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GE GRAFIA
Polêmicas e desafios da extração do petróleo
Geografia
Professor Daniel Nogueira
 Substância oleosa e inflamável, o petróleo é a principal fonte de energia na
atualidade.
 O fato de ser um recurso não renovável, aliado ao seu grande valor
econômico, fizeram com que esse combustível se tornasse um elemento
causador de grandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas em todo o
mundo.
 Acredita-se que o petróleo tenha se formado há milhões de anos em razão
da decomposição dos seres que compõem o plâncton, decomposição esta
causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.
 O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que nasceu com o fim de
controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado.
 Atualmente, os maiores produtores de petróleo do mundo são:
 O que é o Pré-sal?
A camada Pré-Sal, refere-se a uma camada geológica que antecede a ampla
camada de sal que está sedimentada no assoalho oceânico.
 Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias
que se localizam abaixo de camadas de sal.
 O interesse intenso esta ligado às reservas de óleo (petróleo) descobertas em
camadas de 5 a 7 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar.
 Tais reservas estão distribuídas em vários campos de exploração, que se
estendem por uma faixa de aproximadamente 800 km de extensão por 200
km de largura.
 Para extrair o óleo e o gás da Camada Pré-sal, será necessário ultrapassar,
no mínimo, uma lâmina d’água de mais de 2.000m, uma camada de 1.000m
de sedimentos e outra de aproximadamente 2.000m de sal.
 Vários campos e poços de petróleo e gás natural já foram descobertos na
camada Pré-sal, entre eles estão os de:
- Tupi,
- Guará
- Bem te vi
- Carioca,
- Júpiter
- Iara
 As reservas são abundantes, mas estão situadas em águas ultra profundas,
onde as condições de elevada pressão e baixíssima temperatura da água e
elevada temperatura do óleo dificultam a exploração.
 Apenas o campo de Tupi possui cerca de 8 bilhões de barris de petróleo, o
volume suficiente para elevar, sozinho, em 60% as reservas nacionais.
 As descobertas somadas quintuplicaram as reservas de petróleo e gás
natural do Brasil.
 A estimativa é que a produção alcance a marca de 100 bilhões de barris.
 Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os oito países que
possuem as maiores reservas de petróleo do mundo.
 Os investimentos governamentais no desenvolvimento de tecnologia para a
exploração foram altíssimos, girando em torno dos 170 bilhões de reais
desde a década de 1970.
 A qualidade do Petróleo e Gás Natural dos campos foi comprovada em 2009,
e sua exploração, ainda em fase de testes, gira em torno dos 300 mil barris
por dia.
 Chegar ao Pré-sal foi difícil, mas o maior desafio está em extrair o petróleo e
o gás.
 A dificuldade de exploração é tamanha, que é delimitada como um desafio.
 Os desafios dividem-se em perspectivas/problemas nos setores:
- Financeiro (custo do projeto e viabilidade)
- Físico (dificuldades impostas pelo meio ambiente)
- Ambiental (riscos e impactos ambientais implícitos)
- Político (pendências nacionais e internacionais)
DESAFIOS FINANCEIROS
 Estima-se que para explorar todas as reservas sejam necessários 600 bilhões
de reais (45% do PIB nacional) em equipamento e desenvolvimento
tecnológico.
 O Brasil ainda não dispõe da totalidade de recursos necessários para retirar o
óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros
países.
DESAFIOS FÍSIOGRÁFICOS
 O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a mais de 200 quilômetros do
litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal,
dificultando a extração e a logística de transporte do recurso.
 A temperatura da água em elevadas profundidades é baixíssima, exigindo
demais dos equipamentos.
 Em contrapartida, a temperatura padrão do óleo é elevada, gerando choque
térmico nos equipamentos.
 A pressão atmosférica é gigantesca, limitando as operações.
DESAFIOS FÍSIOGRÁFICOS
 Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em
seus poros, não se adequar à produção em larga escala a longo prazo com a
tecnologia existente hoje.
 Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação
heterogênea, talvez sejam necessárias tecnologias distintas em cada parte do
campo.
 Há o receio de que a alta concentração de dióxido de carbono presente no
petróleo do local possa danificar as instalações.
