O documento discute o Modernismo brasileiro, incluindo seus principais artistas e características. A Semana de Arte Moderna de 1922 marcou o início do movimento no Brasil, que buscava uma linguagem e identidade nacionais através da crítica do passado colonial. O documento também descreve as propostas dos escritores modernistas e estilos de artistas como Tarsila do Amaral.
6. Em 1917 Anita Malfatti expõe telas já com
características modernas:
O homem amarelo
O japonês
A estudante russa
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9.
10. A CRÍTICA...
Há duas espécies de artistas. Uma composta
dos que vêm as coisas e em consequência
fazem arte pura, guardados os eternos
ritmos da vida, e adotados, para a
concretização das emoções estéticas, os
processos clássicos dos grandes mestres.
(...)
11. A outra espécie é formada dos que vêm
anormalmente a natureza e a interpretam à
luz das teorias efêmeras, sob a sugestão
estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e
lá como furúnculos da cultura excessiva. São
produtos do cansaço e do sadismo de todos
os períodos de decadência; são frutos de fim
de estação, bichados ao nascedouro.
Estrelas cadentes, brilham um instante, as
mais das vezes com a luz do escândalo, e
somem-se logo nas trevas do esquecimento.
.
12. (...) Embora se deem como novos, como
precursores de uma arte a vir, nada é mais
velho do que a arte anormal (...): nasceu
como a paranoia e a mistificação.
De há muito que a estudam os psiquiatras
em seus tratados, documentando-se nos
inúmeros desenhos que ornam as paredes
internas dos manicômios.
.
13. A única diferença reside em que nos
manicômios essa arte é sincera, produto
lógico dos cérebros transtornados pelas mais
estranhas psicoses; e fora deles, nas
exposições públicas zabumbadas pela
imprensa partidária mas não absorvidas pelo
público que compra, não há sinceridade
nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo tudo
mistificação pura.
14. Monteiro Lobato,
Paranoia ou Mistificação?
Publicado no Jornal O Estado de São Paulo - a propósito da
exposição de Anita Malfatti. (1917)
15. MODERNISMO :
A VANGUARDA BRASILEIRA
Contexto histórico:
Política do café-com-leite
República Velha (1894-1930)
Início da Era Vargas
Imigração (italiana e japonesa)
Marginalização dos antigos escravos
Primeira Guerra Mundial (1914)
Tenentismo (Coluna Prestes)
Difusão do anarquismo e do socialismo
16. SEMANA DE ARTE MODERNA
(13 a 18/02/1922)
Marco inicial do Modernismo brasileiro
18. Centenário da Independência do Brasil
Apoio de Graça Aranha
Sem repercussão
Sem um projeto comum
Liberdade de criação e desejo de romper com o
tradicional
FORMAÇÃO DE PEQUENOS GRUPOS
20. erro de portuguêserro de português
Quando o português chegouQuando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuvaDebaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índioVestiu o índio
Que pena!Que pena!
Fosse uma manhã de solFosse uma manhã de sol
O índio tinha despidoO índio tinha despido
O portuguêsO português..
Oswald de AndradeOswald de Andrade
21. 1. Fragmentação e flashes cinematográficos
2. Síntese
3. Busca de uma linguagem brasileira
4. Nacionalismo crítico
5. Ironia, humor, piada, paródia
6. Temas extraídos do cotidiano
7. Urbanismo
23. Morro da Favela, Tarsila do AmaralMorro da Favela, Tarsila do Amaral
24. 1ª geração do Modernismo1ª geração do Modernismo
brasileiro (1922-1930)brasileiro (1922-1930)
PROPOSTAS GERAIS DOS ESCRITORES:PROPOSTAS GERAIS DOS ESCRITORES:
Reconstrução da cultura brasileira sobReconstrução da cultura brasileira sob
bases nacionaisbases nacionais
Eliminação do complexo de colonizadosEliminação do complexo de colonizados
25. 1ª geração do Modernismo1ª geração do Modernismo
brasileiro (1922-1930)brasileiro (1922-1930)
PROPOSTAS GERAIS DOS ESCRITORES:PROPOSTAS GERAIS DOS ESCRITORES:
Revisão crítica do passado históricoRevisão crítica do passado histórico
brasileirobrasileiro
Visão nacionalista, porém crítica daVisão nacionalista, porém crítica da
realidade brasileirarealidade brasileira
26. Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
De Primeiros cantos (1847)
Gonçalves Dias
27. Canção do exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar
uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
De Poemas (1925-1931)
Murilo Mendes