HD em MSE, recebendo alta para casa no dia 12/07 com 52Kg, em bom estado geral, respirando em ar ambiente e deambulando.