 As marés e a oxidação são outros dificultantes da operação.
DESAFIOS AMBIENTAIS
 O assoalho oceânico é composto por materiais sedimentados de frágil
composição estrutural.
 Vazamentos e infiltrações nas camadas exploradas podem ocorrer sem
que se haja um efetivo controle.
 Em caso de algum acidente, dificilmente seria possível o manejo do
desastre devido à profundidade e distância em relação à costa.
DESAFIOS AMBIENTAIS
 Apesar de extremamente vastos, os oceanos são ecossistemas
extremamente sensíveis e muito susceptíveis a impactos ambientais.
 A exploração de tais jazidas tem estimulado outros países a realizar o
mesmo, significando riscos ambientais ainda maiores.
 O uso continuo dos combustíveis fosseis, e principalmente do petróleo,
tem sido uma das causas prioritárias do Aquecimento Global.
DESAFIOS POLÍTICOS
 As reservas podem se estender além da ZEE (Zona Econômica Exclusiva)
da costa brasileira, podendo englobar reservas em Águas Internacionais,
que não pertencem ao governo brasileiro.
 Qualquer recurso submarino, subterrâneo e superficial encontrado em
águas internacionais é Patrimônio da Humanidade, de acordo com os
Diretos Internacionais do Mar, promulgados pela ONU em 1947.
 A exploração de algumas das reservas que podem não pertencer ao
Brasil, tem gerado indisposição na Comunidade Internacional.
 Críticas ao país: ambiguidade
( Defensor da sustentabilidade vs. Pré-sal)
 Polêmica estendeu-se ao Oceano Glacial Ártico.
 Antes mesmo de se estabelecer a quantidade exata de petróleo na camada
Pré-sal, os impactos ambientais, além das regras para a exploração desse
petróleo, a distribuição dos royalties vem sendo um dos assuntos mais
discutidos sobre o Pré-sal.
 O que são os royalties?
O termo “royalties” originou-se na Inglaterra, no século XV, ele foi criado como
uma forma de pagamento à realeza em virtude do uso de suas terras para a
exploração de minério. Hoje os royalties são compensações pagas pelas
empresas para o governo ou pessoas pela exploração de seus recursos.
 No Brasil, o valor arrecadado pelos royalties do petróleo é dividido entre o
Governo Federal, Estados e Municípios produtores.
 As empresas petrolíferas pagam 10% do valor de cada barril
extraído pelo direito de explorar o produto.
 Hoje em dia, esses 10% dos royalties do petróleo são divididos da seguinte
forma:
- Estados produtores: 22,5%
- Municípios produtores: 30%
- Governo Federal: 47,5%
 No entanto, alegando que o petróleo é uma riqueza nacional, uma Proposta
de Lei do Deputado Federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) determina uma nova
divisão dos royalties do petróleo que já é explorado e o do Pré-Sal . Segundo
a Emenda Ibsen, distribuição ficaria assim determinada:
- Todos os estados: 30%
- Todos os municípios: 30%
- Governo Federal: 40%
 Os Estados produtores, e detentores de grandes reservas como Rio de
Janeiro, São Paulo e Espirito Santo, opuseram-se fortemente à emenda.
 Com a pressão o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, acabou vetando o
projeto, gerando indignação em opositores e em estados como Minas Gerais.
 Em Janeiro de 2013, um novo projeto de Lei, sancionado pela presidenta
Dilma Russef, prevê que a distribuição da Emenda Ibsen, só será aplicada aos
novos poços do Pré-Sal.
 Além disso, metade dos rendimentos e aplicações financeiras derivadas dos
royalties, será investido na educação.
 Segundo Dilma, a receita do petróleo
“vai preparar o Brasil para o Brasil pós-petróleo, porque os royalties
são uma riqueza que tem que ser investida para preparar o Brasil
para quando o Brasil não tiver essa riqueza, que não é renovável”
 O Congresso nacional ainda discute se os 50% devem mesmo ser aplicados
em educação, gerando revolta na população.
 Algumas das pautas das manifestações populares eclodidas em Junho e Julho
de 2013 foram baseadas na indignação pela possibilidade de derrubada do
projeto pelos congressistas brasileiros.
