3. Substância oleosa e inflamável, o petróleo é a principal fonte de energia na
atualidade.
O fato de ser um recurso não renovável, aliado ao seu grande valor
econômico, fizeram com que esse combustível se tornasse um elemento
causador de grandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas em todo o
mundo.
4. Acredita-se que o petróleo tenha se formado há milhões de anos em razão
da decomposição dos seres que compõem o plâncton, decomposição esta
causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.
O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que nasceu com o fim de
controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado.
8. O que é o Pré-sal?
A camada Pré-Sal, refere-se a uma camada geológica que antecede a ampla
camada de sal que está sedimentada no assoalho oceânico.
9. Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias
que se localizam abaixo de camadas de sal.
O interesse intenso esta ligado às reservas de óleo (petróleo) descobertas em
camadas de 5 a 7 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar.
Tais reservas estão distribuídas em vários campos de exploração, que se
estendem por uma faixa de aproximadamente 800 km de extensão por 200
km de largura.
10. Para extrair o óleo e o gás da Camada Pré-sal, será necessário ultrapassar,
no mínimo, uma lâmina d’água de mais de 2.000m, uma camada de 1.000m
de sedimentos e outra de aproximadamente 2.000m de sal.
11. Vários campos e poços de petróleo e gás natural já foram descobertos na
camada Pré-sal, entre eles estão os de:
- Tupi,
- Guará
- Bem te vi
- Carioca,
- Júpiter
- Iara
12.
13. As reservas são abundantes, mas estão situadas em águas ultra profundas,
onde as condições de elevada pressão e baixíssima temperatura da água e
elevada temperatura do óleo dificultam a exploração.
14. Apenas o campo de Tupi possui cerca de 8 bilhões de barris de petróleo, o
volume suficiente para elevar, sozinho, em 60% as reservas nacionais.
As descobertas somadas quintuplicaram as reservas de petróleo e gás
natural do Brasil.
A estimativa é que a produção alcance a marca de 100 bilhões de barris.
15. Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os oito países que
possuem as maiores reservas de petróleo do mundo.
Os investimentos governamentais no desenvolvimento de tecnologia para a
exploração foram altíssimos, girando em torno dos 170 bilhões de reais
desde a década de 1970.
A qualidade do Petróleo e Gás Natural dos campos foi comprovada em 2009,
e sua exploração, ainda em fase de testes, gira em torno dos 300 mil barris
por dia.
16.
17. Chegar ao Pré-sal foi difícil, mas o maior desafio está em extrair o petróleo e
o gás.
A dificuldade de exploração é tamanha, que é delimitada como um desafio.
Os desafios dividem-se em perspectivas/problemas nos setores:
- Financeiro (custo do projeto e viabilidade)
- Físico (dificuldades impostas pelo meio ambiente)
- Ambiental (riscos e impactos ambientais implícitos)
- Político (pendências nacionais e internacionais)
18. DESAFIOS FINANCEIROS
Estima-se que para explorar todas as reservas sejam necessários 600 bilhões
de reais (45% do PIB nacional) em equipamento e desenvolvimento
tecnológico.
O Brasil ainda não dispõe da totalidade de recursos necessários para retirar o
óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros
países.
19. DESAFIOS FÍSIOGRÁFICOS
O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a mais de 200 quilômetros do
litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal,
dificultando a extração e a logística de transporte do recurso.
A temperatura da água em elevadas profundidades é baixíssima, exigindo
demais dos equipamentos.
Em contrapartida, a temperatura padrão do óleo é elevada, gerando choque
térmico nos equipamentos.
A pressão atmosférica é gigantesca, limitando as operações.
20. DESAFIOS FÍSIOGRÁFICOS
Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em
seus poros, não se adequar à produção em larga escala a longo prazo com a
tecnologia existente hoje.
Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação
heterogênea, talvez sejam necessárias tecnologias distintas em cada parte do
campo.
Há o receio de que a alta concentração de dióxido de carbono presente no
petróleo do local possa danificar as instalações.
As marés e a oxidação são outros dificultantes da operação.
