Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau
1. Ciência Política
Hannah Arendt – Introdução na Política
Maquiavel – O Príncipe
Rousseau – O Contrato Social
2. Hannah Arendt – Introdução na Política
• A política se baseia no fato da pluralidade humana.
• A liberdade só existe no singular espaço intermediário da
política.
• Desde o começo, a política organiza os absolutamente
diferentes tendo em vista a rua relativa igualdade e em
contraposição a suas relativas diferenças.
• A filosofia e a teologia, visto que se ocupam sempre do
homem e que suas afirmações só estariam corretasse existisse
um ou dois homens ou apenas homens idênticos.
• Política diz respeito à coexistência e associação de homens
diferentes. Os homens se organizam politicamente segundo
certos atributos comuns essenciais existentes em absoluto
caos de diferenças.
3. • Corpos políticos baseados na família.
• Contudo, desejo de introduzir o parentesco
como uma fortaleza poderosa no mundo
inóspito conduz à perversão fundamental da
política, porque abole o atributo básico da
pluralidade, ou melhor,confisca-a pela
introdução do conceito de parentesco.
4. • Qualquer discurso sobre a política em nossa época
deve começar pelas preconceitos que todos nós, que
não somos políticos profissionais temos contra a
política. Segundo Arendt nossos preconceitos
comuns são políticos em sentido amplo (pois
participam dos assuntos humanos que constituem o
contexto onde vivemos nossas vidas cotidianas. )
• Por trás dos nossos preconceitos atuais contra a
política estão:
Medo: de que a humanidade se autodestrua por meio
da política e dos meios de força que tem hoje à sua
disposição;
Esperança: ligada ao medo, de que a humanidade
recobre a razão e livre o mundo não de si próprio, mas
da política.
5. • Qual é o Significado da Política?
• A resposta à questão do significado da política é
tão simples e conclusiva. A resposta é: o
significado da política é a liberdade.
• A pergunta se transforma: a política ainda tem
algum significado? Segundo a autora a pergunta
envolve dois grandes fatores:
Nossa experiência com regimes totalitários em
que a totalidade da vida humana é pretensamente
tão politizada, que sob eles já não há nenhuma
liberdade, Surge a pergunta de se a política e
liberdade são compatíveis
6. O monstruoso desenvolvimento dos modernos
meios de destruição que são monopólio dos
Estados, mas que não poderiam ter sido
desenvolvidos sem esse monopólio e só na arena
política podem ser empregados.
Partindo da lógica inerente a esses fatores e
admitindo que nada exceto essas condições que
conhecemos hoje determina o curso presente e
futuro do nosso mundo, podemos dizer que uma
mudança decisiva para melhor só pode resultar
de uma espécie de milagre
7. • O milagre que aqui se refere não é um milagre
vindo do transcendente, um milagre de fé, mas
sim como o surgimento de um novo processo.
• Todo novo começo é por natureza um milagre
quando visto e vivenciado desde o ponto de vista
dos processos que ele necessariamente
interrompe.
• Os processos de que estamos tratando são de
natureza histórica. O processo histórico nasceu
de iniciativas humanas e é constantemente
interrompido por novas iniciativas.
8. • Ação: fazedor de milagres. A ação põe em
marcha os processos históricos. É a
possibilidade de ‘forjar a própria corrente’.
O milagre da liberdade é inerente a essa capacidade
de começar, ela própria inerente ao fato de que todo
ser humano simplesmente por nascer em um mundo
que já existia antes dele e seguirá existindo depois, é
ele próprio um novo começo.
9. Maquiavel – O Príncipe
• Os fins NÃO justificam os meios
O momento de fundação e o momento de
manutenção do Estado são momentos distintos.
• A força é justa quando necessária.
10. Estados
• “Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e
têm autoridade sobre os homens foram e são ou
repúblicas ou principados”.
República
Estado Hereditários
Principado Novo Inteiramente
Novos
Membro Anexado
11. • Principados:
Maquiavel não atribui tamanho interesse a esses
regimes hereditários;
1. Demasiados estáveis;
2. Demasiado Fáceis;
3. Basta o Príncipe não ultrapassar em absoluto
os limites estabelecidos pelos antepassados e
contemporizar com os acontecimentos.
12. As verdadeiras dificuldades, tanto para
aquisição quanto para conservação,
encontram-se nos Principados Novos.
• Dos Principados Novos:
1. Formados a partir de uma outra espécie de
governo (Inteiramente Novos);
2.Adquiridos de recente data e
acrescentados a um principado hereditário
(Mistos). Expl.: Nápoles ao Estado de
Espanha: o principado novo e o Estado
hereditário formam um novo corpo.
13. 4 maneiras para se conquistar o poder, às quais
poderão corresponder diferentes modos de
conservar ou perder.
1) Conquista-se pela própria Virtu (por meio de
suas próprias armas);
2) Pela fortuna e pelas armas alheias;
3) Por meio de perversidades (velhacarias);
4) Pelo consentimento dos concidadãos.
Fortuna X Virtu: saber agir de acordo com a
necessidade.
Sorte (habilidade fora do ser)
14. Príncipe alçado pelos Grandes:
Julgam seus iguais;
Encontra-se mais dificuldade em manter-se;
Deverá fazer tudo para se reconciliar quanto antes
com o povo;
Não terá então amparo mais fiel.
Príncipe alçado pelo povo: Preferência de Maquiavel
O povo é fácil de satisfazer;
Não pedem para oprimir;
Pedem apenas para não serem oprimidos.