Desafios e polêmicas da exploração do Pré-Sal brasileiro

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Desafios e polêmicas da exploração do Pré-Sal brasileiro

  • 2. Polêmicas e desafios da extração do petróleo Geografia Professor Daniel Nogueira
  • 3.  Substância oleosa e inflamável, o petróleo é a principal fonte de energia na atualidade.  O fato de ser um recurso não renovável, aliado ao seu grande valor econômico, fizeram com que esse combustível se tornasse um elemento causador de grandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas em todo o mundo.
  • 4.  Acredita-se que o petróleo tenha se formado há milhões de anos em razão da decomposição dos seres que compõem o plâncton, decomposição esta causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.  O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que nasceu com o fim de controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado.
  • 5.  Atualmente, os maiores produtores de petróleo do mundo são:
  • 6.
  • 7.
  • 8.  O que é o Pré-sal? A camada Pré-Sal, refere-se a uma camada geológica que antecede a ampla camada de sal que está sedimentada no assoalho oceânico.
  • 9.  Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias que se localizam abaixo de camadas de sal.  O interesse intenso esta ligado às reservas de óleo (petróleo) descobertas em camadas de 5 a 7 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar.  Tais reservas estão distribuídas em vários campos de exploração, que se estendem por uma faixa de aproximadamente 800 km de extensão por 200 km de largura.
  • 10.  Para extrair o óleo e o gás da Camada Pré-sal, será necessário ultrapassar, no mínimo, uma lâmina d’água de mais de 2.000m, uma camada de 1.000m de sedimentos e outra de aproximadamente 2.000m de sal.
  • 11.  Vários campos e poços de petróleo e gás natural já foram descobertos na camada Pré-sal, entre eles estão os de: - Tupi, - Guará - Bem te vi - Carioca, - Júpiter - Iara
  • 12.
  • 13.  As reservas são abundantes, mas estão situadas em águas ultra profundas, onde as condições de elevada pressão e baixíssima temperatura da água e elevada temperatura do óleo dificultam a exploração.
  • 14.  Apenas o campo de Tupi possui cerca de 8 bilhões de barris de petróleo, o volume suficiente para elevar, sozinho, em 60% as reservas nacionais.  As descobertas somadas quintuplicaram as reservas de petróleo e gás natural do Brasil.  A estimativa é que a produção alcance a marca de 100 bilhões de barris.
  • 15.  Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os oito países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo.  Os investimentos governamentais no desenvolvimento de tecnologia para a exploração foram altíssimos, girando em torno dos 170 bilhões de reais desde a década de 1970.  A qualidade do Petróleo e Gás Natural dos campos foi comprovada em 2009, e sua exploração, ainda em fase de testes, gira em torno dos 300 mil barris por dia.
  • 16.
  • 17.  Chegar ao Pré-sal foi difícil, mas o maior desafio está em extrair o petróleo e o gás.  A dificuldade de exploração é tamanha, que é delimitada como um desafio.  Os desafios dividem-se em perspectivas/problemas nos setores: - Financeiro (custo do projeto e viabilidade) - Físico (dificuldades impostas pelo meio ambiente) - Ambiental (riscos e impactos ambientais implícitos) - Político (pendências nacionais e internacionais)
  • 18. DESAFIOS FINANCEIROS  Estima-se que para explorar todas as reservas sejam necessários 600 bilhões de reais (45% do PIB nacional) em equipamento e desenvolvimento tecnológico.  O Brasil ainda não dispõe da totalidade de recursos necessários para retirar o óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros países.
  • 19. DESAFIOS FÍSIOGRÁFICOS  O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a mais de 200 quilômetros do litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal, dificultando a extração e a logística de transporte do recurso.  A temperatura da água em elevadas profundidades é baixíssima, exigindo demais dos equipamentos.  Em contrapartida, a temperatura padrão do óleo é elevada, gerando choque térmico nos equipamentos.  A pressão atmosférica é gigantesca, limitando as operações.
  • 20. DESAFIOS FÍSIOGRÁFICOS  Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em seus poros, não se adequar à produção em larga escala a longo prazo com a tecnologia existente hoje.  Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação heterogênea, talvez sejam necessárias tecnologias distintas em cada parte do campo.  Há o receio de que a alta concentração de dióxido de carbono presente no petróleo do local possa danificar as instalações.  As marés e a oxidação são outros dificultantes da operação.