21. DESAFIOS AMBIENTAIS
O assoalho oceânico é composto por materiais sedimentados de frágil
composição estrutural.
Vazamentos e infiltrações nas camadas exploradas podem ocorrer sem
que se haja um efetivo controle.
Em caso de algum acidente, dificilmente seria possível o manejo do
desastre devido à profundidade e distância em relação à costa.
22. DESAFIOS AMBIENTAIS
Apesar de extremamente vastos, os oceanos são ecossistemas
extremamente sensíveis e muito susceptíveis a impactos ambientais.
A exploração de tais jazidas tem estimulado outros países a realizar o
mesmo, significando riscos ambientais ainda maiores.
O uso continuo dos combustíveis fosseis, e principalmente do petróleo,
tem sido uma das causas prioritárias do Aquecimento Global.
23. DESAFIOS POLÍTICOS
As reservas podem se estender além da ZEE (Zona Econômica Exclusiva)
da costa brasileira, podendo englobar reservas em Águas Internacionais,
que não pertencem ao governo brasileiro.
Qualquer recurso submarino, subterrâneo e superficial encontrado em
águas internacionais é Patrimônio da Humanidade, de acordo com os
Diretos Internacionais do Mar, promulgados pela ONU em 1947.
A exploração de algumas das reservas que podem não pertencer ao
Brasil, tem gerado indisposição na Comunidade Internacional.
Críticas ao país: ambiguidade
( Defensor da sustentabilidade vs. Pré-sal)
Polêmica estendeu-se ao Oceano Glacial Ártico.
24.
25. Antes mesmo de se estabelecer a quantidade exata de petróleo na camada
Pré-sal, os impactos ambientais, além das regras para a exploração desse
petróleo, a distribuição dos royalties vem sendo um dos assuntos mais
discutidos sobre o Pré-sal.
O que são os royalties?
O termo “royalties” originou-se na Inglaterra, no século XV, ele foi criado como
uma forma de pagamento à realeza em virtude do uso de suas terras para a
exploração de minério. Hoje os royalties são compensações pagas pelas
empresas para o governo ou pessoas pela exploração de seus recursos.
No Brasil, o valor arrecadado pelos royalties do petróleo é dividido entre o
Governo Federal, Estados e Municípios produtores.
As empresas petrolíferas pagam 10% do valor de cada barril
extraído pelo direito de explorar o produto.
26. Hoje em dia, esses 10% dos royalties do petróleo são divididos da seguinte
forma:
- Estados produtores: 22,5%
- Municípios produtores: 30%
- Governo Federal: 47,5%
No entanto, alegando que o petróleo é uma riqueza nacional, uma Proposta
de Lei do Deputado Federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) determina uma nova
divisão dos royalties do petróleo que já é explorado e o do Pré-Sal . Segundo
a Emenda Ibsen, distribuição ficaria assim determinada:
- Todos os estados: 30%
- Todos os municípios: 30%
- Governo Federal: 40%
27. Os Estados produtores, e detentores de grandes reservas como Rio de
Janeiro, São Paulo e Espirito Santo, opuseram-se fortemente à emenda.
Com a pressão o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, acabou vetando o
projeto, gerando indignação em opositores e em estados como Minas Gerais.
Em Janeiro de 2013, um novo projeto de Lei, sancionado pela presidenta
Dilma Russef, prevê que a distribuição da Emenda Ibsen, só será aplicada aos
novos poços do Pré-Sal.
Além disso, metade dos rendimentos e aplicações financeiras derivadas dos
royalties, será investido na educação.
28. Segundo Dilma, a receita do petróleo
“vai preparar o Brasil para o Brasil pós-petróleo, porque os royalties
são uma riqueza que tem que ser investida para preparar o Brasil
para quando o Brasil não tiver essa riqueza, que não é renovável”
O Congresso nacional ainda discute se os 50% devem mesmo ser aplicados
em educação, gerando revolta na população.
Algumas das pautas das manifestações populares eclodidas em Junho e Julho
de 2013 foram baseadas na indignação pela possibilidade de derrubada do
projeto pelos congressistas brasileiros.