15. O Príncipe que quer manter-se como tal deve,
aprender a ser ou não ser bom conforme
necessidade;
“Que haveria de mais desejável do que um
príncipe que reunisse todas as boas qualidades,
fosse generoso, benfazejo, compassivo, fiel à sua
palavra, firme e corajoso, indulgente, casto,
franco, grave e religioso? Isto, porém, é
praticamente impossível, a condição humana
não comporta”.
16. “Mais vale ser amado que temido, ou temido que amado?”
Melhor consistiria em ser amado e temido, mas é difícil;
É mais seguro ser temido. Por quê?
1. Os homens são geralmente ingratos, inconstantes,
dissimulados, trêmulos em face dos perigos e ávidos de
lucro; enquanto lhes fazeis bem, são dedicados;
oferecem-lhe o sangue, os bens, a vida, os filhos,
enquanto o perigo só se apresenta remotamente, mas
quando este se aproxima, bem depressa se esquivam;
2. Os homens receiam muito menos ofender aquele que se
faz amar do que aquele que se faz temer;
3. O vínculo do amor, rompem-se ao sabor do próprio
interesse, enquanto o temor sustenta-se por um medo
do castigo, que jamais os abandona.
17. Temor X Ódio
O ódio é grave ao Príncipe e ao Estado;
Toda fortaleza conquistada por um príncipe odiado
não se salvará das conjurações dos súditos;
Para evitar o ódio:
O Príncipe deve ser fiel à palavra;
Atentar-se aos bens dos súditos;
Atentar-se a honra das mulheres;
Agir sempre francamente.
18. Homem X Animal: O mito de Quíron e Aquiles.
É necessário a um Príncipe, agir tanto como animal
quanto como homem;
É próprio do homem combater pelas leis,
regularmente, com lealdade e fidelidade;
É próprio do animal combater pela força e pela
astúcia.
O Príncipe perfeito necessita possuir ambas as
naturezas:
Leão X Raposa
Leão: atemorizar os lobos;
Raposa: reconhecer as armadilhas.
19. Rousseau – O Contrato Social
• Soberania popular > povo > legislador
• Estado de natureza: perdido, irrecuperável.
• Escreve contra o Direito Natural: o Direito está
fundado na ordem civil.
• A força não produz direito, apenas as
convenções.
20. • Família: considerada como modelo para as
sociedades políticas.
O chefe é a imagem do pai, o povo a dos filhos.
• Homem nenhum possui autoridade natural sobre
seu semelhante.
• Alienar (dar/vender) a liberdade é um ato ilegítimo
e nulo.
• Não existe guerra entre um indivíduo e outro,
apenas entre Estados.
• O contrato social surge da necessidade de agregação,
para conservarem vivos os indivíduos.
21. • O contrato social surge da necessidade de
agregação, para conservarem vivos os
indivíduos:
• O problema fundamental cuja solução é dada
pelo contrato social: ''Encontrar uma forma de
associação que defenda de toda força comum a
pessoa e os bens de cada associado, e pela qual,
cada um, unindo-se a todos, não obedeça
portanto se não a si mesmo, e permaneça tão
livre quanto anteriormente. ''
• O resumo das ‘cláusulas do contrato: alienação
total de cada associado em favor de toda a
comunidade.
22. • Cada qual se entregando por completo e sendo
condição igual para todos, a ninguém será
oneroso;
• Feita a alienação sem reserva, a união é tão
perfeita quanto se pode ser.
“Cada qual dando-se a todos não se dá a
ninguém.”
• O contratante acha-se obrigado sob uma dupla
relação:
1) Como membro do soberano para com os
particulares;
2) Com membro do Estado para com o soberano.
23. • Na qualidade de cidadão, cada indivíduo pode ter
uma vontade contrária ou dessemelhante da
vontade geral.
• O pacto tem uma obrigação que poderá dar força as
outras: “quem se recusa a obedecer a vontade geral a
isto será constrangido pelo corpo em conjunto, o
que apenas significa que será forçado a ser livre.”
• O que perde pelo contrato social é a liberdade
natural e um direito ilimitado a tudo; o que ganha é
a liberdade civil e a propriedade de tudo o que
possui. (novamente a ideia de direito como
convenção)
24. Direito do primeiro ocupante (que só se torna
direito com o estabelecimento do direito de
propriedade):
• Que o terreno não se encontre habitado por
ninguém;
• Que apenas seja ocupada a área de que se tem
necessidade para subsistir;
• Que se tome posse dela pelo trabalho e pela
cultura.
25. • Soberania é:
Inalienável: Somente a vontade geral tem
possibilidade de dirigir as forças do Estado,
segundo o seu fim, que é o bem comum.
O exercício da vontade geral jamais se pode alienar
e o soberano, que é um ser coletivo, não pode ser
representado a não ser por si mesmo.
É possível transmitir o poder, não a vontade.
É impossível fazer concordar a vontade particular e a
vontade geral.
No instante em que houver um senhor, não
haverá mais soberano.
26. Indivisível: porque a vontade é geral ou não é.
• Diferença:
▫ Vontade geral: interesse comum;
▫ Vontade de todos: interesse privado, somo das
vontades dos particulares.
A vontade geral, constituindo ato de soberania,
faz lei
27. Lei:
• Pelo pacto social demos existência ao corpo
político, trata-se agora de lhe dar o movimento e
a vontade por meio da legislação.
• É necessário, pois, haja convenções e leis para
unir os direitos aos deveres e encaminhar a
justiça a seu objetivo
• Objeto das leis é sempre geral, entende-se que a
lei considera os vassalos em corpo e as ações
como sendo abstratas, jamais um homem como
indivíduo, nem uma ação particular.