  • 21. DESAFIOS AMBIENTAIS  O assoalho oceânico é composto por materiais sedimentados de frágil composição estrutural.  Vazamentos e infiltrações nas camadas exploradas podem ocorrer sem que se haja um efetivo controle.  Em caso de algum acidente, dificilmente seria possível o manejo do desastre devido à profundidade e distância em relação à costa.
  • 22. DESAFIOS AMBIENTAIS  Apesar de extremamente vastos, os oceanos são ecossistemas extremamente sensíveis e muito susceptíveis a impactos ambientais.  A exploração de tais jazidas tem estimulado outros países a realizar o mesmo, significando riscos ambientais ainda maiores.  O uso continuo dos combustíveis fosseis, e principalmente do petróleo, tem sido uma das causas prioritárias do Aquecimento Global.
  • 23. DESAFIOS POLÍTICOS  As reservas podem se estender além da ZEE (Zona Econômica Exclusiva) da costa brasileira, podendo englobar reservas em Águas Internacionais, que não pertencem ao governo brasileiro.  Qualquer recurso submarino, subterrâneo e superficial encontrado em águas internacionais é Patrimônio da Humanidade, de acordo com os Diretos Internacionais do Mar, promulgados pela ONU em 1947.  A exploração de algumas das reservas que podem não pertencer ao Brasil, tem gerado indisposição na Comunidade Internacional.  Críticas ao país: ambiguidade ( Defensor da sustentabilidade vs. Pré-sal)  Polêmica estendeu-se ao Oceano Glacial Ártico.
  • 24.
  • 25.  Antes mesmo de se estabelecer a quantidade exata de petróleo na camada Pré-sal, os impactos ambientais, além das regras para a exploração desse petróleo, a distribuição dos royalties vem sendo um dos assuntos mais discutidos sobre o Pré-sal.  O que são os royalties? O termo “royalties” originou-se na Inglaterra, no século XV, ele foi criado como uma forma de pagamento à realeza em virtude do uso de suas terras para a exploração de minério. Hoje os royalties são compensações pagas pelas empresas para o governo ou pessoas pela exploração de seus recursos.  No Brasil, o valor arrecadado pelos royalties do petróleo é dividido entre o Governo Federal, Estados e Municípios produtores.  As empresas petrolíferas pagam 10% do valor de cada barril extraído pelo direito de explorar o produto.
  • 26.  Hoje em dia, esses 10% dos royalties do petróleo são divididos da seguinte forma: - Estados produtores: 22,5% - Municípios produtores: 30% - Governo Federal: 47,5%  No entanto, alegando que o petróleo é uma riqueza nacional, uma Proposta de Lei do Deputado Federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) determina uma nova divisão dos royalties do petróleo que já é explorado e o do Pré-Sal . Segundo a Emenda Ibsen, distribuição ficaria assim determinada: - Todos os estados: 30% - Todos os municípios: 30% - Governo Federal: 40%
  • 27.  Os Estados produtores, e detentores de grandes reservas como Rio de Janeiro, São Paulo e Espirito Santo, opuseram-se fortemente à emenda.  Com a pressão o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, acabou vetando o projeto, gerando indignação em opositores e em estados como Minas Gerais.  Em Janeiro de 2013, um novo projeto de Lei, sancionado pela presidenta Dilma Russef, prevê que a distribuição da Emenda Ibsen, só será aplicada aos novos poços do Pré-Sal.  Além disso, metade dos rendimentos e aplicações financeiras derivadas dos royalties, será investido na educação.
  • 28.  Segundo Dilma, a receita do petróleo “vai preparar o Brasil para o Brasil pós-petróleo, porque os royalties são uma riqueza que tem que ser investida para preparar o Brasil para quando o Brasil não tiver essa riqueza, que não é renovável”  O Congresso nacional ainda discute se os 50% devem mesmo ser aplicados em educação, gerando revolta na população.  Algumas das pautas das manifestações populares eclodidas em Junho e Julho de 2013 foram baseadas na indignação pela possibilidade de derrubada do projeto pelos congressistas brasileiros.